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Sumario del 13/01/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

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Atualidades

Papa e Santa Sé



Direto do Sri Lanka: os destaques do primeiro dia da viagem do Papa

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Colombo (RV) – A grande espera terminou, o Papa Francisco está em terras cingalesas recebido com festa por um povo que desde os primeiros momentos de sua chegada nesta manhã demonstrou toda a sua alegria pela visita como dizem “de um ilustre hóspede”. As bandeiras, os cantos, os sorrisos, o corre-corre pelas ruas dão o tom do que está ocorrendo aqui em Colombo. Desde a sua chegada, com a saudação musical das crianças, e com o grande abraço de uma multidão que desde o aeroporto até o centro da cidade não o abandonaram  nem sequer por um metro de asfalto, o povo cingalês fez com que o Papa se sentisse em casa, como um velho amigo que vinha reencontrar velhos companheiros de viagem. Sim, porque o Papa Francisco veio confirmar seus irmãos na fé, caminhar com eles e rezar com eles. Mas no abraço ideal a Francisco nestas horas não está somente no carinho e no afeto dos católicos e cristãos mas na expressão de todo um povo, budista, hinduísta, muçulmano, que olha para este peregrino da paz, o “líder que beija os pés”, como descreveu um dos jornais a figura de Francisco, como uma pessoa de casa. A sua humildade contagiou as pessoas que mesmo de religiões diferentes quiseram e querem ver esse homem de branco que veio do fim do mundo. Certamente para os cingaleses a expressão fim do mundo, em referência à Argentina tem uma dimensão precisa: muito longe de casa.

A primeira variação no programa do Santo Padre nesta viagem foi o cancelamento do encontro com os 20 bispos do Sri Lanka que estava previsto para se realizar na sede da Arquidiocese de Colombo. O tempo utilizado pelo Papa para chegar até o centro de da cidade, partindo do aeroporto, foi mais longo do que o previsto. Assim achou-se por bem cancelar o encontro, pois Francisco já se encontrará com os bispos cingaleses no último mês de maio, no Vaticano, durante a visita “ad Limina”.

Chegada

O avião papal tocou terra às 8h51, hora local, depois de 9h40 de voo, e às 9h05 Francisco saiu do avião dando início à sua 7ª Viagem Apostólica internacional. Já nos primeiros momentos em terras cingalesas Francisco recebeu por parte de duas crianças 72 folhas de “Beetle”, uma espécie de folha que se mastiga com o tabaco (uma tradição de boas-vindas) e o tradicional “garland”, um colar de flores com as cores branca e amarela. Depois o aperto de mão e as boas-vindas do Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, que tomou posse do governo dias atrás.

Cantos e danças tradicionais acolheram o Papa, junto com um elefante que deu também as boas-vindas ao Papa: uma tradição do Sri Lanka de dar as boas-vindas e desejar boa sorte. Na sequência as honras militares, a execução dos hinos do Vaticano e do Sri Lanka e a salva de 21 tiros de canhões. Um coral de crianças da periferia de Colombo cantou para Francisco dando as boas-vindas em inglês, italiano, cingalês e tâmil. No canto pediram a bênção do Santo Padre e a paz para o país.

As primeiras palavras do Presidente Sirisena foram de agradecimento pela visita do Papa Francisco, afirmando que era o seu primeiro discurso como presidente.

Primeiro discurso

Já o Santo Padre no seu discurso de chegada falou do caráter pastoral, da visita para encorajar os católicos do Sri Lanka e rezar com eles. O momento central será a canonização nesta quarta-feira do Beato José Vaz. Mas a sua presença também é a expressão do amor e da preocupação da Igreja por todo o povo. Recordou os anos da guerra civil, a necessidade de curar as feridas e a consolidação da paz. E concluiu pedindo que os dias da sua visita sejam dias de amizade, diálogo e de solidariedade.

O Papa Francisco traz na sua bagagem uma mensagem de reconciliação aos cingaleses. Uma viagem que representa um sinal consistente da sua atenção ao continente asiático.

 

Nós ouvimos o Padre Antonio Spadaro, Diretor da Revista Civiltà Cattolica, que nos fez um primeiro comentário sobre a chegada do Papa.

