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Sumario del 27/01/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

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Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: a oração para fazer a vontade de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - É preciso rezar a Deus e pedir todos os dias a graça de entender a sua vontade, a graça de fazer a sua vontade e a graça de realizar sua vontade completamente. Este é o ensinamento que o Papa buscou na liturgia do dia para insipirar a sua homilia na manhã desta terça-feira (27/01), na Casa Santa Marta.

Certa vez havia uma lei feita de prescrições e proibições, de sangue de bois e cabras, “antigos sacrifícios” que não tinham a “força” de “perdoar os pecados”, nem de fazer “justiça”. Então, o Cristo vem ao mundo e com sua subida à Cruz – o ato “que de uma vez por todas nos justificou” – Jesus demonstrou qual é o sacrifício que mais agrada a Deus: não o holocausto de um animal, mas a oferta da própria vontade para fazer a vontade do Pai.

Núcleo da fé

As leituras e o Salmo do dia conduzem a reflexão de Francisco a respeito de um dos fulcros da fé: a “obediência à vontade de Deus”. Esta, afirma o Papa, “é a estrada da santidade, do cristão” para que o “plano de Deus seja realizado”, que “a salvação de Deus seja realizada”:

“O contrário teve início no Paraíso, com a desobediência de Adão. E aquela desobediência trouxe mal a toda a humanidade. Os pecados também são atos de desobediência a Deus, de não fazer a vontade de Deus. O Senhor, ao invés, nos ensina que esta é a estrada e que não há outra. E começa com Jesus, sim, nos Céus, na vontade de obedecer o Pai. Mas na terra começa com Maria: ela, o que disse ao Anjo? ‘Que seja feito aquilo que dizes’, isso quer dizer, que seja feita a vontade de Deus. E com este ‘sim’ ao Senhor, o Senhor deu início ao seu percurso entre nós”.

“Não é fácil.” O Papa usa várias vezes essa expressão quando fala de realizar a vontade de Deus. Não foi fácil para Jesus que foi tentado no deserto e também no Horto das Oliveiras, e com dor no coração aceitou o suplício que o aguardava. Não foi fácil para alguns discípulos, que o deixaram porque não entenderam o que significava “fazer a vontade do Pai”. Não o é para nós, a partir do momento que – notou o Papa – “todos os dias nos são apresentadas em uma bandeja tantas opções”. E então, se perguntou, como “faço para fazer a vontade de Deus?”. Pedindo “a graça” de desejar realizá-la:

Fazer a vondade de Deus

“Eu rezo para que o Senhor me dê a vontade de fazer a sua vontade ou busco acordos porque tenho medo da vontade de Deus? Outra coisa: rezar para conhecer a vontade de Deus em relação a mim e à minha vida, sobre a decisão que devo tomar agora. Sobre a maneira de administrar as coisas… A oração para querer fazer a vontade de Deus, e a oração para conhecer a Sua vontade. E quando conheço a vontade de Deus, com a oração pela terceira vez: realizá-la. Para realizar a vontade, que não é a minha, mas é Sua. E não é fácil”.

Portanto, resumiu o Papa, “rezar para sentir a vontade de seguir a vontade de Deus, rezar para conhecer a vontade de Deus e rezar – uma vez reconhecida – para prosseguir com a vontade de Deus”:

“Que o Senhor nos dê a graça, a todos nós, para que um dia possa dizer de nós aquilo que disse daquele grupo, daquela multidão que o seguia, daqueles que estavam sentados a seu redor, como ouvimos no Evangelho: ‘Eis minha mãe e os meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e mãe”. Fazer a vontade de Deus nos faz ser parte da família de Jesus, nos faz mãe, pai, irmã e irmão”. (BF/RB/SP)

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Quaresma: cristãos sejam ilhas de misericórdia no mar da indiferença

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Cidade do Vaticano (RV) – A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015 foi apresentada na manhã desta terça-feira (27/01), na Sala de Imprensa da Santa Sé. O tema “Fortalecei os vossos corações” foi extraído do Carta de São Tiago, capítulo 5, versículo 8. O período quaresmal tem início no domingo, 22 de fevereiro.

No texto, o Pontífice reflete sobre a “globalização da indiferença”, que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis.

Escreve o Papa: “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente  dos outros, não nos  interessam os seus problemas, nem as tribulações  e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração  cai na indiferença: encontrando-me relativamente  bem e confortável, esqueço-me dos que não estão  bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de  enfrentar”.

Igreja

Quanto à Igreja, Francisco recorda que no corpo de Cristo não há espaço para a indiferença, citando  o Apóstolo Paulo: “Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros”. Estando interligados em Deus, afirma ele, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais alcançar: “rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação”.

Paróquias e as comunidades

Nas paróquias e as comunidades, o Papa sugere que, para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direções. Em primeiro lugar, unindo-nos na oração. Em  segundo  lugar,  cada  comunidade  cristã  é  chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os  incrédulos. “A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os  homens”, escreve Francisco, que faz um apelo: “Amados irmãos e irmãs, tornem-se ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!”.

Fiéis

Por fim, o Pontífice se dirige a cada um dos fiéis, pedindo que não se deixem absorver pela “espiral de terror e impotência” diante de notícias e imagens que relatam o sofrimento humano.

“Não subestimemos a força da oração!”, escreve o Papa, citando a iniciativa “24 horas para o Senhor”, que se celebrará em toda  a Igreja nos dias 13 e 14 de março. Além da oração, Francisco recorda que todos podem contribuir para o fim do sofrimento com gestos de caridade, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja.

“A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo  outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas  concreto – da nossa participação na humanidade  que temos em comum.”

Francisco recorda ainda que o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, “porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos”.

Conversão

E conclui: “Para superar a indiferença e as nossas pretensões de onipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração. Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na  vertigem da globalização da indiferença”.

(BF)

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Quaresma 2015: Fortalecei os vossos corações

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Cidade do Vaticano (RV) – “Fortalecei os vossos corações” é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015. Eis o texto integral:

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2015

« Fortalecei os vossos corações» (Tg5,8)

Amados irmãos e irmãs!

Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é  sobretudo um « tempo favorável » de graça (cf. 2  Cor6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo  tenha dado: « Nós amamos, porque Ele nos amou  primeiro »  (1 Jo4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós,  conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa  procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada  um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa connosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente  dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos  interessam os seus problemas, nem as tribulações  e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração  cai na indiferença: encontrando-me relativamente  bem e confortável, esqueço-me dos que não estão  bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um  mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de  enfrentar.

