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Sumario del 10/09/2015

Papa e Santa Sé

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Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: estilo de Jesus é a misericórdia, quem não perdoa não é cristão

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Cidade do Vaticano (RV) - Paz e reconciliação. Papa Francisco desenvolveu a sua homilia na missa da manhã desta quinta-feira na Casa Santa Marta, a partir deste binômio. O Pontífice condenou os que produzem armas para matar nas guerras, mas também chamou a atenção para os conflitos dentro das comunidades cristãs. O Papa fez mais uma nova exortação aos sacerdotes a serem misericordiosos como é o Senhor.

 

Jesus é o Príncipe da Paz, porque gera paz em nossos corações. O Papa Francisco inspirou-se nas leituras do dia para se deter no binómio paz e reconciliação. E imediatamente se perguntou se “nós agradecemos muito” por “este dom da paz que recebemos em Jesus”. A Paz, disse, “foi feita, mas não foi aceita”.

Sem armas, aniquila a guerra

Também hoje, todos os dias, “nos noticiários, nos jornais - constatou com amargura -, vemos que há guerras, destruições, ódio, inimizade”.

“Também há homens e mulheres que trabalham muito - trabalham muito! - para fazer armas para matar, armas que no fim se banham no sangue de tantas pessoas inocentes, de tanta gente. Há guerras! Há guerras e existe a maldade na preparação da guerra, de produzir armas contra os outros, para matar! A paz salva, a paz faz você viver, faz você crescer; a guerra aniquila você, leva você para baixo”.

Quem não sabe perdoar, não é cristão

No entanto, acrescentou, a guerra não é só essa, “mas ela também está em nossas comunidades cristãs, entre nós”. E este, ressaltou, é o “conselho” que hoje nos dá a liturgia”: façam a paz entre vocês”.  O perdão, acrescentou, é a “palavra-chave”: “Como o Senhor os perdoou, assim façam entre vocês”.

“Se você não sabe perdoar, você não é um cristão. Você vai ser um homem bom, uma boa mulher ... Porque não faz o que o Senhor fez. Mas, se você não perdoar, você não pode receber a paz do Senhor, o perdão do Senhor. E todos os dias, quando rezamos o Pai Nosso: "Perdoai-nos assim como nós perdoamos ... '. é um condicional'. Procuramos convencer Deus de que somos bons, como nós somos bons perdoando. Palavras, não? Como se cantava naquela bela canção: "Palavras, palavras, palavras", certo? Acho que Mina a cantava ... Palavras! Perdoem-se! Como o Senhor os perdoou, assim façam entre vocês”.

A língua destrói, faz a guerra

Há necessidade de “paciência cristã”, disse o Papa. “Quantas mulheres heróicas existem no nosso povo - disse – que suportam pelo bem da família, dos filhos tantas brutalidades, tantas injustiças: suportam e vão em frente com a família”. Quantos homens “heróicos existem em nosso povo cristão - continuou ele - que suportam se levantar de manhã cedo e ir para o trabalho - muitas vezes um trabalho injusto, mal pago - para voltar só à noite, para manter sua esposa e filhos. Estes são os justos”. Mas, advertiu, há também aqueles que “fazem trabalhar a língua e fazem a guerra”, porque “a língua destrói, faz a guerra!” Há outra palavra-chave, disse em seguida Francisco, “que é dita por Jesus no Evangelho”: “misericórdia”. É importante "compreender os outros, e não condená-los”.

Sacerdotes sejam misericordiosos, não batam nas pessoas no confessionário

“O Senhor, o Pai é tão misericordioso – afirmou - sempre nos perdoa, sempre quer fazer as pazes conosco”. Mas “se você não é misericordioso - advertiu o Papa - corre o risco de que o Senhor não seja misericordioso com você, porque seremos julgados com a mesma medida com a qual nós julgamos os outros”:

“Se você é um sacerdote e não se sente misericordioso, diga ao bispo para lhe dar um trabalho administrativo, não vá ao confessionário, por favor! Um sacerdote que não é misericordioso faz muito mal no confessionário! Dá bordoadas nas pessoas. 'Não, padre, eu sou misericordioso, mas estou um pouco nervoso ...'. “É verdade ... Antes de ir ao confessionário vá ao médico para dar-lhe uma pílula contra os nervos! Mas seja misericordioso!’. E mesmo entre nós misericordiosos. ‘Mas é ele que fez isso ... eu o que fiz?’; ‘Aquele é mais pecador do que eu!’: quem pode dizer isso, que o outro é mais pecador do que eu? Nenhum de nós pode dizer isso! Só o Senhor sabe”.

Como ensina São Paulo, evidenciou em seguida o Papa, é necessário se vestir de “sentimentos de ternura, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Este, disse Francisco, “é o estilo cristão”, “o estilo com o qual Jesus fez a paz e a reconciliação”. “Não é o orgulho, não é a condenação, não é falar mal dos outros”. Que o Senhor, concluiu, “nós conceda a todos nós a graça de nos suportarmos uns aos outros, de perdoar, de sermos misericordiosos, como o Senhor é misericordioso para conosco”. (SP)

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Papa: bispos devem ser pedagogos, guias espirituais e catequistas

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (10/09), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 130 novos bispos que participam, nesta semana, do curso anual promovido pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais.  

 

“Vocês são bispos da Igreja, chamados e consagrados recentemente. Vieram de um encontro irrepetível com o Ressuscitado. Atravessando os muros de sua impotência, o Senhor os alcançou com a sua presença, mesmo conhecendo suas falhas e abandonos, fugas e traições. Não obstante isso, Ele veio no Sacramento da Igreja e soprou sobre vocês. Este é um hálito que deve ser conservado, um sopro que abala a vida que nunca será a mesma de antes, mas que também dá serenidade e consola como a brisa suave”, frisou Francisco. 

Os bispos são testemunhas do Ressuscitado

O Papa recordou aos bispos que eles “são testemunhas do Ressuscitado”. “Esta é a sua primeira e insubstituível tarefa. Esta é a riqueza que a Igreja transmite também através de mãos frágeis. Lhes foi confiada a pregação da realidade que sustenta todo o edifício da Igreja: Jesus ressuscitou! Aquele que subordinou a própria vida ao amor, não podia permanecer na morte. Deus Pai ressuscitou Jesus! Também nós ressuscitaremos com Cristo”, frisou o Santo Padre.

Francisco sublinhou que os homens se esqueceram da eternidade. Segundo ele, “muitos são sequestrados pelo cálculo cínico da própria sobrevivência e se tornaram indiferentes, impermeáveis à possibilidade de vida que não morre. Todavia, somos investidos de perguntas cujas respostas vem do futuro definitivo”. 

