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Sumario del 13/05/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



O Papa recorda as três palavras-chave para a paz na família

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Cidade do Vaticano (RV) –  “Com licença, obrigado e desculpas”: estas foram as palavras-chave da catequese proferida nesta quarta-feira (13/05) pelo Papa Francisco, na audiência geral. Segundo explicou, suas reflexões semanais terão como fulcro, a partir de agora, a vida real, cotidiana das famílias, em cuja porta, elas devem estar escritas. 

A Praça São Pedro, iluminada e aquecida pelo sol de primavera, ficou lotada pela multidão de fiéis e turistas que acolheram com carinho o Papa quando entrou para a habitual volta com o Papamóvel. Francisco se deteve em oração alguns instantes diante de uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Fátima. 

Reflexões

Prosseguindo suas reflexões preparatórias para o Sínodo de outubro próximo, o Pontífice voltou sobre a questão da ‘boa educação’, lembrando que aquelas três palavras, que já citou outras vezes no passado, são simples, mas ao mesmo tempo difíceis de colocar na prática. E quando não são usadas, podem-se abrir ‘rachaduras’ que levam as famílias a ‘desmoronar’. 

Mas o hábito de ser ‘bem educado’ não pode se traduzir apenas em formalismo, em aridez – ressalvou Francisco, lembrando o provérbio “Por trás das boas maneiras escondem-se maus hábitos” e citando “o diabo, que quando tentou Jesus, parecia um cavalheiro”.

A boa educação deve ser entendida nos seus termos autênticos: o estilo das relações deve ser profundamente radicado no amor do bem e no respeito do outro. A família vive da ‘fineza’ de se querer bem. 

Três palavras

O Papa começou pela palavra ‘licença’, explicando que “entrar na vida do outro, mesmo que faça parte da nossa, requer a delicadeza de um comportamento não invasor. 

“A intimidade não autoriza a dar tudo por certo. Quanto mais íntimo e  profundo o amor, mais exige respeito da liberdade e a capacidade de aguardar que o outro abra as portas de seu coração”. 

A segunda palavra, ‘obrigado’, nos lembra que na nossa civilização atual, a gentileza e a capacidade de agradecer são vistas às vezes como um sinal de fraqueza. 

“Sejamos intransigentes na educação à gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui. Se a vida familiar subestima este estilo, a vida social também o perderá. A gratidão, para quem crê, está no coração da fé: um cristão que não sabe agradecer é alguém que esqueceu a linguagem de Deus”, repetiu duas vezes.
 
Improvisando, o Papa revelou ter conhecido uma senhora de muita ‘sabedoria’, que dizia que “a gratidão é uma planta que cresce somente na terra de pessoas de alma nobre”.

Enfim, o termo ‘desculpas’, palavra difícil, mas muito necessária, afirmou o Papa, mencionando a oração do Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossa ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. 

“Se não formos capazes de pedir desculpas, não seremos capazes de perdoar. Nas casas aonde não se pede desculpas, falta ar e feridas começam a se abrir. Também na vida de casal briga-se muitas vezes, mas o conselho do Papa é sempre o mesmo: nunca terminar o dia sem fazer as pazes, e para isso, é suficiente um pequeno gesto.. pode ser até um carinho, sem palavras...”.

Concluindo, Francisco reiterou que “estas três palavras são tão simples que até podem nos fazer sorrir... mas quando as esquecemos, não é muito engraçado”.  

 “Que o Senhor nos ajude a colocá-las no lugar certo, no nosso coração, em nossas casas e também na convivência civil”, completou, convidando a Praça a repetir com ele as três palavras-chave e a invocação de fazer as pazes com a família antes de ir dormir.

Para ouvir, clique acima.

(CM)

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Na audiência, Francisco pede oração em português

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Cidade do Vaticano (RV) – Durante a audiência geral de quarta-feira, 13 de maio, o Papa pediu ao leitor português presente na Praça que rezasse em voz alta uma Ave Maria em nossa língua, lembrando o dia em que a Igreja recorda Nossa Senhora de Fátima.
 
“Peço a meu irmão português, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, que reze com todos em português”, disse Francisco. 

Ave-Maria, cheia de graça! 

O Senhor é convosco 
Bendita sois vóis entre as mulheres 
E Bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus 
Santa Maria Mãe de Deus, 
Rogai por nós os pecadores 
Agora e na hora de nossa morte. Amém

Para ouvir, clique abaixo:

  

A Ong italiana Unitalsi atendeu ao desejo do Pontífice em ter a presença de Nossa Senhora de Fátima no aniversário de 98 anos da primeira aparição. A Ong informa que a estátua veio de Fátima, onde foi abençoada.

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Papa: "Concerto para os pobres será semente de alegria"

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira (13/05), antes de receber os fiéis na Praça São Pedro, o Papa foi à Sala Paulo VI, próximo de sua residência, no Vaticano, para um breve encontro com os organizadores e patrocinadores do Concerto para os Pobres, promovido pela Diocese de Roma para financiar obras de caridade do Papa. Durante o evento, quinta-feira (14/05), serão recolhidas ofertas, destinadas diretamente à Esmolaria Pontifícia. 

O Papa se dirigiu a todos agradecendo pela iniciativa e lembrando que “a música tem a capacidade de unir as almas e de nos unir ao Senhor... Até a música triste, os ‘adágios’ lamentosos, nos ajudam nos momentos de dificuldade. Obrigado a todos porque em meio ao materialismo que nos circunda, um pouco de espírito nos fará bem e trará alegria. Será um concerto para semear alegria; uma semente que permanecerá nas almas de todos e fará bem a todos”.  

No evento, a Orquestra Filarmônica  Salernitana e o Coral diocesano de Roma vão propor peças da obra musical da “Divina Comédia”, para celebrar 750 anos do nascimento de Dante Alighieri, e músicas dedicadas ao Tempo pascal, à esperança e à alegria. 

O Centro Astalli, da Companhia de Jesus, que acolhe e assiste refugiados, os levará ao Concerto e ocuparão os lugares das primeiras filas. Ao lado deles, seguindo o ensinamento do Papa Francisco, estarão famílias, idosos e jovens de paróquias periféricas de Roma, aquelas que vivem em situação de maior carência material e espiritual. 