Quando o povo de Deus se converte ao seu  amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios  mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta  Mensagem, é o da globalização da indiferença. Dado que a indiferença para com o próximo e  para com Deus é uma tentação real também para  nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada  Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz  para nos despertar. A  Deus  não  Lhe  é  indiferente  o  mundo,  mas  ama-o  até  ao  ponto  de  entregar  o  seu  Filho  pela  salvação de todo o homem. Na encarnação, na vida  terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus,  abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão  que mantém aberta esta porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos,  do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor  (cf. Gl 5,6).  O  mundo,  porém,  tende  a  fechar-se  em si mesmo e a fechar a referida porta através da  qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo  assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida. Por isso, o povo de Deus tem necessidade de  renovação, para não cair na indiferença nem se fechar em si mesmo. Tendo em vista esta renovação,  gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação.

1. « Se um membro sofre, com ele sofrem todos os  membros » (1 Cor12,26)– A Igreja.

Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu  testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus,  que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que  é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo  que antes experimentámos. O cristão é aquele que  permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele,  servo de Deus e dos homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas  exemplificar  como  devemos  lavar  os  pés  uns aos outros; este serviço, só o pode fazer quem,  primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa  pessoa « tem parte com Ele » (cf. Jo 13,8), podendo  assim servir o homem. A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos  como  Ele.  Verifica-se  isto  quando  ouvimos  a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos,  nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que,  com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence  a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. « Assim, se um membro sofre,  com ele sofrem todos os membros; se um membro  é  honrado,  todos  os  membros  participam  da  sua  alegria » (1 Cor12,26). A Igreja é communio sanctorum, não só porque,  nela, tomam parte os Santos mas também porque é  comunhão de coisas santas: o amor de Deus, que  nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons;  e, entre estes, há que incluir também a resposta de  quantos se deixam alcançar por tal amor. Nesta comunhão dos Santos e nesta participação nas coisas  santas, aquilo que cada um possui, não o reserva  só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo  mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não  poderíamos jamais, com as nossas simples forças,  alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para  que todos nos abramos à sua obra de salvação.

2. « Onde está o teu irmão? »  (Gn 4,9)– As paróquias e as comunidades

Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal  é  necessário  agora  traduzi-lo  na  vida  das  paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que  fazemos parte de um único corpo? Um corpo que,  simultaneamente, recebe e partilha aquilo que  Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal  pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas  que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada

(cf. Lc16,19-31)? Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direcções. Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu  na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura--se reciprocamente uma comunhão de serviços e  bens que chega até à presença de Deus. Juntamente  com os Santos, que encontraram a sua plenitude em  Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não  é triunfante, porque deixou para trás as tribulações  do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes  pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido  definitivamente a indiferença, a dureza de coração  e  o  ódio,  graças  à  morte  e  ressurreição  de  Jesus.  E, enquanto esta vitória do amor não impregnar  todo o mundo, os Santos caminham connosco, que  ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria  no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena  enquanto houver, na terra, um só homem que sofre e  geme, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da  Igreja:  « Muito  espero  não  ficar  inactiva  no  Céu;  o

meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas  almas »  (Carta254, de 14 de Julho de 1897).

Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no  nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua  alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de  força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração.

Em  segundo  lugar,  cada  comunidade  cristã  é  chamada a atravessar o limiar que a põe em relação  com a sociedade circundante, com os pobres e com os  incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária,  não fechada em si mesma, mas enviada a todos os  homens. Esta  missão  é  o  paciente  testemunho  d’Aquele  que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A  Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a  cada homem, até aos confins da terra (cf.Act1,8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã  pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo  que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom  para a Igreja e para a humanidade inteira.

Amados irmãos e irmãs, como desejo que os  lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se  tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!

3. « Fortalecei os vossos corações »  (Tg 5,8)– Cada um dos fiéis

Também como indivíduos temos a tentação da  indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento  humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa  incapacidade de intervir. Que fazer para não nos  deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos  a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda  a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e  14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração. Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com  gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de  nós como a quem está longe, graças aos inúmeros  organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo  outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas  concreto – da nossa participação na humanidade  que temos em comum.  E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo  constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha  vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos.

Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então  confiaremos  nas  possibilidades  infinitas  que  tem  de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à  tentação diabólica que nos leva a crer que podemos  salvar-nos e salvar o mundo sozinhos. Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos  para viverem este tempo de Quaresma como um  percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31).  Ter  um  coração  misericordioso  não  significa  ter  um  coração  débil.  Quem  quer  ser  misericordioso  precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe  impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do  amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo,  um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro. Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: « Fac cor nostrum secundum cor tuum – Fazei o nosso coração  semelhante ao vosso » (Súplica das Ladainhas ao  Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso,  que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na  vertigem da globalização da indiferença.

Com estes votos, asseguro a minha oração por  cada crente e comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal,  enquanto, por minha vez, vos peço que  rezeis por  mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora  vos guarde!

Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de  Outubro de 2014.

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Publicadas celebrações do Papa para os próximos três meses

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Cidade do Vaticano (RV) - O Consistório e os ritos de início da Quaresma, com o retiro em Ariccia, em fevereiro. A visita a Nápoles e Pompeia, em março. Por fim, os dias intensos do Tríduo pascal, seguidos da solenidade da Páscoa e da Missa em rito armeno, em abril. São alguns dos principais compromissos do Papa Francisco para os próximos  três meses, oficializados pelo mestre das Celebrações pontifícias, Mons. Guido Marini.

Consistório e paróquia

Os compromissos do mês de fevereiro terão início dia 2, na Festa da Apresentação do Senhor, com a Missa do Papa na Basílica Vaticana, às 17h30 locais, com os membros dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em cuja data se celebra o XIX Dia Mundial da Vida Consagrada.

Em 8 de fevereiro, às 16h, Francisco voltará a visitar uma paróquia romana, a de São Miguel Arcanjo em Pietralata. No dia 14 o Santo Padre abrirá, às 11h locais, o Consistório ordinário público para a criação de 20 novos cardeais e para algumas Causas de Canonização. No dia seguinte, o Papa concelebrará, às 10h locais, na Basílica de São Pedro, a Missa com os novos purpurados.

Início da Quaresma e exercícios espirituais

No dia 18, com a Quarta-feira de Cinzas, o início da Quaresma. Como de costume, o Pontífice presidirá, às 16h30, a Statio e a procissão penitencial saindo da Basílica de Santo Anselmo até a Basílica de Santa Sabina, onde, às 17h locais, celebrará a Missa com a bênção e imposição das Cinzas.

