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Sumario del 28/05/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Cristãos mundanos e rigorosos afastam as pessoas de Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - “Existem cristãos que se preocupam somente com a sua relação com Jesus, uma relação fechada, egoísta, e não ouvem o grito dos outros”. Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta quinta-feira (28/05), na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. 

Comentado o Evangelho sobre o cego Bartimeu, que grita por Jesus para ser curado mas é repreendido pelos discípulos para que se calasse, o Papa citou três grupos de cristãos.
 
“Aquele grupo de pessoas que, também hoje, não ouve o grito de muitos que precisam de Jesus. Um grupo de indiferentes: não ouvem e creem que a vida seja aquele seu grupinho ali. Estão felizes, mas surdos ao clamor de muita gente que precisa de salvação, que precisa da ajuda de Jesus, que precisa da Igreja. Essas pessoas são egoístas, vivem para si mesmas. São incapazes de ouvir a voz de Jesus.”

Negociantes

Depois, disse ainda o pontífice, “existem aqueles que ouvem esse grito de ajuda, mas querem que fique calado”. Como quando os discípulos distanciaram as crianças “para que não incomodassem o Mestre”. “O Mestre era deles, para eles e não para todos. Essas pessoas afastam de Jesus aqueles que gritam, que precisam de fé, que precisam de salvação”, disse ainda Francisco. “Dentre elas existem aqueles que fazem negócio, que estão perto de Jesus, estão no templo, parecem religiosos, mas Jesus os expulsa, porque negociavam ali, na casa de Deus.”

“São aqueles que não querem ouvir o grito de ajuda, mas preferem fazer seus negócios e usam o povo de Deus, usam a Igreja para fazer seus comércios. Esses especuladores distanciam as pessoas de Jesus”. Nesse grupo existem os cristãos “que não dão testemunho”:

Intransigência 

“São cristãos de nome, cristãos de salão, cristãos de recepção, mas a sua vida interior não é cristã, é mundana. Uma pessoa que se diz cristã e vive como um mundano, afasta aqueles que pedem ajuda a Jesus. Depois, há os rigorosos, aqueles que Jesus repreende, que colocam fardos nas costas das pessoas.” 

O terceiro grupo de cristãos é “aquele que ajuda a se aproximar de Jesus”:

“Existe o grupo de cristãos coerente com aquilo que crê e o que vive, e ajuda a se aproximar de Jesus as pessoas que gritam pedindo salvação, a graça e a saúde espiritual para a sua alma.”

“Nos fará bem fazer um exame de consciência”, concluiu Francisco, para entender se somos cristãos que distanciam as pessoas de Jesus ou as aproximam Dele, pois ouvimos o grito de muitos que pedem ajuda para a própria salvação. (MJ)

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Francisco será peregrino da reconciliação em Sarajevo

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Cidade do Vaticano (RV) - Uma agenda austera espera o Papa no próximo dia 6 de junho, quando Francisco visitará Sarajevo, na Bósnia Herzegóvina. Os compromissos do Pontífice foram apresentados na manhã desta quinta-feira (28/05), no Vaticano, pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi.

 

Padre Lombardi definiu a próxima visita do Papa a Saravejo como um “evento de grande significado”. “A paz esteja convosco”, tema da viagem, indica as principais questões a serem enfrentadas pelo Papa no complexo País que busca uma reconciliação.

País dividido

Na Bósnia, hoje, representantes muçulmanos, sérvios e croatas se alternam na presidência com a mediação de um alto representante das Nações Unidas. Reflexo da sociedade em que uma população de pouco menos de 4 milhões de habitantes é dividida em 40% que seguem o Islã, 31% de cristãos ortodoxos e 15% de católicos.

“Os muçulmanos são a população da Bósnia – chamados também de ‘bosniak’. Os ortodoxos são, na maior parte, sérvios como etnia e os católicos são croatas. Existe, portanto, uma multiplicidade religiosa que corresponde – de maneira geral – à multiplicidade étnica com estes três componentes principais”, disse Lombardi.

Diálogo

A mensagem do Papa será focada na construção da reconciliação para o futuro do País, que sai de anos dramáticos de guerra, onde a situação econômica não é das melhores. Neste sentido, a visita apostólica levará sementes para fortalecer o diálogo inter-religioso.

