Noticiário da Rádio Vaticano
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2013-09-19

Papa e Santa Sé

  • Papa recebe novos bispos: "O caminhar juntos requer amor, e o nosso é um serviço de amor"
  • A dor do Papa pelas vítimas de furacão no México
  • 19 setembro
  • Mensagem do Papa a sacerdotes coreanos
  • Paz na Síria e em todo o Oriente Médio norteia encontro do Papa com Premier da Lituânia
  • Papa escreve à Imame de Al-Azhar: "estima e respeito"
  • Prossegue diálogo entre Santa Sé e Vietnã
  • LEV publica livro com Tweets de Francisco
  • A Igreja cure as feridas e aqueça o coração dos fiéis: Papa Francisco à "La Civiltà Cattolica"
  • Igreja no Brasil

  • Santuário de Aparecida reza com Santuários de todo o mundo
  • Ostensório da JMJ na Paróquia de Copacabana
  • Igreja no Mundo

  • Índia: escolas cristãs fechadas por protesto
  • XVI Congresso Internacional de Arqueologia Sacra
  • Formação

  • Embaixador Denis Fontes fala à Rádio Vaticano
  • Atualidades

  • ONU: cerimônia da toca do sino da paz
  • Papa e Santa Sé



    Papa recebe novos bispos: "O caminhar juntos requer amor, e o nosso é um serviço de amor"

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta quinta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, os 120 participantes do Encontro para novos bispos promovido pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais. O encontro que se concluiu com a audiência pontifícia, esteve centralizado na figura do bispo como pastor e teve um caráter formativo e informativo. Este ano estiveram também presentes 26 novos bispos orientais, ausentes no Encontro de 2012 porque tinham encontrado o Papa Bento XVI durante a sua viagem apostólica ao Líbano.

    No seu discurso o Papa iniciou recordando que o bispo é um homem de comunhão e unidade, “visível princípio e fundamento de unidade”. (Lumen gentium,23) Em seguida citou a Primeira Carta de São Pedro: “Apascentem o rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas de livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por vil interesse, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho” (1 Pt 5,2). Essas palavras de São Pedro - disse o Papa -, devem estar esculpidas no coração! Somos chamados e constituídos Pastores não por nós mesmos, mas pelo Senhor e não para servir a nós mesmos, mas o rebanho que ele nos confiou servi-lo até dar a vida como Cristo, o Bom Pastor.

    Mas o que significa apascentar, ter “habitual e cotidiano cuidado do rebanho”? O Papa ofereceu três breves pensamentos. Apascentar significa: acolher com magnanimidade, caminhar com o rebanho, permanecer com o rebanho.

    Falando sobre acolher com magnanimidade o Papa Francisco disse:
    “Que seu coração seja tão grande a ponto de ser capaz de acolher todos os homens e mulheres que você encontrar ao longo de seus dias e que você vai encontrar quando visitar suas paróquias e comunidades. Já agora se perguntem: aqueles que baterão à porta da minha casa, como irão encontrá-la? Se a encontrem aberta, - continuou o Santo Padre - através de sua bondade, da sua disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e entenderão como a Igreja é uma boa mãe, que sempre acolhe e ama”.

    O segundo pensamento: caminhar com o rebanho: “acolher todos para caminhar com todos. O Bispo - frisou Francisco - está em caminho “com” e “no” seu rebanho. Isto significa caminhar com os próprios fiéis e com todos aqueles que se dirigirão a vocês, partilhando com eles alegrias e esperanças, dificuldades e sofrimentos, como irmãos e amigos, mas, mais ainda como pais, que são capazes de escutar, compreender, ajudar, orientar. O caminhar juntos requer amor, e o nosso é um serviço de amor, amoris officium dizia Santo Agostinho.

    E no caminhar – continuou o Pontífice -, gostaria de recordar o afeto para com os seus sacerdotes. Eles são os mais próximos do Bispo, indispensáveis colaboradores dos quais buscar conselho e ajuda, e dos quais cuidar como pais, irmãos e amigos.

