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Sumario del 12/01/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Formação

Papa e Santa Sé



Papa aos embaixadores: "Que a paz ecoe em todo o mundo"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta segunda-feira, poucas horas antes de partir para a sua sétima viagem internacional, o Papa recebeu na Sala Regia, no Vaticano, os embaixadores credenciados na Santa Sé. Este é um dos encontros mais esperados no início de cada ano, pois em seu discurso, tradicionalmente o Pontífice expressa as suas maiores preocupações em relação à realidade internacional. 

No início do encontro, tomou a palavra o decano do corpo diplomático, Jean-Claude Michel, embaixador do Principado de Mônaco, e logo após, foi a vez de o Papa discursar. Francisco começou agradecendo a todos pelo empenho em favorecer e incrementar as relações entre os países e organizações internacionais, e lembrou que no último ano, aumentou o número de Embaixadores residentes em Roma, graças à assinatura de Acordos bilaterais com os Camarões, e de Convenções com Malta e a Sérvia. 

As palavras iniciais do Pontífice se inspiraram na mensagem anunciada na noite de Natal: a paz, dom precioso de Deus, e a rejeição - a realidade dramática do desprezo que nos é apresentada no presépio. O menino foi descartado, deixado fora ao frio, forçado a nascer num estábulo, porque não havia lugar na hospedaria... e se assim foi tratado o Filho de Deus, ainda pior o são muitos dos nossos irmãos e irmãs. 

Novas escravidões

“Há uma índole da rejeição que nos assemelha e que induz a olhar o próximo, não como um irmão a acolher, mas como alguém deixado fora do nosso horizonte de vida pessoal, transformando-o antes num concorrente, num súbdito a dominar. Trata-se duma mentalidade geradora daquela cultura do descarte que não poupa nada e ninguém, desde as criaturas irracionais aos seres humanos e até ao próprio Deus. De tal cultura nasce uma humanidade ferida, continuamente dilacerada por tensões e conflitos de toda a espécie”. 

Como exemplo disso, o Papa lembrou  o rei Herodes, que, sentindo a sua autoridade ameaçada pelo Menino Jesus, mandou matar todos os meninos de Belém, e transpondo os fatos à realidade de hoje, recordou que no Paquistão, há um mês foram trucidadas mais de cem crianças.   

Rejeição na dimensão social

À dimensão pessoal da rejeição, disse Francisco, associa-se inevitavelmente a dimensão social, uma cultura que rejeita o outro, como vimos no trágico massacre ocorrido em Paris. 

As consequências dramáticas desta mentalidade da rejeição e da ‘cultura da servidão’ são constatadas no contínuo alastrar dos conflitos, que tocam várias áreas do planeta, começando pela Ucrânia. O pensamento do Papa se dirigiu então ao Oriente Médio, e ao alastramento do terrorismo de matriz fundamentalista na Síria e no Iraque.

“Apelo à comunidade internacional inteira para que defenda quantos sofrem as consequências da guerra e da perseguição, sendo forçados a deixar as suas casas e a própria pátria. “Um Oriente Médio sem cristãos seria um Médio Oriente desfigurado e mutilado!”, bradou, instando a comunidade internacional a não ficar indiferente a esta situação: “Espero que os líderes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos, condenem toda interpretação fundamentalista e extremista da religião que tenda a justificar tais atos de violência”.

Os mais vulneráveis

Prosseguindo, o Papa lembrou outras formas de brutalidade que ceifam vítimas entre os menores e os indefesos, citando a Nigéria, onde se verifica o crescimento contínuo do fenómeno do sequestro de pessoas, muitas delas jovens raptadas para serem vendidas: “É um comércio execrável, que não pode continuar. Um flagelo que é preciso erradicar, pois atinge a todos nós, desde as famílias envolvidas até à comunidade mundial inteira”. 

