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Sumario del 07/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: cristãos perseguidos hoje sob o silêncio cúmplice das potências

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Cidade do Vaticano (RV) - Hoje, muitos cristãos continuam sendo perseguidos no silêncio cúmplice de tantas potências: foi o que reiterou o Papa durante a Missa da manhã desta segunda-feira (07/09), na Casa Santa Marta. Na celebração, estava presente o novo Patriarca de Cilícia dos Armênios, Gregório Pedro XX Ghabroyan, a quem o Papa concedeu a Comunhão eclesiástica com uma carta de 25 de julho passado. 

Concelebrando junto ao Pontífice, realizando o rito da troca das Sagradas Espécies, confirmou a raiz eucarística da comunhão entre o Bispo de Roma, que preside na caridade, e a Igreja Patriarcal de Cilícia dos Armênios. Concelebraram a missa também o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, e todos os bispos membros do Sínodo da Igreja Patriarcal Armênio-católica.

Meditação

Escribas e fariseus estavam fora de si de raiva porque Jesus realizou o milagre do sábado e discutiam sobre como matá-lo. Inspirando-se no Evangelho do dia, Francisco falou sobre as perseguições que os cristãos sofrem ainda hoje, “talvez ainda mais do que nos primeiros tempos”: “são perseguidos, mortos, expulsos, desnudados somente por serem cristãos”.

“Queridos irmãos e irmãs, não existe cristianismo sem perseguição! Recordem-se da última Bem-aventurança: quando os levarem às sinagogas, os perseguirem, os insultarem... este é o destino dos cristãos. E hoje, diante deste fato que está acontecendo no mundo, com o silêncio cúmplice de tantas potências que poderiam detê-lo, estamos diante deste destino cristão. Ir no mesmo caminho de Jesus”.

O Papa recorda “uma das muitas grandes perseguições, a do povo armênio”: 

“A primeira nação que se converteu ao cristianismo: a primeira. Perseguida somente pelo fato de ser cristã. Nós hoje, lendo os jornais, ficamos horrorizados por aquilo que fazem alguns grupos terroristas que degolam as pessoas somente por serem cristãs. Pensemos nos mártires egípcios, recentemente, na costa da Líbia, que foram decapitados enquanto pronunciavam o nome de Jesus.”

“E o povo armênio foi perseguido, expulso de sua pátria, sem ajuda, para o deserto”, disse ainda o Papa. “Esta história começou com Jesus: o que fizeram “com Jesus durante a história foi feito com o seu Corpo, que é a Igreja. Hoje, eu gostaria, neste dia de nossa primeira Eucaristia, como irmãos bispos, a você, querido irmão Patriarca e a todos vocês bispos e fiéis e sacerdotes armênios, abraçar cada um e recordar esta perseguição que vocês sofreram e recordar os seus santos, os muitos santos que morreram de fome, frio, na tortura, no deserto por ser cristãos”.

“Que o Senhor nos dê uma inteligência plena para conhecer o Mistério de Deus que está em Jesus que leva a cruz, a cruz da perseguição, a cruz do ódio, a cruz do que vem da cólera” dos perseguidores provocada pelo “pai do mal”:

“Que o Senhor, hoje, nos faça sentir no Corpo da Igreja o amor pelos nossos mártires e também a nossa vocação ao martírio. Nós não sabemos o que irá acontecer aqui. Não sabemos! Mas que o Senhor nos dê a graça, se um dia acontecer essa perseguição aqui, da coragem e do testemunho que tiveram todos aqueles cristãos mártires, especialmente os cristãos do povo armênio.” (CM/MJ)

 

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Papa preocupado com "debandada" da Igreja dos jovens portugueses

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Cidade do Vaticano (RV) – “Uma Igreja serena, guiada pelo bom senso, escutada pela maioria da população e pelas instituições nacionais”: assim o Papa Francisco definiu a Igreja em Portugal, ao receber os membros da Conferência Episcopal Portuguesa, em visita ad Limina apostolorum. 

