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Sumario del 02/01/2015

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Igreja na América Latina



Pronto o processo de canonização de Romero

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San Salvador (RV) - O Bispo Auxiliar de San Salvador, Dom Gregorio Rosa Chávez, afirmou em uma entrevista ao Canal salvadorenho 21 que foram cumpridos todos os requisitos para a canonização de Dom Óscar Arnulfo Romero e mostrou confiança de que poderá ser realizada o mais breve possível, ainda em 2015.

Santo pelas mãos de Francisco

O prelado afirmou que a Igreja Católica salvadorenha ficaria muito contente se fosse o próprio Papa Francisco a presidir a Missa de canonização do mártir salvadorenho."O Papa está convencido da santidade de Dom Romero - afirmou  o prelado -, por isto solicitou a aceleração do processo e está seguro de que é um passo que deve ser dado...mas a boa notícia é que a canonização está a caminho".Dom Rosa Chávez manifestou esperança de que durante a visita do Papa aos Estados Unidos e México, programada para setembro de 2015, tenha espaço na agenda para "una escapadita" a El Salvador para santificar Dom Romero.

Dom Óscar Romero foi assassinado durante a celebração de uma Missa na Catedral de San Salvador, em 24 de março de 1980. (JE)

 

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Igreja no Mundo



Padre brasileiro em Gaza relata efeito da guerra nas crianças

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Cidade do Vaticano (RV) – A chegada de 2015 representou um alívio para os católicos que residem na Faixa de Gaza, já que o ano precedente foi marcado pela guerra de 52 dias que eclodiu no mês de julho.

A paz, portanto, é o principal anseio da população, como relata ao Programa Brasileiro o Vice-Pároco da Paróquia da Sagrada Família, o brasileiro Pe. Mario da Silva, única paróquia católica de toda a Faixa de Gaza. Pe. Mario é membro do Instituto do Verbo Encarnado e mora há dois anos e meio na região.

Ouça a entrevista exclusiva à Rádio Vaticano:

 

Talvez o motivo principal da comemoração seja ter passado o ano de 2014, que para gente foi bem difícil, principalmente pela guerra, mas também por todas as necessidades que se passaram durante este ano: os preços aumentaram muito, pouco trabalho e, agora, o frio, com 400 mil pessoas quase sem casa e muito sofrimento. O que esperamos para 2015 é principalmente a paz, é o que pedimos em todas as missas que celebramos e, ainda mais concretamente, que se comece os trabalhos de reconstrução de tudo aquilo que foi destruído, quase 30 km de fronteira de casas.

Diante um panorama de destruição, que futuro têm essas crianças?

As crianças crescem em grande pobreza e numa situação de grande ódio. Porque se sentem presos, justamente, e assim crescem. Além disso, as crianças que têm seis, sete, oito anos já passaram por três guerras. Pequenas guerras, mas três guerras. E todas elas contam pequenas histórias que talvez sirvam para ilustrar o que as crianças sofrem. Por exemplo, depois da guerra, muitas crianças quando voltam da escola, voltam tristes, recuadas, e quando escutam a sirene que anuncia o recreio, muitas delas se jogam embaixo das carteiras, das mesas, porque estão acostumadas em tempo de guerra a escutar barulho e sirenes e vão se proteger. Outro caso concreto: uma criança que tinha tanto medo das bombas que explodiam bem perto de sua casa que começou a perder todo o trabalho. Somente agora, três meses depois, ela começa a recuperar um pouco do cabelo. E situações de muito medo. Também os pais dessas crianças tentam protegê-las. Por exemplo, quando explode uma bomba na guerra, eles gritavam: gol do Barcelona! Para tentar disfarçar um pouco o que seria o terror da guerra.

O Papa Francisco escreveu recentemente uma carta aos cristãos do Oriente Médio. Como sentem esta proximidade e esta preocupação por parte do Papa?

Os cristãos do Oriente Médio sentem um amor especial pelo Papa Francisco, pela grande preocupação que ele sente por nós. Não somente por esta carta, mas também nos discursos que ele faz, nos constantes apelos pela paz. Ontem, no primeiro discurso do ano, ele pediu pela paz no Oriente Médio e isso dá uma força muito especial para a gente. Nós sabemos que o Papa, principalmente através da oração, mas não só, inclusive com ajudas materiais por meio de instituições, tem ajudado muito os cristãos do Oriente Médio. Por isso, aqui deixo publicamente o meu agradecimento ao Papa Francisco por toda sua preocupação pela nossa Igreja aqui no Oriente Médio.

