Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 14/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: seguir o caminho da Cruz para vencer as seduções do mal

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa iniciou sua semana celebrando a Missa na capela da Casa Santa Marta. Concelebraram com Francisco os Cardeais do C9, que a partir desta segunda-feira se reúnem com o Santo Padre até 16 de setembro. Na festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa advertiu para as tentativas do diabo de nos seduzir e nos arruinar. 

Francisco desenvolveu sua homilia partindo das leituras do dia em que, observou, o protagonista é a serpente. O Gênesis, disse, nos mostra que a serpente é a mais astuta, “é uma encantadora, e também tem a capacidade de fascínio”, de nos fascinar.

O mal seduz e encanta

A Bíblia, prosseguiu, também nos diz que “é uma mentirosa, porque o pecado entrou no mundo através do diabo, da serpente”. E esta capacidade de sedução nos arruína:

“Promete muitas coisas, mas na hora do acerto, não compensa, é um mau pagador. Mas tem esta capacidade de seduzir, de encantar. Paulo reprova os cristãos de Galácia que lhe criam tantos problemas e lhes diz: ‘Mas, tolos Gálatas, quem vos encantou? Vós que sois chamados à liberdade quem vos encantou?’. Eles foram corrompidos pela serpente. E isso não é algo novo, estava na consciência do povo de Israel”.

O Papa destaca ainda o fato de o Senhor dizer a Moisés para “fazer uma serpente de bronze” e quem a olhasse seria salva. Esta, acrescentou, é uma figura, mas também “uma profecia, é uma promessa, uma promessa não fácil de entender” porque o próprio Jesus em Nicodemos explica que “como Moisés elevou a serpente no deserto, assim é preciso que seja elevado o Filho do homem, para que quem acredita Nele tenha a vida eterna”.

Jesus assumiu sobre si todos os nossos pecados

Portanto, relevou, “aquela serpente de bronze era uma figura de Jesus elevada sobre a Cruz”.

“Mas porque o Senhor utilizou esta figura assin tão feia, tão má? Simplesmente porque Ele veio para assumir sobre si todos os nossos pecados e Ele se tornou o maior pecador sem cometer nenhum. E Paulo nos diz: ‘Ele se fez pecador por nós’, retomando a figura ‘Ele se fez serpente’. É feio! Ele se fez pecado para nos salvar, isso significa a mensagem da liturgia da Palavra de hoje, o percurso de Jesus”. 

Deus se fez homem e assumiu o pecado. E Paulo aos Filipenses, “a quem ele amava”, explica este mistério: “Mesmo sendo na condição de Deus, Jesus não considera um privilégio ser como Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo, tornando-se semelhante aos homens; humilhou-se e tornou-se obediente até à morte e morte de Cruz”.

O caminho do cristão é abaixar-se como Jesus na cruz

Jesus disse Francisco, “aniquilou-se a si mesmo, e se fez pecado por nós, Ele que não conhecia o pecado”. Isso, comentou, “é o mistério, podemos dizer: ‘Se fez como uma serpente, feio”:

“Quando olhamos para Jesus na Cruz, - existem belas pinturas -, mas a realidade é outra: tinha tudo rasgado, estava ensanguentado pelos nossos pecados. Este é o caminho que Ele tomou para vencer a serpente no seu meio. Olhar para a Cruz de Jesus, mas não aquelas cruzes artísticas, bem pintadas: olhar a realidade, o que era a cruz naquele tempo. E olhar para o seu caminho e para Deus, Ele aniquilou-se, abaixou-se para nos salvar. Este é também o caminho do cristão. Se um cristão quer avançar no caminho da vida cristã deve abaixar-se, como se abaixou Jesus. É o caminho da humildade, sim, mas também para carregar sobre si a humilhação como carregou Jesus”.

Na festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa pediu então a graça a Nossa Senhora de “chorar de amor, de chorar lágrimas de gratidão porque o nosso Deus tanto nos amou que ele enviou seu Filho” para “abaixar-se e aniquilar-se para nos salvar”. (BF-SP)

inizio pagina

Francisco: "Amizades verdadeiras perduram no tempo"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O valor da amizade e o cuidado com o meio ambiente foram os temas de uma entrevista que o Papa concedeu ao seu amigo argentino Marcelo Figueroa, jornalista evangélico da Rádio Milenium FM 106.7 de Buenos Aires. A entrevista foi ao ar no último domingo, 13 de setembro. 

Falando sobre o sentido profundo da amizade, Francisco afirma que nunca teve tantos “amigos” como agora. “Todos são amigos do Papa. A amizade é algo muito sagrado. Porque um amigo não é um conhecido, com quem se tem uma conversa.” Francisco adverte ainda para o sentido “utilitário” das amizades, de aproximar-se de uma pessoa para tirar proveito. “Isso me machuca. E eu me senti usado por pessoas que se apresentaram como amigas e a quem eu não tinha visto quem sabe mais do que um ou duas vezes na vida, e usou isso para seu proveito. Porém é uma experiência pela qual todos passamos, a amizade interesseira. A amizade é um acompanhar a vida do outro a partir de um pressuposto tácito”, disse o Papa, recordando que as verdadeiras amizades nascem espontaneamente e perduram, não obstante o tempo.