No discurso entregue aos cerca de 40 bispos, Francisco constata “com satisfação” que as luzes se sobrepõem às sombras. E ressalta aspectos positivos da vida eclesial, como a sinodalidade, um episcopado unido, sacerdotes preparados espiritual e culturalmente, consagrados que colaboram na pastoral de conjunto e leigos que exprimem a presença eficaz da Igreja para a autêntica promoção humana e social da Nação.

“O povo português é bom, hospitaleiro, generoso e religioso, ama a paz e quer a justiça”, escreve o Papa aos bispos, incentivando-os a prosseguirem no empenho de uma constante e metódica evangelização.

“Com viva confiança em Deus, não percais a coragem perante situações que suscitam perplexidade e vos causam amargura”, exorta Francisco, citando dois motivos de preocupação. O primeiro são algumas “paróquias estagnadas”, que necessitam reavivar a fé batismal. Trata-se de paróquias por vezes centradas e fechadas no “seu” pároco às quais a carência de sacerdotes, para além do mais, impõe abertura a uma lógica mais dinâmica e eclesial na comunhão.

Essas paróquias estagnadas contribuem para o segundo motivo de preocupação: a debandada da juventude da Igreja. O Papa convida os bispos portugueses a se questionarem por que a proposta de Jesus formulada pela Igreja local não convence os jovens.

“A Igreja em Portugal precisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama, para voltar a haver famílias cristãs estáveis e fecundas, para voltar a haver consagrados e consagradas que trocam tudo pelo tesouro do Reino de Deus, para voltar a haver sacerdotes imolados com Cristo pelos seus irmãos e irmãs. Temos tantos jovens desocupados e o Reino dos Céus à míngua de operários e servidores… Jesus caminha com o jovem...”

Para Francisco, é preciso passar do modelo escolar ao catecumenal. Isto é, não apenas conhecimentos cerebrais, mas encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido em dinâmica vocacional segundo a qual Deus chama e o ser humano responde.

O Papa conclui seu discurso aos bispos portugueses com uma exortação: “Retomai com empenho renovado o vosso caminho, levando a todos a certeza da minha fraterna solidariedade e empatia. Compartilho as vossas ânsias e as vossas esperanças, as vossas preocupações e as vossas alegrias; convosco e por vós invoco a Virgem Santíssima, para a Qual não cessem de tender os vossos corações com amor filial”. 

(BF)

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Vaticano apresentará decretos do Papa sobre nulidade matrimonial

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Cidade do Vaticano (RV) – Serão apresentados, nesta terça-feira (8/9), na Sala de Imprensa da Santa Sé, dois novos decretos do Papa Francisco sobre a reforma do processo canônico para as causas de declaração de nulidade do matrimônio.

As cartas na forma de Motu Proprio datae do Pontífice, nomeadamente Mitis Iudex Dominus Iesus e Mitis et misericors Iesus, referem-se, respectivamente, ao Código de Direito Canônico e ao Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

Em proposições ao longo do seu Magistério, o Papa apontou que seria necessária uma desburocratização do processo e que este fosse gratuito. (RB)

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Pe. Lombardi: Papa pede solidariedade concreta em toda Europa

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Cidade do Vaticano (RV) - O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, comentou nesta segunda-feira (07/09), o apelo feito depois do Angelus pelo Papa Francisco às paróquias, comunidades religiosas, mosteiros e santuários europeus para que acolham os refugiados. 

Segundo o jesuíta, “o pontífice deseja que em toda a Europa a comunidade católica promova o acolhimento neste momento em que a gravidade do problema dos refugiados e dos imigrantes se manifesta como atual e urgente para a solidariedade concreta num horizonte continental”.

Solidariedade

“O apelo do Papa é um apelo à solidariedade e ao acolhimento. O apelo a uma resposta criativa e generosa que nasce do coração do pontífice no contexto da preparação para o Jubileu da Misericórdia que deve ser vivida através de obras e não se refere a um plano operacional e organizacional predefinido.” 

“Naturalmente, quando o Papa cita as paróquias, entende as comunidades paroquiais como comunidades inseridas no território e não somente os párocos. As comunidades paroquiais poderão encontrar de formas diferentes os caminhos certos para realizar o acolhimento”, frisou Pe. Lombardi.

