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Sumario del 23/01/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: confissão não é juízo, mas encontro com Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – A confissão não é um “juízo”, mas um “encontro” com um Deus que perdoa e esquece todos os pecados: em síntese, foi o que disse o Papa na homilia pronunciada esta manhã, durante a Missa presidida na Casa Santa Marta.

O “trabalho” de Deus é reconciliar, disse Francisco, comentando o trecho de Paulo aos Hebreus, no qual o Apóstolo fala da “nova aliança” estabelecida pelo Senhor com o seu povo eleito.

“O Deus que reconcilia”, afirmou o Papa, escolhe enviar Jesus para restabelecer um novo pacto com a humanidade e o fundamento deste pacto é o perdão. Um perdão que tem muitas características:

“Antes de tudo, Deus perdoa sempre! Não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. Mas Ele não se cansa de perdoar. Quando Pedro perguntou a Jesus: “Quantas vezes eu devo perdoar? Sete vezes?” – “Não sete vezes: setenta vezes sete”. Isso sempre. Deus perdoa assim: sempre. Se você viveu uma vida de muitos pecados e, no final, um pouco arrependido, pede perdão, Deus perdoa imediatamente! Ele perdoa sempre”.

E mesmo assim, a dúvida que poderia surgir no coração humano é sobre o “quanto” Deus está disposto a perdoar. Pois bem, repetiu Francisco, basta “arrepender-se e pedir perdão”: “não se deve pagar nada”, porque “Cristo já pagou por nós”. O modelo é o filho pródigo da parábola que, arrependido, prepara um discurso a fazer ao seu pai, o qual, por sua vez, não o deixa nem mesmo falar, mas o abraça e o beija:

“Não existe pecado que Ele não possa perdoar. Ele perdoa tudo. ‘Mas, padre, eu não me confesso porque aprontei muito, mas tanto, que não receberei o perdão...’ Não. Não é verdade. Perdoa tudo. Se você estiver arrependido, ele perdoa tudo. Quando… eh, muitas vezes não o deixa falar! Você começa a perdir perdão e Ele lhe faz sentir aquela alegria do perdão antes que você termine de contar tudo”.

E outra coisa, continuou o Papa: quando perdoa, Deus “faz festa”. E finalmente, Deus “esquece”. Porque o que importa para Deus é “encontrar-se conosco”. E aqui, Francisco sugere um exame de consciência aos sacerdotes dentro do confessionário. “Estão dispostos a perdoar tudo?”, “a esquecer os pecados daquela pessoa?”. A confissão, concluiu, “mais do que um juízo, é um encontro”:

“Muitas vezes, as confissões parecem um procedimento, uma formalidade : ‘Po, po, po, po, po… Po, po, po… Vai”. Tudo mecânico! Não! Onde está o encontro? O encontro com o Senhor que reconcilia, que abraça e faz festa? E este é o nosso Deus, tão bom. Devemos também ensinar: que as nossas crinnças, os nossos jovens aprendam a se confessar bem, porque confessar-se não é ir a uma lavanderia para retirar uma mancha. Não! É ir ao encontro do Pai, que reconcilia, que perdoa e faz festa”. (BF)

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Papa à Rota: a Igreja conhece o sofrimento das famílias

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aproveitou a inauguração do Ano judiciário da Rota Romana para oferecer uma reflexão sobre o contexto humano e cultural no qual hoje são realizados tantos matrimônios.

A crise de valores na sociedade não é certamente um fenômeno recente, reconhece Francisco, já o Beato Paulo VI, estigmatizava as doenças do homem moderno “tornado vulnerável por um relativismo sistemático… assim que exteriormente tenta impugnar a “majestade da lei”, e interiormente substitui o império da consciência moral pelo capricho da consciência psicológica”.

De fato, continua Francisco, o abandono de uma perspectiva de fé floresce inevitavelmente em um falso conhecimento do matrimônio, que não deixar de ter consequências no amadurecimento da vontade nupcial. E a Igreja conhece o sofrimento de muitos núcleos familiares que se desintegram, deixando atrás de si as ruínas de relações afetivas, de projetos, de expectativas comuns.

O juiz é chamado a fazer a sua análise judicial quando há dúvida sobre a validade do matrimônio, para constatar se há um vício na origem do consenso, seja diretamente pelo defeito de válida intenção, seja por grave deficiência na compreensão do matrimônio mesmo que determine a vontade.

A crise do matrimônio, de fato, não raramente tem a sua raiz na crise de conhecimento da fé, isto é, da adesão a Deus e ao seu projeto de amor realizado em Jesus Cristo.

A experiência pastoral nos ensina que hoje há um grande número de fiéis em situação irregular, e que sua história sofreu um forte influxo da difusa mentalidade mundana que leva a perseguir, ao invés da glória do Senhor, o bem-estar pessoal.