(CM)

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Papa exorta militares a servirem pela paz e pelo direito

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Cidade do Vaticano (RV) – “O serviço militar demonstra a sua nobreza e a sua necessidade sobretudo quando serve a boas causas como a promoção da paz, o respeito dos direitos, a proteção dos pobres e dos necessitados, sempre em oposição àqueles que querem a guerra”.

Foi o que disse o Papa em uma mensagem enviada nesta quarta-feira (13/05) aos ordinários militares europeus, lida pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado vaticano.

“O soldado – afirma o Papa – é chamado a viver com autenticidade a sua vocação cristã de maneira muito particular, até mesmo no gesto generoso de doar a própria vida para o serviço de Deus e dos irmãos, em união ao Cristo morto e ressuscitado”.

O Cardeal Parolin explica que o Papa leva no coração os fiéis que abraçam generosamente esta forma de vida e este ideal e deseja que possam ser confortados e encontrarem apoio e iluminação na Igreja.

“Para que a ameaça constante de perigos e morte possa conjugar-se com a fé e a esperança, a agressividade com a temperança e a justiça, a hostilidade com o amor e o perdão”, conclui a mensagem. (RB)

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Papa Francisco: Fátima, mensagem de misericórdia e ternura

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Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja celebra, nesta quarta-feira (13/05), Nossa Senhora de Fátima.
 
Na Audiência Geral de hoje, o Papa Francisco convidou os fiéis “a multiplicarem os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus”. 

“Confie a ela tudo o que você é e o que tem, e você será um instrumento da misericórdia e da ternura de Deus para os seus familiares, vizinhos e amigos”. Aos jovens o pontífice pediu para que “rezem cotidianamente o Rosário”, aos doentes para que “sintam Maria presente na hora da cruz” e aos recém-casados para que invoquem Maria a fim de que não falte em sua casa “o amor e o respeito recíproco”.

Nesta quarta-feira, se recorda também o atentado a São João Paulo II, Papa Wojtyla, perpetrado na Praça São Pedro em 13 de maio de 1981. A mensagem de Fátima, entre carisma e profecia, esteve no centro do encontro de mariologia realizado na semana passada, em Roma, por iniciativa da Pontifícia Academia Mariana Internacional em vista do centenário das aparições de Fátima, em 1917. 

O Bispo de Leiria-Fátima, Dom Augusto dos Santos Marto, entrevistado pela nossa emissora disse que “a mensagem de Fátima é uma mensagem de misericórdia, esperança e conforto para a Igreja perseguida, naquele tempo, no século XX, pelos regimes comunista e ateu. É também uma mensagem de esperança para a humanidade ameaçada por duas grandes guerras mundiais. É uma mensagem para hoje, na história atual que vivemos, marcada por guerras e conflitos entre os povos. É uma mensagem para a Igreja que passa por perseguição, mas tambem para o Ocidente onde não existe perseguição mas há um comportamento de indiferença em relação a Deus. Para ser cristão hoje é preciso ser um cristão corajoso, mártir, não somente no sentido de sangue derramado, mas no sentido de testemunho corajoso”. 

Para Dom Marto “João Paulo II foi o Papa de Fátima, foi aquele que através das circunstâncias, talvez providenciais da história, foi atingido por aquele atentado de 1981”. O Papa Wojtyla “foi aquele que redescobriu e fez redescobrir aos outros a verdadeira mensagem de Fátima. Ele foi outras vezes a Fátima e isso a colocou no coração da Igreja”.

O bispo recordou as palavras de Bento XVI : “Erram aqueles que pensam que a mensagem de Fátima tenha se exaurido. Ela é ainda uma profecia verdadeira para o caminho de peregrinação da Igreja no mundo”. 

Dom Marto foi recebido quinze dias atrás pelo Papa Francisco que lhe disse: “Sim, eu quero ir a Fátima para o centenário”. “Nós conversamos sobre o aspecto da misericórdia na mensagem de Fátima e sobre o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia que o Papa convocou para este ano”, concluiu. (MJ)

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Definido acordo global entre Santa Sé e Estado da Palestina

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Cidade do Vaticano (RV) - A Comissão bilateral entre Santa Sé e Estado da Palestina no encontro realizado nesta quarta-feira (13/05), no Vaticano, declarou que foi concluído o trabalho no texto do Acordo global elaborado segundo o Acordo de base assinado em 15 de fevereiro do ano 2000. 

O acordo daquele ano tinha sido assinado entre Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (Olp) e esse último entre Santa Sé e Estado da Palestina. O texto agora deve ser aprovado pelas respectivas autoridades, antes que seja marcada a data para a assinatura das partes.

O encontro de hoje, realizado num clima cordial e construtivo, segundo um comunicado oficial, contou com duas delegações de alto nível que reconheceram o trabalho desempenhado precedentemente pelo grupo técnico conjunto, depois do encontro oficial realizado, em Ramallah, na Palestina, em 6 de fevereiro de 2014.

Ressalta-se na nota que a comissão, guiada pelo Subsecretário das Relações com os Estados, Mons. Antoine Camilleri, e pelo vice-ministro para os Assuntos multilaterais do Estado da Palestina, Embaixador Rawan Sulaiman, “tomou nota com grande satisfação dos progressos realizados na elaboração do acordo que diz respeito aos aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja Católica na Palestina”.
 
Aspectos que o Mons. Camilleri ilustrou numa entrevista ao jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano: liberdade de ação da Igreja, jurisdição, estatuto pessoal, lugares de culto, atividade social e caritativa, meios de comunicação social e questões fiscais e de propriedade.
 
Segundo o Subsecretário das Relações com os Estados, o acordo expressa “o desejo por uma solução do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da questão dos dois Estados e das resoluções da comunidade internacional, enviando a um acordo entre as partes”. 