    E o Papa deu alguns conselhos aos novos bispos:
    “Entre as primeiras tarefas que vocês têm está o cuidado espiritual do presbitério, mas não se esqueçam das necessidades humanas de cada sacerdote, especialmente nos momentos mais delicados e importantes de seus ministérios e de suas vidas. Nunca é tempo desperdiçado o tempo passado com os sacerdotes! Recebam-nos quando solicitarem; não deixem sem resposta um telefonema; estar sempre próximo, em contato constante com eles”.

    O Papa citou ainda a presença do bispo na diocese e recordou que na homilia da Missa do Crisma deste ano disse que os Pastores devem ter o “cheiro das ovelhas”. Sejam Pastores com o cheiro das ovelhas, presentes no meio do seu povo como Jesus, o Bom Pastor. A presença de vocês não é secundária, é indispensável. É o próprio povo quem pede, quer ver o seu Bispo caminhar com ele, estar do lado dele. E o Papa acrescentou ainda o estilo de serviço ao rebanho, que deve ser humilde, mas também austero e essencial. “Nós pastores não somos homens com a ‘psicologia de princípios’, homens ambiciosos, que são esposos de uma Igreja, na espera de outra mais bonita, mais importante ou mais rica. Estejam muito atentos a não caírem no espírito do carreirismo! Não é só a palavra, mas também é, sobretudo, com o testemunho concreto de vida que somos mestres e educadores do nosso povo”.

    O terceiro e último elemento proposto pelo Papa: permanecer com o rebanho.

    “Refiro-me – disse Francisco - à estabilidade, que tem dois aspectos específicos: “permanecer” na diocese, e permanecer “nesta” diocese, sem buscar mudanças ou promoções. Não se pode conhecer realmente como pastores o próprio rebanho, caminhar à sua frente, no seu meio e atrás dele, cuidá-lo com o ensinamento, com a administração dos Sacramentos e com o testemunho de vida, se não se permanece na diocese. A nossa é uma época em que se pode viajar, se deslocar de um ponto a outro com facilidade, um tempo em que as relações são velozes, a época da internet. Mas a antiga lei da residência não passou de moda! É necessária para um bom governo pastoral. Permanecer, ... continuou o Papa. Evitem o escândalo de serem “Bispos de aeroportos”! Sejam Pastores acolhedores, que caminham com o seu povo, com afeto, com misericórdia, com docilidade de tratamento e firmeza paterna, com humildade e discrição, capazes de olhar também aos seus limites e de ter uma dose de bom humor. E permaneçam com seus rebanhos!”.

    O Papa concluiu seu discurso pedindo aos novos bispos que retornando às suas dioceses levassem a sua saudação a todos, em particular aos sacerdotes, aos consagrados e consagradas, aos seminaristas e a todos os fiéis, e a todos aquele que têm mais necessidade do proximidade do Senhor. A presença de dois bispos sírios – encerrou Francisco – nos leva mais uma vez a pedir juntos a Deus o dom da paz. Paz para a Síria, paz para o Oriente Médio, para paz o mundo! E pediu mais uma vez que rezem por ele como ele o faz por eles. (SP)


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    A dor do Papa pelas vítimas de furacão no México

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco se disse “profundamente triste” pelas dramáticas conseqüências que estão causando no México o furacão “Ingrid” e a tempestade tropical “Manuel”: até agora, pelo menos 80 pessoas perderam a vida, e 58 são os desaparecidos devido a um deslizamento de terra, milhares os desabrigados.

    Em uma mensagem enviada em seu nome pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, ao Cardeal José Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara e Presidente da Conferência Episcopal mexicana, o Papa, assegurando suas orações pelos falecidos, expressa "suas condolências às famílias das vítimas e a sua paterna solicitude e proximidade espiritual aos feridos e desabrigados” e “lhes confia às mãos maternas de Nossa Senhora de Guadalupe”.

    Ao mesmo tempo, pede a Deus que console as populações atingidas pelas enchentes, inspirando “em todas as pessoas de boa vontade sentimentos de fraternal solidariedade para trabalhar de forma decisiva na reconstrução das áreas afetadas e ajudar de modo eficaz aqueles que estão sofrendo”. (SP)


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    19 setembro

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - Somos todos pecadores, mas vivemos a alegria do perdão de Deus e caminhamos confiantes na sua misericórdia.
    (Tuíte do Papa Francisco)


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    Mensagem do Papa a sacerdotes coreanos

    ◊   Seul (RV) - Não é todos os dias que se pode alegrar com o jubileu de prata sacerdotal de um numeroso grupo de padres, sobretudo se o fato se der em um país onde os católicos, embora atuantes e em notório crescimento, sejam uma minoria. Na capital da Coreia do Sul, 20 sacerdotes comemoraram festivamente seus 25 anos de ordenação presbiteral. As comemorações tiveram como ápice a solene Celebração Eucarística na Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Seul na última segunda-feira, 16 de setembro.

