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Sumario del 17/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: “Crianças e mulheres de rua não são números, não são 'pacotes' de troca"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, os 80 participantes no Simpósio Internacional sobre a Pastoral de Rua, promovido pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes. 

No seu discurso aos presentes o Papa destacou a finalidade destes dias de estudo e de reflexão, ou seja, preparar um plano de ação em resposta ao fenômeno das crianças e mulheres – e das suas famílias – que têm como principal ambiente de vida, a rua. “Tenho uma grande estima pelo seu compromisso em tutelar e promover a dignidade dessas crianças e mulheres; por isso, os encorajo a irem avante com confiança e impulso apostólico”, disse o Papa.

Em seguida chamou a atenção para as realidades que eles encontram, às vezes muito tristes, causadas pela indiferença, pela pobreza, pela violência familiar e social, e pelo tráfico de pessoas humanas. Não falta também – acrescentou -, a dor pela separação conjugal e o nascimento de crianças fora do matrimônio, destinados a uma vida “errante”.

Descarte

“As crianças e as mulheres de rua não são números, não são “pacotes” a serem trocados: são seres humanos com seu próprio nome e seu rosto, com uma identidade dada por Deus a cada um deles”.

Nenhuma criança escolhe viver na rua, continuou o Papa. Infelizmente, também no mundo moderno e globalizado, muitas crianças são privadas de sua infância, de seus direitos, do seu futuro. A falta de leis e de instrumentos adequados contribui para agravar seu estado de privação: a falta de uma verdadeira família, a falta de educação e cuidados de saúde.

“Cada criança abandonada ou forçada a viver na rua, e que se tornou vítima de organizações criminosas, é um grito que se eleva a Deus, que criou o homem e a mulher à sua imagem; é um grito de acusação contra um sistema social que há décadas criticamos, mas que temos dificuldade em mudar segundo os critérios de justiça”.

Abuso

É preocupante, continuou o Papa, ver um número crescente de jovens e mulheres que são forçados a ganhar a vida na rua, vendendo seus corpos, explorados por organizações criminosas e, por vezes, por parentes e familiares.

“Esta realidade é uma vergonha das nossas sociedades que se orgulham de serem modernas e de terem atingido elevados níveis de cultura e desenvolvimento. A corrupção generalizada e a busca do lucro a todo o custo privam os inocentes e os mais fracos das possibilidades de uma vida digna, alimentando o crime do tráfico de pessoas e outras injustiças que pesam sobre seus ombros”.

“Ninguém – destacou mais uma vez Francisco -, pode ficar indiferente diante da necessidade urgente de proteger a dignidade da mulher, ameaçada por fatores culturais e econômicos!”

Chamado

Peço a vocês, por favor, - disse ainda o Papa - que não desistam diante das dificuldades dos desafios que interpelam a sua convicção, alimentada pela fé em Cristo, que demonstrou, até à morte na cruz, o amor preferencial de Deus Pai pelos mais fracos e marginalizados. A Igreja não pode permanecer em silêncio, as instituições eclesiais não podem fechar os olhos diante do nefasto fenômeno de crianças e mulheres de rua.

Atenção especial

É importante envolver as diferentes expressões da comunidade cristã nos vários países, a fim de eliminar as causas que obrigam uma criança ou uma mulher a viver na rua ou ganhar a vida na rua.

Nós nunca podemos deixar de levar a todos, especialmente aos mais vulneráveis e desfavorecidos, a bondade e a ternura de Deus Pai misericordioso. “A misericórdia – finalizou Francisco -, é o ato supremo com o qual Deus vem ao nosso encontro, é o caminho que abre o coração à esperança de sermos amados para sempre”. (SP)

 

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Francisco: A fofoca numa comunidade impede o perdão

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontrou-se na manhã desta quinta-feira (17/09), na Sala Paulo VI, no Vaticano, com cinco mil jovens que participam do Encontro Mundial de Jovens Consagrados, em andamento em Roma. 

O Pontífice agradeceu as palavras do Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, e a seguir recordou os mártires sírios e iraquianos de hoje.

Francisco começou a responder as perguntas feitas por três jovens consagrados: um sírio de Aleppo, uma indiana e uma espanhola.

“Alguns dias atrás na Praça São Pedro um sacerdote iraquiano se aproximou de mim e me deu uma cruz pequena, uma cruz que tinha nas mãos o sacerdote que foi degolado por não renegar a fé em Jesus Cristo. Esta cruz eu a trago aqui à luz dos testemunhos de nossos mártires de hoje, que são mais do que os mártires do primeiro século, e também dos mártires do Iraque e da Síria”, disse o Santo Padre. 

“A comodidade é um problema sério na vida consagrada. Eu faço tudo, cumpro os mandamentos, as regras, mas a observância rígida e estruturada tira a liberdade. Existe uma liberdade que vem do espírito e outra que vem da mundanidade. A liberdade deve ser unida ao testemunho e à fidelidade”, frisou Francisco. 

“Uma mãe que educa os filhos com rigidez, não deixa os filhos sonhar, crescer, anula o futuro criativo dos filhos. Esses filhos serão estéreis. Também a vida consagrada pode ser estéril quando não é profética, quando não se permite de sonhar”, sublinhou. 

