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Sumario del 19/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa chega a Cuba: abertura é “vitória da cultura do encontro”

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Havana (RV) – Após um voo de quase 12 horas, o Papa chegou a Havana na tarde de sábado (19/9), por volta das 15h50. Francisco foi recebido pelo Presidente Raúl Castro a quem fez um pedido:

 

“Queria pedir-lhe, Senhor Presidente, para transmitir os meus sentimentos de especial consideração e respeito ao seu irmão Fidel”.

Raúl, por sua vez, disse que o embargo econômico é "cruel, ilegal e imoral" e que a base de Guantánamo deve ser devolvida a Cuba.

Durante sua permanência em Havana, Francisco irá até a casa de Fidel Castro, antecipou o responsável pela organização da viagem papal, Alberto Gasbarri.

A seguir, o Papa recordou que neste ano o estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Cuba completa 80 anos. Lembrou também das visitas a Cuba de São João Paulo II, em 1998 e de Bento XVI, em 2012.

“Sei que essas lembranças despertam gratidão e afeto no povo e nas autoridades de Cuba. Hoje renovamos estes laços de cooperação e amizade, para que a Igreja continue a acompanhar e encorajar o povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com liberdade e com os meios e espaços necessários para levar o anúncio do Reino até às periferias existenciais da sociedade”.

Padroeira de Cuba

Francisco destacou ainda que a sua Viagem Apostólica coincide com os 100 anos da declaração de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como Padroeira de Cuba.

“Foram os veteranos da Guerra da Independência que, movidos por sentimentos de fé e patriotismo, pediram que a Virgem mambisa [cubana] fosse a padroeira de Cuba enquanto nação livre e soberana. Desde então, Ela acompanhou a história do povo cubano, sustentando a esperança que preserva a dignidade das pessoas nas situações mais difíceis e defendendo a promoção de tudo o que dignifica o ser humano. A sua devoção crescente é um testemunho visível da presença da Virgem Maria na alma do povo cubano”.

E acrescentou:

“Durante estes dias, terei oportunidade de ir ao Santuário do Cobre, como filho e peregrino, rezar à nossa Mãe por todos os seus filhos cubanos e por esta amada nação, para que caminhe por sendas de justiça, paz, liberdade e reconciliação”.

Posição estratégica

Ao citar a posição geográfica estratégica de Cuba, Francisco considerou que o arquipélago “abre para todas as rotas, possuindo um valor extraordinário de ‘chave’ entre norte e sul, entre leste e oeste. A sua vocação natural é ser ponto de encontro para que todos os povos se reúnam na amizade”, destacou o Pontífice.

Aqui, o Papa recordou a recente retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos. “É um sinal da vitória da cultura do encontro, do diálogo, do ‘sistema da valorização universal (…) sobre o sistema, morto para sempre, de dinastia e de grupos’, afirmou o Papa ao citar o poeta cubano José Martí.

E concluiu:

“Encorajo os responsáveis políticos a prosseguir por este caminho e a desenvolver todas as suas potencialidades, como prova do alto serviço que são chamados a prestar em favor da paz e do bem-estar dos seus povos, de toda a América, e como exemplo de reconciliação para o mundo inteiro”.

Veja o resumo da chegada do Papa em nosso canal no YouTube

(RB)

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A viagem do Papa a Cuba e EUA: um significado especial

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco partiu na manhã de sábado 19, para a 10ª Viagem Apostólica internacional, a mais longa – de 19 a 28 de setembro – e, sem dúvida, uma das mais importantes e esperadas. Com efeito, neste momento histórico a visita a Cuba e aos Estados Unidos adquire um significado particular. Os dois países aproximaram-se depois de quase sessenta anos de gelo; uma dura contraposição, que nos anos mais turbulentos da “guerra fria” pôs em perigo até a paz mundial.

E deve-se muito à obra de mediação do Pontífice se o processo de pacificação teve uma aceleração inesperada, chegando a uma viragem com a retomada das relações diplomáticas e a reabertura das respectivas embaixadas.

Alguns pormenores foram revelados numa entrevista a TV2000, precisamente na véspera da viagem, pelo Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu e publicados pelo jornal L’Osservatore Romano.

