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Sumario del 16/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: a família nos salva da colonização do dinheiro

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Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 30 mil fiéis e peregrinos participaram da Audiência Geral na Praça S. Pedro com o Papa Francisco. 

Esta quarta-feira (16/09), sob céu encoberto, o Pontífice concluiu seu ciclo de reflexões sobre a família, recordando que a Igreja está prestes a viver dois importantes eventos: o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, e o Sínodo dos Bispos, em Roma.

Para Francisco, diante de uma sociedade administrada pela tecnocracia econômica, é necessária uma nova aliança do homem e da mulher para emancipar os povos da “colonização do dinheiro”. Esta aliança, defendeu o Papa, deve voltar a orientar a política, a economia e a convivência civil.

Desta aliança, a comunidade conjugal-familiar do homem e da mulher é a gramática gerativa. Deus confiou  à família não o cuidado de uma intimidade fim em si mesma, mas o projeto de tornar “doméstico” o mundo. “Propriamente a família está no início, na base desta cultura mundial que nos salva; nos salva de tantos ataques, destruições, colonizações, como a do dinheiro e a das ideologias que tanto ameaçam o mundo. A família é a base para defender-se”, disse o Papa.

Francisco salientou que tudo o que acontece entre o homem e a mulher deixa marcas na criação. Em concreto, o pecado original – a rejeição à bênção de Deus – adoeceu o mundo. Mas, recordou, Deus nunca abandonou o homem; no livro do Gênesis, a promessa feita à mulher parece garantir a cada nova geração uma bênção especial para defender-se do maligno. “Existem muitos clichês, às vezes ofensivos, sobre a mulher sedutora que inspira o mal. Ao invés, há espaço para um teologia da mulher que seja à altura desta bênção de Deus para ela e a para geração!”, defendeu.

Cristo, recordou o Papa, nasceu de uma mulher. “É a carícia de Deus sobre as nossas chagas, nosso erros e pecados. Mas Deus nos ama como somos e quer levar-nos avante com este projeto, e a mulher é a mais forte a leva-lo avante.”

Por fim, Francisco ressaltou que a promessa que Deus faz ao homem e à mulher inclui todos os seres humanos até o fim da história. “Se tivermos fé suficiente, as famílias dos povos da Terra se reconhecerão nesta bênção. Caminhando juntos, sem fazer proselitismo”, disse o Papa, pedindo a bênção de Deus às famílias de todos os ângulos da Terra.

Clique para assistir à integra da Audiência em português

(BF)

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Francisco pede aos fiéis que rezem por sua próxima viagem

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Cidade do Vaticano (RV) – Sábado (19/9), o Papa partirá para a sua 10ª viagem apostólica, tocando desta vez Cuba e Estados Unidos. Nesta quarta-feira, aos milhares de fiéis que lotaram a Praça São Pedro na última audiência geral antes da viagem, o Pontífice pediu que rezassem por ele. 

“Uma missão à qual me dedicarei com grande esperança. O motivo principal desta viagem é o VIII Encontro Mundial das Famílias, a se realizar em Filadélfia. Irei também à sede central da ONU, no septuagésimo aniversário desta instituição. Desde já, comprimento com carinho os povos cubano e estadunidense que, conduzidos por seus Pastores, se prepararam espiritualmente. Peço a todos que me acompanhem com a oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a intercessão de Maria Santíssima, a Padroeira de Cuba Nossa Senhora do Cobre, e Padroeira dos Estados Unidos, Imaculada Conceição. 

Confira toda a agenda do Papa e a programação da RV na viagem do Papa em nossa página.

Ainda no próximo sábado, em San Miniato (na região italiana da Toscana) será beatificado Pio Alberto del Corona, Bispo daquela diocese falecido aos 75 anos em 1912, fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas do Espírito Santo. 

Francisco recordou o novo beato como um “zeloso guia e sábio mestre do povo a ele confiado. Que o seu exemplo e sua intercessão ajudem a Igreja a caminhar no espírito do Evangelho, gerando frutos de obras de bem”. 

(CM)

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Diocese de Cajazeiras (PB) está vacante

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Cajazeiras (PB), apresentada por Dom José González Alonso.

Dom José González Alonso completou 75 anos, idade em que o Bispo deve apresentar seu pedido de renúncia, de acordo com o Código de Direito Canônico.

O Bispo é natural de Salamanca, na Espanha. Chegou ao Brasil em 1965. Recebeu a ordenação episcopal em março de 1995, nomeado Bispo Auxiliar de Teresina. Tomou posse na Diocese de Cajazeiras em 21 de agosto de 2001.

(BF)

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Papa recorda a ministros preceitos contra mudanças climáticas

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu na manhã desta quarta-feira (16/9), um grupo de ministros do Meio Ambiente da União Europeia. Para contribuir com o debate, o Papa apresentou três aspectos fundamentais que desafiam os Países a tomarem atitudes concretas contra as mudanças ambientais. 

Ao recordar que o ministério do meio ambiente assumiu, nos últimos anos, uma posição de destaque nos governos, Francisco afirmou que essa responsabilidade requer uma colaboração eficaz ao interno da Comunidade internacional.

Às vésperas da declaração das Nações Unidas sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável e da Conferência do Clima de Paris, o Pontífice reiterou que os que mais sofrem com as mudanças climáticas são os mais pobres.

Solidariedade

Francisco fez um chamado à genuína solidariedade que, neste caso, quer dizer colocar em prática instrumentos eficazes que unam a luta contra o degrado ambiental com aquela contra a pobreza.

“Existem numerosas experiências positivas em tal direção. Trata-se, por exemplo, de desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas, capazes de utilizar da melhor maneira os recursos humanos, naturais, socioeconômicos, grande parte destes acessível em nível local, para garantir uma sustentabilidade também a longo prazo”, explicou o Papa.

Justiça

Soma-se a isso o princípio da justiça, já explanado pelo Pontífice na encíclica Laudato si. Aqui, Francisco destacou a questão do “débito ecológico” existente entre o Norte e o Sul, ligado a desiquilíbrios comerciais com consequências também em âmbito ecológico.

“Devemos honrar este débito. Os Países ricos são chamados a contribuir, a resolver este débito dando um bom exemplo, limitando em modo importante o consumo de energia, provendo recursos aos Países mais necessitados para que possam promover politicas e programas de desenvolvimento sustentável”, afirmou o Papa.

Participação

Ao terminar sua reflexão, Francisco apresentou o preceito da participação que requer o envolvimento de todas as partes em causa, principalmente “daquelas que frequentemente ficam à margem dos processos decisórios”.

“Trata-se, obviamente, de um grande desafio cultural, espiritual e educativo. Solidariedade, justiça e participação para o respeito da nossa dignidade e para o respeito da criação”, concluiu o Papa ao garantir que da sua parte e da Santa Sé não faltará apoio para responder de maneira adequada tanto ao grito da Terra quanto ao grito dos pobres. (RB)

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Francisco abençoará cruz dos missionários latino-americanos

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Cidade do Vaticano (RV) - Durante sua visita aos Estados Unidos, o Papa Francisco vai abençoar a "Cruz dos Encontros", símbolo do movimento missionário dos sacerdotes católicos latinos fundado em 1972 e cujo Encontro se realiza a três anos.

O Pontífice deve abençoar a cruz de madeira de 1,52 metro em sua chegada à Filadélfia sábado, (26/09), antes de seu discurso sobre a liberdade religiosa e a imigração. 

A cruz que o Papa abençoará será o estandarte do "Quinto Encontro Nacional sobre Sacerdócio Hispânico" que começará neste ano e que viajará por paróquias ao longo do país, informou a Arquidiocese da Filadélfia em comunicado. Além da cruz, será apresentada ao Papa a Bíblia Católica para a Família e para o Jovem.

Organizado pela Conferência dos Bispos Católicos americanos, o "Encontro" é um movimento de discussões e atividades missionárias que se estende por três anos em diferentes paróquias e regiões episcopais e conflui em um evento nacional.

