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Sumario del 02/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: laços que não se compram nem vendem são maior dom da família

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa apresentou, na Audiência geral desta quarta-feira (2/9), uma de suas últimas reflexões no contexto das catequeses sobre a família: a evangelização – com ênfase em um aspecto particular.

 

“Voltemos nosso olhar sobre o modo com o qual a família vive a responsabilidade de comunicar a fé, de transmitir a fé, seja ao interno dela ou ao externo”, destacou Francisco.

Quando Jesus afirma o primado da fé em Deus – recordou o Papa – “não encontra uma comparação mais significativa” para expressar essa vivência “do que a afetividade em família”.

“Estes laços familiares, dentro da experiência de fé e do amor de Deus, são transformados, são ‘preenchidos’ de um sentido maior e são capazes de ir além deles mesmos para criar uma paternidade e uma maternidade mais amplos, e para acolher como irmãos e irmãs também aqueles que estão à margem de qualquer vínculo”, refletiu o Pontífice.

A gramática da família

Neste contexto, o Papa lembrou do trecho do evangelho de Marcos no qual Jesus responde – apontando para seus discípulos – que ali estão sua mãe e seus irmãos, e não do lado de fora.

“A sabedoria dos laços que não se compram e não se vendem é o dom principal da família. Em família, aprendemos a crescer naquela atmosfera dos laços. A ‘gramática’ se aprende no seio da família, caso contrário é bem difícil aprendê-la. É justamente esta a linguagem por meio da qual Deus se faz compreender por todos”, sublinhou Francisco.

"Estilo familiar"

Ao afirmar que a difusão de um “estilo familiar” nas relações humanas é uma benção para os povos por trazer outra vez a esperança para a Terra, o Papa reforçou um convite especial.

“O chamado a colocar os laços familiares no âmbito da obediência da fé e da aliança com o Senhor não os mortifica; ao contrário, os protege, os desvincula do egoísmo, os cuida do degrado, os coloca a salvo para a vida que não morre”.

E acrescentou: “quando os laços familiares se deixam converter ao testemunho do Evangelho, se tornam capazes de coisas impensáveis, que fazem tocar com as mãos as obras que Deus realiza na história, como aquelas que Jesus fez para os homens, as mulheres que as crianças que encontrou”, disse Francisco.

O agir de Deus

Ao recordar o mistério da ação de Deus neste mundo, Francisco enalteceu dois aspectos importantes nos quais os homens se relevam instrumentos de amor.

“Um só sorriso milagrosamente saído do desespero de uma criança abandonada, que recomeça a viver, nos explica o agir de Deus no mundo mais do que mil tratados teológicos. Um só homem e uma só mulher, capazes de arriscar e de se sacrificar pelo filho do outro, e não somente pelo próprio, nos explicam coisas do amor que muitos cientistas não compreendem mais”, arrebatou o Papa.

Protagonismo da família

O Papa então auspiciou que seja restituída à família – a partir da Igreja – o protagonismo de poder responder ao chamado de Jesus e ser maestra do mundo com base na aliança do homem e da mulher com Deus.

“Pensemos ao desenrolar deste testemunho, hoje. Imaginemos que o leme da história (da sociedade, da economia, da política) seja entregue – finalmente! – à aliança do homem e da mulher, para que o governem com o olhar voltado às gerações futuras. Os temas da terra e da casa, da economia e do trabalho, tocariam uma musica muito diferente”, idealizou o Pontífice.

Desertificação da sociedade

Francisco concluiu sua catequese com uma apelo à vida em comunidade ao afirmar que a aliança da família com Deus é chamada hoje a contrastar a desertificação comunitária da cidade moderna.

"As nossas cidades estão desertificadas pela falta de amor, pela falta de sorriso. Tanta diversão, tantas coisas para perder tempo e rir, mas o amor, falta. O sorriso de uma família é capaz de vencer esta desertificação. Esta é a vitória do amor, da família", improvisou Francisco.