Refugiados, carne de Cristo

“O Senhor chama a viver com coragem e generosidade o acolhimento nas comunidades, nas casas e conventos vazios. Queridos religiosos e religiosas, os conventos vazios não servem à Igreja para transformá-los em hotéis e ganhar dinheiro. Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados. Somos chamados a fazer mais, acolhendo e partilhando com decisão o que a Providência nos doou para servir”, disse Pe. Lombardi recordando as palavras proferidas pelo Papa Francisco em 10 de setembro de 2013, durante sua visita ao Centro Astalli de Roma, sede italiana do Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS), com referência aos conventos vazios.
 
“Em relação às duas paróquias do Vaticano, o Papa se refere à Paróquia de Santa Ana e à Basílica de São Pedro, duas realidades muito diferentes uma da outra. Cada uma deve encontrar a maneira adequada para responder ao apelo do Papa”, concluiu o jesuíta. (MJ)

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Refugiados: paróquias Vaticano mobilizam-se para acolhimento

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Cidade do Vaticano (RV) - Após o apelo do Papa Francisco no Angelus deste domingo a acolher famílias de refugiados, dirigido também às duas paróquias do Vaticano – São Pedro e Sant’Ana –, a hospitalidade começa a ser organizada. A Rádio Vaticano entrevistou o pároco da Paróquia de Nossa Senhora Sant’Ana, no Vaticano, Pe. Bruno Silvestrini, agostiniano. Eis o que disse:

Pe. Bruno Silvestrini:- “Como Paróquia de Sant’Ana, Paróquia de São Pedro, realidade do Vaticano, em comunhão com o elemosineiro de Sua Santidade e com o centro da Caritas que temos aqui na Paróquia de Sant’Ana, pensamos em oferecer dois apartamentos. Mas não somente os apartamentos, porque para viver a moradia não basta: empenhamo-nos a encontrar trabalho para o chefe de família, de modo que possam enfrentar dignamente esse período, o tempo que permanecerão nesse lugar para poder enfrentar, seguidamente, a inserção nessa sociedade – se necessário – ou então, em outro lugar, segundo as necessidades deles. Agora, para nós, é o momento do acolhimento, o acolhimento que queremos dar aqui no Vaticano, de modo particular também com o sorriso nos lábios, com o entusiasmo cristão de quem acolhe amando as pessoas que estão diante de nós.”

RV: Há anos, a Paróquia de Nossa Senhora Sant’Ana oferece assistência e auxílio a tantas pessoas que vêm bater à porta da igreja…

Pe. Bruno Silvestrini:- “Como se sabe, nossa igreja é uma paróquia de confim, de fronteira. Está aberta todos os dias e todas as pessoas podem vir, independentemente da língua, da raça, da religião, da cultura. Alguns vêm para pedir, outros oferecem sua disponibilidade a ajudar. Ajudamos a todos naquilo que podemos, como podemos, sempre em comunhão com o elemosineiro, com a Caritas da paróquia, que procura prover alimento, vestiário, aquilo que é necessário.”

RV: Em particular, que tipo de serviço a Caritas da Paróquia de Sant’Ana, no Vaticano, oferece?

Pe. Bruno Silvestrini-“Temos o centro de recepção para quem quer fazer solicitações, também para algumas reivindicações e situações de dificuldade. Temos especialistas, pessoas que oferecem sua disponibilidade como voluntárias. Ademais, temos uma Caritas que se prodigaliza em acolher diariamente e prover todas as necessidades concretas naquilo que se pode ajudar. Além disso, temos a sexta-feira que é um dia, de certo modo, particular para nós em função do compromisso que temos à 7h da manhã: recebemos muitas pessoas, temos aposentados, pessoas que doam seu tempo para a distribuição de alimentos. Oferecemos a solicitude do acolhimento às pessoas anciãs, às pessoas sozinhas, às pessoas que, de certo modo, se encontram abandonadas. Portanto, procuramos acolher, ouvir e ajudar.” (RL)

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"Não somos Deus", recorda Papa no Dia da Amazônia

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Rio de Janeiro (RV) - Na noite de sábado, 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Cristo Redentor foi iluminado com imagens da floresta para chamar a atenção da população brasileira e do mundo para a importância das áreas protegidas. A ação, promovida pelo WWF-Brasil, contou com fotos produzidas por destacados fotógrafos brasileiros.

