Semana de
12 a 18 de março
de 2001

Rádio Vaticano

CAPUCHINHOS ITALIANOS DA LOMBARDIA RECORDAM CENTENÁRIO DO MASSACRE DE ALTO ALEGRE (BR)

Cidade do Vaticano, 12 mar (RV) - Os missionários capuchinhos da região italiana da Lombardia e as Irmãs de Madre Rubatto estão promovendo uma série de iniciativas para lembrar o centenário do massacre de Alto Alegre, no Estado do Maranhão, ocorrido em 13 de março de 1901, quando os índios locais, chefiados pelo Capitão João Caboré, massacraram 4 missionários capuchinhos e 7 jovens irmãs de Madre Rubatto.

Os mortos apurados em Alto Alegre foram 261, na maioria caboclos, mas há quem estime que o número foi bem maior. No quadro das celebrações, o dia de hoje, 12 de março, foi dedicado a um retiro espiritual, pregado por Pe. Franco Cagnasco, Superior-geral do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME), sobre o tema "missão e martírio".

Amanhã, dia 13, data do massacre, em todas as fraternidades capuchinhas serão recordados os testemunhos desses mártires. Sábado, 24 de março, dia dos mártires, será a vez de um encontro, que contará com a participação de Dom Serafino Spreafico, Bispo emérito de Grajaú, e do atual Bispo dessa diocese em que se encontra Alto Alegre, o capuchinho Dom Franco Cuter.

A missão de Alto Alegre se encontrava numa área já colonizada pelos brancos, e os indígenas, privados das suas terras, se viram reduzidos a trabalhar em regime de semi-escravidão. Explica-se, assim, a hostilidade para com os missionários "estrangeiros". A tentativa dos frades de corrigir os comportamentos morais dos indígenas foi interpretada como uma enésima tentativa de coerção. Daí o massacre.

"A mentalidade e os métodos missionários da época _ explica Dom Franco Cuter _ infelizmente condicionaram aquela experiência evangelizadora. Erros e equívocos fizeram-na naufragar nos fatos dolorosos que conhecemos, disse ele." (PL)