Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 10/01/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa pede comunhão na ação pastoral no Haiti: "A caridade é um corpo!"

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Cidade do Vaticano (RV) – Um profundo sentimento de gratidão e um apelo à comunhão no trabalho de reconstrução do país, marcaram o discurso do Papa Francisco dirigido aos participantes do encontro “A comunhão da Igreja: Memória e esperança para o Haiti, cinco anos depois do terremoto”, realizado neste sábado (10/01), no Vaticano.

“Com a ajuda levada aos nossos irmãos e irmãs no Haiti – ressaltou o Papa – manifestamos que a Igreja é um grande corpo, onde os vários membros cuidam uns dos outros” e é nesta comunhão  que “está a razão profunda do nosso serviço de caridade”.

Reconhecendo o quanto já foi feito para reconstruir o país e o muito que ainda resta a fazer, Francisco articulou seu discurso em três pontos principais, “pilares” sobre os quais deve se basear todo o trabalho: a pessoa humana, a comunhão eclesial e a importância da Igreja local.

“A pessoa está no centro da ação da Igreja , disse o Papa. A nossa primeira preocupação deve ser a de ajudar o homem, cada homem a viver plenamente como pessoa. Toda a ajuda oferecida pela Igreja ao Haiti deve ter a anseio do bem integral da pessoa:

“Não existe uma verdadeira reconstrução de um país sem reconstruir a pessoa na sua plenitude. Isto comporta em fazer, sim, que cada pessoa no Haiti tenha o necessário sob o ponto de vista material, mas ao mesmo tempo, que possa viver a própria liberdade, as próprias responsabilidades e a própria vida espiritual e religiosa. A pessoa humana tem um horizonte transcendente que lhe é próprio, e a Igreja não pode negligenciar este horizonte, que tem como meta o encontro com Deus”.

Neste sentido o Pontífice ressaltou que "a atividade humanitária e a pastoral não são concorrentes, mas complementares, uma tem necessidade da outra”, e juntas, devem ajudar a formar no Haiti "pessoas maduras e cristãos, que por sua vez, poderão dedicar-se pelo bem dos outros".

Um segundo aspecto destacado por Francisco é a comunhão eclesial, observando a “boa cooperação de muitas instituições eclesiais e de fiéis verificada no Haiti”. “Mas a caridade é ainda mais verdadeira e mais incisiva se vivida na comunhão:

“A comunhão testemunha que a caridade não é somente ajudar o outro, mas é uma dimensão que permeia toda a vida e rompe todas as barreiras do individualismo que nos impedem de nos encontrar. A caridade é a vida íntima da Igreja e se manifesta na comunhão eclesial. Comunhão entre os Bispos e com os Bispos, que são os primeiros responsáveis pelo serviço de caridade. Comunhão entre os diversos carismas e as instituições de caridade, porque nenhum de nós trabalha por si mesmo, mas em nome de Cristo, que nos mostrou o caminho do serviço. Seria uma contradição viver a caridade separados. Isto não é caridade. A caridade é um corpo, sempre. Vos convido por isto a reforçar todas as metodologias que permitem trabalhar juntos”.

O Santo Padre destacou então, a importância da Igreja local, pois nela “ a experiência cristã se faz tangível”. “A sua força  - observou Francisco - está na relação pessoal com Jesus na oração, na escuta da Palavra e na frequência aos Sacramentos:

“É necessário que a Igreja no Haiti se torne sempre mais viva e fecunda, para testemunhar Cristo e para dar a sua contribuição ao progresso do país. A este respeito, desejo encorajar os Bispos do Haiti, os sacerdotes e todos os agentes pastorais, para que com o seu zelo e a sua comunhão fraterna suscitem nos fiéis um renovado compromisso na formação cristã e na evangelização alegre e frutuosa”.

A concluir, o Pontífice renovou seu agradecimento a todos, pedindo, para rezar por ele. (JE)

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O Papa Francisco não esquece do Haiti

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco não esquece o Haiti. Foi o que afirmou o Secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, Guzmán​ Carriquiry, por ocasião do quinto aniversário do terremoto que levou morte e destruição ao país caribenho, em 12 de janeiro de 2010:

“Francisco traz sempre em seu coração o sofrimento e as esperanças do povo do Haiti. Não esqueceu e nem quer que se esqueça, do terrível terremoto que em 12 de janeiro provocou neste país um número impressionante de mortos e de feridos, uma infinidade de pessoas sem casa, a destruição... Portanto, o Pontificio Conselho Cor Unum e a Pontifícia Comissão para a América Latina consideraram oportuno convocar e organizar um dia de comunhão com a Igreja do Haiti e de solidariedade com o povo haitiano”.

RV: “Por que a Santa Sé nestes cinco anos demonstrou uma particular atenção pelo Haiti, pelo seu povo e também pela sua Igreja?

“Porque o Papa foi, desde o primeiro momento, muito coerente com aquilo que disse três dias após a sua eleição: “Desejo uma Igreja pobre a serviço dos pobres”. Esta coerência foi reiterada em cada dia de seu pontificado. Como não manifestar a solicitude apostólica da Santa Sé no abraço da caridade com uma das nações mais pobres do planeta, a mais pobre do continente americano, onde a grande maioria da população vive em condições de extrema pobreza? Assim, este é um gesto de particular comunhão e solidariedade, que vem do coração do Santo Padre e da solicitude apostólica da Santa Sé”.

RV: Neste cinco anos, a Igreja esteve muito próxima ao povo do Haiti. Qual é a situação atual do país?