Ainda na África, Francisco nomeou a Líbia, dilacerada por uma guerra interna, a República Centro-Africana, onde formas de resistência e interesses partidários ameaçam frustrar as expectativas de um povo que anseia construir livremente o seu futuro. Suscita preocupação do Papa também a situação no Sudão do Sul e em algumas regiões do Sudão, do Chifre da África e da República Democrática do Congo. A este ponto, o Papa pediu um compromisso conjunto dos governos e da comunidade internacional para que se ponha fim a toda espécie de luta, ódio e violência e se comprometa a favor da reconciliação, da paz e da defesa da dignidade transcendente da pessoa. 

A ferida nas mulheres

O Pontífice ressaltou ainda que as guerras trazem consigo outro crime horrendo que é o estupro, “uma ofensa gravíssima à dignidade da mulher, que é violada não só na intimidade do seu corpo mas também na sua alma, com um trauma que dificilmente poderá ser cancelado e cujas consequências são também de carácter social”.

Os marginalizados

Para o Bispo de Roma, a cultura do descarte é visível também de modo mais sutil e astuto, como por exemplo, na forma como são frequentemente tratados os doentes: isolados e marginalizados, como os leprosos de que fala o Evangelho. Francisco colheu a ocasião para enaltecer e agradecer publicamente os profissionais de saúde que prestam cuidados aos doentes de Ebola e seus familiares, sobretudo às crianças que ficaram órfãs na Libéria, Serra Leoa e Guiné.   
Outras vítimas do ‘descarte’ muito queridas a Francisco são os deslocados e refugiados. “A fuga destas pessoas de sua terra natal é consequência das situações de conflito antes descritas. Quantas pessoas perdem a vida em viagens desumanas, sujeitas aos vexames de verdadeiros e próprios algozes gananciosos de dinheiro! Há ainda outro dado alarmante: muitos migrantes, especialmente nas Américas, são crianças sozinhas, presa ainda mais fácil dos perigos, que necessitam de maior cuidado, solicitude e proteção”. 

Apelo

Aos diplomatas provenientes de países de todo o mundo, o Papa pediu uma mudança de atitude, passando da indiferença e do medo a uma sincera aceitação do outro. “Exorto tanto os Estados como as organizações internacionais a agirem diligentemente para resolver estas graves situações humanitárias e fornecer aos países de origem dos migrantes ajudas que favoreçam o progresso sociopolítico e a superação dos conflitos internos, que são a causa principal de tal fenómeno”.  

Em relação aos idosos, portadores de deficiência, e jovens que vivem dentro das nossas casas e famílias – que o Papa costuma chamar de “exilados ocultos” – foram tocados temas como o flagelo do desemprego juvenil e do trabalho no mercado negro, e o drama de muitos trabalhadores, especialmente crianças, explorados por ganância: “Tudo isto é contrário à dignidade humana e deriva duma mentalidade que põe no centro o dinheiro, os benefícios e os lucros econômicos em detrimento do próprio homem”. 

O descarte da identidade

Segundo Francisco, as causas destes fenômenos estão na globalização niveladora que descarta as culturas próprias, eliminando os fatores específicos de identidade de cada povo. “Em um mundo uniforme e desprovido de identidade, é fácil detectar o drama e o desânimo de muitas pessoas que perderam literalmente o sentido da vida. A persistente crise económica agrava situação, gerando desconfiança e favorecendo a conflitualidade social.  

Ao povo italiano, o Papa pediu que “não ceda à indiferença e à tentação da confrontação, mas descubra aqueles valores de solicitude recíproca e solidariedade que estão na base de sua cultura e da convivência civil e são fonte de confiança tanto a curto prazo como no futuro, especialmente para os jovens”. 

As viagens de 2014

No longo discurso, Francisco falou ainda de sua viagem em agosto passado à Coreia – auspiciando a retomada do diálogo entre os dois países irmãos – e lembrou a todos que na tarde desta segunda, 12, “terá a alegria de partir para a Ásia, a fim de visitar o Sri Lanka e as Filipinas, testemunhando assim a atenção e a solicitude pastoral com que acompanho as vicissitudes dos povos daquele vasto continente”.

