Berlim,
15 abr (RV) - Comemoram-se este ano, os 60 anos do
fim da II Guerra Mundial. E no contexto dessa comemoração,
é preciso não esquecer do pastor luterano Rev.
Dietrich Bonhoeffer, que participou ativamente da resistência
contra Hitler e pagou com a própria vida, sendo condenado
e enforcado num campo de concentração.
Dietrich
Bonhoeffer _ o homem que enfrentou Hitler _ nasceu em 1906
e morreu jovem, em 1945 num campo de concentração.
Porque se opunha a Hitler ativamente, chegando a chamá-lo
"Anticristo".
Estudou
na Universidade de Tübingen, também em Berlim,
onde foi aluno de Harnack. Foi professor em Berlim, mas teve
uma passagem pelo "Union Theological Seminary",
em Nova York, para um estágio. Enquanto vivia, era
desconhecido, mas após sua morte ficou conhecido por
suas idéias sobre discipulado, contidas no seu livro
"O custo do discipulado", no qual ele expõe
princípios morais para os cristãos, defendendo
que o discipulado está ligado à libertação
daquilo que oprime a consciência.
Esse livro
está ligado à questão nazista, visto
que as idéias nazistas alienavam as mentes dos cristãos.
Bonhoeffer
levava uma vida dedicada e piedosa e, claro, com disciplina,
combatendo o Cristianismo ligado ao nazismo, pois, para ele,
esse sistema não era apenas profano, mas o próprio
Anticristo.
Bonhoeffer
era um homem piedoso e também engajado nas questões
de seu tempo, por isso se opôs a Hitler. Quando Adolf
Hitler ascende na Alemanha, a Igreja Evangélica adere
ao projeto do nacional-socialismo, chegando ao absurdo de
aceitar somente ordenação de pastores arianos.
Esse grande
teólogo começa a se opor ao nazismo, quase como
uma missão. Passou, então, a ser perseguido,
começando a exercer seu ministério clandestinamente.
Foi diretor de um seminário clandestino em Finkenvalde.
Bonhoeffer foi um líder da resistência contra
Hitler, viajando para muitos países, divulgando a resistência
e a idéia de que o verdadeiro cristão deve buscar
a paz entre os povos e também o amor e a igualdade
social. Acusado de estar envolvido num plano para assassinar
Hitler, foi preso em Berlim, no dia 5 de abril de 1943. Em
9 de abril de 1945, com apenas 39 anos, foi enforcado.
Mesmo
que muitos não concordem com algumas de suas idéias,
não podemos negar o louvor que lhe cabe, pois renunciou
à própria vida, em prol da causa humana. A libertação
do homem era seu alvo. Para isso, não ficou apenas
pensando em suas idéias, mas procurou agir rápido
contra aquele que era uma ameaça à existência:
Adolf Hitler.
Outros nomes também se voltaram contra o nazismo: Karl
Barth (expulso da Alemanha), Paul Tillich (exilado da Alemanha),
o Marechal-de-campo Rommel (que foi ordenado por Hitler a
se suicidar), e Stauffenberg (martirizado em 1944). (MZ)