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Sumario del 23/12/2014

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Sem medo e vergonha de ser cristão: Papa quer visitar Oriente Médio

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Cidade do Vaticano (RV) – Solidariedade e esperança: às vésperas do Natal, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos cristãos do Oriente Médio para encorajá-los neste período de “lágrimas e suspiros”.

“A aflição e a tribulação não faltaram, infelizmente, no passado mesmo recente do Oriente Médio. Mas agravaram-se nos últimos meses por causa dos conflitos que atormentam a Região e, sobretudo, pela atuação duma organização terrorista mais recente e preocupante, de dimensões antes inconcebíveis, que comete toda a espécie de abusos e práticas indignas do homem, atingindo de forma particular alguns de vós que foram brutalmente expulsos das suas terras, onde os cristãos têm estado presentes desde a época apostólica”, escreve o Papa em sua mensagem.

Francisco afirma que acompanha diariamente as notícias do sofrimento de tantas pessoas no Oriente Médio. De modo especial, cita as crianças, as mães, os idosos, os deslocados e os refugiados, os que sofrem a fome, e os que têm de enfrentar a dureza do inverno sem um teto para se protegerem.

“Este sofrimento brada a Deus e faz apelo ao compromisso de todos nós por meio da oração e de todo o tipo de iniciativa. Desejo exprimir a todos unidade e solidariedade, minha e da Igreja, e oferecer uma palavra de consolação e de esperança.”

O Papa indica o caminho do diálogo como o único possível para tentar resolver os conflitos. “Não há outra estrada. O diálogo baseado numa atitude de abertura, na verdade e no amor é também o melhor antídoto contra a tentação do fundamentalismo religioso, que é uma ameaça para os crentes de todas as religiões. Simultaneamente, o diálogo é um serviço à justiça e uma condição necessária para a tão desejada paz.”

O Pontífice cita os inúmeros problemas, como o sequestro de pessoas – inclusive de bispos –, o tráfico de armas e a inércia internacional, mas também os sinais de esperança, como o testemunho dos membros da Igreja e a assistência humanitária.

“Não tenhais medo nem vergonha de ser cristãos”, encoraja Francisco, que se pergunta quanto tempo deverá ainda sofrer o Oriente Médio por carência de paz. “Não podemos resignar-nos aos conflitos, como se não fosse possível uma mudança!”, conclui o Papa, garantindo sua oração diária por todos os cristãos e manifestando o desejo de visitar em breve pessoalmente a região.

(BF)

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A íntegra do discurso de Francisco à Cúria Romana

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Cidade do Vaticano (RV) - Publicamos abaixo o discurso integral proferido pelo Papa à Cúria Romana em 22 de dezembro de 2014.

“Tu estás acima dos querubins, tu que transformaste a miserável condição do mundo quando te fizeste como nós” (Santo Agostinho)

Amados irmãos,

Ao final do Advento, encontramo-nos para as tradicionais saudações. Dentro de alguns dias teremos a alegria de celebrar o Natal do Senhor; o evento de Deus que se faz homem para salvar os homens; a manifestação do amor de Deus que não se limita a dar-nos algo ou a enviar-nos uma mensagem ou alguns mensageiros, doa-se-nos a si mesmo; o mistério de Deus que toma sobre si a nossa condição humana e os nossos pecados para revelar-nos a sua Vida divina, a sua graça imensa e o seu perdão gratuito. É o encontro com Deus que nasce na pobreza da gruta de Belém para ensinar-nos a potência da humildade. Na realidade, o Natal è também a festa da  luz que não é acolhida pala gente “eleita”, mas pela gente pobre e simples que esperava a salvação do Senhor.

Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos vós – cooperadores, irmãos e irmãs, Representantes pontifícios disseminados pelo mundo – e a todos os vossos entes queridos um santo Natal e um feliz Ano Novo. Desejo agradecer-vos cordialmente, pelo vosso compromisso quotidiano a serviço da Santa Sé, da Igreja Católica, das Igrejas particulares e do Sucessor de Pedro.

Como somos pessoas e não números ou somente denominações, lembro de maneira especial os que, durante este ano, terminaram o seu serviço por terem chegado ao limite de idade ou por terem assumido outras funções ou ainda porque foram chamados à Casa do Pai. Também a todos eles e a seus familiares dirijo o meu pensamento e gratidão.

Desejo juntamente convosco erguer ao Senhor vivo e sentido agradecimento pelo ano que está a nos deixar, pelos acontecimentos vividos e por todo o bem que Ele quis generosamente realizar mediante o serviço da Santa Sé, pedindo-lhe humildemente perdão pelas faltas cometidas “por pensamentos, palavras, obras e omissões”

E partindo precisamente deste pedido de perdão, desejaria que este nosso encontro e as reflexões que partilharei convosco se tornassem, para todos nós, apoio e estímulo a um verdadeiro exame de consciência a fim de preparar o nosso coração ao Santo Natal.

Pensando neste nosso encontro veio-me à mente a imagem da Igreja como Corpo místico de Jesus Cristo. É uma expressão que, como explicou o Papa Pio XII “brota e como que germina do que é frequentemente exposto na Sagrada Escritura e nos Santos Padres”. A este respeito, São Paulo escreveu: “Porque, como o corpo è um todo tendo muitos membros e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Cor 12,12).

Neste sentido, o Concílio Vaticano II lembra-nos que “na edificação do Corpo de Cristo há diversidade de membros e de funções. Um só è o Espírito que, para utilidade da Igreja, distribui seus vários dons segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios (cf. 1 Cor 12,1-11)”. Por isto “Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» - Christus totus -. A Igreja é una com Cristo».

È belo pensar na Cúria Romana como sendo um pequeno modelo da Igreja, ou seja, um “corpo” que procura séria e cotidianamente ser mais vivo, mais sadio, mais harmonioso e mais unido em si mesmo e com Cristo.

Na realidade, a Cúria Romana è um corpo complexo, composto de muitos Dicastérios, Conselhos, Departamentos, Tribunais, Comissões e de numerosos elementos que não têm todos a mesma tarefa, mas são coordenados para um funcionamento eficaz, edificante, disciplinado e exemplar, não obstante as diversidades culturais, linguísticas e nacionais dos seus membros.