O Pontífice falou ainda da cultura da inimizade, contra a qual é preciso trabalhar “por uma cultura do encontro, e também da amizade pela criação, a propósito da sua Encíclica “Laudato Si’”.

 “Evidentemente maltratamos a criação. Não somos seus amigos, às vezes a tratamos como o pior inimigo. Pense na desflorestação, no mal uso da água, nos métodos de extração”. Francisco cita ainda o exemplo da Amazônia e as hidrelétricas em construção. “A Amazônia abarca vários países, de modo que não sei qual país e por isso não falo mal de nenhum. Porém são represas hidrelétricas que significam um desequilíbrio total do ecossistema.”

Por criação, o Papa entende também o homem, que foi substituído pelo dinheiro. “A escravidão, o trabalho escravo (...) Neste momento, temos uma péssima relação com a criação. Estamos à margem do irreversível, e isto é trágico. E, por outro lado, não é invencível porque, mesmo que se chegue à catástrofe, eu acredito na terra nova e nos novos céus. Tenho esperança e sei que a criação será transformada.” (BF)

inizio pagina

Cinco mil jovens se encontrarão com o Papa em Cuba

◊  

Havana (RV) – Com a aproximação da visita do Papa Francisco a Cuba, continuam os preparativos para as diferentes atividades, entre elas o encontro do Santo Padre com aproximadamente 5 mil jovens no Centro Cultural Félix Varela, em Havana, no dia 20 de setembro.

Em declarações ao Grupo ACI, Liz Adela Cruz, membro da Pastoral Juvenil diocesana da Arquidiocese de Havana, informou que devido ao número de participantes, “estamos pedindo colaboração para os telões, desta maneira provavelmente tenhamos telões LED, pois esperamos cerca de 5 mil jovens”.

Do mesmo modo, “estamos promovendo o encontro do dia 20 através de panfletos, que serão impressos. Estamos tratando de imprimir para avisar aos jovens dos cursos pré-universitários, das universidades, entre outros locais”.

O evento terá início às 18h30, entretanto, os jovens chegarão horas antes. Por isso, haverá jovens animadores “e em seguida teremos um concerto de Martín Valverde” às 17h30.

Com a finalidade de que os jovens cheguem preparados a este encontro com o Papa Francisco, a Pastoral Juvenil de Havana criou um programa que teve início no último sábado com uma Missa na Basílica da Caridade, seguida por um concerto juvenil na Praça da Catedral.

Cruz explicou que a preparação continua com as missões “em alguns parques de Havana, os quais recebem vários jovens”, que são convidados a participar do encontro com o Santo Padre.

Entre os dias 14 e 17 de setembro, as missões continuarão sendo realizadas nos parques ‘Plaza Roja’, ‘Casablanca’, ‘Santiago de Las Vegas e Güines’, às 19h.

Liz Cruz informou que no dia 18, um dia antes da chegada do Pontífice à Cuba, haverá “uma Vigília de oração na Praça da Catedral”. (SP-ACI)

inizio pagina

Papa à rádio portuguesa: “Educação para transformar sociedade narcisista”

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Renascença de Portugal publicou nesta segunda-feira (14/9), a entrevista que o Papa concedeu na semana passada à jornalista Aura Miguel, por ocasião da visita dos bispos portugueses ao Vaticano. 

Na conversa de mais de 40 minutos, Francisco recordou, inclusive, ter prometido voltar ao Brasil em 2017 para as comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O Papa afirmou que a crise de refugiados é somente a “ponta do iceberg” de um problema muito maior.

“Por baixo disso esta a causa, e a causa é um sistema socioeconômico e malvado, injusto, porque dentro de um sistema socioeconômico, dentro de tudo, dentro do mundo, falando do problema ecológico, dentro da sociedade socioeconômica, dentro da política, o centro tem que ser sempre a pessoa. E o sistema socioeconômico dominante hoje em dia tirou a pessoa do centro e colocou o deus dinheiro, é o ídolo da moda”.

A jornalista então recordou a exortação que o Papa havia feito no ano passado no Parlamento Europeu, para que, sobre a crise dos refugiados, se atuasse sobre as causas e não apenas sobre os efeitos.

“Onde as causas são a fome, criar postos de trabalho, investir. Onde a causa é a guerra, buscar a paz, o trabalho pela paz. Hoje em dia o mundo está em guerra, está em guerra contra si mesmo, ou seja, o mundo está em guerra – como eu digo – por entregas, por pedaços, mas também está em guerra contra a terra, porque está destruindo a terra, a nossa casa comum, o ambiente, as calotas polares estão derretendo...”.

Sociedade narcisista

Sobre o individualismo que marca a sociedade atual, na qual se espera uma “felicidade fácil e sem problemas”, o Papa afirmou que a educação é a chave para transformar a “civilização narcisista”.