“Penso nos desafios dramáticos como a globalização que aproxima o que está distante e por outro lado separa quem está perto. Penso no fenômeno da migração que abala os nossos dias. Penso no ambiente natural, jardim que Deus deu como moradia ao ser humano e outras criaturas, ameaçado pela míope e predatória exploração. Penso na dignidade e no futuro do trabalho humano do qual não usufruem inteiras gerações. Penso na desertificação das relações, na falta de responsabilidade difundida, no desinteresse pelo futuro e no fechamento crescente.  Penso no esmorecimento de muitos jovens e na solidão de muitos idosos”, disse ainda o Papa. 

“Não quero me concentrar nesta agenda de tarefas, pois  não quero espantá-los. Vocês estão ainda em lua de mel!”, disse ainda Francisco. “Como Bispo de Roma quero entregar vocês, mais uma vez, aos cuidados da alegria do Evangelho”. “Os discípulos se alegraram quando encontraram vivo o “Pastor que aceitou morrer pelo seu rebanho”. Vocês também devem se alegrar quando se consomem por suas Igrejas Particulares. Recordem-se sempre de que o Evangelho os protege. Não tenham medo de ir a qualquer lugar e permanecer com aqueles que o Senhor lhes confiou. Nenhum âmbito da vida humana deve ser excluído do interesse do coração do pastor. Não negligenciem as várias realidades de seu rebanho. Não renunciem aos encontros, se dediquem à pregação da Palavra viva do Senhor e convidem todos para a missão.”

Bispos pedagogos, guias espirituais e catequistas
 
O Papa convidou os bispos a serem pedagogos, guias espirituais e catequistas daqueles que frequentam suas comunidades e recebem a Eucaristia, guiando-os ao conhecimento do mistério que professam, ao esplendor do rosto divino escondido na Palavra que talvez estejam acostumados a ouvir mas sem perceber a sua força. “Não poupem energia em acompanhá-los na subida do Monte Tabor. Cuidem de seus sacerdotes para que despertem o encanto de Deus nas pessoas a fim de que sintam sempre o desejo de permanecer em Sua presença, sintam saudade de Sua companhia”, disse ainda Francisco. 

Bispos mistagogos

Francisco recordou em seu discurso aos bispos “as pessoas batizadas, mas que não vivem as exigências do Batismo”. “Algumas se distanciaram porque se desiludiram com as promessas da fé ou porque muito exigente lhes pareceu o caminho para alcançá-las. Vocês bispos são capazes de interceptar seu caminho. Se façam de viandantes aparentemente perdidos, perguntando o que aconteceu na Jerusalém de suas vidas e, discretamente, deixem elas abrir o seu coração. Não se escandalizem com suas dores ou suas decepções. Aqueçam os seus corações com a escuta humilde e interessada ao seu verdadeiro bem para que os seus olhos se abram e possam voltar ao Senhor.” 

Bispos missionários

“Como pastores missionários da salvação gratuita de Deus, busquem também aqueles que não conhecem Jesus ou o recusou”, disse ainda o Papa. “Não podemos prescindir dos irmãos que estão distantes. Vendo em nós o Senhor que os interpela, talvez tenham a coragem de responder ao seu convite divino. Se isso acontecer, as nossas comunidades serão enriquecidas e o nosso coração de pastor se alegrará. Este horizonte deve prevalecer em seu olhar de pastores no iminente Ano Jubilar da Misericórdia que em breve iremos celebrar”, concluiu o Papa Francisco. (MJ)

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Dom Adelar Baruffi destaca postura paternal do Papa Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (10) o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 130 novos bispos, nomeados a partir de setembro de 2014. Entre eles, dezessete bispos brasileiros. Eles estão em Roma participando de um curso de formação que teve início no dia 7 de setembro e que se estenderá até o dia 16. No Domingo, professarão a sua fé em uma missa na Basílica de São Pedro. 

Um dos Bispos presentes no encontro é Dom Adelar Baruffi, nomeado para a Diocese de Cruz Alta (RS), em 17 de dezembro de 2014, e que nos fala do encontro com o Papa e da experiência destes dias de aprendizado em Roma:

“O encontro com o Papa Francisco faz parte do nosso encontro dos bispos novos, que anualmente acontece, promovido pela Congregação dos Bispos aqui em Roma. O encontro é, digamos, um dos primeiros importantes objetivos do fato de nós estarmos aqui. Porque, o próprio motivo do nosso estar aqui é uma peregrinação, antes de ser um curso. Uma peregrinação ao túmulo do Apóstolo São Pedro, fundamento da Igreja. Por isto é antes de tudo uma questão de fé que nos traz aqui. Uma peregrinação e professar a fé, a mesma fé de Pedro, a mesma fé da Igreja. Em segundo lugar, o sinal de comunhão com o Santo Padre, o sucessor de Pedro e por isto, um dos modos desta comunhão visível foi o encontro com ele nesta manhã. E como sempre, o encontro com o Papa é muito marcante, mais ainda para nós bispos recém-ordenados, seja pela sua pessoa, pela sua simpatia, pela acolhida que ele demonstrou a cada um, e o grupo era grande, éramos mais de cem. Mas também por aquilo que ele nos deixou como mensagem, uma mensagem muito significativa pela nossa vida, identidade e missão do bispo na Igreja e no mundo de hoje”.

RV: O que o senhor poderia destacar do pronunciamento do Papa

“Eu vou destacar alguns pontos. O primeiro deles, em que ele coloca que o Bispo é sobretudo testemunha da ressurreição de Jesus Cristo. E por isto, nós no Colégio Apostólico, os sucessores do apóstolos, os apóstolos foram enviados por Jesus Cristo na força do Espírito Santo ao mundo,  para serem anunciadores da palavra e sobretudo a palavra que anuncia o Cristo Ressuscitado vivo no mundo, e no mundo de hoje, nas suas dificuldades também. Em primeiro lugar, para o bispo, esta certeza do Cristo vivo em sua vida, que a cada momento faz com que ele possa olhar a sua vida, reunida, reunificada no Cristo que ele é servidor. Depois ele também trouxe presente alguns pontos bem concretos. O bispo hoje. O bispo hoje deve ser o Bispo pedagogo, o Bispo mistagogo e o Bispo missionário, ele usou estas três palavras. O Bispo pedagogo, sobretudo o catequista, aquele que ajuda aqueles que são de dentro da Igreja, que fazem parte de nossas comunidades, para poderem progredir constantemente na fé, para poderem fazer o caminho na comunhão eclesial na vida em Cristo e na caridade, na vivência da fé. Depois o Bispo mistagogo, ele usou assim para ajudar aqueles que talvez tenham se afastado da Igreja, pelas razões que tiveram, que às vezes nós não compreendemos bem, mas que não importa, que o Bispo deve ser aquele que se aproxima do  caminho como o Cristo Ressuscitado dos discípulos de Emaús, e que, sem pretensões maiores, pergunta: “O que vocês estão conversando no caminho? O que aconteceu em Jerusalém?”. E este interesse do Bispo que quer caminhar junto, que quer ouvir antes de julgar, mostrando sobretudo a misericórdia e a compaixão. E terceiro, então, o Bispo missionário. E aí ele recordou a Exortação Apostólica  Evangelii Gaudium, o anúncio alegre do Evangelho, ele insistiu nesta palavra da alegria da missão, de sempre viver, anunciar e testemunhar esta alegria de ser servidor e anunciador de um palavra do Cristo vivo no mundo. Então, eu destaco estes pontos. Certamente muitos outros pontos muito significativos também, ele nos deixou na sua mensagem”.