Em todo o caso, sendo a Cúria um corpo dinâmico, ela não pode viver sem alimentar-se e sem cuidar de si. De fato, a Cúria – como a Igreja – não pode viver sem ter uma ralação vital, pessoal, autêntica e sólida com Cristo. Um membro da Cúria que não se alimenta cotidianamente com aquele Alimento tornar-se-á um burocrata (um formalista, um funcionalista, um mero empregado): um ramo que seca e pouco a pouco morre e é lançado fora. A oração diária, a participação assídua nos Sacramentos, de modo especial, da Eucaristia e da reconciliação, o contato cotidiano com a palavra de Deus e a espiritualidade traduzida em caridade vivida são o alimento vital para cada um de nós. Que todos nós tenhamos bem claro que sem Ele nada poderemos fazer (cf Jo 15, 8).

Consequentemente, a relação viva com Deus alimenta e fortalece também a comunhão com os outros, ou seja, quanto mais estivermos intimamente unidos a Deus tanto mais estaremos unidos entre nós porque o Espírito de Deus une e o espírito do maligno divide.

A Cúria está chamada a melhorar-se, a melhorar-se sempre e a crescer em comunhão, santidade e sabedoria a fim de realizar plenamente a sua missão. No entanto, ela, como todo corpo, como todo corpo humano, está exposta também às doenças, ao mau funcionamento, à enfermidade. E aqui gostaria de mencionar algumas destas prováveis doenças, doenças curiais. São doenças mais costumeiras na nossa vida de Cúria. São doenças e tentações que enfraquecem o nosso serviço ao Senhor. Penso que nos ajudará o “catálogo” das doenças – nas pegadas dos Padres do deserto, que faziam aqueles catálogos – dos quais falamos hoje: ajudar-nos-á na nossa preparação ao Sacramento da Reconciliação, que será um passo importante de todos nós em preparação do Natal.

1. A doença do sentir-se “imortal”, “imune” ou até mesmo “indispensável” transcurando os controles necessários e habituais. Uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não procura melhorar é um corpo enfermo. Uma visita ordinária aos cemitérios poderia ajudar-nos a ver os nomes de tantas pessoas, algumas das quais pensassem talvez que eram imortais, imunes e indispensáveis! É a doença do rico insensato do Evangelho que pensava viver eternamente (cf Lc 12, 13-21) e também daqueles que se transformam em senhores e se sentem superiores a todos e não a serviço de todos. Esta doença deriva muitas vezes da patologia do poder, do “complexo dos Eleitos”, do narcisismo que fixa apaixonadamente a sua imagem e não vê a imagem de Deus impressa na face dos outros, principalmente dos mais fracos e necessitados. O antídoto para esta epidemia è a graça de nos sentirmos pecadores e de dizer com todo o coração «Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).

2. Outra doença:  doença do “martalismo” (que vem de Marta), da excessiva operosidade: ou seja, daqueles que mergulham no trabalho, descuidando, inevitavelmente, “a melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus (cf Lc 10,38-42). Por isto Jesus chamou os seus discípulos a “descansar um pouco’” (cf Mc 6,31) porque descuidar do descanso necessário leva ao estresse e à agitação. O tempo do descanso, para quem levou a termo a sua missão, è necessário, obrigatório e deve ser lavado a sério: no passar um pouco de tempo com os familiares e no respeitar as férias como momentos de recarga espiritual e física; é necessário aprender o que ensina o Coélet que «para tudo há um tempo» (3,1-15).

3. Há ainda a doença do “empedernimento” mental e spiritual, ou seja, daqueles que possuem um coração de pedra e são de “dura cerviz” (At 7,51-60); daqueles que, com o passar do tempo, perdem a serenidade interior, a vivacidade a audácia e escondem-se atrás das folhas de papel, tornando-se “máquinas de práticas” e não “homens de Deus” (cf Hb 3,12). É perigoso perder a sensibilidade humana necessária que nos faz chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram! É a doença dos que perdem “os sentimentos de Jesus ” (cf Fl 2,5-11) porque o seu coração, com o passar do tempo, endurece e torna-se incapaz de amar incondicionalmente ao Pai e o próximo (cf Mt 22,34-40). Ser cristão, com efeito, significa ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2,5), sentimentos de humildade e de doação, de desapego e de generosidade.

4. A doença do planejamento excessivo e do funcionalismo. Quando o apóstolo planeja tudo minuciosamente e pensa que, fazendo um perfeito planejamento, as coisas efetivamente progridem, tornando-se, assim, um contador ou um comercialista. Preparar tudo bem è necessário, mas sem jamais cair na tentação de querer encerrar e pilotar a liberdade do Espírito Santo, que é sempre maior, mais generosa do que todo planejamento humano (cf Jo 3,8). Cai-se nesta doença porque  «é sempre mais fácil e cômodo adaptar-se às suas posições estáticas e imutadas. Na realidade, a Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que não tem a pretensão de regulamentá-lo e de domesticá-lo… - domesticar o Espírito Santo! - … Ele é frescor, fantasia, novidade».

5. A doença da má coordenação. Quando os membros perdem a comunhão entre si e o corpo perde a sua funcionalidade harmoniosa e a sua temperança, tornando-se uma orquestra que produz barulho, porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e de equipe. Quando o pé diz ao braço: “não preciso de ti”, ou a mão à cabeça: “quem manda sou eu”, causando, assim, mal-estar ou escândalo.

6. Há também a doença do “alzheimer espiritual”: ou seja, o esquecimento da “história da salvação”, da história pessoal com o Senhor, do «primeiro amor» (Ap 2,4). Trata-se de uma perda progressiva das faculdades espirituais que num intervalo mais ou menos longo de tempo causa graves deficiências à pessoa, tornando-a incapaz de exercer algumas atividades autônomas, vivendo num estado de absolta dependência das suas visões, tantas vezes imaginárias. É o que vemos naqueles que perderam a memória do seu encontro com o Senhor; naqueles que não têm o sentido deuteronômico da vida; naqueles que dependem completamente do seu presente, das suas paixões, caprichos e manias; naqueles que constroem em torno de si barreiras e hábitos, tornando-se, sempre mais escravos dos ídolos que esculpiram com suas próprias mãos.

