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Sumario del 16/05/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa recebe Abbas: em breve reconhecimento da Santa Sé ao Estado da Palestina

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa concedeu audiência na manhã deste sábado a Mahmoud Abbas, Presidente do Estado da Palestina. Abbas, que vai participar neste domingo, na Praça São Pedro, da cerimônia de canonização de duas beatas palestinas, agradeceu ao Papa pelas futuras santas.

 

No encontro foi manifestada a grande satisfação pelo consenso alcançado sobre o texto do acordo entre Santa Sé e Estado da Palestina sobre aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja católica na Palestina, que será assinado em um “futuro próximo”.

Negociações da Paz

Francisco e Abbas também abordaram a inércia do processo de paz com Israel e expressaram os auspícios para que “as negociações possam ser retomadas para buscar uma solução justa e duradoura para o conflito”, diz uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Neste contexto – prossegue o texto – reiterou-se o desejo que “com o apoio da Comunidade internacional, israelenses e palestinos tomem com determinação decisões corajosas a favor da paz.

Por fim, as delegações diplomáticas, ao referirem-se aos conflitos que assolam o Oriente Médio, “reafirmaram a importância de se combater o terrorismo”. Foi dado destaque também ao papel primordial do diálogo inter-religioso. (RB)

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Francisco: mulher consagrada é o rosto de Maria e da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu em audiência no final da manhã deste sábado, (16/5), na Sala Paulo VI, no Vaticano numerosos religiosos e religiosas da Diocese de Roma, no âmbito do Ano dedicado à Vida Consagrada. Francisco exaltou a presença feminina na Igreja ao afirmar que "a mulher consagrada é o rosto de Maria e da Mãe Igreja". A reportagem é de Manuel Tavares. 

O Encontro com o Papa foi dividido em duas partes: na primeira, os presentes fizeram uma verdadeira festa, com orações e cantos, que refletem a realidade vivaz da vida consagrada na Cidade Eterna, como também momentos de reflexão sobre a “missão dos consagrados na Igreja”, mediante exibições de grupos, provenientes de diversas partes do mundo.

Encontro com o Papa

A segunda parte foi caracterizada pela presença do Bispo de Roma. Após a saudação do Cardeal Agostino Vallini, Vigário do Papa para a Diocese de Roma, o Santo Padre ouviu depoimentos de alguns participantes, que apresentaram suas experiências pessoais e lhe fizeram perguntas sobre seu estado de vida consagrada.

Testemunho

Uma monja agostiniana, Irmã Fulvia, que representava um dos 28 Mosteiros de clausura da Capital italiana, disse ao Papa que “os mosteiros vivem um delicado equilíbrio entre “escondimento e visibilidade”, clausura e vida diocesana, silêncio, oração e palavra anunciada. E perguntou: “Como um mosteiro pode ser enriquecido por outras formas de vida consagrada, mantendo sua identidade própria?

O Papa lhe respondeu colocando em realce a vida de silêncio e de oração em relação à vida apostólica: uma pessoa consagrada deve fazer tudo com o sorriso nos lábios, acolhendo o irmão que bate à porta das nossas comunidades. “Quem acolhe um deste meus irmãos mais pequeninos, a mim acolhe”! A vida consagrada é uma doação pessoal a Deus e aos irmãos. Cristo é o nosso Esposo e o servimos mediante o nosso carisma religioso”.

Sacerdote da periferia de Roma

Um capelão do Instituto de Menores, de um bairro da periferia de Roma, em Casal del Marmo, que o Santo Padre teve a ocasião de visitar, perguntou a Francisco: “Como os sacerdotes, as religiosas, os movimentos eclesiais podem caminhar juntos em uma realidade diocesana?”

Francisco respondeu que não se pode viver uma vida consagrada sem uma dimensão alegre e festiva. Não se deve ser rígidos, com disciplina severa, que também é importante, mas em um coração jamais deve faltar a alegria de servir ao Senhor. Até a própria liturgia eucarística tem sua dimensão de júbilo, em memória da ressurreição do Senhor.

Por outro lado, o Papa recordou que na pastoral “não deve haver concorrência entre paróquias, entre Congregações. Na diocese deve reinar a harmonia e o diálogo, que somente o Pastor local pode proporcionar”.