RV: Dom Adelar, no início do pronunciamento, o Papa Francisco falou de diversos problemas e desafios, como a globalização, as migrações, a ameaça ao ambiente natural, a dignidade e o futuro do trabalho humano, entre outros.  E após ele disse: “Eu não quero assustar vocês, pois vocês ainda estão em Lua de mel”. O senhor como Bispo que foi nomeado em dezembro de 2014, que desafios que o senhor encontra nesta nova missão “ser bispo” e também na Diocese de Cruz Alta?

“Como todas as dioceses estamos todos num mundo...as primeiras palavras que ele falou é que o mundo é globalizado, e por isto nos aproxima, seja nas preocupações, seja também naquilo de muito bom que tem o mundo na atualidade, da globalização das coisas boas, mas naquilo que são as preocupações globais, sejam específicas do Brasil, neste momento difícil que estamos passando, econômico, político, de valores, de ética e isto influencia na vida do dia-a-dia, uma certa falta de confiança, um certo olhar com pouca credibilidade, com pouca esperança no futuro, então creio que isto está presente e nós temos que ter esta presença de sal, de luz, que ajuda a encontrar caminhos, que ajuda a caminhar. Então neste sentido aí. E depois, aquilo também que ele falou do cuidado pelo meio-ambiente e isto é para todos, é casa comum que ele fala na Encíclica Laudato Si, que ela não é somente uma carta ecológica, mas ela é social, e por isto inclui também toda a dimensão ecológica do meio-ambiente. Estas questões todas estão presentes na Diocese de Cruz Alta, estão presentes no Brasil todo, e no mundo, de diferentes modos, mas elas dizem respeito sim. E quando ele diz assim: “não quero vos assustar, eu quero vos animar para o trabalho, vocês ainda estão em lua de mel”, é um modo muito paterno, muito próximo, de dizer assim: “gente coragem, estou com vocês, vamos caminhar juntos!”, eu senti estas palavras nesta proximidade de quem diz: “Vamos lá, temos um desafio grande, Deus está conosco, sem medo, vamos realizar a nossa missão!”.

RV: O Papa fala muitas vezes desta presença pastoral, que significa caminhar com o Povo de Deus, caminhar à frente, indicando o rumo; caminhar no meio, para o fortalecer na unidade; caminhar atrás, tanto para que ninguém permaneça atrás como, sobretudo, para seguir a intuição que o Povo de Deus tem para encontrar novos caminhos. Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre este novo desafio do “ser bispo”, que naturalmente, é uma missão diferente do ser padre...

“Sim, é diferente de ser padre. E nestes dias do encontro que estamos tendo, temos  também a oportunidade de aprofundar muito, com palestras muito boas, reflexões profundas, seja da identidade da missão do bispo numa Igreja, no mundo, e isto nos dá consciência da passagem de um olhar local para a responsabilidade o olhar para toda a Igreja. O bispo é ordenado para fazer parte do Colégio Apostólico e por isto a responsabilidade por toda a missão da Igreja e enviado para uma porção particular, para um determinado lugar, aonde a Igreja toda está presente ali também. Porém, com o olhar global, então isto, sem dúvida, é a grande primeira mudança digamos, de atitude, de olhar, que faz parte da missão do bispo, de padre para bispo. Depois, esta presença insistida bastante aqui nos encontros que nós estamos tendo, desta presença paterna. Se existe algo específico do bispo é este provar presente o olhar paterno de Deus Pai para a humanidade, seguindo os passos do Filho na unção e na força do Espírito Santo, mas o pai que está junto com os seus filhos, que caminha com eles, que demonstra misericórdia do Pai, agora temos o Ano da Misericórdia pela frente, mas que também sabe orientar, por isto a imagem do Pastor que está na frente, no meio e atrás. E o Pai deixa liberdade também para os filhos, isto é, a própria comunidade cristã, o bispo não é o dono da comunidade cristã, ele é enviado como um dom para a comunidade cristã, para ser aquele que vai em nome de toda a Igreja, como servo de Deus, de Jesus cristo, orientar este povo que está aí. Então, sim, temos estas grandes mudanças, desafios, que vão devagarinho acontecendo também a nível de aprendizagem, porque...por que fazemos um encontro destes também? Como dizia, uma peregrinação, estar em comunhão com o Santo Padre, com toda a Igreja aqui em Roma, mas também para prender esta nova missão que a Igreja nos confia e que é tão necessário tantas coisas que necessitamos aprender para exercer bem esta missão”.

RV: Dom Adelar, estes dias, acredito, tem sido bem intensos de diversas maneiras. Algo que o senhor poderia destacar?

“Eu queria destacar dois pontos. Creio que algo bonito de quem vive desde dentro, é a comunhão que se forma entre nós. Entre nós, o grupo dos bispos brasileiros, porque tivemos em agosto o encontro em Brasília  também, dos bispos novos, e ali já nos encontramos, cada um contou a história da sua vida, de como foi o momento da nomeação, quando recebeu a notícia, a preparação para a ordenação e isto nos aproximou muito, e com muitos  aspectos bem nossos, brasileiro, a Igreja do modo de atuar como bispos nas dioceses. Isto foi o primeiro, o grupo brasileiro. Depois, aqui também, a experiência da presença de bispos do mundo inteiro, de todas as nacionalidades. Isto é sempre a experiência da universalidade da Igreja e nos faz nos sentir caminhando juntos do povo de Deus, esta comunhão que nós formamos. Este é o primeiro ponto. O segundo: na nossa programação ainda temos, como dizia, a peregrinação ao túmulo de Pedro é também um momento de profissão de fé. No próximo domingo teremos a celebração da Eucaristia na Basílica de São Pedro e ali nós faremos então a profissão solene de fé, a fé na Igreja, a fé que nós comungamos todos, na comunhão com Pedro, com o nosso Papa. Destaco estes dois pontos. Mas, estão dias muito ricos, muito bem aproveitados e de muito aprendizado, uma graça de Deus”. (JE)

 

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Papa exorta Equipes de N. S. a levar misericórdia às famílias feridas

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Cidade do Vaticano (RV) –  Na manhã desta quinta-feira o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina cerca de 400 participantes das Equipes de Nossa Senhora, presentes em Roma para seu encontro mundial. O Papa encorajou-os a colocar em prática a espiritualidade do movimento, fortificar o empenho missionário e serem instrumentos da misericórdia de Cristo em relação às pessoas que tiveram o matrimônio fracassado. 