Um dos frutos de tal comportamento é “uma fé fechada no subjetivismo, onde interessa unicamente uma determinada experiência ou uma série de raciocínios e conhecimentos que se acredita podem confortar e iluminar, mas onde o sujeito em definitiva permanece fechado na imanência da sua própria razão ou de seus sentimentos”.

Por isso afirma o Papa, “o juiz, ao ponderar a validade do consenso expresso, deve levar em conta o contexto de valores e de fé – ou da sua carência ou ausência – na qual a intenção matrimonial se formou. De fato, o não conhecimento dos conteúdos da fé poderia levar ao que o Código chama erro determinante da vontade. Esta eventualidade não deve ser vista mais como algo essencial como no passado. Tal erro não ameaça somente a estabilidade do matrimônio, a sua exclusividade e fecundidade, mas leva os nubentes “à reserva mental sobre a mesma permanência da união, ou a sua exclusividade, que viria a faltar se a pessoa amada não realizasse mais as próprias expectativas de bem-estar afetivo”.

Gostaria, portanto, de exortar os senhores a um maior e apaixonado compromisso no seu ministério, na tutela da unidade da jurisprudência na Igreja. Quanto trabalho pastoral pelo bem de tantos casais, e de tantos filhos, muitas vezes vítimas desses eventos! Também aí, há necessidade de uma conversão pastoral das estruturas eclesiásticas, para oferecer o “opus iustitiae” àqueles que se dirigem à Igreja para esclarecer a sua situação conjugal.

Eis a sua difícil missão, como de todos os juízes nas dioceses: não fechar a salvação das pessoas dentro de amarras do "jurisdicismo". A função do direito é orientada à “salus animarum” com a condição de que, evitando sofismas distantes da carne viva das pessoas em dificuldade, ajudem a estabelecer a verdade no momento do consenso: se isso foi fiel a Cristo ou à mentirosa mentalidade mundana.

Enfim, para favorecer um real acesso de todos os fiéis à justiça da Igreja, o Papa indica a necessária presença junto a todo Tribunal eclesiástico de pessoas competentes que prestem solícitos conselhos sobre a possibilidade de introduzir uma causa de nulidade matrimonial segundo os padrões estabelecidos, retribuídos pelos mesmos tribunais, que exercem a função de advogados. E conclui o seu discurso com um dado positivo: um relevante número de causas junto à Rota Romana é de gratuito patrocínio em favor de partes que, por causa das suas difíceis condições econômicas, não podem pagar um advogado. (SP)

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Francisco indica a família como "escola" de comunicação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco dedicou a mensagem do 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais ao tema da família, que se encontra no centro de uma profunda reflexão eclesial e de um processo sinodal. “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” é o tema da mensagem, que foi publicada esta sexta-feira (23/01), vigília da festa de S. Francisco de Sales, padroeiro dos comunicadores.

No texto, Francisco recorda que a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. E o ventre materno é a primeira “escola” de comunicação, feita de escuta e contato corporal. Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é o espaço onde se aprende a conviver na diferença: diferenças de gêneros e de gerações. É nela que aprendemos ainda outra forma fundamental de comunicação, que é a oração.

Família perfeita

“A família é, sobretudo, a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e, todavia, são tão importantes uma para a outra…”, acrescenta Francisco, ressaltando ainda que é entre os nossos familiares que se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência.

“Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão.” A propósito de limitações e comunicação, para o Papa, as famílias com filhos com deficiências têm muito a ensinar, pois recebem um estímulo para se abrir, compartilhar e comunicar de modo inclusivo.

Em um mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, Francisco aponta a família como uma escola de comunicação feita de bênção. “Abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal”, escreve ele.

Novas tecnologias

O Pontífice adverte ainda para as novas tecnologias que podem se tornar uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar, de saturar todo o momento de silêncio. Também neste campo, escreve o Papa, os primeiros educadores são os pais. “Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.”

Francisco então conclui: “A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é celebrado todos os anos na solenidade da Ascensão do Senhor, que este ano é no dia 17 de maio. (BF)

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A carta do Papa aos novos cardeais

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Cidade do Vaticano (RV) – A edição desta sexta-feira (23/01) do jornal do Vaticano publicou a carta que o Papa enviou aos novos cardeais que ele criará no próximo dia 14 de fevereiro. Abaixo, a íntegra das palavras de Francisco, com as quais o Papa recorda que o cardinalato não é um prêmio, ser "cardeal significa  dar testemunho da Ressurreição do Senhor na Diocese de Roma", 

“Caro irmão,

hoje foi publicada a sua designação como Cardeal da Santa Igreja Romana. Que a minha saudação e minhas orações cheguem a ti. Peco ao Senhor que te acompanhe neste novo serviço, que é um serviço de ajuda, suporte e proximidade especial à pessoa do Papa e para o bem da Igreja. 