Padre Caetano, Capuchino, 68 anos

Após apresentar sua experiência pessoal e religiosa, o sacerdote perguntou a Francisco: “Como valorizar a presença feminina, sobretudo de uma consagrada, na Igreja?” e o Papa respondeu:

“A vida consagrada é um dom, um dom de Deus. Vocês falam de profecia. De fato, ela é um dom de profecia. É Deus que está presente. Deus quer estar presente com um dom, um dom gratuito”

Formação

A vocação, frisou o Pontífice, é um dom gratuito, mas nem sempre este dom é apreciado e valorizado na sua identidade e na sua especificidade. Toda pessoa consagrada deve ser acompanhada na sua formação por um diretor espiritual. Mas, a direção espiritual não deve ser feita apenas por sacerdotes. Este carisma pode ser exercido também por leigos, naturalmente formados, ponderados, equilibrados.

Presença feminina na Igreja

Após fazer esta introdução, o Santo Padre entrou no cerne da questão, respondendo ao sacerdote capuchinho, dizendo: “É verdade, a vida consagrada é representada por 80% da presença feminina na Igreja. A mulher consagrada é o rosto de Maria e da Mãe Igreja. Ela oferece um acompanhamento terno e materno sobretudo aos enfermos e mais necessitados da nossa sociedade. O papel da mulher na Igreja representa a profunda expressão do gênio feminino!” (MT)

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Padre Caburlotto é beatificado em Veneza

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Veneza (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu, em nome do Papa, na manhã deste sábado (16/5), na Praça São Marcos, em Veneza, à solene celebração Eucarística de Beatificação de Luís Caburlotto, pároco, educador e fundador do Instituto das Filhas de São José. 

Ludovico Gaspar Paulo Caburlotto (1817-1897) foi um sacerdote atuante na diocese de Veneza, pároco por vinte e dois anos, comprometido com a obra educativa. Como sacerdote, preocupou-se com a situação social e moral da população, especialmente das crianças e jovens abandonados, realidade marcante nas ruas de sua cidade.

Apóstolo da Educação

Em 1994, ao proclamar as virtudes heroicas do Padre Luís Caburlotto, o Papa João Paulo II, afirmou: Padre Luís “deixou-se conduzir, em tempos difíceis, pelo apelo evangélico de fazer-se educador, pai das crianças e dos jovens provados pela pobreza e o abandono. A experiência ensinara-lhe quanto são importantes a educação e a instrução escolar, também em vista da evangelização. Por isso, dedicou-se com incansável zelo à fundação de escolas populares e de institutos de formação.”

Por dedicar a sua vida à educação das crianças e jovens, Padre Luís era chamado “apóstolo da educação”. Criou obras de caridade e escolas, com o apoio de algumas catequistas, que foram as primeiras Filhas de São José, desenvolvendo ações educativas segundo o carisma de seu fundador, que sempre dizia: “Educar é a arte do coração”.

Fundação do Instituto

Assim, o Instituto das Filhas de São José nasceu, em 1850, na Itália, pela solicitude pastoral do sacerdote veneziano, Padre Luís Caburlotto (1817-1897) que, em tempos difíceis, reconheceu nas crianças, primeiras vítimas da miséria material e moral na Itália daquela época, um apelo preciso de Deus para socorrê-las, mediante uma instituição educativa.

Para iniciar a obra educativa, valeu-se da colaboração de Maria Vendramin (Madre Maria Josefa) e de outras jovens, que descobriram nesse serviço o caminho para realizar a própria vocação de consagração a Deus. Desde 1827, o Instituto das Filhas de São José atua, com tenacidade, inteligência e generosa dedicação, segundo o próprio carisma e missão, herdados do seu fundador, a serviço da sociedade, que hoje se configura por tantos e diferentes desafios.

Missão

Com efeito, as Irmãs de São José têm a missão de educar e formar a pessoa, segundo a ótica cristã, sendo sinal de esperança de Deus, na história humana. Cientes da sua missão e do seu serviço à Igreja e ao Evangelho, através do Carisma educativo e da Espiritualidade da Casa de Nazaré, as Filhas do Padre Luís Caburlotto buscam servir a Cristo na Itália, Brasil, Filipinas e Quênia, fazendo germinar a semente lançada no coração de Veneza e dando frutos em vários países. Hoje, o Instituto conta cerca de duzentas Irmãs.