O Papa recordou Santa Teresa do Menino Jesus, Padroeira das Missões, que fechada num convento “não perdeu a capacidade de sonhar. Não perdeu o horizonte. Nunca perdeu a capacidade de contemplação. Profecia e capacidade de sonhar é o contrário da rigidez. A observância não deve ser rígida, se é rígida não é observância, mas egoísmo pessoal”, disse.

“Um dos pecados que muitas vezes encontro na vida comunitária é o da incapacidade de perdão entre os irmãos e irmãs. A fofoca numa comunidade impede o perdão e distancia um dos outros. Eu gosto de dizer que fofocar não é somente pecado, mas é também terrorismo, porque quem fofoca joga uma bomba na fama do outro, destrói o outro que não pode se defender. Sempre se fofoca na escuridão, não na luz. A escuridão é o reino do diabo. A luz é o Reino de Jesus”, frisou o Papa.

Sobre a instabilidade na sequela de Jesus, Francisco disse “que desde o início da vida consagrada até hoje existem momentos de instabilidade. São as tentações. Os primeiros monges do deserto escrevem sobre isso e nos ensinam como encontrar a estabilidade interior, a paz. As tentações sempre existirão”. 

“Vivemos num tempo muito instável. Vivemos a cultura do provisório e essa cultura entrou também na Igreja, nas comunidades religiosas, nas famílias e no matrimônio. A cultura do definitivo: Deus enviou o seu Filho para sempre, não provisoriamente a uma geração ou a um país, mas a todos. A todos para sempre. Este é um critério de discernimento espiritual”, disse ainda Francisco.

Sobre a pergunta relativa à evangelização, o pontífice disse que “evangelizar não é fazer proselitismo. Evangelizar não é somente convencer, é testemunhar que Jesus Cristo está vivo. Se o seu coração arde de amor por Jesus, você é um bom evangelizador ou evangelizadora.” “Desculpem-me se sou um pouco feminista, mas quero agradecer o testemunho das mulheres consagradas. Não todas, pois têm algumas que são histéricas. Vocês têm sempre o desejo de estarem na vanguarda. Por que? Porque vocês são mães e têm essa maternidade da Igreja. Não percam isso. A religiosa é o ícone da Igreja Mãe e de Maria. Vocês têm esse papel na Igreja: serem ícone da Igreja, ícone de Maria, ícone da ternura da Igreja, do amor da Igreja, da maternidade da Igreja e da maternidade de Nossa Senhora. Não se esqueçam disso”, frisou o Papa.

Respondendo à pergunta do jovem consagrado sírio, Francisco destacou a necessidade de seguir Jesus mais de perto, de maneira profética e sublinhou a palavra ‘memória’. “Os apóstolos nunca se esqueceram do encontro com Jesus. Nos momentos escuros, nos momentos de tentação, nos momentos difíceis de nossa vida consagrada é preciso voltar às fontes, recordar a maravilha que sentimos quando o Senhor nos olhou.”

“Você me pediu para partilhar a minha memória, o primeiro chamado em 21 de setembro de 1953, mas não sei como foi. Sei que por acaso, entrei na Igreja, vi o confessionário e sai dali diferente, sai de outra maneira. A minha vida mudou. O sacerdote que me confessou naquele dia, que eu não conhecia, estava ali por acaso porque sofria de leucemia. Ele morreu um ano depois. Depois me guiou um salesiano que tinha me batizado. Fui a ele e ele me encaminhou para os jesuítas. Ecumenismo religioso! Nos momentos difíceis me ajudou muito recordar o primeiro encontro, porque o Senhor nos encontra sempre definitivamente. O Senhor não entra na cultura do provisório. Ele nos ama e nos acompanha sempre. Por isso, estar próximo às pessoas, a proximidade entre nós, fazer profecia com o nosso testemunho, com o coração que arde, com zelo apostólico que aquece os corações dos outros. Portanto, profecia, memória, proximidade, coração que arde, zelo apostólico e cultura do definitivo, e não descartável”, concluiu Francisco. (MJ)

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Na Síria e no Iraque, um oceano de dor

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Cidade do Vaticano (RV) – Francisco recebeu na manhã de quinta-feira (17/09) os participantes do encontro realizado pelo Pontifício Conselho “Cor Unum” esta semana no Vaticano. O Conselho analisou a crise humanitária síria e iraquiana e a participação das organizações de caridade católicas no contexto do conflito. Atualmente, depois de 3 anos de guerra, mais de 12 milhões de pessoas precisam de ajudas na Síria e mais de 8 milhões no Iraque. 

Após agradecer a atuação das Igrejas locais e os organismos caritativos pelo acompanhamento da crise humanitária, o Papa lembrou a situação dos milhões de refugiados que deixaram suas casas e se abrigaram principalmente no Líbano, na Jordânia e na Turquia, enquanto “a comunidade internacional não está sendo capaz de dar respostas adequadas e os traficantes de armas continuam a fazer seus interesses”.

“Isto tudo sob os olhos do mundo inteiro, pois as atrocidades e as violações dos direitos humanos são divulgadas em tempo real pela mídia; ninguém pode fingir que não sabe! Todos têm consciência de que esta guerra pesa insuportavelmente nas costas do povo mais pobres. É preciso encontrar uma solução, sem violência, porque ela cria somente novas feridas”.  