“A educação aos riscos sensatos. Buscando metas, avançando, não ficando inerte e se olhando no espelho, não. Assim vai acontecer conosco aquilo que aconteceu com Narciso, que de tanto olhar seu reflexo na água, tão lindo, blurp, se afogou”.

Em referência a uma das exortações de seu Magistério para que a Igreja seja uma Igreja em saída, Francisco ofereceu um novo ponto de vista para explicar este chamado.

“Às vezes, nos apropriamos de Jesus e esquecemos que uma Igreja que não é uma Igreja em saída, uma Igreja que não sai, mantém Jesus preso, aprisionado.

– Foi por causa disso que o senhor foi eleito Papa?, perguntou a jornalista portuguesa.

“Isso você deve perguntar ao Espírito Santo (risos)”. (RB)

inizio pagina

Refugiados: Card. Braz de Aviz mobiliza casas religiosas

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Uma semana depois do apelo do Papa Francisco para que as paróquias europeias acolham os refugiados, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica começou a se mobilizar.

A Congregação abrange todas as ordens e institutos religiosos do mundo, a quem Francisco já havia se dirigido no início do seu pontificado, pedindo maior abertura. Quem conta a resposta da Congregação é o seu Prefeito, o Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, entrevistado pelo Programa Brasileiro: 

 

(BF)

inizio pagina

Cardeal Baldisseri a novos bispos: banir mundanismo espiritual

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O mundanismo espiritual “contrasta com a nossa missão de pastores” e “deve ser banido da nossa vida, enquanto ameaça a Igreja muito mais do que qualquer outro mundanismo moral. E, para conseguirmos isso, é preciso dispor-nos a uma contínua conversão à lógica de Deus, à norma do Evangelho, à sabedoria da cruz”.

Foi o que afirmou, este domingo, o secretário geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, durante a missa concelebrada na Basílica de São Pedro, por ocasião do encontro anual para os bispos ordenados nos últimos doze meses.

Segundo o purpurado, “negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir Jesus é “pensar segundo Deus”, é “abraçar a lógica ‘alta’ e ‘outra’ que como pastores somos chamados a encarnar para poder plasmar nossas Igrejas particulares”.

O purpurado sugere três passos a serem dados para seguir esse caminho. “O primeiro é negar-se a si mesmo. Para ser pastores segundo Deus devemos fazer morrer o nosso ‘eu’ em favor da vida do rebanho. O povo de Deus tem um “faro infalível para reconhecer se o seu pastor está pronto a dar a vida pelo rebanho ou se, ao invés, vive voltado para si mesmo.”

O segundo passo consiste “no assumir a cruz. Cada bispo deve saber que o sigilo da cruz de Cristo não pode faltar em seu ministério de pastor, qual ‘selo de autenticidade’”.

O terceiro passo é colocar-se sempre um passo atrás do Senhor: “Um bispo não deve sentir-se autorizado a caminhar na direção que mais lhe agrada, quem sabe, exigindo de seus sacerdotes e de seus fiéis que lhe sigam mais como ‘cabras’ do que como ‘ovelhas’.”

“Na realidade, o bispo com seus colaboradores, sacerdotes, e povo são, juntos, chamados a se colocar atrás de Jesus, o único que nos leva ao Pai. Nesse percurso o bispo é chamado a caminhar à frente de todos, não para decidir o caminho autonomamente, mas, como o primeiro a seguir Cristo, e por primeiro fazer-se seu discípulo”, concluiu o cardeal.

Ademais, as palavras do Evangelho – “Se alguém quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34) –, observou o secretário geral do Sínodo, ressoam eloquentes e “adquirem nesta concelebração eucarística um grande significado justamente aqui, junto ao Túmulo de Pedro”.

São palavras que Jesus pronunciou após ter convocado a multidão para torná-la testemunha “daquilo que Ele perguntava aos discípulos acerca da sua identidade e da sua missão”, recordou o purpurado.

“Esse envolvimento do povo é hoje percebido pela destinação universal da mensagem e pela compreensão específica da sequela Christi que o bispo é chamado a empreender e viver em seu ministério pastoral e eclesial”, explicou o Cardeal Baldisseri.

Como ensina a Lumen gentium (Constituição dogmática sobre a Igreja, ndr), o bispo “é vicarius Christi. Todo bispo é vicarius Christ para a porção do povo de Deus a ele confiada; e no exercício de seu tríplice munus de ensinar, santificar e governar, deve com humildade e espírito de serviço lançar o olhar para Cristo, o Pastor dos pastores, e aprender d’Ele a conduzir a Igreja, que a somente a Ele pertence”, observou ainda o secretário geral do Sínodo dos Bispos. (RL)

inizio pagina

Cardeal Parolin leva saudação do Papa a San Giovanni Rotondo

◊  

San Giovanni Rotondo (RV) - O Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, levou a saudação e a bênção do Papa Francisco, neste domingo (13/09), a San Giovanni Rotondo, cidade italiana da Região da Puglia, na inauguração do novo centro de pesquisa para medicina regenerativa da ‘Casa Alívio do Sofrimento’ e celebrou a missa no Santuário de São Pio de Pietrelcina.