No domingo sucessivo, 22 de fevereiro, o Papa e os membros da Cúria Romana partirão para Ariccia – situada nos Castelos Romanos – onde farão, como no ano passado, os exercícios espirituais quaresmais, até a sexta-feira, dia 27.

Visita a Nápoles e Pompeia

A segunda visita a uma paróquia romana terá lugar no domingo, 8 de março, quando Francisco, na parte da tarde, às 16h locais, encontrará a comunidade do “Santíssimo Redentor”, situada num dos bairros periféricos de Roma, Tor Bella Monaca.

Após a liturgia penitencial da tarde da sexta-feira, dia 13, às 17h locais na Basílica de São Pedro, o compromisso sucessivo do Santo Padre o levará a Nápoles e Pompeia, no sábado, 21 de março, para uma esperada visita pastoral. O mês se concluirá com a missa do domingo de Ramos, dia 29, às 9h30 locais, na Praça São Pedro, com os ritos da Bênção dos Ramos e a procissão.

Tríduo, Páscoa e missa em rito armeno

Os primeiros dias do mês de abril nos colocarão no “coração” do Tríduo Pascal. Na celebração presidida pelo Papa Francisco, na Quinta-feira Santa, dia 2, às 9h30 locais, a Missa do Crisma, na Basílica Vaticana. Sempre na Basílica de São Pedro, às 17h locais da Sexta-feira Santa, será o momento da celebração da Paixão do Senhor, depois, à noite, o Bispo de Roma irá ao Coliseu para presidir, às 21h15 locais, ao rito da Via-Sacra.

A Vigília Pascal, no Sábado Santo, 4 de abril, terá início às 20h30 locais. No dia seguinte, Domingo de Páscoa, na Praça São Pedro, Francisco dará início, às 10h15 locais, à Missa solene que se concluirá ao meio-dia com a Bênção “Urbi et Orbi”, do Balcão central da Basílica Vaticana. Sete dias depois, no domingo da Divina Misericórdia, às 10h locais, o Santo Padre celebrará, na Basílica de São Pedro, a Missa para os fiéis de rito armeno. (RL)

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Igreja no Brasil



Cardeal Amato, primeiro conferencista no Curso para Bispos no RJ

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Rio de Janeiro (RV) - O tradicional curso anual para bispos realizado na Arquidiocese do Rio de Janeiro, reúne, desde 26 de janeiro no Centro de Formação do Sumaré, no Rio Comprido,  prelados de várias regiões do Brasil. Até o dia 30, os participantes concluirão as reflexões iniciadas em 2011 sobre os documentos relacionados ao Concílio Vaticano II.

Na manhã desta terça-feira, o Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, proferiu a primeira palestra do Curso, baseada na “Declaração Dominus Iesus da Congregação para a Doutrina da Fé nos quinze anos de sua publicação”. O purpurado dividiu seu pronunciamento em quatro tópicos: Reações à Dominus Iesus, Uma avaliação do documento, A salvação dos não cristãos, uma legítima preocupação, e A necessidade da missio ad gentes.

Neste ano, o curso trata de três tópicos principais: relacionamento da Igreja Católica com as outras religiões, comunicação e liberdade religiosa.  Na abertura do encontro estavam presentes, entre outros, o Núncio Apostólico Dom Giovanni d’Aniello, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, além dos conferencistas Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação da Causa do Santos, no Vaticano, o Arcebispo  Claudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e Monsenhor Pierangelo Sequeri, Professor da Universidade de Milão. Na ocasião,o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta destacou que “o curso é um tempo de encontro, reflexão, partilha e descanso”. 

(arqrio.org /JE)

 

 

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Igreja na América Latina



Bispos da América Central analisam assistência aos migrantes

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Chiapas (RV) – Os Bispos de México, Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua se encontrarão de 28 a 30 de janeiro na cidade de Tapachula (México), para "discutir a realidade de milhares de migrantes provenientes da América Central, que, através do México, tentam chegar aos Estados Unidos". É o que comunica o Bispo de San Cristóbal de Las Casas, no Chiapas, Dom Felipe Arizmendi Esquivel, numa nota enviada a Fides.

"Estamos entristecidos e preocupados porque os migrantes são expostos a tantas humilhações atravessando o nosso país: são maltratados, ameaçados e, às vezes, são sequestrados, obrigados a trabalhar para o mercado da droga. Alguns são mortos e muitos permanecem sem poder alcançar seu sonho", disse numa coletiva de imprensa Dom Arizmendi. "Estamos particularmente preocupados com o tráfico de mulheres, que são violentadas e abandonadas quando grávidas, ou que são usadas para negócios ilícitos", destacou.

Este encontro dos Bispos centro-americanos servirá "para uma troca de informações sobre a situação da migração, mas sobretudo para compartilhar os esforços que, como Igreja, fazemos nas nossas dioceses", explicou Dom Arizmendi, que prosseguiu: "todos os dias promovemos sempre mais centros para os migrantes, não somente fornecendo alimento e alojamento, mas assistência médica, um local onde poder repousar e onde encontrar, se necessário, o suporte legal. Os nossos serviços são oferecidos não somente aos católicos, mas a todas as pessoas, prescindindo do credo, raça e nação. Somos irmãos, e compartilhamos o pouco que temos". 

(BF/Fides)

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Igreja no Mundo



Os 70 anos de Auschwitz: Documento católico-evangélico

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Berlim (RV) – Por ocasião do 70º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, neste dia 27 de janeiro, o Presidente da Conferência episcopal alemã (Dbk), Cardeal Reinhard Marx, e o Presidente do Conselho da Igreja Evangélica da Alemanha (Ekd), o Bispo Heinrich Bedford-Strohm, publicaram uma declaração em conjunto.

No documento destaca-se o papel simbólico que teve e ainda tem Auschwitz como personificação da maldade humana e a reflexão sobre a situação da sociedade: “Auschwitz é o lugar onde os nazistas mataram os intelectuais poloneses, líderes ciganos e sintas, prisioneiros de guerra soviéticos e membros de vários países. Sobretudo, é o lugar onde os alemães criaram um fábrica para gerenciar de maneira sistemática e industrial a destruição dos hebreus europeus, lê-se na declaraçã. Auschwitz é sinônimo em todo o mundo da Shoah”.

Para os cristãos alemães “Auschwitz é uma ferida aberta no corpo da humanidade. A lembrança dolorosa de Auschwitz hoje nos apresenta a pergunta sobre o sentido de culpa com suas consequências, bem como as nossas responsabilidades”.