E justamente para que essa dimensão de serviço seja exercitada, o cardinalato é uma vocação. O Senhor, por meio da Igreja, te chama uma vez mais a servir; e a ti fará bem ao coração repetir na oração a expressão que Jesus sugeriu aos seus discípulos para que se mantivessem na humildade. Digam: ‘Somos servos inúteis', e isso não como fórmula de boa educação mas como verdade depois do trabalho 'quando fizerdes tudo o que vos foi mandado'. (Lc 17, 10).

Manter-se com humildade no serviço não é fácil quando se considera o cardinalato como um premio, como o ápice de uma carreira, uma dignidade de poder ou de distinção superior. Desde já, o teu compromisso cotidiano para manter afastadas estas considerações e, sobretudo, para recordar que ser Cardeal significa servir na Diocese de Roma para dar testemunho a esta da Ressurreição do Senhor e dá-lo totalmente, até o sangue, se necessário.

Muito ficarão felizes por esta tua nova vocação e, como bons cristãos, farão festa (porque e característica do cristão alegrar-se e saber festejar). Aceita-o com humildade. Faça com que, nestes festejamentos, não se insinue o espírito da mundanidade que embriaga mais do que grapa em jejum, desorienta e separa da cruz de Cristo.

Nos vemos no dia 14 de fevereiro. Prepara-te com oração e um pouco de penitencia. Tenha muita paz e alegria. E, por favor, te peço de não esqueceres de rezar por mim. Deus te abençoe e a Virgem Maria te proteja. Fraternalmente, Francisco". (RB)

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Francisco autoriza e Igreja terá 23 novos beatos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa autorizou, nesta sexta-feira (23/01), a publicação de 11 decretos que reconhecem um milagre, 21 martírios e 7 virtudes heroicas de religiosos, religiosas, leigos e leigas que deram testemunho de Cristo na África do Sul, Bolívia, Cazaquistão, Espanha, Estados Unidos, Itália, Filipinas e Ucrânia. Assim, a Igreja Católica terá em breve 23 novos Beatos e 7 novos Veneráveis Servos de Deus.

Milagre

A Congregação para Causa dos Santos reconheceu o milagre atribuído à intercessão da agora então futura beata Maria Teresa Casini, Fundadora da Congregação das Irmãs Oblatas do Sagrado Coração de Jesus, que nasceu e faleceu na Itália.

Martírios

A Igreja terá ainda 22 novos futuros beatos que serão elevados à glória dos altares sem a necessidade de um milagre pois tiveram reconhecidos o testemunho de fé através do martírio. Destes, 21 são religiosos e religiosas assassinados por ódio à Fé durante a Guerra Civil espanhola:Iirmã Fidelia e duas companheiras religiosas do Instituto das Irmãs de São José de Girona e Padre Pio Heredia e 17 companheiros e companheiras das Ordens dos Cistercienses da Estreita Observância (Trapistas) e de São Bernardo. Também foi reconhecido o martírio do leigo Tshimangadzo Samuele Benedetto Daswa, morto por ódio à Fé na África do Sul em 1990.

Virtudes Heroicas

Serão declarados em breve Veneráveis Servos de Deus outros 4 religiosos e religiosas e 3 leigos. São eles: o sacerdote diocesano nascido na Ucrânia e morto no Cazaquistão, Padre Ladislao BukowiƄski e Padre Luigi Schwartz, sacerdote diocesano, fundador das Congregações das Irmãs de Maria e dos Irmãos de Cristo, nascido em Washington, Estados Unidos e morto em Manila, nas Filipinas, em 1992.

Na lista ainda estão a monja espanhola da Sociedade de Maria Nossa Senhora, a leiga italiana Teresa Gardi, da Ordem Terceira de São Francisco, do leigo espanhol e fundador da Adoração Noturna na Espanha, Luigi Trelles y Noguerol, da leiga japonesa Elisabetta Maria Satoko Kitahara e da leiga boliviana Virginia Blanco Tardío. (RB)

 

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Vietnã: Cardeal Filoni visita Santuário mariano de La Vang

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Hanói (RV) - Prossegue a visita pastoral do prefeito da Congregação  para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, ao Vietnã, por ocasião dos 400 anos de evangelização do país asiático.

“Como peregrino – também por conta da nossa Congregação missionária –, peço à Virgem Maria a sua proteção para a obra de evangelização no mundo: ela que gerou Jesus, o Evangelho vivo, a Palavra de Deus, e que acompanhou a Igreja desde o dia do Pentecostes, seja ainda mãe para tantos filhos da Igreja, em particular no Continente asiático. Por este motivo, hoje trago como dom três rosas de prata, como recordação perene deste pedido.”

