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Sumario del 25/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco faz pronunciamento histórico no Congresso dos EUA

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Washington (RV) – No Congresso dos Estados Unidos, em Washington, o Papa pronunciou esta quinta-feira (24/09) um de seus mais importantes discursos desta 10ª viagem apostólica internacional. 

Tratou-se de uma visita inédita, pois Francisco é o primeiro Pontífice a dirigir-se aos membros do Senado e da Câmara estadunidenses. Por representarem a nação, o pronunciamento do Papa aos políticos constitui um “diálogo” com todo o povo dos Estados Unidos, enredado a partir de quatro personalidades que marcaram a história do país: Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton.

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Liberdade

Citando o “guardião da liberdade”, Abraham Lincoln, Francisco advertiu para dois perigos que assolam o mundo: o fundamentalismo e o reducionismo simplista.

Quanto ao fundamentalismo, o Papa afirmou que esta pode ser inclusive religiosa e pediu “equilíbrio” para se combater a violência perpetrada em nome de uma religião, de uma ideologia ou de um sistema econômico. Já o reducionismo simplista divide o mundo em dois polos: o bem e mal, ou justos e pecadores. “Sabemos que, na ânsia de nos libertar do inimigo externo, podemos ser tentados a alimentar o inimigo interno. Imitar o ódio e a violência dos tiranos e dos assassinos é o modo melhor para ocupar o seu lugar.”

Francisco propõe coragem e inteligência para se resolver as muitas crises econômicas e geopolíticas de hoje, em que os países desenvolvidos também sentem as consequências. Para estar a serviço da pessoa, recordou, a política não pode se submeter à economia e à finança.

Imigração

A luta de Martin Luther King por plenos direitos para os afro-americanos levou o Papa a falar dos imigrantes. “Aquele sonho continua a inspirar-nos”, disse Francisco, citando a maior “crise de refugiados” desde os tempos da II Guerra Mundial.

“Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações”, ressaltou o Pontífice, reafirmando o valor da regra de ouro: «O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles» (Mt 7, 12).”

Pena de morte

“Se queremos segurança, demos segurança; se queremos vida, demos vida; se queremos oportunidades, providenciemos oportunidades. A medida que usarmos para os outros será a medida que o tempo usará para conosco.” Para Francisco, isso vale também para a pena de morte, cuja abolição representa a melhor via.

“Recentemente, os meus irmãos bispos aqui nos Estados Unidos renovaram o seu apelo pela abolição da pena de morte. Não só os apoio, mas encorajo também todos aqueles que estão convencidos de que uma punição justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação.”

Pobreza e degradação ambiental

O engajamento da Serva de Deus Dorothy Day, que fundou o Movimento Operário Católico, inspirou o Papa a falar da justiça, da pobreza e de suas causas, entre as quais a distribuição da riqueza e a degradação ambiental.

Citando sua Encíclica Laudato si, Francisco exortou os políticos e o povo estadunidense a “mudar de rumo”.

“Estou convencido de que podemos fazer a diferença e não tenho dúvida alguma de que os Estados Unidos – e este Congresso – têm um papel importante a desempenhar. Agora é o momento de empreender ações corajosas e uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza.”

Conflitos

Por fim, o Papa citou o testemunho do monge cisterciense Thomas Merton para falar da necessidade do diálogo.

Aludindo à reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, Francisco “saudou” os esforços que se fizeram nos últimos meses para procurar superar “diferenças históricas” ligadas a episódios “dolorosos do passado”. “É meu dever construir pontes e ajudar, por todos os modos possíveis, cada homem e cada mulher a fazerem o mesmo”, afirmou, destacando que medidas do gênero exigem coragem e audácia.