Como cristãos, de fato, “não podemos evitar também a questão do por que os crimes de Auschwitz tenham sido cometidos num continente que foi marcado pelo cristianismo?”.

Hoje, como o projeto da Europa Unida, “se põe a questão da fidelidade e respeito da memória deles e nós mesmos sabermos respeitar os direitos humanos e nos opormos aos aumentos dos movimentos que atentam contra a humanidade, xenófobos e nacionalistas”. (SP)

 

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Auschwitz: Cardeal Dziwisz recorda "o grito das vítimas"

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Cracóvia (RV) - “O grito das vítimas sufocado com terrível violência” foi recordado esta terça-feira pelo arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, durante a liturgia em memória das vítimas do campo de concentração e de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, passados 70 anos da libertação do lager por parte da Armada russa em sua avançada rumo a Berlim.

Além do presidente polonês Bronislaw Komorowski e dos representantes das máximas autoridades de mais de 40 países, participou também um grupo de 300 sobreviventes do extermínio que custou a vida a mais de um milhão e 200 mil pessoas, 90% das quais de origem judaica.

A oração inter-religiosa e ecumênica

Segundo a agência Sir, a celebração foi seguida de um momento de oração de caráter inter-religioso e ecumênico concluído com o gesto de acender luzes no lugar das execuções dos prisioneiros perpetradas pelos nazistas.

Manfred Deselaers, sacerdote alemão que desde 1995 trabalha no Centro de Diálogo e de Oração adjacente ao campo, recordou as palavras de Bento XVI pronunciadas durante a visita a Auschwitz, em maio de 2006:

“Esperamos que do lugar do horror possa surgir e crescer uma reflexão construtiva e que o ato de recordar ajude a resistir ao mal e a fazer o amor triunfar.” (RL)

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Tem início o processo de beatificação de Chiara Lubich

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Roma (RV) – A abertura do processo da causa de beatificação e canonização da fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, será realizada nesta terça-feira (27/01), na Catedral de Frascati, perto de Roma, Itália. A cerimônia presidida por Dom Raffael Martinelli, Bispo de Frascati, terá início às 16h (13h em Brasília) e pode ser acompanhada no site do Movimento dos Focolares.

Em uma carta dirigida aos membros do Movimento dos Focolares, a atual presidente, Maria Voce, escreve que o momento é de “grande alegria” e convida os focolarinos a viverem “a espiritualidade da unidade e a serem um testemunho vivo daquilo que Chiara viveu, anunciou e compartilhou com tantas pessoas”, lê-se na missiva.

A decisão de pedir a abertura da causa de beatificação e canonização foi anunciada por Maria Voce, dia 7 de dezembro de 2013, com o desejo de que “tal reconhecimento pudesse levar todo o Movimento a um posterior empenho pelo bem da humanidade”, salienta.

A data de 7 de dezembro é simbólica, visto que foi nesse dia de 1943 que se deu o nascimento do Movimento dos Focolares. Chiara Lubich, que faleceu em 14 de março de 2008, foi a fundadora do Movimento dos Focolares, um movimento que tem como finalidade a construção de um mundo unido. (SP)

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Manuscrito revela dados inéditos sobre a vida do Pobre de Assis

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Cidade do Vaticano (RV) – Novos aspectos da vida de São Francisco, até então desconhecidos, são revelados na segunda mais antiga ‘Vida’ (ndr - ref. à biografia) sobre o santo de Assis, escrita entre 1232 e 1239 por Tommaso da Celano. Em entrevista ao L’Osservatore Romano, o autor da descoberta  Jacques Duran, especialista em Idade Média , afirma tratar-se de um pequeno “código franciscano no sentido literal da palavra, humilde e pobre, sem decorações ou desenhos”.

A surpresa da descoberta

Desconhecida até os dias de hoje, a biografia contida num manuscrito aparentemente insignificante, não constava nos catálogos de nenhuma biblioteca, pois fazia parte de uma coleção privada. Quando estava para ser leiloada, a obra foi adquirida pelo Departamento de Manuscritos da Biblioteca Nacional da França, após algumas tratativas com o proprietário. “Eu estava procurando este texto havia sete anos, conta Jacques Duran. Durante meus estudos encontrei fragmentos e traços dispersos e tudo levava a pensar na existência de um tipo de “Lenda” intermediária de Tommaso da Celano, sucessiva à primeira compilação e precedente em relação à segunda ‘Vida’ que conhecemos, uma obra composta sob a égide de Frei Elias. Encontrar este texto “foi uma confirmação muito, muito preciosa, e obviamente, uma grande alegria”. Foi “uma apaixonante e cheia de surpresas ‘história paleográfica de detetive’”, “um resumo da primeira versão da ‘Lenda’  - considerada muito longa na época – à qual são acrescentados novos elementos”, observa exultante o historiador francês.

Nova fonte de dados sobre Francisco

O Jornal da Santa Sé dedica amplo espaço ao “codicetto” de 12 x 8 cm, que coloca à disposição dos historiadores “não somente fragmentos ou citações indiretas tiradas de obras coetâneas, mas a segunda mais antiga história da vida do santo”. Esta nova fonte original de dados sobre São Francisco, de fato, desperta grande interesse.  A partir dela, por exemplo, sabe-se que  a afirmação “Francisco amava a natureza” é um “conceito pagão, pois Francisco amava os seus irmãos homens e animais pois eram filhos de um mesmo Criador”, explica Duran.

“Fazendo uma leitura atenta – observa o historiador – torna-se evidente que também a reflexão do autor, Tommaso da Celano, aprofundou de forma notável com o passar do tempo, sobretudo temas como a pobreza e a fraternidade com toda a criação. É destacada muito mais a concretude da experiência da pobreza, não num sentido simbólico, alegórico ou espiritual, mas real: significa vestir as mesmas vestes e comer a mesma comida dos pobres”.

O manuscrito apresenta outra versão para uma viagem de Francisco a Roma:  “Fala-se  de uma viagem de Francisco, mas não como a peregrinação de uma pessoa convertida, que abraçou a vida religiosa, mas de uma viagem de negócios, de um mercador que fica tocado pela pobreza dos mendigos nas proximidades de São Pedro, e que se pergunta se estaria em grau de viver uma experiência semelhante”, observa Jacques Duran.

Nesta obra sobre o santo de Assis, Tommaso apresenta detalhes muito concretos e realistas: “Francisco reparava os buracos na sua túnica usando fibras tiradas da casca das árvores e das ervas que encontrava nos campos, justamente como fazia quem não tinha absolutamente nada, nem mesmo instrumentos de costura”.

