Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 30/05/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "A ciência deve estar a serviço do homem e não vice-versa"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu em audiências sucessivas, na manhã deste sábado (30/5), no Vaticano, o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos, e o arcebispo de Trujillo, no Peru, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte. 

A seguir, na Sala Clementina, recebeu cerca de 400 participantes no encontro, promovido pela Associação Ciência e Vida, por ocasião dos seus dez anos de atividades, que se conclui, neste sábado, em Roma, sobre o tema: “Que tipo de ciência para qual tipo de vida”!

Em sua saudação aos presentes, o Papa disse, inicialmente, que esta Associação “presta um serviço importante e encorajador em prol da pessoa humana”. De fato, a tutela e a promoção da vida representam uma tarefa fundamental, sobretudo em uma sociedade marcada pela lógica negativa do descarte.

Para tutelar a pessoa, explicou o Pontífice, vocês colocam ao centro das suas atividades dois aspectos essenciais: “sair para encontrar” e “encontrar para sustentar”. Trata-se de um dinamismo que vai do centro para as periferias: o centro é Cristo e dele partem as diversas ações, que vão ao encontro da vida humana. E o Papa ponderou:

“O amor de Cristo nos impele a tornar-nos servidores dos pequenos e idosos, de cada homem e mulher, dos quais devem ser tutelados o direito primordial à vida. A existência da pessoa humana, à qual vocês dedicam a sua solicitude, é o princípio constitutivo da sua Associação: a vida, na sua imperscrutável profundidade, cria e acompanha todo o caminho científico. Eis o milagre da vida, que coloca em crise a presunção científica, restituindo-lhe beleza e maravilha”!

Desta forma, Cristo, Luz do homem e do mundo, ilumina a estrada, para que a ciência esteja sempre a serviço da vida, desde a sua concepção até ao seu fim natural. Neste sentido, o Bispo de Roma convidou os membros da Associação “Ciência e Vida” a manter o olhar à sacralidade de cada pessoa humana, para que a ciência esteja realmente a serviço do homem e não homem a serviço da ciência. E o Santo Padre sugeriu:

“Portanto, reconhecendo o valor inestimável da vida humana, devemos refletir também sobre o uso que fazemos dela. A vida é, antes de tudo, um dom. Esta é uma realidade que pode gerar esperança e futuro se for vivificada por elos fecundos, pro relações familiares e sociais, que abrem a novas perspectivas”.

Enfim, quando nos referimos ao homem, recordou o Papa, jamais devemos esquecer todos os atentados perpetrados contra a sacralidade da sua vida: o aborto, a exclusão dos mais necessitados, a morte no trabalho, a morte por desnutrição, o terrorismo, a guerra, a violência, a eutanásia.

Ao se despedir dos numerosos presentes na Sala Clementina, Francisco os convidou a “cultivar e respeitar a dignidade transcendente do homem”, como também a relançar “uma renovada cultura da vida”, que saiba oferecer horizontes de paz, de misericórdia, de comunhão e de diálogo profundo com o mundo da ciência! (MT)

inizio pagina

Papa às crianças: Não deixem de sonhar

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Às 11h42min deste sábado chegou à Estação ferroviária da Cidade do Vaticano o Trem das Crianças, transportando 200 crianças, filhos de detentos e detentas, provenientes de Bari e Trani, numa iniciativa do Pátio dos Gentios. Logo após a chegada, as crianças e seus acompanhantes puderam encontrar o Santo Padre na Sala Nervi: “Não deixem nunca de sonhar”, disse Francisco aos pequenos. 

À pergunta do Papa “Quando é que um coração é de gelo ou de  pedra?” alguns dos pequenos responderam: “Quando se fica desiludido”, enquanto outros disseram “quando não sonhamos ou não rezamos”. Após, uma criança respondeu: “quando não escutamos a Palavra de Deus e de Jesus”. A este ponto o Papa a chamou e disse: “tu disseste uma coisa bonita, repitamos juntos: não deixem nunca de sonhar e de escutar a Palavra de Jesus, porque Jesus alarga o coração e ama a todos”.

Francisco quis saudar uma a uma, com seus acompanhantes e familiares e recebeu o abraço de muitos, assim como muitos foram os pedidos para fazer selfies. As crianças doaram ao Papa alguns braceletes feitos por suas mães na prisão, assim como desenhos, pequenas águias.

Quando os pequenos chegaram ao Vaticano, soltaram pipas na forma de águias, num gesto que simboliza o tema escolhido este ano pelo Pátio das Crianças – Voo - porque, como explicado, quer oferecer aos pequenos que vivem com suas mães uma cotidianidade marcada pela prisão e afastamento de seus irmãos e para aqueles que vivem a separação de suas mães detidas, um dia para voar e soltar a fantasia, sair da dura realidade a que são obrigados a viver.

