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Sumario del 09/05/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: cristãos e judeus reforcem elos de fraternidade

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou uma Mensagem aos Cardeais, Rabinos e Bispos, que se reuniram, nesta semana, na casa Galileia, às margens do Lago de Tiberíades, na Terra Santa. Trata-se de uma iniciativa sem precedentes, encorajada pela Santa Sé.

Este Primeiro Encontro Internacional de quatro dias, que se concluiu na última quinta-feira (07/5), foi promovido pelo Movimento Neocatecumenal, por ocasião dos 50 anos da Declaração “Nostra Aetate” e dos 70 anos do fim da “Shoah”.

Em sua Mensagem aos participantes, o Papa Francisco expressou seus votos para que este evento “seja uma ocasião propícia para reforçar os vínculos de fraternidade e aprofundar o empenho de tornar conhecido o grito dos inocentes através da linguagem musical.

O Pontífice pede ao Senhor “que ouça este grito e aplaque as aflições dos que sofrem; que os corações se abram à invocação dos inocentes, em todo o mundo”.

Participaram deste Primeiro Encontro Internacional 7 Cardeais, 120 Rabinos e 20 Bispos, provenientes de diversas partes do mundo, como também numerosas personalidades do mundo acadêmico, da arte e da cultura de diversas confissões religiosas, e sacerdotes e catequistas do Movimento, num total de 400 pessoas.

Um dos momentos mais comoventes foi a execução da obra sinfônica intitulada “O sofrimento dos Inocentes”, interpretada pelo Coral do Movimento, como ato de amor e reconciliação pelo extermínio do povo judaico na Europa.

Durante os quatro dias de trabalhos, os participantes abordaram alguns desafios comuns: a missão salvífica do povo judeu e da Igreja católica no mundo; a transmissão da fé às novas gerações; o contraste entre a antropologia judeu-cristã e as antropologias baseadas na premissa da negação de Deus; o reaparecimento do antissemitismo e do fundamentalismo xenófobo.

Ao término do Encontro, os presentes publicaram um comunicado, onde descrevem sua experiência neste evento, que consideram histórico, um verdadeiro milagre, porque, no judaísmo, jamais se reuniram tantos rabinos de diversas expressões, como ortodoxos, conservadores, reformados e outros. (MT)

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Papa: o lugar do Bispo é nas "periferias existenciais"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado (09/05) os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique, em visita ad Limina. Na audiência, estavam presentes 18 prelados, entre os quais o brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba.

Em seu discurso, o Papa recorda a missão do pastor em sua comunidade, e sua plena disponibilidade ao rebanho. De modo especial, pede que os Bispos reservem uma atenção particular aos sacerdotes. “O tempo gasto com eles nunca é tempo perdido.”

Francisco ressalta ainda o trabalho de inúmeros consagrados, solicitando que neste Ano da Vida Consagrada “elevem-se a Deus ações de graças e louvores pelo testemunho de fé e serviço que os religiosos e as religiosas oferecem nos diversos setores da vida eclesial e social, nomeadamente na atenção e solicitude pelos pobres e todas as misérias humanas, materiais, morais e espirituais”.

Periferias existenciais

Quanto aos fiéis, o Papa recomenda que os Bispos estejam nas periferias das dioceses e em todas as “periferias existenciais” onde há sofrimento, solidão e degrado humano. Um bispo, recordou, deve viver em meio aos fiéis, residir na diocese e se rodear de organismos diocesanos que o auxiliem em suas tarefas.

Referindo-se a toda a Igreja, para o Pontífice os pastores e os fiéis de Moçambique precisam desenvolver mais a cultura do encontro. “Como não pensar aqui nas vítimas das calamidades naturais? Estas não cessam de semear destruição, sofrimento e morte – como ainda há pouco, infelizmente, fomos testemunhas –, aumentando o número de deslocados e refugiados. Estas pessoas precisam que partilhemos a sua dor, as suas ânsias, os seus problemas. Precisam que as olhemos com amor; é preciso ir ao encontro delas, como fazia Jesus.”