O arcebispo disse que os diplomatas dos dois países chegaram ao Vaticano para assinar o documento diante do Secretário de Estado “quase como garante da palavra que tinham trocado entre eles”. Francisco “encantou os representantes do povo cubano e norte-americano” prosseguiu, acrescentando que “eles mesmos pediram ao Pontífice que se tornasse garante deste desejo de falar, dialogar e de se encontrarem”. E “o Papa não hesitou”.

Agora, depois que a queda de um muro tão anacrônico tornou mais evidente as esperanças de futuro que impeliam por detrás daquela invisível, mas rígida “cortina”, o Pontífice quer testemunhar a sua proximidade, também fisicamente, num momento tão crucial. (SP–OR)

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Encontro jovens consagrados: noite de testemunhos e música

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Cidade do Vaticano (RV) - Com uma missa na Basílica de São Pedro, encerrou-se na manhã deste sábado o Encontro mundial para jovens consagrados e consagradas com o lema “Despertem o mundo!”, que teve início na última terça-feira. A celebração eucarística foi presidida pelo Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Na noite de sexta-feira momentos de música, dança e espetáculo se revezaram com testemunhos de sacerdotes, religosas, monges de diversas ordens e congregações religiosas

O testemunho de uma freira no Afeganistão

Particularmente comovente, salienta o semanário “Famiglia Cristiana”, foi o testemunho de uma freira missionária indiana no Afeganistão. “O nosso é um apostolado do silêncio”, disse a irmã Annie Puthemparambil, natural de Kerala. “Quando saímos - disse a religiosa - devemos sempre nos mover em grupos e o risco de ataques é alto”. “Não nos é autorizado a se vestir como freiras, nem falar do Evangelho, nem mesmo nominá-lo. Tudo isso, porém, não nos impede de fazer perceber aos irmãos que encontramos o amor de Jesus. Graças a um projeto que reúne várias congregações cuidamos de crianças com deficiências mentais. E às vezes as famílias se surpreendem: Só você - dizem – só vocês cuidam de nossas crianças”.

A missão de um camiliano na República Centro Africana

Sobre a dramática situação na República Centro Africana se deteve Padre Bernard Kinvi, camiliano, que dirige um mosteiro e um hospital no noroeste do país, devastado pela guerra civil. Nos últimos anos acolheu milhares de refugiados e doentes, a maioria muçulmana. Por isso, ele recebeu sérias ameaças: “Os expoentes de várias facções em conflito - disse Padre Bernard Kinvi - não aceitam que eu dê abrigo aos seus inimigos; é por isso que muitas vezes eu recebo ameaças. Mas um dia porém, eu recebi no meu hospital um líder rebelde, gravemente ferido. Era entre aqueles que queriam me matar. Recebeu os cuidados necessários e, uma vez curado, ele se tornou um homem diferente. Tudo isso significa para mim encontrar Cristo nos últimos e nos enfermos”. (SP)

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Card. Saraiva: Cuba - EUA uma viagem de extrardinário significado

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco no âmbito da sua 10ª Viagem Apostólica Internacional que o levará a Cuba e EUA, e na qual visitará também a sede das Nações Unidas, irá confirmar os irmãos na fé e se encontrar com as famílias do mundo inteiro na cidade de Filadélfia durante o 8º Encontro Mundial das Famílias. Sobre a sua visita a Cuba e aos Estados Unidos, a Rádio Vaticano ouviu o Prefeito emérito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Saraiva Martins, que recordou ainda a sua visita à ilha caribenha. (SP)

 

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Washington acelera preparativos para missa de Francisco

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Washington (RV) - Diante da Basílica da Imaculada Conceição, em Washington, trabalhadores instalaram nas últimas horas uma plataforma e, dentro da igreja, o marceneiro peruano Carlos Hernández dava os últimos retoques no altar antes de o Papa Francisco celebrar uma missa em menos de uma semana.

As obras estão "transformando a entrada da Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em sua própria pequena basílica", disse aos jornalistas o Cardeal Donal Wuerl, Arcebispo de Washington.