O Trem das Crianças é promovido pela Ferrovia do Estado em colaboração com o Pátios das Crianças, uma iniciativa da Santa Sé dedicada aos pequenos, no âmbito do Pátio dos Gentios. O tema do ‘Voo’ foi escolhido pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura,  Cardeal Gianfranco Ravasi. A iniciativa chegou a sua terceira edição, após aquela de Nápoles, em 2014, dedicada aos jovens com abandono escolar e a de Milão, voltada aos jovens que acolhidos em casas de família. (JE)

inizio pagina

Papa encontrou crianças doentes, na Casa Santa Marta, e meditou sobre o sofrimento

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu, na tarde desta sexta-feira (29/5), na Capela da Casa Santa Marta, onde reside, no Vaticano, um grupo de crianças gravemente doentes, acompanhadas pelos pais e alguns voluntários e responsáveis da UNITALSI, um organismo que leva doentes em peregrinação ao Santuário de Lourdes, na França. 

O Santo Padre se aproximou, com carinho das crianças, de idade entre os 7 e os 14 anos, mas também de 2 ou 3 anos. Algumas dirigiram sua saudação ao Papa, em nome das demais.

Por sua vez, Francisco aproveitou a ocasião para fazer uma profunda meditação sobre o mistério do sofrimento dos menores, no seio da sociedade, dizendo: “Não há explicação... é um mistério! Imagino a reação de Nossa Senhora, quando puseram em seu colo o corpo morto de seu filho, ensanguentado, maltratado... Sua Mãe o acariciou, apesar de não entender”.

Então, o Pontífice convidou os pais das crianças presentes a não terem medo de interrogar ao Senhor, para receber uma resposta aos seus tantos “por quês”? Por que as crianças sofrem? E o Papa insistiu com os pais:

“Não tenham medo de perguntar ‘por que?’, até mesmo de desafiar o Senhor... a única explicação que ele poderá dar aos seus tantos por quês será ‘também meu Filho sofreu’! O Senhor não responderá com palavras, mas, a coisa mais importante é que sentiremos o seu olhar de ternura sobre nós, que nos dará a força de seguir adiante.

O Papa expressou sua admiração pelos pais, que tiveram a coragem de rejeitar o aborto, que é uma falsa solução do problema do sofrimento, e elogiou o seu “heroísmo” em aceitar o sofrimento dos seus filhos e em se preocupar pelo destino e futuro incertos deles.

Enfim, o Santo Padre prometeu as suas orações a todas as crianças e seus pais, para que o Senhor possa dar-lhes a justa consolação, da qual precisam. E concluiu, encorajando-os, mais uma vez, a dirigir-se ao Senhor, com insistência e confiança.

O encontro com o Papa, na Capela Santa Marta, no Vaticano, terminou, após uma hora, com a oração da Ave Maria e com a sua Bênção Apostólica. Ao se despedir, Francisco se entreteve, mais um pouco, com as  crianças presentes, seus pais e acompanhantes. (MT)

Eis as palavras do Papa na íntegra:

 

Boa tarde a todos.

Se acomodem, se acomodem...!

Comecemos com uma oração ao Senhor (récita do Pai Nosso)

Quando, na catequese, nos ensinaram sobre a Santíssima Trindade, nos disseram que era um mistério, que sim, tem o Pai, o Filho, o Espírito Santo, mas que não se podia entender tudo. É verdade, temos as provas de que é verdade, mas entende-lo, é outra coisa. As provas as temos. Também aqui, se olhamos Jesus, a Eucaristia, naquele pedaço de pão está Jesus, é verdade. Mas como é isto? Não entendemos como possa...mas é verdade, é Ele. É um mistério, digamos! E assim, se fizermos algumas perguntas da catequese, não se pode explicar profundamente, mas temos as provas.

Também existe uma pergunta que não se aprende a explicação na catequese. É a pergunta que tantas vezes eu me faço e tantos de vocês, e tanta gente faz: “Por que as crianças sofrem?”. E não existem explicações. Também isto é um mistério. Olhando para Deus eu pergunto: ‘Mas por que?”. E olhando para a Cruz: “Por que o teu filho está alí? Por que? É o mistério da Cruz.

Tantas vezes eu penso na Nossa Senhora, quando deram a ela o corpo morto de seu Filho, todo ferido, cuspido, ensanguentado, sujo. E o que fez Nossa Senhora? “Levem-no embora? “. Não, o abraçou e o acariciou. Também Nossa Senhora não entendia, hein! Porque ela, naquele momento, recordou aquilo que o Anjo lhe havia dito: “ Ele será Rei, será grande, será profeta” e dentro de si, seguramente, com aquele corpo assim ferido, com tanto sofrimento antes de morrer, nos braços, dentro dela, seguramente teria tido o desejo de dizer ao Anjo: “Mentiroso! Eu fui enganada”. Também ela não tinha respostas.

Quando as crianças crescem, chegam a uma certa idade que não entendem bem como é o mundo, pelos dois anos, mais ou menos. E começam a perguntar: “Papai, por que? Mamãe, por que? Por que?”. E quando o pai ou a mãe começam a explicar, as crianças não escutam e vem um outro “por que?”, “por que aquilo?”. E elas não querem ouvir a explicação. Somente com este ‘por que’ chama a atenção para si do papai e da mamãe. Nós podemos perguntar ao Senhor: “mas Senhor, por que? Por que as crianças sofrem? Por que esta criança?”. O Senhor não nos dirá palavras, mas sentiremos o seu olhar sobre nós e isto nos dará força.