Ao retomar a catequese, o Papa disse: “Nenhuma engenharia econômica e política é capaz de substituir esta contribuição das famílias... Devemos sair das torres e dos quartos blindados das elites para voltar a frequentar as casas e os espaços abertos das multidões”.

E finalizou: “Rezem por mim, rezemos uns pelos outros, para que sejamos capazes de reconhecer e apoiar as visitas de Deus. O Espírito trará uma bagunça saudável às famílias cristãs, e a cidade do homem sairá de sua depressão”.

Apelo pela paz

Ao final da Audiência geral, o Papa fez um apelo pela paz ao recordar que, nestes dias, também o Extremo Oriente recorda o fim da Segunda Guerra Mundial. Ao renovar suas fervorosas orações ao Senhor para que, por intercessão de Nossa Senhora, o mundo de hoje não precise mais experimentar os horrores e os assustadores sofrimentos de tais tragédias, o Papa reiterou o pedido de seus predecessores: “Guerra nunca mais”. (RB)

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Papa na audiência: não ao tráfico de armas e à loucura da destruição

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da audiência geral desta quarta-feira (2), na Praça São Pedro, Papa Francisco fez um apelo pela paz no mundo e pelos povos que sofrem as dramáticas consequências dos conflitos que ainda ensanguentam o planeta. Repetindo a exortação “nunca mais a guerra”, lembrou o final da II Guerra Mundial que, nestes dias, está sendo celebrado também no Extremo Oriente. Francisco, no improviso, fez perceber como ainda hoje os povos “experimentam” os horrores dessas tragédias.

 
 
“Renovo a minha fervorosa oração ao Senhor de todos, para que, por intercessão da Virgem Maria, o mundo de hoje não experimente mais os horrores e assustadores sofrimentos de tragédias semelhantes. Esse é também o permanente desejo dos povos, em particular daqueles que são vítimas dos vários conflitos ensanguentados que estão acontecendo, das minorias e dos cristãos perseguidos”.
 
Papa Francisco, então, voltou a denunciar:
 
“A loucura da destruição e, também, daqueles que fabricam e fazem tráfico de armas, armas ensanguentadas, armas banhadas no sangue de tantos inocentes. ‘Nunca mais a guerra!’ é o grito aflito” dos nossos corações e dos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade, concluiu o Santo Padre. (AC) 

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Papa encontrará um país em transformação, diz Cardeal cubano

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Havana (RV) - "O Papa Francisco encontrará e verá um país em transformação crescente", afirmou o Arcebispo de Havana Cardeal Jaime Ortega, poucos dias antes da chegada do Pontífice à Ilha em 19 de setembro, onde cumprirá etapas em três cidades: Havana, Holguín e Santiago de Cuba, onde se localiza o Santuário de Nossa Senhora do Cobre. 

Atuação eficaz, discreta e silenciosa de Francisco

Para o purpurado, um dos artífices destas transformações é o próprio Francisco. O degelo entre Estados Unidos e Cuba - observou - é "histórico" e ao mesmo tempo "um processo único". "O Papa Francisco- precisou o Cardeal - chega em um momento em que existem duas embaixadas que representam os respectivos países. A possibilidade de estar entre nós e após ir aos Estados Unidos oferece a oportunidade de demonstrar o quanto deseja que estas relações progridam". Neste contexto, o purpurado recordou uma vez mais a intervenção de Francisco neste processo de aproximação, que já no passado havia definido como "eficaz, discreto, silencioso".

O Arcebispo de Havana revelou que durante o encontro realizado em 14 de agosto passado com o Secretário de Estado John Kerry, escutou do representante de Washington: "Espero que o Papa Francisco encoraje o Presidente Raúl Castro e o seu governo a continuar no caminho de melhoria destas relações".

Indulto aos prisioneiros

A propósito das cartas recebidas que lhe pediam uma mediação para a libertação de pessoas na prisão por crimes econômicos e deliquência comum, o Cardeal precisou que "são pessoas que esperam, por ocasião da visita do Papa, um indulto. Se isto ocorrerá ou não, a Igreja não pode se pronunciar, pois é algo que depende do Estado".