O Santo Padre sublinhou no início de seu pronunciamento que este encontro precede o Sínodo dos Bispos que vai refletir sobre os desafios das famílias, visto “as ameaças no atual contexto cultural difícil”. Neste sentido, Francisco insiste no “papel missionário das Equipes de Nossa Senhora, onde a vida conjugal se aprofunda e se aperfeiçoa graças à espiritualidade do movimento”. E os exorta “a testemunhar, anunciar e comunicar para fora, aquilo que vivem  como casais e famílias”. “Os casais e as famílias cristãs – observou o Papa - normalmente estão em melhores condições para anunciar Jesus Cristo às outras famílias, apoiando-as, fortificando-as e encorajando-as”.

Inicialmente, o Papa encorajou os casais a colocarem em prática e a viverem em profundidade a espiritualidade do movimento, destacando a importância dos “pontos concretos de compromisso” propostos, que “representam realmente uma ajuda eficaz aos casais para “progredirem com confiança na vida conjugal no caminho do Evangelho”:

“Penso em particular na oração dos casais e em família, bonita e necessária tradição que tem sempre sustentado a fé e a esperança dos cristãos, mas infelizmente abandonada em tantas regiões do mundo; penso também no tempo do diálogo mensal proposto entre os esposos – o famoso e empenhativo Dever de sentar-se - que vai contra a corrente em relação aos hábitos do mundo frenético e agitado, cheio de individualismos, e que é um momento de troca vivido na verdade sob o olhar do Senhor. É um tempo precioso de agradecimento, de perdão, de respeito recíproco e de atenção pelo outros”.

A presença na vivência em equipe do sacerdote acompanhante, leva a uma reciprocidade fecunda, ressaltou Francisco. “Agradeço às equipes de Nossa Senhora por serem um apoio e um encorajamento no ministério de vossos sacerdotes ,que encontram sempre, no contato com as vossas equipes e as vossas famílias, a alegria sacerdotal, a presença fraterna, o equilíbrio afetivo e a a paternidade espiritual”.

Em segundo lugar, o Santo Padre convidou os casais, fortificados pelo encontro em equipe, a um empenho missionário. O Papa chama a atenção da missão a eles confiada, “que é tão mais importante enquanto imagem da família - como Deus quer, formada por um homem e uma mulher em vista do bem dos cônjuges e também da geração e educação do filhos - e que é deformada mediante poderosos projetos contrários apoiados, por colonizações ideológicas”.

Mesmo reconhecendo que os membros das Equipes de Nossa Senhora já são missionários “pela irradiação da própria vida” – pois uma família habitada pela presença de Deus fala por si só do amor de Deus por todos os homens -  o Papa convidou para que também se empenhem em “acolher, formar e acompanhar na fé, particularmente os jovens casais, antes e após o matrimônio”:

“Vos exorto também a continuarem a fazerem-se próximos às famílias feridas, que são hoje tão numerosas, pelo motivo da falta de trabalho, da pobreza, de um problema de saúde, de um luto, da preocupação causada por uma criança, do desequilíbrio provocado por um afastamento ou uma ausência, pelo clima de violência. Devemos ter a coragem de entrar em contato com estas famílias, de maneira discreta mas generosa, materialmente, humanamente ou espiritualmente, naquelas circunstâncias onde elas se encontram vulneráveis”.

O Papa, por fim, encoraja os casais das Equipes de Nossa Senhora “a serem instrumentos da misericórdia de Cristo e da Igreja em relação às pessoas cujo matrimônio fracassou”:

“Não esqueçam nunca de que a vossa fidelidade conjugal é um dom de Deus, e que para cada um de vocês foi usada de misericórdia. Um casal unido e feliz pode compreender melhor do que qualquer outro a ferida e o sofrimento que provocam um abandono, uma traição, um fracasso do amor. É necessário, portanto, que vocês possam levar o vosso testemunho e a vossa experiência para ajudar as comunidades cristãs a discernir as situações concretas destas pessoas, em acolhê-las com as suas feridas e em ajudá-las a caminhar na fé e na verdade, sob o olhar de Cristo Bom Pastor, para que tomem parte em um modo apropriado na vida da Igreja. Não esqueçam tampouco o sofrimento das crianças que vivem estas dolorosas situações familiares: a eles vocês podem dar muito”.

O Pontífice concluiu renovando a sua confiança e encorajamento às Equipes de Nossa Senhora, afirmando que desde o momento em que a causa de beatificação do fundador, Padre Enrico Caffarel chegou a Roma, “rezo para que o espírito santo ilumine a Igreja no juízo que a seu tempo deverá pronunciar a seu respeito”. (JE)

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Papa encontra Primeiro Ministro do Kuweit: educação para a paz

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira (10) Sua Alteza o Xeique Jaber Mubarak Al-Hamad Al-Sabah, Primeiro Ministro do Estado do Kuweit, que sucessivamente encontrou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado do Secretário para as Relações com os Estados,  Dom Paul R. Gallagher. 

Durante os cordiais colóquios, foram passados em resenha alguns temas de comum interesse, entre os quais a positiva contribuição que a histórica minoria cristã leva à sociedade do Kuweit. As partes falaram ainda sobre a importância da educação para promover uma cultura de respeito e coexistência pacífica entre diversos povos e religiões.