Cultura do encontro

Ao alargar o olhar ao país inteiro, o Papa afirma que, diante dos desafios atuais de Moçambique, é preciso promover em maior medida a cultura do encontro.

“As tensões e os conflitos minaram o tecido social, destruíram famílias e sobretudo o futuro de milhares de jovens. O caminho mais eficaz para contrastar a mentalidade de prepotência e as desigualdades, bem como as divisões sociais, é investir no campo de «uma educação, que ensine os jovens a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores» (Evangelii gaudium, 64). Aos problemas sociais, responde-se com redes comunitárias.”

O Papa conclui seu discurso com palavras de encorajamento: “Quando tivermos de partir para uma periferia extrema, talvez nos assalte o medo; mas não há motivo! Na realidade, Jesus já está lá; Ele espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Jesus está lá naquele irmão. Ele sempre nos precede; sigamo-Lo! Tenhamos a audácia de abrir estradas novas para o anúncio do Evangelho”.

(BF)

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Igreja na América Latina



Vida Consagrada: religiosos latino-americano se reúnem em Bogotá

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Bogotá (RV) – Prosseguem os preparativos para o Congresso da Vida Consagrada, organizado pela Confederação Caribenha e Latino-americana de Religiosas e Religiosos (CLAR), que terá lugar em Bogotá (Colômbia), de 18 a 21 de junho.

O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (CIVC-SVA), Cardeal João Braz de Aviz, confirmou a sua participação.

Para o Secretário-Geral da CLAR, Padre Gabriel Naranjo Salazar, a presença do Cardeal brasileiro “representa uma valorização do Santo Padre, que também se fará presente com uma mensagem”.

O Card. Braz de Aviz presidirá a missa de abertura do Congresso. Também estão presentes representantes do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), das Uniões de Superiores Gerais (UISG e USG) e de instituições da África, Europa, Canadá e Estados Unidos. E ainda outras organizações, como a Rede Eclesial Pan-amazônica.

O tema do Congresso se inspira nas três expressões-chave do símbolo de Betânia: “Retirem a pedra...Vem para fora...Desatai-o e deixai-o ir embora”.

No site da CLAR já está disponível o Instrumento de Trabalho.

(BF)

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Igreja no Mundo



EUA: membros da Igreja visitam centros de detenção de migrantes

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San Antonio (RV) – O Presidente da Cáritas Internacional, Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa, viajou recentemente a San Antonio, Texas, para visitar dois centros de detenção de imigrantes. Acompanhado pelo Arcebispo local, Dom Gustavo García-Siller, a finalidade da viagem era conhecer diretamente a situação de centenas de indocumentados – em sua maioria mexicanos e centro-americanos –, entre os quais inúmeros menores.

“As situações de violência e de pobreza em Guatemala, El Salvador e Honduras motivaram este êxodo”, disse o Cardeal hondurenho em coletiva de imprensa sobre crise humanitária na fronteira entre Estados Unidos e México.

“O dinheiro do tráfico da droga não está na América Latina, mas nos bancos deste país (Estados Unidos) e nos bancos de Europa”, afirmou o purpurado, acrescentando se tratar de um argumento que todos sabem, mas do qual ninguém fala.

O Card. Maradiaga comunicou que informará o Papa Francisco sobre a situação, já que o Pontífice visitará os Estados Unidos em setembro próximo.

De acordo com a diretora do Centro Caridades Católicas de Rio Grande Valley, Ir. Norma Pimentel, o fluxo migratório continua. Depois de registrar uma queda nos últimos meses, está agora aumentando novamente.

“Somente no mês passado, registramos até 100 imigrantes num único dia, quando normalmente não são menos de 50-60 pessoas. O motivo pelo qual diminuiu no ano passado é que o governo decidiu criar centros para manter as famílias, mas nesses centros não querem ter problemas com as mulheres grávidas, que portanto são as primeiras a sair. Eis o motivo pelo qual a maior parte das pessoas que acolhemos é constituído justamente por mulheres grávidas", relatou.