O principal motivo dessas jornadas é fixar diretrizes aos sacerdotes que trabalham em comunidades de hispânicos católicos.

Entre os hispânicos e latinos nos Estados Unidos, uma população de 50 milhões de pessoas, 48% são católicos, uma queda de 10 pontos desde 2007, segundo uma pesquisa do instituto PEW.

Francisco encerrará em Filadélfia o Encontro Mundial de Famílias Católicas celebrando uma missa campal domingo (27/09). 

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Dom Tomasi: superar indiferença em relação à escravidão

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Genebra (RV) – A comunidade internacional deve rejeitar a cultura relativista que permite a uma pessoa lucrar sobre a outra, tratando-a como objeto, impondo a ela trabalho forçado, ou tornando-a escrava para saldar um débito, pediu o Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, ao pronunciar-se na 30ª Sessão do Conselho para os Direitos Humanos.

Devemos superar a “globalização da indiferença” no que diz respeito à quem é, de diversas formas, reduzido à condição de escravidão, disse Dom Tomasi à comunidade internacional, fortemente solicitada a transformar esta indiferença em um “renovado sentido de solidariedade e de fraternidade”.

Os números trágicos da escravidão

O Observador repete as trágicas cifras fornecidas pela Organização Internacional do Trabalho: 35,8 milhões de pessoas no mundo reduzidas a um estado de escravidão. 5,5 milhões dos mais de 20 milhões submetidos a trabalhos forçados são crianças. Os grupos mais vulneráveis são os indígenas, as minorias, aqueles considerados “de castas mais baixas” e migrantes, sobretudo irregulares. Os setores “com um elevado risco de formas contemporâneas de escravidão” são aqueles em que encontramos cadeias de produção: agricultura, construção, extração mineral e  indústria têxtil. Dom Tomasi explica, porém, que existem também outras formas de escravidão, que vão além da exploração no trabalho forçado, porque muitos seres humanos, e na maioria menores, são capturados pelo mundo da prostituição ou são transformados em escravos do sexo.

A mensagem do Papa para o Dia Mundial da paz

O Observador Permanente da Santa Sé junto às ONU em Genebra recorda a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2015, quando o Papa fala de “mulheres forçadas a casarem-se, vendidas em vista do matrimônio ou passadas em sucessão a um familiar à morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consenso”. E elenca, então, outras formas de redução à escravidão, sempre citadas pelo Papa Francisco: “para a extração de órgãos, para serem recrutados como soldados, para mendicância, para atividades ilegais, tais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adoção internacional".

Para eliminar o fenômeno é necessário uma mobilização mundial

Este antigo fenômeno desumano de submissão do homem por parte do homem – denuncia Dom Tomasi – tem suas raízes, hoje como no passado, em uma concepção da pessoa que admite a possibilidade de tratá-la como objeto. “Estamos diante de um fenômeno mundial que supera a competência de uma só comunidade ou nação” – adverte – e “para eliminá-lo temos necessidade de uma mobilização de dimensões comparáveis àquelas do próprio fenômeno”.

Coordenação transnacional contra o tráfico de seres humanos

É necessário, portanto, empenhar-se na prevenção deste fenômeno, tutelar as vítimas, trabalhar pela sua reabilitação psicológica e pedagógica, perseguir legalmente os responsáveis. Eis, portanto, que tomando por exemplo os esforços da Igreja Católica para enfrentar as modernas formas de escravidão, “os Estados deveriam garantir que a própria legislação respeite realmente a dignidade da pessoa humana nos setores da migração, do emprego, da adoção, nos movimentos das sociedades offshore e na venda de artigos produzidos pelo trabalho escravo, à busca das modalidades mais idôneas para punir aqueles que são cúmplices deste comércio desumano”.  Além de combater de modo coordenado as redes transnacionais do crime organizado que controla o tráfico de pessoas e o tráfico ilegal de migrantes. (JE)

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Cardeal Filoni: Madre Teresa modelo de amor a Deus e aos pobres

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Calcutá (RV) - “Que Madre Teresa continue sendo fonte de inspiração e modelo de amor a Deus e aos pobres, um farol de esperança, uma amiga e intercessora para todos, e como sempre foi, uma mãe cuidadosa.” 

Estes foram os votos feitos pelo Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, durante a missa presidida nesta terça-feira (15/09), em Calcutá, na Índia, diante do túmulo da Beata Madre Teresa, fundadora das Missionárias da Caridade, no último dia de sua visita pastoral ao país.  

Segundo a Agência Fides, o purpurado recordou que “a dor de Maria foi profunda” e ela viveu essa dor “com a mesma fé com a qual aceitou a sua maternidade divina”. Aos pés da Cruz, “Maria, mais uma vez, se tornou mãe de um recém-nascido, a Igreja. Neste sentido, a dor de Maria, como as dores do parto, não era sem esperança. Na ressurreição de Cristo ela pode entender o que é realmente a esperança cristã”, frisou o cardeal.

Madre Teresa deu novamente dignidade ao sofrimento, aos abandonados e aos mais pobres

Depois de sublinhar que “a Virgem Maria é nossa mãe e como toda boa mãe, nos ensina, é um exemplo para nós, e caminha conosco durante toda a nossa vida”, o Cardeal Filoni prosseguiu: “Hoje nos reunimos junto ao túmulo de outra mãe que diante da dor e do sofrimento procurou fazer algo. A Beata Madre Teresa de Calcutá deu novamente dignidade ao sofrimento, aos abandonados, aos mais pobres. Aliviou a dor que os seres humanos podem infligir um ao outro através da injustiça. Ela guiou com o exemplo, evangelizou através do ‘amor simples’ praticado nas obras.”

O zelo de Madre Teresa pelos pobres fascina muitos jovens

O Cardeal Filoni frisou que “o zelo de Madre Teresa pelos pobres fascina um grande número de jovens, inspira muitos a imitá-la na resposta ao chamado de Deus. Este fascínio extraordinário continua atraindo uma grande multidão de pessoas na Índia, de todos os credos e religiões, como milhões de outras pessoas em todo o mundo, incluindo os membros da família religiosa por ela fundada, as Missionárias da Caridade”. 

O purpurado concluiu encorajando os irmãos e irmãs ali presentes a prosseguirem “no trabalho precioso que a Beata Madre Teresa iniciou para o bem da Igreja e do mundo”. (MJ)

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Conselho dos 9 Cardeais estuda criação de novas congregações

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Cidade do Vaticano (RV) – Conclui-se esta quarta-feira (16) a XI Reunião do Conselho dos Cardeais, instituído pelo Papa Francisco para coadjuvá-lo no governo da Igreja. Entre os vários temas tratados está a criação de duas novas Congregações: “leigos, família e vida” e “caridade, justiça e paz”.

Novas congregações

A este propósito o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi SJ, explicou que foi estudada a proposta de criação de uma nova Congregação dedicada aos “leigos, família e vida”, e que foi apresentada ao Santo Padre, mas não sem antes ouvir o Cardeal Dionigi Tettamanzi, encarregado pelo Papa nos meses passados para aprofundar a viabilidade do projeto.

Foi analisada ainda a proposta de criação de uma Congregação dedicada à “caridade, justiça e paz”, tema que deverá ser ainda amadurecido, antes de se transformar em uma proposta conclusiva por parte do Conselho.

Nomeação de novos bispos

O procedimento para a nomeação dos novos bispos, mais especificamente no que tange à qualidade e requisitos dos candidatos à luz das exigências do mundo de hoje, também esteve na pauta dos debates da reunião do C9. O tema deverá ser aprofundado e desenvolvido pelos dicastérios pertinentes.