Querendo afastar o clima de pessimismo, os defeitos e as falhas deste nosso tempo, Francisco agradeceu a Deus pelo que nos deu, pelos benefícios que nos outorgou, pelos colóquios e encontros que nos concedeu e por alguns frutos de paz que nos deu a alegria de saborear. 

Neste espírito, recordou a visita à Albânia, país em que  “a cultura do encontro é possível, apesar das feridas sofridas na história recente”; a recente viagem à Turquia, onde constatou os frutos do diálogo ecuménico e inter-religioso e a solicitude pelos refugiados; e o espírito de recepção sentido na Jordânia.

Satisfação

Chegando ao fim do discurso, Francisco quis mostrar sua alegria com a recente decisão tomada pelos Estados Unidos e Cuba de porem fim ao silêncio recíproco, que durou mais de meio século, e aproximarem-se para bem dos respectivos cidadãos. Nesta perspectiva, foi citado Burquina-Fasso, país hoje engajado em importantes transformações políticas e institucionais, e lembrada a assinatura, em Março passado, do Acordo que pôs fim a longos anos de tensões nas Filipinas. O Papa encorajou ainda o esforço de paz na Colômbia, bem como as iniciativas que visam restabelecer a concórdia na vida política e social da Venezuela. 

Esperanças

“Espero ainda que, em breve, se possa chegar a um entendimento definitivo entre o Irã e o chamado Grupo dos 5+1 sobre a utilização da energia nuclear para fins pacíficos; e registro com satisfação a vontade dos Estados Unidos de fechar definitivamente a prisão de Guantánamo”.  

Francisco recordou, enfim, que no dia 6 de agosto de 1945, a humanidade assistia a uma das mais terríveis catástrofes da sua história. Das cinzas da II Guerra Mundial, surgiu, entre as nações, uma vontade nova de diálogo e de encontro que deu vida à Organização das Nações Unidas, da qual celebraremos este ano o septuagésimo aniversário.

Paz

A última frase do discurso de Francisco foi dedicada à paz, a paz que deve guiar os destinos dos povos e de toda a humanidade: “O sangue de milhões de homens, os sofrimentos espantosos e inumeráveis, os inúteis massacres e as aterradoras ruínas sancionam o pacto que vos une, num juramento que deve mudar a história futura do mundo: nunca mais a guerra”, disse o Papa, repetindo palavras do Beato Papa Paulo VI, em sua visita à ONU, 50 anos atrás. 

“Esta é também a minha invocação confiante para este novo ano, que verá a continuação de dois processos importantes: a redação da Agenda de Desenvolvimento pós-2015, com a adoção dos Objetivos de desenvolvimento sustentável, e a elaboração de um novo Acordo sobre o clima. Seu pressuposto indispensável é a paz, que, ainda antes do fim de cada guerra, brota da conversão do coração”. 

(CM)

 

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Santa Sé, peça-chave no xadrez da diplomacia

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Cidade do Vaticano (RV) – Como é formado o corpo diplomático recebido pelo Papa na Sala Regia, na manhã desta segunda-feira, 12? 
 A Santa Sé mantém atualmente relações diplomáticas plenas com 180 Estados. A estes, devem ser acrescentados União Europeia, a Soberana Ordem de Malta e uma Missão de natureza especial: a do Estado da Palestina. 

No que diz respeito às Organizações Internacionais, a Santa Sé está presente na ONU como “Estado observador”; e é também Membro de 7 Organizações ou Agências do sistema ONU, Observador em outras 8 e Membro o Observador em 5 Organizações regionais.