Os mais frágeis e indefesos são a maior preocupação do Pontífice: famílias, idosos, doentes, jovens sem esperança no futuro; crianças que não podem brincar e nem estudar, privadas de um horizonte. 

“São muitas as vítimas do conflito, penso e rezo por todas. Não posso me calar a respeito das comunidades cristãs da Síria e do Iraque, aonde irmãos e irmãs são humilhados por causa de sua fé, expulsos, presos e até mortos. A estas agressões e perseguições, a Igreja tem respondido com coragem, com uma presença humilde, com o diálogo sincero e o serviço generoso em favor de quem quer que precise, sem distinções”. 

Para atender a este difícil chamado, o Papa recordou que os católicos devem reforçar a colaboração inter-eclesial e as relações de comunhão que os unem a outras comunidades cristãs, procurando colaborar com as instituições humanitárias internacionais e com as pessoas de boa vontade. O lema é ‘trabalhar juntos e em sinergia’. “Não abandonem as vítimas desta crise, mesmo que caia a atenção do mundo sobre ela”, exortou. 

Terminando seu discurso, Francisco pediu a todos que levem sua mensagem de solidariedade e proximidade aos que vivem na provação, sofrendo as consequências desta crise. “Em comunhão com vocês e com suas comunidade, rezo incessantemente pela paz e o fim dos tormentos e injustiças em suas amadas terras”. 

(CM)

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Os refugiados na pauta do encontro entre Papa e premiê Bettel

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira (17/09), no Vaticano, o primeiro-ministro do Grão-Ducado de Luxemburgo, Xavier Bettel. 

A seguir, o premiê luxemburguês se encontrou com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher. 

Segundo a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante a conversa foi reiterado o desejo de “consolidar as boas relações existentes entre Santa Sé e Grão-Ducado de Luxemburgo e  abordar temas de interesse comum, com atenção especial às relações entre Igreja e Estado, sublinhando a relevância da liberdade religiosa e dos valores espirituais na coesão social”.

Foram também abordadas questões de caráter europeu e internacional, com ênfase nos conflitos em andamento, a questão da migração, a necessidade de dar assistência aos deslocados e refugiados e a situação das minorias religiosas perseguidas. (MJ)

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Card. Parolin: Santa Sé espera fim do embargo dos EUA a Cuba

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Cidade do Vaticano (RV) - Na iminência de mais uma viagem apostólica do Papa Francisco, desta vez à Cuba e aos EUA, cresce a expectativa nos dois países para a chegada do Pontífice. Sobretudo em Filadélfia, onde o Santo Padre encontrará os participantes do VIII Encontro Mundial das Famílias.

Sobre a viagem aos dois países que começaram um importante processo de reaproximação depois de 50 anos de ruptura diplomática e de forte embargo sobre Havana, o Centro Televisivo Vaticano entrevistou o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin.

Card. Pietro Parolin – “Sim, é bem conhecida a posição da Santa Sé sobre esse embargo que é uma posição contrária. Independente daquelas que podem ser as motivações, existe um dado de fato, isto é, que o embargo, esse tipo de sanção, provoca transtornos e sofrimentos na população. É desse ponto que a Santa Sé enfrenta a questão e que, em nível de Nações Unidas, nas assembleias gerais, tem apoiado sempre as propostas que pedem uma anulação do embargo a Cuba. Então, esperamos, como dizem os bispos, desejamos que uma medida desse gênero, isto é, uma liberação em nível de vínculos e de relações, sobretudo em nível econômico, possa levar inclusive a uma maior abertura do ponto de vista da liberdade e dos direitos humanos, um florescer desses aspectos fundamentais para a vida das pessoas e dos povos.”

Centro Televisivo Vaticano – Uma etapa importante da viagem a Cuba será a visita ao Santuário da Virgem da Caridade do Cobre.

Card. Parolin – “Parece normal que o Papa  visite um santuário mariano e um santuário mariano como aquele da Caridade do Cobre de Cuba. Porque a devoção mariana é uma das características fundamentais da religiosidade e da fé católica do povo latino-americano e, também, porque a Virgem da Caridade do Cobre tem sempre acompanhado a história dos cubanos, em todos os seus momentos, de alegrias e de dores, de lutas, de sofrimentos e de progressos. Então, é um pouco o símbolo da sua história, o símbolo da mesma população. O Papa, indo ao santuário, encontrará um pouco o coração dessa ilha e desse povo.”

CTV – O Papa decidiu entrar nos EUA de Cuba como um migrante, dizem os bispos americanos, “para nos lembrar que somos um país de imigrantes”. Será esse um dos temas principais da visita, visto também aquilo que está acontecendo na Europa?

Car. Parolin – “Sim, certamente. Imagino que o Papa deve tratar como um dos temas mais importantes da sua visita justamente aquele da migração. E é, como o senhor lembrava, uma preocupação constante do Papa perante a emergência que vivemos nestes dias. Sabemos quantos são os seus interventos, diria quase diários, sobre esse tema. E, ao mesmo tempo, está prestes a se direcionar a um país que tem uma longa história de imigração e, ao mesmo tempo, também uma longa história de abertura, de acolhimento e de integração dos vários fluxos de imigrantes que chegaram. Me parece que tudo isso pode constituir realmente uma base, um patrimônio social e cultural a partir do qual enfrentar também os desafios diários da migração e resolver os casos que estão dolorosamente abertos. Espero realmente que esse encontro, da parte do Papa que leva esse problema no seu coração e de um país que conheceu esse fenômento na sua história, possa oferecer também indicações para a solução dos problemas que atualmente se apresentam nesse ponto de vista.”