Mons. Camilleri espera que o acordo alcançado possa de alguma forma ajudar os palestinos a ver estabelecido e reconhecido um Estado da Palestina independente, soberano e democrático que viva em paz e segurança com Israel e seus vizinhos, e ao mesmo tempo encorajar a comunidade internacional a agir de maneira incisiva em favor da paz duradoura e da desejada solução dos dois Estados. (MJ)

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Santa Sé - Estado da Palestina: Para o bem de toda a sociedade e da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Um entendimento sobre o texto e a assinatura de um acordo global entre as partes, foi anunciado esta quarta-feira (13/05), ao final da reunião plenária das delegações da Santa Sé e do Estado da Palestina. Em entrevista ao L’Osservatore Romano, o Sub-Secretário para as Relações com os Estados  e Chefe da Delegação da Santa Sé, Mons. Antoine Camilleri, que participou do encontro, falou sobre o significado do acordo.

OR: Como nasceu este acordo e qual o seu objetivo?

“O entendimento é fruto do acordo base entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assinado em 15 de fevereiro de 2000. As relações oficiais entre a Santa Sé e a OLP foram estabelecidas em 26 de outubro de 1994 e após foi constituída uma comissão bilateral permanente de trabalho que levou avante as negociações para o acordo de 2000. Este elenca, entre outros, diversas questões que dizem respeito à vida da Igreja e outras matérias de comum interesse. No acordo é previsto que a comissão prossiga os seus trabalhos e proponha o modo de desenvolver os temas tratados, tarefa que foi desenvolvida com continuidade somente após a peregrinação de Bento XVI  à Terra Santa em 2009. As negociações retomadas no ano 2010 levaram à elaboração do acordo atual, que tem como objetivo completar aquele assinado em 2000. Como todos os acordos que a Santa Sé assina com os diversos Estados, este atual tem como objetivo favorecer a vida e a atividade da Igreja Católica e o seu reconhecimento a nível jurídico também para um serviço mais eficaz à sociedade”.

OR: Alguma coisa do conteúdo poderia ser antecipada?

“O texto tem um preâmbulo e um primeiro capítulo sobre os princípios e as normas fundamentais que são o contexto em que se desenvolve a colaboração entre as partes. Neste se expressa, por exemplo, o auspício por uma solução da questão palestina e do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da Two-State Solution e das resoluções da comunidade internacional, remetendo a um entendimento entre as partes. Segue um segundo importante capítulo sobre a liberdade religiosa e de consciência, muito elaborado e detalhado. Existem depois outros capítulos sobre diversos aspectos da vida e da atividade da Igreja nos Territórios Palestinos: a sua liberdade de ação, o seu pessoal e a sua jurisdição, os estatuto pessoal, os lugares de culto, a atividade social e caritativa, os meios de comunicação social. Um capítulo, por fim, é dedicado às questões fiscais e de propriedade. Em resumo, diversos aspectos da atividade da Igreja”.

OR: Poderia servir como modelo para eventuais acordos com outros países de maioria muçulmana?

“Cada acordo que a Santa Sé estabelece com outros sujeitos de direito internacional busca adaptar-se à situação concreta do país em questão. Neste caso, tratando-se da presença da Igreja na Terra onde nasceu o cristianismo, o acordo tem uma valência e um significado muito particular. O fato que nele se reconheçam claramente, entre outras coisas, a personalidade da Igreja e a liberdade religiosa e de consciência, pode ser seguido por outros países, mesmo por aqueles de maioria muçulmana, e mostra que tal reconhecimento não é incompatível com o fato de que a maioria da população do país pertença a uma outra religião”.

OR: Um acordo de direito internacional que diz respeito à vida da Igreja no lugar. Qual é a opinião da Igreja local e como foi envolvida nas tratativas?

“Como você acenou, o acordo foi estipulado pela Santa Sé em quanto sujeito de direito internacional, mas com o objetivo de tutelar e de favorecer a atividade da Igreja no lugar. A delegação da Santa Sé, que participou das reuniões da comissão bilateral de trabalho e que tive a honra de presidir nestes últimos dois anos, conta entre os seus membros, não somente com o representante pontifício, os superiores e os oficiais da Secretaria de Estado e da Congregação para as Igrejas Orientais, mas também por representantes da Igreja local, das diversas comunidades e dos diversos ritos. Além disto, os bispos e os responsáveis daquelas comunidades foram ouvidos em todos os momentos das tratativas e as suas sugestões foram acolhidas e apresentadas à contraparte. Foi um trabalho de equipe que expressa o sentir da Igreja local, a qual mantém boas relações com as autoridades palestinas e está contente de atingir este objetivo”.

OR: Estão em andamento negociações também com o Estado de Israel? Existe alguma relação entre os dois acordos?

“As negociações com o Estado de Israel tiveram um desenvolvimento significativo a partir de julho de 1992 e pela constituição, também neste caso, de uma comissão bilateral de trabalho entre as partes. Esta levou à elaboração e à sucessiva assinatura do acordo fundamental entre as partes em dezembro de 1993, que foi seguido pelo estabelecimento das relações diplomáticas em junho de 1994. Nele estavam previstos ulteriores entendimentos para tratar algumas questões concretas. Houve, após, um Acordo sobre a personalidade jurídica das instituições católicas (Legal Personality Agreement), assinado em novembro de 1997. E após, a partir de março de 199, estão em andamento negociações em vista da conclusão do assim chamado Acordo econômico, que está quase pronto e que desejo possa ser assinado em breve, em benefício de ambas as partes. Tratando-se de diversas questões técnicas bastante detalhadas, nas quais estão envolvidos diversos dicastérios, as tratativas tomaram mais tempo do que o previsto, mesmo porque às vezes os trabalhos foram realizados de forma mais lenta por diversos motivos. Todavia, mesmo se ambos os acordos, quer o com os israelenses, quer com os palestinos, digam respeito à presença da Igreja na Terra Santa, trata-se de dois entendimentos independentes um do outros”.

OR: O entendimento obtido no ano 2000 foi assinado entre a Santa Sé e a OLP, este entre a Santa Sé e o Estado Palestino. Por que esta mudança?