Ambiente popular

Por fim, Dom Ortega sublinhou que para a visita do Papa Francisco ao país existe "um ambiente popular" como nunca visto no passado, mesmo porque, neste caso - observou - o pensamento e o magistério do Santo Padre tem tido ampla divulgação na mídia do país. (JE/Efe)

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Jovens e catequistas nas intenções do Papa para setembro

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Cidade do Vaticano (RV) – Os jovens e os catequistas estão nas intenções de oração do Papa Francisco para o mês de setembro. 

A intenção universal é: “Para que se multipliquem as oportunidades de formação e de trabalho para os jovens".

"No Brasil e em outros países, falta aos jovens uma boa formação para atender a demanda das indústrias, do comércio e de outras atividades. Essas situações são responsáveis até pela busca de falsas saídas na dependência das drogas, ou na opção pela criminalidade. É pelas novas gerações que o Papa Francisco nos convida a rezar! No fundo é por toda a sociedade! Rezemos com fervor! Confiemos nossos jovens ao Sagrado Coração", lê-se no site do Apostolado da Oração.

Já a intenção pela evangelização é “Para que a vida dos catequistas seja um testemunho coerente da fé que anunciam”.

O Papa nos exorta a rezar por todos aqueles que se dedicam a ajudar crianças, jovens e adultos a conhecer e a amar o Senhor Jesus.
“Ensinar a fé é algo muito valioso e um trabalho magnífico. Poder apresentar às crianças quem é Jesus, fazê-Lo ser conhecido e amado é uma dádiva, é um dom. Uma missão que não é simples e poucos são os que aceitam o grande desafio. Esse seja, talvez, o melhor legado que podemos passar: a fé!”, é o que se lê ainda no site do Apostolado da Oração, que prossegue:
“Peçamos a intercessão da Virgem Maria, nossa Mãe, para que surjam novos catequistas e os que já caminham no serviço à Igreja tenham novo ânimo para dar seguimento na evangelização. Que São José de Anchieta, padroeiro dos catequistas e grande evangelizador, interceda, inspire e ilumine-os em sua missão. Amém!”

(BF)

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Igreja na América Latina



"Escandalosas as expulsões na Venezuela", dizem bispos

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Bogotá (RV) – Os Bispos da região do Caribe consideram como “escandalosa e infame” a expulsão dos cidadãos colombianos da Venezuela. A origem da decisão do Governo de Nicolàs Maduro foi um tiroteio ocorrido na divisa entre os dois países, que feriu um civil e três soldados venezuelanos. A agressão foi atribuída à “forças paramilitares colombianas”.

A Venezuela declarou estado de emergência e o fechamento da fronteira enquanto não for controlada a venda de produtos de contrabando, o que levou a um verdadeiro drama milhares de cidadãos colombianos expulsos. A eles os bispos expressaram “oração e solidariedade”.

Uma declaração do episcopado foi divulgada após a reunião realizada em Barranquilla de 26 a 28 de agosto e da qual tomaram parte, além dos prelados, também representantes de redes sociais para o desenvolvimento e a paz na região. O documento final dos trabalhos, de fato, traça um quadro desolador da situação vivida na região: “Vivemos tempos difíceis e caóticos, com um evidente desprezo pelo valor fundamental da vida expresso em muitas formas”, lê-se na mensagem.

Os fatores que obscurecem um horizonte de paz e reconciliação

“O prolongado conflito armado, o aumento das possibilidades militares das organizações militares, o flagelo do narcotráfico, a polarização da sociedade em amigos e inimigos, a crescente deterioração ambiental e o aumento da corrupção; a seca e a desnutrição que atingem as famílias mais pobres”, são todos fatores – sublinham os bispos – que “obscurecem o horizonte da construção de uma nova sociedade reconciliada e pacífica, desejo comum de toda a região”.