Foram palavras pronunciadas pelo Cardeal Filoni durante a missa que presidiu na tarde desta quinta-feira no Santuário mariano nacional de La Vang, nova etapa desta sua visita pastoral.

Coração pulsante da fé e da espiritualidade mariana no Vietnã, o Santuário de La Vang, situado a cerca de 60 Km de Hue, está ligado às aparições da Virgem Maria na floresta próximo de Quang Tri, a um grupo de católicos vietnamitas em fuga das perseguições, que ali haviam se refugiado.

A primeira aparição deu-se em 1798, à qual se seguiram muitas outras. Em 1886, terminadas as perseguições, no lugar foi construída uma modesta igrejinha de madeira, que se tornou meta de intensas peregrinações.

Sucessivamente incendiada pelos perseguidores, a igreja foi substituída por uma construção em tijolos inaugurada em 1901, quando Nossa Senhora de La Vang foi proclamada “Padroeira dos católicos vietnamitas”.

Para acolher o fluxo sempre mais crescente de devotos, em seguida foram construídas várias capelas e muitas obras. Mas as várias construções de La Vang foram completamente destruídas em 1972, durante a guerra entre o Norte e o Sul.

Somente após a reunificação do país (30 de abril de 1975), os bispos de todo o Vietnã, reunidos em Hanói em 1º de maio de 1980, renovaram solenemente o reconhecimento de La Vang como “Centro mariano nacional”. Hoje o Santuário mariano é um dos mais conhecidos e frequentados não somente do Vietnã, mas de todo o Continente asiático.

Em sua homilia, o purpurado convidou os presentes a voltarem aos pés da Cruz, ao dúplice ato de confiança feito por Jesus.

“Isto significa que Jesus doou Maria a nós – ressaltou. Não a levou consigo. Eis o motivo pelo qual, ao longo de dois mil anos, muitas vezes Maria apareceu entre nós... Vocês conhecem a bonita história dos primeiros cristãos perseguidos que encontraram refúgio, encorajamento e proteção neste lugar. Significa que Maria habita aqui e com justa decisão os bispos de vocês proclamaram este lugar Santuário nacional mariano.”

Em seguida, o prefeito de Propaganda Fide concluiu convidando a agradecer a Maria por seu “dom” de estar presente neste lugar: “está hoje conosco, e a ela renovo, junto a vocês, o Ato de consagração pela evangelização desta terra e de todo o Continente asiático”. (RL)

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Igreja na América Latina



Dom Romero: ex-secretário fala sobre o martírio

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Roma (RV) – “Plasmar dia por dia a própria vida com o Evangelho é o segredo de todos os mártires”. Dom Oscar Arnulfo Romero fez isso: palavra de Mons. Jesus Delgado, Secretário pessoal do então arcebispo de San Salvador, assassinado enquanto celebrava a Eucaristia em 24 de março de 1980. É um dos trechos de destaque de um amplo artigo do último número da revista “Credere” dedicada a Dom Romero, poucos dias após a notícia do reconhecimento oficial do martírio do bispo que, com toda probabilidade, irá acelerar o caminho da causa de beatificação, da qual Mons. Delgado, vigário da Arquidiocese de San Salvador, é co-promotor.

Que Dom Romero foi morto “in odium fidei” já tinha sido afirmado por João Paulo II em 2003, encontrando em Roma – durante uma visita “ad Limina” – os bispos salvadorenhos. Na entrevista que Delgado deu a “Credere” aparecem outros particulares interessantes, começando por alguns aspectos muito humanos do prelado: “Uma noite – informou o então secretário – Dom Romero me confiou ter medo da Guarda Nacional e que tinha dificuldade em aceitar uma morte violenta, como Jesus no Jardim das Oliveiras. Disse: ‘Tenho muito medo, mas a Palavra de Deus é mais forte’”.

Ainda, Mons. Delgado afirma ter ouvido Dom Romero afirmar: “E mim tocou a sorte de ser pastor reconhecendo cadáveres”. A consciência da difícil situação do País, no entanto, dava a Romero uma força particular. “Quando, no domingo, a homilia chegava pelo rádio a todo o País – sublinha Delgado – sua voz se transformava, quase gritava com amor, como um profeta”.

No entanto, insiste o ex-secretário, o arcebispo era uma pessoa normal: “Gostava de contar piadas, comer a comida das pessoas comuns, em especial as popusas, tortas salgadas de fubá recheadas”. Dom Romero – continua “Credere” – gostava de ir ao circo e ao cinema, que estava fora de El Salvador. Caso contrário se contentava com alguns momentos de Tv em sua casa.