Secretaria de Comunicação

Por outro lado, o Prefeito da nova Secretaria para a Comunicação, Mons. Mario Viganò, manifestou-se no encontro, relatando aos Cardeais os primeiros passos realizados para a consolidação do novo organismo e, em particular, a nomeação de um grupo para a elaboração dos Estatutos da nova Secretaria, formado por representantes das instituições envolvidas. Neste trabalho, particular atenção será dada para a avaliação dos aspectos jurídicos e administrativos das atividades de comunicação da Santa Sé. Sucessivamente serão elaborados os regulamentos. Os Cardeais foram unânimes na aprovação dos passos consolidados, reiterando, que não obstante o avanço, devem ser definidas o mais breve possível linhas precisas de comportamento às instituições envolvidas, para que – como pede o Motu proprio – a reforma proceda com decisão para uma integração e gestão unitária.

Abuso de menores

Também foi abordado o tema proposto na última sessão do Conselho a respeito do abuso de menores. A este propósito, passou-se à concretização das sugestões feitas, em particular no que diz respeito à possibilidade de uma maior agilização nas tratativas referentes aos numerosos casos ainda pendentes.

Foi retomada também o trabalho sobre o esboço de preâmbulo da nova Constituição.

O Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga esteve ausente da reunião por motivos de saúde. A próxima sessão do C9 está prevista para os dias 10 à 12 de dezembro. (JE)

 

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Encontro dos jovens consagrados: sejam pais e não solteirões

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Cidade do Vaticano (RV) – Milhares de jovens acolheram o convite a participar da vigília de oração na Praça S. Pedro, na noite de terça-feira (15/09), que abriu o Encontro Mundial dos Jovens Consagrados. 

O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Card. João Braz de Aviz, deu as boas-vindas aos milhares de participantes, recordando que foi o Papa Francisco quem os convidou de todas as partes do mundo.

“Nós os aguardávamos com grande alegria e por isso nos preparamos para viver este encontro à luz do Evangelho, em escuta ao chamado de Jesus, no coração da fraternidade, em meio às esperanças e às angústias do mundo, na Igreja comunhão.”

A vigília foi presidida pelo Secretário da Congregação, Dom José Rodríguez Carballo. Em sua homilia, ele propôs aos jovens consagrados três palavras como reflexão: Ânimo, sejam fortes! Perseverança, sejam fiéis! Frutificar, despertem o mundo!

O Arcebispo recordou que há uma única razão válida para escolher a vida consagrada: Jesus Cristo. “O consagrado é todo para o Senhor, e porque é todo para o Senhor, é todo para os outros.”

Dom Carballo repetiu então a exortação do Papa Francisco, de que sejam pais e mães, e não solteirões.

“Fujam da tentação de idolatrar a própria imagem, a tentação de Narciso, que os levará, assim como  o personagem mitológico, a morrer em suas próprias redes. Lembrem-se sempre que ‘há mais alegria em dar do que receber’. E que é dando que se recebe. Não vivam, queridos jovens, fechados em si mesmos, em seus interesses, planos e projetos.”

O Encontro Mundial prossegue até sábado, 19/09, com a escuta na parte da manhã. De fato, na Sala Paulo VI, conferencistas foram convidados a propor à reflexão dos jovens temas como vocação, vida fraterna e missão. A parte da tarde é dedicada à “restituição”, isto é, os jovens são divididos em grupos linguísticos para compartilhar e reunir os frutos da reflexão matutina. A parte da noite é dedicada à celebração e ao testemunho. Na quinta-feira, 17/09, os jovens ouvirão as palavras do Papa Francisco.

(BF)

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Geração perdida: Crise humanitária no OM norteia reunião do Cor Unum

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Cidade do Vaticano (RV) – O Pontifício Conselho Cor Unum promove em 17 de setembro uma reunião sobre a crise humanitária síria e iraquiana e que terá a participação dos organismos de caridade católicos que atuam na região do Oriente Médio, assim como dos bispos da região. Trata-se do terceiro encontro, após aqueles realizados em 2013 e 2014 no Vaticano, para tratar da solidariedade às vítimas do conflito deflagrado em 2011. O Secretário do Cor Unum, Mons. Gianpietro Dal Toso concedeu uma entrevista ao L’Osservatore Romano.

- Quais são os objetivos da reunião de 17 de setembro?

“A reunião de 17 de setembro nasce de diversas exigências. A primeira é a de focalizar de maneira correta a crise no Oriente Médio, que hoje não é mais somente síria ou somente iraquiana, mas considerando as especificidades, trata-se de uma única crise, na qual as questão frequentemente convergem e às vezes até mesmo se confundem. Na mídia nós vemos seguidamente somente a ponta do iceberg: o problema do chamado Estado Islâmico e das consequências geopolíticas que isto cria, o envolvimento dos Estados Unidos e da Rússia, os aspectos militares da guerra e assim por diante. Mas assim corremos o risco de perder de vista o coração do que está acontecendo: a incidência que o conflito tem sobre a vida das pessoas. Gostaria de dizer que a crise, antes de ser política e diplomática, é uma emergência humanitária e humana. A mais grave dos últimos decênios.  Mais além do drama dos refugiados, que está aos olhos de todos, as situações talvez mais graves atingem as milhares de pessoas que permaneceram e permanecem nestes países. Na Síria – segundo dados os dados da ONU – são mais de 12 milhões os que têm necessidade urgente de ajuda, no Iraque, são quase 9 milhões. A maior parte são crianças e famílias inteiras. Trata-se de números enormes. Estas pessoas hoje necessitam comida, alojamento, tratamento médico, mas amanhã estarão sem trabalho e os mais jovens sem um adequado nível de instrução. Poderemos ter, por esta razão, verdadeiras gerações perdidas. O primeiro objetivo da reunião é, portanto, o de entender como reforçar a resposta da Igreja à situação humanitária”.

- Este ano também será apresentada uma pesquisa conduzida por diversas entidades eclesiais que atuam no contexto do Oriente Médio...

“Exato. E esta é a segunda razão do encontro. No ano passado, com alguma agências caritativas, instituímos um serviço chamado “Humanitarian Focal Point”, baseado no Cor Unum, para tratar desta crise. Conduzimos uma pesquisa sobre a ajuda humanitária no contexto da crise sírio-iraquiana, entre os diversos organismos de caridade que operam na área, as dioceses e as comunidades religiosas da Síria e Iraque. A pesquisa diz respeito a sete países (Síria, Iraque, Líbano, Jordânia, Turquia, Egito e Chipre) e envolveu 55 entidades eclesiais. Existe uma questão de fundo: nos países diretamente atingidos pelo conflito nos encontramos ainda diante de uma fase de primeira emergência. Todavia, após quatro anos, devemos começar a pensar seriamente também no futuro para entender se e quais perspectivas estas pessoas poderão ter amanhã, não mais hoje. E as perspectivas, infelizmente, não parecem serem um mar de rosas. É necessário ser realistas: esta guerra parece querer durar longamente. Mas se também as armas tivessem que calar logo - uma coisa que todos desejamos e para a qual rezamos e trabalhamos - entre a emergência e a pacificação definitiva, deveremos enfrentar um “período intermediário” no qual se terá muito por fazer para reconstruir a pessoa e criar um clima de respeito recíproco”.

- Algum dado poderia ser antecipado?

“Emergiram alguns resultados muito importantes, quer em mérito aos fundos destinados, quer em mérito aos setores de intervenção nos quais atua a Igreja. Das respostas que recebemos, além da questão dos fundos mobilizados, é importante saber que os beneficiários diretos da ajuda foram mais de 4 milhões a cada ano. Deve-se dizer, no entanto, que os dados para 2015 são ainda provisórios e, portanto, destinados a crescer. Mas aquilo que é importante, e é aquilo que a pesquisa sublinha, é a capilaridade da intervenção da Igreja e a sua multidimensionalidade. Os setores primários de intervenção são a ajuda alimentar, o fornecimento de bens não-alimentares, a educação, a saúde e o apoio para os alojamentos. Por fim, existe um último aspecto, não numérico mas substancial, sobre o qual seremos chamados a refletir em 17 de setembro: também na Igreja devemos promover uma maior colaboração e sinergia entre as diversas instituições. Além disto, como disse mais vezes o Papa Francisco, recordemo-nos sempre que “onde existem pessoas que sofrem, lá está presente Cristo”. É a ele que devemos olhar, e em torno a ele construir uma verdadeira comunhão”.