O amor misericordioso abre novos horizontes

Por este motivo os bispos reiteram seu empenho em “trabalhar pela reconciliação e a paz, inspirados nos valores evangélicos”, e em “reforçar as organizações católicas e os processos educativos que contribuem para uma cultura da paz”, ampliando a participação dos cidadãos na vida da sociedade e que “contribuam para uma melhoria das condições da vida da comunidade”. O documento chama a atenção para a necessidade de se “reforçar a reconciliação social baseada na verdade que não pode ser escondida nem deformada, na justiça, que torna possível recuperar plenamente todos os direitos, e no amor, que abre as portas aos horizontes do perdão”.

Promover os direitos humanos, verdade e justiça

Nas palavras dos bispos colombianos ainda existe o sonho de uma região do Caribe caracterizada pelas “riquezas naturais, pluralidade étnica, cultura da reconciliação e da paz em comunhão com Deus, com os outros e com a natureza; a prática dos valores como harmonia, diálogo, perdão, confiança, misericórdia; a promoção de direitos humanos, da verdade, da justiça; a reconciliação do tecido social em modo participativo e inclusivo”.

Bem-aventurados os promotores de paz

“Bem-aventurados  os promotores da paz!”, escrevem por fim os Bispos do Caribe, referindo-se à um trecho da Exortação Apostólica Evangelii gaudium do Papa Francisco em que se recorda que o modo mais adequado de colocar-se diante do conflito “é aceitar suportá-lo, resolvê-lo e transformá-lo em um anel de ligação de  um novo processo”. (JE)

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Igreja no Mundo



Vaticano confirma primeira reitora da Pontifícia de Salamanca

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Salamanca (RV) - A catedrática em Direito Eclesiástico do Estado, Myriam Cortés, foi confirmada na terça-feira (1º/9) como nova Reitora da Universidade Pontifícia de Salamanca pelo Grão Chanceler da instituição católica, o Bispo Dom Carlos López Hernández. 

Cortés é a primeira mulher a dirigir a Universidade Pontifícia de Salamanca, sucedendo no cargo a Ángel Galindo. Sua eleição foi confirmada pela Congregação para a Educação Católica da Santa Sé, após seu nome ser apresentado pela Comissão Permanente da Conferência Episcopal.

Formada em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela e em Direito Canônico pela Universidade Pontifícia de Salamanca, Myriam Cortés é docente em Direito Eclesiástico do Estado pela UPSA desde 2008. Ademais, foi Decana da Faculdade de Direito Canônico entre os anos de 2004 e 2010, além de Secretária Geral da UPSA de 2011 a 2013.

Cortés também foi Diretora da Revista espanhola de Direito Canônico e membro da comissão assessora da Junta Episcopal de Assuntos Jurídicos dentro da Conferência Episcopal Espanhola. Atualmente leciona nas Faculdades de Direito Canônico e Teologia da Universidade Pontifícia de Salamanca.

Em 3 de julho de 2014 a Congregação para a Educação Católica havia nomeado como Reitora da Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, a Professora Mary Melone, Decana da Faculdade de Teologia da mesma Universidade. Foi a primeira vez que uma mulher assumiu o cargo de Reitora em uma universidade pontifícia. (JE)

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Igreja austríaca vai acolher mil refugiados

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Viena (RV) - A Arquidiocese de Viena promete acolher nas próximas semanas cerca de mil refugiados do Oriente Médio em suas instalações no centro da capital austríaca, anunciou o Cardeal Christoph Schönborn. 

"Em nome da Diocese de Viena posso dizer que podemos receber com segurança cerca de mil refugiados nas próximas semanas nas instalações da Igreja", declarou o Cardeal Schönborn na noite de terça-feira à emissora pública ORF.

Além disso, o Arcebispo assegurou que outras dioceses e também mosteiros no resto do país deveriam oferecer alojamento para os refugiados, que chegam às centenas à Áustria a cada dia.

A Igreja católica austríaca havia sido alvo de críticas nas últimas semanas pela sua postura de seus membros diante do afluxo maciço de refugiados na Áustria. "Não podemos passar a vida dando aulas sobre como tratar os refugiados e não fazer a nossa parte", reconheceu a autoridade suprema da Igreja Católica austríaca.

O Cardeal também instou as autoridades a acelerar os procedimentos de asilo político para os refugiados sírios, que já o recebem – segundo ele - em 99% dos casos.

