Noticiário da Rádio Vaticano
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2013-11-01

Papa e Santa Sé

  • Papa no Cemitério Verano de Roma: olhemos com esperança para o ocaso da nossa vida
  • Papa no Angelus: "Ser santo é uma vocação para todos"
  • Santo Padre recorda os cristãos perseguidos e as vítimas no deserto do Níger
  • Igreja no Brasil

  • Encerra-se I Encontro da Igreja na Amazônia. Ouça o Cardeal Hummes!
  • Formação

  • Missão da Comunidade Coração Fiel: ser anunciadora da misericórdia Divina
  • Valorizar a família
  • Rezar pelos que partiram
  • Atualidades

  • Papa celebra missa no Cemitério romano do Verano
  • Papa e Santa Sé



    Papa no Cemitério Verano de Roma: olhemos com esperança para o ocaso da nossa vida

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu na tarde desta sexta-feira, na entrada do monumental Cemitério do Verano (principal necrópole de Roma), à santa missa, na Solenidade de todos os Santos, cuja festa a Igreja no Brasil celebrará no próximo domingo. Ao término, houve um momento de oração pelos fiéis defuntos, com a bênção dos túmulos.

    Concelebraram com o Pontífice, o Cardeal vigário Agostino Vallini; o vice-gerente da Diocese de Roma, Dom Filippo Iannone; os bispos auxiliares e o pároco da antiga Basílica de São Lourenço Fora dos Muros, Pe. Armando Ambrosi.

    Na homilia, o Papa Francisco recordou que neste 1º de novembro, festa de "Todos os Santos" e vigília da celebração dos fiéis defuntos, é necessário que os cristãos pensem seriamente no valor da esperança cristã.

    Onde estão os nossos antepassados? Onde está Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado? Eis as principais perguntas relativas à esperança cristã para esse dia, disse o Papa.

    Hoje, acrescentou, é um dia de esperança. Os nossos irmãos e as nossas irmãs que nos precederam nesta vida, encontram-se hoje na presença do Senhor pela graça de Jesus Cristo.

    A esperança, concluiu o Santo Padre, não decepciona nunca porque Jesus nunca decepciona a ninguém. E é por isso que todos nós somos hoje chamados a purificar a nossa visão de esperança em Cristo Jesus.

    Todos caminhamos rumo ao "declínio" da nossa vida terrena: como o aguardamos? Com a esperança ou com o desespero e tristeza? A esperança jamais decepciona porque Jesus não decepciona nunca, insistiu o Pontífice. Ao término da celebração houve um momento de oração pelos fiéis defuntos, com a bênção dos túmulos.

    Após a oração de bênção, o Santo Padre disse querer "rezar de modo especial por estes nossos irmãos e irmãs que nestes dias morreram buscando uma libertação, uma vida mais digna."

    "Vimos as fotografias, a crueldade do deserto, vimos o mar onde muitos se afogaram. Rezemos por eles!" – exortou o Papa Francisco, referindo-se tanto aos mortos destes dias no deserto do Níger, quanto às contínuas mortes no Mediterrâneo.

    E rezemos "também por aqueles que se salvaram e que neste momento se encontram nas várias estruturas de acolhimento, amontoados, esperando que os trâmites possam logo ser feitos para poderem ir para outros lugares, mais cômodos, para outros centros de acolhimento", acrescentou.

    Já no Angelus desta sexta-feira, ao meio-dia, na Praça São Pedro, o Santo Padre os recordara na oração mariana. (RL/FL)

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    Papa no Angelus: "Ser santo é uma vocação para todos"

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, esta sexta-feira, 1° de novembro, Solenidade de Todos os Santos, da janela da residência pontifícia, no Vaticano. No Brasil, a festa será celebrada pela Igreja no próximo domingo, dia 3.

    "A festa de Todos os Santos, que hoje celebramos, nos lembra que o objetivo da nossa existência não é a morte, mas o Paraíso. Os Santos, amigos de Deus, nos asseguram que esta promessa não decepciona. Em sua existência terrena, eles viveram em profunda comunhão com Deus, tornando-se semelhantes a Ele. No rosto dos irmãos humildes e desprezados eles viram o rosto de Deus, e agora o contemplam face a face em sua beleza gloriosa", disse Francisco.