Comércio de armas

Comprometer-se com o diálogo, acrescentou, significa acabar com tantos conflitos armados em todo o mundo. Francisco é claro e não usa meias-palavras: “Por que motivo se vendem armas letais àqueles que têm em mente infligir sofrimentos inexprimíveis a indivíduos e sociedade? Infelizmente a resposta, como todos sabemos, é apenas esta: por dinheiro; dinheiro que está impregnado de sangue, e muitas vezes sangue inocente. Perante este silêncio vergonhoso e culpável, é nosso dever enfrentar o problema e deter o comércio de armas”.

Famílias

O Papa concluiu seu discurso falando do motivo que o levou aos Estados Unidos, isto é, o Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia.

O Pontífice declara-se preocupado com as ameaças que a instituição familiar está recebendo, falando de modo especial dos jovens, que parecem desorientados e sem meta. “Os seus problemas são os nossos problemas. Não podemos evitá-los. (...) Deus abençoe a América!"

(BF)

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Em Nova Iorque, Papa faz advertência às comodidades mundanas

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Nova Iorque (RV) - O Papa Francisco deixou Washington, nesta quinta-feira (24/09), e se dirigiu para Nova Iorque, onde presidiu a oração das Vésperas com o clero e os religiosos na Catedral de São Patrício.

Antes de iniciar sua homilia, Francisco fez uma saudação aos irmãos muçulmanos por celebrarem hoje o Dia do Sacrifício e expressou seu sentimento de proximidade diante da tragédia em Meca.

“Esta linda catedral de São Patrício, construída ao longo de muitos anos com o sacrifício de tantos homens e mulheres, pode ser um símbolo da obra de gerações de sacerdotes, religiosos e leigos estadunidenses que contribuíram para a edificação da Igreja nos Estados Unidos”, disse Francisco.

Educação

Segundo o pontífice, no campo da educação, muitos sacerdotes e consagrados tiveram um papel central neste país, ajudando os pais a dar aos seus filhos o alimento que os nutre para a vida! Muitos fizeram-no à custa de sacrifícios extraordinários e com caridade heroica. “Penso, por exemplo, em Santa Elizabeth Ann Seton que fundou na América a primeira escola católica gratuita para meninas, ou em São João Neumann, fundador do primeiro sistema de educação católica nos Estados Unidos”, sublinhou o Papa.

“Vim rezar convosco para que a nossa vocação continue construindo o grande edifício do Reino de Deus neste país. Sei que vós, como corpo sacerdotal, diante do Povo de Deus, sofrestes muito num passado não distante suportando a vergonha por causa de muitos irmãos que feriram e escandalizaram a Igreja nos seus filhos mais indefesos. Acompanho-vos neste período de sofrimento e dificuldade; e também agradeço a Deus pelo serviço que realizais acompanhando o Povo de Deus”, disse o pontífice.

Gratidão

O Papa fez duas breves reflexões a fim de ajudar os sacerdotes, religiosos e leigos estadunidenses a prosseguirem no caminho da fidelidade a Jesus Cristo: 

“A primeira diz respeito ao espírito de gratidão. A alegria de homens e mulheres que amam a Deus atrai a outros; sacerdotes e consagrados chamados a sentir e irradiar uma satisfação permanente com a sua vocação. A alegria brota dum coração agradecido. Recebemos muito, tantas graças, tantas bênçãos; e alegramo-nos. Far-nos-á bem repassar com a memória as graças da nossa vida. Peçamos a graça da memória para fazer crescer o espírito de gratidão”, sublinhou Francisco.

Laboriosidade

“A segunda reflexão tem a ver com o espírito de laboriosidade. Um coração agradecido é, espontaneamente, impelido a servir o Senhor e a abraçar um estilo de vida diligente. No momento em que nos damos conta de tudo aquilo que Deus nos deu, o caminho da renúncia a si mesmo a fim de trabalhar para Ele e para os outros torna-se um caminho privilegiado de resposta ao seu amor.”

Sabemos, porém, que este espírito de trabalho generoso e sacrifício pessoal pode ser facilmente sufocado. “Há duas maneiras para isso acontecer, sendo ambas exemplo da espiritualidade mundana, que nos enfraquece no nosso caminho de serviço e degrada o enlevo do primeiro encontro com Jesus Cristo”, disse ainda o Papa.