“Não posso pensar em um lugar melhor para dar as boas-vindas ao nosso Santo Padre”, completou o prelado após guiar uma visita pelas instalações, no nordeste da capital americana e longe dos símbolos políticos como a Casa Branca e o Congresso.

Ali, e ao ar livre, o Pontífice celebrará em 23 de setembro uma Santa Missa, durante a qual irá canonizar Junípero Serra, o missionário franciscano espanhol que introduziu o cristianismo na Califórnia, no século XVIII.

Com o maior templo católico da América do Norte as suas costas, um imenso edifício de estilo romano bizantino, Francisco rezará em espanhol junto coma mais de 25 mil fiéis, incluindo mil seminaristas e noviças de todos os Estados Unidos, em sua primeira viagem ao país.

Os sinos da Basílica anunciarão a chegada do Papa à base aérea Andrews em 22 de setembro.

Francisco se reunirá no dia seguinte com o Presidente Barack Obama e fará um discurso no Congresso, antes de seguir com sua visita para Nova Iorque e Filadélfia até o dia 27.

O Cardeal Wuerl, que também participou da recepção há sete anos do antecessor de Francisco, Bento XVI, rapidamente afirmou que “desta vez é totalmente diferente”.

“Há uma sensação no ar de que tudo é novo” e um “desejo irresistível” de milhares de pessoas de escutar de perto o Papa falar, afirmou o cardeal diante da Basílica, localizada no campus da Universidade Católica, e que já exibe grades e barricadas antecipando a multidão da próxima semana.

Dentro do templo, Carlos Hernández, um marceneiro peruano que emigrou há 16 anos aos Estados Unidos, se dedicava a terminar o altar que será usado por Francisco na cerimônia. Hernández, de 57 anos, está há quase dois meses junto a outros cinco artesãos construindo a especial peça de mobiliário, incluindo a cadeira onde Francisco sentará, uma experiência que não hesita a chamar "fantástica".

Feito de forma totalmente artesanal com madeira e pintura que imita mármore, o altar estará coroado, quando pronto na segunda-feira, com um topo de granito, e chegará a pesar mais de meia tonelada. Seu valor? “Incalculável”, respondeu Hernández. “Sabendo para quem é e quem vai estar aqui, não tem preço”, completou. (SP)

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Distâncias, horas e países do voo papal

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Cidade do Vaticano (RV) – Durante sua 10º Viagem Apostólica internacional, que o levará a Cuba, EUA e à sede da ONU, de 19 a 28 de setembro, o Papa Francisco irá percorrer – ida e volta - 19.171 km (27 horas, no total de voo).

Na ida o avião papal (um A330 da companhia Alitália), passará pelo espaço aéreo de seis Países: Itália, França, Espanha, Portugal (continental e Ilhas dos Açores) Bahamas e Cuba. Na volta (com um avião Boeing 777 da companhia American Airlines), os países sobrevoados serão: EUA, Canadá, França e Itália.

O Papa Francisco ficará fora do Vaticano 9 dias. Será a viagem internacional mais longa das 10 realizadas até agora e a quarta do ponto de vista das distâncias. (SP)

Roma - Havana

8.698 km (11h 45' - AZ A330)


Havana - Holguin   

700 km (1h 20' - AZ A330)

 

Holguin - Santiago de Cuba

150 km (50' - AZ A330)

 

Santiago - Washington D.C.   

2.103 (3h 30' - AZ A330)

 

Washington D.C. - Nova York 

330 km (1h - AA B777)


Nova York – Filadélfia

160 km - (50' - AA B777)


Filadélfia – Roma

7.030 km (8h - AA B777)

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Papa Francisco, construtor de “pontes”

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Dubai (RV*) - Tendo viajado e trabalhado em diversos países aprendi, embora não o suficiente, ver, pensar e agir cercado de culturas, religiões e etnias que foram e ainda são generosas em acolher-me. Não sei se existe ambiente melhor para entender o que significa viver o mais importante mandamento do Cristianismo, do que morar numa casa com onze pessoas de seis nacionalidades diferentes, ajudar na maior paróquia do mundo, frequentada por pessoas de mais de 35 nacionalidades, celebrando a liturgia em oito línguas diferentes e seis ritos sagrados. No mesmo quarteirão, existem três mesquitas, algumas dezenas de denominações cristãs que se reúnem, nos complexos anglicanos e luteranos. Existem “pontes” já transitáveis entre nós, outras estão em “construção” enquanto algumas são inexistentes, mas nos une o respeito.