“A situação do país – como dizem os próprios bispos na mensagem de Natal de 2 de dezembro de 2014 – é catastrófica, catastrófica! Existem realmente muitos, muitos problemas; a situação é instável, caótica a nível político, o aumento dos preços dos gêneros de primeira necessidade, a degradação ambiental, o desespero da maior parte da população e dos jovens, em particular, devido, sobretudo, à falta de trabalho; a imigração crescente, o êxodo contínuo que destroi as famílias, a precariedade do sistema educativo: estes são todos problemas levantados pelos Bispo do Haiti, que obviamente chamam para uma conversão que mude a relação entre o povo haitiano e Deus, que mude certos comportamentos por uma autêntica reconstrução nacional. Os bispos estão conscientes de que a reconstrução não pode ser simplesmente uma reconstrução material, mesmo necessária, mas que toda verdadeira reconstrução começa no coração das pessoas quando as pessoas levantam-se e descobrem a própria liberdade, a própria dignidade, a própria responsabilidade e desenvolvem atitudes de solidariedade, em particular pelos mais pobres. Somente assim um povo se torna realmente “sujeito” de uma autêntica reconstrução. Os bispos haitianos estão muito comprometidos em tudo, mas ainda tem necessidade de apoio internacional que seja sincero, concordado, porque o país enfrenta desafios enormes. Penso que a Igreja do Haiti, com toda a ajuda internacional que recebeu por parte de diversos circuitos e instituições da Igreja Católica, esteja dando um testemunho de caridade e de solidariedade impressionante, voltado a toda a população, e em modo particular aos mais necessitados. Este é o verdadeiro sentido da caridade e da solidariedade católica. Certo, uma parte da ajuda recebida pela Igreja no Haiti foi muito importante para reconstruir uma infra-estrutura eclesiástica mínima. Era necessário reconstruir as igrejas, necessário reconstruir ainda os seminários, algumas escolas católicas. Porém, a fantasia da caridade é que se manifestou na diversidade de obras que vão de encontro às diversas necessidades da população haitiana”. (JE)

 

 

 

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Reconstruir as pessoas: a Igreja brasileira no Haiti

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Cidade do Vaticano (RV) – “Reconstrução das pessoas”: para o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Steiner, este é o principal trabalho da Igreja brasileira no Haiti.

Dom Leonardo se encontra em Roma, onde participa da Conferência promovida no Vaticano para recordar os cinco anos do terremoto que devastou parte da Ilha. Eis a declaração do Secretário da CNBB ao Programa Brasileiro:

 

“Nós estamos num trabalho muito importante, especialmente na reconstrução das pessoas. A CNBB, através da Cáritas, reconstruiu em Jacmel algumas casas, mas a nossa preocupação maior, com os religiosos e religiosas, é a reconstrução das pessoas, das famílias. Esse apoio solidário, mas também a caminhada do Evangelho. As seis irmãs que hoje lá estão têm um trabalho belíssimo: cozinhas comunitárias, artesanato, reconstrução interior de apoio psicológico, a presença no Seminário Maior, mas também a presença da Pastoral da Criança que hoje está em quase todas as dioceses. Gostaria de salientar também o trabalho da Arquidiocese de São Paulo, numa das favelas mais difíceis, que é uma creche que se transforma numa verdadeira escola. Creio que essa nossa solidariedade, caridade e fraternidade com a Igreja do Haiti ainda precisa crescer mais, aprofundar, sentar com os Bispos do Haiti e vermos como podemos ajudar ainda mais. Sermos uma Igreja mais missionária.”

Um dos conferencistas da parte da manhã foi o Dr. Eduardo Marques de Almeida, que foi representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento do Haiti. Ele fala da importância desta iniciativa no Vaticano e de sua experiência no Haiti, inclusive como missionário vicentino.

Clique aqui para ouvir:

 

(BF)

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O Haiti no coração da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - A Santa Sé prossegue os seus esforços em favor do Haiti. Para recordar o quinto aniversário do terremoto que devastou o país caribenho, provocando a morte de ao menos 220 mil pessoas, a Pontifícia Comissão para a América Latina e o Pontifício Conselho "Cor Unum" organiza neste sábado (10/01), a conferência “A comunhão da Igreja: Memória e esperança para o Haiti, cinco anos depois do terremoto”, que reúne no Vaticano Superiores dos dicastérios, Bispos haitianos, Representantes de Conferências Episcopais do Brasil, México, Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos, entre outros, Embaixadores junto a Santa Sé, Superiores e Superioras Gerais de várias Congregações religiosas e Representantes de agencias eclesiais de ajuda e de cooperação. Do Brasil, participa o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner. No final da manhã, os participantes serão recebidos em audiência, no Vaticano, pelo Papa Francisco. 

Mesmo com a ajuda internacional, as consequências do sisma são ainda evidentes. O país, com baixo índice de desenvolvimento, está exposto à insegurança alimentar e vê a pobreza difundida. Um sinal positivo, no entanto, é a atitude de esperança que renasce em parte da população.

A Santa Sé e a Cáritas sempre se mostraram atentas e solidárias com a população haitiana. Bento XVI, logo após o violento terremoto, apelou à Comunidade internacional socilitando a todos uma solidariedade e generosidade concreta diante da dor e necessidades da população atingida. Além da incomum solidariedade internacional, também a Igreja acionou suas diversas agências de ajuda humanitária, tendo à frente a 'Catholic Relief Services', do episcopado estadunidense, que começou a coordenar os trabalhos. Um ano após, o Papa enviou ao país o Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, porta-voz de uma mensagem do Santo Padre e de uma ajuda econômica no valor de 1,2 milhões de dólares.

A ajuda continuou com o Papa Francisco, que de 25 a 29 de novembro enviou novamente à ilha o Cardeal Sarah para exprimir a sua proximidade à população e agentes empenhados na reconstrução. O Cardeal inaugurou uma escola, encontrou o episcopado, a Cáritas, sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos na assistência e reconstrução da infra-estrutura e do desenvolvimento humano integral da população.