"Por que eles devem passar por um processo tão pesado?", perguntou o Cardeal Schönborn, referindo-se ao procedimento de asilo na Áustria, que pode levar um ano, enquanto na vizinha Alemanha é feito em poucos meses.

As autoridades austríacas estimam que a república alpina receberá este ano cerca de 80.000 refugiados do Oriente Médio, especialmente sírios, iraquianos e afegãos. (JE/EFE)

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Encontro em Tirana reúne "Religiões pela Paz"

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Tirana (RV) - A paz não é somente possível, mas também necessária para superar os problemas que atravessa a Europa e o mundo. Primeiramente, o desafio das migrações. Com esta convicção, a Comunidade de Santo Egídio promove de 6 a 8 de setembro em Tirana, Albânia, o Encontro Internacional das Religiões e das Culturas em Diálogo com o título "A paz é sempre possível" e que reunirá 400 personalidades do mundo político, cultural e religioso. 

Trabalhar a favor da paz

Ao apresentar os temas e as personalidades participantes do encontro, o Presidente da Santo Egídio, Marco Impagliazzo afirmou estar convencido da necessidade de se "superar o pessimismo que reina, pois se não se investe na paz, não é possível superar os problemas, o primeiro dos quais, as migrações e as tragédias que infelizmente sempre as acompanham". É chegado portanto o momento, de agir em favor da paz.

Mensagem do Papa Francisco

O Encontro de Tirana será aberto na tarde de domingo, 6 de setembro, com a leitura de uma mensagem do Papa Francisco - que deu "forte apoio e sustento" à iniciativa, sobretudo pela escolha da Albânia como país sede - e se concluirá na Praça do Ateísmo, que na ocasião será rebatizado de "Praça das fés e das religiões", para dizer que aquela página trágica da sua história foi finalmente virada".

Encontro de Assis

Também na pauta dos debates o Iraque e o Curdistão, além do 30° Encontro das Religiões para a Paz a ser celebrado no próximo ano, em recordação do Encontro de Assis, realizado em 1986 por desejo do Papa João Paulo II. "O Espírito de Assis da Guerra Fria ao mundo global" é o título do painel, pois - como explica Impagliazzo - as religiões estão hoje diante de novos desafios, entre os quais o problema do "recrudescimento da violência de matriz religiosa".

Participantes

Participarão do encontro, entre outros, o Patriarca Sírio-ortodoxo de Antioquia, Ignatius Aphrem II, que falará da Síria, e o Cardeal John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, para falar da tragédia dos cristãos perseguidos. Consistente será a delegação da comunidade judaica, que terá a presença do Rabino Chefe de Roma, Riccardo Di Segni e do Rabino argentino Abraham Skorka. (JE)

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Fim da controvérsia: Mosteiro de Dajla pertence à Igreja croata

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Zagreb (RV) – O Mosteiro beneditino de Dajla, em Istria, que em 2011 esteve ao centro de uma controvérsia que envolveu a Santa Sé, a diocese local e o governo croata, foi restituído à Igreja Católica croata, enquanto os beneditinos da Abadia de Praglia, próxima à Pádua, renunciaram definitivamente à propriedade que haviam perdido em 1947, informa a imprensa de Zagreb.

O Tribunal de Pola estabeleceu recentemente que os cerca de 400 hectares da área próxima ao mar e as construções do mosteiro, de considerável valor, não poderão ser restituídos aos beneditinos de Praglia, que tampouco terão direito a qualquer ressarcimento. Segundo a Corte, a propriedade foi abandonada em 1947, quando Istria passou à Iugoslávia socialista do General Tito, enquanto o ressarcimento pelos bens confiscados é coberto pelos Tratados de Osimo de 1975 entre Itália e Iugoslávia.

Os representantes legais da Ordem religiosa confirmaram à Agência croata Hina que os beneditinos não entraram com nenhum recurso, nem foi pedida a revisão da sentença pronunciada pelos tribunais croatas. O Mosteiro de Praglia, portanto, pertence à paróquia local e à Diocese de Pola e Parenzo, à qual foi restituído nas anos noventa, após a queda do comunismo e a independência da Croácia.