    O Arcebispo de Seul, Dom Andrew Yeom Soo Jung, a este propósito, recebeu do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Bertone uma carta na qual ele relata que “o Santo Padre ficou satisfeito ao ser informado da Santa Missa de 16 de setembro de 2013, na Igreja Catedral da Arquidiocese de Seul”, quando “sacerdotes da Arquidiocese celebram o vigésimo quinto aniversário da sua ordenação”.

    O Secretário de Estado afirma em sua carta que o Santo Padre “envia saudações cordiais aos jubilares, suas famílias e amigos, e a todos os que se reuniram a eles nesta ocasião”. Sua Santidade, diz o Cardeal Bertone, “assegurando-lhes suas orações, encoraja-os a crescer diariamente na alegria e generosidade no serviço de Cristo e sua Igreja”.

    O Papa, diz a carta, “vê nesta celebração uma ocasião para serem renovados e aprofundados seus compromissos sacerdotais”. O Papa Francisco ainda recomenda todos “à materna intercessão de Maria, Mãe dos sacerdotes, e à intercessão dos mártires coreanos”. A carta é finalizada com o envio da Bênção Apostólica “como penhor de força e paz em nosso Senhor Jesus Cristo”. (SP)


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    Paz na Síria e em todo o Oriente Médio norteia encontro do Papa com Premier da Lituânia

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira, no Vaticano, o primeiro-ministro da Lituânia, Algirdas Butkevičius, que em seguida encontrou o Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e o Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti.

    Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, "nos cordiais colóquios foram ressaltadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e a República da Lituânia. Detiveram-se, em particular, sobre a contribuição que há séculos a Igreja Católica oferece à sociedade no campo educacional e social, bem como com o seu compromisso em favor da família e da formação das consciências para os valores espirituais.

    À luz da atual presidência de turno do Conselho da União Europeia por parte da República da Lituânia, foram passados em resenha alguns temas internacionais e europeus de mútuo interesse.

    Por fim, o comunicado destaca um aceno especial reservado à necessidade de assegurar a paz no Oriente Médio e, em particular, na Síria, privilegiando uma solução política da crise mediante o diálogo e a negociação. (RL)

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    Papa escreve à Imame de Al-Azhar: "estima e respeito"

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Imame Ahmed al-Tayyeb, da Universidade islâmica de Al-Azhar, a máxima autoridade cultural do Islã sunita. Um comunicado oficial da mesma Universidade, com sede no Cairo, Egito, e divulgado pela Agência Fides, refere que a mensagem do Santo Padre expressa “estima e respeito pelo Islã e pelos muçulmanos”, junto ao desejo que de haja empenho na “compreensão entre cristãos e muçulmanos no mundo, para construir a paz e a justiça”.

    A carta pessoal do Papa Francisco foi entregue ao Imame de Al-Azhar na terça-feira, 17 de setembro, pelo Núncio Apostólico no Egito, Dom Jean-Paul Gobel. Junto a ela foi entregue uma mensagem ao mundo islâmico assinada pelo Papa Bergoglio, por ocasião do fim do Ramadã, já divulgada recentemente pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso.

    Nos últimos tempos, o diálogo entre Santa Sé e al-Azhar havia sido interrompido por iniciativa da instituição islâmica, que interpretou como “indevida interferência ocidental” as declarações do Papa Bento XVI sobre a necessidade de proteger os cristãos no Egito e no Oriente Médio, após o atentado perpetrado contra a Catedral Copta de Alexandria, no Ano Novo de 2011.

