RÁDIO VATICANO
PAPA RECEBE PELA OITAVA VEZ O DALAI LAMA, EM "VISITA DE CORTESIA, DE CONTEÚDO EXCLUSIVAMENTE RELIGIOSO"

Cidade do Vaticano, 27 nov (RV) -
JPII recebeu em audiência, esta manhã, no Vaticano, o líder espiritual e político do Tibet e Prêmio Nobel da Paz-1989, o Dalai Lama. “Tratou-se de uma breve visita de cortesia de conteúdo exclusivamente religioso”, segundo declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls.

O Dalai Lama encontra-se em visita a Roma desde terça-feira. Ontem, quarta-feira, ele afirmou que o Tibet tem como objetivo o diálogo e obter uma “autonomia significativa” no âmbito da China, que deve ser cada vez mais integrada no contexto internacional.

O Dalai Lama Tenzin Gyatso reiterou a importância de “não reagir à violência com outra violência, mesmo em situações trágicas, como o drama que atingiu os italianos no Iraque”. Em seguida, o líder espiritual e político do Tibet encorajou todos a “terem coragem e otimismo em relação ao progresso da humanidade”.

Esta foi a oitava vez que o Papa recebeu o Dalai Lama. Os encontros precedentes entre Tenzin Gyatso, de 68 anos de idade _ o 14º Dalai Lama, ou seja, reencarnação de Buda, e chefe espiritual e político de 6 milhões de tibetanos no mundo _ e o atual Papa começaram, no Vaticano, em outubro de 1980.

Voltaram a se encontrar na Índia, em fevereiro de 1986, durante a visita do Papa, e depois, em outubro daquele mesmo ano, em Assis, por ocasião do Encontro inter-religioso de oração pela paz.

Sempre no Vaticano, os sucessivos colóquios realizaram-se em junho de 1988, junho de 1990, maio de 1996 e outubro de 1999.

A China vê no líder espiritual dos budistas tibetanos um inimigo de sua soberania no Tibet. Nos últimos meses, porém, o Dalai Lama tem afirmado reiteradas vezes, não pedir mais o retorno da independência ao Tibet, mas apenas uma “autonomia”, com a instauração da fórmula “um país, dois sistemas”, aplicada por Hong Kong e Macau.

Em particular, reivindica a “educação, a salvaguarda da cultura, da espiritualidade e do ambiente sob o controle tibetano”, enquanto Pequim poderia manter o controle da defesa e das questões exteriores. (RL)

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