Ao encontrar o Presidente haitiano em 24 de fevereiro passado, o Papa Francisco reiterou "a importância de continuar o empenho na reconstrução do país e a necessidade de favorecer um sincero diálogo entre as diversas forças institucionais para a reconciliação e o bem comum".

Ainda em 2014, durante o Angelus de 12 de janeiro, o Papa anunciava o primeiro Cardeal do Haiti, Dom Chibly Langlois, demonstrando assim mais uma vez a proximidade da Igreja universal para com o país que ainda pagava um alto preço pelas consequências do sisma.

Em 12 de janeiro de 2010 perderam a vida 222 mil pessoas, mais de 300 mil ficaram feridas e 1,5 milhões sem moradia. Também numerosos sacerdotes, seminaristas, religiosos e religiosas perderam a vida, entre os quais o Arcebispo de Porto Príncipe, Dom Josep Serge Miot, encontrado sob os escombros da Catedral, e a brasileira Dra Zilda Arns, da Pastoral da Criança. (JE)

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Rádio Vaticano e você, juntos na viagem com o Papa à Ásia

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Cidade do Vaticano (RV)  - O Papa Francisco dará início à sétima Viagem Apostólica internacional de seu pontificado no próximo dia 12 de janeiro.  Será a terceira viagem do Pontífice à Ásia, após a visita à Terra Santa e à Coréia do Sul. No dia 13 o Papa deverá chegar a Colombo, capital do Sri Lanka, e no dia 15 nas Filipinas. A Rádio Vaticano vai acompanhar a peregrinação do Santo Padre. Confira os horários das transmissões  com comentários em português (hora de Brasília):

SRI LANKA

Terça-feira, 13 de janeiro

Das 10h40min às 11h45min -  Encontro Inter-religioso no Centro de Congressos, em Colombo

Quarta-feira, 14 de janeiro

Das 00h15min às 03h15min -  Santa Missa com a canonização do Padre Vaz, no Galle Face Green, em Colombo

Das 07h45min às 09 horas -  Oração Mariana no Santuário de Nossa Senhora do Rosário

FILIPINAS

Sexta-feira, 16 de janeiro

Das 00h15min às 00h40min - Encontro com as Autoridades e o Corpo Diplomático no Palácio Presidencial de Manila                

Das 00h45min às 03h00min - Santa Missa com os Bispos, sacerdotes, religiosos na Catedral da Imaculada Conceição

Das 07h15min às 08h45min -  Encontro com as Famílias no Mall of Asia Arena

Sábado, 17 de janeiro

Das 23h30 às 01h45min -  Santa Missa no Tacloban International Airport

Das 05h15min às 06h15min -  Encontro com sacerdotes, religiosas e religiosos e sobreviventes doTufão, na Catedral de Palo

Domingo, 18 de janeiro

Das 00h10min às 02hs00min - Encontro com os jovens na Universidade de São Tomás

Das 05h00 às 07h30min -  Santa Missa no Quirino Grandstand-Rizal Park

 

Os horários e os lugares podem sofrem variações.

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Viagem ao Iraque, um sonho de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - "O Papa Francisco quer ir ao Iraque. Uma viagem breve. Tudo em um dia. Saída de Roma, chegada em Bagdá, saudação às autoridades e viagem à Irbil, no norte, para ver, encontrar, abraçar os refugiados cristãos de Mosul, celebrar a Missa e voltar a Roma na mesma noite. Para ele seria uma alegria imensa". Declaração do Cardeal Arcebispo de Lyon, Dom Philippe Barbarin, ao jornal dos bispos italianos "Avvenire", confirmando o desejo já manifestado em outras ocasiões pelo Pontífice.

Nos últimos meses, Dom Barbarin esteve em duas oportunidades no Iraque, sendo a última nos dias 6 e 7 de dezembro, quando levou a solidariedade material e espiritual dos fieis da diocese francesa e a vídeo-mensagem do Papa Francisco. "Por ocasião da viagem de dezembro a Irbil - contou o purpurado - eu disse ao Papa Francisco: primeiro passo em Roma, o pego e o levo ao Iraque. Então ele começou a rir e decidiu gravar uma video-mensagem, muito bonita, que foi a nós confiada, onde agradece aos cristãos do Iraque pela fidelidade a Cristo, "não renegada por nenhum de vocês"".

"O Papa estava muito contente que nós iríamos a Irbil - continuou Dom Barbarin. Fomos lá para construir casas, escolas, levar remédios, estabelecer laços de oração entre as famílias, também por meio de fotografias, para que possam ver o rosto da pessoa pela qual se está rezando". O Arcebispo de Lyon, contou que levou a Irbil a experiência da celebração da Festa da Imaculada como é vivida em sua diocese, desde 1852: "Fizemos uma procissão e luzes foram colocadas nas janelas. Vieram católicos mas também muçulmanos. Eram cerca de dez mil pessoas. Na entrada da cidade, tem uma grande estátua da Virgem. Alí projetamos a video-mensagem do Papa. Depois, celebramos a Missa e recitamos o Rosário, recolhidos na Catedral", relatou.

O Cardeal francês contou que a perseguição é uma experiência antiga para os cristãos iraquianos: "não existe uma família sequer que não tenha histórias de expulsões e fuga da própria casa e da própria cidade - observou. O Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Louis Raphäel Sako, por exemplo, desde pequeno, foi expulso com sua família três vezes. Mas os cristãos estão conscientes que sem a sua presença é impossível construir e renovar o Iraque. Mas estão cada vez mais desesperados e muitos querem partir", lamentou, pedindo para eles ajuda material, amizade com a proximidade humana e ajuda espiritual, com a oração.