“Podemos ficar encastrados quando medimos o valor dos nossos esforços apostólicos pelo critério da eficiência, do funcionamento e do sucesso externo que governa o mundo dos negócios. O verdadeiro valor do nosso apostolado é medido pelo valor que o mesmo tem aos olhos de Deus”, sublinhou.

Segundo o Papa, “um novo perigo surge quando nos tornamos ciosos do nosso tempo livre, quando pensamos que rodear-nos de comodidades mundanas nos ajudará a servir melhor. O problema, com este modo de raciocinar, é que pode ofuscar a força do chamado diário de Deus à conversão, ao encontro com Ele. Pouco a pouco vai diminuindo o nosso espírito de sacrifício, de renúncia e de laboriosidade”.

Repouso cristão

Francisco recordou que “o repouso é uma necessidade, como o são os momentos de tempo livre e de restauração pessoal, mas devemos aprender a descansar de forma que aprofunde o nosso desejo de servir de modo generoso. A proximidade aos pobres, refugiados, imigrantes, doentes, explorados, idosos que sofrem a solidão, encarcerados e muitos outros pobres de Deus ensinar-nos-á outro tipo de repouso, mais cristão e generoso”.

O Papa manifestou sua admiração e gratidão às consagradas dos Estados Unidos. “Que seria esta Igreja sem vós? Mulheres fortes, lutadoras; com aquele espírito de coragem que vos coloca na linha da frente a anunciar o Evangelho. A vós consagradas, irmãs e mães deste povo, quero dizer «obrigado», um «obrigado» grandíssimo e dizer também que gosto muito de vós.” (MJ)

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Papa no Congresso dos EUA: 'God bless America'

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Washington (RV) - O último dia do Papa Francisco na capital dos Estados Unidos foi marcado por um evento histórico: Francisco foi o primeiro Pontífice a discursar no Congresso dos EUA. Depois de uma intervenção que durou quase uma hora e com aclamações contínuas, o Papa se deslocou até o balcão principal do Capitólio para saudar e abençoar o povo dos Estados Unidos:

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"Agradeço vocês pela acolhida e presença. Agradeço os personagens mais importantes que estão aqui: as crianças. Quero pedir a Deus que as abençoe. Senhor, Pai de todos nós, abençoe este povo, abençoe cada um deles, abençoe suas famílias, dê a eles o que mais precisam. E peço, por favor, que rezem por mim. E, se entre vocês, há alguém que não possa rezar ou que não acredita, peço que me desejem coisas boas. Thank you. Thank you very much. And God bless America", terminando em inglês a sua saudação que começou em espanhol.

Ainda hoje o Papa se transfere à Nova Iorque para a celebração das Vésperas com o Clero e religiosos na Catedral St. Patrick. Já nesta sexta-feira (25), a programação especial prevê a visita do Pontífice à Sede das Nações Unidas. Papa Francisco encontrará tanto funcionários como membros da Assembleia, num 2015 decisivo para a ONU em que completa 70 anos de fundação da Organização, 15 anos de adoção da Declaração do Milênio, 10 anos da Cúpula Mundial e a implementação da nova agenda de desenvolvimento pós-2015.

Em seguida, o Santo Padre vai ao Memorial Ground Zero e encontra representantes de outras religiões em encontro ecumênico; depois visita a Escola N.S. Rainha dos Anjos e encontra crianças e famílias de imigrantes de Nova Iorque. No início da noite, o Papa preside a Santa Missa pela paz e justiça na Madison Square Garden. (AC)

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Papa aos sem-teto: Deus sofre conosco, está ao nosso lado

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Washington (RV) - Após o tão aguardado discurso no Congresso dos EUA, o Papa Francisco teve um encontro por ele muito almejado na visita que fez ao Centro Caritativo da Paróquia de São Patrício, em Washington: um encontro com os últimos, com os excluídos, com aqueles que vivem à margem da sociedade. O Santo Padre encontrou os sem-teto, que o acolheram com alegria e manifestação de grande afeto. Tratou-se de um encontro que, certamente, muito alegrou o coração de Francisco. 