A decisão do tribunal põe fim a uma longa controvérsia que exigiu uma intervenção do Papa Bento XVI. De fato, em julho de 2011, após a decisão de uma Comissão cardinalícia, o mosteiro foi entregue aos Monges Beneditinos de Praglia. O Bispo de Pola, Dom Ivan Milovan, à frente da Diocese istriana, se opôs fortemente a esta solução, recusando-se a colocar em prática a decisão.

Bento XVI o suspendeu por um dia. O contencioso suscitou polêmicas na Croácia e um racha na Igreja Católica local entre os apoiadores do bispo rebelde e os fieis ao Papa. Neste meio tempo, o Bispo de Milovan foi substituído e acabou por pedir demissão do cargo por motivo de idade.

Istria é uma penúnsula no Mar Adriático, situada entre o Golfo de Veneza, os Alpes Dináricos e o Golfo de Quarnaro. Segundo convenções geográficas, faz parte da região geográfica italiana. No entanto, a maior parte de Istria, pertence à Croácia, uma pequena parte à Eslovênia e uma parte mínima à Itália. (JE/Ansa)

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Formação



Para conviver em harmonia: com licença, desculpa e obrigado

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Cidade do Vaticano (RV) - Em nosso especial sobre a Família, o hóspede desta quarta-feira (02/09) é o Diretor espiritual do Colégio Pio Brasileiro em Roma, Padre Antonio Reges Brasil, da Arquidiocese de Pelotas (RS). 

Comentando a catequese do Papa sobre a evangelização e a comunicação da fé na família, o Padre nos recorda uma antiga reflexão de Francisco em que citava as três palavras fundamentais para a convivência e a harmonia familiar: com licença,desculpa e obrigado. Ouça clicando acima. 

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Dom Helder pedia Concílio com enfoque nos mais pobres

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II - vamos continuar a falar, na edição de hoje, sobre a participação de Dom Helder Câmara no evento conciliar. 

Dom Helder tinha plena consciência de que eram certos gestos e símbolos que dariam o sentido do Concílio às pessoas através das imagens que a elas chegassem. Neste sentido, estava sempre em busca de gestos que pudessem causar algum impacto como, por exemplo, a sugestão a João XXIII - e mais tarde a Paulo VI - de que a celebração de encerramento do Concílio fosse marcada pela simplicidade e profundidade dos gestos, fato que acabou ocorrendo, ao menos em parte.

Dom Helder também sabia que o Concílio se desenvolvia em várias plataformas distintas, a começar pelas Congregações Gerais, o que fazia com que trabalhasse através do Ecumênico, da Igreja dos Pobres, da CNBB e do CELAM, para que chegassem à Aula conciliar intervenções vigorosas e preferencialmente coletivas, capazes de dar um rumo aos trabalhos conciliares. Também nas Comissões de Trabalho - onde os textos eram elaborados, refeitos e trabalhados para serem submetidos à votação - Dom Helder teve uma atuação significativa, dando mais tarde sua contribuição nas Comissões dos Bispos e Governo das Dioceses, na do Apostolado dos Leigos e na do Esquema XIII, sucessivamente convertido na Gaudium et Spes.

Não podemos deixar de mencionar a atuação de Dom Helder nas Conferências da Domus Maria, 94 no total, (às quais dedicamos inúmeros programas) e que eram uma forma de colocar o episcopado brasileiro e Latino-Americano em contado com as diversas correntes espirituais e teológicas que moviam o Concílio Vaticano II.