Uma novidade após séculos de pesquisas

A descoberta insere-se no centro de uma questão historiográfica vastíssima e complexa, “sem solução de continuidade desde o terceito decênio do século XIII até os dias de hoje, cruz e delícia dos historiadores da Idade Média: a busca de testemunhos bibliográficos sobre o Pobre de Assis não coincidentes com a vida oficial descrita na ‘Lenda’ de Boaventura, aprovada em 1263. Um livro passado inobservado por tanto tempo e chegado incólume até nós”, destacou Jacques Duran. (JE)

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Jovens coreanos são convidados a dar mais espaço à reflexão e à oração

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Seul (RV) - A fé cristã “encontra apoio na contribuição dos jovens, que, todavia, devem estar atentos para não cair numa cilada comum: a do ativismo. Vocês devem refletir sobre nosso credo e não deixar-se ocupar somente com atividades, por mais que elas sejam boas. Somente assim crescerão no amor a Deus”.

Foi o que disse o bispo auxiliar de Seul, Dom Peter Chung Soon-taek, aos cerca de cem jovens reunidos no Centro Donggyodong para o Curso anual de atualização da Pastoral da Juventude, reporta a agência missionária AsiaNews.

Estratégias e novos instrumentos de evangelização

O programa, organizado pelo Departamento para os Jovens da Arquidiocese de Seul, busca formar os jovens católicos e ajudá-los a contribuir da melhor forma possível para a vida de suas paróquias. Os participantes refletem e discutem sobre estratégias e colaborações com os párocos e sobre novos instrumentos de evangelização.

O curso deste ano foi norteado pelo tema “Haverão de sofrer, mas a dor de vocês se transformará em alegria”. Pela primeira vez, o encontro foi dirigido por um bispo.

Não cair no ativismo em detrimento da prática religiosa

Dom Cheung fez questão de esclarecer “um desequilíbrio de pensamento. Os verdadeiros protagonistas da Pastoral da Juventude não são os sacerdotes encarregados, mas vocês, jovens. Portanto, vocês devem assumir o compromisso de aprofundar mais a vida de fé, de modo a servir melhor a sua comunidade. Devemos estar atentos a não cairmos no ativismo em detrimento da prática religiosa e da reflexão”.

Como encontrar um companheiro para a vida

Durante o debate e discussão, em forma de perguntas e respostas, o prelado esclareceu também um aspecto muito importante para os jovens sul-coreanos: como encontrar um companheiro para a vida.

“Não basta rezar pedindo um marido ou uma esposa – disse sorrindo. Mas, sobretudo, não devemos julgar a outra pessoa somente através dos padrões comuns como o aspecto físico, a carreira ou o salário. Devemos olhar para os outros através dos olhos de Deus e continuar rezando: o Senhor conduzirá vocês à pessoa justa.” (RL)

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Formação



Memória Histórica: a visita de Bento XVI a Auschwitz

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Cidade do Vaticano (RV) - Neste dia em que se relembram os 70 anos da liberação do campo de concentração nazista de Auschwitz, repropomos o histórico discurso do Papa emérito Bento XVI, quando da sua visita ao local em maio de 2006. Abaixo, a íntegra das palavras de Bento XVI.

ONDE ESTAVA DEUS NAQUELES DIAS?

Tomar a palavra neste lugar de horror, de acúmulo de crimes contra Deus e contra o homem sem igual na história, é quase impossível e é particularmente difícil e oprimente para um cristão, para um Papa que provém da Alemanha. Num lugar como este faltam as palavras, no fundo pode permanecer apenas um silêncio aterrorizado um silêncio que é um grito interior a Deus: Senhor, por que silenciaste? Por que toleraste tudo isto? É nesta atitude de silêncio que nos inclinamos profundamente no nosso coração face à numerosa multidão de quantos sofreram e foram condenados à morte; todavia, este silêncio torna-se depois pedido em voz alta de perdão e de reconciliação, um grito ao Deus vivo para que jamais permita uma coisa semelhante.

Há 27 anos, no dia 7 de Junho de 1979, estava aqui o Papa João Paulo II; então ele disse: "Venho hoje aqui... Quantas vezes! E desci muitas vezes à cela da morte de Maximiliano Kolbe e detive-me diante do muro do extermínio e passei entre as ruínas dos fornos crematórios de Birkenau.

Como Papa, não podia deixar de vir aqui". O Papa João Paulo II veio aqui como filho daquele povo que, ao lado do povo judeu, teve que sofrer mais neste lugar e, em geral, durante a guerra: "Foram seis milhões de Poloneses, que perderam a vida durante a segunda guerra mundial: um quinto da nação", recordou então o Papa. Aqui, ele elevou a solene admoestação ao respeito dos direitos do homem e das nações, que antes dele tinham elevado diante do mundo os seus Predecessores João XXIII e Paulo VI, e acrescentou: "Pronuncia estas palavras [...] o filho da nação que na sua história remota e mais recente sofreu numerosas angústias infligidas por outros. E não o diz para acusar, mas para recordar. Fala em nome de todas as nações, cujos direitos são violados e esquecidos...".

O Papa João Paulo II veio aqui como um filho do povo polonês. Hoje eu vim aqui como um filho do povo alemão, e precisamente por isto devo e posso dizer como ele: não podia deixar de vir aqui. Tinha que vir. Era e é um dever perante a verdade e o direito de quantos sofreram, um dever diante de Deus, de estar aqui como sucessor de João Paulo II e como filho do povo alemão filho daquele povo sobre o qual um grupo de criminosos alcançou o poder com promessas falsas, em nome de perspectivas de grandeza, de recuperação da honra da nação e da sua relevância, com previsões de bem-estar e também com a força do terror e da intimidação, e assim o nosso povo pôde ser usado e abusado como instrumento da sua vontade de destruição e de domínio. Sim, não podia deixar de vir aqui. A 7 de Junho de 1979 estive aqui como Arcebispo de Munique-Frisinga entre os numerosos Bispos que acompanhavam o Papa, que o escutavam e rezavam com ele. Em 1980 voltei mais uma vez a este lugar de horror com uma delegação de Bispos alemães, abalado por causa do mal e reconhecido pelo facto de que acima das trevas tinha surgido a estrela da reconciliação. Ainda é esta a finalidade pela qual me encontro hoje aqui: para implorar a graça da reconciliação antes de tudo de Deus, o único que pode abrir e purificar os nossos corações; depois, dos homens que sofreram; e por fim, a graça da reconciliação para todos os que, neste momento da nossa história, sofrem de maneira nova sob o poder do ódio e sob a violência fomentada pelo ódio.