Do artigo aparece outro particular que ilumina o delicado período político e eclesial em que DomRomero foi protagonista. Lembra Delgado: “Padre Rutilio e o reitor da Universidade do Centro América (Uca), Ignácio Ellacuria, ambos jesuítas, foram protagonistas de uma intensa discussão: o reitor afirmava que era preciso investir na evangelização dos ricos, a futura classe dirigente, enquanto Padre Rutilio convidava a procurar os pobres para que evangelizassem a si mesmos”. O assassinato de Padre Rutilio, que estava ao lado dos camponeses pobres, “marcou profundamente Romero, que – contou tempos depois – olhando-o morto, pensou: ‘Se o mataram por causa de seu trabalho, então eu devo seguir o mesmo caminho’”.

O testemunho de Mons. Delgado termina com um apelo de particular intensidade. Consciente do risco que a figura de Dom Romero seja transformada em ícone, o ex-secretário convida os fiéis a recolher a mensagem profunda do martírio do arcebispo e a vivê-la na normalidade da vida: “Não é suficiente emoldurar sua foto num quadro, é preciso viver sua mensagem todo dia, resistir ao mal é um exercício cotidiano”. (SP- Gaudium Press)

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Igreja no Mundo



Metropolita Gennadios: pedir a Deus o dom da unidade entre os cristãos

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Roma (RV) - Conclui-se este domingo,  nas Igrejas do hemisfério norte, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, “tempo oportuno para tomar consciência das divisões ainda existentes entre as Igrejas e para pedir ao Senhor auxílio no percurso empreendido rumo a unidade”. É o que afirma o arcebispo metropolitano da Arquidiocese Ortodoxa da Itália e de Malta, do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, Dom Zervos Gennadios.

Recordamos que a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é celebrada pela Igreja no Brasil entre a Ascensão e Pentecostes; este ano, entre os dias 17 e 24 de maio.

A propósito desta Semana de oração, eis o que nos disse o Arcebispo ortodoxo, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Zervos Gennadios:- “Creio que seja uma graça de Deus: é um dom de Deus que nos dá tempo para rezar por este divino testamento: ‘Que todos sejam uma só coisa’. Rezar é uma grande coisa, importantíssima no caminho para a unidade dos cristãos. Rezar significa caminhar juntos e, como disse uma vez o Papa Francisco, ‘caminhar significa união. Quando caminhamos juntos, a unidade se faz mais próxima de nós’.”

RV: Há uma grande sintonia entre o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu I – de quem o senhor é representante na Itália. Meses atrás se encontraram mais vezes, primeiro na Terra Santa, depois na Turquia: momentos intensos e comoventes...

Dom Zervos Gennadios:- “Com certeza, e sou testemunha disso: vivi estes dois grandes e maravilhosos encontros entre o Bispo de Roma, Francisco, e o Patriarca ecumênico, Bartolomeu; encontros repletos de fraternidade, reconciliação, amizade, amor, paz, esperança e de unidade. Todos os dois tornaram-se amigos, amigos sinceros; são homens de Deus, mandados por Deus. O Papa é uma extraordinária personalidade, verdadeiramente lhe queremos bem. Nós como arquidiocese na Itália rezamos por ele, por sua saúde, por seu ministério, sua missão, bem como pelo Patriarca ecumênico Bartolomeu que é uma personalidade realmente extraordinária que Deus mandou para fazer-nos sentir no coração este grande pecado que todos nós fiéis temos: a divisão entre os cristãos.”

RV: A Igreja ortodoxa ressalta muito a responsabilidade do homem diante da Criação: o Patriarca fala sempre sobre isso. Este é um elemento que enriquece também a nossa vida, a vida de nós, católicos...

Dom Zervos Gennadios:- “Creio que o Patriarca Bartolomeu – ou, como também o chamamos, o ‘Patriarca verde’ – seja também ele uma iluminação: também ele, iluminado por Deus. Compreendemos  muito bem seus esforços, seus congressos internacionais, para difundir este amor que a humanidade dever ter pela Criação, porque não somos os criadores: o homem não é o criador. O homem deve somente conservar e apreciar a Criação. Mas a Criação pertence a Deus, e o Patriarca Bartolomeu, com seus congressos internacionais – podemos dizer –, envolveu também a Igreja Católica, nossa Igreja irmã, na participação ativa neste amor pela Criação que é também uma grande responsabilidade diante de Deus, porque Ele nos deu a Criação para desenvolver-nos e para fazer coisas para o bem do homem.” (RL)

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Morre o primeiro rei saudita a encontrar um Papa

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Riad (RV) – O Rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdulaziz, de 90 anos, faleceu nesta sexta-feira (23/01). Ele foi o primeiro rei saudita a saudar um Pontífice, Bento XVI, em novembro de 2007. Abdullah era filho de Abdel Aziz Ibn Saud, fundador e primeiro soberano do moderno reino saudita (1932-1953). Seu irmão Salman, de 79, ex-Ministro da Defesa, o sucederá no trono do maior país exportador de petróleo do planeta e país-chave no equilíbrio no Golfo Pérsico.