Após, foi assinado um Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Estado e o Ministério dos Assuntos Exteriores do Estado do Kuweit, firmado, respectivamente por Dom Paul R. Gallagher e pelo Xeique Sabah Khalid Al-Hamad Al-Sabah, Primeiro Vice-Ministro e Ministro dos Assuntos Exteriores. O instrumento consolida ulteriormente os vínculos de colaboração existentes entre a Secretaria de Estado e o Ministério dos Assuntos Exteriores do Estado do Kuweit, especialmente a nível político e cultural, em favor da paz, da segurança e da estabilidade regional e internacional. Outrossim, propõe instrumentos de consultoria entre as duas partes. (JE)

 

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Papa visitará Quênia, Uganda e República Centro-Africana

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Cidade do Vaticano (RV) - A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, nesta quinta-feira (10/09), a data da viagem apostólica do Papa Francisco ao Quênia, Uganda e República Centro-Africana que se realizará de 25 a 30 de novembro próximo.

“Aceitando o convite dos respectivos Chefes de Estado e dos Bispos, o Santo Padre visitará o Quênia de 25 a 27 de novembro, Uganda de 27 a 29 e a República Centro Africana de 29 a 30”, confirma o comunicado. 

O programa da viagem será publicado proximamente. (MJ)

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Obama receberá Francisco na chegada aos EUA

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Cidade do Vaticano (RV) – A Casa Branca confirmou que no dia 22 de setembro, quando o Papa chegará aos Estados Unidos procedente de Santiago de Cuba, o Presidente Barack Obama e a primeira-dama Michelle Obama receberão o Pontífice na Base Andrews.

No dia 23 de setembro, Obama voltará a encontrar o Papa, desta vez na Casa Branca. Francisco retribuirá a visita feita pelo presidente dos EUA à Santa Sé em março de 2014.

O Papa Francisco será o segundo Pontífice a ser recebido por um presidente dos EUA à famosa base militar depois que em 16 de abril de 2008, George W. Bush deu as boas-vindas ao Papa emérito Bento XVI. Antes disso, em 6 de outubro de 1979, o então vice-presidente dos Estados Unidos, Walter Frederick Mondale, recebera o Papa João Paulo II por ocasião da sua primeira viagem, das sete no total, que fez aos EUA ao longo de seu pontificado. (RB)

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Audiência geral, 16 set: distribuição gratuita de livro sobre Vida Consagrada

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Cidade do Vaticano (RV) – O livro dedicado à Vida Consagrada que será distribuído na audiência geral da próxima quarta-feira (16), na Praça São Pedro, chama-se “Amar é dar tudo”. Um comunicado da Conferência Episcopal da Suíça explica que “a origem do projeto vem de um pai de família, Daniel Pittet, que decidiu realizar um livro sobre a vida consagrada na Suíça” para agradecer todos os consagrados e as consagradas pelas suas obras.

 

O título da obra, segundo os bispos suíços, foi proposto pelo próprio Papa Francisco: em setembro de 2014, Pittet foi recebido em audiência pelo Pontífice e aproveitou a ocasião para lhe entregar um esboço do livro, intitulado provisoriamente com “A vida consagrada”. Depois de lê-lo, Papa Francisco propôs a mudança do título para “Amar é dar tudo”, inspirado nos ensinamentos  de Santa Teresa do Menino Jesus.

Para a produção do livro, Pittet recolheu mais de 300 testemunhos de religiosos e consagrados no seu país: “alguns contaram como nasceu a vocação, outros descreveram eventos fortes da suas vidas ou ainda falaram do percurso pessoal, de descobertas e alegrias”. Oitenta desses testemunhos são acompanhados de fotos de Jean-Claude Gadmer, e a obra é da Editora São Paulo e Santo Agostinho.

Já são 500 mil cópias traduzidas em 12 línguas: francês, português, alemão, italiano, espanhol, inglês, polonês, russo, ucraniano, vietnamita, chinês e árabe. Além da distribuição na Praça São Pedro no próximo dia 16 de setembro,  no dia seguinte a obra será entregue aos jovens consagrados do mundo reunidos em assembleia em Roma. Já em julho do próximo ano, o livro será entregue aos jovens da Jornada Mundial da Juventude, que acontece em Cracóvia, na Polônia.

O livro “Amar é dar tudo” não é o primeiro a ser distribuído na Praça São Pedro. Nos últimos anos, de fato, Papa Francisco doou aos fiéis, durante vários Angelus de domingo, a “Misericordina”, um tipo de “remédio espiritual” inspirado na misericórdia, o Evangelho de bolso e dois outros pequenos volumes: um de oração e outro dedicado aos fundamentos do catecismo da Igreja católica. (AC)

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"O menor exército do mundo" apresentado na Mostra de Veneza

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Cidade do Vaticano (RV) – A Santa Sé esteve representada na Mostra de Cinema de Veneza com “O menor exército do mundo”, um documentário sobre a Guarda Suiça pontifícia, dirigido por Gianfranco Pannone e produzido pelo Centro televisivo Vaticano. O filme, que não participava da competição, foi bem acolhido pelo público. 

A saudação à família, o voo até Roma, a chegada na Porta Sant’Ana, a entrada na Cidade do Vaticano e a tomada de consciência do início de um serviço de altíssimo nível e de grande responsabilidade prestado ao Santo Padre e à Igreja , marcado de história e tradição. Este percurso foi parar nas telas, com imagens da vida cotidiana dos recrutas, seu treinamento, a dimensão da fé, a emoção da missão em proteger o Santo Padre. O significado desta produção para o Corpo da Guarda é explicado pelo Sargento Urs Breitenmoser:

“Para o Corpo, seguramente é uma bela possibilidade para apresentar a Guarda com realmente é, o fato de olhar atrás as cenas de uma instituição assim tão antiga, mas ao mesmo tempo tão moderna. A parte do serviço, pelo contrário, é muito complicada porque nós estamos aqui no Vaticano, chamados a prestar um serviço e todas as tomadas foram feitas no tempo livre. Portanto, nós tivemos que nos articular nos turnos de trabalho, para que tudo funcionasse perfeitamente. Eu, pessoalmente, fui chamado a preparar o programa junto com diretor, também para conhecer as suas exigências e entender de que coisa ele tinha exatamente necessidade. Foi um desafio para mim, penso que também para o diretor, para o próprio Gianfranco, para ver como funcionamos dentro de nosso Corpo da Guarda”.

RV: Já René é o protagonista do filme, junto a seus colegas da Guarda. O que você pensou quando lhe pediram para ser um dos protagonistas do filme de Gianfranco Pannone?

“Não me fiz muitas perguntas....o próprio fato de entrar e fazer parte da Guarda Suiça já é uma grande experiência e uma grande mudança de vida: partindo da cotidianidade da vida do estudante, na qual me encontrava, e tomar a decisão de entrar na Guarda Suiça. Assim, este já é um grande passo e uma grande experiência. O fato, depois, de ser “seguido” por uma câmara, em todo este percurso.....não fiz grandes questionamentos. Agora, com as coisas feitas, olhando o resultado, este belíssimo filme, recordo os belos momentos de trabalho com Gianfranco, com os cameramen...Naturalmente, foi uma bela experiência e também uma bela abordagem da vida na Guarda Suiça em Roma”.

