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Sumario del 01/01/2015

Papa e Santa Sé

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "Cristo e sua Mãe, Cristo e a Igreja são inseparáveis"

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste 1º dia de 2015, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro a Missa por ocasião da Solenidade da Mãe de Deus. Em sua homilia, o Papa recordou que “nenhuma criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar”. O Papa reiterou que “assim como Cristo e sua Mãe são inseparáveis”, “igualmente são inseparáveis Cristo e a Igreja”.

Francisco observou que entre Cristo e sua Mãe existe uma relação estreitíssima, como entre cada filho e sua mãe: “ A carne de Cristo, disse ele, foi tecida no ventre de Maria”. Maria, escolhida para ser a Mãe do Redentor, compartilhou intimamente toda a sua missão, até o calvário:

“Maria está assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu coração, nos seus projetos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a chegada daquela «plenitude do tempo» (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe”.

Igualmente inseparáveis são Cristo e a Igreja – disse o Papa – observando que  não se pode compreender a salvação realizada por Jesus sem considerar a maternidade da Igreja:

“Separar Jesus da Igreja seria querer introduzir uma «dicotomia absurda», como escreveu o Beato Paulo VI. Não é possível «amar a Cristo, mas sem amar a Igreja, ouvir Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo mas fora da Igreja». Na verdade, é precisamente a Igreja, a grande família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa fé não é uma doutrina abstracta nem uma filosofia, mas a relação vital e plena com uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho unigénito de Deus que Se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar e que está vivo no meio de nós. Onde podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na Igreja. É a Igreja que diz hoje: «Eis o Cordeiro de Deus»; é a Igreja que O anuncia; é na Igreja que Jesus continua a realizar os seus gestos de graça que são os sacramentos”.

A ação e missão da Igreja, observou o Santo Padre, exprimem a sua maternidade:

“De fato, ela é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas interpretações, dos nossos humores”.

Maria, disse o Papa, é “aquela que abre a estrada da maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os povos”.

Ao concluir, o Pontífice recordou o Dia Mundial da Paz, celebrado no 1º dia do ano, pedindo que “o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz nos corações, paz nas famílias, paz entre as nações”.  Ao recordar que o tema deste ano «Já não escravos, mas irmãos», Francisco disse:

“Todos somos chamados a ser livres, todos chamados a ser filhos; e cada um chamado, segundo as próprias responsabilidades, a lutar contra as formas modernas de escravidão. Nós todos, de cada nação, cultura e religião, unamos as nossas forças. Que nos guie e sustente Aquele que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso servo”. (JE) 

 

Eis a homilia do Papa Francisco na íntegra:

"Hoje voltam à mente as palavras com que Isabel pronunciou a sua bênção sobre a Virgem Santa: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 42-43).

Esta bênção está em continuidade com a bênção sacerdotal que Deus sugerira a Moisés para que a transmitisse a Aarão e a todo o povo: «O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça. O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz» (Nm 6, 24-26). Ao celebrar a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a Igreja recorda-nos que Maria é a primeira destinatária desta bênção. N’Ela tem a sua realização perfeita: na verdade, mais nenhuma criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar.

E, para além de contemplar a face de Deus, podemos também louvá-Lo e glorificá-Lo como os pastores, que regressaram de Belém com um cântico de agradecimento depois de ter visto o Menino e a sua jovem mãe (cf. Lc 2, 16). Estavam juntos, como juntos estiveram no Calvário, porque Cristo e sua Mãe são inseparáveis: há entre ambos uma relação estreitíssima, como aliás entre cada filho e sua mãe. A carne de Cristo – que é charneira da nossa salvação (Tertuliano) – foi tecida no ventre de Maria (cf. Sal 139/138, 13). Tal inseparabilidade é significada também pelo facto de Maria, escolhida para ser Mãe do Redentor, ter compartilhado intimamente toda a sua missão, permanecendo junto do Filho até ao fim no calvário.

Maria está assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu coração, nos seus projectos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a chegada daquela «plenitude do tempo» (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe.