CTV – Em Washington, Papa Francisco proclamará santo o Frei Junipero Serra, missionário franciscano definido como “pai fundador dos Estados Unidos”. É um convite para recuperar a memória hispânica e católica às origens do grande país?

Card. Parolin – “Sim. Eu acredito que sobre a canonização de Junipero Serra precisamos fazer referência ao discurso que o Papa fez em 2 de maio deste ano no colégio americano do Norte, durante um convênio que queria ser uma espécie de preparação para essa canonização. Quando o definiu como um dos pais fundadores da América, em particular Junipero Serra é lembrado como o pai da Califórnia. Mas depois disse ‘é também um santo do catolicismo’, e é um padroeiro da população hispânica nos EUA por tudo que fez pela evangelização. Eu gosto de lembrar aquilo que o Papa disse a uma certa altura: ‘Dessas grandes figuras, temos o costume de fazer atenta observação dos méritos e também dos limites e fraquezas’. Mas se questionava: ‘nós também temos a mesma generosidade que tiveram essas pessoas, nós temos o mesmo ímpeto, nós temos a mesma coragem?’. Acredito que essa seja a lição fundamental que nos dá o Pe. Junipero Serra, esse entusiasmo, essa coragem, esse ímpeto por levar o Evangelho naquelas terras e que se transforma também hoje num convite para saber integrar no interno da Igreja dos EUA, também essa componente hispânica que se torna sempre mais importante e sempre mais relevante e que tem uma notável contribuição para oferecer à Igreja dos Estados Unidos."

CTV – O Papa visitará primeiro o Congresso dos EUA, depois as Nações Unidas. Relançará a mensagem da Encíclica Laudato si’?

Card. Parolin – “Sim, certamente. Mas eu diria neste sentido: no sentido certamente das mudanças climáticas e das preocupações que essas estão gerando para o futuro da humanidade. Mas diria também no sentido daquela ecologia integral da qual ele fala, que considera o homem no interior da criação. E, nesse sentido, não faltará insistir naquela que é a natureza transcedental da pessoa da qual nascem os seus direitos fundamentais, sobretudo o direito à vida e à liberdade religiosa. E nos convidará a mudar os nossos estilos de vida para podermos ser guardiões da criação, como ele diz, e não dominadores ou agressores da criação.”

CTV – Nos EUA, no entanto, vieram algumas críticas de quem considera a Encíclica um ataque muito forte ao sistema do capitalismo.

Car. Parolin – “Bom, acredito que o Papa toque os pontos fundamentais. Eu sei que tiveram essas críticas, mas acredito que o Papa convide todos à reflexão. E acredito que é realístico perceber que as coisas não estão indo na direção justa, então, encontrar também as saídas com soluções. Me parece que o Papa convida a isso. Cada um pode dar a sua contribuição, mas é preciso uma mudança, é preciso uma mudança.”

CTV – Em Filadélfia, Papa Francisco encontrará as famílias do mundo inteiro. Será a última etapa do caminho em direção ao Sínodo de outubro?

Card. Parolin – “Sim, acredito que sim. O Papa viu e vê e vive esse momento justamente como o último momento em preparação também ao Sínodo que se realizará em outubro. Para enaltecer, e acredito que assim também será no encontro de Filadélfia, sobretudo sobre a família e a mensagem que o Evangelho oferece às famílias, o apoio que o Evangelho oferece às famílias. Então, esse é um aspecto positivo, sem esquecer também os grandes desafios que a família nos coloca no mundo de hoje. Será realmente uma preparação imediata à assembleia do Sínodo dos Bispos, mas acredito que nos dará, dará a todos os participantes, dará à Igreja inteira, esse novo entusiasmo e essa nova vontade de proclamar o Evangelho da família e, ao mesmo tempo, de ajudar as famílias que se encontram em qualquer gênero de dificuldade em viver esse Evangelho na sua plenitude que é fonte de alegria, de paz e de felicidade para todos.” (AC)

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Pe. Gonzáles: Igreja cubana é ponto de referência para todos

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Cidade do Vaticano (RV) - Cuba prepara-se para acolher o Papa Francisco, terceiro Pontífice a visitar a Ilha caribenha. O Santo Padre estará em Cuba de 19 a 22 de setembro. Com quais sentimentos os cubanos esperam o Pontífice argentino? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao diretor da Casa Sacerdotal São João Maria Vianney de Havana, Pe. José Miguel Gonzáles Martín. Eis o que disse:

Pe. José Miguel Gonzáles Martín:- “Diria com muita esperança, porque para nós o Papa vem como missionário da Misericórdia. O povo cubano em geral – não somente a Igreja católica –, todos nós esperamos que o Papa possa dar-nos uma palavra de esperança, de alegria, neste preciso momento em que parece que Cuba está se abrindo um pouco mais ao mundo e que estejam se realizando as palavras proféticas de São João Paulo II.”