Ainda no âmbito das Organizações e Organismos intergovernamentais e Programas internacionais dos quais a Santa Sé toma parte, destaca-se que em 5 de dezembro de 2011, em Genebra, o Conselho da Organização Internacional das Migrações (OIM) aprovou o status de Membro para a Santa Sé. 
82 países mantêm missões residentes junto à Santa Sé em Roma, incluindo União Europeia e Ordem de Malta. Além disso, a Missão do Estado da Palestina e os escritórios da Liga dos Estados Árabes, a Organização internacional para as Migrações e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados mantêm contatos regulares com a Santa Sé através de suas chancelarias em Roma. 

Relações com o Brasil

As relações diplomáticas da Santa Sé com o Governo brasileiro tiveram início formal no dia 23 de janeiro de 1826 e transcorrem em ambiente de grande cordialidade, valorizadas por ter o Brasil a maior população católica do mundo e o episcopado mais numeroso. 

O Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil foi estabelecido e subscrito em 13 de novembro de 2008, por ocasião da visita do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Vaticano. No ano seguinte, o Congresso Nacional aprovou o texto, ratificando-o em 7 de outubro de 2009. Entrou em vigor em 10 de dezembro de 2009 e foi promulgado pelo Presidente da República em 11 de fevereiro de 2010. 

(CM)

 

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RV no Sri Lanka: a cobertura para a chegada do Papa

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Cidade do Vaticano (RV)  - Cinco meses após a viagem apostólica à Coreia, o Papa Francisco volta à Ásia. O Pontífice parte para o Sri Lanka na tarde desta segunda-feira (12/01) às 18h50 – horário de Roma – e chegará a Colombo na manhã de terça-feira.

 A capital cingalesa hospedará Francisco por dois dias, e estão previstos quatro eventos principais: a cerimônia de boas-vindas no aeroporto, o encontro inter-religioso, a Santa Missa com a canonização de José Vaz e a oração mariana no Santuário de Nossa Senhora de Madhu, ao norte de Colombo.

 A Rádio Vaticano transmitirá todos os eventos ao vivo, com comentários em português, com exceção da cerimônia de boas-vindas.  Mas sobre a expectativa, leia e ouça o boletim do enviado do Programa Brasileiro, Silvonei José:

"Os fiéis do Sri Lanka vivem horas de grande expectativa pela chegada na manhã desta terça-feira do Papa Francisco a Colombo. Foi o próprio Santo Padre a anunciar ao mundo e aos fiéis desta terra a sua intenção de visitar este país durante o seu retorno de Israel no último mês de maio, falando com os jornalistas presentes no voo papal.

Mas já antes desse anúncio, quando retornava então do Brasil em 2013, também na já tradicional conversa com os jornalistas a bordo do avião que o trazia de volta a Roma do Rio de Janeiro onde participou da JMJ o olhar para o continente asiático já tinha sido lançado.

“Eu tive um convite para visitar o Sri Lanka e também as Filipinas. À Ásia devemos ir. Porque o Papa Bento XVI não teve tempo de ir e é importante”, afirmara então. Francisco acrescentando essas duas novas etapas ao seu magistério itinerante, que abrem 2015, ano para o qual se preveem outras importantes viagens internacionais, dilata ainda mais os confins de um percurso evangelizador várias vezes descrito por ele.

“À Ásia se deve ir”. Uma frase peremptória, uma mensagem clara, se tratava de um projeto que já estava delineado nos pensamentos pastorais de Bergoglio da Igreja “em saída”. A ação missionária é o paradigma de qualquer ação da Igreja, sempre afirmou Francisco. Já no primeiro capítulo da sua Exortação Apostólica “Evangelii Guadium” desenvolve o tema da missionariedade da comunidade eclesial, chamada a sair de si para encontrar os outros. Em outros termos a Igreja deve “ir ao encontro” buscar os distantes e chegar às encruzilhadas das estradas para convidar os excluídos. Assim o Sucessor de Pedro toma o seu cajado e vai ao continente asiático, o mais populoso do planeta e com o menor número de católicos, uma terra de desafios, uma terra de missão, uma terra de evangelização.