- Existem outras novidades que dizem respeito ao encontro deste ano?

“Existem pelo menos três. Antes de tudo trataremos o tema das comunidades cristãs. É bom ressaltar que a Igreja ajuda todos sem distinção. Os mais de 10 mil agentes eclesiais ativos na área (entre profissionais e voluntários) desenvolvem a sua missão, garantindo assistência material e espiritual a todos, cristãos e não cristãos, muçulmanos, sobretudo. Por outro lado, é evidente que a Igreja nutre grande preocupação pela sorte das comunidades cristãs do Oriente Médio e pela fuga de suas casas e das terras que historicamente e espiritualmente são o berço da mensagem de Jesus. Devemos nos perguntar, sem levar em consideração a pertença religiosa e sem preconceitos ideológicos: qual seria o Oriente Médio sem cristãos? A fuga deles, num futuro próximo, será um problema para toda a sociedade, mesmo para quem pertence a outras religiões, dado o papel histórico de tais comunidades. Recordemo-nos que muitíssimos refugiados que escapam da destruição da guerra, esperam um dia poder retornar para casa, quando acabar a emergência. Por isto devemos procurar ajudá-los a permanecer, obviamente em uma situação de segurança, e de contribuir para a paz e a reconciliação. Uma outra novidade é que na reunião acolheremos o Sub-Secretário ONU para Assuntos humanitários, Stephen O’Brien. De fato, no terreno já existem formas de colaboração com as agências da ONU e nos parece oportuno que nos ouçam para reforçá-las. Trata-se da primeira vez, em absoluto, que Nações Unidas, Santa Sé e organismos de caridade se encontrarão a este nível no Vaticano para tratar dos aspectos humanitários da crise”.

- Quais são as perspectivas após o 17 de setembro para o Cor Unum?

“Em mérito à crise síria e iraquiana, o Papa, com a colaboração do Cor Unum e do Pontifício Conselho para a Cultura, quis que os fundos recolhidos no Pavilhão Expo da Santa Sé, graças às ofertas que os visitantes deixam, sirvam para financiar projetos educativos para as crianças refugiadas na Jordânia. Estaremos por isto logo empenhados na realização destes projetos, e no geral, continuaremos a promover, dia por dia, a colaboração entre todas as entidades eclesiais, procurando junto a eles individuar pouco a pouco as prioridades e as situações mais críticas que vão, naturalmente, se modificando. Usaremos ainda, no nosso trabalho, também novas realidades, que vão sendo acrescentadas à comunidade eclesial e às agências que já fazem referência ao discastério. Nesta ótica sinto gosto em anunciar que já no dia sucessivo à reunião, aplicaremos pela primeira vez o artigo 15 § 2 do Motu proprio Intima Ecclesia Natura, que nos permite atribuir a personalidade jurídica canônica a organismos de caridade internacional. Faremos  o reconhecimento de uma agência com sede nos EUA e que opera em todo o mundo em favor dos pobres,  já no dia 18 de setembro”. (JE/OR)

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Permaneceis no meu amor: a íntegra da homilia de Dom Carballo

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Cidade do Vaticano (RV) - Milhares de jovens acolheram o convite a participar da vigília de oração na Praça S. Pedro, na noite de terça-feira (15/09), que abriu o Encontro Mundial dos Jovens Consagrados.A vigília foi presidida pelo Secretário da Congregação, Dom José Rodríguez Carballo. Em sua homilia, ele propôs aos jovens consagrados três palavras como reflexão: Ânimo, sejam fortes! Perseverança, sejam fiéis! Frutificar, despertem o mundo!

Eis a íntegra do pronunciamento:

"PERMANECEIS NO MEU AMOR

Caríssimos jovens consagrados, queridos irmãos e irmãs consagrados, caríssimos todos: “Que o Senhor vos dê a paz!”

Bem-vindos a esta maravilhosa Praça São Pedro, pensada e realizada como ícone da Igreja mãe de Roma que acolhe todos os homens e as mulheres de boa vontade que se aproximam do túmulo de Pedro, em particular aqueles – como vocês, queridos jovens – vem a Roma para reavivar a sua fé e o dom de sua própria vocação, que Deus depositou no coração de cada um de nós, de modo que, vivendo em constante atitude de gratidão, vivendo uma vida marcada pela paixão por Cristo e pela humanidade, abertos sempre à esperança, possamos comunicar e testemunhar este dom diante dos homens e das mulheres de nosso tempo, particularmente diante dos jovens, com convicção e em autenticidade de vida.

Graças por terem escutado o nosso convite para participar desta vigília de oração com a qual iniciamos o Primeiro Encontro Mundial dos Jovens Consagrados, no contexto do Ano da Vida Consagrada.

Que estes dias que transcorreremos juntos para refletir sobre os elementos essenciais da vida consagrada – consagração, vida fraterna em comunidade e missão – e para celebrar o dom da nossa comum vocação em seguir Cristo “mais de perto” através dos conselhos evangélicos de obediência, sem nada de próprio e em castidade, iluminados também pela palavra e pelo exemplo de nosso amado Papa Francisco, nos sirvam para reavivar, como nos pede o Apóstolo Paulo o dom da vocação à qual fomos chamados.

Neste contexto, à luz da Palavra que proclamamos e seguindo o exemplo do Papa Francisco, desejo deixar-vos três palavras que podem vos ajudar, queridos jovens, e ajudar a todos no caminho de fidelidade criativa à qual todos os consagrados foram chamados. Estas três palavras são: Ânimo, sejam fortes! Perseverem, sejam fieis!, e produzam frutos, despertem o mundo!

Ânimo, sejam fortes! O Senhor foi generoso convosco, guardando-vos com amor, chamando-vos a partilhar a sua vida e a sua missão. Sejam vocês generosos com Ele. Não sejam vítimas da preguiça que vos leva a escolher o caminho mais cômodo e fácil. É verdade que aquilo que o Senhor nos pede, segui-lo “mais de perto”, e aquilo que exige a vida consagrada vivida em plenitude supera as nossas forças e capacidade. Mas não ouvimos talvez que na nossa fraqueza se manifeste a força de Deus? Não afirma a Escritura que, para Deus, “nada é impossível” e que tudo podemos naquele que nos fortalece?

Não vos alinheis, meus queridos jovens, ao número daqueles que, como diz Santo Agostinho, ouvindo a “trombeta do Espírito” que os chama a seguir o Senhor na vida consagrada não podem responder a ela, por causa do barulho e da dispersão em que vivem, ou simplesmente porque são muito apegados aos próprios planos e projetos para dar vida ao projeto de Deus.

Não sejam daqueles que diante do chamado do Senhor dizem “amanhã, para amanhã responder o mesmo” (Lope de Vega). Não sejam daqueles – os perpetuamente chamados – que vivem num processo de discernimento vocacional sem fim, sem nunca decidir, alegando todo tipo de pretexto para não manter o compromisso com o Senhor ou para adiar a resposta ao convite do Senhor. Não façam parte de uma certa “aristocracia do Espírito”, que sentindo-se chamada pelo Senhor nunca se compromete em segui-lo. Não façam da questão vocacional uma história sem fim, uma simples busca, sem desejar encontrar o Senhor ou de segui-lo com coragem, por temor de perder a própria liberdade ou a autonomia. Diz a Escritura: “Se ouvirdes hoje a sua voz! Não endureçais o vosso coração” (Salmo 95,7-8). Sim, se ouvirem a voz do Senhor, vivam um sério e sereno discernimento vocacional, fazendo-vos acompanhar por um autêntico mestre de espírito, e rezem incessantemente para que o Senhor vos faça conhecer a sua santa vontade. E, conhecida a vontade do Senhor, com fé viva, esperança certa e caridade perfeita, não adiais a resposta por muito tempo, não passem a vida na incerteza de quem não assume com coragem o risco de uma resposta generosa. Sabendo que Deus é chamado a ser o teu tudo – a tua riqueza, a tua segurança, a tua verdadeira liberdade, a tua superabundante riqueza, o teu bem, o sumo bem, todo bem (São Francisco) – entrega-te a ele com todo o teu coração, com toda a tua mente, com toda a tua alma e com todas as tuas forças, renovando constantemente esta oferta, para que o amor de Deus continue a fazer arder o teu coração e se mantenha viva a paixão pelo primeiro e único amor.