“Em novembro de 2012 foi adotada por parte da Assembleia Geral da ONU a resolução que reconhece a Palestina como Estado Observador não-membro das Nações Unidas, e no mesmo dia a Santa Sé, que tem nela o status de Observador junto à ONU, publicou uma declaração. Esta acolheu com favor o resultado das votações, enquadrada nas tentativas de dar uma solução definitiva, com o apoio da comunidade internacional, à questão já tratada com a resolução 181 de 29 de novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a qual previa a criação de dois Estados, do qual, até agora, somente um viu a luz. Se assinalava, além disto, que se podia responder adequadamente aos problemas existentes na região somente empenhando-se efetivamente para construir a paz e a estabilidade na justiça e no respeito das legítimas aspirações, tanto dos israelenses quanto dos palestinos, com a retomada, em boa fé das negociações. A referência ao Estado Palestino e o que foi assinado no acordo, estão, portanto, em continuidade com aquela que foi então a posição da Santa Sé”.

OR: O acordo poderia ter repercussões no âmbito político?

“Mesmo se em modo indireto, seria positivo que o acordo obtido pudesse, de alguma forma, ajudar os palestinos em ver estabelecido e reconhecido um Estado da Palestina independente, soberano e democrático, que viva em paz e segurança com Israel e os seus vizinhos, ao mesmo tempo encorajando em qualquer modo a comunidade internacional, em particular as partes mais diretamente interessadas, a tomar uma ação mais incisiva para contribuir à obtenção de uma paz duradoura e à auspiciada solução dos dois Estados. Isto seria uma bela contribuição para a paz e a estabilidade em uma região há tanto tempo afligida por conflitos, e da parte deles, a Santa Sé e a Igreja local estão desejosas de colaborara com um caminho de paz e de diálogo”. (JE-OR)

 

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A presença brasileira na Assembleia Geral da Caritas

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Roma (RV) – O Presidente da Caritas Internacional, Card. Oscar Rodriguez Maradiaga, abriu oficialmente na manhã desta quarta-feira (13/05) a 20ª Assembleia da Confederação, sobre o tema “Uma família humana, cuidar da criação”.

“A Caritas leva água e vida a lugares remotos e áridos do mundo. A Caritas é um manancial inesgotável de amor canalizado a comunidades de todo o planeta. A Caritas é um jardim  de verdade, bondade e beleza ‐  qualidades que nutrem o mundo e que, nas palavras do Papa Francisco, são nossas valiosas aliadas na defensa da dignidade humana, na construção da coexistência pacífica entre os povos, para salvaguardar e cuidar da criação”, disse.

Dom Romero

O Cardeal hondurenho, que tem mais um dia de mandato (na quinta-feira se realiza a eleição para a nova presidência), citou como guia dos trabalhos Dom Romero, que será beatificado depois da Assembleia. “No sangue que derramou em nome dos pobres, está nossa força para seguir lutando contra a pobreza e a injustiça.”

A Assembleia foi inaugurada na tarde de terça-feira (12/05) com uma missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica Vaticana.

Na homilia, o Pontífice recordou que quem vive a missão da Caritas não é um simples agente, mas uma testemunha de Cristo. Sobre essas palavras de Francisco, o Programa Brasileiro pediu um comentário a Dom Décio Zandonade, Bispo emérito de Colatina (ES). 

Representando a Caritas Brasileira, também participa da Assembleia a Vice-Presidente da instituição, Anadete Gonçalves, que fala de um dos ramos de ação da Caritas: a resposta às emergências causadas por calamidades naturais. De modo especial, Anadete convida a população brasileira a participar da campanha em favor do Nepal. 

A Caritas Brasileira também está representada pela Diretora Nacional, Maria Cristina dos Anjos, e Leon Souza. No Escritório Central da Confederação em Roma, trabalha o brasileiro José Magalhães de Sousa.

(BF)

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Igreja no Brasil



Pastoral Afro diz que abolição da escravatura é “obra inacabada”

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Brasília (RV) – Neste dia 13 de maio em que decorre 127 anos da assinatura da Lei Áurea que aboliu a escravatura no Brasil, a Pastoral Afro-brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma nota que marca esta importante recorrência para a memória de lutas da população afro-brasileira.

O coordenador da Pastoral Afro-brasileira, Padre Jurandyr Azevedo de Araújo considera este dia “uma data marcante para o Brasil”, contudo ressalta que “a abolição da escravatura é uma obra inconclusa devido às precárias condições de vida da população negra”.

Para o sacerdote, a “lembrança desta data traz para a nação brasileira a oportunidade de renovar o compromisso de solidariedade para com a população afro-brasileira, majoritariamente vivendo em condições de pobreza e miséria”.

Papel da Igreja

Por meio da Pastoral Afro-brasileira, diz ainda o sacerdote, a Igreja assume uma postura de solidariedade e de defesa da população afro. “A Igreja Católica no Brasil, consciente da sua missão de ‘ser a advogada da justiça de defensora dos pobres’ coloca-se ao lado destes irmãos ainda marginalizados”.

A nota dá destaque à situação dos povos quilombolas, muitas vezes perseguidos em sua luta pela recuperação dos seus territórios. “Garantir a esta população a posse legalizada do seu território significa muito mais do que garantir um pedaço de chão. É a garantia da preservação da herança das culturas e das tradições afro-brasileiras presentes nestas populações”, afirma o texto.

Políticas públicas

De acordo com a Pastoral Afro-brasileira, uma educação básica de qualidade é um dos caminhos para aprofundar as políticas e ações afirmativas de inclusão cidadã do restante da população afro-brasileira, especialmente as crianças e jovens.

Além disso, se faz necessário, facilitar o acesso ao ensino superior público e gratuito e o atendimento qualificado nas questões de saúde.

Por fim, o coordenador da Pastoral Afro-brasileira recorda que “Jesus Cristo, aquele que revela o Deus misericordioso, nos convida ao compromisso samaritano, profético, que ilumina o compromisso eclesial com toda a população afro-brasileira, pelo atendimento qualificado nas questões brasileiras’’ e roga a proteção de Maria, sob o título de Nossa Senhora de Fátima – cuja festa também é celebrada neste dia 13 de maio – para todos os que se comprometem com a causa da população afro. (RB)

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Entronização de N.S Aparecida em Fátima reforça laços de amizade

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Fátima (RV) – O Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, presidiu nesta terça-feira (12/05) a cerimônia de entronização de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no Santuário de Fátima – sinal da união e amizade entre Portugal e Brasil.

