Cidade do Vaticano, 15 jan (RV) - Hoje é quarta-feira, dia da Audiência geral. O Papa JPII reuniu-se esta manhã na Sala Paulo VI junto a centenas de fiéis para sua catequese semanal. O Salmo de hoje é o 118, Promessa de observar a lei de Deus, o salmo mais longo da Bíblia.

Os versículos traduzem os sentimentos de Jesus. Ele nos recorda, em tom pessoal e íntimo, os momentos em que expunha suas súplicas ao Pai. Por isso, assim como Cristo precedia à aurora para orar ao Pai, o cristão enfrenta seu dia-a-dia, e apresenta a Deus suas alegrias e sofrimentos. Quando reza, pede para que Deus esteja sempre presente, conduzindo sua vida, dando-lhe serenidade e graça.

A partir da Liturgia das Laudes, o Papa se detém numa estrofe do Salmo 118, a de número 19. Aquele que reza a Deus procura cultivar uma vida de oração e fé. No seu comentário, JPII chama a atenção para algumas palavras fortes: eu vos invoco, vos chamo, clamo por auxílio, escutai a minha voz. A resposta de Deus é descrita também por palavras fortes: decretos, ensinamentos, palavras, promessas, juízo, lei, preceitos e testemunhos de Deus. O homem fala e Deus responde.

A oração é um diálogo. Começa pela manhã e invade todo o dia, sobretudo nas dificuldades. O homem de oração tem consciência da proximidade de Deus, da sua palavra e da sua graça: "Vós Senhor estais perto de mim".

O Papa se serve das meditações de Sto. Ambrósio no seu comentário sobre o Salmo 118. Detém-se sobre os versículos 147-148: "Precedo a aurora e peço socorro. Meus olhos antecipam as vigílias da noite". Nestes versículos, Ambrósio refere-se à oração constante, presente em todo o tempo: quem se afasta de Deus, se esquece de que tudo a Ele devemos. "Quer comamos, quer bebamos, anunciemos a Cristo. Rezemos em Cristo, pensemos em Cristo e falemos de Cristo. Ele esteja sempre em nosso coração, sempre em nossa boca", diz Sto. Ambrósio.

Ainda com Sto. Ambrósio, o Santo Padre repete: "O sol nascente deveria nos encontrar despertos e prontos para começar um dia operoso." No começar do dia, nossas primeiras palavras deveriam voltar-se a Deus com gratidão. "Não sabe, o homem, que cada dia ele está em débito com Deus pelas primícias do seu coração e da sua voz?" O cristão, pela manhã, corre à Igreja para louvar a Deus e depois assumir os compromissos no mundo.

E termina JPII: "Assumamos também nós o apelo de Sto. Ambrósio, e cada dia pela manhã, olhemos para nossa vida diária, suas alegrias e seus desafios. Invoquemos a Deus para que esteja sempre junto a nós, nos guiando com suas palavras de serenidade e graça.

Por fim, o Santo Padre saúda os peregrinos em várias línguas. Em português, o Papa disse: "Caríssimos Irmãos e Irmãs. O Salmo lido hoje traduz muito bem os sentimentos de Jesus que, em tom pessoal e íntimo, nos recorda os momentos nos quais o Senhor, enquanto rezava, expunha suas súplicas ao Pai. Por isso, assim como Cristo precedia à aurora (Sal 118, 147) para orar ao Pai, o cristão entra na vida quotidiana, apresentando a Deus suas alegrias e sofrimentos; mas, ao invocar-Lhe, pede para que esteja sempre presente e o conduza na vida, infundindo serenidade e graça. Saúdo com afecto os peregrinos de língua portuguesa que porventura aqui se encontrem e, como penhor de abundantes dons divinos que sirvam de estímulo para a sua vida cristã, concedo benevolamente minha Bênção Apostólica". (BF)

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