Dom Helder Câmara não falou nenhuma vez na Aula Conciliar, não obstante tenha preparado intervenções notáveis depositadas por escrito na Secretaria Geral. Deixa patente em todas elas a sua visão de caráter mais abrangente e estratégica frente aos grandes problemas contemporâneos e às responsabilidades e missão da Igreja

Assim que o Cardeal Secretário de Estado Domenico Tardini escreveu a todos os bispos, em 18 de julho de 1959, solicitando sugestões para a agenda do Concílio, Dom Helder respondeu em duas páginas e meia, com sugestões que diferem em muito do estilo de respostas enviadas pela maioria do episcopado mundial. Inicialmente, Dom Helder propõe que o latim não seja a única língua do Concílio, pois fora do ambiente da Cúria e das Universidades Romanas não era de uso corrente. Inquieta-se, também, com o método que será usado no Concílio para trabalhar com a gama de sugestões que chegariam de todo o mundo sobre diversos temas, propondo então que os mesmos fossem agrupados em seis grandes áreas: economia, artes, ciências, política, questões sociais e religiosas.

O que mais lhe preocupava, no entanto, era o enfoque das questões a serem debatidas. Enquanto muitos falam do conflito entre as grandes potências do Oriente e Ocidente no contexto da Guerra Fria, Dom Helder deseja que a atenção do Concílio se volte para os 2/3 da humanidade mergulhados na fome e na miséria. Ele defende que a Igreja na América Latina, por meio do CELAM, poderia ter uma atuação mais eficiente no combate aos problemas do que a Operação Pan-americana proposta pelos Chefes de Estado do continente. Dom Helder propunha ainda um trabalho conjunto entre as Igrejas mais ricas, situadas no Canadá e Estados Unidos, com os demais países do continente americano, para superar a grave situação do existente. No entanto, o maior enfoque deveria ser sobre os países empobrecidos da África e da Ásia.

Suas proposições manifestadas assim de antemão, já faziam antever esta visão mais ampla que ultrapassava os limites da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde era Bispo Auxiliar (1952-1964), ou da Arquidiocese de Olinda e Recife, da qual se tornou Arcebispo em 1964; assim como do Brasil e do próprio continente, de cujo órgão eclesial – o CELAM – era Secretário Geral.

 

Fonte: Dom Helder Câmara e o Concílio Vaticano II. José Oscar Beozzo

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Atualidades



Porta aberta: Laudato si - Introdução

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Cidade do Vaticano (RV) - A partir desta quarta-feira (2/9) até o início do Ano Santo da Misericórdia, em 8 de dezembro, todas as quartas-feiras o Programa Brasileiro da Rádio Vaticano apresentará a adaptação para o rádio da íntegra da Encíclica Laudato Si do Papa Francisco. Nesta primeira edição do nosso novo espaço Porta Aberta, o nosso ouvinte poderá escutar os primeiros 9 parágrafos da Encíclica, composta por 246 parágrafos.  

1. «LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras».[1]

2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.

Nada deste mundo nos é indiferente

3. Mais de cinquenta anos atrás, quando o mundo estava oscilando sobre o fio duma crise nuclear, o Santo Papa João XXIII escreveu uma encíclica na qual não se limitava a rejeitar a guerra, mas quis transmitir uma proposta de paz. Dirigiu a sua mensagem Pacem in terris a todo o mundo católico, mas acrescentava: e a todas as pessoas de boa vontade. Agora, à vista da deterioração global do ambiente, quero dirigir-me a cada pessoa que habita neste planeta. Na minha exortação Evangelii gaudium, escrevi aos membros da Igreja, a fim de os mobilizar para um processo de reforma missionária ainda pendente. Nesta encíclica, pretendo especialmente entrar em diálogo com todos acerca da nossa casa comum.

4. Oito anos depois da Pacem in terris, em 1971, o Beato Papa Paulo VI referiu-se à problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é «consequência dramática» da actividade descontrolada do ser humano: «Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o ser humano] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação».[2] E, dirigindo-se à FAO, falou da possibilidade duma «catástrofe ecológica sob o efeito da explosão da civilização industrial», sublinhando a «necessidade urgente duma mudança radical no comportamento da humanidade», porque «os progressos científicos mais extraordinários, as invenções técnicas mais assombrosas, o desenvolvimento económico mais prodigioso, se não estiverem unidos a um progresso social e moral, voltam-se necessariamente contra o homem».[3]