“A acolhida absolutamente muito festiva, uma momento de grande alegria para este país, uma visita muito esperada. Cheguei dois dias atrás e pude conversar com muitas pessoas de fés diferentes, e esta visita do Papa despertou uma grande expectativa, gerou um grande interesse. O Papa não está cansado, pareceu um pouco cansado durante as saudações oficiais, mas isso estamos habituados a ver, a compreender. O Papa muda nas relações interpessoais e pudemos ver isso na sua passagem pelas ruas de Colombo, foi acolhido com muito afeto, com muita festa pela população. Em seguida pareceu ganhar novamente as forças.

Quais as expectativas para esta viagem?

“As expectativas para esta viagem são muitas. O Papa já disse com clareza qual é o objetivo dessa viagem, certamente confirmar na fé os católicos, mas, sobretudo, confirmar o desejo dos católicos de serem pontes nesta sociedade, pontes de reconciliação. O cristianismo é interessante neste país, principalmente porque são cristãos seja os cingaleses seja os tâmeis, portanto, entre os cristãos se encontram as duas etnias, que muito frequentemente estiveram em conflito entre elas; a cingalês é essencialmente budista enquanto a tâmil é hinduísta. Fenômenos de violência foram muito fortes, também uma intensificação do nacionalismo por parte dos cingaleses. Assim a Igreja é uma ponte natural. O Papa quer confirmar a Igreja como ponte natural e elemento de reconciliação dentro desta sociedade”.

No seu discurso na chegada nesta manhã Francisco disse esperar que o Sri Lanka conquiste a reconciliação em temas étnicos e religiosos. "A incapacidade de reconciliar as diversidades, tanto as antigas quanto as novas, criam tensões étnicas e religiosas, acompanhadas frequentemente de explosões de violência. Por muito anos, o Sri Lanka viveu horríveis confrontos civis. Agora, está tentando consolidar a paz e curar as feridas.

Milhares as pessoas pelas ruas de Colombo abraçaram idealmente nesta manhã Francisco. Entre eles muitos budistas, (acompanhados por elefantes), hinduístas e muçulmanos.

Ainda na tarde desta terça-feira Francisco foi até a residência do Presidente Sirisena para uma visita de cortesia. Em seguida o esperado encontro inter-religioso no Centro de Congressos Bandaranaike. Presentes vários expoentes religiosos do país com cerca mil representantes de suas comunidades, budistas, hinduístas, muçulmanas e algumas confissões cristãs.

O Papa retornou depois à sede da Nunciatura Apostólica onde reside nestes dias de viagem ao Sri Lanka. Amanhã a missa de canonização do Beato José Vaz e a visita ao Santuário de Madhu.

Dos estúdios da Rádio Vaticano, em Colombo, Sri Lanka, Silvonei José

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Pe. Lombardi fala da alegria do Papa ao chegar ao Sri Lanka

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Cidade do Vaticano (RV) – O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, afirmou que o Papa está muito contente com a recepção que teve ao chegar no Sri Lanka. “Certamente o Papa está muito feliz. Sua sensibilidade é muito positiva. Falei com ele no avião e ele estava em grande forma. Conforme a viagem se aproximava, ele demostrava muita esperança e serenidade”, disse Lombardi após o primeiro encontro com os jornalistas em Colombo.

Lombardi vê este primeiro dia da viagem de Francisco ao país asiático como sinal de claro da missão do Pontífice: ser promotor da mensagem de reconciliação que o Sri Lanka tanto precisa.

“O Papa encoraja o presidente recém-empossado - e que parece ser bem visto pelas minorias -, a realizar um grande trabalho em prol da reconciliação”, destacou Lombardi.

Igreja particular

Lombardi reiterou ainda que a Igreja no Sri Lanka agrupa duas etnias diversas em unidade. “É natureza da Igreja aqui a característica da união, da reconciliação. Portanto, a Igreja tem um papel fundamental diante de uma sociedade que sofreu tantas divisões”, concluiu Padre Lombardi. (RB)

 

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Papa exorta à união das religiões para o bem do Sri Lanka

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Colombo (RV) - O segundo compromisso do Papa neste seu primeiro dia no Sri Lanka foi o encontro com os líderes religiosos. O Papa começou seu discurso agradecendo por estar presente no encontro que reuniu as quadro maiores comunidades religiosas do Sri Lanka: budismo, hinduísmo, islamismo e cristianismo.