“Portanto, o encontro inter-religioso durante a viagem será particularmente importante e significativo”, apontou o Diretor da Rádio Vaticano.

No séquito do Papa estarão os cardeais Tauran e Koch, presidentes dos dicastérios vaticanos para o Diálogo Inter-religioso e para a Unidade dos Cristãos. Um funcionário leigo do vaticano, como de costume, também estará na comitiva papal.

Programação

Saída de Roma às 7h30 com chegada a Sarajevo às 9h; seguem-se as boas-vindas no palácio presidencial com os três membros da presidência e o encontro com as autoridades. A seguir, a Missa será celebrada no mesmo estádio que recebeu João Paulo II: 60 mil lugares foram disponibilizados.

O Papa vai falar em italiano e ao longo dos deslocamentos com o papamóvel descoberto passará diante dos cemitérios presentes nos parques da cidades. O almoço acontecerá na Nunciatura onde o Papa encontrará os bispos da Bósnia-Herzegóvina, recebidos no Vaticano em março passado.

À tarde o encontro na catedral com os sacerdotes, religiosos e seminaristas que levarão ao Papa os seus testemunhos. “Acredito que serão testemunhos muito fortes, intensos, dramáticos pela história que será contada”, disse Padre Lombardi.

Na sequência, o encontro ecumênico e inter-religioso no centro estudantil franciscano e aquele conclusivo com os jovens no centro diocesano João Paulo II. Só então, a volta para Roma, prevista para as 20h.

Medjugorie

Questionado sobre um eventual pronunciamento do Papa sobre as aparições de Medjugorie, Padre Lombardi respondeu: “Não creio que podemos esperar nada a respeito. Eu não espero referências sobre Medjugorie. O Papa é livre para falar o que acredita, quando quiser. Não cabe a mim, portanto, dizer o que deve fazer. Todavia, se a pergunta é: ‘Esperas, devemos esperar, que fale sobre isso?’. Não acredito”.

Ainda sobre Medjugorie, Lombardi esclareceu que a comissão vaticana encarregada do caso entregou um relatório à Congregação para a Doutrina da Fé que continua agora a desenvolver as suas considerações. “Não tenho nenhuma previsão para a conclusão dos trabalhos”, arrematou o porta-voz do Vaticano.  (RB)

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A pastoral caritativa não admite a indiferença dos bispos, adverte o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu na manhã desta quinta-feira (28/05) os Bispos da Conferência Episcopal da República Dominicana, em visita ad limina Apostolorum. 

Em seu discurso, o Pontífice aborda vários temas que dizem respeito à vida social e eclesial do país. Francisco convida os Bispos a dedicarem tempo aos sacerdotes, defendendo-os dos lobos que também atacam os pastores. “Que seu compromisso em favor dos mais fracos e necessitados lhes ajude a superar a mundana tendência à mediocridade”, escreve.

O Papa fala ainda do matrimônio e da família, que “atravessam uma série crise cultural”. Isso não quer dizer que perderam a importância, pelo contrário, mas que se sente ainda mais sua necessidade. “Neste próximo Jubileu da Misericórdia, não desfaleçam no trabalho da reconciliação matrimonial e familiar, como também no da convivência pacífica. Sigamos apresentando a beleza do matrimônio cristão, exorta.

Francisco pede ainda uma atenção especial aos imigrantes, sobretudo aqueles provenientes do vizinho Haiti, que buscam melhores condições de vida no território dominicano. “A pastoral caritativa não admite a indiferença dos pastores da Igreja”, adverte, acrescentando que é necessário seguir colaborando com as autoridades civis para alcançar soluções solidárias aos problemas de quem está sem documentos ou com seus direitos basilares não garantidos. “Não há desculpas para não promover iniciativas de fraternidade e paz entre ambas nações, que formam esta bela Ilha do Caribe.”

O Pontífice manifesta sua preocupação diante de problemas como o tráfico de drogas e de pessoas, a corrupção, a violência doméstica, o abuso e a exploração de menores ou a insegurança social.

Por fim, convida os dominicanos a renovarem seu compromisso para a preservação e o cuidado com o meio ambiente. “A relação do homem com a natureza não deve ser governada pela ganância, pela manipulação nem pela exploração desmedida, mas deve preservar a harmonia divina entre as criaturas e a criação, para colocá-las a serviço de todos e das futuras gerações.”