Agradecendo aos sem-teto pelo acolhimento, Francisco disse que eles fazem-no lembrar uma pessoa muito importante em sua vida, que lhe serviu de apoio e fonte de inspiração. “Vós fazeis-me lembrar São José. Os vossos rostos falam-me do dele”, disse.

O Papa lembrou que na vida de São José houve situações difíceis de enfrentar e recordou as circunstâncias e o lugar em que Maria deu à luz seu filho primogênito: nascido numa gruta, em Belém, foi envolvido em panos e colocado numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

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O Filho de Deus entrou neste mundo como uma pessoa que não tem casa, ressaltou o Santo Padre.

“Imaginemos as perguntas que José se punha naquele momento: Como é possível? O Filho de Deus não tem um teto para viver? Por que estamos sem casa? Por que estamos sem um teto? São perguntas que muitos de vós podem pôr-se cada dia. Como José, questionais-vos: Por que estamos sem um teto, sem uma casa? Mas tais perguntas, será bom que no-las ponhamos também todos nós: Por que estão sem casa estes nossos irmãos? Não têm um teto, porquê?”

As perguntas de José perduram até hoje, acompanhando todos aqueles que, ao logo da história, viveram e estão sem uma casa, continuou o Pontífice. Sobretudo, José era um homem de fé, frisou Francisco, foi a fé que o sustentou nas dificuldades da sua vida.

“Perante situações injustas, dolorosas, a fé oferece-nos a luz que dissipa a escuridão. Como sucedeu com José, a fé abre-nos à presença silenciosa de Deus em cada vida, em cada pessoa, em cada situação. Ele está presente em cada um de vós, em cada um de nós.”

O Papa disse ainda que “não encontramos qualquer tipo de justificação social, moral ou doutro gênero para aceitar a carência de habitação. São situações injustas, mas sabemos que Deus está a sofrê-las juntamente conosco, está a vivê-las ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos”, assegurou o Pontífice.

Jesus não quis apenas ser solidário com cada pessoa. Identificou-se “com todos aqueles que sofrem, que choram, que padecem qualquer tipo de injustiça. Ele no-lo diz claramente: «Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me» (Mt 25, 35)”.

“Jesus continua a bater às nossas portas, à nossa vida. Não o faz magicamente, nem o faz com truques, com vistosos placares ou fogos-de-artifício. Jesus continua a bater à nossa porta no rosto do irmão, no rosto do vizinho, no rosto de quem vive junto de nós.”

O Santo Padre concluiu refletindo que uma das formas mais eficazes de ajuda a encontramos na oração.

“A oração une-nos, irmana-nos, abre-nos o coração e lembra-nos uma verdade maravilhosa que às vezes esquecemos. Na oração, todos aprendemos a dizer Pai, papai, pelo que nela nos encontramos como irmãos. Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade.” (RL)

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Papa: "líder respeitado e amado" também nos EUA, diz Pe. Lombardi

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Washington (RV) – Liberdade religiosa, mudanças climáticas, relações entre EUA e Cuba. Esses foram alguns dos temas do discurso do Papa Francisco durante a visita à Casa Branca nesta quarta-feira (23). Sobre o encontro do Santo Padre com o presidente Barack Obama na sua residência oficial, a Rádio Vaticano entrevistou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.

Pe. Lombardi – “Essa cerimônia de acolhida na Casa Branca foi extremamente solene e também extremamente festiva. O tom é de grande cordialidade. Teve um bonito discurso do presidente Obama que apreça também, em particular, a personalidade do Papa Francisco. E é apreçado justamente pelos traços da sua personalidade também ao povo americano, além dos fiéis católicos que evidentemente veem nele um guia da sua comunidade religiosa.”