RV: Como se consegue fazer o equilíbrio destas duas dimensões, ser um jovem e  fazer parte da Guarda Suiça?

“Quando cheguei em Roma, esta foi a primeira coisa que me tocou. Eu sou um pouco mais velho do que os meus colegas, tenho 27 anos, já tive algumas experiências, girei um pouco pelo mundo. Mas depois, ver aqui como tantos colegas com 7-8 anos menos do que eu, que chegam aqui e que são ainda muito jovens e assumem este serviço importante na Igreja e para a Igreja, se empenhando para isto com tanta disciplina....que bela experiência foi esta! E depois, sei que na Suíça parece que existem ainda muitos jovens que conseguem se entusiasmar por alguma coisa: que “não fazem somente cena”, mas que vivem esta experiência com grande motivação. E esta foi para mim uma bela surpresa”.

RV: Após a experiência do serviço na Guarda Suiça e após teres sido protagonista de um filme sobre ela, o que fica como experiência na tua vida?

“Acredito que esta experiência de poder prestar um serviço próximo ao Papa Francisco me forjará. Estar próximo a ele e observar como ele presta o seu serviço à Igreja, com a simplicidade e determinação, e com quanta energia o faz...acredito que isto deixará uma marca em mim, quando farei o estudo de teologia: seguramente será assim! Também já tenho alguma ideia sobre  a minha tese de láurea, sobre suas Encíclicas....penso que levarei comigo tanto desta experiência. Penso simplesmente que tudo aquilo que o Papa Francisco está fazendo nestes anos, levarei comigo quando voltar para a Suiça e começar os estudos de Teologia”. (JE)

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Igreja no Brasil



Presidência da CNBB em visita à Rádio Vaticano: esperamos o Papa em 2017

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Cidade do Vaticano (RV) – A nova Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, escolhida durante a 53ª Assembleia Geral em Aparecida no último mês de abril, realiza visita ao Vaticano.

Nesta quarta-feira a Presidência formada por Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília, Presidente; pelo vice-presidente, Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador, e Primaz do Brasil; e pelo Secretário Geral, o bispo auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Steiner, visitaram a sede da Rádio Vaticano. Silvonei José conversou com eles sobre o motivo da visita ao Vaticano e sobre a possível viagem do Papa ao Brasil em 2017. (SP)

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Igreja no Mundo



Enzo Bianchi: o perdão deve ser recíproco, de todos os filhos de Deus

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Bose (RV) -  Desde dezembro do ano passado, a Comunidade monástica de Bose havia decidido que o tema do XXIII Encontro Ecumênico Internacional de Espiritualidade Ortodoxa, aberto na quarta-feira (9) e em andamento até o dia 12 de setembro, seria “Misericórdia e perdão”. O Papa Francisco, em sua mensagem lida na abertura dos trabalhos, recorda que “a misericórdia é a grande luz de amor e ternura de Deus que traz em si o perdão”. Entre os relatores, representantes de todas as Igrejas Ortodoxas, da Igreja Católica, da Igreja da Inglaterra e das Igrejas da reforma, biblistas, patrologistas e teólogos. O Prior de Bose, Irmão Enzo Bianchi, falou aos microfones da Rádio Vaticano sobre o encontro:

“Acreditamos que a misericórdia seja realmente o dom maior e indispensável: a única coisa que é realmente necessária aos homens, aos cristãos e à Igreja. E assim quisemos que esta misericórdia não permanecesse simplesmente como algo que meditam os católicos, mas que fosse aberta às outras confissões, de modo que exista realmente uma meditação sobre este tema – uma busca – também entre os ortodoxos e os protestantes. E é por isto que já houve um encontro com as Igrejas da reforma, enquanto este será essencialmente com as Igrejas Ortodoxas. Cerca de quarenta bispos ortodoxos estão presentes. E o empenho que pedimos é que depois este tema se alargue para dentro das Igrejas e não fique restrito somente a um tema de um encontro ecumênico”.

RV: Que dimensão do perdão cristão pode ser descoberta através de um estudo da Escritura, dos escritos dos Padres da Igreja, da tradição monástica?

“Sobretudo a dimensão que a misericórdia não tem confins, que o “setenta vezes sete” que pediu Jesus é algo para ser aplicado sempre: a própria Igreja nem sempre conseguiu estar à altura desta infinita misericórdia de Deus anunciada em Jesus. E isto acredito que seja importante: não existe passado sobre o qual não vença a misericórdia de Deus, e isto devemos absolutamente aprender. E depois, neste momento é importante ler também a expressão evangélica: fazer misericórdia como uma ajuda concreta – cotidiana – para quem sofre, quem é o último, quem é vítima e quem é pobre. Estas duas dimensões tiram o individualismo a esta virtude, e a tornam uma virtude na história concreta. Isto é realmente necessário para nós e para toda a Igreja”.

RV: Será tratado durante o encontro também o tema do perdão entre as Igrejas: as Igrejas Ortodoxas e a Igreja de Roma....

“A Igreja Católica já desde o ano 2000 colocou-se neste caminho com a Liturgia do Perdão feita por São João Paulo II; perdão que a Igreja continua a pedir também recentemente, como fez o Papa Francisco aos valdenses. Se esperaria , também, mas sem pretensões – em total humildade – que também as outras Igrejas pedissem perdão reciprocamente, porque o perdão deve ser dado por uma só parte, pois o Evangelho nos pede a gratuidade e não quer que exista a retribuição. Porém, cada Igreja deve aplicar a si esta responsabilidade do perdão, e nós teríamos necessidade que algumas destas, certamente feridas, tivessem também a força de pedir perdão, porque também eles cometeram o mal e defenderam a verdade com métodos não evangélicos. Portanto não existem Igrejas culpadas e as outras são vítimas: frequentemente também aquelas que foram vítimas depois praticaram a vingança – a represaria -  ou praticaram violência contra outros. O perdão deve ser verdadeiramente recíproco, de todos os filhos de Deus: um perdão ao Senhor, um perdão recíproco entre nós que ainda vivemos como Igreja militante sobre a terra”. (JE)

 

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Iraque: Famílias refugiadas enviam dois presentes ao Papa

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Bagdá (RV) -  As setenta e uma famílias de refugiados, com cinquenta e três crianças abaixo de cinco anos, hospedadas na Paróquia sírio-católica de São José, em Bagdá, Iraque, enviaram ao Papa Francisco dois presentes, feitos com suas próprias mãos: uma pequena tapeçaria que tem no centro a representação da Natividade para dizer que a Igreja está aberta a todos, e um manto típico da tradição árabe simbolizando o calor do acolhimento. 