(BF)

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Patriarca Latino de Jerusalém: não se impõe a paz com a força

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Jerusalém (RV) - “A Paz è um dom celeste que não se pode comprar, nem importar, e muito menos impor com a força; é um dom confiado aos homens que devem merecê-lo para poder realiza-lo.” Foi o que reiterou o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, que nesta quinta-feira, em Jerusalém – reporta a agência Sir – celebrou a solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz.

Cristãos: sinal de fraternidade no Oriente Médio

“Nós cristãos – disse – devemos ser sinal vivo de fraternidade, sobretudo aqui no coração do Oriente Médio atormentado e ferido. Ser irmãos requer de nós uma caridade gratuita e uma solidariedade sem confins. É o que procuramos viver com os nossos irmãos refugiados na Jordânia, provenientes da Síria e do Iraque.” Um desafio, acrescentou Dom Twal, “que se tornou ainda maior pelo fato de a nossa região encontrar-se às presas de extremistas religiosos. Esta terra cuja vocação é tão alta, é dilacerada por políticas cujos problemas não são os do nosso povo”.

A Paz e a Justiça têm um nome: Jesus Cristo

Daí, o apelo do Patriarca à oração. “Em meio a todos estes fatos de grande violência, sobretudo aqui em Jerusalém, Cidade Três Vezes Santa, não podemos ceder ao desencorajamento, nem deixar a última palavra aos extremistas. Devemos continuar crendo na Paz, apesar das injustiças que constituem a nossa dose de sofrimentos cotidianos. A Paz tem um nome: é Jesus Cristo. Também a Justiça tem um nome: é Jesus  Cristo”. (RL)

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Cristãos no Oriente Médio: feridos porém mais fortes

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Cidade  do Vaticano (RV) - Um ano dramático e atordoante. Assim o Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa, define o ano que terminou em uma entrevista à revista Famiglia Cristiana

Pizzaballa está convencido que 2014 tenha sido um divisor de águas. “Nada será como antes. O surgimento do Califado mudou as cartas e as regras do jogo. O Estado Islâmico (EI) marcou uma grande transformação nas relações entre os próprios muçulmanos e, depois, entre os muçulmanos e os cristãos. É preciso estar muito atento nas análises para evitar simplificações e esquecimentos. É, antes de tudo, uma guerra entre sunitas e xiitas e suas respectivas referências internacionais e religiosas. Os cristãos não são o primeiro objetivo do Califado do terror, mas assim como tantos outros, viraram alvo de uma guerra atroz, que tem diversas ligações com o Ocidente e com vários interesses”, afirma Padre Pizzaballa.

Condenação

O Custódio comentou ainda o fato paradoxal de que o próprio Islã tenha condenado o EI. “Esta é uma outra grande novidade e por isso digo que nada será como antes. A condenação por parte da grande Universidade de Al-Azhar do Cairo, o maior centro de cultura islâmica do mundo, não foi algo que se esperava, e veio a reforçar a luta das minorias religiosas. Hoje todos estão menos tímidos no Oriente Médio", disse.

Papa Francisco

O diálogo defendido – e promovido – pelo Papa Francisco também fez a diferença, defende Pizzaballa. “Não se fala mais em um confronto de civilizações, que era quase um modo para justificar os acontecimentos. Agora se insiste no diálogo, se olha nos olhos qualquer que seja o interlocutor, até mesmo o EI. O estilo do Papa indica uma estrada possível pela qual passa a solução do conflito”.

Cristãos no Oriente Médio

Padre Pizzaballa relata ainda como está a situação dos cristãos no Oriente Médio, e antecipa que o pior ainda está por vir. “A realidade é péssima, mas os cristãos estão mais fortes. Deixaram para trás um tipo de timidez negativa. A perseguição aumentou a coragem. Todavia, acredito que um longo período de instabilidade e de tensões – até mesmo dramáticas  –, está por vir. A minha esperança é que surja uma reação forte entre as populações do Oriente Médio que rechace a mescla venenosa entre fé política e nacionalismo que está destruindo estes países ou aquilo que resta deles”, concluiu.