O purpurado recordou que Francisco escolheu São Pio como “modelo exemplar da misericórdia”, ao qual olhar durante o próximo jubileu. 

O Cardeal Parolin explicou que se fez “peregrino dentre os peregrinos” para venerar São Pio e “confiar à sua intercessão” o Ano Santo da Misericórdia a fim de que desperte na Igreja e no mundo “um desejo de conversão e renovação interior e nos ajude a redescobrir, segundo os votos do Papa, as obras de misericórdia”.

A ‘Casa Alívio do Sofrimento’ é exemplo dessa missão, “expressão particularmente eloquente do compromisso da Igreja de estar junto a quem sofre e cultivar uma atenção privilegiada aos doentes, segundo o exemplo de Jesus”, concluiu o purpurado. (MJ)

inizio pagina

Vaticano: em análise, as ajudas católicas a Síria e Iraque

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Quinta-feira, 17 de setembro, o Pontifício Conselho “Cor Unum” promove uma reunião sobre a crise humanitária síria e iraquiana, para a qual foram convidadas as entidades de caridade católicas que atuam na área do Oriente Médio e bispos daquela região.

Mais de 30 organizações já confirmaram a participação no encontro, que será dividido em dois painéis. De manhã será apresentado o relatório sobre as ajudas humanitárias das entidades eclesiais no âmbito da crise síria e iraquiana (2014-2015), realizado pelo “Cor Unum”. À tarde, o foco será nos aspectos concretos da colaboração entre os diversos atores na Síria, Iraque e países limítrofes. 

Metas

O objetivo da reunião é elaborar um balanço do trabalho desempenhado até agora pelas organizações de caridade católicas, trocando informações sobre o andamento da crise e as respostas da Igreja para a situação humanitária. Serão debatidas as dificuldades emersas e identificadas as prioridades para o futuro; analisadas as situações das comunidades cristãs residentes naqueles países e convergidos os esforços de organismos, congregações religiosas e dioceses.

A crise síria e iraquiana está no centro da atenção da Comunidade internacional pelas graves consequências também do pós-guerra. A Santa Sé, além da atividade diplomática, participa ativamente de programas de ajuda e assistência humanitária. Desde 2011, segundo dados disponíveis, a crise provocou mais de 250 mil mortos e 1 milhão de feridos. 

Atualmente, mais de 12 milhões de pessoas precisam de ajudas na Síria e mais de 8 milhões no Iraque. Os deslocados internos são 7,6 milhões na Síria e mais de 3 milhões no Iraque. Quanto aos refugiados, 4 milhões de sírios estão na área do Oriente Médio: 1,9 milhões na Turquia, 1,1 milhão no Líbano, mais de 600 mil na Jordânia. 

 

inizio pagina

Igreja no Mundo



Estação Termini para o Jubileu: portões de acesso pra quem pega trem de Roma

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Professor de economia política e membro da Fundação Roma, Cesare Imbriani, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, afirma que “o Jubileu representa uma ocasião extraordinária e irrepetível para a cidade mudar comportamento e imagem em relação à despesa pública e à sua transparência e honestidade. O Jubileu”, explica Imbriani, “exigirá infraestrutura, despesa pública, planejamento. Roma é perfeitamente capaz de enfrentar o empenho com eficácia”, conclui o professor.

Os trabalhos para reforçar as medidas de segurança na principal estação ferroviária da cidade eterna, por exemplo, já começaram e a poucos meses do início do Jubileu da Misericórdia que começa no dia 8 de dezembro. Já é novidade para os viajantes que partem da Estação Termini a instalação de novos espaços em vidro e cimento, posicionados no início dos trilhos, como um novo sistema que filtra os passageiros: só entra quem tiver bilhete em mãos. As obras para erguer as barreiras em todos os portões de entrada, do 1 ao 24, devem prosseguir durante esta semana no período da noite e devem ajudar os funcionários das Ferrovias do Estado a monitorar com segurança o fluxo de viajantes.

Sobre a organização do Jubileu, o prefeito de Roma, Ignazio Marino, disse que estão empenhados sobre todos os aspectos referentes ao acolhimento: “procuramos interpretar ao máximo a mensagem do Papa Francisco: um Jubileu que se concentre na misericórdia, na reflexão e no espírito. A cidade fará um esforço para melhorar não somente o acolhimento, mas também os transportes, a viabilidade e o decoro da cidade para melhorar, inclusive, a qualidade da vida dos romanos”.

Cálculos de um estudo feito pela Universidade La Sapienza de Roma e divulgado pela Câmera de Comércio da cidade indicam que a partir do dia 8 de dezembro podem chegar em Roma até 30 milhões de peregrinos, sobretudo aqueles da América Latina. Um sucesso superior àquele do ano 2000, o jubileu do milênio do Papa Wojtyla e preparado com muitos anos de antecedência que fez chegar até o Vaticano 25 milhões de fiéis de todas as partes do mundo. A pesquisa também apresenta os reflexos no mercado de trabalho: o evento católico pode gerar entre 4.300 a 5.300 vagas a mais. (AC)

inizio pagina

Card. Bo pronuncia-se contra leis defendidas por extremistas budistas

◊  

Yangun (RV) - Em Mianmar, país do sudeste asiático, a Igreja se une ao alarme lançado pela oposição sobre as novas “Leis em defesa da raça e da religião”, aprovadas em agosto passado pelo Parlamento sob pressão de alas extra–parlamentares budistas.