A experiência de diálogo entre cristãos e muçulmanos existente em sua Arquidiocese, foi usada como exemplo para mostrar que o diálogo é possível. "Em todas as épocas vimos como é possível o diálogo e a amizade entre muçulmanos e cristãos. Um exemplo muito interessante, na metade do século XIX, é a amizade entre o Bispo de Argel, Antoine-Adolphe Dupuch e o Emir Abdelkader, um extraordinário homem espiritual, do qual temos as cartas. Sempre houve um debate teológico, filosófico e espiritual entre muçulmanos e cristãos. Em Lyon, por exemplo, estamos promovendo encontros extraordinários sobre oração, a Palavra de Deus, na Bíblia e no Alcorão e nascem amizades maravilhosas". Ele contou ainda, que quando em 1996 seis monges trapistas foram sequestrados e assassinados por fundamentalistas islâmicos na Argélia, foi o próprio Presidente do Conselho regional dos Muçulmanos que propôs realizar uma peregrinação (...). Se do diálogo e da amizade não se chega à admiração, não é possível um progresso no encontro".  (JE)

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Igreja no Brasil



Diálogo é a solução: Dom Leonardo Steiner comenta atentados em Paris

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Cidade do Vaticano (RV) – Os atentados em Paris chocaram não somente a França. Vários líderes europeus já confirmaram a presença na marcha antiterrorismo convocada para este domingo (11), na capital francesa.

Para o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, a intolerância religiosa está na raiz do problema. E a solução passa necessariamente através do diálogo. Em entrevista ao Programa Brasileiro, Dom Leonardo comentou os atentados em Paris: 

“Eu penso que seja uma questão de intolerância religiosa. Quando a religião se torna intolerante, ela não admite crítica, diversidade. E isso é grave. Nós estamos hoje crescendo no mundo numa espécie de intolerância religiosa não só quanto ao islamismo, há outros exemplos também. Então eu creio que está chegando o momento, como o Papa tem acentuado e a Igreja sempre tem feito um grande esforço, de dialogar sempre mais, sempre mais. Diálogo é o único caminho para mostrar que a grandeza da fé de cada uma dessas expressões religiosa. E essa grandeza precisa vir à tona para não se tornar uma ideologia.”

(BF)

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Igreja na América Latina



Santuário de Guadalupe trabalha para preservar 500 anos de história

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Cidade do México (RV) - Para evitar que quase quinhentos anos de história se percam pela ação do tempo, as autoridades da  Basílica de Guadalupe, no México, deram início a um trabalho de restauração e remodelação do Arquivo Histórico e Musical do Santuário. O documento mais antigo do acervo remonta a 1537, enquanto o mais recente, a dezembro de 2014.

O esforço atual, é no sentido de que os registros histórios se perpetuem no tempo. "Falamos de 615 caixas de documentos e 400 do arquivo musical - informa o Arquivista da Catedral Metropolitana do México, Padre Gustavo Watson Marrón. Serão necessários meses de trabalho".

O sacerdote acrescentou ainda, que está em andamento o trabalho de digitalização das imagens. "300 mil já foram digitalizadas. Quanto aos documentos, 75% já foi digitalizado", precisou

Nos arquivos da Basílica de Guadalupe está a história da nação latino-americana, a partir dos anos imediatamente sucessivos à célebre aparição de Maria ao índio Juan Diego, em 1531, fato que mudou o curso da história do México, pouco antes conquistado por Cortés. (terredamerica - JE)

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Igreja no Mundo



"Liberdade de imprensa é sinal de sociedade madura", diz Card. Vingt-Trois

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Paris (RV) – “A tristeza do luto e a convicção de que temos algo a defender juntos, une os franceses. Uma caricatura, mesmo se de mal gosto, uma crítica, mesmo se gravemente injusta, não podem ser colocadas no mesmo plano de um homicídio. A liberdade de imprensa é, a qualquer custo, o sinal de uma sociedade madura”. Palalavras do Cardeal Arcebispo de Paris,  Andrè Vingt-Trois, em mensagem aos católicos parisienses sobre os atentados destes dias.

O texto – reporta a Agência Sir – será lido neste domingo nas missas de todas as paróquias de Paris. “Na França, e também além de nossas fronteiras, estamos todos chocados, escreve o Cardeal. A maioria dos nossos cidadãos viveu esta situação como um apelo para redescobrir um certo número de valores fundamentais da nosssa República, como a liberdade de religião ou a liberdade de opinião. As reuniões espontaneas destes últimos dias foram marcadas por um grande recolhimento, sem manifestações de ódio nem de violência”.

“Que homens nascidos no nosso país, nossos concidadãos  possam pensar que a única resposta justa a uma zombaria ou insulto seja a morte de seus autores, coloca a nossa sociedade diante de graves interrogações”, avaliou o Cardeal. Ele ressaltou que “aumenta a gravidade” o fato de “os judeus terem que pagar ainda uma vez um tributo pelas perturbações que agitam a comunidade francesa”.