Não tenham medo de perguntar, mesmo de desafiar o Senhor. “Por que?”. Talvez não virá nenhuma explicação, mas o Seu olhar de Pai te dará força para seguirem em frente. E também te dará aquela coisa estranha da qual falou este irmão na sua experiência: um sentimento diverso, um sentimento estranho (ndr – o Papa se refere ao testemunho recém dado pelo pai de uma criança doente). E talvez este sentimento de ternura pelo teu filho doente será a explicação, porque é o olhar do Pai. Não tenham medo de pedir a Deus “Por que?”, desafiando-o: “Por que?”, sempre que estiverem com o coração aberto para receber o seu olhar de Pai. A única explicação que poderá te dar será: “Também o meu Filho sofreu”. Mas esta é a explicação. A coisa mais importante é o olhar. E a vossa força está alí: no olhar amoroso do Pai.

“Mas o senhor que é Bispo – vocês poderiam perguntar – que estudou tanta teologia, não tem nada a mais para nos dizer?”. Não. A Trindade, a Eucaristia, a graça de Deus, o sofrimento das crianças são um mistério. E somente se pode entrar no mistério se o Pai nos olha com amor. Eu, realmente, não sei o que dizer para vocês, porque tenho tanta admiração pela vossa fortaleza, pela vossa coragem. Tu disseste que te aconselharam o aborto. Disseste: “Não, que venha, tem o direito de viver”. Nunca, nunca se resolve um problema tirando uma pessoa. Nunca. Esta é a regra dos mafiosos. “Existe um problema, demos um jeito nesta pessoa, hein”...nunca!

Eu vos acompanho assim como sou, como sinto. E realmente eu não sinto uma compaixão momentânea, não. Eu vos acompanho com o coração neste caminho, que é um caminho de coragem, que é um caminho de cruz, e também um caminho que a mim faz bem, o vosso exemplo. E vos agradeço por serem assim corajosos. Tantas vezes, na minha vida, fui covarde, e o vosso exemplo me fez bem, me faz bem. Porque as crianças sofrem? É um mistério, é necessário chamar Deus como o filho chama o seu papai e diz: “Por que? Por que?”, atrair o olhar de Deus que é a única coisa que nos dirá: “Mas olha meu Filho, também”.

Que em um mundo onde é tão cotidiano viver a cultura do descarte, aquilo que não está bem se descarta, vocês trazem esta – me permito dizer, mas não quero fazer uma adulação, não, é do coração  que o digo – esta heroicidade. Vocês são pequenos heróis da vida. Eu ouvi tantas vezes a grande preocupação de pais e mães como vocês e estou seguro que é a vossa: que o meu filho não permaneça sozinho na vida, que a minha filha não permaneça sozinha na vida. Talvez é a única ocasião na qual os pais pedem ao Senhor de chamar antes o filho, para que não permaneça sozinho na vida. E isto é amor.

Vos agradeço por vosso exemplo. Não sei o que dizer mais, realmente, porque estas coisas me tocam tanto. Também eu não tenho respostas. “Mas o senhor é o Papa, deve saber tudo!”. Não, para estas coisas não existem respostas, somente o olhar do Pai. E depois, o que faço? Rezo, por vocês, por estas crianças, pelo sentimento de alegria, de dor, tudo misturado, do qual falou nosso irmão. E o Senhor sabe consolar esta dor de modo especial. Que seja ele a dar a consolação justa a cada um de vocês, aquela da qual vocês tem necessidade.

Obrigado pela visita, obrigado, obrigado.

O Padre Joannis (ndr – Mons Gaid, um dos dois secretários particulares do Papa, que acompanhou o grupo), que é um pouco especial, vocês o conhecem, me sugeriu de vos contar uma história. Talvez vos ajudará a olhar o Senhor. Tinha uma criança que brincava, alí. O pai o olhava pela janela do terceiro andar e a criança queria mover uma pedra grande, mas não conseguia, era muito pesada. Depois a criança, inteligente, foi pegar um instrumento de ferro para movê-la e não conseguia, depois chamou seus companheiros e queria movê-la com os companheiros, e não conseguiam porque era uma pedra pesada. E eles queriam movê-la para brincar alí, naquele lugar e por fim, o pai que olhava tudo pela janela desceu, e com muita força e com o instrumento de ferro levou embora a pedra. E a criança repreendeu-o: ‘mas papai, você viu que eu não conseguia?”. “Sim”. ‘E por que não veio antes?”. “Por que não me chamaste”.

Não esqueçam isto: chamar o Senhor. Ele saberá como virá, quando virá e esta será a vossa consolação. Rezem por mim também. Obrigado.

Rezemos para Nossa Senhora....Ave Maria....

Bênção 

inizio pagina

Cardeal Leonardo Sandri visitará Comunidades greco-católicas em Paris

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, preside, neste sábado (30/5), em Paris, à celebração Eucarística anual da Associação “Ouvre d’Orient” (“Obra do Oriente”), que faz parte da “Reunião das Obras para a Ajuda às Igrejas Orientais” (ROACO). 