    “A carta do Papa Francisco ao Imame al-Tayyeb – declara o Secretário do Patriarcado de Alexandria dos Coptas Católicos, Padre Hani Bakhoum – é um modo de expressar o profundo sentimento de estima e afeto que a Igreja Católica, a Santa Sé e o Papa tem para com todos os muçulmanos e em particular por Al-Azhar, que é a instituição mais representativa do Islã sunita moderado. Seguramente esta carta ajudará, com o tempo, a colocar de lado toda a incompreensão e também a retomar o diálogo bilateral com a Santa Sé”. (JE)


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    Prossegue diálogo entre Santa Sé e Vietnã

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O diálogo entre a Santa Sé e o Vietnã prossegue num binário de boas relações e colaboração. É o que resulta da visita de uma delegação do Comitê para os assuntos religiosos do governo de Hanói, em andamento no Vaticano até esta sexta-feira, dia 20.

    A delegação vietnamita manteve encontros com o subsecretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, Mons. Tadeusz Wojda, com o subsecretário das Relações com os Estados, Mons. Antoine Camilleri, participando também da audiência geral desta quarta-feira, recebendo uma breve saudação do Pontífice.

    Durante os colóquios, num clima cordial e sereno, a delegação manifestou a esperança de que os fiéis vietnamitas sejam ativamente envolvidos na construção e desenvolvimento do país do sudeste asiático.

    A Santa Sé observou "os positivos desdobramentos nas relações bilaterais", apreciando o apoio do governo nas atividades da Igreja Católica vietnamita, atestados pelo Representante não-residente da Santa Sé no Vietnã, o Arcebispo Leopoldo Girelli.

    A Igreja pretende atuar pelo bem do povo vietnamita e por isso teria o desejo de empenhar-se também no campo da educação, abrindo escolas e institutos educacionais: como auspiciado, seria um ulterior sinal de reforço das relações bilaterais.

    A delegação fez também uma visita à Rádio Vaticano, encontrando o responsável e demais jornalistas do "Programa Vietnamita" da nossa emissora. (RL)

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    LEV publica livro com Tweets de Francisco

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) – Concomitante à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações que se realiza em Roma a partir desta quinta-feira, 19, com o tema “A Rede e a Igreja”, a Livraria Editora Vaticana (LEV) publica “As mensagem do Papa no Twitte”. O livro é uma compilação de todos os tweets do Papa Francisco desde 17 de março até 10 de setembro.

    “Caros amigos, vos agradeço de coração e vos peço que continuem a rezar por mim. Papa Francisco”, foi o primeiro tweet de Jorge Mario Bergoglio lançado em 17 de março, poucos dias após a sua eleição à Cátedra de Pedro.

    “O verdadeiro poder é o serviço: o Papa deve servir a todos, especialmente os mais pobres, os mais fracos e os mais pequenos”, é o tweet que o Papa Francisco lançou na sua conta @Pontifex em 19 de março, data do início oficial do seu pontificado. Desde aquela data, cotidianamente, o Papa tuitou mensagens, divulgadas pelos meios de comunicação e que agora estão recolhidas nesta publicação.

    “Neste período de crise é importante não fechar-se em si mesmo, mas abrir-se, ser atento ao outro”, foi um dos tweets de fundo social escrito pelo Papa Bergoglio, como aquele escrito em 1º de maio, Dia do Trabalho: “Penso a quantos estão desempregados, frequentemente devido a uma mentalidade egoísta que busca o lucro a qualquer custo”. Às vésperas da JMJ anunciou: “Estou chegando no Brasil em poucas horas e o meu coração já está cheio de alegria”.

    Em relação à vida da Igreja e ao comportamento dos cristãos, foram dedicados diversos tweets, como “Não podemos ser cristãos part time” ou “Não existe um cristianismo low cost. Seguir Jesus significa andar contra a corrente, renunciando ao mal e ao egoísmo”.

    Mas os tweets que literalmente giraram o mundo foram aqueles sobre a paz na Síria e Oriente Médio: “Rezemos pela paz: a paz no mundo e no coração de cada um” e sobretudo, “Nunca mais a guerra” Nunca mais a guerra!”. (JE)



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    A Igreja cure as feridas e aqueça o coração dos fiéis: Papa Francisco à "La Civiltà Cattolica"

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) -"A Igreja muitas vezes fechou-se em pequenas coisas, em pequenos preceitos. A coisa mais importante, ao invés, é o primeiro anúncio: 'Jesus Cristo o salvou'." Essa é uma das passagens da longa entrevista ao Papa Francisco, publicada nesta quinta-feira pela prestigiosa revista "La Civiltà Cattolica" e, ao mesmo tempo, por outras dezesseis revistas da Companhia de Jesus.