Igualmente inseparáveis são Cristo e a Igreja, e não se pode compreender a salvação realizada por Jesus sem considerar a maternidade da Igreja. Separar Jesus da Igreja seria querer introduzir uma «dicotomia absurda», como escreveu o Beato Paulo VI (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 16). Não é possível «amar a Cristo, mas sem amar a Igreja, ouvir Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo mas fora da Igreja» (Ibid., 16). Na verdade, é precisamente a Igreja, a grande família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa fé não é uma doutrina abstracta nem uma filosofia, mas a relação vital e plena com uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho unigénito de Deus que Se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar e que está vivo no meio de nós. Onde podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na Igreja. É a Igreja que diz hoje: «Eis o Cordeiro de Deus»; é a Igreja que O anuncia; é na Igreja que Jesus continua a realizar os seus gestos de graça que são os sacramentos.

Esta acção e missão da Igreja exprimem a sua maternidade. Na verdade, ela é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas interpretações, dos nossos humores.

Amados irmãos e irmãs! Jesus Cristo é a bênção para cada homem e para a humanidade inteira. Ao dar-nos Jesus, a Igreja oferece-nos a plenitude da bênção do Senhor. Esta é precisamente a missão do povo de Deus: irradiar sobre todos os povos a bênção de Deus encarnada em Jesus Cristo. E Maria, a primeira e perfeita discípula de Jesus, modelo da Igreja em caminho, é Aquela que abre esta estrada de maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os povos.

Que esta Mãe doce e carinhosa nos obtenha a bênção do Senhor para a família humana inteira! Hoje, Dia Mundial da Paz, invoquemos de modo especial a sua intercessão para que o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz nos corações, paz nas famílias, paz entre as nações. Este ano, a mensagem especial para o Dia Mundial da Paz reza: «Já não escravos, mas irmãos». Todos somos chamados a ser livres, todos chamados a ser filhos; e cada um chamado, segundo as próprias responsabilidades, a lutar contra as formas modernas de escravidão. Nós todos, de cada nação, cultura e religião, unamos as nossas forças. Que nos guie e sustente Aquele que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso servo!"

 

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Papa no Angelus diz que "a paz é possível e a oração é a raiz da paz!"

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Cidade do Vaticano (RV) -  Ao meio-dia deste 1º de janeiro de 2015 o Papa Francisco assomou à janela do apartamento Pontifício para recitar a Oração mariana do Angelus com os milhares de fieis que lotavam a Praça São Pedro, a Praça Pio XII e a Via da Conciliação. Num domingo de clima festivo, céu azul e muito frio, o Papa recordou a maternidade de Maria, nossa filiação divina e que “a paz é possível. A oração é a raiz da paz”.

Na reflexão que precede a oração do Angelus, o Papa ressaltou a expressão paulina “nascido de uma mulher”, que revela de maneira essencial e “por isto ainda mais forte” a “verdadeira humanidade do Filho de Deus”, referindo-se após à expressão “nascido sob a Lei”, extraída da Carta de Paulo aos Gálatas:

“Com esta expressão, ele sublinha que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista. A lei, de fato, privada de graça, torna-se um jugo insuportável, e ao invés de nos fazer bem, nos faz mal. Eis então porque Deus nos envia o seu Filho à terra, para fazer-se homem: uma finalidade de libertação, antes ainda, de regeneração. De libertação para resgatar os que estavam sob a lei (...), mas sobretudo de regeneração, para que recebéssemos a adoção de filhos”.

A este ponto Francisco recorda que esta “estupenda passagem” de sermos incorporados em Cristo, tornando-nos realmente filhos, ocorre com o Batismo, que nos torna membros vivos em Cristo e nos insere na sua Igreja:

“No início de um novo ano nos fará bem recordar o dia de nosso Batismo. Redescubramos o presente recebido naquele Sacramento que nos regenerou na vida nova, a vida divina. E isto por meio da Mãe Igreja, que tem como modelo a Mãe Maria. Graças ao Batismo fomos introduzidos na comunhão com Deus e não estamos mais sob o poder do mal e do pecado, mas recebemos o amor, a ternura, a misericórdia do Pai celeste”.