Dom Vingt-Trois homenageia na mensagem “os policiais assassinados no cumprimento, até as últimas consequencias, de seu dever” e convida os católicos de Paris a rezar pelas vítimas do terrorismo, por seus familiares e filhos. “Rezemos também por nosso país – conclui – para que a moderação, a temperança e o auto-controle que foi demonstrado até agora se confirme nos próximos meses. Que ninguém se deixe levar pelo pânico ou ódio; que ninguém se deixe levar pela simplificação de identificiar qualquer fanático com toda uma religião. E rezemos também pelos terroristas, para quer descubram a verdade do juízo de Deus”. (JE)

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Maioria dos muçulmanos são moderados, diz sacerdote libanês

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Beirute (RV) – Os ataques de radicais islâmicos em Paris, repropõe com força a questão da relação entre cultura ocidental e mundo islâmico, que aparece sempre mais dividido entre moderados e fundamentalistas. A Rádio Vaticano entrevistou o sacerdote Samir Khalil Samir, Docente de História da Cultura Árabe e Islamologia, na Universidade Saint Joseph, de Beirute:

“Existem, certamente, os muçulmanos moderados e são a maioria. E a maioria dos muçulmanos gostaria de viver em paz com todos. Mas existe um problema, porque o Islã em si mesmo é dividido em grupos opostos, e frequentemente em toda a história islâmica e também nos dias de hoje, os muçulmanos quando não estão de acordo, reagem com a guerra. De fato, o Estado Islâmico usa a violência contra os xiitas, contra outros grupos muçulmanos, sem distinção, sem piedade. Então, eu diria que aquilo que aconteceu na França não tem nada a ver com o Islã, não é o verdadeiro. Mas eu diria que estes são extremista, isto é verdade. E grande parte, a maioria dos muçulmanos – penso – não é favorável a isto, mas não ousa criticar. Se diz frequentemente: a violência não faz parte do Islã e portanto estes muçulmanos violentos não são autênticos muçulmanos. Devo afirmar: infelizmente não é a realidade, porque no Alcorão mesmo temos versículos que dizem: “matem aonde os encontrarem, tratando-se de infiéis”, isto é, de quem não aceitou tornar-se muçulmano. Quando os muçulmanos dizem e repetem – e o fazem sempre, cada vez que tem um ataque – “isto não tem nada a ver com o Islã”, é um jogo de palavras inaceitável. Por que? Porque quem o faz, não  o faz enquanto um indivíduo qualquer, mas o faz em nome do Islã”.

RV: O Ocidente é um objetivo do fundamentalismo islâmico, mas tem também quem sustenta que é um ataque contra a civilização. Em particular, com o atentado ao “Charlie Hebdo”, vimos violada a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, de pensamento. Por que isto?  

“Até um ou dois séculos atrás, o Ocidente era visto positivamente, porque levava a tecnologia, a modernidade, etc e era crente, considerado pelos muçulmanos como cristão. Nos dias de hoje, é óbvio que o Ocidente não se considera, antes, rejeita considerar-se como cristão – mesmo a União Europeia rejeitou colocar na sua Carta até mesmo que é de origem cristã – e assim nos fatos, os muçulmanos, com razão, dizem: o Ocidente é um neo-paganismo e não tem regras de crente. E assim identificaram sempre mais o Ocidente com o inimigo: inimigo de Deus, inimigo da religião.... e isto é muito difundido entre os grupos fundamentalistas. Portanto, a luta contra o Ocidente é uma luta contra o neo-paganismo, enquanto a maioria dos muçulmanos diz: “Não, fazemos a distinção. Certos aspectos da vida moderna, como a igualdade entre homem e mulher, a distinção entre a religião e a política, são coisas boas. Ao contrário, o uso de armas é uma coisa moderna mas ruim”. Já os fundamentalistas colocam tudo no mesmo saco: Ocidente = ex-cristão = pagãos = modernidade, portanto, a modernidade é pagã, devemos lutar contra os inimigos de Deus”.

RV: Como se vence o terrorismo? Qual poderia ser a solução?

“Existe um problema de educação, de reflexão, algo que falta, no dia-a-dia, no mundo muçulmano. É necessário, o diálogo! Outro aspecto é o de ajudar os muçulmanos a fazer uma auto-crítica, a rever o seu modo de agir e de pensar. Por fim, no fundo no fundo, trata-se de repensar o texto do Alcorão. O texto não pode ser tocado, como na Bíblia. Mas a interpretação do texto é uma necessidade, isto é, situar este texto em seu contexto histórico”. (JE)

 

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Após mais uma tragédia, Bispo pede orações pela Nigéria

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Abuja (RV) –  As forças armadas nigerianas lançaram uma ofensiva contra os milicianos islâmicos do Boko Haram, tentando reconquistar a cidade de Baga, que nesta semana, foi palco do mais grave ataque lançado pelo grupo integralista. A Anistia Internacional denuncia que foram ao menos 2 mil as vítimas, ao mesmo tempo que cresce a preocupação com os sobreviventes fugidos para longe dos centros habitados. A Rádio Vaticano contactou o Presidente da Conferência Episcopal nigeriana, Dom Ignatius Kaigama:

“É uma notícia terrível, mas não estamos certos dos fatos. Existem pessoas que afirmam que os números são exagerados ou que não correspondem àquilo que foi dito, mas isto não nos ajuda. De fato, temos necessidade de informações claras e precisas sobre os incidentes ou sobre violências em qualquer parte da Nigéria. Se é verdade aquilo que foi dito, nos encontramos diante de uma tragédia monumental, pelo fato de que este grupo terrorista seja capaz de criar tal terror e provocar uma destruição assim terrível. Este é o momento em que o governo deveria intervir para buscar deter tamanha agressão contra nigerianos inocentes e de mobilizar todo o dispositivo de segurança”.

RV: Quais são sentimentos a população civil experimenta?

“Os civis sofrem mais, porque não têm nenhuma proteção. Imagino que nos povoados que foram atacados, a população esteja conpletamente desestabilizada. Ainda não sabemos com certeza onde estão estas pessoas, se se salvaram. Estão nas montanhas ou na floresta? Escaparam para países vizinhos? Mesmo não sabendo exatamente o que possa ter acontecido, não existe dúvida de que são os civis que sofrem. Eu falava com o Bispo de Yola, Dom Stephen Dami Mamza. Ele me disse ter acolhido, na Catedral, muitos refugiados internos”.