RV – O ambiente, a criação, a proteção da casa comum, assim como a liberdade religiosa, alguns dos temas ao centro do discurso do Papa.

Pe. Lombardi – “O Papa também fez um discurso muito bonito, num inglês perfeito. Manifestou a sua cordialidade, a atitude de diálogo, de fraternidade com que ele, filho de imigrantes, vem a conhecer essa nação feita de migrações. O Papa tocou vários pontos, também aquele do ambiente, manifestando o apreço pelas iniciativas de Obama nesse campo. Mas não escondeu inclusive a sua solidariedade com os bispos pelas questões que se referem à discussão sobre algumas medidas da administração que parecem limitar a liberdade religiosa – no sentido da plena liberdade das instituições católicas – de seguir os seus princípios. Então, um discurso muito cordial, muito aberto e positivo, livre, mas também no fazer presente as observações sobre os pontos que são debatidos. Certamente a prospectiva com que o Papa vem é de grande amizade, de diálogo e também de vontade de aprender as grandes virtudes da história do povo estadunidense, mestre de democracia e de defesa das liberdades.”

RV – Depois dos discursos oficiais, teve o encontro privado na Casa Branca entre o Papa e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama...

Pe. Lombardi – “Durou mais de 40 minutos. Já naquele colóquio das delegações, aquele em que era presente o secretário de Estado, foram tocados alguns problemas, entre os quais, principalmente, aquele de Cuba e do embargo, a questão dos refugiados e a questão do Oriente Médio. O Papa, então, depois do colóquio, ele fez um giro com o papamóvel entre as pessoas. Esse, então, foi um outro momento de festa e de encontro com o povo.”

RV – Uma festa que também vimos no transferimento à Catedral de São Mateus...

Pe. Lombardi – “O Papa é desejado. Sabemos que o início desta visita é muito positivo, sentimento não só da comunidade católica, mas do povo estadunidense, que é extremamente interessado nesse grande líder moral que se manifesta capaz de responder, ou ao menos de intervir, com questionamentos profundos da humanidade também em nível global. Então, é um líder respeitado, esperado e também amado pelo modo concreto, simples, próximo de como sabe tratar com a gente comum.” (AC)

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Papa saúda comunidade judaica pelo Yom Kippur

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Washington (RV) – O Papa Francisco dirigiu, nesta quarta-feira (24/9), uma saudação à comunidade judaica dos Estados Unidos, por ocasião da celebração do Yom Kippur (Dia da expiação), no âmbito das festividades do ano novo hebraico (5776) que se realizam entre os meses de setembro e outubro.

“Queridos irmãos, antes de mais, gostaria de enviar uma saudação à comunidade judaica, aos nossos irmãos judeus que hoje celebram a festa do Yom Kippur”, disse, ao iniciar o seu discurso aos bispos católicos dos Estados Unidos, na Catedral de São Mateus, em Washington.

“Que o Senhor os bendiga com a paz e os faça avançar na vida de santidade, segundo aquilo que hoje ouvimos, da sua Palavra”, acrescentou, durante oração da Hora Média que se seguiu à visita à Casa Branca e a uma passagem, em papamóvel, pelas ruas da capital estadunidense, que reuniu milhares de pessoas. (SP)

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Washington acolhe o Papa em festa

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Washington (RV) - A bordo de seu 'papamóvel', o Papa Francisco passou nesta quarta-feira pelos monumentos da capital dos Estados Unidos e sob os aplausos de uma multidão entusiasmada, saudando sua visita em inglês e espanhol.

O papa argentino, no seu segundo dia na capital estadunidense, tinha acabado de deixar a Casa Branca em frente à qual estavam reunidos desde o alvorecer milhares de fiéis e admiradores.

Bandeiras com as cores do Vaticano, branca e amarela e bandeiras dos Estados Unidos pontilhavam a multidão, supervisionada de perto pelos serviços de segurança.

Cerca de 11 mil convidados presenciaram, momentos antes ao discurso de Barack Obama e do Papa nos jardins da Casa Branca.