    "Os Santos não são super-homens e nem nasceram perfeitos. São pessoas que antes de chegar à glória do céu viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, fatigas e esperanças, mas quando conheceram o amor de Deus, o seguiram de coração, sem nenhuma condição ou hipocrisia", disse ainda o Santo Padre, acrescentando:

    "Eles dedicaram suas vidas a serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Os santos nunca odiaram. O amor é de Deus, mas o ódio vem de quem? Vem do diabo. Os santos se distanciaram do diabo. Os Santos são homens e mulheres que têm alegria no coração e a transmitem aos outros. Não devemos odiar os outros, mas servir aos outros, os necessitados, rezar e se alegrar: este é o caminho da santidade."

    O Papa destacou ainda que "ser santos não é um privilégio de poucos, como se alguém recebesse uma grande herança. Todos nós recebemos a herança de nos tornarmos Santos no Batismo. Ser santo é uma vocação para todos. Todos nós somos chamados a percorrer o caminho da santidade e o caminho que leva à santidade tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. No Evangelho, Ele nos mostra a estrada das Bem-Aventuranças".

    O Santo Padre frisou que "o Reino dos Céus é para aqueles que não depositam sua confiança nas coisas, mas no amor de Deus; é para aqueles que têm um coração simples, humilde, que não presumem ser justos e não julgam os outros. Essas pessoas sabem sofrer com os que sofrem e se alegrar com os que se alegram. Não são violentos, mas misericordiosos e buscam ser artífices da reconciliação e paz".

    Com o seu testemunho os Santos nos encorajam a não ter medo de caminhar contracorrente ou ser mal-entendidos e ridicularizados quando falamos de Cristo e do Evangelho. "Eles nos mostram com sua vida que aquele que permanece fiel a Deus e à sua Palavra experimenta já nessa terra o conforto de seu amor e o cêntuplo da eternidade. Isso é o que esperamos e pedimos ao Senhor para os nossos irmãos e irmãs falecidos", concluiu o Papa Francisco. (MJ)

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    Santo Padre recorda os cristãos perseguidos e as vítimas no deserto do Níger

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco saudou com afeto as famílias, grupos paroquiais e associações presentes na Praça São Pedro. O Santo Padre saudou calorosamente os participantes da 'Corrida dos Santos' realizada esta manhã, em Roma, promovida pela fundação 'Dom Bosco no mundo'. "São Paulo disse que toda a vida do cristão é uma corrida para conquistar o prêmio de santidade", destacou.

    A seguir, o Papa falou sobre a missa que celebrará na tarde desta sexta-feira, no Cemitério do Verano, principal cemitério de Roma. "Estarei unido espiritualmente às pessoas que nestes dias visitam os cemitérios, onde repousam os que nos precederam na fé e esperam o dia da ressurreição. Rezarei pelas vítimas da violência, especialmente pelos cristãos que perderam a vida por causa de perseguições".

    Recordando as pessoas que morreram de sede no deserto do Níger, o pontífice acrescentou: "Rezarei pelos nossos irmãos e irmãs, homens, mulheres e crianças que morreram por causa da sede, fome e fadiga no caminho para chegar a uma condição de vida melhor. Nesses dias vimos imagens cruéis do deserto."

    O Papa pediu aos fiéis e peregrinos para que rezassem em silêncio pelas vítimas. (MJ)


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    Igreja no Brasil



    Encerra-se I Encontro da Igreja na Amazônia. Ouça o Cardeal Hummes!

    ◊  
    Manaus (RV) – Com a leitura da Carta Final, encerrou-se na manhã de ontem, quinta-feira, 31, o I Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. O Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Comissão, disse que a Igreja da região sai deste Encontro mais compacta. Ao abordar temáticas como a construção de hidreléctricas, a prostituição infantil, o tráfico de pessoas e de órgãos, o desmatamento, as lutas e conquistas dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, dentre outras, pudemos ter uma visão mais ampla e voltada ao pedido do Papa Francisco por “uma Igreja de rosto amazônico”.

    Antes de deixar Manaus, o cardeal concedeu entrevista exclusiva à Rádio Vaticano.

    De Manaus, Cristiane Murray





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    Formação



    Missão da Comunidade Coração Fiel: ser anunciadora da misericórdia Divina

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - A Rádio Vaticano recebeu a visita esta semana do fundador da Comunidade Coração Fiel, Pe. Delton Filho, sacerdote do clero da Diocese de Uruaçu no Estado de Goiás.