No Brasil, a missão do Instituto das Filhas de São José mantém, no estado de São Paulo, Unidades Escolares em São Paulo, Porto Feliz, Santa Rita do Passa Quatro. (MT)

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Projeto levará grandes nomes da música à basílicas da Europa

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Cidade do Vaticano (RV) – Foi apresentado, na manhã deste sábado (16/5), na Sala de Imprensa da Santa Sé, o projeto intitulado “O grande mistério: o Evangelho da Família, escola de humanidade para os nossos tempos”. Grandes nomes da música italiana e mundial se apresentarão nas maiores basílicas da Europa no contexto da evangelização das famílias. 

A coletiva foi presidida pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, pelo famoso maestro e cantor lírico italiano, Andrea Bocelli, e pelo Cardeal Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona, primeira cidade que hospedará o evento na Basílica da Sagrada Família.

A Sagrada Família

Esta Basílica, destacou o Arcebispo Vincenzo Paglia, tem uma dimensão universal. Ela é visitada por mais de 3 milhões de peregrinos, provenientes dos cinco Continentes. Além da sua beleza singular, a Basílica de Barcelona, dedicada à Família, é rica de simbologia bíblica, teológica e litúrgica.

Neste ano, dedicado à reflexão sobre a família, – em vista do Dia Mundial da Família, em Filadélfia (EUA), de 22 a 25 de setembro próximo e do próximo Sínodo sobre a Família, – a iniciativa do Pontifício Conselho para a Família consiste principalmente em apresentar o “Evangelho da Família”.

Abrangência

Mediante a beleza, a música e o pensamento, disse Dom Vincenzo Paglia, queremos aprofundar a transcendência do mistério da família cristã, que consiste em uma íntima comunidade de vida e de amor entre os cônjuges, os pais e os filhos e dos irmãos entre si, no seio de uma família mais abrangente, no âmbito da sociedade e da Igreja.

No Santuário universal da Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, concluiu o arcebispo, daremos início a esta iniciativa, com a especial participação do conhecido tenor, Andrea Bocelli, e com a proclamação do Evangelho da Família, pelo bem das pessoas, das famílias, da sociedade e toda a Igreja. (MT)

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Terra Santa em júbilo por novas santas

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Amã (RV) - A próxima canonização, neste domingo no Vaticano, de Marie-Alphonsine Ghattas e Maria de Jesus Crucificado é um acontecimento histórico para os católicos da Terra Santa. Por este motivo, a Igreja Católica na Jordânia organizou um festival para celebrar com procissões e um grande encontro a chegada aos altares das duas religiosas, oriundas da região. "Por séculos, este pedaço de terra foi santo, mas nunca testemunhou a canonização de duas filhas desta terra antes", disse o Vigário Patriarcal Latino para a Jordânia, Dom Maroun Lahham.

O festival, caracterizado por procissões, acompanhadas pela banda dos jovens escoteiros, coros e manifestações de Fé, reuniu a comunidade católica da Jordânia e foi ocasião para animar o chamado universal à santidade. Dom Lahham refletiu sobre os exemplos de santidade de Maria de Jesus Crucificado, que "deixou o mundo e se retirou ao mosteiro", para "purificar-se dos pecados e os desejos e aproximar-se a Deus" e de Marie-Alphonsine Ghattas, que viveu uma vida de serviço às jovens e mães em paróquias e escolas.

Santidade

No entanto, o Vigário Patriarcal esclareceu que a santidade não é compromisso exclusivo dos consagrados. "O chamado à santidade está vinculado ao mistério do Batismo (...). Se você está batizado, está convidado à santidade", indicou. Isso é certo para os jovens, para as famílias, em qualquer lugar e estado de vida, explicou. "É importante viver sua vida dia após dia em satisfação de Deus e no temor de Deus. Isso é a santidade".