“O nosso jardim geralmente nunca está tão cheio", brincou o presidente antes de tomar a palavra diante de uma plateia, cujos aplausos foram mais fortes quando Obama e Francisco evocaram a questão da imigração.

Os gritos de “Viva o Papa” foram entoados repetidas vezes durante o discurso do Papa que se apresentou como um “filho de uma família de imigrantes”.

Estas palavras têm uma ressonância especial para muitos estadunidenses, especialmente para os 40% de católicos hispânicos, devido à controvérsia sobre a imigração hispânica no país.

Após o encontro privado com o Presidente Obama, Francisco, de pé no papamóvel com o brasão do Vaticano, percorreu largas avenidas da capital, passando pelo emblemático obelisco da cidade.

Cinco a seis fileiras de pessoas de todas as idades se amontoavam atrás das barreiras para ver o Papa em seu veículo especialmente equipado com janelas de vidro abertas, que fez algumas paradas para permitir que o pontífice de 78 anos abençoasse um bebê e uma menina de vestido vermelho.

Camisetas

“Estou muito feliz por estar aqui”, declarou Millie Lober que viajou de Illinois (norte), a 1.000 km da capital federal. “Esta é uma liderança muito necessário no mundo de hoje”.

“Esta é a oportunidade de uma vida”, dissera pouco antes Katherine Gorman, de 47 anos, que se levantou de madrugada na esperança de ver o Papa, que prosseguirá sua visita de seis dias pela costa leste dos Estados Unidos, passando por Nova Iorque e Filadélfia.

“Foi fantástico, acho que este homem é muito diferente. De certa forma, este é um Papa do futuro. Ele é tão pé no chão, humilde e amoroso”, declarou outra fiel, Cristina Temboury. Emocionada com a passagem do papamóvel, ela se divertiu ao ver que regulou incorretamente sua câmera para o modo selfie. “Tirei 15 fotos de mim mesmo quando o Papa passava...”, lamentou.

Cerca de 25% da população estadunidense, é católica.

No meio da multidão de muitos objetos com a efígie do Papa, o mais popular parecia ser uma camiseta vendida às escondidas por 5 dólares. Nem todos os presentes eram católicos. De fato, turistas e curiosos também foram assistir ao evento que paralisou o centro da cidade.

“Eu diria que ele tem feito um bom trabalho conduzindo as pessoas em direção à compaixão (...) Ele transmite uma mensagem de amor”, comentou, um vendedor.

Após sua parada sob um sol brilhante, o Papa Francisco chegou à Catedral de São Mateus de Washington para falar a cerca de 300 bispos dos Estados Unidos.

Sua chegada a bordo do pequeno Fiat 500 cercado por dois grandes veículos 4x4 dos serviços de segurança desencadeou algumas risadas.

Na parte da tarde, sempre sob estreita vigilância, com helicópteros acompanhando seus movimentos, Francisco foi até a Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição para presidir a Santa Missa, durante a qual canonizou o Beato Junípero Serra. (SP-AFP)

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Dia histórico: Francisco será o 1º Papa a discursar ao Congresso dos EUA

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Washington (RV) – O último dia do Papa na capital dos Estados Unidos será marcado por um evento histórico: Francisco será o primeiro Pontífice a discursar no Congresso dos Estados Unidos. 

A Rádio Vaticano transmite a sessão extraordinária no Capitólio a partir das 10h20 de Brasília.

A seguir, o Papa dirige-se ao Centro caritativo da Paróquia de São Patrício, ainda em Washington onde encontra os moradores de rua.

A Rádio Vaticano transmite este encontro a partir das 12h15 de Brasília. É previsto um discurso do Papa Francisco.

No meio da tarde, hora local, o Papa deixa a capital federal em direção a Nova Iorque. Do aeroporto John F. Kennedy, Francisco dirige-se em helicóptero até Manhattan onde preside as Vésperas com o Clero na Catedral de São Patrício.