    No longo colóquio de cerca de trinta páginas com o diretor da "La Civiltà Cattolica", Pe. Antonio Spadaro, o Papa traça um retrato falado de si mesmo, explica qual é a sua ideia da Companhia de Jesus, analisa o papel da Igreja hoje, indica as prioridades da ação pastoral e aborda questões sobre o anúncio do Evangelho.

    "Um pecador para quem Deus olhou": assim se define o Papa Francisco na longa entrevista concedida em seu estúdio privado na Casa Santa Marta, no Vaticano, durante três encontros, realizados dias 19, 23 e 29 de agosto. Trinta páginas para contar a sua história de jesuíta, bem como o seu pensamento sobre a missão da Igreja.

    "A capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, de estar perto, a proximidade... E precisa começar de baixo": com essas palavras, o Papa explica aquilo de que a Igreja mais precisa.

    "Eu vejo a Igreja como um hospital de campo após uma batalha. É inútil – diz – perguntar a um ferido grave se tem colesterol e glicose altos! É preciso curar as feridas. Depois se poderá falar de todo o restante."

    "A Igreja – prossegue – por vezes se fechou em pequenas coisas, pequenos preceitos. A coisa mais importante, ao invés, é o primeiro anúncio: 'Jesus o salvou!'. Portanto, os ministros da Igreja, em primeiro lugar, devem ser ministros de misericórdia" e "as reformas organizativas e estruturais são secundárias, ou seja, vêm depois", porque "a primeira reforma deve ser a da atitude".

    De fato, para o Papa Francisco "os ministros do Evangelho devem ser pessoas capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar com elas na noite, de saber dialogar e também entrar na noite delas, na escuridão delas sem perder-se. O povo de Deus – diz - quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado".

    Quanto à pastoral missionária, o Papa explica que não se deve ter "obsessão pela transmissão desarticulada de um amontoado de doutrina a ser imposta com insistência". O anúncio missionário se concentra "no essencial" que é também aquilo que mais atrai, "aquilo que faz arder o coração".

    Portanto, é preciso "encontrar um novo equilíbrio", do contrário – observa –, "também o edifício moral da Igreja corre o risco de desmoronar como um castelo de areia", de "perder o perfume do Evangelho". Assim sendo, a proposta evangélica deve ser "mais simples" e "é dessa proposta que depois vêm as conseqüências morais".

    Em seguida, na entrevista o Papa Francisco relê a sua história de jesuíta, inclusive em relação a alguns momentos difíceis: "o meu modo autoritário e rápido de tomar decisões – afirma – levou-me a ter sérios problemas e a ser acusado de ser ultraconservador".

    Uma experiência difícil que hoje produz fruto: recordando o seu ministério episcopal na Argentina, diz ter entendido como a "consulta" é importante: "Os Consistórios, os Sínodos, por exemplo, são lugares importantes para tornar esta consulta verdadeira e ativa", mas devem ser "menos rígidos na forma". "Quero consultas reais, não formais", diz.

    O Papa fala, ainda, sobre a sua formação jesuíta, sobre o discernimento e sobre reformas. É sempre necessário "tempo para colocar as bases de uma mudança verdadeira". "E este é o tempo do discernimento", afirma, embora "por vezes o discernimento, ao invés, impulsione a fazer logo aquilo que, na realidade, inicialmente se pensa fazer depois. E foi o que aconteceu também comigo nestes meses.

    No longo colóquio com o diretor da "La Civiltà Cattolica", Pe. Spadaro, também se faz referência à Companhia de Jesus, que para o Papa Francisco "é em si mesma descentralizada": o seu centro é Cristo e a Igreja, dois pontos de referência fundamentais para poder viver "na periferia", enquanto se colocar a si mesma no centro "como estrutura bem sólida", "corre o perigo de sentir-se segura e suficiente".

    A imagem da Igreja evocada na entrevista é a expressa no Concílio Vaticano II na Lumen Gentium "do santo povo fiel de Deus", e "sentir com a Igreja" para Francisco é "estar neste povo".