Em mensagem especial enviada para a ocasião, o Papa Francisco disse que estava feliz com a iniciativa e citou sua encíclica Laudato si':

"Possa o Santuário do Cristo Redentor, com a imagem de Jesus com seus braços abertos sobre a exuberante paisagem da natureza servir de lembrança que - Não somos Deus. A Terra existe antes de nós, e foi-nos dada. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da Terra aquilo de que necessita para sua sobrevivência. Mas tem também o dever de proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras".

No mesmo dia, como parte da campanha, o WWF-Alemanha também chamou a atenção para as áreas protegidas do Brasil em uma celebração próxima à Catedral de Colônia. Lá, foram projetadas 150 fotos do brasileiro Sebastião Salgado, coletadas por ele em expedições pela Amazônia e que integram o projeto "Gênesis".

As manifestações nas duas cidades ocorrem em um momento em que o mundo se prepara para as discussões sobre o acordo global para enfrentar as mudanças no clima da Terra - um tema em que as florestas têm papel crucial. A ação só foi possível graças à parceria entre o WWF-Brasil, a Arquidiocese do Rio de Janeiro e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

O superintendente executivo de Políticas Públicas e Relações Externas do WWF-Brasil, Henrique Lian, afirmou que a mensagem do Papa Francisco indica o quanto a conservação das florestas tropicais tornou-se uma preocupação mundial.

"O Papa já havia se manifestado sobre esse tema na sua encíclica, que trouxe para a vida do cidadão comum um sentimento proximidade e de respeito com a natureza. Agora ele reforça essa mensagem para esta ação e pede que ajudemos a cuidar da nossa casa comum", ressaltou.

Futuro

Entre unidades de conservação (parques, reservas, estações ecológicas) e terras indígenas, as áreas protegidas brasileiras somam cerca de 2,6 milhões de quilômetros quadrados.

"Vamos pedir a Deus que ajude nossa sociedade a tomar consciência sobre a importância dessas áreas, para que elas possam durar para sempre, em nome das futuras gerações", salientou o Padre Omar Raposo, Reitor do Santuário Cristo Redentor, representante da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

(Arqrio/BF)

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Igreja no Mundo



Visita pastoral do Card. Filoni a Bangladesh, Índia e Nepal

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Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, parte esta quarta-feira para a Ásia em visita pastoral, destaca a Fides, agência de notícias do dicastério vaticano.

De 9 a 13 do corrente estará em Bangladesh, centro-sul da Ásia, onde presidirá às celebrações pelo jubileu da Diocese de Rajshashi, visitará alguns centros para enfermos e portadores de deficiência administrados pela Igreja, encontrará os bispos e os representantes do clero, dos religiosos e dos leigos, além de seminaristas.

Nos dias 14 e 15 de setembro, o prefeito do dicastério missionário estará na Arquidiocese de Calcutá, na Índia, onde encontrará bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos da região. Um encontro será reservado aos formadores, aos seminaristas e aos noviços e noviças. Na manhã de 15 de setembro, o purpurado italiano celebrará a santa missa no túmulo da Beata Madre Teresa.

A última etapa da viagem, de 15 a 19, será dedicada ao Nepal, aonde o Cardeal Filoni chegará em sinal de solidariedade após o devastador terremoto de 25 de abril passado, e onde poderá constatar a situação atual encontrando aqueles que trabalharam com afinco diante da emergência, bem como sacerdotes, religiosos, leigos e fiéis de algumas paróquias. (RL)

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Formação



Menores migrantes na Europa: à margem da lei

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Cidade do Vaticano (RV) – Em abril deste ano a reportagem da Rádio Vaticano testemunhou o drama vivido pelos menores sobreviventes dos naufrágios no Mediterrâneo. 

Não bastasse a travessia, os que têm a sorte de chegar ao Velho Continente deparam-se com um limbo legislativo: se recebem documentos na Itália, não podem seguir viagem pela Europa. 