(BF)

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Papa recebe presidente da Croácia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu a Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarović, na manhã desta quinta-feira (28/05), no Vaticano. Durante o encontro foram destacadas as boas relações entre a Santa Sé e a República da Croácia e alguns temas de comum interesse, como a colaboração entre Igreja e Estado. Nos debates, ainda, a necessidade de medidas para proteger as famílias e promover a juventude no país do leste europeu. Foram abordadas ainda as consequências sociais da crise econômica mundial em nível regional, com atenção particular para a situação dos croatas na Bósnia Herzegovina – cuja capital Sarajevo o Papa visitará no próximo dia 6 de junho. (RB)

 

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Cardeal Vegliò: refugiados, uma ferida aberta na humanidade

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Roma (RV) - A Comissão Papa Pacelli Associação Pio XII e o Centro Astalli de Roma, sede italiana do Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS), organizam na capital italiana, na próxima sexta-feira (29/05), o encontro sobre o tema “A Santa Sé, os refugiados e prisioneiros de guerra: a obra do Papa Pacelli”.

Os trabalhos serão presididos pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò. “O século XX foi denominado o século dos refugiados. Isso mostra uma ferida aberta na humanidade, uma ferida que não para de crescer”, destaca o purpurado no artigo publicado pelo jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.

Ação da Igreja

No texto intitulado “As declarações de princípio não bastam”, o Cardeal Vegliò repercorre o trabalho desempenhado pela Santa Sé na atenção aos refugiados e deslocados desde a II Guerra Mundial aos nossos dias. Em 2014, o número de refugiados ultrapassou os 50 milhões. Foi a primeira vez desde o fim da II Guerra Mundial.

“A solicitude da Igreja para com os refugiados foi e permanece de um lado uma afirmação do direito à vida, paz, proteção e assistência, e de outro uma ação caritativa e pastoral”, sublinha o purpurado. 

Assistência

O presidente do dicastério vaticano recorda a criação, em 1944, por Pio XII, da Pontifícia Comissão de Assistência aos Refugiados para distribuir ajuda às pessoas que voltavam da Alemanha e Rússia. A sensibilidade do pontífice se manifesta em três documentos: as Encíclicas “Communium interpretes dolorum” e “Redemptoris nostri”, e a Constituição Apostólica “Exsul familia” ainda hoje a carta magna da pastoral para os migrantes. Em 1950, foi criado pela ONU o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

A fim de afirmar e tutelar a dignidade humana depois dos erros das duas guerras mundiais, foram elaboradas a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, a Convenção sobre o estatuto dos refugiados de 1951, cuja elaboração contou com o apoio da Santa Sé, e o Protocolo de 1967.

Igreja em compasso com o tempo

Em 1951, a Santa Sé criou a Comissão Católica para as Migrações. “Depois de Pio XII”, ressalta o Cardeal Veglió, “João XXIII dirigiu sua atenção aos sofrimentos e direitos dos refugiados na Encíclica Pacem in Terris e pediu aos Estados para assinarem a Convenção de 1951”. São várias as iniciativas nos anos sessenta e setenta que contaram com a participação do Vaticano. Vários os apelos em favor da solidariedade internacional feitos por Paulo VI a partir da Encíclica “Populorum progressio” (1967). 

“Não basta recordar os princípios, afirmar as intenções, sublinhar as injustiças e proferir denúncias proféticas: essas palavras não terão importância se não houver uma tomada de consciência da própria responsabilidade e ação efetiva”, escreve Paulo II na Carta Apostólica “Octogesima Adveniens”. 

Em 1970, o Papa Montini criou a Pontificia Commissio de spirituali migratorum atque itinerantium cura, que depois se tornou o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, em 1988. Em 1971, criou o Pontifício Conselho Cor Unum. (MJ)

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Temas latino-americanos na pauta do Papa nesta quinta-feira

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Cidade do Vaticano (RV) – O ex-Presidente do Uruguai, José Mujica, visitou o Papa Francisco nesta quinta-feira (28/05) no Vaticano. Segundo a agência argentina Télam, “Mujica pediu a audiência para tratar `temas espirituais’, mas a Bolívia e a paz na Colômbia são duas preocupações comuns de Mujica e do Papa”, e provavelmente devem ter sido abordadas no encontro.