O Papa aproveitou a ocasião para repetir um questionamento já feitos em outras oportunidades:

“Vos pergunto novamente: ‘Quem de vocês recorda o dia em que foi batizado? Para aqueles que não recordam a data de seu Batismo, dou uma tarefa para fazer em casa: procurar a data e guardá-la bem no coração. Vocês podem pedir ajuda aos pais, ao padrinho, à madrinha, aos tios, aos avós... O dia no qual fomos batizados é um dia de festa! Recordem ou procurem a data de vosso Batismo, será muito bonito para agradecer a Deus o dom do Batismo”.

O Papa recordou então que a proximidade de Deus da nossa existência nos dá a verdadeira paz, “um dom divino que queremos implorar de forma especial hoje, Dia Mundial da Paz”:

“Eu leio alí: ‘A paz é sempre possível’. Sempre é possível a paz! Devemos buscá-la...E naquela parte leio: ‘Oração é a raiz da paz’. A oração é justamente a raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração é a raiz da paz. A oração faz brotar a paz. Hoje é o Dia Mundial da Paz, “Não mais escravos, mas irmãos”: eis a Mensagem deste dia. Porque as guerras nos fazem escravos, sempre. Uma mensagem que nos envolve a todos. Todos somos chamados a combater todo tipo de escravidão e a construir fraternidade. Todos, cada um segundo a sua própria responsabilidade”.

Ao concluir, o Papa apresenta a “Maria Mãe de Deus e Mãe nossa”, todos os nossos propósitos de bem, pedindo que ela “estenda sobre nós em todos os dias do ano novo o manto de sua materna proteção”:

“E vos convido todos a saudar hoje Nossa Senhora como Mãe de Deus. Saudá-la com aquela saudação: ‘Santa Mãe de Deus!’. Como foi aclamada pelos fiéis da cidade de Éfeso, no início do cristianismo, quando na entrada da Igreja gritavam aos seus pastores esta saudação dirigida a maria: ‘Santa Mãe de Deus! Todos juntos repitamos: “Santa Mãe de Deus!”.

Após recitar o Angelus, o Papa dirigiu sua saudação a todos os presentes vindos de várias partes do mundo, em particular, “às dioceses no mundo inteiro que promoveram momentos de oração pela paz”, recordando também as diversas iniciativas pela paz.

Ao final, a Praça São Pedro uniu-se através de um colegamento vídeo com a cidade de Rovereto, no Trentino, onde um grande sino chamado de “Maria Dolens”, confecionado para honrar os caídos em todas as guerras, repicou por alguns minutos. O sino foi abençoado por Paulo VI em 1965. “Que seja um auspício de que nunca mais existam guerras, mas sempre o desejo e empenho de paz e de fraternidade entre os povos”, afirmou o Santo Padre. (JE)

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Papa Francisco: mensagem pelos 450 anos do Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro (RV) - Querido povo brasileiro,

É com grande alegria que me dirijo a vocês, às vésperas do Ano Novo, que marcará o início das comemorações pelos 450 anos de fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, para saudar, numa tão feliz circunstância, o amado povo carioca, que me recebeu de braços abertos por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013, e acender o novo sistema de iluminação da Estátua do Cristo, como fez o Beato Papa Paulo VI há cinquenta anos, simbolizando a luz que o Senhor quer acender nas nossas vidas.

Quatrocentos e cinquenta anos já representam uma venerável história; a história de um povo corajoso e alegre que nunca se deixou abater pelas dificuldades, a exemplo de seu santo padroeiro, o Mártir romano Sebastião, que mesmo depois de ter sido alvejado por flechas e dado como morto, não deixou de dar testemunho de Cristo aos seus contemporâneos; a história de uma cidade que desde o seu nascimento esteve marcada pela fé. Querido povo carioca: «crê em Deus, e Ele cuidará de ti; endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Conserva o seu temor, e n’Ele envelhecerás» (Eclo 2,6)!