Entre outras coisas, estive observando e me perguntando: “Como o Papa Francisco é visto a partir de um país muçulmano?”.

Para tentar responder a essa pergunta, faz algum tempo, venho tendo o cuidado de acompanhar as notícias sobre a ação da Igreja, no mundo sob o Pontificado de Francisco, nos dois principais jornais dos Emirados Árabes Unidos. A percepção que se tem do Papa Francisco é de alguém, pessoa e mensagem, ao mesmo tempo em que se manifesta no ser e no fazer. Impressiona o fato de que Francisco cria “pontes” a partir de pontos que não são tradicionais. Encanta o mundo, na acolhida de uma criança; assinala em oração, apoiado num muro que divide dois povos irmãos, no Estado da Palestina; todos ficam maravilhados com sua diplomacia de pequenos passos que aproxima, definitivamente, uma superpotência americana de uma ilha do Caribe, excluída do “concerto” das nações.

Outra atitude que angariou o respeito ao Papa foi quando classificou de genocídio a ação de extermínio contra o povo armênio, pelo extinto Império Otomano. Diante dos protestos da Turquia, a mensagem foi de poucas palavras: “O caminho da Igreja é o da franqueza. Não podemos silenciar o que vimos e ouvimos.", assinalando que a verdade não se oculta com a hipocrisia diplomática.

Os jornais dos Emirados Árabes Unidos mais uma vez destacaram a determinação do Papa Francisco, de buscar a paz de maneira calma e progressiva, mas eficiente para chegar ao reconhecimento do Estado da Palestina, como estado independente, soberano e democrático, que viva em paz e segurança com Israel e os seus vizinhos. Ressaltaram também, a Santa Sé deseja o envolvimento da comunidade internacional, comprometida com eficácia, na busca da paz.

Finalmente, o principal jornal dos Emirados, foi generoso na sua edição do dia 18 de maio, noticiando a canonização das irmãs religiosas palestinas, Mariam Bawadi e Marie Alphonsine Ghattas. Relata as palavras do Papa: “Que os cristãos, inspirados pelo seu exemplo de misericórdia, caridade e reconciliação, olhem com esperança o futuro dessas terras seguindo o caminho da solidariedade e coexistência fraterna.”.

As terras do Oriente Médio escreveram uma história de ambiguidades.  No fundo, as três religiões que nasceram aqui, judaísmo, cristianismo e islamismo, visam à paz entre as pessoas. No entanto, foram assoladas por guerras e discórdias; hoje, terrorismo e radicalismo protagonizam horrores, especialmente contra os cristãos. Apesar disso, o Papa Francisco é admirado pela confiança e esperança que comunica com suas atitudes, na construção de “pontes” sobre as quais transite a paz entre grupos e países rivais.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS

Das Arábias para a Rádio Vaticano

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Papa parte para Cuba e EUA como "Missionário da misericórdia"

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Cidade do Vaticano (RV)  – O Papa Francisco se encontra em viagem rumo a Cuba, primeira etapa da sua 10ª Viagem Apostólica, que o levará também aos Estados Unidos.

O Santo Padre deixou a Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano, às 9h45 da manhã deste sábado e se dirigiu, de carro, ao aeroporto romano de Fiumicino.

Antes de deixar o Vaticano, uma família de refugiados sírios, hospedada pela paróquia vaticana Santa Ana, quis agradecer ao Papa pela acolhida e desejar-lhe boa viagem!

O avião papal decolou às 10h32 locais (05h32 de Brasília), com destino a Havana, capital de Cuba. A chegada ao aeroporto internacional José Martí, em Havana, está prevista para às 16h00, hora local, 17h00 de Brasília, após ter percorrido quase 8.700 km. em 11h45.

O Aeroporto Internacional de Cuba José Martí, situado a 18 km da capital, Havana, recebeu o nome José Martí para honrar o patriota e poeta cubano. É o principal aeroporto para voos internacionais e domésticos em Cuba.