Meninos de 10, 11 anos jogam bola no pátio de uma creche em Reggio Calábria, no sul da Itália, que virou um centro de acolhimento de emergência somente para os menores imigrantes. Algo trivial se eles não fossem sobreviventes dos recentes naufrágios no Mediterrâneo.

Um voluntário italiano confirma que muitos deles foram resgatados da embarcação em que mais de 700 pessoas morreram afogadas por estarem trancadas no porão do barco. O atravessador as teria trancado embaixo para que não ocupassem o lugar de quem pagou mais para poder atravessar o Mediterrâneo ao ar livre.

A maior parte dos recém-desembarcados é da Somália, Etiópia e Eritreia. Países em conflito entre si por questões territoriais e étnicas. Apesar disso, tiveram que dividir o mesmo barco. Mas no abrigo as diferenças se acentuam: alguns episódios de violência entre os menores precisaram ser apartados por voluntários, médicos e policiais.

A grande maioria chegou ao abrigo doente, padeciam de sarna e piolhos. As marcas brancas na pele escura revelam que muitos ainda precisam ser curados para, depois, seguir viagem.

Futuro incerto

Said, da Eritreia, fala um pouco de inglês. Disse que quer chegar a Roma e, da capital italiana, seguir viagem para a Suécia, aonde teria familiares à sua espera.

Abi, também eritreu, por sua vez foi identificado e pediu asilo como refugiado. Em inglês, contou querer ir a Roma onde aguardará o resultado dos documentos. Não conhece ninguém lá, mas tem o sonho de concluir os estudos.

Abi é minoria no abrigo. Quase a totalidade dos menores se negou a ser identificada pela imigração italiana já que tem, assim mesmo, a proteção das leis internacionais até completar 18 anos. Outros querem evitar ser registrados na Itália pois pretendem chegar a outros países da União Europeia.

Desespero

O clima é de tensão. Um ônibus do Ministério da Imigração italiano aguarda do lado de fora: deveria seguir viagem com ao menos 40 menores. Destino: centros de educação sociais na Itália. Muitos não aceitam, não querem a separação ou mistura dos grupos étnicos.

Na noite anterior, um grupo de exatamente 40 menores fugiu do abrigo. Saíram sem rumo. Foram encontrados em uma igreja, famintos. Antes, ainda, outra forma de protesto: fizeram greve de fome para não serem registrados.

Sinto esse medo de serem reconhecidos. Evitam conversar comigo, viram o rosto diante da máquina fotográfica. São mais de 150 menores entre meninos e meninas que, sem documentos, são apenas números. Números de uma suposta rede internacional de tráfico de pessoas que ninguém afirmou existir, mas que se faz perceber pelos ‘olheiros’ entre os menores.

Ação missionária

A missionária italiana Lina Guzzo estava lá. Para ela, a presença destes ‘olheiros’ que controlam todos os passos dos menores é um sinal claro desta rede.

“Deu a entender que eles têm domínio sobre os pequenos. Uma vez que eles estão fora, eu não sei o que vai acontecer com estes pequenos. Ou eles se tornam como aqueles, opressores, ou eles acabam mortos, desaparecem”, declarou irmã Lina, da Congregação de Scalabrini.

Na linha de frente da acolhida aos imigrantes está a missionária brasileira Maria Helena Aparecida. Com mais de 40 anos de experiência na missão com imigrantes, não hesita ao afirmar que hoje o tráfico de seres humanos é mais rentável que o de drogas e armas. “Se algo não for feito na origem, será uma catástrofe”, disse a religiosa scalabriniana.

Com o verão e as condições meteorológicas favoráveis, as preocupações aumentam na Itália. Inevitavelmente, novos barcos de imigrantes zarparão da costa do norte da África em direção à Europa. “E nós estaremos aqui, esperando por eles”, afirmou a missionária brasileira. (RB)

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A formação permanente: destaque para os novos movimentos eclesiais

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”, com a participação do bispo da Diocese de Ponta de Pedras, Dom Alessio Saccardo, S.J. Natural de Marano Vicentino, Diocese de Vicenza, região italiana do Vêneto, Dom Saccardo está à frente desta Igreja particular do Pará desde 2002.