RV: Alguns dizem que os terroristas, os milicianos do Boko Haram, estão tentando criar uma espécie de “califado”. Mas, eles são assim fortes, a ponto de poder se opor ao governo deste modo?

“Até hoje, tomaram o controle de diversos governatorados locais e de diversos vilarejos e cidades, e declaram ter estabelecido um califado islâmico. Isto é o que dizem. E estão se expandindo também em direção aos países fronteiriços, como República dos Camarões, Niger, Chade e assim por diante. Portanto, estão obtendo “sucesso”, no seu modo de ver. Os governos da Nigéria, não obstante a colaboração de países limítrofes, não foram capazes de deter tudo isto. Infelizmente, parece mesmo existir uma expansão”.

RV: O senhor gostaria de fazer algum apelo, por parte da Igreja nigeriana, a quem o escuta pelas ondas da Rádio Vaticano?

“Continuem a rezar por nós, porque tudo isto foi muito além da capacidade humana de suportar”. (JE)

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Perseguição contra cristãos aumenta em 2014

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Washington (RV) - Cerca de 100 milhões de cristãos são perseguidos atualmente em todo o  mundo por causa de sua fé. Os dados foram revelados na última quarta-feira (07/01) pela 'Open Doors' (Portas Abertas, no Brasil),  organização internacional de apoio aos cristãos. A situação mais grave é na Coreia do Norte, onde dos estimados 200 mil a 400 mil cristãos que vivem no país, 70 mil estão presos em campos de trabalho forçado, onde são torturados.

A Somália ocupa a segunda posição, seguida por Síria, Iraque, Afeganistão, Sudão, Irã, Paquistão, Eritreia e Nigéria. Os dados são baseados em análises de especilistas em direitos humanos e pesquisadores sobre a violência contra cristãos e restrições oficiais ou informais ao direito de exercer a fé, se converter à religião e gozar das mesmas liberdades civis que outros cidadãos.

O extremismo islâmico é a principal causa das perseguições nos países citados. Segundo a Open Doors, militantes islâmicos representam a maior ameaça aos cristãos em 18 dos 20 países considerados os mais perigosos.

Na Síria e no Iraque, a perseguição contra os cristãosos cristãos é sobretudo devido ao avanço dos jihadistas do auto-proclamado "Estado Islâmico" (EI), que expulsou centenas de milhares de fiéis de suas casas e terras, principalmente em Mosul e na Planície do Nínive, no Iraque. Segundo o relatório, o Estado Islâmico matou 271 cristãos no Iraque e outros 60 na Síria.

De janeiro a outubro de 2014, 4.344 cristãos foram mortos, mais que o dobro das 2.123 vítimas do ano anterior, segundo o levantamento da Open Doors. Estima-se que o cristianismo tenha 2,2 bilhões de adeptos no mundo, enquanto o Islã é seguido por 1,6 bilhão.

Portas Abertas ou Open Doors é uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países onde existe algum tipo de proibição, condenação, execução ou ameaça à vida das pessoas ou à sua liberdade de crer e cultuar Jesus Cristo. (JE)

 

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Formação



Bispos brasileiros no Concílio: As Conferências na Domus Mariae

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar, na edição de hoje, das Conferências na Domus Mariae.

Nos programas anteriores, já havíamos falado da relação entre o Episcopado brasileiro e a Domus Maria, um espaço privilegiado, localizado ao lado do Colégio Pio Brasileiro, em Roma. No programa de hoje, vamos continuar a percorrer este capítulo da história do Concílio Vaticano II, auxiliados pela tese do Padre José Oscar Beozzo, Padres Conciliares Brasileiros no Vaticano II, onde, de forma cuidadosa e articulada, ele nos trás detalhes dos bastidores do evento Conciliar.

Durante a primeira sessão do Concílio, Dom Helder Câmara convidou alguns peritos e padres conciliares, para falar aos bispos brasileiros, geralmente sobre os temas debatidos na Aula Conciliar. No total foram 11 conferências: três do Prof. Hans Küng, nascido na Suiça mas professor na Universidade de Tübingen, na Alemanha; quatro pelos Cardeais  Giacomo Lercaro, Arcebispo de Bolonha, Augustin Bea, Presidente do Secretariado pela Unidade dos Cristãos, Ernesto Ruffini, Arcebispo de Palermo e Leo Suenens, Arcebispo de Malines- Bruxelles; duas por Bispos brasileiros: Dom Clemente Isnard e Dom Aloísio Lorscheider e duas por franceses: Jacques Martimort, do Centre de Pastoral Lithurgique de Paris, e Roger Schutz com Max Thurian, monges da Comunidade de Taizé e observadores protestantes no Concílio.

No início do Concílio, Dom Helder Câmara conheceu os dois monges franceses, tendo contato assim com o universo evangélico como era vivido em Taizé. Sobre esta descoberta e a relação de amizade estabelecida, ele conta:

“Hoje estive com Roger e Max, protestantes da Comunidade religiosa de Taizé (lembram-se do disco na casa de Carlinda, na noite de despedida?). Duas simpatias. Roger, muito moço, é o mestre; Max, o discípulo. Roger, que é suiço, no fim da guerra, veio estabelecer-se no sul de Paris, na Diocese de Autun. Ocupou antigo templo católico abandonado e começou a receber (na linha espiritual de um Peyriguère ou de um Foucauld), os refugiados de todas as raças e de todos os credos. Terminada a guerra, foi à Suiça e voltou com Max. Hojse, são 52 jovens monges protestantes, 8 são pastores. Crêem na presença real de Jesus Cristo, celebram a Santa Missa. Confessam-se e os pastores dão a absolvição individual (como nós). Rezam o breviário. Querem permanecer na família protestante, preparando a união. Estão encantados com o Concílio. Se Deus quiser, na sexta-feira da outra semana, farão uma palestra para os Bispos da América Latina. Depois jantarei com eles (sempre se Deus quiser)”.

