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NA
FESTA DOS SANTOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO, PAPA AGRADECE ÀQUELES
QUE REZAM PELO SUCESSOR DE PEDRO
Cidade do Vaticano, 29 jun (RV) - No Angelus da festa litúrgica dos santos apóstolos Pedro e Paulo, JPII homenageia os dois grandes apóstolos e saúda a presença da delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que todos os anos vem a Roma, nesta ocasião, para festejar com a Igreja do Ocidente, seu fundador, o apóstolo Pedro. Cortesia que é retribuída no dia 30 de novembro, festa do apóstolo Santo André, quando uma delegação da Santa Sé vai a Istambul (antiga Constantinopla), festejar com a Igreja do Oriente, o seu fundador. Pedro e Paulo, “pilares da Igreja”, como recordou o Papa: “Pedro, escolhido por Cristo como a “rocha” sobre a qual edificar a Sua Igreja, foi crucificado nas imediações do Vaticano, e seu túmulo é o centro simbólico da fé católica. E Paulo, decapitado às portas de Roma, é modelo de evangelização, e suas cartas _ parte significativa do Novo Testamento _ não cessam de atrair para Cristo, homens e mulheres de todos os tempos. Hoje, portanto, festa de São Pedro e, conseqüentemente, Dia do Papa... JPII não deixou de agradecer a todos aqueles que rezam por ele, como Bispo de Roma e Sucessor de Pedro. Referindo-se à visita da delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, e à retribuição da delegação da Santa Sé a Istambul, na festa do apóstolo Santo André, em 30 de novembro, o Papa disse que essa visita é muito mais do que uma cortesia eclesial... “Ela traduz _ disse JPII _ a intenção profunda e enraizada, de restabelecer a plena comunhão entre Ocidente e Oriente... Que o Senhor faça com que, graças a esses intercâmbios, amparados por uma incessante oração. possamos alcançar o quanto antes, a plena unidade dos discípulos de Cristo.” Após a oração mariana do Angelus, saudando os numerosos féis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, apesar do calor tropical que envolve Roma de uns dias para cá, JPII dirigiu uma saudação especial aos fiéis romanos, que festejam hoje, os santos padroeiros da Cidade Eterna... “Faço minhas, as palavras do apóstolo Paulo: “A todos os amados de Deus, chamados santos, que estais em Roma, a graça e a paz sejam convosco, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” No final da tarde de hoje, o Papa presidiu, na Praça São Pedro, à solene celebração eucarística no curso da qual impôs o pálio sagrado _ a estola de lã branca bordada com seis cruzes negras, que simboliza o ministério pastoral dos arcebispos e sua união com o Bispo de Roma _ a 40 arcebispos metropolitanos de recente nomeação, provenientes de todo o mundo, dois dos quais, do Brasil: Dom João Braz de Aviz, Arcebispo de Maringá (Paraná), e Dom José Carlos Melo, Arcebispo de Maceió (Alagoas). =============== Sobre o significado do pálio e suas origens, eis o que nos disse Mons. Crispino Valenziano, ordinário do Pontifício Instituto Litúrgico, da Diocese siciliana de Cefalù, sul da Itália, e consultor do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice... “O pálio é uma estola de lã, tecida a mão, que se coloca sobre os ombros e cujas pontas caem uma sobre o peito e outra às costas. Tanto o material com o qual é confeccionado _ a lã _ quanto o modo como é usado, fazem compreender do que se trata. É muito antigo esse uso do pálio, assim como antiga é a explicação de seu significado.” Acerca
das raízes dessa tradição, ou seja, de quando nasce
o uso do pálio, Mons. Valenziano disse que ... “Não
se sabe exatamente a quando remonta, mas as primeiras notícias que
se têm, datam do final do século V. Mas já no século
IV, em Ravenna (Itália), encontramos documentações
_ no mosaico de Santo Apolinário _ de que o pálio era utilizado.
Significa a ovelha desgarrada, perdida, que o bispo coloca nos ombros: eis
a razão de ser confeccionado de lã. E esse é o seu
forte significado. O pálio recorda o preço que o Bom Pastor
teve que pagar, para reconduzir ao rebanho a ovelha perdida, sobre os ombros:
as seis cruzes bordadas no pálio são o memorial da Paixão
do Bom Pastor.” “O motivo desses “pregos” é sempre o mesmo. Eles são colocados sobre três das seis cruzes. Sua função é _ basicamente _ manter o pálio fixo sobre os demais paramentos. Mas na verdade, também eles recordam o memorial das chagas infligidas ao Bom Pastor, na Cruz.” “Originalmente _ explica Mons. Valenziano _ as cruzes da estola branca que é o pálio, eram vermelhas, significando diretamente o sangue e eram bordadas sobre o tecido de lã, em seda vermelha. Às vezes _ como aquelas que vemos agora _ são de seda preta. Então não significam mais tanto as chagas do Senhor, mas sim os diversos cristãos, as ovelhas... Porque cada um de nós é marcado por uma cruz no momento do Batismo, e então essas cruzes _ afirma Mons. Valenziano _ são as ovelhas que o Bom Pastor carrega sobre os ombros.” “Até o Concílio Vaticano II _ conclui Mons. Valenziano _ o pálio era usado nas celebrações eucarísticas de certas ocasiões, de certas solenidades. Agora, o Arcebispo ou o Bispo pode usá-lo em todas as celebrações eucarísticas, mas apenas nas celebrações eucarísticas, porque existe uma conexão entre a celebração da Eucaristia e o sacrifício da Cruz. O motivo é essa conexão direta. Eu diria que há outros usos particulares: por exemplo, os orientais _ ou certos orientais em certas Igrejas _ antes do Evangelho, o colocam sobre o altar, porque naquele momento, está falando o Bom Pastor diretamente, e então, por deferência, por respeito, por devoção e em adoração e escuta fiel das palavras do Bom Pastor, o celebrante coloca o pálio sobre o altar, porque quando fala o Bom Pastor, somos todos ovelhas. A seguir, colocam-no de novo sobre si mesmos, porque se fazem eco, novamente, das palavras do Bom Pastor.” ===============
A cerimônia de entrega dos pálios sagrados aos arcebispos metropolitanos de recente nomeação realiza-se todos os anos, no dia 29 de junho, solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo. O pálio é uma estola lã branca _ proveniente dos carneiros abençoados pelo Papa, anualmente, no dia 21 de janeiro, festa litúrgica de Santa Inês _ com seis cruzes negras. O ornamento é colocado sobre os ombros e tem duas pontas que caem sobre o peito e às costas. Somente o Papa e os arcebispos metropolitanos podem usá-lo. É um símbolo de autoridade e manifesta a estreita união com o Pontífice. Na carta apostólica “De Sacrii Pallii”, de 1978, Paulo VI limitou o uso do pálio ao Papa e aos arcebispos metropolitanos. Em 1984, João Paulo II decretou que o pálio fosse conferido pelo Pontífice aos metropolitanos, em cerimônia a ser celebrada na solenidade de São Pedro e São Paulo. Os arcebispos usam o pálio somente em suas arquidioceses e nas ocasiões especificadas pelo “Pontificale Romanum”. São os monges trapistas da Abadia das Três Fontes, que criam os carneiros que forenecem a lã para os pálios, os quais são, por sua vez, confeccionados com a lã tosquiada dos carneiros abençoados, pelas religiosas de Santa Cecília. (AF) |
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