O Bispo de Roma será recebido, no aeroporto da capital cubana, pelos autoridades civis e religiosas, entre as quais Dom Giorgio Lingua, Núncio Apostólico em Cuba.

O Papa receberá as boas-vindas do Presidente da República de Cuba, Raul Castro, e do Cardeal-arcebispo de São Cristóvão de Havana, Dom Jaime Lucas Ortega y Alamino.

Após a saudação do Presidente cubano, o Santo Padre pronunciará seu primeiro discurso em terras cubanas. E, a seguir, ambos manterão um breve encontro privado no Salão Nobre do aeroporto. No final, o Pontífice se transferirá, de papamóvel, à Nunciatura Apostólica, que dista cerca de 10 km., onde pernoitará.

Amanhã, domingo (20/9), o ponto alto das suas atividades em Havana, será a solene celebração eucarística, que Francisco presidirá, de manhã, na Praça da Revolução da capital cubana.

Como acontece sempre, antes das suas viagens internacionais, o Bispo de Roma se dirigiu, na tarde desta sexta-feira, à Basílica pontifícia de Santa Maria Maior, no centro de Roma, para uma breve visita, em forma privada, para pedir a proteção materna de Nossa Senhora pelo bom êxito desta sua 10ª Viagem Apostólica a Cuba e Estados Unidos.

No entanto, como de costume, o Santo Padre enviou telegramas aos Chefes de Estado dos países sobrevoados durante toda a sua viagem a Cuba: Itália, França, Espanha, Portugal, Estados Unidos e Bahamas, na América Central.

O Papa Francisco é o terceiro Pontífice a visitar a Ilha caribenha depois de São João Paulo II (1998) e Bento XVI (2012).

O lema que Francisco escolheu para esta sua viagem é “Missionário da Misericórdia”, com clara referência ao próximo Ano Santo da Misericórdia, que terá início no dia 8 de dezembro deste ano, dia da Imaculada Conceição.

Assim, o Santo Padre realiza sua 10ª Viagem Apostólica do seu Pontificado, que durará 9 dias.

A Rádio Vaticana transmite ao vivo a chegada do Papa a Havana a partir das 16h50, hora de Brasília, com a crônica em português. (MT)

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Igreja na América Latina



Igreja no Chile na linha de frente após terremoto

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Santiago (RV) – Após o terremoto de 8,3 graus na Escala Richter registrado na quarta-feira (16), que foi sentido em praticamente todo o país, e deixou 12 vítimas fatais, a Igreja chilena abre as portas para receber parte das quase 1 milhão de pessoas que foram preventivamente evacuadas.

O Arcebispo de La Serena, Dom René Rebolledo, abriu as portas do Arcebispado para acolher os moradores da região costeira da cidade de La Serena que foram evacuados diante do perigo de um tsunami. A Pastoral Social e da Caritas passaram a trabalhar em regime de emergência para atender os desalojados. A mesma disposição também aconteceu em diversas paróquias da arquidiocese.

Na manhã de quinta-feira, Dom Rebolledo visitou a comunidade de Tongoy e regiões danificadas de Coquimbo, uma das áreas mais afetadas pelo terremoto.

“Estamos nas mãos do Senhor! Busquemos, querido irmãos, ser solidários com que está sofrendo. Rezemos por eles. O Senhor nunca nos abandona. Também sua Mãe Santíssima, Nossa Senhora, está conosco. Ela que justamente foi recebida hoje em La Serena para iniciar a sua peregrinação. A Ela confiamos a vida de inúmeros irmãos que estão sofrendo por causa deste grande terremoto na nossa região e em outras partes do País. Manifestemos a nossa comunhão e solidariedade”, declarou o arcebispo. (SP)

 

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Entrevistas



Os pobres de Roma fazem memória do Pacto das Catacumbas

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Roma (RV) - Como parte das comemorações do 50º Aniversário do Pacto das Catacumbas, neste domingo, 20 de setembro, um grupo de sem-teto da Caritas de Roma, fará uma visita às catacumbas de St. Domitilla para recordar o compromisso feito por quarenta dois bispos, antes do encerramento do Concilio Vaticano II, em 16 novembro de 1965.