A Rádio Vaticano transmite as Vésperas a partir das 19h45 de Brasília. (RB)

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Papa Francisco pela primeira vez em Manhattan

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Nova Iorque (RV) - Depois de sua passagem por Washington, o Papa Francisco chega ainda nesta quinta-feira a Nova Iorque para uma visita de 36 horas, na qual terá uma agenda cheia, em um ritmo digno da cidade que nunca dorme.

Estes são os detalhes da primeira visita de Bergoglio a maior cidade dos Estados Unidos:

SEIS EVENTOS NO PROGRAMA:

Francisco chega a Nova Iorque nesta quinta-feira às 17h locais (18h de Brasília) e parte no sábado de manhã para a cidade de Filadélfia, última etapa de sua visita aos EUA.

Quinta-feira:

- 18h45 (19h45 de Brasília): oração das Vésperas na Catedral de São Patrício, na Quinta Avenida, com a participação do clero, religiosos e religiosas de Nova Iorque.

Sexta-feira:

08h30 (09h30 de Brasília): visita seguida de discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas, (ONU).

11h30 (12h30 de Brasília): Encontro Inter-religioso no Memoria do Ground Zero de Nova Iorque com representantes de diferentes cultos, cerca 600 pessoas.

16h (17h de Brasília): visita à escola católica "Our Lady Queens of Angels", ( Nossa Senhora Rainha dos Anjos), no Harlem. No local, Francisco vai se reunir com estudantes e crianças imigrantes.

18h (19h de Brasília): Santa Missa no Madison Square Garden com a presença de 20 mil pessoas.

SEGURANÇA MÁXIMA:

Trata-se do maior desafio da história em matéria de segurança para Nova Iorque. Como se o deslocamento do Papa por Manhattan não fosse o suficiente, sua visita vai ocorrer em um momento em que 170 líderes mundiais chegarão à cidade para a Assembleia Geral da ONU.

Os serviços secretos (agências governamentais responsáveis por garantir a proteção do presidente, vice-presidente, sua família e personalidades estrangeiras visitantes) lideram a operação. Participam do dispositivo cerca de 50 agências locais e nacionais.

Dezenas de ruas de Manhattan estarão fechadas e o tráfego será complicado. “Estamos absolutamente preparados”, declarou o Prefeito Bill de Blasio, afirmando que não havia “ameaça plausível e específica contra o Papa”.

CLIMA AMENO:

Não se espera chuva para a visita de Francisco a Nova Iorque, ainda que o céu fique nublado com temperaturas de outono entre 18°C e 27°C nesta quinta-feira e 16°C e 24°C na sexta-feira.

OS NOVA-IORQUINOS AMAM O PAPA:

A cidade democrática ama Francisco. Setenta e três por cento dos nova-iorquinos têm uma opinião favorável (11% são desfavoráveis) e entre os católicos, os percentuais são de 83% e 6%, respectivamente, segundo uma pesquisa de Siena College realizada de 14 a 17 de setembro.

QUARTA VISITA DE UM PAPA EM 50 ANOS:

Francisco é o quarto Papa a visitar Nova Iorque em 50 anos e, apesar de sua popularidade, os eventos organizados são mais modestos em comparação com os que seus antecessores participaram.

- Paulo VI visitou a cidade no dia 4 de outubro de 1965 com uma agenda lotada, que incluiu uma oração na Catedral de São Patrício, um discurso na ONU, uma missa no Yankee Stadium para 92 mil pessoas e um encontro com o Presidente Lyndon Johnson.

- João Paulo II esteve na cidade duas vezes, em 1979 e em 1995. Durante sua primeira viagem cerca de 19 mil pessoas participaram de um encontro de jovens no Madison Square Garden e 80 mil em uma missa no Yankee Stadium. O ponto alto de sua segunda viagem foi a celebração da Santa Missa no Central Park na presença de 125 mil fiéis.