7. A doença da rivalidade e da vanglória. Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias de honra se tornam o objetivo primordial da vida, esquecendo as palavras de São Paulo: «Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses , e sim os dos outros» (Fl 2,1-4). É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos, e a vivermos um falso “misticismo” e um falso “quietismo”. O mesmo São Paulo os define «inimigos da Cruz de Cristo» porque se envaidecem da própria ignomínia e só têm prazer no que é terreno» (Fl 3,19).

8. A doença da esquizofrenia existencial. É a doença dos que vivem uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do vazio espiritual progressivo que formaturas ou títulos acadêmicos não podem preencher. Uma doença que atinge frequentemente aquele que, abandonando o serviço pastoral, se limitam aos afazeres burocráticos, perdendo, assim, o contato com a realidade, com as pessoas concretas. Criam, assim, um seu mundo paralelo, onde colocam à parte tudo o que ensinam severamente aos outros e começam a viver uma vida oculta e muitas vezes dissoluta. A conversão è por demais urgente e indispensável para esta gravíssima doença (cf Lc 15,11-32).

9. A doença das fofocas, das murmurações e do mexerico. Já falei muitas vezes desta doença, mas nunca è suficiente. É uma doença grave, que começa simplesmente, quem sabe, para trocar duas palavras e se apodera da pessoa, transformando-a em  “semeadora de cizânia” (como satanás), e em tantos casos “homicida a sangue frio” da fama dos seus colegas e confrades. É a doença das pessoas velhacas que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam pelas costas. São Paulo nos adverte: «Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes» (Fl 2,14-18). Irmãos, guardemo-nos do terrorismo das maledicências!

10. A doença de divinizar os chefes: é a dos que cortejam os Superiores, esperando obter a benevolência deles. São vítimas do carreirismo e do oportunismo, honrando as pessoas e não a Deus (cf Mt 23,8-12). São pessoas que vivem o serviço, pensando exclusivamente no que devem obter e não no que devem dar. Pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas só pelo seu próprio egoísmo (cf Gal 5,16-25). Esta doença  poderia atingir também os Superiores, quando cortejam alguns seus colaboradores para obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas o resultado final é uma verdadeira cumplicidade.

11. A doença da indiferença para com os outros. Quando alguém pensa somente em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais experto não coloca o seu conhecimento a serviço dos colegas menos expertos. Quando se chega ao conhecimento de algo e o esconde para si, ao invés de compartilhar positivamente com os outros. Quando, por ciúme ou por astúcia, se sente alegria ao ver o outro cair, ao invés de erguê-lo e encorajá-lo.

12. A doença da cara funérea. Quer dizer, das pessoas grosseiras e sisudas que pensam que, para ser sérias, é necessário assumir as feições de melancolia, de severidade e tratar os outros – principalmente os que consideram inferiores – com rigidez, dureza e arrogância. Na realidade, a severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e de insegurança. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa amável, serena e alegre que transmite alegria por toda parte onde quer se encontre. Um coração repleto de Deus è um coração feliz que irradia e contagia de alegria todos os que estão à sua volta: é o que se vê imediatamente! Não percamos, portanto, aquele espírito jovial, cheio de humor, e até autoirônico, que nos torna pessoas amáveis, mesmo nas situações difíceis. Quanto bem nos faz uma boa dose de sadio humorismo! Far-nos-á muito bem recitar muitas vezes a oração de São Tomás Moro: rezo-a todos os dias; me faz bem.

13. A doença de acumular: quando o apóstolo procura preencher um vazio existencial no seu coração, acumulando bens materiais, não por necessidade, mas só para sentir-se seguro. Na realidade, nada de material poderemos levar conosco, porque “a mortalha não tem bolsos” e todos os nossos tesouros terrenos – mesmo que sejam  presentes – jamais poderão preencher aquele vazio; pelo contrário, torná-lo-ão cada vez mais exigente e mais profundo. A estas pessoas o Senhor repete: «Dizes: sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu ... Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te» (Ap 3,17-19). A acumulação só pesa e freia inexoravelmente o caminho! E penso numa anedota: um tempo, os jesuítas espanhóis descreviam que a Companhia de Jesus era como a “cavalaria leve da Igreja”. Lembro-me da mudança de um jovem jesuíta que, enquanto carregava num caminhão os seus muitos bens: bagagens, livros, objetos e presentes, ouvi um velho jesuíta, que estava a observá-lo, dizer com um sorriso sábio: e esta seria a “cavalaria leve da Igreja?”. As nossas mudanças são um sinal desta doença.

14. A doença dos círculos fechados onde a pertença ao grupinho se torna mais forte do que a pertença ao Corpo, e, em algumas situações, ao próprio Cristo. Também esta doença começa sempre de boas intenções, mas com o passar do tempo, escraviza os membros, tornando-se um câncer que ameaça a harmonia do Corpo e causa tanto mal – escândalos – especialmente aos nossos irmãos menores. A autodestruição ou o “tiro amigo” dos camaradas é o perigo mais sorrateiro. É o mal que atinge a partir de dentro; e, como diz Cristo, «todo o reino dividido contra si mesmo será destruído» (Lc 11,17).

15. E a última: a doença do proveito mundano, dos exibicionismos, quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter dividendos humanos ou mais poder; é a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes e, com esta finalidade, são capazes de caluniar, de difamar e de desacreditar os outros, até mesmo nos jornais e nas revistas. Naturalmente para se exibirem e se demonstrarem mais capazes do que os outros. Também esta doença faz muito mal al Corpo porque leva as pessoas a justificar o uso de todo meio, contanto que atinja o seu objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência! E vem-me aqui à mente a lembrança de um sacerdote que chamava os jornalistas para lhes contar – e inventar – coisas privadas e reservadas dos seus confrades e paroquianos. Para ele a única coisa importante era ver-se nas primeiras páginas, porque assim se sentia “potente e convincente”, causando tanto mal aos outros e à Igreja. Pobrezinho!

Irmãos, estas doenças e tais tentações são naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria, comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial  e podem atingir quer em nível individual quer comunitário.

È necessário esclarecer que só o Espírito Santo  - a alma do Corpo Místico de Cristo, como afirma o Credo Niceno-Costantinopolitano: «Creio... no Espírito Santo, Senhor e e vivificador» - pode curar todas as enfermidades. É o Espírito Santo que sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo ou do seu enfraquecimento. É Ele o promotor da harmonia: “Ipse harmonia est”, diz São Basílio. Santo Agostinho diz-nos: «Enquanto uma parte aderir ao corpo, a sua cura não è desesperada; mas o que foi cortado não pode nem curar-se nem sarar».