Hoje, o Cardeal Sandri visita a sede da “Obra do Oriente” e a exposição dos manuscritos, provenientes de Mosul, realizada na sala dos Arquivos Nacionais, que conta com a colaboração dos Padres Dominicanos.

Amanhã de manhã, domingo (31/5), o Cardeal Sandri, encontrará, na Catedral de Notre Dame de Paris, a Comunidade Greco-católica Ucraniana, reunida por ocasião da ordenação presbiteral de um sacerdote da Eparquia. Assim, o Cardeal expressará a sua solidariedade pelos sofrimentos da população ucraniana em sua terra. A seguir, o Cardeal Sandri participará de uma Divina Liturgia na paróquia Greco-católica Romena, ao término da qual concederá a sua bênção aos fiéis presentes.

Por fim, na tarde de amanhã, o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais presidirá à solene concelebração, na Catedral de Notre Dame de Paris, da qual participará, entre outros, o Cardeal-arcebispo de Paris, Dom André Vingt-Trois.

Esta visita à França será uma continuação daquelas realizadas, em novembro de 2011 e de março de 2012, às Comunidades Maronitas e Armênias, com o intuito de manifestar a proximidade da Congregação para as Igrejas Orientais aos filhos e filhas das Igrejas católicas do Oriente, presentes nos países da diáspora, como também valorizar os elos de mútuo conhecimento e colaboração. (MT)

inizio pagina

Papa irá à Auschwitz na JMJ de 2016, diz Card. Dziwisz

◊  

Varsóvia (RV) – O Papa Francisco deverá aproveitar sua estada na Polônia para a Jornada Mundial da Juventude, no verão de 2016, para visitar Auschwitz. Foi o que afirmou o Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, sublinhando que será “uma visita pessoal”. 

Auschwitz – lugar símbolo do Holocauto – foi visitado no passado por outros dois Pontífices: João Paulo II e Bento XVI.  O ex-Secretário pessoal de João Paulo II afirmou que Francisco poderá também visitar o Santuário mariano de Czestochowa, em Wadowice, cidade natal de João Paulo II.

Estima-se que para a Jornada Mundial da Juventude chegarão à Polônia provenientes de todo o mundo, mais de 2,5 milhões de pessoas. Os peregrinos mais numerosos serão os provenientes da Itália, cerca de 100 mil, e da França, 60 mil.

O Papa Francisco chegará à Cracóvia – acrescentou o Arcebispo durante a coletiva de imprensa sobre os preparativos da JMJ – em 28 de julho de 2016, para retornar a Roma no domingo, 31. (JE/Agi)

 

 

 

inizio pagina

Procissão nos Jardins Vaticanos concluirá mês mariano

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Por ocasião da conclusão do mês mariano, será realizada às 20 horas deste domingo (31), uma procissão até a Gruta de Lourdes, nos Jardins Vaticanos, com a recitação do Rosário. 

A procissão, presidida pelo Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, terá início na Igreja de Santo Estêvão dos Abissínios. O Cardeal português Saraiva Martins explicou à Rádio Vaticano o significado deste evento:

 

inizio pagina

Igreja na América Latina



Após Romero, o jesuíta Rutilio e muitos outros

◊  

San Salvador (RV) – “Queremos levar tudo a Roma em 1º de novembro, dia em que terminamos de preparar a causa de Romero”. Este foi o desejo expresso por Rafael Urrutia, que trabalha na causa de beatificação do jesuíta salvadorenho Rutilio Grande, assassinado junto a dois companheiros, três anos antes de Dom Oscar Romero, por quem tinha uma grande amizade e marcou profundamente seu futuro

“É impossível compreender Romero sem compreender Rutilio Grande”, disse Dom Vincenzo Paglia, postulador romano da causa, no dia do anúncio da beatificação na Sala de Imprensa da Santa Sé. De fato, Rutilio Grande García foi assassinado em 12 de março de 1977 enquanto se dirigia para sua paróquia para celebrar uma missa. Com ele, morreram um idoso e um jovem adolescente, emboscados por um grupo de homens em uma estrada poeirenta, que conduzia à casa paroquial de Aguilares, na cidade natal do Padre Rutilio, El Paisnal.

Rutilio tinha 48 anos e seus companheiros, Manuel Solórzano e Nelson Rutilio Lemos, 72 e 16, respectivamente. Foi o próprio Romero, com muita dor, que celebrou o rito fúnebre. Em protesto pelo crime, todas as missas da Arquidiocese foram suspensas, à exceção da celebração litúrgica na Catedral. Apesar das críticas, a missa teve 150 concelebrantes e a participação de mais de cem mil fieis. Dom Romero recordou na ocasião, que nos momentos mais importantes da sua vida, “ele estava muito próximo e estes gestos nunca se esquece”. A morte de Rutilio Grande marcou profundamente os restantes três anos de vida de Romero e a direção de seus passos sucessivos.

