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MENSAGEM DO PAPA A ESTUDIOSOS DA INQUISIÇÃO
Cidade do Vaticano, 15 jun (RV) - JPII reiterou nesta terça-feira
o pedido de perdão da Igreja pelos pecados cometidos por seus
membros ao longo dos séculos, entre eles os abusos cometidos
pela Inquisição, “verdadeiras formas de contratestemunho
e de escândalo”.
Ocasião para este novo ato de contrição histórica, contido numa carta do Papa ao Cardeal Roger Etchegaray, ex-presidente do comitê para o Grande Jubileu do Ano 2000, foi a apresentação hoje, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da publicação das atas do simpósio internacional sobre a Inquisição, que se realizou no Vaticano em 1998. “É justo que a Igreja assuma com toda a consciência os pecados de seus filhos, que no decurso da história se afastaram do espírito de Cristo e de seu Evangelho, oferecendo ao mundo, ao invés do testemunho de uma vida inspirada nos valores da fé, o espetáculo de modos de pensar e de agir que foram verdadeiras formas de contratestemunho e de escândalo”, escreve o Papa. À imitação do seu Senhor, manso e humilde de coração _ prossegue JPII _ a Igreja deve pedir “perdão pelos erros cometidos no serviço à verdade através do recurso a métodos não evangélicos”. O simpósio de 1998 foi promovido por JPII, com o olhar fixo no Jubileu de 2000. Em março desse Ano Santo, durante o Dia do Perdão, o Bispo de Roma pediu publicamente perdão pelas culpas acumuladas durante os séculos pelos filhos da Igreja; entre essas culpas, ele citou o uso da violência na evangelização, a Inquisição, as violações do direito à vida e o desinteresse pelos países pobres. Hoje, quatro anos depois, o Papa afirmou em sua carta que o pedido de perdão vale tanto para os dramas ligados à Inquisição, como para as feridas da memória causadas pela mesma. JPII destacou que a verdade não se impõe senão por si mesma e animou os pesquisadores e teólogos a continuarem o seu percurso científico para distinguir “entre o autêntico sentido da fé (sensus fidei) e a mentalidade dominante numa determinada época, que pôde ter pesado em suas opiniões”. Este discernimento é possível _ adverte o Papa _ “precisamente porque, com o progresso do tempo, a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, percebe com uma consciência cada vez mais viva quais são as exigências da sua conformidade” a Cristo. O espírito de arrependimento comporta, por fim, “o propósito firme de procurar, no futuro, os caminhos do testemunho evangélico a dar à verdade”. (PL) |
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