Quantas perguntas surgem neste lugar! Sobressai sempre de novo a pergunta: Onde estava Deus naqueles dias? Por que Ele silenciou? Como pôde tolerar este excesso de destruição, este triunfo do mal? Vêm à nossa mente as palavras do Salmo 44, a lamentação de Israel que sofre: "... Tu nos esmagaste na região das feras e nos envolveste em profundas trevas... por causa de ti, estamos todos os dias expostos à morte; tratam-nos como ovelhas para o matadouro. Desperta, Senhor, por que dormes? Desperta e não nos rejeites para sempre! Por que escondes a tua face e te esqueces da nossa miséria e tribulação? A nossa alma está prostrada no pó, e o nosso corpo colado à terra. Levanta-te! Vem em nosso auxílio; salva-nos, pela tua bondade!" (Sl 44, 20.23-27). Este grito de angústia que Israel sofredor eleva a Deus em períodos de extrema tribulação, é ao mesmo tempo um grito de ajuda de todos os que, ao longo da história ontem, hoje e amanhã sofrem por amor de Deus, por amor da verdade e do bem; e há muitos, também hoje.

Nós não podemos perscrutar o segredo de Deus vemos apenas fragmentos e enganamo-nos se pretendemos eleger-nos a juízes de Deus e da história. Não defendemos, nesse caso, o homem, mas contribuiremos apenas para a sua destruição. Não em definitiva, devemos elevar um grito humilde mas insistente a Deus: Desperta! Não te esqueças da tua criatura, o homem! E o nosso grito a Deus deve ao mesmo tempo ser um grito que penetra o nosso próprio coração, para que desperte em nós a presença escondida de Deus para que aquele seu poder que Ele depositou nos nossos corações não seja coberto e sufocado em nós pela lama do egoísmo, do medo dos homens, da indiferença e do oportunismo. Emitamos este grito diante de Deus, dirijamo-lo ao nosso próprio coração, precisamente nesta nossa hora presente, na qual incumbem novas desventuras, na qual parecem emergir de novo dos corações dos homens todas as forças obscuras: por um lado, o abuso do nome de Deus para a justificação de uma violência cega contra pessoas inocentes; por outro, o cinismo que não conhece Deus e que ridiculariza a fé n'Ele. Nós gritamos a Deus, para que impulsione os homens a arrepender-se, para que reconheçam que a violência não cria a paz, mas suscita apenas outra violência uma espiral de destruição, na qual todos no fim de contas só têm a perder. O Deus, no qual nós cremos, é um Deus da razão mas de uma razão que certamente não é uma matemática neutral do universo, mas que é uma coisa só com o amor, com o bem. Nós rezamos a Deus e gritamos aos homens, para que esta razão, a razão do amor e do reconhecimento da força da reconciliação e da paz prevaleça sobre as ameaças circunstantes da irracionalidade ou de uma falsa razão, separada de Deus.

O lugar no qual nos encontramos é um lugar da memória, é o lugar do Shoá. O passado nunca é apenas passado. Ele refere-se a nós e indica-nos os caminhos que não devem ser percorridos e os que o devem ser. Como João Paulo II, percorri o caminho ao longo das lápides que, nas várias línguas, recordam as vítimas deste lugar: são lápides em bielo-russo, checo, alemão, francês, grego, hebraico, polaco, russo, rom, romeno, eslovaco, sérvio, ucraniano, judaico-hispânico, inglês.

Todas estas lápides comemorativas falam de dor humana, deixam-nos intuir o cinismo daquele poder que tratava os homens como material e não os reconhecia como pessoas, nas quais resplandece a imagem de Deus. Algumas lápides convidam a uma comemoração particular. Há uma em língua hebraica. Os poderosos do Terceiro Reich queriam esmagar o povo judeu na sua totalidade; eliminá-lo do elenco dos povos da terra. Então as palavras do Salmo: "estamos todos os dias expostos à morte; tratam-nos como ovelhas para o matadouro", verificam-se de modo terrível.

No fundo, aqueles criminosos violentos, com a aniquilação deste povo, pretendiam matar aquele Deus que chamou Abraão, que falando no Sinai estabeleceu os critérios orientadores da humanidade que permanecem válidos para sempre. Se este povo, simplesmente com a sua existência, constitui um testemunho daquele Deus que falou ao homem e o assumiu, então aquele Deus devia finalmente estar morto e o domínio devia pertencer apenas ao homem àqueles que se consideravam os fortes que tinham sabido apoderar-se do mundo. Com a destruição de Israel, com a Shoa, queriam, no fim de contas, arrancar também a raiz sobre a qual se baseia a fé cristã, substituindo-a definitivamente com a fé feita por si, a fé no domínio do homem, do forte. Depois, há a lápide em língua polaca: numa primeira fase e antes de tudo queria-se eliminar a élite cultural e cancelar assim o povo como sujeito histórico autônomo para o reduzir, na medida em que continuava a existir, a um povo de escravos. Outra lápide, que convida particularmente a reflectir, é a que está escrita na língua dos Sint e dos Rom. Também aqui se pretendia fazer desaparecer um povo inteiro que vive migrando entre os outros povos. Ele estava inserido entre os elementos inúteis da história universal, numa ideologia na qual só devia contar o útil medível; tudo o resto, segundo os seus conceitos, era classificado como lebensunwertes Leben uma vida indigna de ser vivida.

Depois há a lápide em russo que evoca o imenso número das vidas sacrificadas entre os soldados russos no confronto com o regime do terror nazista; mas, ao mesmo tempo, faz-nos refletir sobre o trágico duplo significado da sua missão: libertaram os povos de uma ditadura, mas submetendo também os mesmos povos a uma nova ditadura, a de Estalin e da ideologia comunista. Também todas as outras lápides nas numerosas línguas da Europa nos falam do sofrimento de homens de todo o continente; tocariam profundamente o nosso coração, se não fizéssemos apenas memória das vítimas de modo global, mas se víssemos, ao contrário, os rostos das pessoas individualmente que acabaram naquele terror escuro. Senti como um dever íntimo deter-me de modo particular também diante da lápide em língua alemã. Dela emerge diante de nós o rosto de Edith Stein, Theresa Benedicta da Cruz: judia e alemã desaparecida, juntamente com a irmã, no horror da noite do campo de concentração alemão-nazista; como cristã e judia, aceitou morrer juntamente com o seu povo e por ele. Os alemães, que então foram conduzidos a Auschwitz-Birkenau e aqui morreram, eram vistos como Abschaum der Nation como o refugo da nação. Mas agora nós reconhecemo-los com gratidão como as testemunhas da verdade e do bem, que também no nosso povo tinha desaparecido. Agradecemos a estas pessoas, porque não se submeteram ao poder do mal e agora estão diante de nós como luz numa noite escura. Com profundo respeito e gratidão inclinamo-nos diante de todos os que, como os três jovens diante da ameaça da fornalha babilônica, souberam responder: "Só o nosso Deus nos pode salvar. Mas também se não nos libertares, sabe, ó rei, que nós nunca serviremos os teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que erigistes" (cf. Dn 3, 17s).