 

“Queremos que a presença desta imagem seja sinal da união destes povos, português e brasileiro, já ligados por profundos laços históricos, pela mesma fé, pelo mesmo amor a Nossa Senhora”, declarou Dom Damasceno à agência Ecclesia.

O cardeal explicou a devoção que nasceu em Aparecida há 300 anos, cuja importância “foi crescendo, ao ponto de exigir a construção de uma nova basílica”, para celebrar em 2017 os 300 anos do encontro desta imagem.

A entronização antecipa as comemorações dos 300 anos do encontro da imagem da Mãe Aparecida no rio Paraíba, que serão celebradas em 2017, assim como os 100 anos da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi colocada numa das entradas principais do santuário, na Cova da Iria.

“Ao entronizarmos esta imagem de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional de Nossa Senhora de Fátima, queremos que ela permaneça aqui para sempre, lembrando-nos a todos que ela é nossa mãe”, explicou Dom Raymundo no final da cerimônia.

O cardeal português José Saraiva Martins, prefeito-emérito da Congregação para as Causas dos Santos, fala sobre estas duas invocações de Maria. 

(Ecclesia/RB)

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Igreja na América Latina



Governo e Igreja promovem Cátedra Dom Romero

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San Salvador (RV) – O Secretário de Comunicações da Presidência de El Salvador, Eugenio Chicas, informou que o Governo iniciou conversações com a Igreja Católica do país para promover “uma cátedra sobre a vida e o pensamento” de Dom Óscar Romero, informou uma fonte oficial.

Segundo Chicas, a iniciativa pretende que “as novas gerações conheçam a vida e a obra” do Arcebispo assassinado em 24 de março de 1980 enquanto celebrava uma missa, detalha um comunicado da Casa Presidencial (CAPRES).

O comunicado acrescenta ainda que a ‘cátedra’ ajudará a conhecer “como a violência se manifestou na história do país”, permitindo compreender que os altos índices de violência em El Salvador tem “raízes profundas”.

De fato, a Igreja Católica de El Salvador já está planejando, junto com o Ministério da educação, estes “três anos de jornada que se concluirão em 2018 (...), sobre o legado de Romero para o povo salvadorenho”, acrescentou Secretário de Comunicações da Presidência.

Dom Oscar Romero será beatificado em 23 de maio próximo na capital salvadorenha, após o Vaticano o ter declarado “mártir por ódio à fé”. (JE)

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Igreja no Mundo



EUA: Prisões para migrantes tornaram-se uma "indústria desumana"

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Washington (RV) – A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) denunciou que o sistema de centros de detenção migratória dos Estados Unidos se converteram em uma “indústria desumana” e deveriam sofrer amplas e urgentes reformas. O sistema migratório dos Estados Unidos cresceu 500% entre 1994 e 2013, passando de uma população de 6.785 migrantes sem documentos detidos para 34.260.

“Já é hora de a nossa nação reformar este sistema desumano que detém sem necessidade pessoas, especialmente populações mais vulneráveis que não são uma ameaça”, defendeu o Bispo Auxiliar de Seattle, Dom Eusebio Elizondo.

Um estudo elaborado pela  USCCB revela que o crescimento dos centros de detenção gerou um sistema que provoca “desajustes, separação das famílias, violações de direitos humanos, petições legais abandonadas e menor prestígio nacional”. Em muitos sentidos, os imigrantes detidos são desfavorecidos em relação aos acusados por crimes, observa o relatório intitulado “Libertando a dignidade humana”.  Sob as regras do Departamento de Segurança Interna (DHS), os imigrantes detidos não são libertados, mesmo quando existe a opção de colocá-los sob estreito monitoramento, indicou o estudo.

Para Dom Elizondo, os problemas existente no sistema ocasionam prolongado tempo de detenção dos solicitantes de asilo político, vítimas de tráfico humano, sobreviventes de tortura, assim como de mães e menores de idade.

“Criamos uma indústria de detenção baseada na vulnerabilidade de outros seres humanos, a grande maioria dos quais não são criminosos”, lamentou por sua vez o Bispo de Nova Yorque, Dom Nicholas DiMarzio. De fato, um número crescente de centros de detenção migratória dos Estados Unidos são administrados por empresas privadas com objetivo de lucro. “A política de detenção, que tem impacto sobre os direitos humanos e a dignidade das pessoas, não deveria estar impulsionada por motivações de lucro”, assinala o Diretor Executivo do centro de Estudos Migratórios, Donald Kerwin.

A conferência do bispos estadunidense sustenta que a reforma do sistema de detenção migratória dos estados Unidos requer não somente uma expansão em grande escala de programas de detenção alternativos, mas também de recursos adicionais aprovados pelo Congressos dos Estados Unidos. (JE)

 

 

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Festival das Religiões em Florença: diálogo e pluralismo

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Florença (RV) – “Sim ao pluralismo religioso, sim ao diálogo, não ao extremismo que nega a dignidade humana”. Uma expressão muito clara da intenção do Festival das Religiões aberto esta quarta-feira (13/05) em Florença. A presença do Patriarca Copta Tawadros II no evento, reforça a voz dos cristãos oprimidos na África e Oriente Médio pelos fundamentalistas .

Também presente o Patriarca Latino de Jerusalém, Fowad Twal, que ao falar da presença cristã na Terra Santa martirizada pelo conflito palestino-israelense, afirmou que “os grupos terroristas querem transmitir uma mensagem de terror e ameaça a todos, em primeiro lugar aos cristãos”, e a cruz – ressaltou – “não faz outra coisa que nos dar mais força”.

“Estou convencido – disse o Patriarca Latino – que nesta terra ou viveremos juntos ou morreremos juntos. Neste momento histórico tenho medo de que prevaleça o morreremos juntos. Por isto não podemos nos resignar, mas devemos continuar a esperar e trabalhar para um novo futuro”.

O inimigo não é o Islã – afirmam com convicção o Rabino Chefe de Jerusalém Rav Aryeh Stern e o grande estudioso israelense Rav Adin Steinsaltz. “ Hoje se fala muito em extremismo islâmico. Mas eu encontrei numerosos líderes islâmicos e este não é absolutamente o seu modo de conceber e de viver a religião”, observou o Rabino Stern. “Israel no entanto – alerta por sua vez Steinsaltz- deve temer o Irã, pois tem quer o extremismo religiosos como o político”.