Os funerais

O Palácio real informou a morte do monarca à 1 hora da madrugada, hora local, em uma nota lida na TV após a recitação de uma oração do Alcorão. Os funerais serão nesta sexta-feira, na Grande Mesquita de Turki bin Abdullah, em Riad, após as orações da tarde.

Aliado do Ocidente

Abdullah governou oficialmente a Arábia Saudita a partir de 2005, mas de fato, governava como regente desde 1995, após o ictus que vitimou o irmão, Rei Fadh. Estreito aliado dos Estados Unidos após o 11 de setembro (15 dos 19 sequestradores dos aviões eram sauditas), Abdullah tratou o Presidente Obama como “amigo precioso” e “líder corajoso”.

Encontro com Bento XVI

Em 6 de novembro de 2007, o histórico encontro entre um soberano saudita e um Papa. De fato, os colóquios entre Bento XVI e o Rei Abdullah desenvolveram-se num clima de cordialidade, o que permitiu tratar de temas que “estavam no coração” dos dois líderes. Em particular “o empenho em favor do diálogo intercultural e inter-religioso, voltado à pacífica e frutuosa convivência entre homens e povos, e o valor da colaboração entre cristãos, muçulmanos e judeus pela promoção da paz, da justiça e dos valores espirituais e morais, especialmente no apoio à família”. Temas como o Oriente Médio e a necessidade de se encontrar uma solução justa aos conflitos que atingem a região, em particular o israelense-palestino, também estiveram na pauta do encontro.

Relação com os cristãos

O Vigário Apostólico da Arábia do Sul, Dom Paul Hinder OFM Cap contou que quando era príncipe herdeiro, Abdullah manteve contatos com o Arcebispo Giovanni Bernardo Gremoli, que por 29 anos, foi Vigário Apostólico da Arábia. “Após, durante o seu reinado, quando fiquei responsável pela Arábia – explica Dom Hinder – posso dizer que os princípios em matéria religiosa não mudaram, mas a aplicação destes era mais flexível, e para os cristãos, se fossem prudentes, muitas coisas eram praticáveis. Incidentes desagradáveis aconteciam quando grupos grandes se reuniam, pois chamava a atenção e se deixava um pouco de lado uma oportuna prudência”.

Por muito tempo, o poder da polícia religiosa saudita – mutawwa’in – pareceu limitado, mas aumentou nos últimos anos. “No geral – acrescenta o Vigário Apostólico – o Rei era considerado pela população como uma pessoa piedosa e mais respeitosa das regras do Islã, do que outros”. (JE)

 

 


 

 

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Igreja suspende atividades no Níger

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Niamey (RV) – Os Bispos do Níger suspenderam, “até nova ordem”, todas as atividades da Igreja Católica no país, “após os saques das igrejas e das nossas infra-estruturas da nossa instituição e da profanação dos nossos locais de culto”, informa um comunicado enviado à Agência Fides. Os ataques ocorreram durante os protestos contra as publicações das charges sobre o Profeta Maomé no semanário francês Charlie Hebdo.

“A decisão – continua a nota – nos permitirá rezar e ler, com serenidade, os dolorosos acontecimentos que sofremos”. ‘Agradecemos cordialmente a todos aqueles que manifestaram sua  solidariedade nestes momentos difíceis. Rezemos uns pelos outros para que se estabeleça a paz nos corações”, concluem os bispos. 

As atividades suspensas incluem escolas, centros de saúde, obras de caridade e de desenvolvimento. (JE)

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Scalabrinianas acolhem "carne de Cristo" na Sicília

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Siracusa (RV) – Os constantes apelos do Papa Francisco em favor dos migrantes continuam a surtir efeito. As irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas) estão presentes desde o último domingo em Siracusa, Ilha da Sicília, para trabalhar na acolhida e assistência aos migrantes.  As três primeiras irmãs na nova comunidade são as brasileiras Teresinha Santin e Ivanir Filipi, acompanhadas pela religiosa albanesa Gjeline Preçi.

“Uma resposta ao premente apelo do Papa Francisco para ‘abrir os conventos aos refugiados carne de Cristo’ – explicam a Superiora Geral, Irmã Neusa Fatima Mariano e a Responsável pela Província São José/Europa, Irmã Milva Caro. Uma decisão – a de abrir uma nova comunidade religiosa – num tempo em que tudo leva ao redimensionamento e à economia de forças e de recursos. Um sinal da caridade pastoral da Congregação no ano da beatificação da cofundadora Madre Assunta marchetti”.