Ao longo do ano a União dos Superiores e das Superioras Gerais através de seu serviço de JPIC (Justiça Paz e integridade da Criação), SEDOS (Serviço de Estudos da Missão) e a Congregação dos Missionários do Verbo Divino, encarregada pela Santa Sé do cuidado da Catacumba, têm organizado eventos para recordar o compromisso dos bispos.

Um dos membros da Comissão Organizadora das Celebrações, o Conselheiro geral Padre Arlindo Pereira Dias disse que "este gesto de possibilitar aos mais pobres de Roma uma visita às Catacumbas, tem pelo menos três significados: oferecer aos mais pobres a possibilidade de uma visita às Catacumbas e sentir-se parte da missão comum da Igreja; agradecer a Deus pelos esforços de centenas bispos, religiosos, religiosas e leigas e leigos que, em todo o mundo, ao longo dos últimos 50 anos, testemunharam e trabalharam por "uma Igreja pobre e serva dos pobres" de acordo com o espirito proposto pelo Concilio Vaticano II; reforçar o apelo do Papa Francisco aos cristão de  'colocar a nossa vida, estruturas e tempo a serviço dos pobres de hoje, especialmente neste momento na Europa, em relação refugiados e imigrantes".

O grupo será acompanhado pelo diretor da Caritas de Roma Don Enrico Feroci que vai presidir a Eucaristia e várias religiosas e religiosos. Depois da Missa haverá uma visita guiada das catacumbas e um almoço na Casa Geral dos Missionários do Verbo Divino, seguido de confraternização e lazer.

Padre Arlindo Pereira conversou com Silvonei José sobre essa iniciativa. (SP)

 

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Formação



Reflexão para o XXV Domingo do Tempo Comum: “Autoridade é serviço”

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Cidade do Vaticano (RV) - Já havia na Antiguidade uma presença muito grande de grupos de pessoas que não acreditavam em nada. Eram formados principalmente pelos ricos e os intelectuais. Evidentemente, nem todos os ricos e intelectuais eram materialistas e descrentes, muitos acreditavam na vida após a morte.

Sua lei era: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!” (Is 22,13). Junto a esses havia alguns judeus que deixaram a fé de seus antepassados e se uniram aos grupos de infiéis.

Contudo, a vida honesta e coerente dos crentes incomodava a consciência dos descrentes. Esse incômodo está escrito na primeira frase da primeira leitura de hoje, extraída do livro da Sabedoria. “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.”

Hoje também temos esses grupos de materialistas e as perseguições, mesmo que veladas, são reais. Também Jesus não escapou às garras dessa gente. A presença, mesmo que silenciosa, de uma pessoa de vida exemplar, incomoda e agride aqueles que optaram por viver desonestamente.

Quando formos perseguidos, deveremos rezar por aqueles que nos perseguem e maltratam, mas ao mesmo tempo nos alegrar porque nosso testemunho de fé em Deus é vivo e incomoda. Mas se nada nos acontece, deveremos rever nossa vida, alguma coisa está errada em nosso anúncio.

No Evangelho acontece algo que se enquadra dentro desse espírito mundano. Os judeus, com seus líderes, não entendem o messianismo de Jesus. Eles esperam um messias triunfante, vitorioso nos moldes dos valores deste mundo. Contudo, Jesus os desnorteia quando diz que ele irá “ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão.

”Para seus discípulos, Cristo pede que o sigam no serviço a todos e em se colocarem como últimos, exatamente contrário em relação ao pedido da mãe de João e de Tiago, para que seus filhos ocupassem os primeiros lugares, ao lado de Jesus.

Também em nosso mundo, inclusive no mundo religioso, quantas pessoas não aspiram e lutam para uma posição de destaque na Igreja, na paróquia, na congregação religiosa! Quantas pessoas que ocupam lugar de importância não o usam para serem servidas e tirarem proveito para si e para seus interesses corporativos!

Lutemos pela pureza de nossa fé. Ela será autêntica se vivermos o que nos diz São Tiago na segunda leitura de hoje. ”Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. De onde vêm as guerras?  De onde vêm as brigas entre vós?”