    Uma Igreja que não quer reduzir-se a conter "apenas um grupinho de pessoas selecionadas", mas deve ser uma "Igreja Mãe e Pastora". A Igreja é fecunda, deve sê-lo", diz o Papa contando que quando se dá conta de "comportamentos negativos de ministros da Igreja" ou consagradas, a primeira coisa que lhe vem em mente é: "'eis um solteirão' ou 'eis uma solteirona'". "Não são nem pais, nem mães. Não foram capazes de dar vida", diz.

    Entre outras questões, o diretor da referida revista jesuíta volta também a temas complexos como divorciados em segunda união, pessoas homossexuais e pergunta qual pastoral fazer nesses casos.

    "É preciso considerar sempre a pessoa – diz o Pontífice. Aí entramos no mistério do homem. Na vida Deus acompanha as pessoas, e nós devemos acompanhá-las a partir da condição delas. É preciso acompanhar com misericórdia."

    Também se faz presente o tema da mulher e o Papa Francisco evidencia que "o desafio" é "refletir sobre o lugar específico da mulher também justamente onde se exerce a autoridade nos vários âmbitos da Igreja".

    No final, a conversação chega um aspecto que está muito a peito para o Papa Francisco, ou seja, que "Deus o encontramos caminhando". "Deus é sempre uma surpresa – diz – e, portanto, jamais se sabe onde e como encontrá-lo, não é você quem fixa o tempo nem os lugares do encontro com Ele."

    Para o Pontífice, portanto, é preciso "discernir o encontro": se o cristão "quer tudo preto no branco", então não encontra nada. A tradição e a memória do passado devem levar a "abrir novos espaços a Deus".

    Com uma visão estática e de involução, se buscam sempre "soluções disciplinares" ou o passado perdido, "a fé torna-se uma ideologia entre tantas outras".

    "Tenho uma certeza dogmática: Deus está na vida de toda pessoa", diz o Papa Francisco ressaltando que "mesmo se a vida de uma pessoa é um terreno repleto de espinhos e ervas daninhas, há sempre um espaço em que a semente boa pode crescer." Daí, o seu encorajamento: "É preciso confiar em Deus". (RL)

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    Igreja no Brasil



    Santuário de Aparecida reza com Santuários de todo o mundo

    ◊   Aparecida (RV) - A Festa de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, reúne milhares de devotos de todas as partes do Brasil em Aparecida (SP). Para esta mesma data, o Santuário Nacional de Aparecida recebeu um convite especial da Diocese de Roma para participar da Oração do Terço ‘Estar com Maria para além da noite’, em sintonia com mais nove Santuários do mundo. Os Santuários se unirão, via satélite, ao Santuário do Divino Amor, em Roma, para homenagear Nossa Senhora.

    De acordo com o Reitor do Santuário, Padre Domingo Sávio, a Diocese de Roma fez o convite ao Santuário Nacional de Aparecida e mais nove santuários: Nazaré, (Terra Santa), Lourdes (França), Vailankanni (Índia), Czestochowa (Polônia), Nairobi (Quênia), Banneux (Bélgica), Akita (Japão), Washington (EUA) e Lujan (Argentina).

    O terço será conduzido pelo Vigário geral para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, e Dom Lorenzo Leuzzi, Bispo auxiliar de Roma. Durante o terço será transmitido um vídeo com uma mensagem gravada pelo Papa Francisco.

    Padre Domingos Sávio informou ainda que a meditação dos Mistérios Gozosos do Terço via satélite acontecerá durante as comemorações da Padroeira do Brasil, no Altar Central, das 14h às 17h (horário de Brasília), onde cada santuário rezará cinco ave-marias em sua língua local. Quatro telões serão instalados pelo Santuário Nacional para que os romeiros possam acompanhar a oração. (SP-A12)


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    Ostensório da JMJ na Paróquia de Copacabana

    ◊   Rio de Janeiro (RV) - Jesus Eucarístico está exposto na Capela do Santíssimo da Paróquia Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, no ostensório exclusivamente feito para a vigília da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013. A entrega oficial foi feita, na manhã do último dia 16 de setembro, pelo Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, durante a missa de despedida do Padre Anísio José Schwirkowski, SCJ, que foi Diretor do Setor de Relações Internacionais do Comitê Organizador Local da JMJ Rio2013 e o idealizador da JMJ no Brasil.