Na semana passada, um grupo de acadêmicos argentinos, bolivianos, chilenos e peruanos pediu que Mujica se torne um mediador internacional para que finalmente se solucione a centenária aspiração boliviana de uma saída soberana para o mar. Bolívia e Chile disputam a questão do acesso em Haia, na Holanda, desde abril de 2013.

Mujica adiantou na segunda-feira, em entrevista ao jornal italiano La Stampa, que queria falar de “muitas coisas” com o Papa, “principalmente da dificuldade de integração entre todos os países da América Latina”.

A proposta a ser entregue ao Papa

A intenção é que Francisco conheça a proposta elaborada pelo grupo de intelectuais que se reuniu em Buenos Aires, e que não teria nenhuma relação com a questão entre Bolívia e Chile no Tribunal de Haia.

A alternativa sugere um território entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico, integrado pelas três nações (Bolívia, Chile e Peru) que seja uma “área de soberania compartilhada”, perto do porto de Arica e do mar adjacente, e que não afete a situação jurídica configurada a partir dos Tratados celebrados depois da Guerra do Pacífico.

Esta proposta será entregue “de forma imediata ao Papa, junto com várias alternativas de soluções concretas”, disse o Arcebispo Víctor Manuel Fernández, reitor da Universidade Católica Argentina. 

(CM)

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Livro "Terra e Alimento" apresentado na EXPO

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Milão (RV) – O Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, visita a EXPO nesta quinta-feira (28/05), para participar da apresentação do livro ‘Terra e Alimento’, redigido pelo Conselho que dirige. Com o tema “Alimentando o Planeta, Energia para a Vida”, a Exposição Universal de Milão conta com a participação de 145 países. 

Discursando aos presentes no Pavilhão da Coldireti (organização dos empresários agrícolas italianos), o cardeal ganês lembrou que várias realidades da Igreja expuseram sua preocupação sobre a persistente situação da fome no mundo, suas esperanças e atividades. 

Paradoxo da Abundância

O Papa Francisco, em sua mensagem para a abertura da EXPO em abril, exorta a refletirmos sobre o escandaloso e persistente “paradoxo da abundância”, transformando este evento em uma ocasião para mudarmos nossos corações e mentalidades em direção de um modelo de desenvolvimento justo e sustentável, rumo à sabedoria, à coragem, à responsabilidade, à fraternidade e à solidariedade. O Cardeal Turkson ressaltou este conceito ao público presente.

Outro ponto destacado foi o 60º aniversário da Carta das Nações Unidas, cujos objetivos ainda não foram alcançados e todos somos conscientes disto. “Muito se fala de direitos humanos e do direito ao alimento, reconhecido pelo direito internacional; mas gostaria que se falasse mais dos “deveres” e “responsabilidades” que devem ser atuados pelos governos. 

O livro

Terra e Alimento é uma obra de 150 páginas, dividida em três partes, seguindo a lógica do “ver, julgar e agir”, até a Conclusão. Na primeira parte, trata-se da situação geral da alimentação e da agricultura no mundo em termos de desenvolvimento, carência e pobreza.  A segunda se inspira na Bíblia e na Doutrina Social da Igreja para avaliar a atual situação alimentar e agrícola no mundo, estabelecendo novas orientações e regras de ação. A última parte apresenta respostas práticas, sugere como empenhar-se na indústria alimentar e agrícola seguindo princípios éticos na realização do bem comum e da paz. 

Palavra de Francisco

O Cardeal terminou seu discurso ressaltando a importância dada pelo Papa a estas questões: “A sua insistência, o seu entusiasmo, por vezes o seu desapontamento, servem para despertar todos nós para o fato que com a terra e o alimento não se age com superficialidade”. 

Enfim, Dom Peter Turkson anunciou como surpresa uma vídeomensagem do cantor irlandês Bono Vox, dirigido a todos os povos, ricos e pobres, de qualquer tendência política, de todas as religiões, a trabalhar juntos, como uma só família humana, para assegurar o acesso ao alimento, à educação, à boa saúde e ao trabalho, para todos. 