As “Conferências na Domus Mariae” acabaram tornando-se célebres nos ambientes conciliares, ganharam repercussão, chamaram a atenção da imprensa e incomodaram alguns dicastérios. Eram destinadas aos bispos brasileiros, mas abertas aos bispos e pessoas interessadas e proibidas aos seminaristas pelo cardeal Giuseppe Pizzardo, da Congregação dos Seminários.

Os conferencistas da Domus Mariae, estavam alinhados com a maioria conciliar, o que desagradava a Cúria Romana e parte do Episcopado brasileiro. Foram 80 conferências no total, 25 na segunda e na terceira sessão e 30 na quarta sessão. A última, com o tema “O Balanço do Concílio”, foi proferida pelo Cardeal Suenens em 6 de dezembro de 1965.

(Fonte:  Padres Conciliares Brasileiros no Vaticano II.  1959 – 1965. Pe. José Oscar Beozzo)

 

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Atualidades



Editorial: Grandes fronteiras da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - Depois da Coreia do Sul, no último mês de agosto, na próxima semana o Papa Francisco pega novamente o seu cajado de peregrino da paz e viajará a mais dois países asiáticos: Sri Lanka e Filipinas. Uma viagem anunciada pelo próprio Francisco durante o encontro com os jornalistas no voo de volta de Israel para Roma, no último mês de maio.  Naquela ocasião o Santo Padre explicou que com respeito à Ásia, tinha duas viagens programadas. A primeira, à Coréia do Sul para o encontro dos jovens cristãos (no último mês de agosto), e a segunda em janeiro de 2015, “uma viagem ao Sri Lanka, e depois as Filipinas às regiões afetadas pelo tufão Haiyan”. De fato, Francisco estará no Sri Lanka de 12 a 15 de janeiro, e nas Filipinas de 15 a 19. Durante a entrevista no avião, Francisco mostrou-se preocupado com a falta de liberdade religiosa no continente asiático, lembrou que o número de “mártires” cristãos supera os dos primeiros tempos da Igreja. Esta será a sétima viagem internacional do Pontífice, que – recordamos -, já visitou o Brasil (julho de 2013), a Terra Santa (maio de 2014), a Coreia do Sul (agosto de 2014) e a Albânia (setembro de 2014); no ano passado foi ainda a Estrasburgo, (França) em uma visita de um dia ao Parlamento Europeu, no dia 25 de novembro, e depois a Turquia, entre os dias 28 a 30 do mesmo mês.

No Sri Lanka, e depois nas Filipinas, Francisco encontrará duas realidades muito diferentes. O Sri Lanka é de maioria budista, com uma pequena minoria de pouco mais de 7% de cristãos. Muitos dos católicos do Sri Lanka fazem parte de uma comunidade com centenas de anos e são de ascendência portuguesa. Já as Filipinas são um país de maioria esmagadora cristã, tendo apenas algumas ilhas do arquipélago de maioria muçulmana, mais ao sul. Foi neste país, em 1995, segundo as estatísticas, que se realizou a missa campal com maior número de participantes na história das viagens pontifícias. Estima-se que entre 4 e meio e cinco milhões de pessoas participaram na celebração presidida pelo Papa João Paulo II, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude daquele ano.

Agora o Papa Francisco volta ao Extremo Oriente. Será uma viagem de grande intensidade e agenda cheia como se pode ver no programa da viagem apostólica. Serão oito dias de viagem, dois países visitados e a passagem de oito fusos horários.

O principal compromisso no Sri Lanka será no dia 14 de janeiro, a canonização do Beato José Vaz, sacerdote indiano fundador da Congregação do Oratório de Goa e missionário em Ceilão, hoje Sri Lanka, que foi proclamado Bem-aventurado por São João Paulo II em 1995.

No final da tarde de 15 de janeiro, o Papa Francisco deixa Colombo para ir a Manila, onde, no dia 16 pela manhã, se encontrará com as autoridades filipinas e o corpo diplomático. Celebrará missa na Catedral da Imaculada Conceição para, durante a tarde, receber o abraço das famílias do país.

No sábado, 17 de janeiro, está programado um encontro em Tacloban com os sobreviventes do tufão Haiyan que, em novembro do ano passado, fez 8 mil vítimas entre mortos e desaparecidos. No mesmo dia, o Papa Francisco vai celebrar uma missa, encontrar o clero local e depois volta a Manila onde, no domingo 18 de janeiro, conclui a visita nas Filipinas, encontrando os jovens e presidindo a uma missa no ‘Rizal Park’ de Manila. O regresso a Roma está previsto para as 10h de segunda-feira, 19 de janeiro, horário da partida de Manila.