Respeito 

Francisco disse que foi ao Sri Lanka, a exemplo dos Papas Paulo VI e João Paulo II, para demonstrar o grande amor e a solicitude da Igreja Católica pelo país, confirmar os católicos na fé em Cristo, rezar juntos e compartilhar alegrias e sofrimentos.

Lembrando o Concílio Vaticano II, o Papa recordou que a Igreja Católica declarou o profundo e duradouro respeito pelas outras religiões, e acrescentou:

 “É neste espírito de respeito que a Igreja Católica deseja cooperar convosco e com todas as pessoas de boa vontade na busca da prosperidade para todos os cingaleses. Espero que a minha visita ajude a encorajar e aprofundar as várias formas de cooperação inter-religiosa e ecumênica que têm sido empreendidas nos anos recentes”, assegurou o Pontífice.

Diálogo

Francisco destacou ainda a necessidade de se continuar a progredir na senda do diálogo já que as relações inter-religiosas e ecumênicas têm hoje um papel essencial e de urgência no Sri Lanka.

“Durante muitos anos, os homens e mulheres deste país foram vítimas de guerra civil e de violência. O que é necessário agora são a cura e a unidade, não mais conflitos nem divisões. Sem dúvidas, a promoção da cura e da unidade é um nobre compromisso que incumbe sobre quantos têm no coração o bem da nação e, na verdade, da família humana inteira. Espero que a cooperação inter-religiosa e ecumênica possa provar que os homens e as mulheres não têm de esquecer a própria identidade, tanto étnica como religiosa, para viverem em harmonia com os seus irmãos e irmãs”, declarou o Papa.

Unidade

Com este chamado à união, o Papa destacou o momento histórico que o Sri Lanka vive e, principalmente, a importância das pessoas de boa vontade que trabalhar para reconstruir os alicerces da sociedade.

“Que o crescente espírito de cooperação entre os líderes das diferentes comunidades religiosas encontre expressão num compromisso que ponha a reconciliação de todos os cingaleses no centro de qualquer esforço para renovar a sociedade e as suas instituições”, exortou Francisco (RB)

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Francisco: "Vim encorajar e rezar com vocês"

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Colombo (RV) – No aeroporto de Colombo, o Papa foi recebido com uma cerimônia de boas-vindas com a presença de autoridades civis e militares. Após a execução dos hinos cingalês e vaticano, o Presidente do país saudou o Papa e em seguida, Francisco fez o seu primeiro discurso em solo cingalês, agradecendo inicialmente pela recepção calorosa.

 “Há muito que eu esperava por esta visita ao Sri Lanka e os dias que passaremos juntos”, disse Francisco, feliz pela presença dos líderes religiosos, “que têm um papel tão importante na vida deste país”.  

Explicando o porquê desta visita, disse que seu caráter é primariamente pastoral: “Um ponto central será a canonização do Beato José Vaz, cujo exemplo continua a servir-nos de inspiração e lição ainda hoje”, adiantou.  

Guerra civil e reconciliação

O Papa não se deteve às formalidades e tocou pontos sensíveis da realidade cingalesa: “Durante muitos anos, o Sri Lanka conheceu os horrores do conflito civil e agora tem procurado consolidar a paz e curar as feridas daqueles anos. Só se pode conseguir, superando o mal com o bem e cultivando aquelas virtudes que promovem a reconciliação, a solidariedade e a paz”.  

Francisco ressaltou o papel de todos os fiéis no delicado processo de reconciliação e reconstrução em curso neste país: “Para isso, é preciso que todos os membros da sociedade trabalhem juntos; todos devem ter voz; devem ser livres de expressar as suas preocupações, as suas necessidades, as suas aspirações e os seus temores. A diversidade não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma fonte de enriquecimento”.