Queridos jovens, sejam generosos com o Senhor, o grande Esmoleiro, como o chamava Francisco de Assis, um, entre muitos, que na sua juventude deixa tudo para abraçar-se àquele que é Tudo. Não sejam preguiçosos nem avaros com o Senhor, sabendo que ele não se deixa vencer em generosidade. Tens fome e sede de significado? Deus é o teu pão e a tua água. Caminhas nas trevas: Deus é a tua “luz elevada”, o teu Monte Hermón. Caminhas no pecado: Deus é abraço de misericórdia e perdão.

Queridos jovens, sejam corajosos e fortes no espírito, tenham a diligência justamente no amor que não conhece limites no doar-se, mesmo se tudo isto comporta o caminhar contra a corrente. Neste contexto vos recordo as palavras do Papa Francisco aos jovens que encontrou em Turim: Vivam, não sobrevivam. Não vivam uma vida que vida não é.

Maria, a virgem do fiat, corajosa e confiante, vos acompanhe, nos acompanhe no nosso sim, corajoso e confiante.

Permaneçam, sejam fieis!

No texto do Evangelho que ouvimos, em sete versículos se repete dez vezes o verbo ficar (permanecer). Provavelmente o autor do quarto Evangelho constatava que já na Igreja à qual se dirigiam não poucos, diante da dificuldade de viver as exigências da sua vida cristã, eram tentados a deixar as exigências da sua vida cristã, eram tentados a deixar e voltar atrás. Foi a tentação à qual cedeu o jovem rico. É a tentação à qual cedem tantos jovens e nem tão jovens, no momento presente. Diante das exigências que comporta a vida consagrada decidem abandonar, esquecendo a palavra que um dia deram ao Senhor na sua profissão religiosa ou de vida consagrada.

Talvez tudo tenha começado com pequenas infidelidades que foram apagando a paixão que ardia em seus corações; pequenas infidelidades que levaram, pouco a pouco, a grandes e graves infidelidades. Talvez tudo tenha começado com uma vida sem paixão, dominada pela mediocridade, pela resignação ou pela falta de esperança, ou talvez por uma vida que, não mais alimentada por uma profunda comunhão com Cristo,  tornou insípido, sem sentido o sal da própria vocação. Muitas e complexas podem ser as causas. Certo é que a fidelidade, como já dizia o Beato Paulo VI, não é a virtude de nosso tempo. E isto que acontece na nossa sociedade sucede na Igreja e na vida consagrada.

Neste contexto é necessário reacender constantemente o fogo do amor a Cristo mediante uma profunda comunhão com ele, como os rebentos da videira, para reavivar a nossa doação incondicionada ao Senhor. É necessário reconhecer que sem ele nada podemos fazer, e que “o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Por tudo isto temos necessidade de alimentar a nossa fidelidade com uma vida forjada segundo os sentimentos de Cristo, através um projeto de vida “ecológico” no qual temos tempo para nós mesmos, tempo para os outros, a partir dos irmãos e irmãs da nossa comunidade/fraternidade, e tempo para Deus. Sem este projeto ecológico de vida, a tentação de deixar se fará sentir mais antes que depois, muito provavelmente cedemos e vamos embora.

Na nossa vida, como na de Paulo, seguramente, com maior força e frequência do que o previsto, sentimos os espinhos presos à nossa carne, que em momentos particulares de noite escura ou de crise existencial, como aquela vivida por Elias, nos fazem experimentar o cansaço de seguir em frente no seguimento de Jesus que decidimos, e que, como ele, sentimos a necessidade de gritar: “Agora basta!”. É então que o Senhor nos tranquiliza: “Basta-te a minha graça”. E se renova a nossa confiança nele, mesmo nós experimentando, como São Paulo, que a sua graça em nós não será vã.

Permaneçam. Não tenham medo. Não diminua a vossa fé, nem se enfraqueça a vossa esperança. O Senhor, como um dia em Jeremias, hoje assegura a cada um de nós: “Eu estou contigo para proteger-te”.

Maria, a virgem, é o nosso modelo de fidelidade em todas as circunstâncias da nossa vida.

Produzais frutos, despertem o mundo!

A árvore se reconhece pelos seus frutos. Jesus nos diz: “Esta é a vontade do meu Pai: que produzais frutos!”. Não somos consagrados por nós mesmos. Nem mesmo podemos fechar-nos nas nossas querelas de casa ou nos nossos problemas, como nos recorda o Papa Francisco na carta apostólica a todos os consagrados. Somos consagrados para viver segundo a lógica do dom, doando-nos, em liberdade evangélica (obediência), sem nada de próprio assumindo a Kenosis ou minoridade como forma de vida (pobreza) e com coração indiviso (castidade), a Cristo e aos outros. O consagrado é tudo para o Senhor, e, porque é tudo para o Senhor, é tudo para os outros. E tudo isto motivado pelo amor incondicional, a única razão válida para escolher a vida consagrada. Aquele que consagrou toda a sua vida ao Senhor, deve viver segundo o amor e com o amor, deixando que seja o amor a dar frutos abundantes: na sua comunidade, na Igreja e no mundo.

Queridos jovens, sejam pais e mães, não solteironas (Papa Francisco). Fujam da tentação de idolatrar a própria imagem, da tentação de Narciso, que vos levará, como o personagem mitológico, a morrer nas vossas próprias redes. Recordem sempre que “existe mais alegria no dar do que no receber” (Atos 20,35). E que é dando que se recebe. (São Francisco). Não vivam, queridos jovens, fechados em vós mesmos, em vossos interesses, planos e projetos.

Que o vosso amor e a vossa castidade sejam fecundos e, por isto, que o vosso amor aprofunde as suas raízes no húmus, no terreno fértil do Senhor. Perguntai-vos, como o Papa Francisco pergunta a todos os consagrados, se Jesus é ainda o centro, o vosso primeiro e único amor. Somente se ele ocupa o vosso coração podereis amar na verdade e na misericórdia cada pessoa que encontrareis no vosso caminho, pois aprendeste dele o que é o amor e como amar. Somente então sabereis amar em verdade, amar com a maiúsculo, porque tereis o mesmo coração, como afirma o Santo Padre na Carta aos consagrados.

Sim, tenham o coração repleto de Deus e nele entrarão todos os homens e mulheres que encontrareis no caminho. Tenham o coração repleto de Deus e o vosso será casto e fecundo ao mesmo tempo. Tenham o coração cheio de Deus e sereis Evangelho Vivo, e dareis fruto, e frutos abundantes.

Maria, mãe dos consagrados, volvei a todos os consagrados teus olhos misericordiosos e obtenhas de teu filho e Senhor nosso, o dom da fidelidade.

Maria, virgem feita Igreja, que nunca nos falte o vinho de um amor apaixonado por ti e por aqueles que encontraremos no nosso caminho.

Maria, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa do Espírito Santo, caminha conosco pelos caminhos da vida e obtenha-nos do altíssimo, onipotente e bom Senhor, o dom de fazer em cada momento qualquer coisa que ele diga.

Virgem dolorosa, cuja festa celebramos hoje, reza Mãe, por nós.