O pacote legislativo, defendido pelo Comitê para a proteção da nacionalidade e da religião (Ma Ba Tha, sigla), compreende medidas contra os matrimônios mistos, as conversões religiosas e a poligamia e contempla o controle de natalidade.

O país precisa de paz e reconciliação

Segundo ativistas dos direitos humanos e movimentos da oposição, as novas leis lesam os direitos e as liberdades dos cidadãos e poderiam tornar-se uma nova arma para atingir as minorias e os grupos mais marginalizados do país, em particular, muçulmanos de etnia Rohingya.

Trata-se de uma preocupação partilhada pelo arcebispo de Yangun, Cardeal Charles Maugn Bo, que – em mensagem aos governantes e ao povo birmanês em vista das próximas eleições parlamentares de novembro – chama a atenção para o perigo que as medidas em questão representam para a unidade do país e para o frágil processo de democratização iniciado em 2010.

Na mensagem, o arcebispo fala de uma nação “mais uma vez” numa “encruzilhada, dividida entre esperança e desespero”, após ter vivido mais de “cinquenta nos de opressão política”.

“Em Mianmar não se pode caminhar rumo a um conflito permanente. Cinquenta nos de agonia bastam. Precisamos de paz. Precisamos de reconciliação. Precisamos de uma identidade partilhada e da qual se possa confiar enquanto cidadãos de uma nação que alimenta esperança.”

Uma ofensa aos ensinamentos budistas e uma ameaça à democracia

Segundo o purpurado, as novas leis são fruto da campanha de “ódio” de alguns grupos radicais voltados a “institucionalizar ideologias extremistas”, ofendendo Buda e os ensinamentos de paz, misericórdia e compaixão propostos pelo Budismo. Daí, o apelo dirigido aos líderes políticos e aos eleitos a reverem essas leis a fim de esconjurar o perigo de “outros conflitos nas décadas futuras”.

O verdadeiro desafio do país é a pobreza, não as conversões religiosas

Por fim, a mensagem chama a atenção para o verdadeiro desafio ao qual o país deveria dar uma resposta concreta. O cardeal adverte que o maior perigo não reside nas conversões religiosas, mas na “pobreza... que é a religião comum da maioria dos cidadãos birmaneses.

O Cardeal Bo afirma que “30% do nosso povo vive em condições de pobreza – recorda ele –, um dado que nos Estados Rakhine (onde vive a minoria Rohingya) e Chin alcança o pico de 70%”.

“Como nação é necessária uma verdadeira conversão para este 30% da população obrigada a sofrer uma religião opressiva chamada pobreza”, conclui o purpurado. (RL)

inizio pagina

Casamentos mistos na Índia: fenômeno em crescimento e para análise no Sínodo

◊  

Nova Deli (RV) – A Igreja indiana pretende direcionar os refletores ao Sínodo Ordinário dos bispos sobre a Família através de diferentes problemáticas vivenciadas naquele país, tais como: os desafios pastorais dos casamentos mistos; o cuidado pastoral daqueles que se distanciaram da prática religiosa; o impacto negativo da imprensa e das novas tecnologias de informação sobre as famílias; os problemas das famílias migrantes.

Os direcionamentos foram sintetizados através das respostas dos bispos ao questionário dos ‘lineamenta’ para a sessão do Sínodo de outubro no Vaticano. Cinquenta mil membros do clero, religiosos e fiéis leigos de 80 dioceses indianas de rito latino responderam ao rol de perguntas.

Desse documento emerge um dos maiores desafios da Igreja na Índia: aquele dos casamentos inter-religiosos. Um fenômeno em crescimento num país onde os católicos representam apenas 1,2% da população e perante o qual a atual normativa canônica não oferece respostas à altura das dificuldades deles, em relação à configuração jurídica, ao batismo, à educação dos filhos e ao recíproco respeito do ponto de vista da diversidade da fé. Faltam, em especial, indicações pastorais sobre como tratar situações concretas como, por exemplo, a participação dos católicos às funções religiosas de outras confissões. O auspício expresso pelos bispos latinos é uma proposta mais ‘flexível’ a essas situações.

Esse é o desejo que também se espera inclusive de outras questões, como da contracepção para prevenir o aborto, que é em crescimento na Índia. Além da promoção de programas de sensibilização pró-vida, uma adequada catequese e preparação pré-matrimonial dos casais e dos métodos naturais de controle dos nascimentos, o documento propõe que a Igreja tenha uma posição mais branda sobre o uso dos meios contraceptivos.

