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CÚRIA DE TURIM ASSEGURA QUE ÚNICA IMAGEM QUE APARECE NO SANTO SUDÁRIO ESTÁ NA PARTE SUPERIOR DA PEÇA

Turim, 14 abr (RV) -
A Cúria de Turim, norte da Itália, em cuja Catedral está o Santo Sudário, garantiu que a única imagem de Jesus que aparece no “linho” chamado de “Síndone” na Itália, é a impressa na parte superior da peça.

Com essa afirmação, a Cúria responde às declarações de dois estudiosos italianos do Santo Sudário que garantem que há outra imagem na parte de trás da “Síndone”.

Giulio Fanti e Roberto Maggiolo, da Universidade italiana de Pádua, descobriram, segundo eles, mediante sofisticadas técnicas matemáticas e ópticas, a imagem de um rosto na parte de trás do Santo Sudário.

Fontes da Cúria destacaram que a “única imagem de Cristo” é a que aparece na parte superior do Sudário e que isso foi comprovado definitivamente em 2002, quando foi tirado um forro costurado em 1532, pelas monjas clarissas francesas de Chambéry (França), para reforçá-lo.

Quando o forro foi retirado, disseram as fontes, a parte de trás ficou descoberta e se pôde comprovar que não havia nenhuma outra imagem.

Giuseppe Ghiberti, especialista da comissão diocesana de Turim responsável pelo Santo Sudário, e Nello Balossino, professor de Informática na Universidade de Turim, afirmaram hoje, quarta-feira, que olhando para a parte de trás do Sudário “pode-se ter a sensação de que há uma segunda imagem, já que as grandes manchas de sangue em regiões como a testa, as costas e as mãos cravadas parecem formar uma segunda imagem”.

“É o olho humano, por um defeito fisiológico da visão, que tende a ver essa imagem, que no entanto não existe. Nós consideramos que o sangue passou de uma parte para outra do Sudário, mas a imagem não”, informaram os dois especialistas.

O Santo Sudário foi submetido a uma restauração nos meses de julho/agosto de 2002 com o objetivo de ser conservado o maior tempo possível.

O Santo Sudário é uma das relíquias mais famosas da Cristandade. Tem 4,39 metros de comprimento e 1,15 de largura.

Têm-se notícias dele desde 1353, quando um pano que supostamente serviu de mortalha para Cristo apareceu em Lirey (França), levado, presumivelmente, pelas expedições que estiveram na Terra Santa.

Um século depois, chegou às mãos dos duques de Savóia, que o guardaram em Chambéry. Em 1532, foi danificado num incêndio e, em 1694, foi transferido para a capela do Duomo (Catedral) de Turim.

Os testes para provar se realmente envolveu o corpo de Cristo começaram em 1898, depois que um fotógrafo de Turim fez uma foto do manto e, na revelação, descobriu que os negativos mostravam o corpo e o rosto de um homem crucificado.

Em 1989, o Sudário foi submetido ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido. Os resultados dos testes datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390. Especialistas renomados criticaram os testes, considerando que foi mal feito.

Segundo o professor russo, Ivanov, os três pedaços do tecido que foram cortados, naquela ocasião, para servir de amostragem para o teste, eram das pontas; ou seja, a parte pela qual o manto foi suspenso nas inúmeras ocasiões em que foi apresentado aos fiéis ao longo dos séculos, na fachada da Catedral de Turim.

Em abril de 1997, um incendiou destruiu a capela Guarini, onde o Santo Sudário é guardado, mas a relíquia foi resgatada sem sofrer danos.

Meses mais tardes, foi estendida e não enrolada como até então, em uma caixa à prova de incêndios e atentados.

A Igreja sempre considerou como irrelevante o fato da antigüidade, ao assinalar que o Santo Sudário não é uma prova, “mas um convite a rezar”.

A última vez que foi exposto ao público, foi em 2000, por ocasião do Ano Jubilar. (AF)

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