"Outro ponto devemos saber da santidade", acrescentou o prelado. "Santo não é um homem que nunca se equivoca. Santo é o homem que reconhece o seu erro quando o comete e pede perdão a Deus e se põem de pé e continua a caminhada, como o fez o Filho Pródigo. Irmãos meus, Deus não está buscando Santos já prontos", acrescentou. "O que se deve fazer é deixar que Deus trabalhe em nós a partir de dentro, permitir-lhe purificar, levantar, semear, remover a terra, podar, cortar, fazer o que Ele quer que façamos".

Dom Lahham exortou os fiéis a "levantarem-se e a começar o processo da santidade vida cotidiana", recordando que Jesus Cristo acompanha e ama cada pessoa no caminho até Ele. (SP)

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Igreja no Mundo



Papa presidirá à inauguração da Assembleia da CEI

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre vai presidir, na tarde da próxima segunda-feira (18/5), na Sala do Sínodo, no Vaticano, à inauguração da 68ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que terá como tema: “Revisão da Exortação apostólica Evangelium gaudium”.

Durante os três dias de trabalhos, que serão dirigidos pelo Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente do Episcopado italiano, serão eleitos os representantes na XIV Assembleia Geral Sínodo dos Bispos, que se realizará, no Vaticano, de 4 a 25 de outubro próximo, sobre o tema: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Temas

Os Bispos italianos são convidados a confrontar-se com o tema central da Assembleia: revisão da prática do documento Evangelium gaudium; o caminho de preparação do V Simpósio Eclesial nacional, que se realizará em Florença, de 9 a 13 de novembro; elaboração de um plano de trabalho sobre a formação permanente dos presbíteros; preparação do Jubileu extraordinário da Misericórdia, que terá início no dia 8 de dezembro; e a aprovação do orçamento da Conferência dos Bispos Italianos.

Conclusão

Ao término dos trabalhos, na manhã de quarta-feira (19/5), o cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos, presidirá a uma concelebração Eucarística, na Basílica de São Pedro. (MT)

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Formação



Reflexão: Domingo da Ascensão do Senhor

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Cidade do Vaticano (RV) - Esta comemoração não tem um caráter cronológico, mas teológico-catequético. Lucas, nos Atos dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o crucificado, ressuscitou e foi acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes brancas são os mesmos que apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu Evangelho.

 

O mesmo Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome, escreveu nesse seu outro livro uma cena muito mais simples – Jesus se elevou aos céus perante seus discípulos.

O céu, entendido a partir do Evangelho de Jesus, não é o além das estrelas e das nuvens. Isso seria um céu materializado, continuação do nosso mundo. Céu é a comunhão plena com o Pai, a sintonização absoluta com sua santíssima vontade e a vivência radical da caridade, do amor, a plenitude do amor fraterno, em total ágape e comunicação com a Trindade.

Jesus subiu ao céu no mesmo instante de sua morte, mas os discípulos só foram compreendendo isso aos poucos, a partir do terceiro dia.

O Senhor volta para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco, ao nosso lado. Isso é possível porque Deus é onipotente, está em toda parte, em todo lugar. Principalmente porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado do ser amado.

Jesus está presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.

Sua obra de redenção continua no mundo com a ação da Igreja, com a nossa ação de batizados. Somos os continuadores de sua missão redentora. Ele investe todos nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!”.

Ascensão não é despedida, afastamento de Jesus, mas outro modo de Ele estar presente ao nosso lado por meio de sinais. Por isso ele acrescenta: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

E os sinais serão nossa prática de caridade fraterna, nossa ida aos marginalizados, aos sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do Reino e não nos contra-valores de uma sociedade materialista e consumista.

(Padre Cesar Augusto dos Santos)

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Atualidades



Editorial: O rosto da paz

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Cidade do Vaticano (RV) - “A paz não é um produto industrial, a paz é um produto artesanal”: a afirmação é do Papa Francisco feita no início desta semana, quando ele recebeu na Sala Paulo VI, no Vaticano, mais de 7 mil crianças provenientes de escolas de toda a Itália, e que aderiram ao projeto educativo da Fundação “Fábrica da paz”. Chama a atenção essas palavras destinadas aos pequeninos que o rodearam em festa na grande Sala Nervi, pois quando pensamos em “fábrica” pensamos imediatamente em algo mecânico, em indústria de transformação. Mas o próprio Papa nos dá a diferença: as fábricas da paz e da guerra são construídas todos os dias, mas a diferença está no fato de que a casa da paz é um laboratório artesanal e a da guerra é uma indústria. A casa da paz busca a pessoa com gestos de fraternidade e acolhida, a da guerra a destrói por avidez e dinheiro.