5. São João Paulo II debruçou-se, com interesse sempre maior, sobre este tema. Na sua primeira encíclica, advertiu que o ser humano parece «não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles que servem somente para os fins de um uso ou consumo imediatos».[4] Mais tarde, convidou a uma conversão ecológica global.[5] Entretanto fazia notar o pouco empenho que se põe em «salvaguardar as condições morais de uma autêntica ecologia humana».[6] A destruição do ambiente humano é um facto muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano e, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias formas de degradação. Toda a pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer mudanças profundas «nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder, que hoje regem as sociedades».[7] O progresso humano autêntico possui um carácter moral e pressupõe o pleno respeito pela pessoa humana, mas deve prestar atenção também ao mundo natural e «ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado».[8] Assim, a capacidade do ser humano transformar a realidade deve desenvolver-se com base na doação originária das coisas por parte de Deus.[9]

6. O meu predecessor, Bento XVI, renovou o convite a «eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial e corrigir os modelos de crescimento que parecem incapazes de garantir o respeito do meio ambiente».[10] Lembrou que o mundo não pode ser analisado concentrando-se apenas sobre um dos seus aspectos, porque «o livro da natureza é uno e indivisível», incluindo, entre outras coisas, o ambiente, a vida, a sexualidade, a família, as relações sociais. É que «a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana».[11] O Papa Bento XVI propôs-nos reconhecer que o ambiente natural está cheio de chagas causadas pelo nosso comportamento irresponsável; o próprio ambiente social tem as suas chagas. Mas, fundamentalmente, todas elas se ficam a dever ao mesmo mal, isto é, à ideia de que não existem verdades indiscutíveis a guiar a nossa vida, pelo que a liberdade humana não tem limites. Esquece-se que «o homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza».[12] Com paterna solicitude, convidou-nos a reconhecer que a criação resulta comprometida «onde nós mesmos somos a última instância, onde o conjunto é simplesmente nossa propriedade e onde o consumimos somente para nós mesmos. E o desperdício da criação começa onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas vemo-nos unicamente a nós mesmos».[13]

Unidos por uma preocupação comum

7. Estas contribuições dos Papas recolhem a reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões. Mas não podemos ignorar que, também fora da Igreja Católica, noutras Igrejas e Comunidades cristãs – bem como noutras religiões – se tem desenvolvido uma profunda preocupação e uma reflexão valiosa sobre estes temas que a todos nos estão a peito. Apenas para dar um exemplo particularmente significativo, quero retomar brevemente parte da contribuição do amado Patriarca Ecuménico Bartolomeu, com quem partilhamos a esperança da plena comunhão eclesial.

8. O Patriarca Bartolomeu tem-se referido particularmente à necessidade de cada um se arrepender do próprio modo de maltratar o planeta, porque «todos, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a nossa contribuição – pequena ou grande – para a desfiguração e destruição do ambiente».[14] Sobre este ponto, ele pronunciou-se repetidamente, de maneira firme e encorajadora, convidando-nos a reconhecer os pecados contra a criação: «Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas húmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar... tudo isso é pecado».[15] Porque «um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus».[16]

9. Ao mesmo tempo Bartolomeu chamou a atenção para as raízes éticas e espirituais dos problemas ambientais, que nos convidam a encontrar soluções não só na técnica mas também numa mudança do ser humano; caso contrário, estaríamos a enfrentar apenas os sintomas. Propôs-nos passar do consumo ao sacrifício, da avidez à generosidade, do desperdício à capacidade de partilha, numa ascese que «significa aprender a dar, e não simplesmente renunciar. É um modo de amar, de passar pouco a pouco do que eu quero àquilo de que o mundo de Deus precisa. É libertação do medo, da avidez, da dependência».[17] Além disso nós, cristãos, somos chamados a «aceitar o mundo como sacramento de comunhão, como forma de partilhar com Deus e com o próximo numa escala global. É nossa humilde convicção que o divino e o humano se encontram no menor detalhe da túnica inconsútil da criação de Deus, mesmo no último grão de poeira do nosso planeta».[18]

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