O restabelecimento è também fruto da consciência da doença e da decisão pessoal e comunitária de tratar-se, suportando pacientemente e com perseverança a terapia.

Somos chamados, portanto – neste tempo de Natal e por todo o tempo do nosso serviço e da nossa existência - a viver «pela prática sincera da caridade , crescendo em todos os sentidos, naquele que é a Cabeça, Cristo. È por Ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe è própria – efetua esse crescimento , visando à sua plena edificação na caridade » (Ef 4,15-16).

Amados irmãos!

Certa vez li que os sacerdotes são como aviões: só fazem notícia quando caem, mas há tantos que voam. Muitos criticam e poucos rezam por eles. É uma frase muito simpática, mas também muito verdadeira, porque delineia a importância e a delicadeza do nosso serviço sacerdotal e quanto mal poderia causar um só sacerdote que “cai”, a todo o corpo da Igreja.

Portanto, para não cair nestes dias em que nos preparamos à Confissão, peçamos à Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, que cure as feridas do pecado que cada um de nós tem no seu coração e que ampare a Igreja e a Cúria a fim de que sejam sadias e saneadoras; santas e santificadoras  para a glória do seu Filho e para a nossa salvação e do mundo inteiro. Peçamos a Ela que nos faça amar a Igreja como a amou Cristo, seu Filho e nosso Senhor, e que tenhamos a coragem de nos reconhecermos pecadores e necessitados da sua misericórdia e que não tenhamos medo de abandonar a nossa mão entre as suas mãos maternais.

 Os melhores votos de um santo Natal a todos vós, às vossas famílias e aos vossos colaboradores. E, por favor, não vos esqueçais de razar por mim! Obrigado de coração!

(Tradução livre de João da Ponte Lopes)

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"Sem medo e vergonha de ser cristão", afirma o Papa ao Oriente Médio

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Cidade do Vaticano (RV) - Leia a íntegra da mensagem que o Papa envio aos cristãos do Oriente Médio, às vésperas do Natal 2014:

 

CARTA DO PAPA FRANCISCO

AOS CRISTÃOS DO MÉDIO ORIENTE

Queridos irmãos e irmãs,

«Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação! Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus» (2 Cor 1, 3-4).

Vieram-me à mente estas palavras do apóstolo Paulo, quando pensei em escrever-vos, irmãos cristãos do Médio Oriente. Faço-o às portas do Santo Natal, sabendo que, para muitos de vós, as notas dos cânticos natalícios serão entremeadas de lágrimas e suspiros. E todavia o nascimento do Filho de Deus na nossa carne humana é um mistério inefável de consolação: «Manifestou-se a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11).

A aflição e a tribulação não faltaram, infelizmente, no passado mesmo recente do Médio Oriente. Mas agravaram-se nos últimos meses por causa dos conflitos que atormentam a Região e, sobretudo, pela actuação duma organização terrorista mais recente e preocupante, de dimensões antes inconcebíveis, que comete toda a espécie de abusos e práticas indignas do homem, atingindo de forma particular alguns de vós que foram brutalmente expulsos das suas terras, onde os cristãos têm estado presentes desde a época apostólica.

Ao dirigir-me a vós, não posso esquecer também outros grupos religiosos e étnicos que sofrem de igual modo a perseguição e as consequências de tais conflitos. Acompanho dia-a-dia as notícias do sofrimento enorme de tantas pessoas no Médio Oriente. Penso especialmente nas crianças, nas mães, nos idosos, nos deslocados e nos refugiados, em quantos padecem a fome, naqueles que têm de enfrentar a dureza do Inverno sem um tecto para se protegerem. Este sofrimento brada a Deus e faz apelo ao compromisso de todos nós por meio da oração e de todo o tipo de iniciativa. Desejo exprimir a todos unidade e solidariedade, minha e da Igreja, e oferecer uma palavra de consolação e de esperança.

A nossa consolação e a nossa esperança, queridos irmãos e irmãs que dais corajosamente testemunho de Jesus na vossa terra abençoada pelo Senhor, é o próprio Cristo. Por isso, encorajo-vos a permanecer unidos a Ele, como ramos à videira, com a certeza de que nem a tribulação, nem a angústia, nem a perseguição vos pode separar d’Ele (cf. Rm 8, 35). Que a prova, que estais a atravessar, fortaleça a fé e a fidelidade de todos vós!

Rezo para que possais viver a comunhão fraterna segundo o exemplo da primitiva comunidade de Jerusalém. Nestes momentos difíceis, é mais necessária do que nunca a unidade desejada por Nosso Senhor; é um dom de Deus que interpela a nossa liberdade e aguarda pela nossa resposta. Que a palavra de Deus, os sacramentos, a oração, a fraternidade alimentem e renovem sem cessar as vossas comunidades.

A situação em que viveis constitui um forte apelo à santidade de vida, como o comprovam santos e mártires das mais diversas confissões eclesiais. Recordo com afecto e veneração os pastores e os fiéis, a quem foi pedido o sacrifício da vida, nos últimos tempos, muitas vezes pelo simples facto de serem cristãos. Penso também nas pessoas sequestradas, incluindo alguns bispos ortodoxos e sacerdotes de diferentes Ritos. Que elas possam, em breve, regressar sãs e salvas às suas casas e comunidades! Peço a Deus que tanto sofrimento, unido à cruz do Senhor, dê bons frutos para a Igreja e para os povos do Médio Oriente.

No meio das hostilidades e conflitos, a comunhão vivida entre vós em fraternidade e simplicidade é um sinal do Reino de Deus. Alegro-me com as boas relações e a colaboração entre os patriarcas das Igrejas Orientais católicas e ortodoxas, bem como entre os fiéis das diferentes Igrejas. Os sofrimentos padecidos pelos cristãos prestam uma contribuição inestimável à causa da unidade. É o ecumenismo do sangue, que requer confiante abandono à acção do Espírito Santo.