RV: Qual é a situação em relação a essas grandes mudanças?

Pe. José Miguel Gonzáles Martín:- “A situação em que o povo vive continua sendo a mesma: ainda não se veem muitas mudanças no modo de viver cotidiano. Mas mesmo assim esperamos, no sentido que no futuro essas mudanças, que no momento estão presentes somente em alto nível, possam melhorar a vida diária do povo. Há muitas dificuldades e a vida aqui, de certo modo, é difícil para todos...”

RV: Quais são as esperanças dos cubanos?

Pe. José Miguel Gonzáles Martín:- “A esperança é sempre a de ter um futuro melhor e de que não haja necessidade de deixar a própria pátria. Também a Igreja católica sofre por causa da emigração de tantas pessoas boas, preparadas, que escolhem partir para os EUA, a Espanha, a Itália, para buscar um futuro melhor. Então, a primeira esperança é que, se há mais trabalho, se a situação econômica melhora e se crescem as liberdades, poderemos ter um país em que não seja mais necessário emigrar. Também do ponto de vista espiritual conservamos outras esperanças: que as pessoas que vivem aqui em Cuba possam pensar sozinhas, na liberdade, possam agir livremente, sem uma forma de tutela por parte dos governantes.”

RV: Qual é a realidade da Igreja em Cuba?

Pe. José Miguel Gonzáles Martín:- “A Igreja em Cuba é uma Igreja pobre, no sentido do número de sacerdotes. Não somos muitos: somos cerca de 300 sacerdotes para onze dioceses e algumas delas têm somente cinco, seis ou sete sacerdotes. É uma Igreja minoritária, muito minoritária e empobrecida, porque também perdeu muitos leigos bem preparados, que foram embora para os EUA, Espanha e outros países. É uma Igreja pobre, mas significativa: a sociedade cubana em geral tem um grandíssimo respeito pela Igreja católica, pelos bispos e pelos sacerdotes. E o digo sem orgulho: somos sempre um ponto de referência para muitas pessoas, mesmo para aquelas que não vão à igreja, e – diria – até mesmo para alguns que não creem, ou seja, os ateus. Também eles têm admiração pela Igreja. Então, penso que desse ponto de vista a Igreja católica tem uma tarefa essencial no presente e no futuro de Cuba. E isso foi evidenciado graças ao papel e à participação do Papa no processo de negociação para recuperar as relações com os EUA e também graças ao Cardeal Jayme Lucas Ortega y Alamino, arcebispo de Havana, e ao trabalho cotidiano de muitos bispos, sacerdotes... Buscamos abrir as portas ao diálogo, não somente com o governo e com as instâncias políticas, mas também com o povo e com a sociedade.”

RV: A Igreja está adquirindo novos espaços de ação...

Pe. José Miguel Gonzáles Martín:- “Eu diria ‘pequenos’ espaços de ação: para nós seria uma coisa boa termos mais. Mas não temos muito dinheiro para poder começar a atuar, por exemplo, no rádio, nos meios de comunicação... Talvez num futuro próximo tenhamos nossas escolas... Mas isso para nós ainda é futuro: devemos estar prontos para abrir-nos a essas possibilidades.” (RL)

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A agenda da Rádio Vaticano com o Papa em Cuba e nos EUA

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Cidade do Vaticano (RV) – A redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano prepara uma programação especial para a 10ª Viagem Apostólica do Papa Francisco, de 19 a 28 de setembro. 

Já a partir de sábado, dia 19, daremos início às nossas transmissões extraordinárias das atividades do Papa em Cuba, com a chegada a Havana.

Ao todo, serão mais de 20 transmissões ao vivo que poderão ser acompanhadas via VaticanPlayer com tradução simultânea em língua portuguesa.

No Brasil, confira a programação das redes católicas de comunicação que retransmitem a Rádio Vaticano para acompanhar os eventos por meio do rádio ou televisão.

Abaixo publicamos todos os eventos que terão transmissão ao vivo. O horário é o de Brasília.

 

Sábado, 19 setembro – Havana

16h50 – Cerimônia de boas-vindas a Cuba – Aeroporto José Marti

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Domingo, 20 setembro – Havana

09h20 – Praça da Revolução – Santa Missa

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18h10 – Catedral – Vésperas e saudação aos jovens

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Segunda-feira, 21 setembro (Holguín)

11h - Praça da Revolução Calixto Garcia – Santa Missa

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Terça-feira, 22 setembro (Santiago de Cuba)

08h50 – Santuário da Virgem da Caridade do Cobre – Santa Missa

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11h45 – Catedral N.S. da Assunção – Encontro com as famílias

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Quarta-feira, 23 de Setembro (Washington)

10h05 – Casa Branca – Cerimônia Boas-vindas

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12h20 – Catedral – Encontro com os Bispos dos EUA

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17h15 – Santuário Nac. Imaculada Conceição – Santa Missa e Canonização do Beato P. Junípero Serra

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Quinta-feira 24 setembro (Washington e Nova Iorque)

10h10 – Visita ao Congresso EUA

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12h10 – Paróquia de S. Patrick – Encontro com os sem-teto

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19h35 – Catedral de S. Patrick – Vésperas com o Clero

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Sexta-feira, 25 setembro (Nova Iorque)

09h20 – Visita à Sede das Nações Unidas

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12h20 – Memorial Ground Zero – Encontro Ecumênico e Inter-religioso

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16h50 – Escola N.S. Rainha dos Anjos – Encontro com crianças e famílias migrantes

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18h50 – Madison Square Garden – Santa Missa

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Sábado, 26 setembro (Filadélfia)

11h15 – Catedral dos Santos Pedro e Paulo em Filadélfia – Missa com os bispos, clero e religiosos.