O Sri Lanka que acolhe o Papa Francisco nesta terça-feira é um país que viveu anos de conflitos, de guerras, que produziram mortes, dores e feridas imensas. É um país de pouco mais de 20 milhões de habitantes onde 80% da população vive em vilarejos rurais.  A maioria é de religião budista, cerca 70,2%, hinduístas 12,6% e os cristãos 7,5%; os católicos são 6,5%. Recebendo um grupo de peregrinos do Sri Lanka no Vaticano em 8 de fevereiro de 2014, o Santo Padre recordou que essa terra é chamada a Pérola do Oceano Índico, por causa da sua beleza natural e da sua conformação. Fala-se que a pérola é formada pelas lágrimas da ostra, disse o Papa. Infelizmente, muitas lágrimas foram derramadas nos últimos anos nesta terra por causa do conflito interno que provocou muitas vítimas e causou muitos prejuízos. “Não é fácil curar as feridas e colaborar com o adversário de ontem para construir juntos, o amanhã, – disse então o Papa – mas é a única estrada que nos dá esperança de um futuro, esperança de desenvolvimento e esperança de paz”.

A visita do Papa Francisco ao Sri Lanka ajudará a superar as divisões no país declarou o Cardeal Malcom Ranjith, Arcebispo de Colombo e Presidente da Conferência Episcopal do Sri Lanka, falando à Rádio Vaticano. Em uma nação onde duas comunidades étnicas se contrastam há anos, a chegada de Francisco oferecerá a ocasião para refletir sobre a importância da paz e da reconciliação entre as partes. De fato, desde 1975 neste país, se acentuou o conflito entre a maioria da população de etnia cingalesa, substancialmente budista, e a minoria tâmil, hinduísta e cristã. Dentro da minoria tâmil atua um grupo nacionalista armado conhecido com o nome “Tigres para a libertação da Pátria Tâmil”, que há anos reivindica a criação de um Estado soberano Tâmil.

Entre as numerosas iniciativas realizadas na fase de preparação da viagem do Papa Francisco destaca-se a recente inauguração do canal de televisão católico, chamado “Verbum TV”, que desde o início do último mês de dezembro transmite programas de formação católica. Representa para a Igreja deste país um novo modo para evangelizar e procurar esclarecer as incompreensões ligadas ao fundamentalismo, afirmou durante a sua inauguração o Cardeal Ranjith.

Sobre a expectativa da chegada de Francisco, nós conversamos com o Núncio Apostólico no Sri Lanka, Arcebispo Dom Pierre Nguyên Van Tot…

A visita do Papa Francisco ao Sri Lanka será a terceira visita de um Pontífice à ilha, depois da primeira de Paulo VI em 1970, quando o país ainda se chamava Ceilão. E a segunda realizada por João Paulo II em 1995 quando beatificou José Vaz. Agora Francisco irá canonizá-lo. O tema da viagem é tirado do Evangelho de João, “Habitar no amor”.

De Colombo para a Rádio Vaticano, Silvonei José."

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Direto do Sri Lanka: decretado feriado nacional para receber o Papa

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Colombo (RV) – Quase tudo pronto para receber, na manhã desta terça-feira (13/01), o Papa Francisco em Colombo, capital do Sri Lanka. Os últimos retoques nas ruas enfeitadas com bandeiras do Vaticano e do país que o acolhe estão dando o tom da alegria de um povo que recebe o Sucessor de Pedro. A sala de imprensa montada no interior do Galle Face Hotel foi inaugurada na manhã desta segunda-feira (12/01) com a chegada dos primeiros 650 jornalistas acreditados: 400 são do Sri Lanka e 250 de outras partes do mundo. Acompanham o Santo Padre no voo papal outros 85 jornalistas.