Que sempre possais dar testemunho de Jesus através das dificuldades! A vossa própria presença é preciosa para o Médio Oriente. Sois um pequeno rebanho, mas com uma grande responsabilidade na terra onde nasceu e donde irradiou o cristianismo. Sois como o fermento na massa. Acima mesmo das inumeráveis obras da Igreja nos sectores escolástico, sanitário ou assistencial, apreciadas por todos, a maior riqueza para a Região são os cristãos; sois vós. Obrigado pela vossa perseverança!

Outro sinal do Reino de Deus é o vosso esforço por colaborar com pessoas doutras religiões, com os judeus e com os muçulmanos. O diálogo inter-religioso torna-se tanto mais necessário, quanto mais difícil é a situação. Não há outra estrada. O diálogo baseado numa atitude de abertura, na verdade e no amor é também o melhor antídoto contra a tentação do fundamentalismo religioso, que é uma ameaça para os crentes de todas as religiões. Simultaneamente, o diálogo é um serviço à justiça e uma condição necessária para a tão desejada paz.

A maior parte de vós vive num ambiente de maioria muçulmana. Podeis ajudar os vossos concidadãos muçulmanos a apresentarem, com discernimento, uma imagem mais autêntica do Islão, como querem muitos deles que repetem que o Islão é uma religião de paz e pode conciliar-se com o respeito dos direitos humanos e promover a convivência entre todos. Será um bem para eles e para a sociedade inteira. A situação dramática, vivida pelos nossos irmãos cristãos no Iraque, mas também pelos yazidis e os membros de outras comunidades religiosas e étnicas, exige uma tomada de posição clara e corajosa por parte de todos os responsáveis religiosos que condene, de modo unânime e sem qualquer ambiguidade, tais crimes e denuncie a prática de invocar a religião para os justificar.

Caríssimos, quase todos vós sois cidadãos nativos dos vossos países e, por isso, tendes o dever e o direito de participar plenamente na vida e crescimento da vossa nação. Na Região, sois chamados a ser construtores de paz, reconciliação e desenvolvimento, a promover o diálogo, a construir pontes segundo o espírito das Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12), a proclamar o evangelho da paz, prontos a colaborar com todas as autoridades nacionais e internacionais.

Em particular, desejo exprimir a minha estima e a minha gratidão a vós, caríssimos irmãos patriarcas, bispos, sacerdotes, religiosos e irmãs religiosas, que acompanhais com solicitude o caminho das vossas comunidades. Como é preciosa a presença e a acção de quem se consagrou totalmente ao Senhor e O serve nos irmãos, sobretudo nos mais necessitados, testemunhando a sua grandeza e o seu amor infinito! Como é importante a presença dos pastores junto do seu rebanho, sobretudo nos momentos de dificuldade!

A vós, jovens, mando-vos um paterno abraço. Rezo pela vossa fé, pelo vosso crescimento humano e cristão, e para que os vossos melhores projectos se possam realizar. E repito-vos: «Não tenhais medo nem vergonha de ser cristãos. O relacionamento com Jesus tornar-vos-á disponíveis para colaborar sem reservas com vossos compatriotas, independentemente do seu credo religioso» (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, 63).

A vós, idosos, faço chegar os meus sentimentos de estima. Sois a memória dos vossos povos; espero que esta memória seja semente de crescimento para as novas gerações.

Quero encorajar a quantos de vós trabalham nas áreas muito importantes da caridade e da educação. Admiro o trabalho que estais a fazer, especialmente através das Cáritas e com a ajuda das organizações caritativas católicas de vários países, auxiliando a todos sem distinção. Através do testemunho da caridade, ofereceis o mais válido apoio à vida social e contribuis também para a paz de que a Região tem fome como de pão. Mas também no sector da educação está em jogo o futuro da sociedade. Como é importante a educação para a cultura do encontro, para o respeito pela dignidade da pessoa e pelo valor absoluto de cada ser humano!

Caríssimos, embora em número reduzido, sois protagonistas da vida da Igreja e dos países onde viveis. Toda a Igreja está solidária convosco e vos apoia com grande afecto e estima pelas vossas comunidades e a vossa missão. Continuaremos a ajudar-vos com a oração e com os outros meios à disposição.

Ao mesmo tempo, continuo a incitar a Comunidade Internacional para que acorra às vossas necessidades e às das outras minorias que sofrem, antes de mais nada promovendo a paz por meio da negociação e da actividade diplomática, procurando circunscrever e extinguir o mais depressa possível a violência que já causou muito dano. Reitero a mais firme deprecação dos tráficos de armas. Aquilo de que precisamos são projectos e iniciativas de paz a fim de promover uma solução global para os problemas da Região. Quanto tempo deverá ainda sofrer o Médio Oriente por carência de paz? Não podemos resignar-nos aos conflitos, como se não fosse possível uma mudança! No sulco da minha peregrinação à Terra Santa e sucessivo encontro de oração no Vaticano com os Presidentes israelita e palestiniano, convido-vos a continuar a rezar pela paz no Médio Oriente. Quem foi forçado a deixar as suas terras, possa regressar e viver nelas com dignidade e segurança. Que a assistência humanitária possa incrementar-se, sempre colocando no centro o bem da pessoa e de cada país no respeito pela sua identidade própria, sem lhe antepor outros interesses! Que a Igreja inteira e a Comunidade Internacional se tornem cada vez mais conscientes da importância da vossa presença na Região!

Queridas irmãs e irmãos cristãos do Médio Oriente, tendes uma grande responsabilidade e não estais sozinhos a enfrentá-la. Por isso quis escrever-vos para vos encorajar e dizer como são preciosas a vossa presença e a vossa missão nessa terra abençoada pelo Senhor. O vosso testemunho faz-me muito bem. Obrigado! Todos os dias rezo por vós e pelas vossas intenções. Agradeço-vos porque sei que, nos vossos sofrimentos, rezais por mim e pelo meu serviço à Igreja. Muito espero ter a graça de ir pessoalmente visitar-vos e confortar-vos. A Virgem Maria, a Toda Santa Mãe de Deus e nossa Mãe, vos acompanhe e proteja sempre com a sua ternura. A todos vós e às vossas famílias envio a Bênção Apostólica, com votos de que vivais o Santo Natal no amor e na paz de Cristo Salvador.

Vaticano, Dezembro de 2014.