Hoje, se pudéssemos nos colocar na perspectiva do Cristo Redentor, que do alto do Corcovado domina a geografia da cidade, o que é que nos saltaria aos olhos? Sem dúvida, em primeiro lugar, a beleza natural que justifica seu título de Cidade Maravilhosa; porém, é inegável que, do alto do Corcovado, percebemos igualmente as contradições que mancham esta beleza. Por um lado, o contraste gerado por grandes desigualdades sociais: opulência e miséria, injustiças, violência... Por outro, temos o que poderíamos chamar de cidades invisíveis, grupos ou territórios humanos que possuem registros culturais particulares. Às vezes parece que existem várias cidades, cuja coexistência nem sempre é fácil numa realidade multicultural e complexa. Mas, diante deste quadro, não percamos a esperança! Deus habita na cidade! Deus habita na cidade! Jesus, o Redentor, não ignora as necessidades e sofrimentos de quantos estão aqui na terra! Seus braços abertos nos convidam a superar estas divisões e construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz.

E qual seria o caminho a seguir? Não podemos ficar “de braços cruzados”, mas abrir os braços, como o Cristo Redentor. Por isso, o caminho começa pelo diálogo construtivo. Pois, «entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos somos povo» (Discurso à classe dirigente do Brasil, 26 de julho de 2013). Neste sentido, é preciso reconhecer que, independentemente do seu grau de instrução ou de riqueza, todas as pessoas têm algo para contribuir na construção de uma civilização mais justa e fraterna. De modo concreto, creio que todos podem aprender muito do exemplo de generosidade e solidariedade das pessoas mais simples; aquela sabedoria generosa de saber “colocar mais água no feijão”, da qual o nosso mundo ressente tanto.

Queridos amigos, tenho a certeza de que a Cidade Maravilhosa tem muito a oferecer ao Brasil e ao mundo. Por isso, ao acender as luzes do Corcovado, faço minhas, as palavras pronunciadas pelo Beato Papa Paulo VI, no dia 1º de janeiro de 1965: que «esta luz, iluminando a cidade do Rio de Janeiro, se espalhe por todo o Brasil» (Paulo VI, Insegnamenti, III).

Assim, depositando aos pés de Nossa Senhora Aparecida estes votos e agradecendo ao Cardeal Dom Orani Tempesta pela oportunidade de poder lhes dirigir esta mensagem, felicito todos os cariocas e o povo brasileiro por esta “festa de aniversário”, pedindo, por favor, que rezem sempre por mim. E desejando um feliz ano de dois mil e quinze, a todos e cada um envio a minha Bênção Apostólica. Obrigado. (SP)

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Atualidades



Reflexão para a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

No mesmo século, século IV, já ensinava o Bispo Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina Escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão.

Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de Igreja como Nestório, Patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo existam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura, porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe de Deus.

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Dia Mundial da Paz: Já não mais escravos, mas irmãos

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Cidade do Vaticano (RV) – “Já não mais escravos, mas irmãos”: este é o tema do 48º Dia Mundial da Paz, que a Igreja celebra em 1º de janeiro.

O tema da luta contra a escravidão no mundo contemporâneo foi uma escolha do Papa Francisco. Em várias ocasiões, o Pontífice classificou esta prática como uma chaga do século XXI, convocando especialistas para discutir a questão e elaborar ações de combate ao tráfico humano.

"A escravidão tem muitos rostos abomináveis: o tráfico de seres humanos, o tráfico de imigrantes e a prostituição, a escravidão no trabalho, a exploração do homem pelo homem (...). Os indivíduos e os grupos especulam sobre esta escravidão, beneficiando-se dos conflitos no mundo, do contexto de crise econômica e da corrupção", escreve Francisco.

Para um comentário à Mensagem, a Rádio Vaticano contatou a coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, Ir. Eurides Alves de Oliveira. Esta Rede atua no enfretamento e na prevenção do tráfico no Brasil, em coordenação com a rede internacional da vida consagrada.