Os dois presentes foram entregues pessoalmente ao Papa Francisco pelo pároco Pe. Pius Cacha, no final da Audiência Geral desta quarta-feira (09/09), na Praça São Pedro. 

“Estas famílias fugiram da região de Qaraqosh, principal cidade cristã do Iraque, localizada entre Mosul e Irbil, para fugir da violenta avançada do Estado Islâmico e fugir da morte certa”, explicou o sacerdote ao jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.

O padre não esconde o drama da situação. “Chegamos ao ponto em que os migrantes estão se tornando a cada dia mais numerosos do que os cristãos residentes. Estão nesta paróquia histórica há 31 anos e quando as famílias refugiadas chegaram eram mais de 1.300. Hoje, não chegam a quatrocentos”, disse ainda o pároco. 

Na paróquia de Bagdá a prioridade agora é o acolhimento de quem perdeu tudo, com o apoio das comunidades e organizações caritativas católicas. “Damos aos refugiados tudo o que temos e posso garantir que não é muito, infelizmente. Partilhamos tudo. Ajudamos os refugiados a manter viva a esperança de que um dia voltarão para suas casas”. Com o apelo do Papa a abrir as portas aos migrantes ganhou ainda mais impulso o compromisso da comunidade de São José em Bagdá. (MJ)

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Apelo dos bispos europeus: política comum para a imigração e o asilo

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Bruxelas (RV) – A Comissão dos Episcopados das Comunidades Europeias, a Comece, afirma que “a crise dos refugiados requer uma solução comum”. A declaração é desta quarta-feira (9) e se refere “à situação atual dos refugiados e ao debate sobre a política europeia comum relativa à imigração e asilo”.

 
 
Em primeiro lugar, a Comissão exorta os europeus a “compartilhar a responsabilidade e a trabalhar juntos na solução” da crise atual. “O Tratado de Dublin não funciona”, sublinham os bispos, referindo-se ao tratado internacional multilateral sobre o direito de asilo, firmado naquela cidade em 1990, “e é inaceitável que alguns países procurem se dissociar completamente das suas responsabilidades”.
 
Se, de fato, a União Europeia é “fundada sobre a solidariedade entre os europeus”, o problema dos refugiados é “um desafio comum que necessita, de consequência, de uma solução europeia comum”. “Não devemos aceitar que os homens e mulheres morram afogados ou asfixiados nas fronteiras da Europa”, afirmam os bispos. “Impedir os refugiados de entrar no continente com arame farpado e muros não é a solução”. E, para os cristãos, além disso, “é um dever ajudar os refugiados, independente da sua origem ou religião”.
 
A Comissão dos Episcopados lembra, inclusive, o apelo lançado pelo Papa Francisco no Angelus do dia 6 de setembro: o Pontífice exortou as igrejas do Velho Continente para acolher os refugiados. Os bispos enaltecem que “esse apelo obriga a Igreja na Europa a agir. Devemos sentir na pele o sofrimento dessas mulheres e desses homens. Também estamos comovidos com a solidariedade e a disponibilidade que muitos europeus, nas últimas semanas, acolheram os refugiados”.
 
Daqui o agradecimento dos bispos europeus a todos aqueles que “se empenham para que os refugiados sejam recebidos com humanidade, num espírito de compaixão e caridade cristã”. Ao mesmo tempo, a Comissão se “opõe firmemente” aos episódios de “moléstia e hostilidade” em relação a quem pede asilo.
 
A comunicação episcopal é concluída com o pedido explícito de “uma política comum, em nível europeu, para a imigração e o asilo” porque, “se se é capaz de resolver as crises econômicas através encontros extraordinários, dia e noite, então deve ser possível fazer o mesmo no momento em que está em jogo os destinos de muitos homens e muitas mulheres”. No fundo, sublinha a Comissão, a questão dos refugiados “se refere diretamente aos valores e ao futuro da Europa”. (AC)

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Arcebispo sírio faz apelo aos cristãos a não deixarem o país

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Damasco (RV) -“Jamais me canso de dizer a meus fiéis: ‘Fiquem. Precisamos de vocês!’ Porque se os cristãos deixarem a Síria não haverá nenhuma esperança para esse país.” Foi o que disse à Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre” o arcebispo siro-católico de Aleppo, Dom Denys Antoine Chahda, expressando preocupação pelo maciço êxodo de cristãos da cidade.

O arcebispo dá conta de que nos últimos dias tem-se registrado um número crescente de fiéis que pedem seu certificado de Batismo para poder emigrar. Para o prelado esse aumento está ligado ao grande acolhimento dos sírios em alguns países europeus.

“Após quatro anos e milhares de vidas ceifadas, a Europa abre suas portas aos sírios, mas ninguém jamais deu uma razão para permanecer na Síria”, afirma.

Dom Chahda descreve a trágica situação de Aleppo, onde há várias semanas o fornecimento de água e de energia elétrica foi interrompido.

“É realmente difícil resistir sem água e eletricidade vinte e quatro horas por dia, enquanto as bombas continuam caindo sobre a cidade e matando pessoas inocentes. Já são mais de quatro anos que vivemos o mesmo calvário. O fim da guerra é a única salvação em que podemos esperar.”

Os bombardeios não pouparam a catedral, nem o arcebispado siro-católico. Dom Chahda diz que mais da metade da comunidade siro-católica de Aleppo – que antes de 2011 contava cerca de dez mil fiéis – abandonou a cidade, e que quem ficou está se preparando para partir. “E como a nossa, também outras Igrejas cristãs assistem impotentes a essa hemorragia de fiéis.”

Em seguida, o prelado dirige-se à comunidade internacional a fim de que empreenda ações voltadas a ajudar os sírios em seu país. “EUA e União Europeia devem agir na Síria, porque aqui há milhões de pessoas, fiéis de todas as religiões, que têm o direito de viver. Quatro anos de guerra não são suficientes? Por quanto tempo ainda seremos obrigados a sofrer?” (RL)

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CMI: É necessário ajudar todos os migrantes sem distinção

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Genebra (RV) - “É absolutamente necessário que todos os Estados europeus assumam suas responsabilidades em relação ao acolhimento e apoio às pessoas que buscam refúgio, segurança e um futuro melhor para si e suas famílias.” 

Foi o que disse o Secretário-Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o Rev. Olav Fykse Tveit, durante um encontro na sede do organismo ecumênico, em Genebra, Suíça, sobre os problemas da emergência imigração.