Fiat, fiat, amém, amém"

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Porta aperta: Laudato si, 17 a 24 - O que acontece em nossa casa comum?

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Cidade do Vaticano (RV) - A Rádio Vaticano dá sequência ao espaço Porta Aberta, no qual, até dezembro, apresentaremos a íntegra da versão áudio da Encíclica Laudato si. Nesta quarta-feira, escutaremos um novo trecho do documento do Papa Francisco: o que está acontecendo em nossa casa comum 

17. As reflexões teológicas ou filosóficas sobre a situação da humanidade e do mundo podem soar como uma mensagem repetida e vazia, se não forem apresentadas novamente a partir dum confronto com o contexto actual no que este tem de inédito para a história da humanidade. Por isso, antes de reconhecer como a fé traz novas motivações e exigências face ao mundo de que fazemos parte, proponho que nos detenhamos brevemente a considerar o que está a acontecer à nossa casa comum.

18. A contínua aceleração das mudanças na humanidade e no planeta junta-se, hoje, à intensificação dos ritmos de vida e trabalho, que alguns, em espanhol, designam por «rapidación». Embora a mudança faça parte da dinâmica dos sistemas complexos, a velocidade que hoje lhe impõem as acções humanas contrasta com a lentidão natural da evolução biológica. A isto vem juntar-se o problema de que os objectivos desta mudança rápida e constante não estão necessariamente orientados para o bem comum e para um desenvolvimento humano sustentável e integral. A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante quando se transforma em deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade.

19. Depois dum tempo de confiança irracional no progresso e nas capacidades humanas, uma parte da sociedade está a entrar numa etapa de maior consciencialização. Nota-se uma crescente sensibilidade relativamente ao meio ambiente e ao cuidado da natureza, e cresce uma sincera e sentida preocupação pelo que está a acontecer ao nosso planeta. Façamos uma resenha, certamente incompleta, das questões que hoje nos causam inquietação e já não se podem esconder debaixo do tapete. O objectivo não é recolher informações ou satisfazer a nossa curiosidade, mas tomar dolorosa consciência, ousar transformar em sofrimento pessoal aquilo que acontece ao mundo e, assim, reconhecer a contribuição que cada um lhe pode dar.

1. Poluição e mudanças climáticas

Poluição, resíduos e cultura do descarte

20. Existem formas de poluição que afectam diariamente as pessoas. A exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde, particularmente dos mais pobres, e provocam milhões de mortes prematuras. Adoecem, por exemplo, por causa da inalação de elevadas quantidades de fumo produzido pelos combustíveis utilizados para cozinhar ou aquecer-se. A isto vem juntar-se a poluição que afecta a todos, causada pelo transporte, pelos fumos da indústria, pelas descargas de substâncias que contribuem para a acidificação do solo e da água, pelos fertilizantes, insecticidas, fungicidas, pesticidas e agro-tóxicos em geral. Na realidade a tecnologia, que, ligada à finança, pretende ser a única solução dos problemas, é incapaz de ver o mistério das múltiplas relações que existem entre as coisas e, por isso, às vezes resolve um problema criando outros.

21. Devemos considerar também a poluição produzida pelos resíduos, incluindo os perigosos presentes em variados ambientes. Produzem-se anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis: resíduos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, electrónicos e industriais, resíduos altamente tóxicos e radioactivos. A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo. Em muitos lugares do planeta, os idosos recordam com saudade as paisagens de outrora, que agora vêem submersas de lixo. Tanto os resíduos industriais como os produtos químicos utilizados nas cidades e nos campos podem produzir um efeito de bioacumulação nos organismos dos moradores nas áreas limítrofes, que se verifica mesmo quando é baixo o nível de presença dum elemento tóxico num lugar. Muitas vezes só se adoptam medidas quando já se produziram efeitos irreversíveis na saúde das pessoas.

22. Estes problemas estão intimamente ligados à cultura do descarte, que afecta tanto os seres humanos excluídos como as coisas que se convertem rapidamente em lixo. Note-se, por exemplo, como a maior parte do papel produzido se desperdiça sem ser reciclado. Custa-nos a reconhecer que o funcionamento dos ecossistemas naturais é exemplar: as plantas sintetizam substâncias nutritivas que alimentam os herbívoros; estes, por sua vez, alimentam os carnívoros que fornecem significativas quantidades de resíduos orgânicos, que dão origem a uma nova geração de vegetais. Ao contrário, o sistema industrial, no final do ciclo de produção e consumo, não desenvolveu a capacidade de absorver e reutilizar resíduos e escórias. Ainda não se conseguiu adoptar um modelo circular de produção que assegure recursos para todos e para as gerações futuras e que exige limitar, o mais possível, o uso dos recursos não-renováveis, moderando o seu consumo, maximizando a eficiência no seu aproveitamento, reutilizando e reciclando-os. A resolução desta questão seria uma maneira de contrastar a cultura do descarte que acaba por danificar o planeta inteiro, mas nota-se que os progressos neste sentido são ainda muito escassos.

O clima como bem comum

23. O clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. A nível global, é um sistema complexo, que tem a ver com muitas condições essenciais para a vida humana. Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenómeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam. É verdade que há outros factores (tais como o vulcanismo, as variações da órbita e do eixo terrestre, o ciclo solar), mas numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas é devida à alta concentração de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de azoto, e outros) emitidos sobretudo por causa da actividade humana. A sua concentração na atmosfera impede que o calor dos raios solares reflectidos pela terra se dilua no espaço. Isto é particularmente agravado pelo modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis, que está no centro do sistema energético mundial. E incidiu também a prática crescente de mudar a utilização do solo, principalmente o desflorestamento para finalidade agrícola.

24. Por sua vez, o aquecimento influi sobre o ciclo do carbono. Cria um ciclo vicioso que agrava ainda mais a situação e que incidirá sobre a disponibilidade de recursos essenciais como a água potável, a energia e a produção agrícola das áreas mais quentes e provocará a extinção de parte da biodiversidade do planeta. O derretimento das calotas polares e dos glaciares a grande altitude ameaça com uma libertação, de alto risco, de gás metano, e a decomposição da matéria orgânica congelada poderia acentuar ainda mais a emissão de dióxido de carbono. Entretanto a perda das florestas tropicais piora a situação, pois estas ajudam a mitigar a mudança climática. A poluição produzida pelo dióxido de carbono aumenta a acidez dos oceanos e compromete a cadeia alimentar marinha. Se a tendência actual se mantiver, este século poderá ser testemunha de mudanças climáticas inauditas e duma destruição sem precedentes dos ecossistemas, com graves consequências para todos nós. Por exemplo, a subida do nível do mar pode criar situações de extrema gravidade, se se considera que um quarto da população mundial vive à beira-mar ou muito perto dele, e a maior parte das megacidades estão situadas em áreas costeiras.

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Igreja no Brasil



Bispos do Consep iniciam reunião em Brasília

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Brasília (RV) – Com uma missa celebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Murilo Krieger, foi aberta na manhã desta terça-feira, 15 de setembro, a reunião do  Conselho Episcopal Pastoral (Consep) que deve debater diferentes temas relacionados às ações pastorais.

“Nosso Consep acontece em um momento delicado na vida do país e neste mês que antecede o Sínodo dos Bispos sobre a Família. Que, em tudo, seja realizada a vontade de Deus, sob a ação do Espírito Santo”, disse Dom Murilo na celebração.

Na capela da Conferência, a presidência da CNBB, bispos presidentes das comissões episcopais pastorais e assessores nacionais meditaram sobre o Mês da Bíblia, recordando a festa litúrgica de Nossa Senhora das Dores. 

“A Bíblia deve produzir muito em nossas vidas. É neste contexto festivo que celebramos Maria, mãe das dores. O povo se identifica com essa devoção mariana que está tão presente na vida das comunidades”, acrescentou dom Murilo. 