 

 

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Vaticano convida as mulheres ao diálogo

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Cidade do Vaticano (RV) – Inspirando-se na abertura do Papa Francisco, o Pontifício Conselho para a Cultura dedicará sua próxima Plenária às culturas femininas e ao espaço das mulheres na sociedade de hoje, entre igualdade e diferença.

Em vista do evento, de 4 a 7 de fevereiro de 2015, o Pontifício Conselho convida as mulheres a enviarem uma foto ou um vídeo contando seu ponto de vista a respeito de sua feminilidade e sua relação com o corpo e a vida espiritual e eclesial.

Como participar

O vídeo – com no máximo um minuto de duração – ou a foto devem ser postadas nas redes sociais com a  hashtag #LifeofWomen, e o link deve ser enviado  a lifeofwomen2015@gmail.com

As mensagens selecionadas serão projetas na noite de abertura da Plenária, no Teatro Argentina, em Roma, e inseridas num documentário que estará disponível no Youtube.

O prazo para o envio do material é 4 de janeiro.

Os temas da Plenária

“Culturas Femininas: Igualdade e Diferença” é o tema da Plenária do Pontifício Conselho para a Cultura.  de 4 a 7 de fevereiro de 2015.

Entre os argumentos, estão: direitos, mulher pobre e invisível, espiritualidade das mulheres, igualdade e reciprocidade, poder e serviço, intuito e visão, o corpo, as mulheres na Igreja.

O programa prevê quatro sessões:

1) Entre igualdade e diferença: em busca de um equilíbrio

2) A “generatividade” como código simbólico

3) O corpo feminino :entre cultura e biologia

4) As mulheres e a religião: fuga ou novas formas de participação na vida da Igreja?

(BF)

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Beleza e simplicidade do Presépio chega à Santa Marta

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Cidade do Vaticano (RV) – A simplicidade vivida pelo Papa Francisco manifesta-se também nos três presépios montados na Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano. Materiais como ramos, galhos, madeiras, musgos e pedras foram recolhidos nos Jardins Vaticanos para confecionar ao menos um deles.

Simplicidade aliada à beleza e à criatividade. De fato, o Presépio montado no andar térreo da Santa Marta, contempla uma pequena fonte com água corrente e uma dezena de personagens – pequenas estátuas de madeira feitas no século XIX, posicionadas dirigindo-se para um abrigo muito simples, onde Maria e José acolhem o Menino.

Alessandro Di Placidi, encarregado da manutenção da Casa Santa Marta, explicou ao L’Osservatore Romano que ao montar o Presépio, considerou que Jesus quis nascer em um local provisório, quase em ruínas, onde faltava tudo e somente o teto era assegurado.

O presepista imprimiu uma harmonia em toda a ‘obra’, dispondo as luzes de maneira a levar o olhar a fixar a parte mais despojada do abrigo, enquanto vem em mente as palavras de Santa Teresa de Lisieux: “Naquela noite em que Jesus se fez fraco e sofredor  por amor a mim, Ele me tornou forte e corajosa”. O homem se reconcilia com a Criação e a Criatura com o seu Criador. Também a natureza participa desta festa.

Em outro presépio montado, por sua vez, Pasquale Scognamiglio inspirou-se na pintura do dinamarquês Christoffer Wilhelm Eckersberg. O quadro, de 1815, representa uma pequena torre redonda em ‘Tor di Quinto’. Tendo ao fundo uma paisagem rochosa, aparece uma torre circundada por um aglomerado de casas. A disposição dos personagens e do ambiente remetem à campanha romana. Neste cenário surge a pequena gruta em que nasce Jesus. A obra foi presenteada ao Papa pela Paróquia Santa Domitilla, de Latina.

O terceiro presépio está na ante-câmara do apartamento do Papa Francisco, e foi presenteado por um grupo de amigos do presépio de Monte Porzio Catone. Foi montado com o uso de materias de poliestireno, gesso, juta e madeira, com luzes e led para iluminação.  Para representar a Natividade, foram escolhidas estátuas em resina provenientes de Mont’Serrat, na Espanha. (JE)

 

 

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Igreja no Brasil



CNBB leva Natal solidário a crianças de Projeto Social

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Brasília (RV) - Esse ano, os colaboradores que atuam na sede da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, celebram o Natal de forma bem diferente. Ao invés das trocas de presentes e festas, os funcionários decidiram apadrinhar uma criança do Projeto Social “Correndo atrás de um Sonho”, mantido pela entidade.

Mais de 50 crianças são atendidas pelo Projeto, que tem por objetivo o desenvolvimento esportivo e social, por meio de modalidades como atletismo e futebol. A entrega dos presentes foi sábado, 20, com participação dos funcionários da entidade.

O Projeto Social é realizado na comunidade do Incra 08-Brazlândia (DF), a partir da integração da comunidade e fortalecimento dos laços comunitários como meio de superação das vulnerabilidades e riscos sociais existentes no território.

Para o Bispo Auxiliar de Brasília (DF) e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, o tempo do Natal é uma oportunidade para fazer algo em favor do próximo, na acolhida e na fraternidade. O bispo comenta que a iniciativa dos colaboradores da CNBB em presentear e acolher uma criança do Projeto Social é expressão de um verdadeiro Natal.


“A generosidade de Deus leva também a praticarmos a generosidade. Nos tornamos mais próximos e solidários, e conseguimos nos aproximarmos mais uns dos outros, para levar a paz e o perdão. Pois, o Natal é presença de Deus, um Deus pequeno e frágil”, disse.

Ação solidária

O Projeto Social da CNBB “Correndo atrás de um Sonho” nasceu da necessidade de uma atuação mais direta em atenção as pessoas menos favorecidas.
Para assistente social da Conferência, Karoline Duarte, a iniciativa proporciona o acesso das crianças ao esporte educativo, de forma gratuita. “Sobretudo crianças e adolescentes, a formação e o desenvolvimento esportivo e social por meio de modalidades como atletismo e futebol, como ferramenta de promoção do esporte e da cidadania, promovendo, ainda, qualidade de vida e saúde, vinculado ao atendimento social”, explica.

Ainda, de acordo com Karolina, o esporte cumpre papel fundamental de proporcionar uma vida mais saudável, além do fortalecimento de vínculos entre os atletas e a comunidade.