    A missão dessa comunidade é ser anunciadora da misericórdia Divina através dos meios de comunicação, na obediência à Igreja.

    O colega Raimundo Lima conversou com Pe. Delton sobre os desafios mais prementes que se apresentam hoje para a missão da Igreja. (MJ)

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    Valorizar a família

    ◊   Rio de Janeiro (RV) - Foi realizada em Roma, junto ao túmulo do Apóstolo São Pedro, a peregrinação internacional da família, dentro do Ano da Fé. Este evento, que reuniu 150 mil famílias, coincidiu com o encerramento da XXI Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Família. Constaram deste evento três jornadas dedicadas ao estudo e ao debate no 30º aniversário da Carta dos Direitos da Família, publicada pelo mesmo dicastério vaticano em 22 de outubro de 1983, sob o Pontificado do Beato João Paulo II. O encontro, aberto ao público, debateu os "Novos horizontes antropológicos e os direitos da família".

    Declarou o Arcebispo Dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, em entrevista à Rádio Vaticano, que esta Carta dos Direitos da Família é defendida e valorizada como meio "para que não nos esqueçamos que a família, como sujeito jurídico, é uma dimensão que transpassa os séculos, que não nasceu anteontem nem há cem anos. Há uma dimensão que atravessa a história, que fez da família o primeiro lugar em que aprendemos a estar juntos: a família é o primeiro 'nós'".

    As profundas palavras do Santo Padre o Papa Francisco neste evento, assim como a celebração, deixam claro a importância do tema nesse momento da história da humanidade. Ele recordou no encontro: “Quisestes chamar a este momento «Família, vive a alegria da fé!» Gosto deste título! Entretanto, escutei as vossas experiências, os casos que contastes. Vi tantas crianças, tantos avós... Pressenti a tristeza das famílias que vivem em situação de pobreza e de guerra. Ouvi os jovens que se querem casar, mesmo por entre mil e uma dificuldades. E então nos surge a pergunta: Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família? Mas eu pergunto-vos também: «É possível viver esta alegria, ou não é possível?” E na missa do domingo na Praça de São Pedro, ele resumiu em três tópicos: a família reza, a família guarda a fé, a família vive a alegria. E concluiu: “E, acima de tudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, na família, a ter este amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.”

    A família foi querida por Deus desde que o Criador concedeu Adão e lhe deu Eva como esposa, determinando que habitassem a Terra e se perpetuassem pelo seu amor esponsal. Sabemos como a instituição familiar tem sido atacada por todos os lados: instituições internacionais, legislações ideológicas, decretos do executivo, julgamentos nos tribunais, propaganda sistemática na mídia – por todos os lados há muito mais facilidade de se colocar contra a família do que a construção dos valores positivos e essenciais da família humana. São tempos difíceis para a família e é muito importante que, ao valorizarmos a família, saibamos da campanha contrária a ela em tantos âmbitos de nossa sociedade. Como cidadãos, temos o direito de dar nossas opiniões e manifestar nossas convicções, que são importantes para o futuro da humanidade.

    Assim o Papa conclamou os jovens voluntários no seu encontro no Riocentro durante a JMJ Rio 2013: “Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do Matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”. Está fora de moda? [Não…]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!”

    O Documento de Aparecida nos fala dessa importância de valorizar a família e de tutelar os seus direitos neste tempo de mudança de época: a família não é uma mera instituição natural; antes, faz parte do projeto do Criador (cf. Gn 1,27), de modo que “pertence à natureza humana que o homem e a mulher busquem um no outro sua reciprocidade e complementaridade” (n. 116). Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus assumiu a nossa natureza humana e, “optando por viver em família em meio a nós, a eleva à dignidade de ‘Igreja doméstica’” (n. 115). O amor conjugal “é assumido no Sacramento do Matrimônio para significar a união de Cristo com sua Igreja” (n. 117; cf. 175g; 433s). É na família que a pessoa “descobre os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus” (n. 118).