Terminando, o Pontífice fez votos de que os líderes políticos, religiosos e culturais do Sri Lanka prestem uma contribuição duradoura para o progresso material e espiritual do povo do país.
(CM)

 

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Viagem do Papa: embaixador do Brasil comenta

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Cidade do Vaticano (RV) – Após ser recebido pelo Papa segunda-feira, 12, no Vaticano, o embaixador brasileiro junto à Santa Sé, Denis Fontes de Souza Pinto, visitou a RV. Para o diplomata, Sri Lanka e Filipinas, metas da atual viagem do Pontífice, são mais uma etapa em sua missão nas ‘periferias do mundo’.

“Ele leva à Ásia um pouco daquilo que tem sempre repetido: ‘Vou para a periferia do mundo’; periferia no sentido que eu vou àqueles países onde a Igreja nunca esteve muito presente, e que cada vez mais ele se esforça em transformar esta presença em presença universal. Eu senti, quando mencionou à Ásia (no discurso ao corpo diplomático), que ele ficou muito tocado com a sua experiência na Coreia, quando da Jornada da Juventude Asiática. Tenho certeza que lhe fez lembrar da JMJ no Rio, quando teve aquela acolhida indescritível. Só quem viveu aqueles dias no Rio sabe do que estamos falando. Na visita à Coreia ele também sentiu isso, naquele segundo momento de contato com a juventude. Espero muito desta viagem; sempre esperamos muito das visitas do Papa Francisco”.

Ouça, clicando acima.

(CM)

 

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Cardeal Ranjith: Papa vem ao Sri Lanka trazer reconciliação

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Colombo (RV) -  Esta segunda-feira, início de sua sétima viagem apostólica internacional, o Papa escreveu num tuíte em sua conta @Pontifex: “No dia em que inicio a viagem ao Sri Lanka e Filipinas, peço que rezem comigo pelos povos destes países”.

O Santo Padre chegou esta terça-feira a Colombo – capital cingalesa – às 8h45 locais (1h15 de Brasília), e, na viagem de volta, partindo de Manila – capital filipina –, chegará a Roma no final da tarde da próxima segunda-feira.

Sobre as expectativas no Sri Lanka, primeira etapa da nova viagem do Papa Francisco à Ásia, nosso enviado, o colega Silvonei José, entrevistou o arcebispo de Colombo, Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:

“Encontramo-nos num momento importante da história do nosso país porque durante trinta anos tivemos uma guerra que causou muitos mortos, muita destruição; agora acabou. Mas ainda não temos a paz. Por isso o Santo Padre poderá fazer um apelo à reconciliação neste país porque os corações ainda estão dilacerados, feridos. É preciso uma verdadeira reconciliação dos corações. Por este motivo sua visita será muito importante para nós, porque ele é o homem reconhecido no mundo inteiro como o homem de paz, de reconciliação e de abertura à humanidade. Isso ajudará muito a se chegar a esta paz.”

RV: Um dos momentos importantes será a Canonização do Pe. José Vaz...

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don: -“Com certeza, Pe. José Vaz é o segundo fundador do catolicismo no Sri Lanka porque após a ocupação dos holandeses houve uma diminuição dos católicos por causa das perseguições; suspeitavam que os católicos eram espias dos portugueses. Por este motivo fomos duramente perseguidos: os católicos viveram trinta anos sem sacramentos, e Pe. José Vaz deixou a Índia para vir ao Sri Lanka, onde viveu uma vida verdadeiramente heroica aqui. Chegou a passar dois anos na prisão, em Kandy, mas conseguiu salvar a fé do povo.”

RV: O encontro inter-religioso configura um dos momentos importantes desta visita. Como é, hoje, este diálogo?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Existem altos e baixos. Entre o povo simples, em particular, não há nenhum conflito; o conflito aparece quando se organizam em pequenos grupos políticos. Quando se politiza a diferença, chegam os problemas.”

RV: Um Presidente convidou o Santo Padre e outro Presidente o recebe. Como se vive também este momento?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Era um momento difícil, inicialmente se pensava que haveria momentos de violência durante as eleições; isso não aconteceu, tivemos fé em Deus: foi quase um milagre. Creio que a visita do Santo Padre tenha dado o impulso a fim de que as eleições se realizassem num clima tranquilo; não houve nenhuma resistência por parte do candidato presidente, que perdeu; ele se retirou. Isso é quase um milagre, porque no passado as coisas se deram de modo diferente. Creio que a nossa constante oração tenha contribuído.”