Um outro tema sobre o qual os bispos indianos gostariam que fosse dado espaço no Sínodo é o impacto negativo da imprensa e das novas tecnologias de comunicação sobre as famílias que estão levando a um aumento preocupante da violência e dos abusos sexuais na sociedade indiana “sobretudo sobre mulheres e crianças”, através da difusão de modelos e estilos de vida materialistas.

O relatório não trata, ao contrário, da questão da comunhão aos divorciados recasados. Limita-se a propor, porém, às pessoas que fizeram casamento civil, que são divorciadas e recasadas ou que simplesmente convivem, percursos de envolvimento na vida da Igreja e a sugerir uma simplificação dos processos de nulidade dos matrimônios. (AC)

inizio pagina

Justiça para as vítimas dos massacres de Orissa!

◊  

Nova Délhi (RV) – Justiça para os cristãos do distrito de Khandamal, do estado de Orissa, após os massacres anticristãos de 2008: é o que pediu ao Presidente da Índia Rashtrapathi Bhavan, uma delegação do “Comitê para a Paz e a Justiça em Kandhamal” que inclui padres, ativistas e sobreviventes da carnificina anticristã de 2008. 

Segundo o Comitê, o Presidente recebeu a delegação e lhe assegurou seu apoio. As principais reivindicações feitas pela delegação são ligadas à falta de uma indenização adequada; à ausência de novas oportunidades de sustento, como o trabalho; ao fracasso do sistema de justiça penal; ao pedido para reabrir os casos que foram encerrados arbitrariamente.

Reivindicações

Os cristãos que tiveram que abandonar suas casas e terras – nota um comunicado do Comitê – querem retornar às suas aldeias e o governo do Estado de Orissa deveria facilitar o seu retorno. 

O Comitê entregou ao Presidente um Memorando com os tópicos principais do caso. O texto pede “a adoção de medidas urgentes para garantir a paz no distrito de Kandhamal” e “justiça para os sobreviventes da violência”. 

Traumas em todos os âmbitos

Há sete anos daqueles dias trágicos, “as vítimas de Kandhamal, que sofreram traumas psicológicos, ainda buscam justiça em todos os âmbitos, inclusive sobre questões jurídicas e socioeconômicas”. 

O texto cita “inquéritos medíocres da polícia e intimidações de testemunhas” e pede a reabertura e a revisão dos processos conduzidos de modo superficial. Também recorda que “a violência anticristã foi projetada, dirigida e fomentada por grupos fundamentalistas hinduístas, amparados por alguns partidos políticos”, e convida a identificar os culpados e cúmplices que avalizaram a violência nos ambientes da política.

(CM)

 

inizio pagina

Formação



A "piedade popular" na realidade eclesial do Marajó, no Pará

◊  

 

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”, trazendo um pouco, nestes dias, a realidade eclesial da Diocese de Ponta de Pedras. Nesta edição, o bispo desta Igreja particular da mesorregião de Marajó, no Pará, Dom Alessio Saccardo, S.J., nos traz um pouco daquela expressão de fé dos nossos povos latino-americanos, à qual chamamos de “piedade popular”.

Originário de Marano Vicentino, Diocese de Vicenza, norte da Itália, Dom Alessio nos traça um perfil da piedade popular que ele encontrou não somente em Ponta de Pedras, mas também nas outras dioceses da região amazônica onde teve a oportunidade de conhecer um pouco mais essa realidade.

O bispo de origem italiana faz-nos uma constatação interessante que pode até nos parecer lógica, mas nem por isso automaticamente evidente: a piedade popular que hoje temos é expressão da religiosidade popular que no passado existia na Europa e que os missionários que chegaram ao Brasil introduziram em sua ação evangelizadora: festas, comemorações, ladainhas de Nossa Senhora, procissões que caracterizavam a fé popular na Itália, por exemplo, em sua região natal, o Vêneto – observa ele.

Olhando para o futuro, Dom Alessio aponta, porém, alguma preocupação identificando um perigo para a piedade popular: o perigo de ela ser, de alguma maneira, sufocada pela nova civilização. De fato, cita, “tem festas profanas que estão substituindo estas festividades sagradas”, como se deu na Europa. Vamos ouvir! (RL)

Ouça clicando acima

inizio pagina

“Misericórdia e Missão”

◊  

Campinas (RV) - Nosso Regional Sul 1 iniciou o segundo semestre de 2015 impulsionado por algumas indicações importantes para a vida eclesial no Estado de São Paulo.

Em primeiro lugar, estamos saindo da Assembleia Geral da CNBB, ocorrida no mês de abril deste ano, que aprovou as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Nelas destacam-se as cinco urgências para a Missão da Igreja, a saber: Igreja em estado permanente de missão; Igreja, casa da iniciação à vida cristã; Igreja, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja, comunidade de comunidades e Igreja, a serviço da vida plena para todos.