Consolidar Governos no Oriente Médio

“A intervenção da comunidade internacional contra o terrorismo deve concentrar-se no fato de reforçar, consolidar os governos no Oriente Médio”,  afirmou o Patriarca Copta, que recebeu um reconhecimento pelo seu empenho em favor dos cristãos oprimidos na África e no Oriente Médio. “Os grupos terroristas – reiterou – gostariam de transmitir uma mensagem de terror e ameaça a todos, em primeiro lugar aos cristãos. Mas se existisse a ajuda da comunidade internacional, em particular do ocidente, chegaria o momento de combater e colocar fim a todo este fenômeno”. (JE-Ansa)

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Formação



Entenda a Boa Nova do Evangelho da Família

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Cidade do Vaticano (RV) - "O amor é a nossa missão: a família plenamente viva" será tema da 7ª Peregrinação e 5º Simpósio Nacional da Família. O evento será nos dias 30 e 31 de maio, em Aparecida (SP), com organização da Comissão para a Vida e a Família da CNBB (CEPVF) e Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).

Durante a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, terminada há poucas semanas em Aparecida, foram eleitas as Presidências de todas as Comissões Episcopais específicas. Dentre elas, a Comissão para a Vida e a Família, que estava encabeçada por Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, na Bahia desde maio de 2011. O atual Presidente, Dom João Bosco  Barbosa de Sousa, O.F.M, Bispo de Osasco (SP), reafirma a importância de pregar a boa nova do Evangelho da Família e destaca a sensibilidade e a intuição do Pontífice de enfrentar e rever os grandes desafios que envolvem as Famílias no Sínodo de outubro próximo, no Vaticano.

Na conversa com Silvonei José, Dom João Bosco traça um retrato da Família brasileira. Para ouvir clique acima

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A atuação do episcopado brasileiro nas sessões conciliares

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso Espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II - vamos continuar a tratar na edição de hoje, da participação do Episcopado Brasileiro nas quatro sessões do Concílio. 

O Concílio Vaticano II foi articulado em quatro sessões. A primeira, realizada de 11 de outubro a 8 de dezembro de 1962, teve uma sessão pública e 36 Congregações Gerais. O Episcopado Brasileiro fez 51 intervenções individuais e coletivas, sendo 20 orais e 31 escritas. A segunda sessão, por sua vez, realizou-se de 29 de setembro a 4 de dezembro de 1963, com duas Sessões Públicas, em 29 de setembro e em 4 de dezembro, quando nesta última foi promulgada a Constituição Sacrosantum Concilium sobre a Liturgia e do Decreto Inter Mirifica, sobre os Meios de Comunicação. As Congregações Gerais, por sua vez, foram da 37ª à 79ª. Nesta segunda sessão, o Episcopado Brasileiro fez 91 intervenções, 73 escritas e apenas 18 proferidas na Aula Conciliar, sendo 10 delas coletivas. A diferença entre intervenções escritas e faladas pode ser explicada pelo maior controle do tempo na Aula Conciliar e à precedência dada às intervenções coletivas.

A terceira sessão conciliar, foi realizada de 14 de setembro a 21 de novembro de 1964, com 2 sessões públicas, em 14 de setembro e 21 de novembro, quando foi promulgada a Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja; do Decreto Unitatis Redintegratio, sobre o Ecumenismo e do Decreto Orientalium Ecclesiarum sobre as Igrejas Orientais Católicas. As Congregações Gerais foram da 80ª  à 127ª. Destaca-se, nesta terceira sessão, a importante intervenção sobre o ecumenismo, iniciativa atribuída ao CELAM e assinada por 11 bispos brasileiros e número ainda maior de padres de outros países da América Latina, que apontava e pedia que no esquema sobre o Ecumenismo fossem levadas em conta as diferenças entre as situações religiosas da Europa e da América latina e do tipo de protestantismo presentes num e noutro continente. A petição não foi acolhida, nem na redação do decreto sobre ecumenismo, nem posteriormente na elaboração do Diretório sobre Ecumenismo.

A quarta e última sessão conciliar foi realizada de 14 de setembro a 8 de dezembro de 1965 e teve 5 sessões públicas. Na sessão de 28 de outubro foi promulgado o Decreto Christus Dominus sobre o múnus pastoral dos bispos; o Decreto Perfectae Caritatis sobre a renovação da vida religiosa; do Decreto Optatam Totius sobre a instituição sacerdotal; da Decleração Nostra Aetate, sobre as relações com as religiões não cristãs.

Na sessão pública do dia 18 de novembro, foi promulgada a Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Divina Revelação e o Decreto Apostolicum Actuositatem sobre o apostolado dos leigos. Na sessão pública do dia 7 de dezembro, por sua vez, foram promulgados a Declaração Dignitatis Humanae, sobre a liberdade religiosa; o Decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja; o Decreto Presbyterorum Ordinis sobre a vida e o ministério dos Presbíteros e a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no Mundo Contemporaneo.

Por fim, na sessão pública de 8 de dezembro, foi encerrado solenemente o Concílio.

Na IV Sessão Conciliar foram aprovados ou promulgados 9 dos 16 documentos conciliares. Foi a sessão caracterizada pelo menor número de intervenções, muitas congregações gerais dedicadas às votações e um maior número de sessões públicas, a metade das dez de todo o Concílio.

Merece destaque nesta quarta sessão a intervenção do episcopado brasileiro sobre as missões. Brasileiros e latino-americanos opuseram-se com firmeza à definição burocrática da questão que levava a considerar como áreas de missão apenas os territórios submetidos à Congregação da Propaganda Fidei, excuindo assim as prelazias e prefeituras apostólicas destas regiões que se encontravam sob a responsabilidade da Congregação Consisterial.

Além do tema das missões, também a temática da fome, do sub-desenvolvimento, das desigualdades internacionais, da justiça e da paz no mundo, colocaram lado a lado o episcopado brasileiro, latino-americano, asiático e africano. As intervenções encontravam apoio mútuo dos bispos destes continentes.