A imprensa do Sri Lanka nos dias passados deu pouco espaço à viagem de Francisco, concentrada mais nas eleições presidenciais do último dia 8 de janeiro que viu a vitória do opositor do Presidente Mahinda Rajapakse, seu ex-Ministro Maithripala Sirisena. Nesta segunda a imprensa de Colombo ainda dá destaque à tomada de posse do Presidente Sirisena e à sua visita a um templo budista.

Feriado Nacional

O Papa Francisco é notícia no que diz respeito ao grande esquema de segurança montado para recebê-lo: são cerca de 24 mil os policiais que cuidarão da segurança e da ordem durante a permanência de Francisco neste país. As escolas católicas fecharam as portas neste dia 13 e no dia 14 será feriado nacional por decisão do governo para permitir uma maior participação de todos na recepção ao Santo Padre. Ontem, no aeroporto internacional de Colombo a prova do coral de crianças que receberá o Papa: são crianças pobres da periferia da cidade que darão o tom a esta viagem, vista como uma viagem simples mas de profunda emoção.

Os fiéis se preparam para ganhar as ruas da cidade e dar as boas-vindas a Francisco, que nesta terra é muito amado, não só pelos católicos mas também pela maioria budista, e também pelos muçulmanos, como nos contou o Núncio Apostólico no Sri Lanka, Dom Pierre Nguyên Van Tot.

7ª viagem internacional

Francisco parte no início da noite de hoje, horário de Roma para uma viagem de oito dias ao Sri Lanka e Filipinas, onde certamente o tom dos seus discursos e encontros será uma mensagem de esperança, paz e reconciliação, como também de afeto pelas vítimas tanto de violências como de catástrofes naturais que atingiram ambas as nações. É a sua 7ª viagem internacional.

Nos dias passados, o Secretário de Estado Vaticano afirmara que a viagem de Francisco é uma oportunidade para “demonstrar compaixão, misericórdia, diante de tantas pessoas que sofrem”. Aqueles que sofrem por causa dos desastres naturais, aqueles que sofrem por causa das injustiças como a pobreza a corrupção, os que sofrem por causa das guerras que perduram certamente serão confortados pelo Papa Francisco que tanto desejou essa viagem.

País multicultural

O Sri Lanka ainda sofre as consequências da guerra civil de 1983-2009 entre a maioria cingalesa e a minoria tamil, que deixou mais de 100 mil mortos. Também é um dos países arrasados pelo tsunami de 2004, que causou cerca de 31 mil mortos. Eis o que nos disse a proposito da chegada do Santo Padre o Cardeal Malcom Ranjith, arcebispo de Colombo.

“Nós estamos em um momento importante na história do nosso país porque tivemos uma guerra de 30 anos que causou muitas mortes e muita destruição; terminou, mas ainda a paz não foi estabelecida. Por isso, o Santo Padre poderia fazer um apelo à reconciliação neste país, porque os corações ainda estão dilacerados, existem ainda as feridas, e é necessária uma verdadeira reconciliação do coração, por isso a sua visita será muito importante para nós. Ele é um homem conhecido em todo o mundo como um homem de paz, de reconciliação, de abertura em direção da humanidade, e isso irá ajudar muito a obter essa paz”.

Convite insólito

Sobre o convite ao Papa Francisco para visita ao Sri Lanka, eis o que nos disse o Cardeal Ranjith.

“Eu o convidei no dia da sua eleição, antes ainda da sua primeira aparição no balcão da Basílica Vaticana. Eu fiz o convite e ele aceitou imediatamente. Pediu-me que enviasse uma carta, e eu fiz logo em seguida através da conferência episcopal e do governo. Depois insistimos várias vezes e então conseguimos. Sabia que ele viria, pois eu disse, se o senhor deseja ver a Ásia com todos os seus problemas, com as suas religiões, etc... venha ao Sri Lanka, porque o Sri Lanka é uma pequena visão de toda a Ásia, a realidade da pequena comunidade, porque os católicos são poucos, em toda a Ásia são só 2,6%, por isso se ele queria ver um país onde a convivência se torna um desafio para nós, mas também uma possibilidade, o Papa deveria vir aqui; essa era minha convicção e eu tinha convidado, e ele aceitou”.