    O Beato João Paulo II, na Carta às Famílias de 1994, ensinou que: "Dentre essas numerosas estradas, a primeira e a mais importante é a família: uma via comum, mesmo se permanece particular, única e irrepetível, como irrepetível é cada homem; uma via da qual o ser humano não pode separar-se.” Com efeito, normalmente ele vem ao mundo no seio de uma família, podendo-se dizer que a ela deve o próprio fato de existir como homem. Quando falta a família logo à chegada da pessoa ao mundo, acaba por criar-se uma inquietante e dolorosa carência que pesará depois sobre toda a vida. A Igreja une-se com afetuosa solicitude a quantos vivem tais situações, porque está bem ciente do papel fundamental que a família é chamada a desempenhar. Ela sabe, ainda, que normalmente o homem sai da família para realizar, por sua vez, num novo núcleo familiar, a própria vocação de vida. Mesmo quando opta por ficar sozinho, a família permanece, por assim dizer, o seu horizonte existencial, como aquela comunidade fundamental onde se radica toda a rede das suas relações sociais, desde as mais imediatas e próximas até as mais distantes. Porventura não usamos a expressão "família humana" para nos referirmos ao conjunto dos homens que vivem no mundo? (cf. número 02).

    A Igreja protege a família, célula sacramental que nasce do amor de um homem e de uma mulher, em caráter indissolúvel, aberto à vida, promovendo três colunas vitais como direito inalienáveis: primeiro a dignidade da pessoa humana; segundo o sacramento do matrimônio e terceiro a inviolabilidade da vida e da família. Assim como os dogmas estão para a fé católica, estes três pilares estão para a prática cristã dos batizados na Igreja Católica, que não devem se cansar de defender os direitos da família constituída pelo amor verdadeiro e eterno.

    Desde sempre, o lar formado por Jesus, Maria e José é considerado como escola de amor, oração e trabalho. Da mesma maneira, contemplando a Família Sagrada somos chamados a mostrar ao mundo o amor, o trabalho e o serviço vividos diante de Deus, tal como os viveu a Sagrada Família de Nazaré. As condições de vida mudaram muito e progrediram enormemente nos âmbitos técnicos, sociais e culturais. Não podemos contentar-nos com estes progressos. Juntamente com eles, devem estar sempre presentes os progressos morais, como a atenção, a tutela e a ajuda à família, porque o amor generoso e indissolúvel de um homem e de uma mulher constitui o âmbito eficaz e o fundamento da vida humana na sua gestação, na sua iluminação, no seu crescimento e no seu termo natural.

    A família nunca cairá de moda: só onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade. Por isso, a Igreja luta por adequadas medidas econômicas e sociais, para que no lar e no trabalho a mulher encontre a sua plena realização; a fim de que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado; para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável, desde o momento da sua concepção; a fim de que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente. Por isso, a Igreja opõe-se a todas as formas de negação da vida humana e sustenta aquilo que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar.

    Ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II que: "Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem, pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e ressurreição" (GS 52).

    O Documento de Aparecida nos ensina que a família deve-se tornar “um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja” (n. 435) – e neste âmbito a “infância” se torna destinatária de uma ação “prioritária” da Igreja (n. 438). Por isso, a pastoral familiar – em suas mais variadas expressões – há de “comprometer de maneira integral e orgânica as outras pastorais, os movimentos e associações matrimoniais e familiares a favor das famílias” (n. 437a). A principal bandeira para valorizar a família é promover a formação e ação de leigos competentes, animá-los a organizar-se para defender a vida e a família, e estimulá-los a participar em organismos nacionais e internacionais.

    Que a Sagrada Família proteja as nossas famílias e que seus direitos sejam respeitados para o próprio bem do futuro da humanidade!

    † Orani João Tempesta, O. Cist.
    Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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    Rezar pelos que partiram

    ◊   Rio de Janeiro (RV) - Celebramos neste sábado, 02 de novembro, o tradicional Dia de Finados, quando a Igreja Católica consagra como comemoração de todos os fiéis defuntos. Particularmente, em nossa Arquidiocese, neste dia iremos celebrar nos cemitérios, públicos e privados, a Santa Missa em sufrágio de todos os que faleceram. A Arquidiocese distribuirá um folheto próprio para esclarecer sobre esse dia e sugerindo textos para oração pelos falecidos: “Pela Fé, da Saudade à Esperança!” A pastoral das exéquias e os seminaristas estarão acompanhando as pessoas em seus momentos de orações.

    A Sagrada Liturgia nos convida a rezar pelos nossos queridos que faleceram, dirigindo o pensamento para o mistério da morte, herança comum de todos os homens. No dia da comemoração dos defuntos todos somos chamados a confrontar-nos com o enigma da morte e, por conseguinte, como viver bem, como encontrar a felicidade. Canta o Salmo: bem-aventurado o homem que doa; bem-aventurado o homem que não usa a vida para si mesmo, mas partilha; feliz o homem que é misericordioso, bom e justo; feliz o homem que vive do amor de Deus e do próximo. Assim vivemos bem e não devemos ter receio da morte, por que estamos na felicidade que provém de Deus e que permanece para sempre.