(FC/RB)

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Ávila se prepara para celebrar o V Centenário de nascimento de Santa Teresa

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Madri (RV) - A cidade de Ávila, na Espanha, espera receber mais de 1 milhão de peregrinos em 2015 - entre eles o Papa Francisco -, para as celebrações dos 500 anos de nascimento de Santa Teresa de Jesus. Diversas iniciativas serão realizadas ao longo de todo o ano, promovidas pela Conferência dos Bispos, Governo espanhol e organizações ligadas à Ordem Carmelita.

Durante a apresentação do programa cultural, na Biblioteca Nacional da Espanha, preparado pela Comissão Nacional para o V Centenário de Santa Teresa de Jesus, o Prefeito da cidade,  Miguel Ángel García Nieto, manifestou esperança de que o Papa visite a Espanha em 2015 e inclua Ávila no roteiro. Milhares de voluntários, a maioria jovens, inscreveram-se para auxiliar nas principais celebrações, como em 28 de março, dia de nascimento de Santa Teresa, a comemoração de seu Batismo, em 4 de abril e a clausura, em 15 de outubro de 2015.

Iniciativas episcopais

A Conferência Episcopal Espanhola anunciou duas grandes iniciativas para este Ano Jubilar: uma peregrinação de todos os bispos espanhois, em 24 de abril, e um Encontro Europeu de Jovens, em agosto de 2015, que deverá contar com a participação de dez mil jovens de toda a Europa. Destaca-se ainda a realização do Congresso Internacional Teresiano, de 10 a 14 de agosto, aberto à família dos Carmelitas, que espera receber dois mil participantes e do Congresso Inter Universitário sobre a Santa, a ser realizado de 11 a 13 de setembro, organizado pelas Universidade Católica de Ávila e a Universidade San Jorge y la Francisca de Vitoria, de Valencia. Ainda estão previstas diversas outras iniciativas ao longo de todo ano, como concertos, exposições, documentários televisivos, atividades culturais, entre outras.

A Diocese de Ávila afirma que a cidade está preparada para acolher os peregrinos recordando que, em 1982, durante a visita de João Paulo II, a cidade reuniu mais de 1 milhão de fieis. (JE) 

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Valença sediará encontro de Taizé 2015

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Praga (RV) – A cidade espanhola de Valença sediará o próximo encontro de Taizé, a ser realizado em dezembro de 2015. O anúncio foi feito na noite deste primeiro do ano, em Praga, pelo Irmão Alois, responsável pela Comunidade de Taizé. 

Ao receber a notícia, o Cardeal Antonio Cañizares expressou “profunda gratidão” à Comunidade de Taizé, exortando os jovens a participarem de forma intensa neste próximo encontro. Fontes do Arcebispado de Valença informaram que é a primeira vez  que o evento, que costuma reunir mais de 30 mil jovens, será realizado na cidade espanhola.

Tradição

“Vai ser um encontro de Igreja, um encontro de oração pela unidade de todos os cristãos e uma revolução dentro da Igreja de Valença”, assegurou Dom Cañizares. O Cardeal mostrou a disponibilidade de toda a Arquidiocese em acolher o encontro internacional como expressão de que “somos uma Igreja que acredita em Jesus Cristo, uma Igreja unida, uma Igreja que cumpre o desejo do Senhor de que todos sejamos um, para que o mundo creia”.

Até este 2 de janeiro, mais de 30 mil jovens participam do encontro europeu em Praga, com atividades em 17 igrejas do centro histórico. Durante o encontro, Irmão Alois anunciou ainda que em abril irá a Moscou, acompanhado por cem jovens de vários países para celebrar a Páscoa Ortodoxa, numa viagem que se estenderá a Minsk, Kiev e Lviv. (EFE – JE)

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Apelo dos bispos congoleses: ser artesãos de paz

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Kinshasa (RV) - Ser artesãos de paz: é o apelo lançado pela Conferência Episcopal da República Democrática do Congo numa mensagem difundida por ocasião das festividades natalinas e em vista do novo ano.

Endereçado a sacerdotes, religiosos, fiéis leigos e homens de boa vontade, o documento é assinado pelo presidente dos bispos congoleses, Dom Nicolas Djomo, o qual ressalta “a alegre esperança” do Natal e a importância de colocar no coração da ação pastoral diocesana “a busca da paz e o testemunho de uma vida como artesãos de paz”.

Em seguida, o prelado agradece e louva “o empenho dos agentes de pastoral a serviço do Evangelho da paz”, evidenciando também as condições “muito difíceis” da missão deles, bem como a obra dos consagrados e dos leigos “que contribuem para manter viva a fé na vida cotidiana”.