As religiosas explicam que será uma presença missionária não tanto para estar em primeira linha, “mas para ‘habitar’ na Igreja local, com o povo de Siracusa e com os migrantes”. Será uma comunidade itinerante ao lado da história dos migrantes, “para que nunca lhes falte o pão da Palavra de Deus e o espaço para viver com dignidade”.

De fato, ao visitar o Centro Astalli para os refugiados em 10 de setembro de 2013, o Papa Francisco havia ressaltado que para a Igreja “é importante que a acolhida do pobre, a promoção da justiça, não seja confiado somente a ‘especialistas’, mas seja uma atenção de toda a pastoral, da formação dos futuros sacerdotes e religiosos, do compromisso normal de todas as paróquias, movimentos e agregações eclesiais, para então exortar de forma veemente:

“Em particular gostaria de convidar também os Institutos religiosos a ler seriamente e com responsabilidade este sinal dos tempos. O Senhor chama a viver com mais coragem e generosidade a acolhida nas comunidades, nas casas, nos conventos vazios. Caríssimos religiosos e religiosas, os conventos vazios não servem à Igreja para transformar-lhes em albergues e ganhar algum dinheiro. Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados. O Senhor chama a viver com generosidade e coragem a acolhida nos conventos vazios”. (JE)

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Auschwitz, ferida aberta no corpo da humanidade

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Berlim (RV) – Por ocasião do 70° aniversário da libertação do Campo de Concentração de Auschwitz, a ser celebrado em 27 de janeiro, o Presidente da Conferência Episcopal alemã, Cardeal Reinhard Marx, e o Presidente do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, Dom Heinrich Bedford-Strohm, divulgaram nesta sexta-feira, (23/01), uma declaração comum, pedindo respeito pelos direitos humanos.

Auschwitz é sinônimo da Shoah

No documento – reporta a Agência Sir – é destacado o papel simbólico que Auschwitz teve a ainda tem, como personificação da maldade humana e como reflexão para a atual situação da sociedade. “Auschwitz é o lugar onde os nazistas mataram intelectuais poloneses, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e membros de diversas nações. Sobretudo, é o local onde os alemães construíram uma fábrica para realizar, em modo sistemático e industrial, a destruição dos judeus europeus. Auschwitz é sinônimo em todo o mundo da Shoah”.

Ferida aberta no corpo da humanidade

Para os cristãos alemães “Auschwitz é uma ferida aberta no corpo da humanidade. A recordação dolorosa de Auschwitz nos dias de hoje nos apresenta a questão do senso de culpa com as suas consequências, assim como a nossa responsabilidade”. Como cristãos, de fato, “não podemos evitar também a questão do porquê os crimes de Auschwitz aconteceram em um continente marcado pelo cristianismo”.

Hoje, com o projeto da Europa Unida, “é uma questão de fidelidade e respeito pela memória, fazer respeitar os direitos humanos e opor-se ao aumento dos movimentos desumanos, xenófobos e nacionalistas”. (JE)

 

 

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Formação



Novo Catecismo: O Nome de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço dedicado aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo, o Padre Gerson Schmidt nos traz hoje a reflexão sobre “O nome de Deus”.

"Amado ouvinte!

Falamos nos encontros anteriores sobre o ponto fundamental de todas as verdades que cremos. O fundamento sobre o qual construímos o edifício de nossa fé é acreditar em Deus, único Deus. Fora dele não há outro nome pelo qual devamos ser salvos, diz o apóstolo Pedro, no querigma que ele proclama em Atos dos apóstolos, capítulo quatro, versículo 12. Vou ler o texto para saborear melhor, onde Pedro proclama no templo aos chefes, anciãos e escribas, diante de Anás e Caifás: “É ele a pedra rejeitada por vós os construtores, mas que se tornou a pedra angular. Pois, não há outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”[1].

Mas, afinal, quem é Ele para que possamos acreditar? Qual é o seu nome? Quem ou o que é Deus para mim?

Moisés, quando conversava com Deus na sarça ardente, fez essa pergunta sobre quem é Deus e qual o seu nome. Estamos aqui no número 205 do Catecismo que diz assim: “Deus chama Moisés do meio de uma sarça que queima sem consumir-se. Ele diz a Moisés: "Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó" (Ex 3,6). Deus é o Deus dos pais, Aquele que havia guiado os patriarcas em suas peregrinações. Ele é o Deus fiel e compassivo que se lembra deles e de suas próprias promessas; vem para libertar seus descendentes da escravidão. Ele é o Deus que, para além do espaço e do tempo, pode e quer fazê-lo, e que colocará sua onipotência em ação a serviço desse projeto”[2].

Que projeto? A salvação de todo o gênero humano.