Início dos trabalhos

Logo no início das atividades, no plenário, membros do Consep aprovaram a pauta de trabalho. Dom Murilo Krieger preside a reunião, que é mediada pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner. O bispo de Ipameri (GO), Dom Guilherme Werlang, integra a mesa de trabalhos, pois o presidente da Conferência, Dom Sergio da Rocha, não pode comparecer. 

A primeira sessão da manhã foi dedicada à proposta de produção de Estudo da CNBB sobre a Missão e Cooperação Missionária. “O tema missão aparece em muitos documentos da Igreja, porém a CNBB ainda não possui um texto específico que trate do assunto em sua profundidade. Queremos oferecer as nossas comunidades um estudo que trate dos desafios contemporâneos da missão e as tarefas da Igreja Missionária”, explicou Dom Murilo.

A proposta foi apresentada pelo bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária, Dom Esmeraldo Barreto de Farias. Na ocasião, os bispos e assessores do Consep contribuíram com sugestões que podem enriquecer a proposta de publicação deste Estudo, na coleção verde. A proposta segue em avaliação pelo Conselho. 

Ainda pela manhã, houve exposição da análise de conjuntura, com presença de quatro representantes da Defensoria Pública. Quarta-feira, 16, os presidentes das comissões participam de reunião com os assessores.

No decorrer da reunião, serão discutidos diferentes temas relacionados às ações pastorais da Igreja no Brasil, como a criação de Instituto Missionário, o Ano da Misericórdia e Ano da Paz. Também haverá apresentação da plataforma digital, a Episco.net, coordenada pela Comissão de Comunicação da CNBB.

(CNBB/CM)

 

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Igreja na América Latina



Chile aprova despenalização do aborto por estupro

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Santiago (RV) – A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados do Chile aprovou, na noite da terça-feira (15/9), por oito votos contra cinco, a causa de violação no projeto que pretende despenalizar o aborto no País andino.

O projeto de despenalização do aborto foi enviado ao Congresso pela presidente Michelle Bachelet no início deste ano. Ainda este mês, deverá ser avaliado pela Comissão de Constituição para, a seguir, ser votado na Câmara dos Deputados. Atualmente, por lei, no Chile, o aborto é absolutamente proibido.

Igreja

Até a manhã desta quarta-feira, os bispos chilenos ainda não haviam se pronunciado sobre a votação específica. Contudo, assim que o projeto de legalização do aborto entrou em votação, o Cardeal Arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, reiterou a posição contrária da Igreja chilena ao projeto que, além da causa de violação, prevê a despenalização do aborto também nos casos em que a vida da mãe esteja em risco ou quando se diagnostica a “inviabilidade” do feto.

Um dos movimentos mais engajados na luta contra a aprovação do projeto é o coletivo “Mulheres de Branco” que, por meio das redes sociais, já organizou diversas manifestações em todo o País.

O Ministério da Saúde afirma que, em 2012, aproximadamente 30 mil abortos foram realizados no Chile dos quais 3 mil foram praticados em meninas e adolescentes entre 10 e 19 anos.

Ano da Misericórdia

Recentemente, em uma carta em que explica as Indulgências para o Ano da Misericórdia, o Papa Francisco concedeu a todos os sacerdotes, durante o Ano Santo, a faculdade de perdoar o pecado do aborto. (Efe/RB)

http://br.radiovaticana.va/news/2015/09/03/sacerdotes_poder%C3%A3o_absolver_pecado_aborto_durante_ano_santo/1168750

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Igreja no Mundo



Camiliano conta sua experiência com refugiados na Áustria

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Cidade do Vaticano (RV) - A Europa está vivendo a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial.

Alguns países enfrentam dificuldades no acolhimento em massa de refugiados provenientes sobretudo da Síria e Iraque. A Áustria, que fica entre a Alemanha e a Hungria, se encontra em uma situação difícil.

O país se viu afetado pela decisão de Berlim, no último domingo (13/09), de restabelecer os controles nas fronteiras, deixando milhares de migrantes bloqueados em sua passagem pela Áustria.

Nós contatamos, em Viena, o brasileiro Pe. Alberto Marques de Sousa da Ordem dos Ministros dos Enfermos. Atualmente, o sacerdote camiliano é o Reitor da Capelania do Hospital Hietzing, no Distrito de Lainz, e nos fala sobre a situação dos refugiados que chegam à Áustria. (MJ)

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Sheikh Hasina convida o Papa Francisco a visitar Bangladesh

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Daca (RV) - Ficaremos “muito felizes se o Papa vier a Bangladesh”. Foi o convite que a primeira-ministra Sheikh Hasina dirigiu ao Papa Francisco através do Cardeal Fernando Filoni num colóquio esta semana durante a visita do prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos ao país do centro-sul da Ásia.

O prelado encontra-se na Ásia numa visita em três etapas. Após Bangladesh e Índia, deveria transferir-se ao Nepal, onde ficaria até o próximo sábado, dia 19, mas a terceira etapa da visita foi cancelada por motivos de segurança, ressalta a agência de notícias AsiaNews.

O convite ao Papa Francisco é feito por um país em sua grande maioria muçulmano do qual, segundo palavras do Cardeal Filoni, se deve apreçar “a coexistência pacífica de diferentes religiões”. Durante o colóquio, o purpurado elogiou também o papel da primeira-ministra “ao fazer de modo que prevaleça a harmonia religiosa”.

Durante o encontro – do qual participaram também o núncio apostólico no país, Dom George Kocherry, e o arcebispo de Daca, Dom Patrick D Rozario –, a premir Hasina ressaltou que seu governo encoraja o diálogo entre pessoas de diferentes credos e tutela o direito à liberdade religiosa das minorias.

Em seguida, a premier elogiou o papel “significativo e construtivo” desempenhado pela comunidade católica bengalesa, engajada na promoção humana, sobretudo nos campos da educação e dos serviços sociais.

Hasina afirmou que Bangladesh tem grande consideração pelas relações com a Santa Sé e que quer reforçá-las ulteriormente no futuro, estreitando os laços já existentes.

O prefeito de Propaganda Fide se disse impressionado, apesar de a comunidade católica ser muito pequena (cerca de 300 mil fiéis numa população de 160 milhões, ndr), com a coexistência pacífica de povos de fé diferentes credos e com a imensa beleza natural do país.

Junto à tolerância, cresce em Bangladesh também o integralismo islâmico de algumas alas políticas, pertencentes, sobretudo, ao partido opositor de Hasina. Há tempo os extremistas islâmicos tomam como alvo, livres pensadores e ativistas democráticos, justificando o assassinato deles porque “ateus”, destaca AsiaNews. (RL)

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Formação



Dom Helder e a imprensa durante o Concílio

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje da participação de Dom Helder Câmara no evento conciliar. 

Dom Helder Câmara não mediu esforços para atuar nas diversas instâncias do Concílio Vaticano II. Se por um lado tinha um bom conhecimento do mecanismo de funcionamento da “máquina conciliar”, por outro tinha plena consciência de que aquilo que chegava até a opinião pública era a informação filtrada pelos jornalistas e então transmitida ao mundo pela imprensa escrita, falada e televisiva.

Neste sentido, Dom Helder tinha dois campos de atuação. Dentro do Concílio, como articulador da ação dos bispos e peritos, coordenando as conferências episcopais; e externamente  no contato com a imprensa. Mesmo nunca tendo se pronunciado na aula conciliar, era solícito com os jornalistas, concedendo entrevistas, participando de programas televisivos e coletivas de imprensa. Dom Helder via a imprensa, não somente como um instrumento para transmitir, de modo compreensível, o que se passava no Concílio, mas também como um veículo para lançar novas ideias e para influenciar indiretamente, de certa forma, a Assembleia Conciliar, fazendo chegar recados às mais altas esferas da Igreja, interpelando intelectuais e governantes, entusiasmando jovens e formadores de opinião. Preparava com cuidado suas conferências e sermões, submetendo o rascunho de suas ideias e intuições à família Messejense, a peritos do Concílio, a técnicos e economistas amigos e mesmo à Secretaria de Estado e até mesmo ao Papa, quando abordava questões delicadas.