    A Igreja sempre rezou pelos mortos. A Tradição da Igreja exortou sempre a rezar pelos defuntos. O fundamento da oração de sufrágio encontra-se na comunhão do Corpo Místico. O Concílio Vaticano II recorda: "Tendo perfeito conhecimento desta comunhão de todo o Corpo Místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os primeiros tempos do Cristianismo, venerou com grande piedade a memória dos defuntos". (Lumen gentium, 50).

    Muitos perguntam por que rezar pelos mortos: o Concílio nos responde: "A fé, apoiada em argumentos sólidos, oferece uma resposta à sua ansiedade acerca do seu destino futuro, e dá-nos igualmente a possibilidade de uma comunhão em Cristo com os nossos irmãos queridos, arrebatados já pela morte, dando-nos a esperança de que eles encontraram a vida verdadeira junto de Deus" (Gaudium et spes, 18).

    Na semana de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Encher. Indulgentiarum, n.13)”. “Ainda neste dia (2 de novembro), em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-nosso e o Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).

    Ao lucrar a indulgência, todas as orações pertencem à comunhão dos santos, que é a união da Igreja que está na Terra, no Céu e no Purgatório, naquilo que chamamos de Igreja militante, Igreja triunfante e Igreja padecente, respectivamente. Nesse dia é impossível não recordar também como estamos nos preparando para o encontro com Deus. É importante que, ao rezar pelos irmãos que partiram, nós reflitamos sobre o sentido último de nossas vidas.

    O gesto bonito de marcar missas pelos seus defuntos deve ser revalorizado em nossas comunidades, bem como o de visitar os cemitérios. Não nos esqueçamos de pedir missas pelas almas do purgatório, rezando pelos que são vítimas da violência urbana e pelas almas dos que foram enterrados como indigentes. Estaremos celebrando uma missa especial por eles no Cemitério de Santa Cruz. Da mesma maneira que ajudaríamos em vida os irmãos enfermos, assim, depois de mortos, devemos ter piedade dos fiéis defuntos, rezando pelo descanso eterno de suas almas. Entre os católicos a tradição é orar pelos defuntos e no possível celebrar a Santa Missa por seu eterno descanso. Diz a Liturgia: "Dá-lhes, Senhor, o descanso eterno e brilhe para eles a luz eterna". Já Santo Agostinho disse: "Uma lágrima se evapora, uma flor murcha, só a oração chega ao trono de Deus". Por isso, rezemos pelos que nos precederam.

    Que as almas dos fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz!

    † Orani João Tempesta, O. Cist.
    Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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    Atualidades



    Papa celebra missa no Cemitério romano do Verano

    ◊   Cidade do Vaticano (RV) - Ao meio-dia local desta sexta-feira, o Santo Padre conduzirá a oração mariana do Angelus (a Rádio Vaticano transmitirá em língua portuguesa a partir das 8h50 do horário brasileiro de verão).

    E às 16h locais, o Papa Francisco presidirá, na entrada do monumental Cemitério do Verano (principal necrópole de Roma), à santa missa, na Solenidade de todos os Santos, cuja festa a Igreja no Brasil celebrará no próximo domingo. Ao término, se terá um momento de oração pelos fiéis defuntos, com a bênção dos túmulos.

    Concelebrará com o Pontífice o Cardeal vigário Agostino Vallini, o vice-gerente da Diocese de Roma, Dom Filippo Iannone, os bispos auxiliares e o pároco da antiga Basílica de São Lourenço Fora dos Muros, Pe. Armando Ambrosi.

    A última visita de um Papa ao Verano deu-se exatamente vinte anos atrás: de fato, João Paulo II celebrou a santa missa na necrópole romana em 1º de novembro de 1993, na Solenidade de todos os Santos.

    A Rádio Vaticano transmitirá ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa cujas emissoras nos retransmitem – a partir das 12h50 do horário brasileiro de verão –, a missa presidida pelo Santo Padre no cemitério de Roma.

    A esse propósito, ouçamos o Pe. Cesar Augusto dos Santos, que na breve entrevista ao colega Silvonei José nos fala sobre a atualidade e importância desta solenidade: (RL)

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