“Estamos introduzindo o processo de beatificação de Rutilio Grande e de seus companheiros mártires, Nelson Rutilio e Manuel Solórzano”, confirmou Rafael Urrutia. O neo-postulador irá trabalhar com o sacerdote da Diocese de San Salvador, Edwin Henriquez, que será o vice-postulador da causa. Urrutia está convencido de que o processo diocesano será breve.

A beatificação de Romero deverá “facilitar o caminho para Rutilio”, admite ele. "Acredito que também em Roma a história de Romero tenha deixado um sinal”. E após Rutilio, “todos os outros – admite Urrutia – uma só causa para todos”, seminaristas, sacerdotes, catequistas, assassinados antes e após Romero.

Em - “todos os outros” - não estão incluídos os seis jesuítas da Universidade Centro-americana (UCA), José Simeón Cañas, Ellacuria e companheiros, assassinados em 16 de novembro de 1989. “Para eles, talvez se fará algo a parte”, observa Urrutia, acrescentando que também o será para o predecessor imediato de Romero, Dom Luis Chávez y González, terceiro Arcebispo de San Salvador - “um santo homem” -, e Arturo Rivera y Damas, salesiano, que assumiu o lugar de Romero após sua morte - um “verdadeiro confessor”.

Arturo Rivera y Damas foi um grande colaborador de Romero, de quem era grande amigo. Nas votações da Conferência Episcopal Salvadorenha, sempre se alinhava com ele. Apoiou também o trabalho de Rutilio Grande nas áreas rurais da Arquidiocese da qual era Bispo Auxiliar. Um mês após o assassinato de Romero, João Paulo II o nomeou Administrador Apostólico da Arquidiocese de San Salvador, para após confirmá-lo como Arcebispo em 28 de fevereiro de 1983. Participou das negociações de paz entre governo e guerrilha e deu início a causa de beatificação de Dom Romero. Nos anos de seu governo, ocorreu o massacre dos jesuítas da UCA. Morreu de enfarte em 26 de novembro de 1994. “Trabalharei com imenso prazer na causa de Rivera y Damas, a quem quero muito bem”, declara Urrutia, que gostaria que as duas figuras – Romero e Rivera – fossem colocadas juntas nestes dias de memória e celebração: “Uma questão de justiça e uma forma de agradecer este bispo extraordinário”, observou ele.

Na conversa com o portal ‘Terra d’America’, Urrutia contou fatos pouco comentados pela mídia nos últimos dias. Como por exemplo,  que os restos mortais de Dom Oscar Romero foram sepultados na cripta da Catedral de San Salvador e são meta de peregrinação. As vísceras, por sua vez, foram enterradas no jardim da casa onde o Arcebispo Romero vivia, no ‘hospitalito’, a poucas dezenas de metros da capela onde celebrava missa quando foi assassinado. As irmãs que cuidavam dele fizeram o pedido e foram atendidas, após a embalsamação do cadáver. Em 1993, por ocasião da segunda viagem de João Paulo II a El Salvador e na possibilidade de uma visita ao local do martírio, as religiosas construíram uma gruta, colocando uma imagem de Nossa Senhora de Lurdes e exumaram os restos para que o ilustre visitante pudesse venerá-los. Foi comprovado então, que após 13 anos, os restos permaneciam incorruptos, algo que seria pouco provável para tecidos internos do corpo humano. As víscera foram após recolocadas na urna e novamente enterradas na base da gruta.

Rafael Urrutia é responsável pelo semanário Orientación, localizado no Seminário San José de la Montagna, onde existe o desejo de “ressuscitar” a Rádio Ysax, dirigida por Dom Romero. (JE/Terra d’America)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Cardeal Angelo Amato beatifica, na França o Padre Luís Eduardo Cestac

◊  

Bayonne (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, preside, neste domingo (31/5), em Bayonne, na França, a uma solene celebração Eucarística de Beatificação de Luís Eduardo Cestac, fundador do Instituto das Servas de Maria.

O novo Beato francês, considerado um “novo Cura d’Ars” e um extraordinário fundador de Obras, nasceu em Bayonne, no sul da França, em 6 de janeiro de 1801. Com a idade de três anos, sofrendo de uma incurável nevralgia e completo mutismo, a mãe o consagrou à Virgem de São Bernardo. Ao ser curado, nutriu por toda a vida uma grande devoção à Virgem Maria.

Com 17 anos, entrou para o Pequeno Seminário de Aire; em 1825, foi ordenado sacerdote, em 1825, e se tornou professor de filosofia em Bayonne.

Em 1831, Luís Eduardo Cestac se tornou vigário da Catedral de Notre-Dame de Bayonne. Naqueles anos, começou a fundação de obras de notável importância: A Associação das Filhas de Maria para as domésticas; a Obra da Perseverança para as jovens da alta Sociedade; os Círculos de Estudo para jovens; a obra dos Pequenos Órfãos de Maria, chamada Grão Paraíso. 

Em 1838, Cestac fundou a obra das Penitentes de Maria, na cidade de Anglet, para poderem trabalhar ao ar livre. Esta instituição, certamente a mais importante, recebeu o nome de “Nossa Senhora do Refúgio”.