Sim, por detrás destas lápides encerra-se o destino de inumeráveis seres humanos. Eles despertam a nossa memória, despertam o nosso coração. Não querem provocar em nós o ódio: ao contrário, demonstram-nos como é terrível a obra do ódio. Querem conduzir a razão a reconhecer o mal como mal e a rejeitá-lo; querem suscitar em nós a coragem do bem, da resistência contra o mal. Querem dar-nos aqueles sentimentos que se expressam nas palavras que Sófocles coloca nos lábios de Antígona face ao horror que a circunda: "Estou aqui não para odiar mas para, juntos, amar".

Graças a Deus, com a purificação da memória, à qual nos estimula este lugar de horror, crescem à sua volta numerosas iniciativas que desejam pôr um limite ao mal e dar força ao bem. Há pouco pude abençoar o Centro para o Diálogo e a Oração. Nas imediatas proximidades tem lugar a vida escondida das irmãs carmelitas, que estão particularmente unidas ao mistério da cruz de Cristo e nos recordam a fé dos cristãos, que afirma que o próprio Deus desceu ao inferno do sofrimento e sofre juntamente connosco. Em Oswiecim existe o Centro de São Maximiliano e o Centro Internacional de Formação sobre Auschwitz e sobre o Holocausto. Depois, há a Casa Internacional para os Encontros da Juventude. Numa das Antigas Casas de Oração existe o Centro Hebraico. Por fim está a constituir-se a Academia para os Direitos do Homem. Assim podemos esperar que do lugar do horror nasça e cresça uma reflexão construtiva e que recordar ajude a resistir ao mal e a fazer triunfar o amor.

A humanidade atravessou em Auschwitz-Birkenau um "vale escuro". Por isso desejo, precisamente neste lugar, concluir com a oração de confiança com um Salmo de Israel que é, ao mesmo tempo, uma oração da cristandade: "O Senhor é o meu pastor: nada me falta. Em verdes prados me fez descansar e conduz-me às águas refrescantes. Reconforta a minha alma e guia-me por caminhos rectos, por amor do seu nome. Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão-me confiança... habitarei na casa do Senhor para todo o sempre" (Sl 23, 1-4.6)

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Vida Consagrada: viver em comunidade

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Cidade do Vaticano (RV) - Voltamos com o nosso espaço dedicado à Vida Consagrada, todas as terças-feiras.

Na última reportagem, nossa guia nessa aventura, Irmã Márian Ambrosio, das Irmãs da Divina Providência, nos falou sobre como Jesus renovou o rosto da vida consagrada. Os três sinais de consagração do naziriato se transformam aos poucos nos três votos que hoje conhecemos de castidade, pobreza e obediência.

Após Jesus, surgem os eremitas com São Pacômio e Santo Antão. Depois, com o monaquismo, outra novidade é inserida: a vida em comunidade. E é sobre isso que Ir. Marias nos fala hoje. Clique acima para ouvir.

(BF)

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Saúde: o apoio do Papa na luta contra a hanseníase

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa lembrou, no último domingo (25/01), a decorrência do Dia Mundial da Hanseníase. “Quero expressar a minha proximidade a todas as pessoas que sofrem desta doença, como também a todos aqueles que cuidam dos doentes, e àqueles que lutam para colocar fim às causas da doença e as condições de vida indignas do homem. Renovemos nosso compromisso de solidariedade a estes irmãos e irmãs!”

Panorama no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, foram 354 crianças de escolas públicas diagnosticadas com hanseníase. O diagnóstico aconteceu por meio da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses e Tracoma realizada no ano passado com alunos de cinco a 14 anos de mais de 1,9 mil cidades. De acordo com a coordenadora geral do Programa de Hanseníase e Doenças de Eliminação do Ministério da Saúde, Rosa Soares, as campanhas querem interromper a transmissão da doença nas comunidades.

"Antes de tudo, é feita uma triagem de sinais e sintomas com um formulário chamado formulário de autoimagem, a família da criança marca onde a criança tem algum possível sinal da doença. Depois disso, as crianças são informadas de como é a doença e elas reproduzem esse conhecimento em casa. Então é um processo também de educação em que a família, através da criança e da escola, a comunidade fica conhecendo os sinais e sintomas da doença e se envolve com a questão", afirmou a coordenadora.

Diagnóstico

Os casos de hanseníase diagnosticados durante as campanhas nas escolas são encaminhados para tratamento no SUS. Aproximadamente 5 milhões de alunos participaram da Campanha Nacional de Hanseníase de 2014. Desses, mais de 230 mil foram encaminhados às unidades de saúde com suspeita de estarem com a doença. Este ano, a campanha nas escolas deve começar no mês de agosto. Para saber mais sobre a hanseníase e as ações de prevenção e combate a doença acesse a página do Ministério da Saúde. (MS/RB)

 

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Atualidades



Turquia abre acampamento aos refugiados sírios

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Ancara, 26 jan (AFP) - A Turquia abriu seu maior acampamento de refugiados para alojar milhares de sírios, especialmente curdos, da cidade de Kobana, informou a agência governamental de gerenciamento de emergências (Afad). O acampamento, situado na cidade fronteiriça de Suruc (sul), abrigará a princípio um número relativamente pequeno de refugiados, mas tem capacidade para acolher mais de 35 mil famílias.

As instalações contam com dois hospitais, sete clínicas, serviços sanitários, salas de aula para 10 mil estudantes e também áreas para esporte e lazer. Trata-se de um campo "eco-sustentável", no qual os refugiados poderão plantar suas frutas e verduras. A Turquia acolheu 1,7 milhão de refugiados sírios desde o início da guerra em 2011, mas apenas 265 mil vivem atualmente em algum dos 24 campos de refugiados. (SP-AFP)

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Pobreza afeta 28% da América Latina, a lição do Papa

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Santiago do Chile (RV) – “A geração de empregos é a chave-mestre para vencer a pobreza e a desigualdade”, afirmou a Secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) Alicia Bárcena, ao apresentar os números da pobreza no continente em 2014, nesta segunda-feira (26/01), na capital do Chile.