Sobre a ação de Natal da CNBB, ela destaca que Brasília (RV) - Esse ano, os colaboradores que atuam na sede da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, celebram o Natal de forma bem diferente. Ao invés das trocas de presentes e festas, os funcionários decidiram apadrinhar uma criança do Projeto Social “Correndo atrás de um Sonho”, mantido pela entidade.
Mais de 50 crianças são atendidas pelo Projeto, que tem por objetivo o desenvolvimento esportivo e social, por meio de modalidades como atletismo e futebol. A entrega dos presentes foi sábado, 20, com participação dos funcionários da entidade.
O Projeto Social é realizado na comunidade do Incra 08-Brazlândia (DF), a partir da integração da comunidade e fortalecimento dos laços comunitários como meio de superação das vulnerabilidades e riscos sociais existentes no território.
Para o Bispo Auxiliar de Brasília (DF) e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, o tempo do Natal é uma oportunidade para fazer algo em favor do próximo, na acolhida e na fraternidade. O bispo comenta que a iniciativa dos colaboradores da CNBB em presentear e acolher uma criança do Projeto Social é expressão de um verdadeiro Natal.
“A generosidade de Deus leva também a praticarmos a generosidade. Nos tornamos mais próximos e solidários, e conseguimos nos aproximarmos mais uns dos outros, para levar a paz e o perdão. Pois, o Natal é presença de Deus, um Deus pequeno e frágil”, disse.
Ação solidária
O Projeto Social da CNBB “Correndo atrás de um Sonho” nasceu da necessidade de uma atuação mais direta em atenção as pessoas menos favorecidas.
Para assistente social da Conferência, Karoline Duarte, a iniciativa proporciona o acesso das crianças ao esporte educativo, de forma gratuita. “Sobretudo crianças e adolescentes, a formação e o desenvolvimento esportivo e social por meio de modalidades como atletismo e futebol, como ferramenta de promoção do esporte e da cidadania, promovendo, ainda, qualidade de vida e saúde, vinculado ao atendimento social”, explica
Ainda, de acordo com Karolina, o esporte cumpre papel fundamental de proporcionar uma vida mais saudável, além do fortalecimento de vínculos entre os atletas e a comunidade.
Sobre a ação de Natal da CNBB, ela destaca que a iniciativa contribui para a prática da solidariedade dos funcionários. “É chegada a época natalina, para celebrarmos esse momento de alegria, de solidariedade e partilha, semeamos na CNBB uma nova ideia de confraternização, por meio da qual, ao invés de trocarmos presentes entre nós, levaremos o espírito da caridade até aqueles que realmente necessitam”, comenta Karoline.

”, comenta Karoline.

(CM-CNBB)

 

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Igreja na América Latina



Jovens desaparecidos no México: famílias pedem ajuda ao Papa

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Tixtla (RV) – O Núncio apostólico no México, Dom Christophe Pierre, presidiu uma missa pelos 43 estudantes que desapareceram em 26 de setembro em Iguala, no estado de Guerrero, e pela justiça, reconciliação e a paz no México. A cerimônia foi realizada no campo de futebol da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, no município de Tixtla, onde estudavam os 43 jovens.

“O Papa está com vocês”, disse o Núncio aos familiares dos desaparecidos. Em sua homilia, o diplomata admitiu que “é difícil perdoar”, mas que não se pode viver assim; e exortou a “não perder a esperança e a fé”. 

“A Igreja católica partilha desta dor e acompanha as famílias de modo permanente com a oração”, prosseguiu o Arcebispo falando diante de centenas de companheiros dos jovens desaparecidos, do Arcebispo de Acapulco, Carlos Garfias, e do Bispo de Chilpancingo, Alejo Zavala. Depois da missa, os padres se reuniram a portas fechadas com o Núncio Apostólico durante mais de meia hora e lhe entregaram cartas dirigidas ao Papa Francisco.

As famílias dos estudantes desaparecidos pedem a intervenção do Pontífice para dar mais visibilidade ao caso. Francisco aludiu ao episódio em duas ocasiões, sendo a última na audiência geral de 12 de novembro. 

Na Praça São Pedro, Bergoglio se disse próximo de todos os mexicanos nos "momentos dolorosos" que estão vivendo e fez uma denúncia da dramática realidade e da criminalidade no México.

Versão oficial

Os 43 jovens desapareceram na noite de 26 de setembro na sequência de um tiroteio entrre policiais, presumivelmente comandados pelo então Prefeito da localidade de Iguala, José Luis Abarca. Na troca de tiros, morreram 6 pessoas e 25 se feriram. Segundo o inquérito oficial, os jovens foram detidos e entregues ao Cartel Guerreros Unidos, que provavelmente os executou, queimando os corpos num campo do município de Cocula. Os familiares não acreditam nesta versão.

O desaparecimento dos estudantes gerou uma crise de credibilidade no Governo que impactou negativamente a imagem do Presidente Enrique Peña Nieto no resto do mundo.  

(CM)

 

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Igreja no Mundo



Belém prepara-se para celebrar o Natal

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Jerusalém (RV) – As autoridades israelenses concederam 700 passes aos cristãos de Gaza para que possam celebrar o Natal em Belém. Outros 25 mil foram distribuídos aos cristãos de toda Cisjordânia, informou o Bispo Auxiliar de Jerusalém e Vigário Patriarcal para a Palestina, Dom William Shomali.

“Um número de permissões maiores do que no ano passado”, constatou o prelado, fato que poderia ser explicado como “um ’efeito Papa Francisco’, não obstante ninguém o diga. Esperamos que todos aqueles que possuem os passes possam deslocar-se livremente e que não existam problemas nos check-point. Muitos de nossos cristãos não veem seus familiares há anos por causa do Muro israelense”, observou. Outros 200 palestinos foram autorizados a partir do Aeroporto de Tel-Aviv ao invés de Amã, na Jordânia.

Nas próximas duas semanas, de fato, Belém torna-se a capital da cristandade. A cidade está repleta de luzes e são muitos os peregrinos que chegam, explica Dom Shomali. E se por um lado “a presença deles é uma injeção de oxigênio para a economia da cidade e para os nossos cidadãos, por outro isto não deve nos fazer esquecer a gravidade da situação pela qual atravessa a cidade, que está cheia de grandes out-doors que dizem: ‘Tudo o que queremos é justiça’”.