“A Europa está testando o seu compromisso com a dignidade e os direitos humanos. Esta é uma prova de nossos valores humanos e de nossa herança cristã. Hoje, os países europeus estão enfrentando a pior crise humanitária depois da II Guerra Mundial. Porém, a compaixão e a ação parecem ser insuficientes para satisfazer as necessidades existentes”, sublinhou o Rev. Tveit no jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de duzentos e cinquenta mil migrantes atravessaram o Mar Mediterrâneo em direção à Europa, em 2015, número que supera o total do ano passado. Para os analistas da OIM, em 2015, o número de pessoas que chegou a Europa se aproxima a 250 mil. Dentre as rotas mais perigosas está a do Mediterrâneo central, com destino à Sicília, trajeto em que se registrou nos últimos meses o número mais elevado de mortes. 

“Temos de assumir a nossa responsabilidade de ajudar aquelas pessoas que estão desesperadas. Isso deve ser feito sem distinção. Ficamos chocados ao ouvir que alguns países rejeitaram os refugiados por causa de sua religião. O CMI exorta todas as Igrejas dos países de chagada ou trânsito a continuarem seus esforços no  acolhimento do estrangeiro e elaborar uma resposta positiva em  favor das pessoas em dificuldade. Precisamos de uma colaboração ecumênica para realizar esses esforços a fim de garantir a maior contribuição possível e aliviar esses sofrimentos terríveis”, concluiu o Secretário-Geral do CMI. (MJ)

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Em Abuja, o 3º Congresso Missionário da Nigéria

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Abuja (RV) - Realizar-se-á em Abuja, de 1° a 4 de outubro próximo, o 3º Congresso Missionário da Nigéria sobre o tema “Juntos em missão. A Igreja vai avante”.

A iniciativa é promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias na Nigéria junto com o departamento Missão e Diálogo da Conferência Episcopal Nigeriana. O congresso contará com a participação de bispos, sacerdotes, religiosos e leigos.

Relançar na Nigéria a missão evangelizadora da Igreja 

“O objetivo do encontro é fazer um balanço das atividades pastorais da Igreja no país a fim de relançar a sua missão evangelizadora. Iremos debater sobre os progressos realizados na implementação das decisões tomadas nos dois congressos precedentes”, disse o Diretor das Pontifícias Obras Missionárias na Nigéria, Pe. George Ajana, segundo a Catholic News Services of Nigeria.

I Congresso Missionário em 2007 

O I Congresso Missionário da Nigéria se realizou, em 2007, em Onitcha, sobre o tema “Sereis minhas testemunhas”. Dentre as recomendações que surgiram no encontro, a promoção de um maior envolvimento dos leigos na animação missionária, a formação dos jovens e catequistas a fim de tornar mais incisivo o seu trabalho “num contexto missionário em contínua evolução”, o compromisso renovado da Igreja na Nigéria na missão universal, promoção das vocações missionárias nos seminários e a conscientização sobre a missão em todos os âmbitos eclesiais. 

O documento final sublinhava a necessidade de promover uma maior colaboração e coordenação neste âmbito entre bispos, sacerdotes, congregações religiosas e leigos. (MJ)

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Formação



Marajó: uma Igreja que sem os leigos não poderia sobreviver

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua com a participação do bispo da Diocese de Ponta de Pedras, Dom Alessio Saccardo, S.J. De origem italiana, o bispo jesuíta encontra-se desde 2002 à frente desta Igreja particular situada na zona fisiográfica do Marajó e Ilhas, no Estado do Pará.

Na edição de hoje Dom Alessio nos traz a sua experiência de Igreja pós-conciliar, sobretudo, no contexto da América Latina. Inicialmente, nos fala de sua experiência na Colômbia, em 1975, tendo vivido em Medellín – no período de formação como religioso jesuíta – onde conheceu de perto os efeitos do “grande evento de Medellín”, que marcou profundamente toda a realidade eclesial pós-conciliar latino-americana.

Depois, uma nova experiência na Itália, antes de voltar para a América Latina, desta vez para o Brasil, indo trabalhar diretamente no Marajó. Nesse contexto de Igreja da região amazônica, Dom Alessio partilha conosco uma constatação pessoal, como sacerdote e, depois, como bispo: a importância dos leigos na vida da Igreja, “uma Igreja que sem os leigos não poderia sobreviver” – enfatiza –, destacando a importância que têm, sobretudo, as mulheres nas comunidades.

O bispo de Ponta de Pedras se define “um aprendiz dessa Igreja nova em que os leigos ocupam um lugar diferente do tradicional”, apontando para esta como sendo uma “Igreja do futuro”. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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Atualidades



Alarme Unicef: crise de refugiados só piora sem ajuda humanitária na Síria

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Damasco (RV) – O alarme é da Unicef: a crise dos refugiados na Europa poderá só piorar se as exigências humanitárias e os esforços para terminar com o longo conflito na Síria não forem correspondidos. Naquele país, quase 8 milhões de crianças são afetadas pela guerra, 2 milhões estão sem escola e outros 2 milhões fugiram.

 

O diretor regional da Unicef para o Oriente Médio e África do Norte, Peter Salama, disse que “todos os sírios com quem eu falei me disseram que ficariam no país se se sentissem seguros, se pudessem viver em paz e se fossem tratados com dignidade. Arriscam a vida deles e aquelas dos filhos para fugir para a Europa porque não têm outra escolha e não veem futuro para eles ou para os próprios filhos”.

Por causa do conflito na Síria, cerca de 16 milhões de pessoas, quase a metade de crianças, precisam de proteção e ajuda, como assistência sanitária de base, água potável e serviços higiênico-sanitários e de instrução. A Unicef lembra que dentro da Síria cerca de 2 milhões de crianças não frequentam as escolas, enquanto que até 5 milhões de pessoas nos últimos meses sofrem com interrupção na distribuição de água. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais da metade dos hospitais públicos estão funcionando só parcialmente ou estão completamente desativados.

Desde o início do conflito, há quase 5 anos, mais de 4 milhões de sírios, a metade de crianças, fugiram do país. Os últimos dados da União Europeia mostram que o mais numeroso grupo de refugiados que chegam na Europa em 2015 provém da Síria. A Turquia, por exemplo, recebe sozinha quase 2 milhões de sírios com proteção temporânea, número triplicado em relação ao início de 2014 e o maior número de refugiados sírios hospedados num único país. No Líbano, um país de quase 5 milhões de habitantes, são hospedados pouco mais de 1 milhão de sírios. (AC)

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