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OS
75 ANOS DA ASSINATURA DO TRATADO DE LATRÃO: PAPA PIO XI E BENITO
MUSSOLINI
Cidade do Vaticano, 11 fev (RV) - O Estado da Cidade do Vaticano está completando, nesta quarta-feira, 75 anos de vida. Com efeito, o Tratado de Latrão (também chamado Pacto Lateranense) entre a Itália e a Santa Sé foi assinado em 11 de fevereiro de 1929, entre o Papa Pio XI e Benito Mussolini. Esse Tratado acabou com o conflito que os Papas (exilados no Vaticano) mantiveram com o Reino da Itália desde 1870, quando as tropas de Giuseppe Garibaldi liquidaram os antigos Estados Pontifícios, ao assaltar a muralha que defendia a cidade de Roma, pela famosa Porta Pia. Por ocasião dessa comemoração, o diário vaticano “L'Osservatore Romano” lembra, em sua edição de hoje, que o Tratado de Latrão “resolveu de maneira definitiva e irrevogável” a “questão romana”, ou seja, o conflito aberto em 1870 com a anexação de Roma ao Reino da Itália. “Hoje é difícil imaginar o quanto foi profunda e dolorosa a laceração espiritual que se produziu em não poucos italianos, obrigados a escolher entre sua fidelidade à Igreja e ao Papa, e a vontade de ser cidadãos leais à Pátria”, escreve o diário vaticano. O atual Estado da Cidade do Vaticano está encravado na cidade de Roma, à direita do rio Tibre, com uma superfície de 440.000 metros quadrados, 260.000 dos quais estão edificados; sua longitude máxima é de 1.045 metros e sua largura, 850 metros. Ocupa a zona conhecida como “Ager Vaticanus”, a colina vaticana que não foi ocupada pelas tropas italianas, que tomaram Roma no dia 20 de setembro de 1870, durante o processo de unificação da Itália. Considerado como o menor Estado do mundo, esse território assegura a liberdade da Sé Apostólica e a independência do Papa, para poder realizar sua missão. O Vaticano tem uma população de pouco mais de mil pessoas. Os habitantes do Estado da Cidade do Vaticano procedem de muitos países, embora na sua maioria sejam italianos. Pelo menos 400 têm cidadania vaticana, entre eles os prelados que são chefes de organismos da Cúria Romana. Todos os Cardeais residentes em Roma obtêm automaticamente cidadania vaticana, mas conservam a original. O Vaticano emite selos e moeda própria (só metálica) e conta com todos os serviços próprios de um Estado, como uma central telegráfica, estação de rádio (Rádio Vaticano), um jornal (L’Osservatore Romano) e rede ferroviária, conectada com a ferrovia italiana. Além disso, pode dispor, com base na Convenção de Barcelona, de 1921, de uma frota marítima com bandeira própria. A vigilância do Vaticano está confiada ao Corpo de Vigilância, formado por uma centena de efetivos. Além disso, dispõe da Guarda Suíça, único corpo militar que existe no Vaticano, integrado também por uma centena de membros e cuja função é defender o Papa e controlar os portões que dão acesso à Cidade do Vaticano, entre outras coisas. Sua
atual Constituição data de 2001, em substituição
da de 1929: reitera que o Papa é o soberano absoluto, que concentra
em si os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais,
em caso de falecimento do Pontífice, passam ao Colégio
Cardinalício até a eleição do sucessor.
A “Lei Fundamental da Cidade do Vaticano”, nome oficial da Carta Magna, contém 20 artigos. A Constituição estabelece que a bandeira oficial do Vaticano é amarela e branca, em vertical, tendo, ao centro _ de cor branca _ o escudo com as chaves entrecruzadas sobre as quais se encontra a tiara papal. O Tratado de Latrão estabeleceu o Estado soberano da Cidade do Vaticano, declarando que o Catolicismo era a religião oficial da Itália. O acordo regulamenta as relações entre a Igreja e o Estado. A revisão da Concordata, em 1984, declarou que o Catolicismo não seria mais a religião oficial do Estado italiano. O Tratado de 1929 fixou também o caráter internacional da Santa Sé, que é reconhecida perante a legislação internacional e mantém relações diplomáticas com outras nações. A esse respeito o Estado da Cidade do Vaticano foi instituído como “uma realidade jurídico-política, à qual é necessário identificar e garantir a absoluta e visível independência da Sé Apostólica no exercício de sua elevada missão espiritual no mundo”. (PL) |
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