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17h15 – National Historical Park – Encontro pela liberdade religiosa

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20h20 – B. Franklin Parkway – Festa das Famílias

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Domingo 27, setembro (Filadélfia)

10h05 – Capela do Seminário S. Carlo Borromeo – Encontro com os bispos

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11h50 – Visita aos detentos – Instituto de Correção Curran-Fromhold de Filadélfia

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16h50 – Santa Missa

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20h50 – Aeroporto Internacional de Filadélfia – Despedida – Saudação ao Comitê organizador, voluntários e benfeitores.

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Igreja na América Latina



Bolívia: Igreja pede alternância de poder como expressão de democracia

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La Paz (RV) – Em entrevista à imprensa do país, o diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e também secretário da Conferência Episcopal da Bolívia, Dom Eugenio Scarpellini, assegurou que “como Igreja católica, afirmamos que a alternância sempre é uma expressão de democracia”. A declaração foi dada depois que o partido do governo anunciou de recandidatar Evo Morales pela quarta vez à presidente da República.

Segundo comunicado da Fides, há duas semanas Evo Morales tinha declarado que, no seu parecer, aqueles que propõem a alternância ao poder estão em busca de uma mudança do modelo econômico. Ao mesmo tempo, o governo e o Coordenador Nacional para a Mudança se reuniram na semana passada para estabelecer uma proposta de reforma constitucional para fazer possível a candidatura de Evo Morales, o que ao momento é proibido pelo texto constitucional vigente. Dom Scarpellini observou que deveria ser a população a decidir de aceitar ou não essa reforma.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que seu país não é autoritário ou ditatorial por analisar um projeto de lei com mais uma possibilidade de eleição para um governante. Morales está no poder desde 2006 e já cumpriu, tecnicamente, três mandatos após outra mudança constitucional – já que o primeiro teve apenas quatro anos de duração. Ele deve ficar no poder, caso a medida não seja aprovada, até janeiro de 2020. (AC)

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Igreja no Mundo



Bispos europeus: "Urgente acolher generosamente os refugiados"

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Jerusalém (RV) – (RV) – Na conclusão da assembleia geral anual do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), foi divulgado um comunicado final em que se apela por uma ação mais decidida da União Europeia e da ONU em favor dos refugiados.

Reunidos pela primeira vez na Terra Santa, os presidentes dos episcopados europeus destacam que a complexidade desta situação, em todas as suas diferentes variáveis, deve merecer grande atenção por parte dos Estados, visando uma resposta tempestiva aos que precisam de assistência imediata. 

“É importante acolher com hospitalidade generosa todos os desesperados pela guerra, a perseguição e a miséria e colaborar para a sua integração”, acrescenta a nota.

Os bispos auspiciam que a ONU assuma esta situação com a devida consideração e alcance uma solução efetiva, não só no que toca ao acolhimento aos migrantes mas também quanto à situação dos países de origem destas pessoas. Ainda no comunicado, alegam que “é urgente tomar medidas apropriadas para deter a violência que tomou conta daquelas nações, e substituí-la por um ambiente de paz, mais favorável ao desenvolvimento de todos os que ali vivem”.

A assembleia geral anual dos bispos do Conselho europeu reuniu mais de 40 bispos para discutirem os desafios da Igreja no território.

Na abertura do evento, no dia 11 de setembro, o anfitrião, Dom Fouad Twal, Patriarca Latino de Jerusalém, recordou também a difícil situação dos migrantes e refugiados que procuram na Europa paz, trabalho e uma qualidade de vida decente.

(CM)

 

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"Laudato si" tem boom de vendas na Coreia: em preparação a 4ª edição

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Seul (RV) - Um boom editorial sem precedentes: esse é o resultado da publicação em língua coreana da “Laudato si, sobre o cuidado da casa comum”, a encíclica “verde” do Papa Francisco, publicada em língua coreana em 1º de setembro.

A data escolhida não foi casual, coincidindo com o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, convocado pelo próprio Pontífice e celebrado pela primeira vez em 2015.

A primeira edição “era de 5 mil cópias. E foi esgotada em pouquíssimo tempo”, contou à agência missionária AsiaNews o bispo de Daejeon e presidente da Comissão Episcopal Justiça e Paz, Dom Lazzaro You Heung-sik.

Os editores “decidiram fazer uma segunda tiragem, também de 5 mil cópias e, igualmente, também esta se esgotou rapidamente. A terceira era de 10 mil cópias, todas vendidas. Agora está sendo impressa a quarta. Estamos muito satisfeitos por este resultado, porque, de certo modo, o Papa falou em coreano aos coreanos e eles ouviram-no com grande atenção”.

A encíclica parece capaz de superar a exortação apostólica “Evangelii gaudium”, que se tornou um best-seller na península coreana.