Moisés é intrigante nessa pergunta sobre Deus que é uma pergunta para toda a nossa vida. Dela depende toda a nossa fé, o nosso viver religioso, nossa relação com Deus. Moisés dialoga com Deus nesses termos: "Quando eu for aos filhos de Israel e disser: O Deus de vossos pais me enviou até vós”, e me perguntarem: “Qual é o seu nome?”, que direi?" Disse Deus a Moisés: "Eu sou AQUELE QUE É". Disse mais: "Assim dirás aos filhos de Israel: “EU SOU me enviou até vós”... Este é o meu nome para sempre, e esta deve ser a minha lembrança de geração em geração (Ex 3,13-15).

No número 206 o Catecismo ainda diz assim: “Ao revelar seu nome misterioso de Iahweh, "Eu sou AQUELE QUE É" ou "Eu Sou Aquele que SOU" ou também "Eu sou Quem sou", Deus declara quem Ele é e com que nome se deve chamá-lo. Este nome divino é misterioso como Deus é mistério. Ele é ao mesmo tempo um nome revelado e como que a recusa de um nome, e é por isso mesmo que exprime da melhor forma a realidade de Deus como ele é, infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer: ele é o "Deus escondido" (Is 45,15), seu nome é inefável, e ele é – ao mesmo tempo - o Deus que se faz próximo dos homens”. Por isso, houve um costume hebreu de não pronunciar o nome de Deus em vão, como pedia o segundo mandamento, pois seu nome é Santo, é tão sublime que não deveríamos pronunciá-lo sem motivos justos.

E o Catecismo sentencia no número 207 assim: “Ao revelar seu nome, Deus, revela ao mesmo tempo sua fidelidade, que é de sempre e para sempre, válida tanto para o passado ("Eu sou o Deus de teus pais", Ex 3,6) como para o futuro ("Eu estarei contigo", Ex 3,12).” Deus, que revela seu nome como "Eu sou", revela-se como o Deus que está sempre presente junto a nós para nos salvar. É em último análise um DEUS FIEL – expressão tão usual que vemos em adesivos de inúmeros carros por aí.

Um pouco mais abaixo, no número 211, acompanhe aí no seu catecismo, há uma afirmação interessantíssima: “O Nome divino "Eu sou" ou "Ele é" exprime a fidelidade de Deus, que, apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que ele merece, "guarda seu amor a milhares" (Ex 34,7). Deus revela que é "rico em misericórdia" (Ef 2,4), indo até o ponto de dar seu próprio Filho. Ao dar sua vida para libertar-nos do pecado, Jesus revelará que ele mesmo traz o Nome divino: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que “EU SOU" (Jo 8,28[a44] ).

Amigo, amiga ouvinte, no próximo programa, aprofundamos esse aspecto rico do nome e da essência de Deus, quando, sobretudo no Evangelho de São João, Cristo utiliza essa expressão de Moisés “Eu sou”.

Pe. Gerson Schmidt

[1] At 4,12.

[2] CIC, 205.

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Atualidades



A dor do migrante que deixa sua família no país natal

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Cidade do Vaticano (RV) – Domingo, 18 de janeiro, foi celebrado o dia Mundial dos Migrantes, ocasião para retomarmos este tema e algumas de suas nuances. Os brasileiros que vivem no exterior, segundo dados do último censo demográfico, são 500 mil, imigrantes principalmente nos Estados Unidos (23,8%), Portugal (13,4%), Espanha (9,4%), Japão (7,4%), Itália (7,0%) e Inglaterra (6,2%).

Dos brasileiros residentes em 193 países do mundo em 2010, 264.743 eram mulheres (53,8%) e 226.743 homens (46,1%). Em relação à sua idade, 94,3% da emigração brasileira está na faixa etária de 15 a 59 anos. 

Com base nesses resultados, o IBGE infere que a principal motivação pelo deslocamento de brasileiros ao exterior foi a busca de emprego de forma individual, em grande medida sem o acompanhamento de outros membros da família.

Dom Alessandro Ruffinoni, coordenador da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), vinculada à CNBB, e costuma participar de encontros com missionários brasileiros que trabalham junto aos nossos compatriotas na Europa. Ultimamente, reuniu-se com 35 missionários originários de 14 estados do Brasil e que atuam em seis países da Europa. Esta iniciativa é uma oportunidade para fortalecer o espírito da cada um, partilhar as atividades, refletir formas de melhorar na pastoral com os migrantes, celebrar e buscar forças e unidade nos trabalhos.

Nesta entrevista, Dom Ruffinoni analisa a questão, tocando ainda um ponto doloroso: os migrantes que viajam sozinhos, deixando suas famílias para trás. Ouça, clicando acima.

(CM)

 

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