Frear as violências e tutelar os direitos humanos

Não faltam páginas amargas na história dos países africanos: os bispos congoleses enfatizam as violências ligadas ao contexto sócio-político e eleitoral, junto às tensões causadas por questões econômicas e pela má gestão dos terrenos agrícolas.

Os prelados evidenciam a falta de sanções exemplares, de uma justiça verdadeiramente independente e equânime, de uma verdadeira autoridade estatal, ressaltando os riscos do aumento das indenizações territoriais, do mau uso dos meios de comunicação social, das violações dos direitos fundamentais dos cidadãos, da pobreza, da manipulação e instrumentalização dos jovens, e das injustiças sociais.

“Como Pastores – lê-se na mensagem – condenamos todas estas formas de violência e nos fazemos porta-vozes de todas as vítimas sem voz que reclamam justiça.”

Justiça e verdade na base da paz

Daí, o chamado a todos os cristãos a “testemunharem a fraternidade universal de Jesus Cristo”, porque “a violência deforma as relações entre os homens e a sua relação com Deus”, o qual “não pode morar onde há violência”.

“A paz – continua a Conferência episcopal do país africano – baseia-se em quatro pilares: justiça, amor, verdade e liberdade” e é por isso que “a Igreja-família de Deus, sobretudo na África, é chamada a construir uma sociedade pacífica em que se vivam os verdadeiros valores de uma vida familiar autêntica”.

Nesta perspectiva, lê-se ainda na mensagem, “a Igreja é chamada a tornar-se para todos um lugar de autêntica reconciliação, levando pelo mundo o perdão de Cristo, Príncipe da paz”. Para um cristão, reiteram os prelados, “não existem barreiras de raça, clã, tribo ou território”.

Educar os jovens para a reconciliação

Ao mesmo tempo, a Conferência Episcopal da República Democrática do Congo recorda que, além de ser artesãos de paz, é necessário “empreender a imensa tarefa de educar as comunidades e as crianças para a paz”, porque “é um dever nobre educar as novas gerações para os ideais de verdade, justiça, amor e paz”, dando início assim “à preparação de tempos melhores para toda a humanidade”.

E uma das prioridades desta educação para a paz, continuam os prelados, deve ser “a educação para o respeito à lei, fundamento da vida comum dos Estados modernos”. “A reconciliação – continua ainda a mensagem episcopal – supera as crises, restitui a dignidade às pessoas e abre o caminho para o desenvolvimento e a paz duradoura entre todos os povos, em todos os níveis.” (RL)

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Atualidades



Promotores da Paz

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Belo Horizonte (RV) - O ano de 2015 chegou e como disse Carlos Drumond de Andrade “quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial”.  Todos têm a oportunidade singular de rever o caminho percorrido nos últimos 365 dias e planejar um recomeço urgente e necessário. Não se convencer da necessidade de reiniciar, em parâmetros novos e com dinâmicas não tão equivocadas, é escolha que compromete a paz almejada. É não assumir a maravilhosa responsabilidade, confiada por Deus a cada pessoa de se promover a paz, celebrada mundialmente no dia 1º de janeiro. Com o início do ano novo, um pacto precisa ser assumido para além de superstições, remanescendo mais do que o gosto do champanhe , reluzindo mais que os fogos de artifícios que já se apagaram:  pela perpetuação do abraço fraterno, que ajusta as diferenças e as transforma em riquezas, é preciso promover a paz.

Papa Francisco

O Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano novo, sublinha que é urgente recuperar a consciência de que “nossa vocação comum é colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo”. É hora de reconhecer e assumir comportamentos que sejam dignos de nossa condição humana e cidadã. O ano de 2014, já passado, registrado nas páginas da história, pode ser, embora com as lamentações inevitáveis do que nele aconteceu, uma oportunidade de ouro para que a sociedade brasileira renasça das cinzas, como uma fênix. Muitas cinzas foram produzidas e deixaram desolações abomináveis. Cenários de corrupção se multiplicaram, em razão da perda do sentido autêntico do dom da vida e do segredo da simplicidade como remédio para a ganância.