Na edição de hoje Dom Alessio atém-se a um dos temas de particular importância na Conferência de Aparecida – da qual nasceu a “Missão Continental” –, ou seja, a formação permanente.

O bispo jesuíta nos diz que, efetivamente, a formação permanente é um ponto básico do programa desta diocese da região amazônica e ressalta que não são poucos os desafios que colocam a duras provas atuar esse ponto.

Dom Alessio aponta, nessa tarefa, os novos movimentos eclesiais como os mais ativos e os mais capazes, sendo “fundamental a presença deles para que a Igreja viva esse espírito missionário, viva essa missão, e não seja autorreferencial”. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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Atualidades



Vida em primeiro lugar: o Grito dos Excluídos e o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Há anos o dia 7 de setembro constitui uma ocasião de debate e de reivindicação para a Igreja e para a sociedade brasileira. 

Este ano, o tradicional Grito dos Excluídos, que fecha a Semana da Pátria, propõe o lema “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”, sempre com o tema principal “Vida em primeiro lugar”.

Ari Alberti, da coordenação nacional do evento, ressalta que o princípio norteador do Grito dos Excluídos está em perfeita sintonia com o magistério do Papa Francisco.

“O Papa Francisco nos anima e nos dá muita força, porque questiona de fato este modelo de desenvolvimento, de que o dinheiro pode tudo. E um dos princípios, uma das ideias fundamentais do Grito é esta: queremos construir um modelo de sociedade onde a dignidade da vida seja colocada em primeiro lugar. O Papa Francisco é uma bênção no meio de nós neste tempo de tantas dificuldades.”

Clique acima para ouvir a reportagem completa.

(BF)

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Artigo: Dia da Pátria

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Jales (RV*) - Estamos em plena Semana da Pátria, neste ano de 2015. Em meio a tantos sinais de uma crise que vai se agravando e mostrando sua complexidade, é mais do que bem vindo o Dia da Pátria.  Com tantas divergências a nos dividir, parece que todos suspiramos pelo nosso Sete de Setembro, dia da proclamação de nossa Independência, momento propício para deixar-nos contagiar por sentimentos que nos unem. 

Não é por nada que as palavras se assemelham. Com a Pátria, temos um “patrimônio” comum indispensável, a conservar, a recordar, a celebrar, e a nos orgulhar de nosso País, de nossa terra, de nossa gente, de nossa identidade nacional.

 Corremos o risco de perder este patrimônio, diante do acirramento de posições divergentes, que exasperam os ânimos, e induzem a radicalismos, que toldam horizontes mais amplos, onde ainda seria possível reencontrar valores que permanecem ao longo da trajetória histórica de nosso País.

Parece conveniente, no clima de tensão que estamos vivendo, o convite para a constatação serena de valores que nos enchem de orgulho diante de nossa Pátria, sem negar as dificuldades que agora se manifestam, e o peso histórico de desigualdades e de injustiças estruturadas, que marcam ainda a identidade do Brasil.

Este convite à moderação visa suscitar um clima favorável para a sadia discussão de nossos problemas, sem ignorar sua gravidade, mas também sem descrer de nossa capacidade de enfrentá-los e resolvê-los. Muitas circunstâncias são agora ditadas pela crise que o País atravessa. Diante delas precisamos encontrar a maneira adequada de proceder. De tal modo que a crise se torne oportunidade de consolidação histórica de nossas potencialidades, que no decorrer do tempo precisamos consolidar.

O Dia da Pátria já é positivo pelo clima de euforia que espontaneamente suscita.  Muitos reduzem a celebração da Pátria a este clima festivo. E a maioria só olha as vantagens que o feriado proporciona.

Neste contexto, são salutares as iniciativas que visam resgatar para a cidadania a celebração do Dia da Pátria. Talvez a mais antiga é a “romaria dos trabalhadores”, que há décadas vem sendo realizada, no dia Sete de Setembro, em direção ao Santuário de Aparecida. Este fato não deixa de ser muito sintomático. A história moderna testemunha que o movimento operário coincidiu com um longo período de laicismo, que produziu a ruptura com as expressões religiosas. Agora o fenômeno é inverso: os movimentos sociais fazem questão de contar com o componente religioso, sobretudo em suas manifestações coletivas.