No ano seguinte, em 1839, fundou a Congregação das Servas de Maria, em Anglet. A primeira superiora foi sua irmã Elisa, que recebeu o nome de Irmã Maria Madalena, permanecendo no cargo por sete anos, até à sua morte, em 1849.

A Congregação começou a trabalhar em missões, em 1949, começando pelo Marrocos, junto com os Padres do Sagrado Coração de Jesus de Bétharram.

Por fim, em 15 de agosto de 1846, Luís Eduardo Cestac fundou a Congregação das Solitárias de São Bernardo ou Silenciosas de Maria, chamadas também Irmãs Bernardinas, com voto de silêncio perpétuo. O instituto acolhia as “penitentes” desejosas de uma vida religiosa voltada para o trabalho na solidão e no silêncio.

Suas atividades se estenderam à organização de escolas paroquiais, ao todo 55, com métodos pedagógicos: compôs um Silabário e um método para aprender a ortografia.

O novo Beato, Luís Eduardo Cestac, propagou a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças; escreveu “Anotações Íntimas”, com detalhes de suas fundações e notas biográficas. Sua vida se concretizou no cumprimento de seus deveres e no amor pelo próximo, devotado com imensa generosidade.

Padre Cestac faleceu, em 27 de março de 1868, e foi sepultado em Anglet. Sua Causa de Beatificação teve início em 1908. (MT)

inizio pagina

Arcebispo de Aleppo: "Um apelo premente pela paz, antes que seja tarde demais!

◊  

Aleppo (RV) – “Um grito de dor! Um apelo à paz! Para que não seja tarde demais”. Esta é a dramática mensagem de quem vive, há anos, a tragédia do conflito sírio: o arcebispo de Aleppo dos Greco-melquitas, Jean-Clément Jeanbart.

O seu apelo foi difundido, em nome dos milhares de vítimas do conflito sírio, a poucas horas do enésimo bombardeio que atingiu a sede do arcebispado, em Aleppo, no noroeste da Síria, felizmente sem causar vítimas.

“Permitam-me acompanhar, no pranto e na dor, as famílias de Aleppo, que perderam tudo, até alguns parentes, cujas casas foram destruídas ou que não têm mais futuro”, afirmou o Arcebispo, que expressou seus sentimentos de amargura e de desconforto, cada vez mais crescentes, diante de “tantos pais em dificuldade, que enfrentam privações de todo tipo” para poder garantir aos filhos o mínimo indispensável para viver dignamente e crescer de modo saudável”.

E o Arcebispo de Aleppo acrescentou: “Permitam-me expressar a minha raiva e revoltar-me contra um sistema global, que tende à barbárie e é sedento de poder. Deixem-me chorar com o meu povo, aflito e ferido, com os milhares de vítimas sacrificadas, porque não sei se chegará aquela sociedade melhor e aquela primavera árabe prometidas”.

Por fim, o Arcebispo fez um apelo também às nações livre: “Permitam-me levantar a voz para pedir socorro aos homens de boa vontade, que se dignam ouvir-nos. Os milicianos do autoproclamado Estado Islâmico, já exterminaram milhares de cristãos da região. O que o Ocidente está esperando para intervir? O que as grandes nações estão esperando para deter tais atrocidades?

O Arcebispo de Aleppo, conclui, dizendo: “Faço votos de que todos aqueles que creem em Deus, bom e misericordioso, levantem conosco a sua voz para  exortar os países civilizados a agir pela paz, antes que seja tarde demais”! (MT)

inizio pagina

Formação



Reflexão para a Solenidade da SS. Trindade

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - A Palavra de Deus sugerida para esta solenidade, começa com um texto extraído do Livro dos Provérbios, concretamente o trecho em que se fala da Sabedoria. Ela nos é apresentada como personificação da vontade de Deus. Ela cria um mundo verdadeiro e belo, fiel à vontade do Pai! Ela é Vida!

 

João, em seu Evangelho, fala da ação do Espírito, o Espírito da Verdade, que recorda a todos o que ouviu do Senhor Jesus que, por sua vez, recebeu do Pai. Jesus agora, após a ascensão, fala pelo Espírito, que tem a missão de nos conduzir ao conhecimento pleno da Verdade.

Na Carta aos Romanos, Paulo nos fala de sua e de nossa justificação com o Pai, através da Redenção de Jesus Cristo. Disso brota o sentimento de paz e um profundo e grande reconhecimento da caridade de Deus, que nos liberta de nossas limitações e da morte. O projeto da Redenção, possibilitou a Encarnação do Verbo, a presença no mundo da Sabedoria de Deus. “Cristo crucificado é poder de Deus e sabedoria de Deus”, escreveu Paulo em 1Cor 1,24.

O Apóstolo dá destaque às tribulações, aos revezes provenientes com a prática da fé e nos diz que elas nos levam à esperança de sermos acolhidos pelo amor de Deus. Esse amor, continua Paulo, não nos decepciona, mas ocupa o primeiro lugar, deixando a justificação e a justiça para o segundo plano. Portanto, quem triunfa é o amor, por isso a paz em nossa vida.