O bom êxito dos textos papais “se deve ao fato de o Papa Francisco falar como um pai e usar uma linguagem compreensível a todos”, explicou, ainda, Dom You. “Apresentamos o texto com uma coletiva de imprensa que teve grande participação. O principal é veicular o conceito de casa comum: é preciso uma conversão total, é preciso mudar o nosso estilo de vida”, destacou.

Segundo o prelado, é importante “que o país compreenda que a relação entre a natureza e o homem é uma relação criada por Deus, que é amor. Portanto, é preciso convivência e misericórdia para transformar a exploração dos recursos numa gestão responsável, justamente, feita com amor, daquilo que o planeta nos oferece. De nossa parte, como católicos, buscamos tornar-nos protagonistas dessa reviravolta: menos consumo e um novo estilo de vida mais próximo do Evangelho”.

É claro, o tema não diz respeito somente à Coréia: “Na semana passada tivemos um encontro em Hong Kong com os bispos do Leste da Ásia: Japão, Taiwan, Hong Kong, Macao e Coreia. Éramos cerca de 40, e foi realmente um belo encontro. Estudamos como colocar em prática a ‘Laudato si’ a nível regional e pensamos num plano comum a ser  proposto aos nossos governos”, concluiu o bispo de Daejeon. (RL)

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Formação



Todas as catequeses do Papa sobre a família em um livro

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Cidade do Vaticano (RV) – Está à venda desde quinta-feira (16/09) nas livrarias da Itália o livro “A Família gera o mundo. As catequeses da quarta-feira”, que coleta as reflexões do Papa sobre a família oferecidas aos fiéis durante as audiências gerais no período de 10 de dezembro de 2014 até a última sobre este tema (16/09). 

Publicado pela Livraria e Editora Vaticana em inglês, espanhol e italiano, faz parte da coleção “Família e Vida” dirigida pelo Padre Gianfranco Grieco, oficial do Pontifício Conselho para a Família. 

“Entre as duas assembleias sinodais sobre a família – de outubro de 2014 a este ano – Francisco nos doou um ciclo orgânico de catequeses sobre a família.  O Pontifício Conselho considerou oportuno recolhê-las e apresentá-las ao público, oferecendo toda a sua profundidade pastoral e espiritual”, escreve no prefácio o Arcebispo Vincenzo Paglia, Presidente do dicastério.

Neste ciclo de catequeses, o Pontífice começou por Nazaré, pela família composta por Jesus, Maria e José, focando especialmente o papel desempenhado pelas mães, pais, irmãos, avós, crianças, homem e mulher, o matrimônio, as palavras “com licença, obrigado e desculpa”, a educação, o noivado, a pobreza, a doença, o luto, as feridas, a festa, o trabalho e a oração”. 

(CM)

 

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Mulher moradora de rua: a dignidade em primeiro lugar

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Cidade do Vaticano (RV) – Em seu discurso aos participantes do Simpósio Internacional sobre a Pastoral de Rua, o Papa citou de modo especial as crianças e as mulheres que vivem nesta condição. 

Não se trata de números, disse ele, “não são ‘pacotes’ a serem trocados: são seres humanos com o seu próprio nome e seu rosto, com uma identidade dada por Deus a cada um deles”.

A dignidade da mulher, de fato, foi um dos temas debatidos no Simpósio. A análise foi feita pela Ir. Gabriella Bottani, coordenadora de Talitha Kum, a rede de religiosas contra o tráfico de seres humanos.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Ir. Gabriella, que morou no Brasil, falou sob que ponto de vista tratou a dignidade da mulher e a relação entre o tráfico de seres humanos e a moradores de rua.

Clique acima para ouvir.

(BF)

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50 anos do Concílio: existem progressos, mas caminho é árduo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” concluímos a participação do bispo da Diocese de Ponta de Pedras, Dom Alessio Saccardo, S.J.

Na edição passada o bispo desta Igreja particular do Pará trouxe-nos a sua experiência pós-conciliar no contexto da Igreja latino-americana. Entre outros, partilhou conosco uma constatação pessoal, como sacerdote e, depois, como bispo, no contexto mais específico da Igreja no Marajó e Ilhas: a importância dos leigos, “sem os quais a Igreja não poderia sobreviver”, afirmou.

Pois bem, na edição de hoje Dom Alessio conclui sua participação atendo-se, em geral, aos avanços do Concílio e àquelas realidades que ainda precisam avançar. Embora ressalte que a Igreja é ainda muito clerical, reconhece que os leigos estão sendo mais valorizados.

“Também para com as mulheres a nossa atitude está um pouco mudando, as mulheres contam mais na Igreja, mas ainda é muito pouco”, afirma. “Existem progressos, mas o caminho é árduo e longo, muito”, enfatiza.

Dom Alessio inicia identificando setores em que a Igreja progrediu muito nestes 50 anos pós-Concílio, apontando na comunicação um progresso incomensurável; por outro lado, ressaltando que no setor do estudo da celebração da Palavra de Deus, também da vivência da Eucaristia, da solidariedade, ainda falta muito caminho a ser realizado. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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Artigo: O Papa, Cuba e Estados Unidos

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Jales (RV) - Nestes dias o Papa Francisco está realizando mais uma visita. Desta vez a Cuba, e em seguida, aos Estados Unidos.