A Sala Paulo VI, teatro de inúmeros encontros do Papa com os peregrinos, parecia mais uma sala de aula em um dia de festa, e Francisco, mestre na comunicação, deixou-se contagiar pelos pequenos operários da “Fábrica da paz”, que o envolveram com músicas e entusiasmos irrefreáveis, chegando a presenteá-lo com um capacete branco. Dispararam perguntas, no total 13, como metralhadoras, às quais o catequista vestido de branco respondeu, uma a uma, iniciando pela mãe de todas: “como se faz a paz”.

A paz se constrói todos os dias, “querendo-se bem”, mas a paz não existe onde “não há justiça” e onde prosperam os traficantes de armas.

A paz se constrói todos os dias com o nosso trabalho, com a nossa vida, com o nosso amor, disse Francisco, com a nossa proximidade, como o nosso querer-se bem. O que acaba com a paz é o não querer-se bem, é o ciúme, a inveja, a avidez. Discorrendo o elenco de perguntas o Santo Padre, com ternura, responde aos pequenos que propõem grandes questões que tocam diretamente o homem de hoje, o homem moderno.

As perguntas falam da atualidade de milhões de pessoas, e as crianças têm a oportunidade de conversar com Sucessor de Pedro e tocar a tecla que traz aos ouvidos sons de guerra e sofrimento: por que acolher o imigrante é tão difícil? Por que os poderosos não ajudam a escola? Francisco alarga seu horizonte e se pergunta por que tantas pessoas poderosas não desejam a paz? A resposta brota com uma cascata límpida: “porque vivem das guerras! A indústria das armas é a indústria da morte. Tem-se mais lucro com a guerra. Ganha-se mais dinheiro com a morte; perdem-se vidas, perde-se tudo. O Pontífice recordou um sacerdote idoso: “o diabo entra pela carteira de dinheiro”.

Para construir um mundo de paz é preciso começar do nosso mundo, do nosso ambiente, da nossa família. É necessária a ajuda de todos para construir um futuro melhor. O Papa exortou então as crianças da ‘Fábrica da paz’ a não se renderem diante das dificuldades e incompreensões, um conselho que vale também para os adultos. “Se vocês brigarem com seus coleguinhas, façam logo a paz, e peçam desculpas aos pais e amigos quando fizerem algo de errado”. “O verdadeiro construtor da paz é aquele que dá o primeiro passo em direção do outro. Isso não significa fragilidade, mas força, força da paz”.

A pergunta nasce espontânea: como acabar com as guerras no mundo, se não somos capazes de superar as nossas pequenas incompreensões e brigas? As nossas ações de diálogo, perdão e reconciliação são tijolos que servem para construir o edifício da paz.

O Pontífice destacou ainda outra realidade, a das pessoas que buscam novos horizontes de vida e se aventuram em longas viagens, muitas vezes terminadas em tragédias. Diante de pessoas provenientes de etnias diferentes, que possuem outras tradições e religiões, - uma realidade muito atual neste momento na Europa -, o comportamento deve ser de conhecimento e diálogo para a inclusão de todos, no respeito das leis do Estado. E a receita de Francisco: “para construir um mundo de paz é indispensável se interessar pelos pobres, sofredores e abandonados”. Amar os outros, especialmente os desfavorecidos, significa testemunhar que cada pessoa é um dom de Deus. 

Todos temos os mesmos direitos. Quando não se vê isso, o mundo é injusto, e onde não há justiça, não pode existir paz. Uma frase que o Papa pediu às crianças que repetissem várias vezes com ele, para que o mundo, fora da Sala Paulo VI, pudesse ouvir e entender, que todos somos iguais, com os mesmos direitos.

A paz tem um rosto e um coração, disse Francisco, o rosto e o coração de Jesus, o Filho de Deus que morreu na cruz e ressuscitou para doar a paz a todo ser humano e a toda a humanidade. Jesus é a paz porque abateu o muro do ódio que separa os homens. (Silvonei José)

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