(BF)

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Formação



Reflexão para o VI Domingo da Páscoa

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Cidade do Vaticano (RV) - A primeira leitura deste domingo nos fala da presença de Pedro e de outros cristãos na casa de Cornélio, um pagão que o convidara para estar com sua família e amigos.

Quando Pedro, ainda um pouco sem jeito começou a evangelizá-los, o Espírito de Deus desceu sobre os pagãos e eles começaram a ter atitudes próprias dos cristãos louvando e bendizendo a Deus.

Pedro percebeu que o dom do Espírito precedeu o batismo e resolveu batizá-los imediatamente.

Esse fato deve servir para nós como uma advertência de que Deus é Pai de todos os homens e não se restringe aos batizados. Ao contrário, o querer ser batizado é responder positivamente ao apelo de Deus. Portanto devemos ter um coração acolhedor que receba todas as pessoas de boa vontade. Não sabemos o que Deus está preparando para eles e nem para nós.

Aliás, o Evangelho de hoje nos conduz a uma atitude muito social. Jesus fala do amor ao outro e o fala se dirigindo não a uma pessoa, mas à Comunidade. É o próprio Cristo que morreu por todos nós, que nos ensinou a rezar o Pai-Nosso e não o Meu-Pai que durante todo o seu discurso se dirige a nós como Comunidade.

Quando nos dirigirmos ao Pai, será ao Pai de Jesus e de todos os cristãos. Ele quer que seus filhos vivam sempre como irmãos.

Mais uma vez  o Senhor mostra a liberdade de Deus ao dizer que foi ele quem nos escolheu. E nos escolheu para que fizéssemos o bem e fossemos eternamente felizes.

A segunda leitura, a 1ª Carta de João, encerra essa verdade ao dizer que “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e nos enviou seu Filho Jesus”.

Queridos irmãos, amemos os nossos irmãos porque é isso que Deus quer. Que o amor esteja acima de qualquer ofensa, agressão. Que o perdão e a caridade sejam os sinais expressivos de que somos filhos do Pai. Em uma comunidade de amor não deveria haver pessoas excluídas e pessoas carentes, mas pessoas que se amam, que se socorrem, que se perdoam, porque estão cheias de Deus, ungidas por Seu Espírito Santo.

 (Padre Cesar Augusto dos Santos)

 

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Editorial: O coração do Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta última semana tivemos uma visão mais ampla do que será o próximo Jubileu, o Ano da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. De fato, na última terça-feira foram apresentadas, no Vaticano em linha de máxima, as atividades e eventos que irão acompanhar este “ano de graça”. Os detalhes foram expostos pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella – responsável pela organização do evento.

A primeira constatação que temos deste Jubileu da Misericórdia é que não será um evento como o do Grande Jubileu do Ano 2000, que certamente todos recordam. Um Ano que trouxe a Roma milhões de pessoas de todas as partes do mundo. A Cidade Eterna, na virada do milênio, se transformou realmente na meta de milhões de católicos, que ao longo dos 365 dias de graça, realizaram a sua peregrinação para atravessar as “Portas Santas” abertas nas quatro Basílicas papais de Roma e Vaticano. Todavia, o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, fora das datas tradicionais, ou seja, de 25, 50 anos, virada de século, é a expressão do desejo do Santo Padre de antecipar os tempos, os sinais dos tempos, devido à grande necessidade que a humanidade tem hoje de misericórdia. “Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho”, disse o Papa na convocação.

Vivemos na atualidade momentos difíceis, que interpelam a Igreja e com ela todo o Povo de Deus, a dar respostas concretas, através de proposições e ações, através da busca do perdão e da misericórdia de Deus. Francisco sente profundamente isso, essa necessidade de fazer com que o homem pare nesta corrida sem medida para chegar, não se sabe a onde, e perceba a realidade que está construindo, frequentemente sem Deus. É uma proposição e uma ação ao mesmo tempo, de voltar a refletir e agir contra a corrente, em um mundo cada vez mais frenético e sem o Divino. Será um Ano focado na fé, na fé que nos sustenta procurando recordar ao mesmo tempo, a todos nós, e à Igreja, a sua missão principal que é ser “sinal e testemunho da misericórdia”, em todos os aspectos da vida quotidiana.