Durante sua visita, Francisco canonizará o Beato José Vaz, missionário do século XVII e visitará o Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Madhu.

De Colombo, Sri Lanka, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

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Vaticano não está em alerta máximo, diz porta-voz

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Cidade do Vaticano (RV) -  “Contrariamente do que foi divulgado por alguns meios de comunicação, não é verdade que a Santa Sé tenha recebido assinalações de riscos específicos de serviços de segurança de outros países”. É o que disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.

“Conservam-se os normais e oportunos entre serviços de segurança que, fazendo referência à situação atual convidam à atenção e prudência razoável – prossegue o porta-voz do Vaticano – contudo não resultam assinalações de motivos concretos e específicos de risco”.

“Não é o caso de alimentar preocupações não motivadas – concluiu – que possam inutilmente perturbar o clima de vida e de trabalho, e isso também no que diz respeito aos tantos peregrinos e turistas que todos os dias frequentam o Vaticano”, reiterou. (RB)

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Igreja na América Latina



Dra. Zilda Arns: primeiro passo para a beatificação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Haiti recorda nesta segunda-feira, 12 de janeiro, os cinco anos do terremoto que matou milhares de pessoas. Entre elas, a Dra. Zilda Arns, que estava na Ilha para implantar a Pastoral da Criança.

Cinco anos desde a morte do candidato são o período necessário para abrir uma causa de beatificação. E o primeiro passo ocorreu no último sábado (10/01) na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Cerca de 40 mil pessoas de todos os Estados brasileiros estiveram presentes na celebração que marcou a entrega oficial da moção que solicita a abertura do processo de beatificação de Zilda Arns.

A moção é um documento que reúne assinaturas, com o objetivo de demonstrar o apoio da população a uma causa ou proposta. Neste caso, os fiéis apoiam o reconhecimento à fama de santidade e ao legado evangelizador e pastoral da Doutora Zilda.

A celebração eucarística foi presidida pelo Presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, concelebrada por mais de 20 bispos de várias dioceses brasileiras.

Beatificação

De acordo com Nelson Arns, Coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança e filho de Zilda, o evento foi resultado de uma rede nacional de mobilização, que coletou assinaturas para a moção de apoio à beatificação. O documento com mais de 130 mil assinaturas foi entregue durante a celebração eucarística à Arquidiocese de Curitiba e o próximo passo será o encaminhamento do processo completo para o Vaticano.

“O trabalho de minha mãe à frente da Pastoral foi marcado pelo altruísmo e isso permanece até hoje. As pessoas que integram a Pastoral buscam melhorar sua atuação junto às crianças e à sociedade, não pedem nada para si, mas pelos outros. O apoio à beatificação de uma pessoa que não era religiosa também chama a atenção para o fato de que todos os cristãos são chamados à santidade, e não apenas aqueles que seguem a vocação religiosa”, disse.

Sobre a moção apresentada, a Rádio Vaticano falou conversou com o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner: 

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Formação



Especial Jovens: o Hino da JMJ Cracóvia 2016

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Cidade do Vaticano (RV) – Na última semana foi apresentado o hino oficial da Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia, que se realizará entre os dias 26 a 31 de julho do ano que vem. O hino temo como título “Bem-aventurados os misericordiosos”, e é de autoria de Jakub Blycharz, no contexto o tema escolhido pelo Papa Francisco para o encontro na Polônia: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7).

O autor

O compositor Jakub Blycharz é o autor da música e do texto do hino. Advogado de profissão, músico por paixão, é autor de outras obras litúrgicas. Junto com a sua família, Jakub faz parte da comunidade “Uma voz no deserto”, de Cracóvia.  Sobre o novo hino nós conversamos com o Responsável para a juventude do Pontifício Conselho para os leigos, o brasileiro, Padre João Chagas. (SP)

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