(CM)

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Igreja na América Latina



Igreja chilena pronta para prevenir casos de pedofilia

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Santiago (RV) – A Conferência Episcopal do Chile divulgou nesta quarta-feira (27/05) o documento “Cuidado e Esperança”, um guia com os procedimentos para o trato dos casos de abusos sexuais dentro da Igreja Católica. O texto redigido pelos bispos chilenos foi elaborado a pedido do Vaticano, que em maio de 2011 enviou uma carta às Conferências Episcopais de todo o mundo solicitando linhas gerais para dar assistência às vítimas de abusos e prevenir este tipo de casos.

“É fruto de um processo empreendido pela Igreja no Chile em um dos momentos mais dolorosos de sua história. Os abusos contra menores perpetrados pelo clero marcam certamente um ‘antes’ e um ‘depois’ na vida eclesial chilena”, afirmou o Vice-presidente da Conferência Episcopal, Dom Alejandro Goic.

Credibilidade abalada

O bispo enfatizou que este documento também surgiu em seguida ao caso dos abusos cometidos pelo sacerdote chileno Fernando Karadima, “que estremeceram a Igreja”, disse. 

Para os bispos, “as ações de Karadima provocaram danos incomensuráveis” na instituição. Atualmente com 80 anos, o sacerdote, que formou cinco bispos chilenos e quase 50 padres, foi considerado em fevereiro de 2011 pelo Vaticano culpado de cometer abusos sexuais e o condenou “à vida de oração e penitência”. 

Flagelo

Em relação ao guia, uma das novas orientações impõe que todas as pessoas que trabalham na Igreja ou em casas pastorais devem ter formação certificada sobre o conteúdo da matéria, devem demonstrar que não possuem pendências nem antecedentes penais relacionados a este tipo de casos.

“Assumir este flagelo é uma tarefa que empreendemos com humildade, reconhecendo que neste caminho ainda estamos distantes do horizonte que nos propusemos: abusos nunca mais”, sentenciou Dom Goic. 

(CM)

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Entrevistas



Mapa da fome: bolsões de pobreza estão na África e na Ásia

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Roma (RV) - O relatório anual das Nações Unidas sobre a fome no mundo foi apresentado nesta terça-feira (27/05) na sede da FAO, em Roma. Bolsões de fome se concentram na África e na Ásia em contraste com outras regiões que já atingiram a meta de desenvolvimento do milênio em reduzir pela metade o número de famintos nos últimos 25 anos. O Brasil está fora do mapa da fome desde o ano passado. O Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, destaca os programas que se tornaram modelos da política externa brasileira. 

As estimativas indicam que hoje 795 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Na última década, contudo, mais de 167 milhões saíram do mapa da fome. No total, em 25 anos, o número de famintos foi reduzido em 216 milhões. A África, todavia, tem hoje de acordo com a FAO, mais de 220 milhões de pessoas famintas, o que representa 23% da população do continente. Enquanto o mundo caminha para erradicar a fome, velhos problemas bloqueiam o progresso africano, afirmou o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva.

“Nós temos algumas regiões que, definitivamente, ficaram para trás: o Oriente Médio, basicamente os países que estão em conflito (Síria, Iraque e Iêmen) e a África central subsaariana, são as regiões que concentram a fome no mundo”.

África flagelada 

De acordo como relatório da fome no mundo deste ano, 72 de 129 países em desenvolvimento atingiram a meta de desenvolvimento do milênio em reduzir pela metade o número de famintos a partir de 1990. Muitos destes países estão, paradoxalmente, no continente africano.

“Na costa atlântica da África, nós temos países como Angola e também Cabo Verde que fizeram progressos notáveis nos últimos anos. Alguns países que foram destruídos pela guerra civil, caso de Angola, que se recuperaram, e que utilizaram os recursos da produção mineral entre elas o petróleo, para promover o desenvolvimento, inclusive o desenvolvimento rural”.

Os países africanos se comprometeram ao assinar o Tratado de Maputo, em 2003, investir 10% do orçamento em desenvolvimento de agricultura o que teria reflexos diretos na luta contra a fome. Todavia, esse percentual não chegou, em média, a sequer a 2%.

“Toda a África tem este potencial, a África hoje precisa de paz em primeiro lugar, mas precisa também de um desenvolvimento mais inclusivo, de um compromisso maior dos governantes com o desenvolvimento interno de seus países”.