 

Fonte:  Padres Conciliares Brasileiros no Vaticano II.  1959 – 1965. Pe. José Oscar Beozzo

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Experimentar a graça da misericórdia de Deus que nos faz renovados na fé

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua na edição de hoje focando sua atenção na caminhada da Igreja nestes 50 anos de implementação do Concílio.

Nosso entrevistado destes dias, o arcebispo de Passo Fundo, RS, Dom Antônio Carlos Altieri, SDB, prosseguindo suas considerações sobre as intuições e desafios propostos pelo Concílio, apontou-nos, na edição passada, que a “Sacrosanctum Concilium” – Constituição sobre a sagrada liturgia –, “a celebração de forma mais integral que tem sido bonita em muitos lugares, ainda não encontrou uma maturidade de síntese” de uma maneira mais completa.

Na edição de hoje, Dom Altieri nos aponta outra realidade que deve crescer ainda. Ele nos diz que, a seu ver, o Sacramento que menos teve uma evolução adequada para nossos tempos foi o da Penitência. A esse propósito, ressalta que não sem motivo o Papa Francisco, desde o início de seu Pontificado, tem falado da misericórdia de Deus; “Deus que não se cansa de perdoar”.

No âmbito dessa maturidade que deve crescer, afirma-nos que as comunidades ainda não perceberam “a beleza que é a conversão, a reconciliação, experimentar a graça da misericórdia de Deus que nos faz renovados na fé e no amor, na fraternidade e na amizade”. Ouçamos o arcebispo de Passo Fundo! (RL)

Ouça clicando acima.

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Formação na paróquia, casa que forma o coração para valores do Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” continua trazendo a experiência deste projeto de animação missionária na realidade eclesial da Arquidiocese de Passo Fundo.

Há três anos à frente desta Igreja particular do Rio Grande do Sul, Dom Antônio Carlos Altieri, SDB, atém-se nesta edição a um dos temas candentes da Conferência de Aparecida: a formação dos leigos.

Falando-nos sobre a paróquia como lugar de formação permanente, o arcebispo de Passo Fundo nos diz que através da formação dos leigos cresce nas comunidades a fundamentação da fé. Nesse sentido, dá destaque para o curso de Teologia para leigos realizado em sua arquidiocese. Vamos ouvir! (RL) 

Ouça clicando acima.

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Cardeal Tempesta: Fátima e a oração

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Rio de Janeiro (RV*) -  A devoção e festa de Nossa Senhora de Fátima que iremos comemorar e que tem tanta repercussão no Brasil, teve origem na cidade de Fátima, uma cidade de Portugal, onde três crianças, Lúcia de Jesus Santos, com 10 anos, e seus primos Francisco Marto de 9 anos, e Jacinta Marto de 7 anos, tiveram uma revelação particular de Nossa Senhora. Aconteceu no ano de 1917. Foram sete momentos de Nossa Senhora aos três meninos, normalmente no dia 13 de cada mês. A primeira foi no dia 13 de maio. Lúcia via e conversava com Nossa Senhora de Fátima. Francisco só via e não ouvia os diálogos. Jacinta via e ouvia, mas não falou com Nossa Senhora de Fátima.

         Eles a descreveram assim: Parecia ter uns 18 anos a Senhora, rodeada de claridade fulgurante, seu vestido era de uma alvura puríssima, assim como o manto ornado de ouro, que lhe cobria a cabeça e grande parte do corpo. O rosto sobrenatural e divino estava sereno e grave, com uma sombra de tristeza. Em suas mãos, uma cruz de ouro com um terço em contas que pareciam pérolas, e de seu corpo, especialmente do rosto, irradiavam feixes de luz, incomparavelmente superior a qualquer beleza humana.

         No começo as crianças se assustaram, mas a “Senhora” as tranquilizou, dizendo para não terem medo, e que ela era do Céu. Nossa Senhora disse para rezarem o terço todos os dias para alcançarem a paz e o fim da guerra. A mensagem de Fátima é uma mensagem de conversão e arrependimento.

         Ninguém acreditava nas crianças. Na segunda aparição, somente 50 pessoas estavam presentes para tentar ver alguma coisa. Depois, as crianças sofreram grandes perseguições por parte dos poderes públicos. Chegaram a ser até presas na delegacia de Fátima, mas nunca negaram as aparições.

         Em uma das aparições, Nossa Senhora ensinou esta oração às crianças, que foi acrescentada ao Rosário:  “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, e socorrei principalmente aquelas que mais precisarem”. (Nós costumamos rezá-la sempre ao final de cada mistério do terço).

Após a terceira aparição, o povo começou a acreditar, e cada vez mais se aglomeravam pessoas, chegando a mais de trinta mil na última aparição.

         Na sexta aparição, Maria Santíssima disse a Lúcia que naquele local, com o dinheiro das doações, deveria ser construída uma capela com o nome de Nossa Senhora do Rosário. E quando ela se levantava suavemente para ir embora, o sol apareceu entre as nuvens como um grande disco prateado, brilhando muito, mas sem cegar as pessoas. Começou a girar vertiginosamente e suas bordas se tornaram avermelhadas, espalhando raios de fogo, de modo que sua luz refletia nas pessoas, nas árvores, e foi vista até quarenta quilômetros de distância do local das aparições.

         Por três vezes o sol girou e se precipitou sobre a Terra, e todos com medo pediam perdão para Deus. O milagre durou cerca de dez minutos. A partir desses acontecimentos, a devoção a Nossa Senhora do Rosário de Fátima aumentou, se difundiu para o mundo todo, e hoje, em seu Santuário, todos os peregrinos vão fazer seus pedidos, agradecimentos e orações.

         São muitos os testemunhos de pessoas que em Fátima encontram o seu caminho espiritual para Deus, e tantos outros que experimentam várias graças do Senhor em suas vidas. Sou testemunha, pelas vezes que lá pude estar, desse clima de oração, penitência, conversão!