    “O ostensório permanecerá definitivamente na Igreja Nossa Senhora de Copacabana. O bairro acolheu a vigília, além de outros eventos durante a JMJ, e, por isso, nada mais justo ele ficar aqui”, disse Dom Orani. A missa foi concelebrada pelo pároco Dom Nelson Francelino Ferreira, Bispo auxiliar da arquidiocese, e pelo Padre Anísio. O sacerdote da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, que ficou durante um ano no Rio para ajudar na Jornada, vai se dedicar a uma paróquia em Palmas, no interior do Paraná. Padre Anísio, que foi o responsável pelo presente dado à paróquia, foi o primeiro a colocar a hóstia consagrada no ostensório.

    A paróquia, em Copacabana, tem adoração das 7h à meia-noite, exceto às terças-feiras, quando acontece das 7h às 9h e das 15h à meia-noite. (SP-ARQ.RIO)


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    Igreja no Mundo



    Índia: escolas cristãs fechadas por protesto

    ◊   Kolcata (RV) - As escolas cristãs no Estado de Bengala ocidental, onde se encontra Calcutá, ficarão fechadas neste dia 19 de setembro para protestar contra os atos de vandalismo que atingiram uma escola cristã nas proximidades da cidade. Como referido à agência Fides pela Igreja local, a decisão foi tomada numa reunião de emergência da Associação das Escolas Cristãs, que congrega vários organismos eclesiais, de várias confissões, que administram instituições educativas no Estado.

    A “paralisação” declarada pelos cristãos – explica uma nota enviada à Fides – pretende sensibilizar e pedir às autoridades civis que garantam às escolas cristãs a normal atividade didática e educativa, da qual beneficiam alunos de diversas religiões e classes sociais. Em 12 de setembro, uma multidão atacou a escola de ensino médio “Christ Church”, instituto feminino que nasceu 130 anos atrás num subúrbio de Calcutá, culpando a diretora pela morte de uma jovem, vítima de bullying por parte de outras estudantes mais velhas. A multidão atacou a escola, saqueando as salas de aula, destruindo computadores e materiais didáticos e obrigando a diretora Helen Sarkar a se desculpar publicamente e a se demitir. Sob pressão dos extremistas, a polícia a prendeu.

    A “Igreja da Índia do Norte” (CNI), comunidade cristã Anglicana que administra a escola, decidiu fechar o instituto por tempo indeterminado. Enquanto isso, pais e estudantes se reuniram diante dos portões fechados para expressar solidariedade para com os funcionários e para protestar contra o vandalismo. A ACS também decidiu apresentar a questão ao governador do Estado de Bengala ocidental, M.K. Narayanan, deplorando o modo em que a polícia e as autoridades civis administraram o caso. (SP)


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    XVI Congresso Internacional de Arqueologia Sacra

    ◊   Roma (RV) – O Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski e o Presidente do Pontifício Conselho da Cultura e da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, Cardeal Gianfranco Ravasi, farão a abertura, no próximo domingo 22 de setembro, do XVI Congresso Internacional de Arqueologia Sacra. O encontro realizar-se-á na Aula Magna do Instituto Patrístico ‘Augustinianum’ até 28 de setembro sob o tema “Constantino e os 'Constantinidi': a inovação constantina, as suas raízes e o seu desenvolvimento”.

    O evento insere-se nas numerosas celebrações do XVII centenário do Edito de Milão, que garantiu a liberdade religiosa para os cristãos, assim como para os seguidores de outras crenças. “Que seja permitido aos cristãos e a todos os outros a liberdade de seguir a religião que cada um acredita”, diz o decreto promulgado pelos Imperadores Constantino e Licínio em 313.

    O tema do Congresso insere-se também no tema mais geral do “Ano da Fé”, celebrado desde 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013, por ocasião dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II.

    Os debates sobre os materiais arqueológicos e artísticos da época deverão esclarecer muitos aspectos ainda desconhecidos das transformações religiosas ocorridas no século IV, o que poderá mostrar o envolvimento direto do Imperador no apoio ao cristianismo.