O Espírito constrói em nós uma vida nova. De fato, em Cristo somos novas criaturas, somos no Filho. E se somos filhos de Deus, entre nós somos irmãos.

Assim, somos chamados a essa unidade, à vida nova daqueles que professam a fé em Cristo ressuscitado, irmãos do mesmo Pai, na unidade do Espírito Santo, que nos anima e vivifica no Amor da Santíssima Trindade.

Padre César Augusto dos Santos SJ

inizio pagina

Atualidades



Editorial: Um jardim chamado Terra

◊  

 

Cidade do Vaticano (RV) - Grande expectativa pela publicação da Encíclica do Papa Francisco dedicada à ecologia humana prevista para as próximas semanas. Uma expectativa que cresce junto com a necessidade de uma maior atenção à criação e ao ser humano. Dois pontos que certamente estarão presentes na Encíclica são a preocupação pela salvaguarda da Criação e a salvaguarda por uma ecologia e uma antropologia sãs. As duas caminham juntas, não se pode deixar de lado a salvaguarda da Criação e depois pretender cuidar da vida humana, do seu bem-estar, da sua saúde.

A temática da salvaguarda da Criação não é recente na Igreja, recordamos que já Paulo VI e João Paulo II chamaram a atenção para a questão ecológica, para uma conversão ecológica. O que está neste momento fazendo o Papa Francisco, é amplificar esta questão e este tema, pois é evidente que o homem moderno não cuida da criação; são muitas as provas do efeito deste tratamento abusivo do ambiente. O Cardeal Peter Turkson falando tempos atrás à Rádio Vaticano afirmou: “se a Bíblia utiliza o paradigma do “jardim” quando fala da Terra, isso nos convida a conservar a sua beleza mas também a sua delicadeza e a possibilidade de destruir esse jardim, transformando-o em um deserto”.

Os temas do crescimento econômico junto com a sustentabilidade ecológica devem caminhar juntos. Nós como herdeiros de Deus nesta terra, que nos foi dada como dom a ser preservada, temos a obrigação de conservá-la do melhor modo possível; por isso os seus recursos devem ser protegidos e acessíveis a todos, inclusive aos pobres e às novas gerações.

Os mais críticos ao paralelismo do tema, “economia-meio ambiente”, salientam o temor que a sustentabilidade ecológica possa reduzir o crescimento econômico. Uma relação inevitável, mas que pode ser administrada muito bem, através do respeito da dignidade da pessoa, do seu trabalho e da “boa riqueza” que deve ser redistribuída de modo equânime. Neste diálogo, muitas vezes “de surdos”, é preciso encorajar o mundo econômico, os empresários a reconhecerem o fato de que é preciso preservar a Criação; a ecologia não significa acabar com a economia, com as empresas. Os produtos que ela realiza, se forem bons, responderão às necessidades das pessoas, ás suas exigências e não somente ao lucro.

Certa vez em uma mensagem a um encontro sobre o tema da globalização, o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin afirmou que “quando o futuro do planeta está em jogo, não existem fronteiras políticas, barreiras ou muros atrás dos quais podemos nos esconder dos efeitos da degradação ambiental e social”. Portanto, não há espaço - como recorda sempre o Papa Francisco – para a “globalização da indiferença”, da economia de exclusão, da “cultura do descarte”.

Francisco nos diz que devemos olhar para a Criação, mas também devemos olhar para ela com algo que inclui o desenvolvimento humano. Não se trata somente da proteção da Terra, da água, do céu e do ar, mas também do homem. Por isso é necessário um trabalho conjunto para criar uma ecologia humana sustentável.

Dois temas que na sua complexidade centralizam a atenção pois em qualquer modo ameaçam o bem-estar da humanidade de hoje e do futuro: temas que tocam o abismo entre ricos e pobres e o abismo entre o homem e natureza. Com a sua Encíclica, Francisco certamente irá contribuir de maneira eficaz para diminuir este abismo. Estamos consumindo o nosso planeta e não só isso, a nossa passagem neste momento está sendo erosiva, destrutiva para o ambiente, nossa responsabilidade no âmbito climático está atingido e ameaçando o nosso futuro.

Por isso, retomamos o discurso de uma necessária “conversão ecológica” que a Igreja há tempos prega, uma conversão do homem, da sua maneira de se comportar em relação ao universo que nos circunda. Portanto, a conversão, a mudança do nosso relacionamento com a Criação é, podemos dizer, a conversão de nós mesmos, do nosso coração, dos nossos sentimentos em relação ao meio-ambiente, em relação ao “jardim” chamado Terra. E a vida do homem depende desse jardim. Aguardamos com ansiedade a Encíclica de Francisco que certamente irá nos iluminar. (Silvonei José)

inizio pagina

EUA retiram Cuba da lista dos países que apoiam o terrorismo

◊  

Washington (RV) – Agora é oficial. Os Estados Unidos retiraram Cuba da lista dos países que financiam o terrorismo internacional, na qual a ilha figurava desde 1982. A medida é um passo fundamental para a normalização das relações diplomáticas entre os dois países. 