E o Apóstolo ensina “... a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento.”

Vivamos nossa fé na pureza de sentimentos e na entrega total de nossa vida a Jesus Cristo. Que ele viva em nós! Que nossa riqueza e nossa sabedoria sejam viver ao máximo a fé cristã. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXV Domingo do Tempo Comum)

 

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Editorial: Furacão Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco deixou neste sábado, 19, o Vaticano com destino a Cuba e depois aos Estados Unidos. Será a sua 10º Viagem apostólica internacional que levará a dois países que até bem pouco tempo viviam num antagonismo que chegou a privar dois povos de uma convivência sadia por mais de 50 anos. O mentor dessa aproximação que marca a história do continente americano é precisamente o Papa Francisco que com o seu ininterrupto estímulo à arte do diálogo, aproximou duas nações que viveram distantes, mesmo se estão tão próximas geograficamente.

O Papa Francisco foi fundamental na reaproximação dos Estados Unidos e Cuba, anunciada em 17 de dezembro último. As relações diplomáticas entre os dois países estavam interrompidas desde 1961.

Será a visita mais longa do Pontificado de Bergoglio: no total 10 dias, de 19 a 28 de setembro. Na viagem que tem início neste sábado a Cuba e aos Estados Unidos, o Papa Francisco terá encontros com os presidentes Raúl Castro e Barack Obama. Também discursará diante do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

O Papa chega a Havana neste dia 19 de setembro. Amanhã, domingo, celebrará uma missa na Praça da Revolução, na capital cubana, e depois visitará Raúl Castro. O itinerário em Cuba inclui ainda as cidades de Holguín e Santiago de Cuba.

No dia 22 de setembro, o Papa segue para Washington, primeira etapa de sua visita aos Estados Unidos. No dia 23, ele será recebido pelo Presidente Obama na Casa Branca. No dia 24, Francisco visitará o Congresso estadunidense e, no dia 25, estará na sede da ONU. O Papa também participará do 8º Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, retornando a Roma no dia 27.

Francisco chega ao continente americano como o “missionário da misericórdia”, como o definiram os bispos cubamos e leva em seu coração as aspirações e desejos de todos os cubanos e estadunidenses, onde quer se encontrem, leva seus sofrimentos e alegrias. Certamente o seu primeiro pensamento, que é um pensamento constante, vai aos pobres e mais necessitados, aos enfermos e detentos. Durante a viagem a esses dois países não faltarão momentos emocionantes protagonizados por essas pessoas que vivem as dificuldades de uma sociedade que em muitas ocasiões os colocaram à sua margem.

Francisco não deixará de falar de justiça, liberdade, direitos fundamentais, reconciliação e certamente do novo momento vivido pelos dois países, que se olham, face a face, depois de tantos anos de muros.

Nos seus discursos, seja em Cuba, seja nos Estados Unidos, o Pontífice irá sacudir as consciências para o drama de milhões de pessoas que hoje vivem um dos maiores êxodos da história, obrigados a deixarem suas casas e terras por causa das guerras, das violências e da extrema miséria. São os filhos de uma profunda crise econômica e moral da nossa sociedade que deixou o homem sem valores e indefeso diante da ambição e do egoísmo de certos poderes que não levam em consideração o bem autêntico de pessoas e famílias.

E são as famílias, precisamente o grande motivo dessa Viagem Apostólica, o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, já com o olhar fixo no próximo Sínodo dos Bispos que se realizará aqui no Vaticano e dedicado precisamente ao tema da família, e seus desafios.

Francisco vai ao encontro de todos os homens de boa vontade e ao mesmo tempo lançar sementes que possam produzir frutos em duas sociedades totalmente diversas, mas cheias de esperanças. Uma visita que certamente dará novo vigor às Igrejas locais nos dois países, relançando, com o olhar no ano do Jubileu, o amor misericordioso de um Deus que é Pai, renovando a consciência da importância da fé, sobretudo em terras de profundas raízes cristãs.

A redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano vai acompanhar para você, com uma programação especial, a Viagem Apostólica do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos. Já a partir deste sábado damos início às nossas transmissões extraordinárias com a chegada a Havana.