O Papa Francisco anunciou no dia 13 de março na Basílica de São Pedro que decidiu proclamar um “jubileu extraordinário” centrado na “misericórdia de Deus” e terá início com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro em 8 de dezembro próximo, na Solenidade da Imaculada Conceição e será encerrado no dia 20 de novembro de 2016, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.  A abertura do próximo Jubileu coincidirá com o cinquentenário do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, que aconteceu em 1965 e reveste este ano santo de um significado especial, encorajando a Igreja a prosseguir a obra iniciada no Concílio. 

O Concílio Ecumênico Vaticano II foi um divisor de águas para a Igreja, e o Jubileu que Francisco convoca agora se insere neste contexto, pois o Papa quer que o mesmo seja vivido em todas as Igrejas particulares e não somente em Roma. Pela primeira vez na história dos Jubileus, é oferecida a possibilidade de abrir a Porta Santa – Porta da Misericórdia – nas próprias dioceses, particularmente na Catedral ou numa igreja especialmente significativa ou num Santuário importante para os peregrinos. Portanto, não precisa vir a Roma para viver plenamente o Jubileu da Misericórdia.

O Papa Francisco, e isso notamos todos os dias nas suas homilias na Casa Santa Marta, nos seus encontros com os peregrinos, possui uma maneira diferente de se comunicar, possuiu expressões muito originais que gosta de repetir e que já fazem parte do nosso dia a dia como “cheiro das ovelhas”, “cristãos de museus”, “sair da sacristia”, “periferias existenciais”, “Igreja, hospital de campo”, Igreja pobre para os pobres”, etc. Mas uma palavra que, podemos dizer é a chave de leitura de todas as demais, que encerra o pensamento do Papa Francisco é “misericórdia”. Proclamada desde os primeiros momentos de seu ministério é constantemente repetida.

Não precisamos de muita reflexão para entender então o por que de um Ano da Misericórdia: o Sucessor de Pedro quer falar ao mundo, de modo ainda mais concreto que misericórdia é “o coração de Deus, o coração de Jesus, o coração do Evangelho”. Não uma parte do Evangelho, mas o Evangelho. Deus não usa a misericórdia, mas “é misericórdia”.

Em um momento de grandes tribulações para os cristãos, para os católicos, com as perseguições e violências que padecem por causa da fé, o Ano da Misericórdia será um ano cheio de compromissos. O mundo dirigirá o seu olhar para os seguidores de Cristo e procurará entender o que significa realmente a misericórdia de um Deus que se fez carne, em um mundo cada vez mais com a lei do talião, “olho por olho, dente por dente”. Será a oportunidade também de sermos testemunhas de uma grande família que tem o seu olhar fixo no Deus Amor.

Será um ano que nos convida a uma profunda conversão que vá além das aparências e que transforme realmente o coração. E como diz Francisco, “não nos esqueçamos de que Deus perdoa tudo, e Deus perdoa sempre. Não nos cansemos de pedir perdão”. (Silvonei José)

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Atualidades



Livro de Jorge Mario Bergoglio sobre as relações entre Cuba e EUA

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre vai receber, no Vaticano, na manhã deste domingo (10/5), o Presidente de Cuba, Raul Castro, em visita particular, que se insere no âmbito da Viagem Apostólica que o Papa fará a Cuba e aos Estados Unidos, no final de setembro.

Em vista da visita deste encontro destacamos que “as relações entre EUA e Cuba sempre estiveram ao centro da atenção de Jorge Mario Bergoglio.

Com efeito, entre as mais de dez publicações,  Bergoglio escreveu, em 1998, um livro intitulado "Diálogos entre João Paulo II e Fidel Castro", onde apresenta seu ponto de vista sobre a sociedade cubana. Ao mesmo tempo, em que denuncia o embargo dos EUA e o isolamento econômico de Cuba, que empobreceu a ilha, Bergoglio sustenta que Fidel queria fazer uma aliança entre cristãos e socialistas.