O ponto alto da celebração começa às 13 horas do dia 24, quando o Patriarca Latino, Fouad Twal, irá em seu carro de Jerusalém até Belém. Duas horas e meia para percorrer somente dez quilômetros. Ao longo da estrada os policiais israelenses deixarão os semáforos todos verdes. Ao chegar ao Mosteiro de São Elias, que marca o início da cidade de Belém, as autoridades civis e religiosas da cidade acompanharão o Patriarca, seguindo um antigo trajeto percorrido pelos Patriarcas. Esta estrada – agora chamada de Highway 60 -, atravessa o país bíblico de norte a sul e foi percorrida pelos Patriarcas Abraão, Isaac e Jacó. O trajeto seguirá até o túmulo de Raquel onde o Patriarca será saudado pelos sacerdotes da cidade.

A etapa seguinte contempla a chegada do Patriarca à Igreja da Natividade, onde será recebido pelo Padre guardião do Convento Franciscano da Igreja da natividade. Alí o Dom Fouad Twal abrirá a “Porta da Humildade” para depois celebrar as Vésperas, antes do Ofício da Natividade. Ao final, o Patriarca se retira, à espera da tradicional Missa da meia-noite, celebrada na presença das mais altas Autoridades Palestinas e representantes do Corpo Diplomático, fiéis e e peregrinos. (JE)

 

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Governo do Curdistão iraquiano declara 25 de dezembro feriado

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Irbil (RV) – O governo da região autônoma do Curdistão iraquiano proclamou o 25 de dezembro como dia festivo, para expressar de maneira pública a solidariedade das instituições e de toda a sociedade para com os cristãos, por ocasião da celebração do Natal. Naquele dia – reporta a Agência Fides – todos os funcionários das instituições públicas da região, incluindo as escolas, observarão um dia de repouso.

O Porta-voz do governo, Sven Dzia, publicou uma mensagem de felicitações no site do Governo regional, dirigida a “todos os irmãos cristãos no Curdistão, no Iraque e em todo o mundo”, assegurando um ano de paz, segurança e estabilidade.

Já nesta terça-feira, os sacerdotes caldeus presentes em Irbil e arredores – incluídos os fugidos de Mosul e da Planície de Nínive – reuniram-se com os seus bispos para um dia de retiro espiritual em preparação ao Natal.

“A decisão das autoridades do Curdistão iraquiano testemunha atenção e proximidade pelos nossos sofrimentos. Os líderes políticos do Curdistão repetem que farão o possível para liberar as cidades e os povoados dos quais fomos obrigados a fugir”, declarou o sacerdote Paolo Thabit Mekko, obrigado a abandonar Mosul após a conquista da cidade pelos jihadistas do Estados Islâmico. “Nos preparamos para o Natal”, acrescentou, pedindo a Jesus “para trazer a paz e a consolação aos nossos corações. Nos comoveu a mensagem que o Papa Francisco nos enviou há alguns dias e esperemos que  tenham outras”. (JE)

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Atualidades



Kirchner e Bachelet no Vaticano para comemorar Tratado de Beagle

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco convidou as Presidentes da Argentina e Chile, Cristina Fernandez de Kirchner e Michelle Bachelet, respectivamente, para participar em janeiro próximo, no Vaticano, das celebrações do 30º aniversário do Tratado que colocou fim à disputa pelo Canal de Beagle, no extremo sul da América. O tratado de paz foi fruto da intermediação de João Paulo II.

O convite – reporta a mídia argentina – foi feito durante o encontro do Papa Francisco com o novo Embaixador argentino junto à Santa Sé, Eduardo Valdes. As autoridades de Buenos Aires já trabalham na logística para a viagem  da Presidente Cristina a Roma, que, pela quinta vez, encontrará Francisco.

Da parte chilena não houve ainda nenhuma confirmação oficial, mas dá-se como certa a aceitação do convite por parte de Bachelet.

Em 1978, a ditadura militar argentina reivindicou a soberania de três ilhas do Canal de Beagle. Um conflito com o Chile só foi evitado graças à mediação do Vaticano, o que levou à assinatura de um Tratado de Paz e Amizade, em 29 de novembro do mesmo ano. (EFE - JE)

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Logoterapia como um dos melhores métodos para aplicar nos seminários

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Campo Grande (RV) - Reconhecer a dimensão espiritual na busca de uma resposta à vocação de cada ser humano, alinhada aos pensamentos da fé católica. A Logoterapia é uma abordagem terapêutica e educativa que desenvolve o sentido de responsabilidade, criatividade e espírito de liderança através das potencialidades espirituais. Segundo o Arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, um dos melhores métodos para ser aplicado nos seminários. No Brasil, a Arquidiocese de Campo Grande em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco oferece uma Pós-Graduação nesse âmbito. É o segundo curso desse gênero – com titulação acadêmica – realizado no Brasil. A reportagem é de Andressa Collet: 

Outras informações e inscrições pelo site da universidade.

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CNBB sobre Comissão da Verdade: "O trabalho não terminou"

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Cidade do Vaticano (RV) – A verdade como um todo ainda não veio à tona: esta é a análise do Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, a respeito do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, apresentado neste mês de dezembro.

Instalada em maio de 2012, a Comissão foi criada para apurar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988. Foram mais de 1100 os depoimentos coletados em dois anos, de norte a sul do Brasil.

O ponto de vista da CNBB

Dom Leonardo esteve na apresentação do relatório, no último dia 10, mas ressalta que se quisermos uma sociedade brasileira reconciliada com aquele período, precisamos encontrar as pessoas desaparecidas.

“Não chegamos a toda à verdade. Não podemos parar por aí. Se quisermos uma sociedade brasileira reconciliada com aquele período, precisamos encontrar essas pessoas. Os familiares têm direito de saber, têm direito de chorar os seus mortos, mas têm direito também de acalmar a dor sabendo onde essas pessoas foram parar e como foram parar em determinados lugares ou como foram mortas. É um direito que esses nossos irmãos e irmãs têm”, declarou Dom Leonardo ao Programa Brasileiro.

Outro elemento importante, segundo ele, é começar a refletir sobre este passado recente com os jovens, “que não passaram pelo horror do tempo da ditadura”.

Clique acima para ouvir a reportagem completa.

(BF)

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