Na sequência das preocupações que temos com a evangelização e a missão da Igreja no Brasil, o Santo Padre, o Papa Francisco, chama a atenção de todos nós e de todo o mundo, para o cuidado que devemos ter com nossa casa comum, e diz:

“Agora, à vista da dete­rioração global do ambiente, quero dirigir-me a cada pessoa que habita neste planeta. Na minha exortação Evangelii gaudium, escrevi aos membros da Igreja, a fim de os mobilizar para um proces­so de reforma missionária ainda pendente. Nesta encíclica, pretendo especialmente entrar em diá­logo com todos acerca da nossa casa comum.” (Laudato Si’ nº. 3).

Acolhamos esta perspectiva global que o Papa nos apresenta, pois, membros da Igreja, Corpo de Cristo, estamos no mundo para oferecer o que de melhor podemos dar, como nos lembra Aparecida, o desafio que devemos enfrentar é o de mostrar “a capacidade da Igreja para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo.” (Doc. Aparecida, nº. 14).

Em nosso empenho missionário, tomemos consciência de que “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa.” (Misericordiae Vultus, Bula de proclamação do Jubileu extraordinário da Misericórdia).

No próximo mês de outubro, acontecerá a Assembleia das Igrejas Particulares do Estado de São Paulo, Regional Sul 1 da CNBB. Será um tempo de aprofundamento e compreensão, partilha e ajuda mútua na responsabilidade comum de batizados, discípulos missionários, para anunciar a Boa Nova do Reino.

Tudo isso, nos impulsiona a viver com maior coerência e vivacidade nossa identidade católica, pois carregamos em nossa história, a vida de tantas mulheres e homens que se doaram por amor, a Deus e aos irmãos, anunciado-lhes o Evangelho da Vida.

 

 

Dom Airton José dos Santos

Arcebispo Metropolitano de Campinas

Presidente do Regional Sul1 da CNBB

inizio pagina

Artigo: Tragédia Migrante

◊  

Jales (RV) - A impressionante onda de migrantes, tentando entrar na Europa, está mostrando o seu lado trágico, e a complexidade de suas causas.

A situação tomou proporções assustadoras nestas últimas semanas, quando multidões humanas, fugindo sobretudo da guerra na Síria, começaram a forçar as fronteiras dos países da Europa Oriental, em demanda da Europa Ocidental.

O sonho da maioria é entrar nos países mais ricos da Europa, na esperança de lá encontrar sua sobrevivência, que nos seus países de origem está ameaçada.

Ao mesmo tempo, continua o fluxo dos que se aventuram a atravessar o mar Mediterrâneo, provenientes dos países pobres do norte da África, como a Líbia, a Tunísia, a Argélia, o Marrocos.

São muitos os ângulos que podem ser tomados como referência para entender esta complexa situação e esta tragédia humana.

Uma primeira constatação volta a mostrar sua evidência: é insustentável manter desigualdades tão gritantes entre os países.  Com a globalização, todos os países se tornaram próximos. O mundo precisa se dar conta que, ou fazemos a globalização da solidariedade, ou transformamos o mundo em cenário permanente de guerra.

Outra constatação intriga agora a consciência coletiva da Europa. Durante séculos, os países europeus, no regime do colonialismo, submeteram os países africanos à dominação política e à exploração de suas riquezas naturais. Depois os abandonaram à própria sorte.

Agora todos se dão conta que teria sido muito melhor buscar em conjunto um desenvolvimento sustentável de todos os países africanos. Se assim tivesse sido feito, não estaria agora a Europa com o pesadelo de perder suas riquezas.

Outra constatação é necessário fazer, referente ao Oriente Médio. O Ocidente sempre apoiou os regimes ditatoriais daquela complexa região. Agora se colhem os frutos amargos. Não existem lideranças que possam administrar a complexa realidade daquela região do mundo. As estruturas estatais são precárias, e o vazio político permite o surgimento de aberrações inesperadas, que tomam forma de “Estado Islâmico” ou de outras ditaduras que precisam ser sustentadas pela ameaça constante à liberdade e à segurança. 

Por sua vez, a rica Europa começa a se dar conta que seus povos estão perdendo vitalidade. São populações que vão envelhecendo, sem ânimo para se renovarem. De acordo com projeções deduzidas de dados objetivos, se continuar esta tendência de envelhecimento e de cansaço vital, a Europa precisará, não só abrir as portas para que venham os migrantes, mas ir ao seu encontro, suplicando que tragam sua energia vital, que sustente os empreendimentos econômicos, e garanta a renovação da população.

Na dinâmica atual, em quarenta anos a população da Alemanha baixará dos 81 milhões atuais, para 70 milhões de habitantes. Talvez seja esta previsão que está levando o governo alemão a estar mais disposto a acolher até quinhentos mil migrantes por ano.

A história mostra que os migrantes são portadores de vida nova. De 1890 a 1910, os Estados Unidos receberam 17 milhões de migrantes. O país não seria o que é hoje, sem a expressiva colaboração dos migrantes, em sua grande maioria europeus. Eles querem viver.

Eles podem ser bem vindos, se entendermos as lições da história.