Outra iniciativa que emplacou muito bem foi o Grito dos Excluídos. Realizado a primeira vez em 1995, a partir de lá, ele vem marcando presença na promoção de manifestações populares, dentro do seu claro objetivo de resgatar para a cidadania a celebração do Dia da Pátria. Ele sempre contribui com a proposta de temas para debates e manifestações, com subsídios feitos com critério e competência.

Seja como for, o Dia da Pátria está propondo que nos defrontemos com nossos problemas com coragem e lucidez, ao mesmo tempo estando dispostos a superá-los com competência e determinação.

*Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales

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Alemanha, França e Espanha devem acolher 60% de 120 mil refugiados

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Berlim (RV) – A ONU pede aos países europeus “uma proposta comum para dividir igualmente as responsabilidades” em matéria de migração. A declaração foi feita pela Alta Representação pela Política Comunitária Estrangeira, Federica Mogherini.
 
A União Europeia deve pedir à Alemanha, França e Espanha para acolher cerca de 60% dos 120 mil refugiados para nova inserção: em Berlim seriam 31 mil, em Paris 24 mil e em Madri seriam quase 15 mil pessoas. Os dados foram antecipados por fontes de Bruxelas, justamente quando o premiê da Hungria, Viktor Orban, pediu a Viena e Berlim de interromper a acolhida, contrariamente à decisão da semana passada quando disse: “a Europa deve fechar as fronteiras ou arrisca a chegada de milhões de migrantes”.
 
Mas a linha alemã parece ser taxativa: o governo divulgou que deve intervir com um total de 6 bilhões de euros em favor dos refugiados que nestes dias entram no país. A chanceler Angela Merkel agradeceu todos aqueles que se mobilizaram no final de semana pela emergência dos migrantes, mostrando “uma imagem da Alemanha que ‘nos deixa orgulhosos’”, disse ela.
 
Importante apreciação pela tomada de posição alemã por parte do premiê italiano Matteo Renzi que, em telefonema à Merkel, falou de “uma mudança de atitude e de um passo significativo” por parte da Europa. Na estação de trem de Munique, em 48 horas chegaram mais de 20 mil pessoas provenientes da Hungria. Parte deles foram conduzidos a Viena por um grupo de austríacos que, em carreata, foram até a fronteira para pegá-los.
 
Todavia, o Velho Continente ainda não fala com uma única voz. As mortes continuam no mar, mesmo depois que a fotografia do pequeno Aylan, sem vida, na praia turca, girou o mundo e tenha estarrecido e chocado as consciências: ao menos 20 pessoas são as vítimas do naufrágio na costa líbica deste domingo, segundo referiram alguns dos 100 migrantes que foram salvos pela Guarda Costeira Italiana e desembarcados em Lampedusa. (AC)

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Segunda-feira marca o Dia do Brasil na Expo 2015 em Milão

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Milão (RV) – No dia em que o Brasil celebra os 193 anos de independência, nesta segunda-feira (7/9), o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Milão abriga uma série de iniciativas. Dentre elas, o Dia do Brasil prevê uma apresentação da 31º edição dos Jogos Olímpicos que acontecerá no Rio de Janeiro entre 5 e 21 de agosto de 2016.

Desde a inauguração da feira, em 1º de maio, o Pavilhão do Brasil já recebeu mais de 2 milhões de visitantes e, no último dia 12 de agosto, bateu o próprio recorde de presenças na estrutura em rede instalada sobre o jardim botânico que reúne alguns dos principais cultivos brasileiros. Aproximadamente 26 mil pessoas passaram pela instalação.

As comemorações do Dia do Brasil se encerram com um espetáculo musical de João Donato.

Brasil na EXPO

Inovação, tecnologia e sustentabilidade são alguns dos temas que marcam a presença do Brasil na Expo 2015 e permitiram ao País incrementar a produtividade no setor agroalimentar que, nos últimos 40 anos, cresceu de modo exponencial: passou de 30 milhões para 180 milhões de toneladas. (RB)

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