RV: Qual é a Igreja que o Papa encontra no Sri Lanka?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Uma Igreja viva, muito fiel a Jesus e muito amável, porque o nosso povo sabe viver bem com os outros. Temos boas relações, sobretudo, com os budistas e com os hinduístas. Isso ajudará a visita do Papa.” (RL)

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Santa Sé tem novo representante em agências junto à ONU

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre nomeou o  Reverendo Mons. Janusz Urbáczyk como Representante da Santa Sé junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), junto à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e junto à Comissão Preparatória da Organização para o Tratado sobre a Interdição Global das Experiências Nucleares (CTBTO).

Ele também será o Observador Permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) e junto ao Escritório das Nações Unidas em Viena. Até então, Mons. Janusz Urbáczyk era Conselheiro da Nunciatura na Missão Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

A Santa Sé não é um Estado-membro da Organização das Nações Unidas mas mantém um Observador Permanente em sua missão no Escritório em Nova Iorque e em Viena. (JE)

 

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Igreja no Mundo



Papa às Comissões Doutrinais: “necessário novo impulso missionário”

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa voltou a abordar a sua preocupação com a Europa secularizada ao enviar uma mensagem aos participantes de um encontro das Comissões Doutrinais das Conferências episcopais da Europa com a Congregação para a Doutrina da Fé, em curso na Hungria.

“Que este encontro possa contribuir para afrontar colegialmente algumas dificuldades doutrinais e pastorais que hoje se apresentam na Europa, com o objetivo de suscitar nos fieis um novo impulso missionário e uma maior aberturas às dimensões transcendentes da  vida, sem as quais a Europa corre o risco de perder o ‘espírito humanístico’ que tanto ama e defende”, exortou Francisco na nota que foi lida pelo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Gerhard Müller.

Colegialidade

O encontro tem por objetivo valorizar os Episcopados locais, em particular as Comissões Doutrinais responsáveis pela unidade e integridade da fé e também pela transmissão da fé às jovens gerações. “As Conferências Episcopais podem dar um multíplice e fecundo contributo para que o senso de colegialidade realize-se concretamente”, escreveu ainda Francisco. (RB)

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Entrevistas



Multidão acolhe Francisco no Sri Lanka

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Colombo (RV) – O Papa Francisco já se encontra em terras do Sri Lanka. De fato o avião papal tocou terra às 8.51h, hora local,  depois de 9.40h de voo, dando início à sua 7ª Viagem Apostólica internacional. Na descida das escadas do avião o Papa recebeu de duas crianças 72 folhas de “Beetle”, uma espécie de folha que se mastiga com o tabaco (uma tradição de boas-vindas) e o tradicional “garland”, um colar de flores com as cores branca e amarela. Em seguida as boas-vindas do Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, que tomou posse do governo dias atrás após a vitória nas eleições de 8 de janeiro.

Boas-vindas

Cantos e danças tradicionais acolheram o Papa, junto com um elefante que deu também as boas-vindas ao Papa: uma tradição do Sri Lanka de dar as boas-vindas e desejar boa sorte. Na sequência as honras militares, a execução dos hinos do Vaticano e do Sri Lanka e a salva de 21 tiros de canhões. Um coral de crianças da periferia de Colombo cantou para Francisco dando as boas-vindas em inglês, italiano, cingalês e tâmil. No canto pediram a bênção do Santo Padre e a paz para o país.

O Presidente Sirisena tomou a palavra saudando o Papa Francisco dizendo que era o seu primeiro discurso como presidente e era para dar as boas-vindas ao Santo Padre.

Já o Santo Padre nas suas primeiras palavras em terras cingalesas disse que sua visita tem um caráter antes de tudo pastoral, porque o Pontífice deve encorajar os católicos do Sri Lanka e rezar com eles. O momento central será a canonização do Beato José Vaz. Mas a sua presença também é a expressão do amor e da preocupação da Igreja por todo o povo. Recordou os anos da guerra civil, a necessidade de curar as feridas e a consolidação da paz. E concluiu pedindo que os dias da sua visita sejam dias de amizade, diálogo e de solidariedade.