Como consequência, cresceu a globalização da indiferença e aumentou o medo que empurra, na sua força paralisante, para o cuidado egoísta de si, dos seus e das suas coisas.  Permanecem esquecidos os pobres, uma vergonha nacional, que nem um tratamento compensatório pode encobrir e deixar de incomodar governantes, religiosos, cidadãos e construtores da sociedade pluralista. A busca pela paz requer, no Brasil e no mundo, a sensibilidade e o empenho de cada cidadão para que prevaleçam novas posturas. Sem essa novidade, entre outras ameaças, corre-se o risco de uma irreversível deterioração do nosso tecido cultural, que tem tudo para ser construtivo e igualitário. Uma cultura edificada com a colaboração de personagens históricos, tempos e etapas, privilegiada em sua natureza, que sempre oferece indicações sobre o caminho certo a ser seguido e a conduta cidadã a ser adotada.

É urgente o despertar de uma consciência nacional que faz cada pessoa assumir a tarefa e a missão der ser promotor da paz. Não basta um grupo, um segmento, uma confissão religiosa, alguns projetos. Trata-se de um dever de todos. Esse despertar não é um simples hino, nem uma manifestação passageira. Não basta um protesto, nem mesmo as investigações indispensáveis e as inadiáveis punições. É preciso reconhecer com simplicidade de aprendiz os muitos sinais de morte que transformam, aceleradamente, o tecido de nossa cultura em violência, dependência química e em outros males. Gradativamente, são perdidos os sentidos da fraternidade e da concórdia.

Lançar o olhar sobre a realidade e tratá-la adequadamente deve ser prioridade para evitar o comprometimento dos projetos que impulsionam na direção do bem. O Papa Francisco, na sua mensagem pela paz, adverte que “há alguns de nós que, por indiferença, porque distraídos com as preocupações diárias, ou por razões econômicas, fecham os olhos”.  Pois é hora de abri-los bem. Caso contrário, a mediocridade vai empurrar a sociedade para um estado gravíssimo de escravidão, amenizado pelos luxos sem sentido, pelas esnobações de todo tipo e pelo atraso que faz crescer o abismo entre ricos e pobres. A alegria, o bem e a beleza podem ajudar na reconstrução da sociedade.

O ano começou com a posse de governantes e parlamentares.  Se esta virada pela promoção da paz começar com eles - devedores da confiança da representatividade que os obriga a servir o povo - e incluir os mais diversos segmentos, todos ancorados na convicção de que bom é ser honesto, será dado o salto esperado na sociedade brasileira.  Todos têm o dever de se reconhecerem e de agirem como promotores da paz.  

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

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Al-Sisi conclama líderes islâmicos a uma "visão mais iluminada do mundo"

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Cairo (RV) – O mundo islâmico não pode ser percebido como “fonte de ansiedade, perigo, morte e destruição” para o resto da humanidade. E os líderes religiosos do Islã devem “sair de si mesmos” e favorecer uma “revolução religiosa” para erradicar o fanatismo e substituí-lo por uma “visão mais iluminada do mundo”. Se não o fizerem, assumirão perante Deus a responsabilidade e terem levado a comunidade islâmica ao caminho da ruína. Palavras fortes do Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, no discurso de início do ano dirigido aos estudiosos e líderes religiosos da Universidade de al-Azhar, maior centro teológico do islamismo sunita.

No pronunciamento, al-Sisi criticou um “pensamento errôneo” - que se contrapõe ao autêntico Islã – feito de um amontoado de idéias e textos que “nós sacralizamos nos últimos anos” e que conduzem toda a comunidade islâmica “a inimizar com o mundo inteiro”. Para o Presidente egípcio, os processos desencadeados pela perversão islamista devem ser bloqueados: “É possível pensar que 1 bilhão e 600 milhões de pessoas pensem ser possível viver somente se eliminarem os restantes 7 bilhões de habitantes do mundo? Não, não é possível!”, afirmou com veemência al-Sisi.

O discurso foi marcado por fortes advertências aos guias espirituais do mundo islâmico: “O que eu estou dizendo – afirmou – não pode ser percebido por vocês, se permanecerem presos dentro desta mentalidade. Vocês devem sair de si mesmos e osbervar de fora este modo de pensar, para erradicá-lo e susbtituí-lo por uma visão mais iluminada do mundo”.

Segundo al-Sisi, é necessária uma “revolução religiosa” e os Imames e os Muftis são “responsáveis perante Deus” pelas escolhas que determinarão o futuro de toda comunidade islâmica. “O mundo inteiro – reiterou o líder político árabe – está aguardando os vossos próximos passos. Pois a comunidade islâmica será dilacerada, destruída e perdida, por obra de vossas próprias mãos”. (JE)


 

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