Dom Helder, logo após uma concorrida conferência proferida em Roma sobre "Perspectivas de novas estruturas na Igreja", com o auditório repleto de teólogos e de observadores não católicos, expressou suas dúvidas e certezas a respeito de sua atuação. Num dos trechos destacados pelo Padre Oscar Beozzo no trabalho "Dom Helder Câmara e o Concílio Vaticano II", o então Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro escreve:

"Agi e agirei e agiria:

- por estar convicto de que meu papel no Concílio é o de agir no Ecumênico e de falar extra-Basílica;

- pela necessidade de ajudar o Santo Padre;

- pela necessidade de encorajar os Peritos, os observadores e a imprensa;

- pela necessidade de ajudar toda a geração de amanhã (jovens clérigos e leigos, ansiosos por ver a super-prudência contrabalançada por uma ponta de audácia);

- pela convicação de ter recebido o sopro de Deus através de José ("José" era o nome que Dom Helder dava ao seu anjo da guarda e às vezes a si próprio quando estava inspirado")

Dom Helder tinha um estilo franco e direto, crítico e esperançoso, o que fazia com que gozasse de grande estima por parte dos jornalistas que solicitavam a ele entrevistas.

Se por um lado Dom Helder teve uma forte atuação no Concílio, poderíamos dizer, também nos bastidores, trabalhando nas articulações que envolviam a CNBB, o CELAM, o Ecumênico, o Opus Angeli, a Igreja dos Pobres, além de incontáveis amigos e colaboradores, por outro não poupou esforços no trabalho com a imprensa, onde conquistou também grande notoriedade.

Na retaguarda de todo este trabalho desenvolvido durante o Concílio, estavam longos momentos de oração contemplativa e de um fiel grupo de amigos do Rio de Janeiro, do Recife e de outras partes do mundo, que lhe serviam de alento e apoio.

Fonte: Dom Helder Câmara e o Concílio Vaticano II. Pe. Oscar Beozzo

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O que as famílias brasileiras levarão ao EMF de Filadélfia?

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Cidade do Vaticano (RV) – Famílias de todo o mundo começam a chegar a Filadélfia (EUA) para participar do Encontro Mundial das Famílias (EMF), de 22 e 27 de setembro, com a presença do Papa Francisco nos dois últimos dias. O Brasil estará bem representado no Encontro. Dezenas de famílias já estão de malas prontas. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil enviará Dom João Bosco, Presidente da Comissão para a Vida e a Família, e Padre Moacir Silva Arantes, assessor.  

Para auxiliar nas atividades de oração e reflexão, eles levarão ao evento a edição deste ano do subsídio “Hora da Família”, um texto que propõe encontros voltados às famílias, jovens, crianças, casais de namorados e noivos. 

Em entrevista ao Programa Brasileiro, Pe. Moacir – que pregará um retiro para 40 casais na cidade estadunidense - explica o significado deste Encontro, falando também da participação das famílias brasileiras. Ouça a reportagem, clicando acima. 

 

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Atualidades



Católicos de Miami de malas prontas para ver o Papa em Cuba

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Miami (RV) – Cerca de 200 peregrinos, em sua maioria de origem cubana, viajarão de Miami à Havana na próxima sexta-feira (18) para ver o Papa Francisco na ilha. A informação foi dada nesta quarta-feira (16) pela arquidiocese da cidade dos Estados Unidos.

Segundo o porta-voz da arquidiocese de Miami, Juan di Prado, o primeiro grupo com 189 peregrinos parte de Miami na sexta, enquanto o segundo viaja no sábado e “se reunirá na ilha com um outro grupo de jovens cubanos para compartilhar um almoço e conversar sobre suas experiências” em vista da visita do Papa. A chegada do Santo Padre à ilha acontece no sábado mesmo, dia 19, para depois visitar Holguín e Santiago de Cuba – três cidades onde serão rezadas missas, onde o Papa se encontrará com bispos e religiosos, e saudar jovens e famílias até o dia 22, a próxima terça-feira.

As visitas papais anteriores à ilha foram realizadas por João Paulo II, em 1998, e Bento XVI, em 2012. De Santiago de Cuba, Francisco parte para os Estados Unidos, onde o número de católicos diminuiu nos últimos anos: de 23,9% em 2007 para 20,8% em 2014, segundo dados recentes de um dos mais importantes e respeitados centros de pesquisa dos EUA, o Pew Research Center. No ano passado, de acordo com dados da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, o país tinha 76,7 milhões de católicos, dos quais 29,7 milhões são hispânicos.

Cinco empresas na Flórida receberam em maio deste ano autorização para realizar viagens marítimas com passageiros entre ambos países, algo que desejam colocar em prática nos próximos meses, apesar de ainda terem que cumprir vários requisitos, entre eles, receber permissão de Havana. Até agora, companhias aéreas de voos fretados são as únicas que realizam viagens diretas dos Estados Unidos a Cuba. (AC/EFE)

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Imprensa no Jubileu: apelo para não perder o sentido autêntico

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Cidade do Vaticano (RV) – Entender como comunicar o próximo Jubileu da Misericórdia partindo da fonte, em modo que a mensagem chegue direto, sem ser modificada na sua intenção. É esse o maior desafio para jornalistas do mundo inteiro, que a partir de 8 de dezembro, irão trabalhar nos eventos do Jubileu. No encontro “Comunicar o Jubileu. Peregrinos em busca da misericórdia” desta terça-feira (15), organizado pela Associação Cultural Greenaccord e pela Ordem Nacional dos Jornalistas da Itália, foi tratado sobre o tema. E a Rádio Vaticano entrevistou o vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Angelo Scelzo.

 

Angelo Scelzo – “Comunicar o Jubileu significa, em primeiro lugar, conseguir estar consciente da autenticidade da mensagem, porque mudam os modos de comunicar, mudam os meios, mas temos a necessidade de viver profundamente a mensagem do Jubileu. Em relação ao Jubileu Extraordinário da Misericórdia, a nossa tarefa, a tarefa de quem trabalha para a comunicação ou que deve comunicar, é aquela de ser sobretudo fiel à mensagem. Comunicar este Jubileu é um empenho ainda maior e diferente. Maior porque a estrutura da comunicação hoje não sempre consegue estar à altura da complexidade das coisas; o grande fluxo de informação não sempre corresponde à autenticidade maior dela. E é mais difícil hoje porque a mensagem pode se confundir em meio a tantas outras fontes de informação e, em particular, aquela sobre a misericórdia, nos coloca de frente ao empenho pessoal de entrar diretamente no Pontificado do Papa Francisco.”

Rádio Vaticano – Qual é a melhor maneira para passar a mensagem do Papa Francisco e evitar que seja equivocada?

 

AS – “A estrutura da comunicação hoje dificilmente dá razão à complexidade dos temas; leva a simplificar e a traduzir tudo numa frase de efeito, a traduzir tudo num título. Esses são, de um lado, os riscos da comunicação de hoje, mas também são os desafios de quem tem o dever de aprofundar, de fazer com que a mensagem, mesmo com todas as dificuldades, chegue em maneira verdadeira ao interlocutor. É uma tarefa que coloca o Pontificado de Francisco como um desafio, dia a dia, porque Papa Francisco tem uma maneira de comunicar diferente, direta, imediata e, portanto, nos coloca perante a necessidade de uma reflexão inclusive imediata.”

RV – Do ponto de vista da comunicação há novidades neste Jubileu?

 

AS – “Certamente serão potencializadas as possibilidades de comunicação e as estruturas que o Vaticano colocará à disposição também dos jornalistas que chegarão de diveras partes do mundo para seguir o evento. Mas ainda não foram definidas. De fato, estamos trabalhando sobre essas possibilidades para render o trabalho dos nossos colegas mais eficaz.” (AC)

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