O Santo Padre chega a um país que ainda sofre as consequências da guerra civil de 1983-2009 entre a maioria cingalesa e a minoria tâmil, e que deixou mais de 100 mil mortos. Hoje está em andamento um processo de reconciliação nacional.

O Sri Lanka em dados

O Sri Lanka, país insular do Sul da Ásia, constituído pela ilha de Ceilão e por pequenas ilhas adjacentes, situa-se no Oceano Índico e ocupa uma área de cerca 65 mil km2.

A economia baseia-se no chá, têxteis e turismo. A agricultura contribui com cerca de 1/4 do PIB; contudo, o país não produz o suficiente para as suas necessidades. São produzidos cereais, algodão, borracha e chá.

A população é de cerca 20 milhões de habitantes. A civilização do Sri Lanka remonta ao século VI a. C. Os povos mais antigos da ilha são os tâmiles e os cingaleses. Os cingaleses constituem 83% dos habitantes do país, os tâmeis representam 9% e os mouros do Sri Lanka 8%. As principais religiões são o budismo (69%), o hinduísmo (16%), o islamismo (8%) e o cristianismo (8%). O tâmul (ou tâmil) e o cingalês são as línguas nacionais - embora o cingalês seja a oficial e o inglês uma língua também bastante falada.

Dizem os budistas que Buda deixou a marca do seu pé no topo do pico de Adão, uma montanha situada nas terras altas do Centro-sul e que se eleva a 2243 metros de altitude; os hindus afirmam que a pegada foi deixada pelo deus Xiva e os muçulmanos atribuem-na a Adão, por isso, o local é ponto de encontro de peregrinos de todas estas religiões. Existem por toda a ilha templos e estátuas budistas e monges com suas vestes típicas.

O Papa Francisco chega ao Sri Lanka e depois prossegue para as Filipinas, trazendo na sua bagagem uma mensagem de reconciliação aos cingaleses. Uma viagem que representa um sinal consistente da sua atenção ao continente asiático.

Igreja cingalesa

Como se preparou o Sri Lanka para receber o Papa. Quem nos responde é o seu anfitrião o Cardel Ramjith….

“Fizemos uma campanha de orações que teve início 3 meses atrás, depois uma novena nos últimos 9 dias e ainda continuamos a oração nas paróquias e nos pequenos grupos, como nas comunidades de base, e assim nos preparamos espiritualmente, de uma parte, e da outra preparamos junto com o governo todas as coisas necessárias para tornar a sua visita fácil”.

Durante esta visita o Papa Francisco vai usar inglês em todos os discursos e homílias, língua que tem praticado com a ajuda de um dos intérpretes da Secretária de Estado vaticana, Mark Milles que o acompanha na viagem.

Presente também no aeroporto junto com os líderes religiosos do país, o Núncio Apostólico no Sri Lanka, Dom Pierre Nguyên Van Tot que nos falou sobre como o povo do Sri Lanka esperou o Papa….

O Papa depois de deixar o Aeroporto Internacional foi recebido ao longo de toda a estrada que o trouxe a Colombo por milhares de fiéis católicos mas não somente por eles. Pudemos notar que pessoas de religiões diversas, budistas, hinduístas e muçulmanos também deram as suas boas-vindas ao Sucessor de Pedro, inclusive muitos budistas acompanhados com elefantes que deram o tom da alegria pela chegada do Papa. As ruas enfeitadas com bandeiras do Vaticano e do Sri Lanka chamam a atenção junto com a expressão em cingalês “ayobowan” e  em tâmil “wanakkam” , bem-vindo Santo Padre.

Programação

Francisco se dirigiu diretamente para a sede da Nunciatura Apostólica cancelando o encontro previsto na Arquidiocese de Colombo com os 20 bispos do Sri Lanka.  Os bispos tinha já se encontrado com o Papa no último mês de maio durante a visita “ad Limina” ao Vaticano.

Ainda hoje os compromissos de Francisco o levam à residência do Presidente Sirisena para uma visita de cortesia. No final da tarde o encontro inter-religioso no Centro de Congressos Bandaranaike, primeiro-ministro do país entre 1956 e 1957. O Centro foi uma doação da República Popular da China. Presentes vários expoentes  religiosos do país com cerca mil representantes de suas comunidades, budistas, hinduístas, muçulmana e algumas confissões cristãs.