Faltando poucas horas para a viagem de Francisco ao Sri Lanka, recordamos que o país enfrentou na última semana do ano de 2014 mais uma calamidade natural. Fortes chuvas mataram pelo menos 30 pessoas, deixando mais de 100 mil desabrigados. Também  tivemos no último dia 8 de janeiro a realização das eleições presidenciais. O atual Presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, perdeu as eleições para um terceiro mandado para o seu opositor Maithripala Sirisena que obteve 51,3% dos votos. A Constituição do país prevê que o período de governo seja de 6 anos com a possibilidade de convocar novas eleições depois de quatro anos de governo. Nestas eleições o atual presidente Rajapaksa, no seu quarto ano de governo convocou as eleições: mesmo perdendo a reeleição ele governará o país ainda por mais dois anos antes da posse de Sirisena. A comunidade internacional faz votos de que a vontade de mudança do povo seja respeitada e que se dê início a um novo período de paz e prosperidade para o país. Sirisena foi ministro da Saúde durante o governo atual. Trata-se de uma reviravolta histórica no país que perde um dos últimos líderes do sul da Ásia que pôs fim à guerra civil com os Tigres Tâmeis. Sirisena se propôs ao povo como alternativa ao “autoritarismo e ao nepotismo”. Com 63 anos de idade, budista da maioria cingalesa, prometeu “uma nova cultura política” baseada na luta contra a corrupção.

Durante a campanha eleitoral a Igreja Católica no país preparou a viagem do Papa convidando todos os cidadãos e os líderes políticos a permanecerem unidos, independentemente de quem vencesse as eleições, para acolher o Santo Padre. Naturalmente o atual presidente Rajapaksa irá receber o Papa, mas certamente também encontrará o neo-presidente para um colóquio.

É num país fresco de eleições que o Sucessor de Pedro chegará nesta sua primeira etapa de viagem para confirmar os fiéis na fé. Vai confirmar uma Igreja engajada em atividades caritativas no campo da saúde e da educação e confirmar a vontade permanente de um diálogo com as demais religiões presentes nesta parte do mundo com o olhar fixo na paz que tanto o mundo de hoje precisa.

Francisco leva o anúncio do Evangelho, vai proclamar a boa nova levando em consideração, certamente, o contexto no qual atua a Igreja católica. Um contexto – como disse o Secretário de Estado vaticano, Pietro Parolin - caracterizado por uma multiplicidade, quase um mosaico de sociedades, de culturas e de religiões. O continente asiático é o berço das grandes religiões do mundo.

A Igreja Católica é uma pequena minoria mas mesmo assim está inserida nas atividades caritativas e humanitárias no campo da saúde e da educação do país. Por isso, pode ser ponte, já que entre seus membros estão fiéis de ambas as etnias principais, tâmil e cingalesa, e, portanto, a Igreja conhece um pouco aquilo que existe no coração de cada um e conhece também as expectativas.

O Sri Lanka é um país que infelizmente também viveu o drama do surgimento de grupos extremistas que procuram manipular a opinião pública criando tensões e utilizando a religião para fins próprios. É também para um país que tem tradição de diálogo inter-religioso e de colaboração que o Papa Francisco irá falar pedindo, como tem sempre feito, o uso do instrumento do diálogo, da pedagogia do encontro.

Já as Filipinas, o país na Ásia com o maior número de católicos, se preparou com semanas de orações para receber o Papa. Será certamente um “mar de pessoas”, que acolherá Francisco. “Será um momento extraordinário de graça” afirmou o presidente da Conferência Episcopal Filipina, Dom Socrates B. Villegas.

Essa viagem de Francisco, dividida em duas partes, fala de uma atenção renovada da Igreja, do Papa, por esta parte importante da humanidade, seja do ponto de vista demográfico, seja de uma presença humana impressionante do ponto de vista das suas dimensões e da sua dinâmica. Para a Igreja, terras de evangelização, de anúncio do Evangelho em situações culturais, sociais e políticas diferentes e tantas vezes difíceis. É uma das grandes fronteiras da Igreja do nosso tempo e o Papa Francisco indica isto com estas viagens entusiasmantes. (Silvonei José)

 

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Reflexão para a Festa do Batismo de Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - Na noite de Natal, os anjos cantaram aos pastores­ “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado”. Essa paz auspiciada pelos anjos é transmitida pela pessoa de Jesus, o Príncipe da Paz, apresentado no Evangelho de hoje como o “Filho muito amado do Pai, em quem Ele pôs todo seu bem agrado”.

Na primeira leitura, ao ouvirmos falar sobre o Servo de Javé, poderemos identificá-lo com Jesus Cristo, como o fizeram os primeiros cristãos.

O misterioso Servo de Javé do Livro de Isaías, pessoa nobre que lutara pela libertação dos homens, sem clamar nem levantar a voz, sem quebrar uma cana rachada nem apagar um pavio que ainda fumega, ouviu do Senhor o seguinte: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como centro da aliança do povo, luz das nações”. Ora, esse Servo é homem da paz, não domina, não destrói, não desanima, 500 anos antes já revelava o perfil de Jesus, nosso Redentor.

O Evangelho do Batismo de Jesus, extraído de Lucas, nos diz que Jesus rezava quando o Espírito Santo desceu sobre ele. O Espírito Santo é a resposta de Deus à oração de Jesus. O próprio Senhor, mais adiante irá ensinar que o Pai dá o Espírito àqueles que o pedirem.

Por que Jesus rezava? Certamente para saber do Pai o que é de seu agrado, para lhe ser fiel. Também nós precisamos da oração para realizarmos a missão que o Senhor nos deu, para sermos imagem do” Filho muito amado em quem o Pai pôs todo seu agrado”.

A segunda leitura, extraída do Atos dos Apóstolos, nos fala “como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele”.

Eis nossa missão: andar por toda a parte, fazendo o bem e curando os que estão dominados pelo pecado. Como fazer o bem e curar os dominados pelo pecado? Certamente sendo promotores da justiça, fazendo o bem e libertando todos do jugo do egoísmo e trocando-o pela humildade e serviço; libertando do jugo do prazer e oferecendo a solidariedade; libertando do jugo da idolatria, seja ela qual for, e substituindo-a pelo Amor.

Pe. César Augusto dos Santos SJ

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