    Os participantes do Congresso terão a oportunidade de visitar as últimas pesquisas e restaurações nos monumentos constantinos em Roma, do ‘Sessorium’ ao Mausoléu de Helena na Via Casilina e à 'Basílica circular' recentemente escavada na Via Ardeatina. Num túmulo foi encontrado um colar com um fecho decorado com um ‘chrismon’ (monograma de Cristo), que é o símbolo do Congresso.

    Mais de 300 estudiosos provenientes de mais de 30 países já inscreveram-se no encontro que é patrocinado pela Congregação para a Educação Católica, Vicariato de Roma, Congresso da UNESCO e União Européia em Roma em Roma, entre outros.

    Os Congressos Internacionais de Arqueologia Cristã realizam-se normalmente a cada cinco anos, sempre em locais diferentes. O primeiro foi realizado em 1894, em Spalato e o 15° em 2008, em Toledo.

    O XVI Congresso Internacional de Arqueologia Cristã é organizado pelo Pontifício Instituto de Arqueologia Cristã, fundado por Pio XI em 1925, e que oferece uma formação de alta especialização no campo de arqueologia cristã a estudantes provenientes de universidades de todo o mundo. (JE)




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    Formação



    Embaixador Denis Fontes fala à Rádio Vaticano

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) O Papa Francisco recebeu no último dia 13, no Vaticano, o embaixador brasileiro junto à Santa Sé, Denis Fontes de Souza Pinto, para a apresentação de suas credenciais.

    Ele foi nomeado novo embaixador brasileiro junto à Santa Sé dias antes da viagem de Francisco ao Brasil, no final de julho.

    Nós conversamos com o Embaixador Denis sobre a relação entre a Santa Sé e o Brasil. (SP)


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    Atualidades



    ONU: cerimônia da toca do sino da paz

    ◊   Nova York (RV) - No Dia Internacional da Paz, ONU destaca o poder da educação: na tradicional cerimônia da toca do sino realizada nesta quarta-feira na sede das Nações Unidas, o Secretário-Geral defendeu ensino de qualidade para todas as crianças, por ser uma ferramenta para construir sociedades tolerantes; 57 milhões de menores estão fora da escola. Da Rádio ONU em Nova York, Leda Letra:

    Como em todos os anos, o Sino da Paz tocou na manhã desta quarta-feira, na sede das Nações Unidas, em Nova York, para marcar o Dia Internacional da Paz.
    A data é comemorada em 21 de setembro, mas neste ano, as celebrações estão sendo antecipadas.
    Na cerimônia, o Secretário-Geral da ONU destacou o poder da educação na construção de sociedades tolerantes. Ban Ki-moon disse que neste ano, a data tem como tema "Educação para Paz".
    Ban afirmou que "todas as meninas e meninos merecem receber educação de qualidade e aprender os valores que irão ajudá-los a crescer como cidadãos globais, em comunidades tolerantes que respeitam a diversidade".
    Segundo a ONU, atualmente 57 milhões de crianças estão sem acesso à escola e outros milhões precisam de educação de melhor qualidade. O Secretário-Geral pediu aos governos que aumentem os investimentos em educação.
    Ban lembrou as palavras da jovem paquistanesa Malala Yousafzai, dizendo que "um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo."
    Na cerimônia, o chefe da ONU destacou ainda que "educar as crianças mais pobres e marginalizadas querer liderança política e maior compromisso financeiro".
    De acordo com Ban Ki-moon, o "Dia Internacional da Paz é um momento para reflexão; um dia para reforçar a crença na não-violência". O Secretário-Geral disse que, atualmente, a Síria é o lugar do mundo que mais precisa de paz "desesperadamente".
    Ele reforçou seu apelo por uma solução política que ponha um fim no conflito civil, onde "as mortes e o sofrimento já duram muito tempo".
    O presidente da 68ª Assembleia Geral, John Ashe, também participou da cerimônia do Sino da Paz, afirmando que os países devem aproveitar o momento para refletir e parar com as hostilidades.
    O Sino da Paz é um presente do Japão para a ONU e fica em um jardim na sede da organização. Desde 1981, ele é tocado todos os anos, em um apelo solene pela paz.
    Um outro evento na sede marca o Dia da Paz, com a participação de 500 estudantes do Ensino Médio, incluindo refugiados, que debatem a questão da educação. (SP-ONU)


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