Dom Demétrio Valentini – Bispo de Jales

inizio pagina

Artigo: Nulidade matrimonial

◊  

Maringá (RV) - Dia oito de setembro o papa Francisco enviou um decreto de iniciativa pessoal chamado em latim de Motu próprio, para favorecer a rapidez dos processos de nulidade matrimonial, mas não estimular a separação dos casais.

Essa decisão do papa vem ao encontro da proposta do Jubileu extraordinário da Misericórdia marcado para ter início no dia oito de dezembro. Com este decreto percebemos mais uma vez o amor do papa pelos casais de segunda união, que sofrem por não poder receber a Eucaristia. Não se trata de anular o primeiro e sim, declarar através de um processo judicial, que aquele ato é nulo; ou seja: não existiu.

Francisco manifesta claramente a preocupação pela salvação dos fiéis, pois a igrja tem como missão “comunicar a graça divina e ajudar continuamente, de acordo com os dons e a missão de cada um, o bem dos fiéis”. Consciente disto, antes do Sínodo Extraordinário sobre a Família no ano passado, foi criada uma comissão de estudo sobre esta matéria.

É a preocupação pela salvação de todos que levou o Sucessor de Pedro "oferecer aos bispos este documento de reforma" sobre as causas de nulidade do matrimônio.

Francisco dá continuidade à obra iniciada por seus antecessores, com a finalidade de não favorecer a "nulidade dos matrimônios, mas a rapidez dos processos”.

A causa desta medida tão oportuna e necessária se dá "pelo enorme número de fiéis  que, embora desejem pacificar a sua consciência, são muitas vezes desviados das estruturas jurídicas da Igreja por causa da distância física ou moral".

Portanto, "processos mais rápidos e acessíveis", tal como foi também solicitado no recente Sínodo sobre a Família, para evitar que "o coração dos fiéis que aguardam o esclarecimento do próprio estado não seja por muito tempo oprimido pelas trevas da dúvida”.

As causas de nulidade continuam "a ser tratadas por via judiciária, e não administrativa" para "tutelar ao máximo a verdade do sagrado vínculo".

Para a rapidez, passa-se a apenas uma única sentença em favor da nulidade executiva, e portanto já não mais uma dupla decisão favorável. O bispo diocesano é juiz na sua Igreja particular, e o papa deposita toda a confiança nos bispos, que bem assessorados possam agilizar os processos sem manchar a doutrina do matrimônio.

Devemos entender bem que se trata de constatar as causas de nulidade e não inventar a possível existência de qualquer motivo de nulidade. Todo processo deve caminhar a favor da verdade.

No documento é reafirmada a gratuidade dos procedimentos "para que a Igreja, mostrando-se aos fiéis como mãe generosa, numa matéria assim tão estreitamente ligada à salvação das pessoas, manifeste o amor gratuito de Cristo pelo qual todos fomos salvos". Nunca nenhum  papa celebrou dois Sínodos no intervalo de um ano. A grande preocupação do papa Francisco é com massa dos pobres e a Igreja deve abrir-se aos pobres que são as periferias, ele entendeu e entende também, da massa dos divorciados que são uma categoria de pobres.

Por isso que agora estamos autorizados a buscar caminhos dar mais rapidez aos processos, sem perder a autenticidade do trabalho em sintonia com toda a Igreja.

Dom Anuar Battisti - Arcebispo de Maringá - PR

inizio pagina

Atualidades



Detentos escutam o Angelus na Capela Sistina

◊  

 

Cidade do Vaticano (RV) - Um grupo de 50 detentos da seção penal do complexo penitenciário de Rebibbia, situado na periferia leste de Roma, visitou os Jardins Vaticanos, a Basílica de São Pedro e os Museus Vaticanos, neste domingo (13/09).

Esta é uma antecipação das iniciativas previstas para o Ano Jubilar da Misericórdia que terá início em dezembro próximo. 

Durante a visita aos Museus Vaticanos os detentos tiveram como guia o diretor dos museus, Antônio Paolucci. Ao meio-dia o grupo se encontrava na Capela Sistina para ouvir o Angelus do Papa Francisco. Uma ocasião única para os hóspedes do complexo penitenciário romano que puderam deixar de lado por algumas horas os problemas e dificuldades, e viver plenamente a beleza dos lugares a eles desconhecidos.
 
“Essas emoções permanecem em nosso coração e em nossa mente por um longo tempo. Para os presos, claramente, isto assume um valor particular, pois ao invés de transcorrer mais um dia dentro da prisão puderam participar de uma visita que lhes foi oferecida, neste domingo, dia em que normalmente os Museus Vaticanos estão fechados. Isso emocionou os detentos que se sentiram parte desse evento excepcional”, disse na entrevista à nossa emissora o Diretor do Cárcere de Rebibbia, Stefano Ricca, que acompanhou o grupo ao Vaticano.

Carmine, um dos detentos que participou desse dia especial disse: 

“Fomos acolhidos muito bem, algo difícil para um preso na sociedade, pois somos sempre vistos com olhos particulares. Hoje, fomos tratados como uma personalidade importante. Foi uma emoção para todos nós. Estávamos falando sobre isso: algo indescritível!” (MJ)

inizio pagina