No primeiro capítulo do livro, intitulado “O valor do diálogo”, Jorge Bergoglio deixa claro que acredita, como João Paulo II, que o diálogo é a única maneira de acabar com o isolamento de Cuba e sua hostilidade em relação à Igreja Católica ao promover a democracia.

Citando alguns discursos de Fidel Castro e de João Paulo II, durante a viagem, Bergoglio observa que o Papa insistia em um espaço para a Igreja em Cuba, enquanto o líder cubano insistia sobre as semelhanças entre marxismo e cristianismo. Mas ambos tiveram que ouvir uns aos outro: “O diálogo implica relação, abertura ao outro, respeito da dignidade de todas as pessoas”.

Hoje, como Sucessor de Pedro, Francisco continua a dar ênfase sobre a necessidade de se dialogar e de promover a paz. Neste sentido, apelou ao presidente dos EUA, Barack Obama, e a seu colega cubano, Raul Castro, para resolver os impasses na ilha caribenha. Sendo “imparcial” sobre o problema cubano, o Papa delineia um futuro, que pode ser bem mais realista, após a retomada das relações. (MT)

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Missionário nas Arábias: Dubai surge do deserto

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Dubai (RV) - Amigas e amigos ouvintes da Rádio Vaticano, é com prazer que os saúdo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Desde o final de janeiro de 2015, encontro-me em missão em Dubai, cidade que até poucos anos atrás era totalmente ignorada pela comunidade internacional. Nada de novo quanto a isso, pois enquanto uma pessoa ou um país é pobre, a mídia e os estudiosos não se sentem convidados a escrever ou dar notícia sobre eles. Isso sucede em caso de desastres ou noticias relacionadas aos aspectos negativos. Por isso pobre vira notícia quando comete contravenções e rico tem uma oportunidade de ser mais popular quando comete crimes.

Assim foi Dubai. Quem se interessava por esta região, a mais desolada do sudoeste da desolada Península Arábica? Ninguém. Até mesmo a Inglaterra, a velha protetora dos emirados, não via a hora de se desfazer deles.

Dubai, então era um vilarejo ao lado do mar, tão pobre como qualquer outro na África. Falar sobre Dubai era referir-se a um lugar numa região infestada por piratas, guerreiros sagrados e ditadores que se perpetuavam através de décadas.

Ninguém jamais pensaria que um dia, a vila situada numa franja de deserto, cercada pelo mar e areia se transformasse em cidade. Sem água corrente, gelo, rádio e estradas a ideia que qualquer observador poderia ter é que aqui não havia esperança.

Além disso, a Vila de Dubai estava parada longe do tempo. Enquanto outras nações lançavam foguetes para o espaço, aterrissavam na superfície lunar, eram engolfadas pela revolução das comunicações, os vilarejos pescavam e cochilavam. Seus habitantes e escravos mergulhavam no leito do mar, amarrados por uma corda à cata de pérolas, praticamente, a única fonte de renda.

Com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, a recessão econômica de 1929 e anos seguintes e a entrada dos japoneses no marcado com pérolas cultivadas, a economia de Dubai esvaziou-se. Fome, fuga dos escravos, grupos rivais entre si, escolas caindo eram as evidências indicativas de que não havia nada para fazer aqui. As únicas bênçãos eram a chegada de nuvens de gafanhotos que os vilarejos tostavam e comiam. Esta agonia envolveu a população até 1940.

Os vilarejos, porém confiavam na família que os governa desde 1833, os Maktoums. Esta família deu origem a homens que governariam sob a luz de três princípios: “O que é bom para os comerciantes é bom para a vila; acolhida aos visitantes, sem discriminação de religião; e, ninguém vence sem riscos.”

Esses três princípios constituem a base, a rocha do desenvolvimento econômico de Dubai na areias das Arábias.

Bem antes o Mestre ensinou com parábolas afirmando:

«Portanto, quem ouve essas minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha” MT 7,24.

Amigas e amigos, até a próxima.

Missionário Olmes Milani, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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