         Quanto ao Segredo de Fátima, vale esclarecer: somente os três pastorinhos tiveram contato com Fátima em suas aparições. E com a morte prematura de seus primos Jacinta e Francisco, ficou somente com Lúcia o tão famoso Segredo de Fátima. As duas primeiras partes do segredo são conhecidas desde 1941 e constam de documentos oficiais da Igreja Católica. A primeira parte: Nossa Senhora fala dos castigos pelos nossos pecados. Nesta vida, aqui na Terra, haveria uma guerra horrível, precedida por uma luz desconhecida no meio da noite; haveria fome, perseguição religiosa, erros espalhados no mundo pela Rússia, e várias nações aniquiladas. A nós, pecadores, na outra vida, estariam reservados suplícios do inferno, dos quais os pastorinhos tiveram pavorosa visão.

         A segunda parte do segredo revela os meios para evitar esses castigos: a devoção ao Imaculado Coração de Maria através da prática reparadora de rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão.

         A última parte foi revelada em 2001. Fátima falou de um papa que sofreria um atentado. Os fatos parecem confirmar o mistério: em 1981, São João Paulo II foi baleado justamente num outro dia 13 de maio, dia da primeira aparição de Fátima.

No início deste mês tive oportunidade de presidir a grande celebração do “terço dos homens” em nosso Santuário Arquidiocesano Mariano, e vejo como hoje, de modo especial, o Senhor continua suscitando uma renovação em nós através da oração de contemplação, que é o Rosário. Neste tempo de perseguições aos católicos, recordemos como essa oração ajudou a Igreja a passar por essas provações.

         Também recordo que no ano de 2013, tive a graça de presidir a Festa de Nossa Senhora de Fátima no seu Santuário, em Portugal. Ao recordar este momento especial, quero me unir a todos os devotos de Nossa Senhora de Fátima, de Portugal e do Brasil, pedindo-lhes que, com novo empenho pastoral, façamos diariamente a reza do Santo Rosário. A teologia católica nos ensina que é rezando o rosário que iremos a Jesus, por Maria. Não tenhamos vergonha de rezar esta oração vocal importantíssima. Que a Virgem Maria nos anine na ação pastoral!

         Rezemos: Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar a três humildes pastorinhos os tesouros de graça contidos na prática de vosso Rosário, incuti profundamente em nossa alma o apreço em que devemos ter com essa devoção, para Vós tão querida, a fim de que, meditando os mistérios da Vossa Redenção que nela se comemora, nos aproveitemos de vossos preciosos frutos, e alcancemos a graça que vos pedimos nesta oração,  se for para maior glória de Deus, honra vossa e proveito de nossas almas. Amém. Rainha do Santíssimo Rosário, rogai por nós!

 

*Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

 

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Atualidades



Conflitos por minérios levam jesuítas ao Parlamento Europeu

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Roma (RV) - Os minerais são a principal causa dos conflitos no mundo. Segundo a ONU,  40% dos conflitos dos últimos 60 anos tem causas ligadas ao acesso aos recursos minerais como o ouro, os diamantes, mas também aos preciosos materiais com os quais se fabricam os nossos smarthphones.  Os jesuítas, também através da rede Jesuit European Social Centre, junto a organismos da sociedade civil e com o apoio de numerosos bispos, estão promovendo uma petição a ser apresentada no Parlamento Europeu até 18 de maio, data em que será votada em Estrasburgo uma normativa sobre o tema.

De fato, os conflitos envolvendo a disputa por recursos minerais vem sempre acompanhada por violações dos direitos humanos e aumento da pobreza. Estas verdadeiras chagas afligem países como a República Democrática do Congo, Zimbabwe, República Centro Africana, Myanmar e Colômbia, onde há um recrudescimento das problemáticas geradas pelas atividades minerais.

O objetivo da campanha dos jesuítas é buscar instrumentos eficazes para chamar as empresas  à responsabilidade social que têm para com estes países, criar medidas legislativas sobre o tema e identificar e gerir os eventuais processos em risco. A coleta de assinaturas pela organização espanhola dos jesuítas ‘Alboab’ é um apelo à consciência humana, civil e social para que sejam tomadas legislativas rigorosas e taxativas em relação a esta problemática. As medidas aplicadas até hoje, revelaram-se ineficientes.

Um primeiro problema das minas diz respeito aos projetos implementados pelas multinacionais do setor extrativo, sem uma idônea avaliação do impacto a nível humano, social e ambiental. O segundo, de caráter político, diz respeito aos privilégios acordados com as empresas dos próprios países por falta de um monitoramento constante por parte dos órgãos internacionais sobre as respectivas responsabilidades. Assim, para exercer as atividades extrativas, inteiras comunidades são obrigadas a se transferir; ocorre poluição e exploração intensiva dos recursos hídricos, prejudicando o acesso das populações à água potável. Esta situação leva à conflitos cruentos dentro das comunidades. A falta de transparência sobre os métodos de concessão das minas, sobre as tratativas com os governos e no diálogo direto com as comunidades também é causa de conflitos entre as tribos.

Em 1996, após o conflito na República Democrática do Congo que provocou a morte de cinco milhões de pessoas, Wall Street aprovou algumas disposições que impuseram às empresas conhecer a  origem dos minerais utilizados pelos produtos importados pelos Estados Unidos, devendo ser excluídos aqueles provenientes de áreas de conflito. Em 2012 foi aprovado nos EUA o “Dodd-Franck Act”, com o objetivo de bloquear o fluxo de recursos financeiros aos grupos armados que exploram o trabalho infantil e extorquem dinheiros dos mineradores da República Democrática do Congo.

Na Europa, por sua vez, a primeira ação concreta, mas insuficiente, ocorreu somente em 2013, com a previsão de um sistema voluntário de auto certificação para empresas siderúrgicas e as refinarias, chamadas a provar não terem nenhum vínculo com  conflitos e evitar a alimentação dos mesmos. Um relatório do International Trade Committee (INTA), publicado em 14 de abril passado, revelou no entanto que somente 4% das empresas que importam minerais os fazem de forma responsável.

Neste interim, a rede europeia da Companhia de Jesus decidiu apoiar com força uma ação concreta, com o objetivo de aprovar uma normativa europeia que introduza um sistema de rastreamento da origem dos minerais adquiridos e utilizados pelas indústrias europeias.  Outrossim, um apelo de 125 expoentes da igreja Católica de 37 países dos cinco continentes  foi enviado á União Europeia. (JE)

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