Ir. Eurides ressalta três aspectos da mensagem de Francisco, sendo o primeiro deles a fundamentação, quando o Papa afirma que “a escravidão tem a sua raiz na queda da fraternidade, do reconhecimento do outro como irmão. Ele traz toda a fundamentação bíblica da criação, cita Caim e Abel. Mas esta queda da fraternidade, ou seja, da humanidade que fere o projeto de Deus que está na raiz, é uma causa ontológica geradora dessas relações de escravidão, de superioridade, de domínio de uns sobre os outros. Na perspectiva humana, eu acho que é um grande desafio para sociedade hoje voltar a sentir-se semelhante um ao outro”.

O segundo aspecto identificado pela Ir. Eurides é o diagnóstico traçado “com muita propriedade” pelo Pontífice sobre a escravidão do século 21: “O trabalho escravo de crianças, adolescentes e adultos; a exploração sobretudo de mulheres e crianças para a prostituição; e a questão da imigração não em si, mas a migração forçada pelas zonas de pobreza e de miséria. Ele diz que isso não acontece por acaso, mas é fruto de um sistema estruturado no poderio, na concentração de bens e de poder de uma minoria, gerando zonas de pobreza, de miséria. Trabalhar nessas questões significa superar essas causas estruturais.”

Por fim, o enfrentamento ao problema e o engajamento da Igreja: “Essa engenharia de morte muito bem articulada só pode ser enfrentada em rede, com o compromisso de todo o mundo, e o Papa valoriza de uma forma muito bonita a ação da vida religiosa consagrada. Deu-me uma alegria muito grande sentir que nosso pequeno trabalho da Rede Um Grito pela Vida, somando também com o de tantas outras congregações, com a rede da vida religiosa no mundo, tem sido sinal da possibilidade de romper gradativamente com essas estruturas de morte, que gera o tráfico humano e provoca sofrimento a tantas pessoas. É uma alegria muito grande ver a Igreja, representada mundialmente na pessoa do Papa Francisco, se preocupando de fato com esta questão que, no momento atual, é um crime de larga escala e acho que é o sinal dos tempos e o apelo teológico e histórico mais profundo que a gente tem no interior da humanidade”.

Clique acima para ouvir.

(BF)

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Esforços pela paz do Papa devem ser ouvidos por todos, diz líder muçulmano

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Manila (RV) - «Os esforços do Papa Francisco pela paz e o bem da humanidade devem ser ouvidos e apoiados por todos os seres humanos, sem distinção de religião ou credo. No específico, convido os meus irmãos e fiéis muçulmanos a ouvir e a compreender as palavras do Pontífice: devem ser seguidas se quisermos vencer o terrorismo". Foi o que declarou o Chefe do Conselho dos Imames das Filipinas, Ebra M. Moxsir al-Haj, na entrevista televisiva ao programa "Know the Truth”, que foi ao ar neste primeiro dia do ano de 2015, por ocasião da visita que o Papa realizará ao país.

O líder islâmico, que também é capelão das Forças Nacionais de Polícia, destacou a importância de "dar boas-vindas sinceras ao Pontífice e apoiar os seus apelos pela cooperação inter-religiosa. Francisco - declarou ele - nos impele a caracterizar as relações entre as religiões na sinceridade e  na boa vontade. Este é o único caminho para a paz. Eu apoio com força a sua posição contra o extremismo, que não se deterá diante de nada se não diante da paz entre as religiões".

Segundo Moxsir al-Haj, "os bons cristãos e os bons muçulmanos querem a paz e a coexistência. Neste sentido, é muito importante o papel da educação, sobretudo religiosa: se os nossos irmãos e as nossas irmãs são bem educados na própria fé, então não são tentados pelos extremistas religiosos".

O Papa Francisco estará na Ásia de 12 a 19 de janeiro de 2015, começando sua Visita Apostólica pelo Sri Lanka, seguindo após para as Filipinas. (JE)

 

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