Desenvolvimento rural 

Ao recordar que a maior parte da produção na África vem dos pequenos produtores rurais, especialmente mulheres, Graziano destaca uma iniciativa que deu certo no Brasil e que, aos poucos, começa a ser implementada no continente africano por meio de programas da FAO. O programa PAA, Compras de Africanos para a África, tem garantido que parte da produção destes pequenos agricultores seja vendida.

“A aquisição direta do governo por um preço justo diretamente dos agricultores familiares veio propiciar o acesso ao mercado que eles não tinham. Isso hoje tem muito êxito na África e nós estamos preparando para implementar em outros países da Ásia como, por exemplo, o Timor-Leste.

Modelo brasileiro

O Brasil está fora do mapa da fome desde 2014. O País agora se prepara para cumprir uma agenda de desenvolvimento sustentável internacional que prevê, entre outros compromissos, a erradicação completa da fome no mundo até 2050.

“Sem dúvida uma das experiência mais exitosas que nós temos para mostrar ao mundo é o caso brasileiro: pela rapidez com a qual se logrou – praticamente – erradicar a fome e pela amplitude, atingiu todo o País. O Brasil tem hoje um número insignificante (de famintos) para nós, menos de 5% da população, localizado em algumas regiões muito específicas. Isso se deve a um conjunto de políticas ativas promovidas pelo governo antes sob a bandeira do Fome Zero e hoje Brasil sem Miséria. Isso inclui a busca ativa, por exemplo, uma política inovadora de ir atrás das pessoas que precisam, não ficar esperando que elas venham bater na porta do governo”.

Graziano considera “ícones da política externa do Brasil” programas que hoje são adaptados às mais diversas realidades nacionais em várias partes do mundo.

“O programa de merenda escolar que é adotado em praticamente toda a América Latina, baseado na experiência brasileira, outros já implementando compras locais – de preferência na agricultura familiar. E o PAA que é, sem dúvida, o programa mais exitoso de agricultura familiar”. (RB)

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Formação



Agenda da mulher pós-2015 em debate no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – A nova agenda pós-2015 sobre a mulher está em debate no Vaticano. Uma semana depois do encontro promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz sobre a condição feminina, neste final de semana a Casina Pio IV (nos Jardins Vaticanos) sedia um seminário internacional sobre “A Igreja diante da condição das mulheres hoje”.

Sobre os desafios que dizem respeito à mulher, ouça a entrevista que a colega do Programa Português, Dulce Araújo, fez com a Ir. Tina Veloso, promotora internacional de Justiça e Paz para todas as congregações dominicanas no mundo e membro da comissão Justiça e Paz da União dos Superiores Gerais, em Roma.

(BF)

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Atualidades



Menino de três anos com câncer sonha em ser padre

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São Paulo (RV) – Rafael Freitas, um paciente oncológico de três anos, participa quase todos os dias da missa na capela do Hospital do Câncer em Barretos, no interior de São Paulo. O pequeno Rafael foi diagnosticado um ano atrás com neuroblastoma, doença em que um tumor maligno cresce no tecido nervoso das glândulas supra-renais.  

Quando não esta na capela, o seu quarto no hospital vira altar, e lá Rafael se veste de padre para encenar a comunhão, com o sonho de um dia se tornar sacerdote e erguer o cálice na Capela Sistina. (RB)

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Igreja Metodista do Reino Unido pede desculpas por abusos

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Londres (RV) – A Igreja Metodista do Reino Unido diz que existem ao menos 2 mil processos de abusos físicos e sexuais na instituição nos últimos 65 anos, e pede desculpas por fracassar na tentativa de proteger as vítimas.

Martyn Atkin, secretário geral da Conferência Metodista, fez um “pedido de desculpas incondicional” nesta quinta-feira (28/05). Ele disse que os abusos “cometidos por Metodistas contra crianças, jovens e adultos é e permanecerão sendo fonte de profundo pesar e vergonha para a igreja”.

O relatório, publicado após três anos de pesquisa, encontrou 1.885 casos de abusos de ordem sexual, física, emocional e doméstica a partir de 1950. Em 26% dos casos, os abusos foram cometidos por ministros da igreja ou funcionários leigos.

No Reino Unido a Igreja Metodista tem mais de 200 mil membros. (RB)

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