O relatório, intitulado Panorama Social da América Latina, revelou que 167 milhões de latino-americanos vivem na pobreza e, destes, 71 milhões sobrevivem em níveis de extrema pobreza ou indigência. Equivale dizer que 28% da população do continente vive na pobreza.

Crescer para vencer

Bárcena disse que a pobreza só pode ser vencida por meio da geração de empregos, mas não somente: “O emprego com direitos, o emprego com salário, o emprego com políticas sociais e para isso temos que passar pelo problema do crescimento para poder chegar a uma solução para estes problemas”, alertou a secretária-executiva do órgão.

Desocupação juvenil

Nesse contexto, o relatório destacou também a preocupação com desocupação juvenil. Os jovens latino-americanos entre 15 e 29 anos que nem estudam nem trabalham chegam a 22%. “Descobrimos que a maior parte desse 22% são mulheres. Elas foram o percentual mais alto dos que não estudam nem trabalham. Elas se encontram entre aqueles que efetuam trabalhos domésticos e não-remunerados. E o que mais surpreende: muitas dessas mulheres estudaram mas, de alguma maneira, se viram remetidas de volta a este lugar”, ponderou Bárcena.

“Jovens nem-nem”

O Papa, profundo conhecedor da realidade da juventude latino-americana, usou pela primeira vez o termo “jovens nem-nem” durante sua Visita Pastoral à região italiana de Molise, em julho do ano passado. Ao ver que a desocupação juvenil também é uma ameaça para o futuro da Europa, o Papa disse que uma geração sem trabalho “é uma derrota para a humanidade”.

“Não podemos resignar-nos a perder uma geração inteira de jovens que não têm a grande dignidade do trabalho! O trabalho dá-nos a dignidade, e todos nós devemos fazer o possível a fim de que não se perca uma geração de jovens. Desenvolver a criatividade, a fim de que os jovens sintam a alegria da dignidade que deriva do trabalho. Uma geração sem trabalho é uma derrota futura para a pátria e a humanidade. Devemos lutar contra isto. E ajudar-nos uns aos outros a encontrar uma solução, de apoio, de solidariedade”, exortou o Papa. (RB)

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Fidel dá "sinal verde" ao acordo com EUA

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Havana (RV) – Mesmo não confiando na política estadunidense, o ex-Presidente cubano, Fidel Castro, deu um substancial “sinal verde” ao processo de normalização nas relações entre Cuba e Estados Unidos, anunciado em 17 de dezembro passado pelo seu irmão Raúl Castro, e pelo Presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Rompendo um silêncio de oito meses, Fidel Castro, que não aparece em público desde janeiro de 2014, escreveu uma carta publicada nesta terça-feira (27/01) no “Granma”, órgão oficial do Partido Comunista cubano, e lida na televisão estatal.

Na mensagem, escrita por ocasião do 70º aniversário de seu ingresso na Federação Estudantil Cubana, o líder máximo da revolução volta a usar palavras duras em relação aos Estados Unidos, nos quais afirma não ter confiança, e com cujos representantes declara não ter conversado. Outrossim, precisa que o irmão Raúl “deu passos pertinentes com as suas prerrogativas e as faculdades que lhe concedem a Assembleia Nacional e o Partido Comunista de Cuba”.

“Não tenho confiança na política dos Estados Unidos, nem nunca troquei palavras com eles, mas isto não significa uma rejeição da solução pacífica dos conflitos e dos riscos de guerra”, lê-se na mensagem. “Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo, entre os quais os nossos adversários políticos”, escreve ainda Fidel Castro, recordando também que cada questão entre os Estados Unidos e os povos da América Latina - que não implique o uso de força  - “deve ser enfrentada segundo os princípios e as normativas internacionais”.

Em 21 de janeiro uma delegação estadunidense chefiada pela Secretária de Estado adjunta para Assuntos Hemisféricos, Roberta Jaconson, reuniu-se com autoridades cubanas em Havana para tratar do processo de normalização das relações. (JE)

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Três mil meninos-soldados serão libertados no Sudão do Sul

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Cartum (RV) – A UNICEF e parceiros anunciaram o início de um processo de libertação de cerca de 3 mil crianças e adolescentes prisioneiros de grupos armados no Sudão do Sul, numa das maiores operações já realizadas com este objetivo. O primeiro grupo de 280 crianças foi libertado nesta terça-feira (27/01), no povoado de Gumuruk,  Estado de Jonglei. As etapas sucessivas serão realizadas no próximo mês.

Recrutados pelo South Sudan Democracy Army (SSDA) Cobra Faction, guiado por David Yau Yau, as crianças e adolescentes, a maioria meninos, têm entre 11 e 17 anos. Alguns combateram por quatro anos e muitos nunca foram à escola. No último ano, cerca de 12 mil, a maior parte meninos, foram recrutados e usados como soldados pelas forças e grupos armados que lutam no Sudão do Sul.

As 280 crianças e adolescentes libertados deixaram as armas e os uniformes em uma cerimônia organizada com a ajuda da UNICEF e que teve a supervisão  do South Sudan National Disarmament, da Demobilization and Reintegration Commission e da Cobra Faction.

“Estes meninos foram obrigados a fazer e ver coisas que uma criança nunca deveria experimentar”, delclarou o Representante da UNICEF no Sudão do Sul, Jonathan Veitch. “A desmobilização de milhares de crianças e adolescentes requer uma resposta efetiva que lhes assegure apoio e proteção, para que reiniciem a reconstruir as próprias vidas”, acrescentou o representante.

As crianças liberadas pela Facção Cobra receberão cuidados médicos básicos, proteção e ajuda como comida, água e roupas, para prepará-las no retorno a suas famílias. Também foram inciados programas de apoio psicológico, que irão complementar o acesso à educação e a programas de formação profissional.

Os programas a serem implantados exigem somas singnificativas de recursos, explicou Veitch. A UNICEF estima que o custo para a libertação e reintegração de cada criança é cerca de 2.330 dólares por 24 meses.

Mais de 1 milhão de crianças são deslocados internos ou se refugiaram em países vizinhos desde o início dos combates em dezembro de 2013, o que dificulta a identificação e reunificação das crianças com suas famílias. Neste sentido, o apoio será estendido às comunidades locais para prevenir e reduzir a discriminação no retorno dos meninos e adolescentes e ulteriores modalidades de exploração dos mesmos. (JE)

 

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