O Papa retorna depois à sede da Nunciatura Apostólica onde passa a noite. Dos estúdios da Rádio Vaticano, em Colombo, Sri Lanka, Silvonei José

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Atualidades



Brasil sem cigarro: país na vanguarda contra o tabagismo

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Cidade do Vaticano (RV) – A propaganda já não engana mais, tampouco induz o brasileiro a fumar: o cigarro é careta! Em 25 anos, o percentual da população adulta que se declarava fumante caiu de 34 para 11%. Hoje, o Brasil só está atrás do Reino Unido e dos Estados Unidos no índice de ex-fumantes.

Números que impressionam e que remetem a uma desconstrução de uma imagem positiva (!) do cigarro criada pela indústria tabagista ao longo de muitas décadas. As estratégias publicitárias associavam o cigarro a uma imagem de bem-estar, glamour, independência e saúde. Com todo o seu poder de persuasão, milhões de pessoas foram enganadas durante anos por essa falsa propaganda.

Atualmente, os mesmos interesses obtusos voltam a se apresentar na forma de modismos que, segundo os publicitários, não seriam nocivos à saúde: o cigarro eletrônico e o narguilé.  O objetivo, no entanto, não muda: atrair os jovens, criar uma necessidade e um desejo perverso.

Vilão

O cigarro começou a perder seu apelo na metade dos anos 1960 quando, nos Estados Unidos, eram divulgadas as primeiras pesquisas que associavam o tabagismo a inúmeras doenças. A primeira geração de fumantes começava a morrer vítima do cigarro e o mundo levantava-se contra a indústria tabagista. No Brasil, entretanto, foram necessários mais 20 anos para que o país acordasse para essa triste realidade. Somente a partir dos anos 1980 o Ministério da Saúde lançou as primeiras campanhas de conscientização.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) está na vanguarda da luta contra o cigarro. Desde 1989, o INCA coordena as ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Em entrevista à Rádio Câmara, o médico pneumologista do INCA, Ricardo Meirelles, disse que as medidas educativas e restritivas ao cigarro vêm gerando, lentamente, mudanças comportamentais em fumantes e não fumantes:

“Antigamente, o tabagismo era estimulado pela sociedade. Ser fumante era um estilo de vida. Ainda não existiam estudos que mostravam o malefício do cigarro. Nos anos de 1930 e 1940, nos Estados Unidos, os médicos faziam propaganda de cigarro. A comunidade científica só descobriu que a nicotina é uma droga no final dos anos 1980, em 1986”, declarou.

Careta

O Ministério da Saúde afirma que, hoje, cerca de 20 milhões de brasileiros ainda não conseguiram superar o vício do cigarro. Também falando à Rádio Câmara, a médica e chefe do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do INCA, Tânia Cavalcante, fala sobre como o cigarro perdeu o status aprazível forjado pela propaganda.

“Aos poucos se construiu uma representação social negativa do ato de fumar. A sociedade, de certa forma, ela até meio que massacra o fumante porque o senso comum hoje vê o fumante como uma pessoa que não tem força de vontade, mal educada. O que nós temos trabalhado é para mostrar que aquela pessoa que hoje fuma é uma vítima de todo o processo de construção desse mercado”, afirmou.

Reforço

Desde dezembro do ano passado, uma nova lei proíbe fumar em todos os lugares fechados, públicos ou privados, como restaurantes, clubes e condomínios. A propaganda também está proibida, mesmo nos locais onde o produto é vendido. 

Prevenção

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de fumantes em todo o mundo ultrapasse o número de 1 bilhão, dentre os quais milhões de jovens. Em 2014, o Papa Francisco afirmou que para vencer a guerra contra as drogas – incluídas as milhares de substâncias tóxicas e viciantes presentes no cigarro – é preciso trabalhar na prevenção.

“Isto fará muito bem. O exemplo de muitos jovens que, desejosos de subtrair-se à dependência da droga, se comprometem a reconstruir a sua vida, é um estímulo a olhar em frente com confiança”. (RB)

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