Este roteiro não deixa dúvidas quanto à sua intenção. O restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos é um fato notável, que merece ser destacado pela carga de significado que ele traz. Depois de 50 anos de acusações mútuas e de hostilidades recíprocas, eis que finalmente, contra todas as expectativas, os dois países resolveram reatar suas relações, e terminar com o nefasto bloqueio econômico duramente imposto a Cuba pelos Estados Unidos.

Pois bem, este fato inesperado tem os seus protagonistas. Conta a lenda que, anos atrás, no auge do confronto entre os dois países, Fidel Castro teria dito que só haveria a reconciliação entre Cuba e Estados Unidos quando o Papa fosse latino americano, e o Presidente dos Estados Unidos fosse um negro. Com isto queria dizer que a coisa era impossível

Pois não é que a profecia, verdadeira ou adrede inventada, se cumpriu de fato! Eis que o Papa é o cardeal argentino Mario Bergoglio, e o Presidente dos Estados Unidos é o negro Barac Obama.

Os tempos estavam maduros. Mas faltava uma iniciativa que aproveitasse o momento oportuno. Aí entrou o Papa Francisco.  Ele incentivou o diálogo entre as duas partes. E ofereceu o Vaticano como sede do encontro.

Só o fato de ambas as partes aceitarem a proposta do encontro, já era meio caminho andado. E a presença do Papa Francisco, com sua atitude de respeito pelas posições de cada lado, proporcionou o ambiente favorável para a decisão tomada.

O Papa foi ao mesmo tempo firme e discreto. Fez questão de mostrar que as decisões eram tomadas, não por ele, mas pelas duas partes envolvidas. Na verdade, a iniciativa do Papa garantiu o sucesso do diálogo.

Agora, efetivado a reatamento das relações diplomáticas, e suspenso o bloqueio econômico, o Papa empreende esta viagem, para sacramentar o relacionamento diplomático entre os dois países, símbolos do confronto de ideologias que aos poucos precisam ser diluídas, em benefício da convivência pacífica entre os países, mesmo que cada qual tenha o direito de exercer sua soberania, e se relacionar pacificamente com os outros.

Agora, na visita que o Papa realiza aos dois países,o roteiro da viagem parece não ter nenhuma relação com o restabelecimento das relações diplomáticas entre eles. Mas é evidente a intenção do Papa de tirar lições positivas deste evento.

Há situações antigas, que carregam uma enorme inércia, que inviabiliza qualquer mudança. Aí é preciso estar atento às oportunidades, e criar outras, na esperança de que finalmente as resistências sejam vencidas.

E´ o que está procurando fazer o Papa Francisco. Ele insistiu em promover o diálogo entre judeus e palestinos. Vem cultivando um relacionamento de respeito e de confiança com o patriarcado ortodoxo de Constantinopla. Fez questão de se encontrar com os evangélicos valdenses na região italiana de Turim. Falando da misericórdia, fez referências elogiosas aos membros da comunidade separatista São Pio X. Mesmo enfrentado duras resistências internas da própria Igreja, o Papa não se cansa de incentivar o diálogo e a colaboração mútua.

Boa Viagem ao Papa, boa missão, e que todos entendam seus apelos para o respeito mútuo e para a convivência justa e pacífica entre as nações.

Dom Demétrio Valentini – Bispo de Jales

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Atualidades



Jovens consagrados: brasileiros comentam discurso do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – A importância da memória e a vida em comunidade: entre os inúmeros temas tratados pelo Santo Padre em seu encontro com os religiosos, estes dois pontos tocaram os consagrados brasileiros de modo especial.

A Rádio Vaticano esteve na audiência com o Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (17/09) e ouviu testemunhos de jovens consagrados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, pertencentes a vários institutos e ordens, como os salesianos, os irmãos maristas e comunidade Palavra Viva.

Ouça aqui: 

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Igreja no Chile na linha de frente após terremoto

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Santiago (RV) – Após o terremoto de 8.3 graus na escala Richter registrado nesta quarta-feira (16/9), que foi sentido em praticamente todo o País, e deixou 10 vítimas fatais, a Igreja chilena abre as portas para receber parte das quase 1 milhão de pessoas que foram preventivamente evacuadas.

O Arcebispo de La Serena, Dom René Rebolledo, abriu as portas do Arcebispado para acolher os moradores da região costeira da cidade de La Serena que foram evacuados diante do iminente perigo de tsunamis. A Pastoral Social e da Caritas passaram a trabalhar em regime de emergência para atender os desalojados. A mesma disposição também aconteceu em diversas paróquias da arquidiocese.

Na manhã desta quinta-feira (17/9), Dom Rebolledo visitou a comunidade de Tongoy e regiões danificadas de Coquimbo, uma das áreas mais afetadas pelo terremoto.

“Estamos nas mãos do Senhor! Busquemos, querido irmãos, ser solidários com que está sofrendo. Rezemos por eles. O Senhor nunca nos abandona. Também sua Mãe Santíssima, Nossa Senhora, está conosco. Ela que justamente foi recebida hoje em La Serena para iniciar a sua peregrinação. A Ela confiamos a vida de inúmeros irmãos que estão sofrendo por causa deste grande terremoto na nossa região e em outras partes do País. Manifestemos a nossa comunhão e solidariedade”, declarou o arcebispo. (RB)

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