A decisão já havia sido tomada pelo Presidente Barack Obama em 14 de abril, tornando-se efetiva, no entanto, somente esta sexta-feira (29/05), ao final do prazo de 45 dias, no qual o Congresso estadunidense poderia levantar alguma objeção. Com os caminhos desimpedidos, o Secretário de Estado John Carry pode assinar a ordem da retirada de Cuba da lista, em que permanecem somente três países: Irã, Síria e Sudão.

Cuba foi inscrita na lista há 33 anos, em plena Guerra Fria, acusada de apoiar grupos rebeldes comunistas na América Latina - das Farc colombianas à organização basca ETA, na Espanha – e por acolher foragidos estadunidenses procurados por crimes de natureza política.

A próxima etapa na normalização das relações entre os dois países, será a reabertura das respectivas embaixadas, prelúdio do fim do longo embargo estadunidense contra Havana. Um degelo que teve papel preponderante do Papa Francisco, como reconheceram, quer Raul Castro como Obama. (JE)

 

 

 

inizio pagina

A torcida da paz

◊  

Belo Horizonte (RV) - A Igreja Católica na Arquidiocese de Belo Horizonte promove, no último domingo de maio, a 15ª edição da Torcida de Deus, no Estádio do Mineirão. São 40 anos desse importante evento que põe em foco, no centro, o Mistério da Eucaristia, fonte inesgotável e insubstituível do amor, Jesus Cristo, o Salvador. A lição celebrada, professada e testemunhada é o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, por sua oferta redentora na Cruz. Esse ensinamento reforça a convicção de que o resgate verdadeiro e perene de nossa humanidade se alcança pelo amor. Um estádio, palco de partidas de futebol, ambiente marcado pela emoção de torcedores diversos, apaixonados por seus times, congrega num coração só a grande Torcida de Deus, os que investem no amor, buscam construir a paz. Trata-se de uma união essencial, que precisa encorpar-se sempre mais, particularmente para ser contraponto aos crescentes cenários de violência, de todo tipo.

A 15ª Torcida de Deus se reveste de uma significação ainda mais relevante. A Igreja Católica no Brasil, liderada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desde o início do Tempo do Advento, no ano passado - preparação para o Natal do Senhor - investe na promoção do Ano da Paz. A promoção da paz tem uma fonte certa e insubstituível: o amor de Deus. Participar da Torcida de Deus é comprometer-se com esse amor sem medidas. É caminhar na direção da paz, tornando-se instrumento de sua conquista. A tarefa de cada “torcedor de Deus” é cultivar o próprio coração como coração da paz.

No amplo e continental horizonte da Igreja Católica, presente em todo o Brasil, a Torcida de Deus, realizada em Minas Gerais, ultrapassa o sentido de um evento local. As redes sociais, rádios e TVs de inspiração católica, os meios de comunicação diversos estarão na mesma sintonia, fazendo chegar ao coração de todos os brasileiros tudo o que acontece no Mineirão, lugar onde estará o altar de Cristo. Esse evento de grande magnitude, na simplicidade da fé convicta de todos os participantes, indica que a Igreja inteira, de todos os recantos do Brasil, de alguma maneira, está convidada à comunhão para fazer ecoar forte o grito da torcida pela paz. Um testemunho público de fé, fortalecido pela beleza singular desse momento especial, para que a sociedade avance um pouco mais na convicção e no seu comprometimento com a promoção da paz. Todos são convidados a fazer ecoar o grito da Torcida de Deus. Assim é possível cultivar a certeza de que as mudanças são possíveis quando a sociedade investe na paz. Nesse caminho, a mídia tem grande e determinante responsabilidade, em razão de sua força educativa, que forma opiniões. A Torcida de Deus merece ser apresentada como oportunidade singular nesta árdua tarefa cidadã de se buscar a paz.

Trata-se de caminho longo, que demanda muitos gestos concretos para superar graves quadros. A violência custa bilhões aos cofres públicos, a corrupção distancia a sociedade dos trilhos da justiça e da honestidade. A promoção da paz inclui o desafio de atacar, sistemicamente, as muitas causas alimentadoras da crescente violência no Brasil. Entre as mais graves, não se pode descartar ou tratar superficialmente o seríssimo e vergonhoso cenário da exclusão social. As mudanças até então promovidas com os programas sociais - ainda não emancipatórios, mas de caráter compensatório - não estão fazendo diferença na superação da violência.

Frentes governamentais e da sociedade organizada precisam encontrar respostas mais incidentes. Trata-se de um desafio enorme em razão da inércia de inteligências e da incapacidade de lideranças, formadores de opinião e construtores da sociedade pluralista. A promoção e a conquista da paz são determinadas pela competência humanística e espiritual de aproximar-se do outro, particularmente dos mais pobres. Assim supera-se a indiferença. O segredo maior e a eficácia mais pertinente vem da competência adquirida com o exercício de fixar o olhar n’Ele, Cristo, fonte do amor, caminho para a paz. Participe da Torcida de Deus, no Mineirão, na sua casa, de longe ou de perto, pelos meios de comunicação e redes sociais. Vamos juntos torcer pela paz.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

inizio pagina