Ao todo, serão mais de 20 transmissões ao vivo que poderão ser acompanhadas viaVaticanPlayer com tradução simultânea em língua portuguesa.

O furacão Francisco, como o chama Pe. William Byrne, Pároco de Nossa Senhora da Misericórdia, em Potomac, Maryland, está chegando a Cuba e aos Estados Unidos, e agitará todos os cantos dos dois países, deixando certamente uma onda de consequências globais imprevisíveis.

Francisco toma novamente o seu cajado de pastor “com o cheiro das ovelhas” e vai confirmar na fé nossos irmãos, mas recordará certamente ao mundo inteiro, o valor da família, da sua grande missão como célula fundamental da sociedade; da necessidade de acolher a vida humana, especialmente a mais indefesa e necessitada. Pedirá paz e invocará as armas da paz, o perdão e a compreensão para construir um mundo melhor, mais aberto e renovado; um mundo melhor, mais digno do homem.

(Silvonei José)

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Atualidades



José Martí, "o apóstolo", poeta e político de Cuba

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Havana (RV) – O aeroporto da capital cubana, Havana, onde o Papa Francisco vai chegar, para a sua visita a Cuba, é intitulado José Martí. Quem foi este personagem?

Nascido em Havana, Cuba, em 28 de janeiro de 1853, José Julián Martí Pérez foi um poeta, jornalista, filósofo e político. Ligado à maçonaria, teve sua iniciação, em 1871, no Grande Oriente Lusitano.

Martí fundou o Partido Revolucionário Cubano (PRC) e planejou a “Guerra Necessária”, em 1895. Conhecido em Cuba como "O apóstolo", José Martí foi um dos pensadores de maior influência em seu país de origem, mas suas ideias ultrapassaram as fronteiras cubanas e se espalharam por diversas nações com ideologias parecidas às de seu país.

A mãe de José Martí nasceu nas Ilhas Canárias e seu pai na Espanha. Personagem fundamental no processo da independência de Cuba, contra os colonizadores espanhóis, "O apóstolo" é considerado um mártir no país. Além de sua atuação política, foi um pensador prolífico e também poeta. Desde jovem, demonstrava inquietude no que se refere aos assuntos cívicos e simpatizava com os ideais revolucionários, que começavam a ser introduzidos em Cuba.

Rafael Maria de Mendive, que conheceu em Havana enquanto frequentava a escola secundária, teve uma grande influência na vida de José Martí, tanto que era considerado seu mestre. Martí seguiu suas ideias e começou a participar da política cubana, escrevendo manifestos e organizando a distribuição de publicações que continham ideias separatistas no começo da Guerra dos Dez Anos.

A vida de Martí foi abalada com a prisão e a deportação de Mendive. Este episódio aumentou sua rebeldia e canalizou suas forças para deter a dominação da Espanha.

Em 1869, ainda jovem, José Martí publicou um folheto, de cunho separatista, intitulado “El Diablo Cojuelo” e o periódico “La Patria Libre”. Naquele mesmo ano, distribuiu o manifesto “El Siboney”, elaborado de forma manuscrita. Devido a difusão deste material, Martí foi preso por seis meses e acabou sendo alvo de processos do governo. Sua pena foi comutada em prestar serviços forçados.

Em 1871, sua família conseguiu o indulto, comutando a sua pena inicial com a deportação para a Espanha. Naquele país, Martí publicou “El Presidio Politico em Cuba”, sua primeira denúncia de grande relevância, que refletia a crueldade dos maus-tratos nas prisões de Cuba. Desde então, tornou-se conhecido entre os intelectuais da época, obtendo, em 1874, Doutorado no curso de Leis, Filosofia e Letras na Universidade de Zaragoza.

Em 1895, ao comandar um pequeno contingente de patriotas cubanos, enfrentou, de forma inesperada, os soldados espanhóis nas cercanias de “Dos Ríos”. No confronto, acabou sendo atingido por uma bala e faleceu.

Seu corpo foi esquartejado pelos soldados espanhóis, que expuseram seu cadáver à população. Foi sepultado em Santiago no dia 27 de maio de 1895. (MT)

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