- Bento XVI esteve em Nova Iorque por três dias em abril de 2008. A programação envolveu um discurso na ONU, missa na Catedral de São Patrício, um encontro com cerca 25 mil jovens católicos no Seminário São José em Yonkers e uma visita ao local dos atentados de 11 de setembro no Ground Zero. O encerramento foi uma  Celebração Eucarística no Yankee Stadium com a participação de 60 mil pessoas.

QUATRO MILHÕES DE CATÓLICOS EM NOVA IORQUE:

A Arquidiocese de Nova Iorque, que abarca três das cinco circunscrições da cidade, e a Diocese de Brooklyn (que envolve Brooklyn e Queens) afirmam ter 2,61 milhões e 1,5 milhão de fiéis, respectivamente. Isto representa 40% das pessoas que vivem nesses bairros.

Um terço dos católicos da região metropolitana é de origem latina, segundo o Pew Research Center, e apenas 11% têm menos de 30 anos. (SP)

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Filadélfia: A família e a Laudato si

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Filadélfia (RV) – Em sua recente encíclica Laudato si, o Papa se refere à família colocando-a em relação com diferentes âmbitos. “Uma boa educação em tenra idade coloca sementes que podem produzir efeitos durante toda a vida”, escreve, salientando a importância central da família, porque ‘é o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico’.

“A família, prossegue o Pontífice, é o lugar da formação integral, onde se desenvolvem os distintos aspectos, intimamente relacionados entre si, do amadurecimento pessoal. Na família, … pequenos gestos de sincera cortesia ajudam a construir uma cultura da vida compartilhada e do respeito pelo que nos rodeia”.

No Centro de Congressos de Filadélfia, a RV entrevistou um Padre Rui Carvalho, responsável da Pastoral Familiar da Diocese de Lisboa, a este respeito.

Francisco Costa Dionísio é de Lisboa e vive na Argentina com sua família há 9 anos.

Ouça a reportagem completa clicando acima.

De Filadélfia, cristiane Murray para a RV.

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Canção Nova em misssão em Filadélfia

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Filadélfia (RV) – Em meio aos quase 8 mil jornalistas credenciados para acompanhar a visita apostólica do Papa Francisco aos Estados Unidos, muitos, principalmente da imprensa católica, já se encontram em Filadélfia. A reportagem da RV encontrou vários profissionais da mídia brasileira, alguns dos quais retransmitem nossos programas e reproduzem as notícias de nossa redação.

A Canção Nova é uma delas. Fundada em 1978, tem sede na cidade de Cachoeira Paulista (SP) e conta com sistema de rádio e televisão de longo alcance. Aqui em Filadélfia, está presente com uma equipe de 6 pessoas, lideradas por Ronaldo da Silva.

“Estamos fazendo cobertura em tempo real para a rádio, para a TV e a Internet, utilizando novas tecnologias para manter os nossos telespectadores, ouvintes e internautas completamente ‘dentro’ da visita do Papa”.

Na entrevista, Ronaldo fala também da recepção que o Papa terá aqui e faz um quadro das famílias que tem visto.

Ouça toda a entrevista clicando acima.

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Pastoral familiar: coração de mãe que abraça todos

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Filadélfia (RV)) – Continuam no Centro de Congressos de Filadélfia as palestras e debates que todas as manhãs, depois da missa, atraem milhares de famílias. Sexta-feira, 25/09, será a vez do Cardeal-arcebispo de Boston, Sean O’Malley, que falará sobre “A alegria do Evangelho da Vida”.

No estado de Massachusetts, vizinho a Filadélfia, vivem cerca de 500 mil brasileiros, e nós encontramos um deles aqui, participando do Encontro. 

José Antonio, natural do RJ, mora em Boston, veio com a esposa e é engajado na Igreja. Nesta entrevista, ele cita os maiores problemas das famílias que representa: o trabalho que falta e o trabalho que divide. Segundo ele, a Pastoral Familiar deve acolher todos, também aqueles casais que estão em uma segunda união. José Antonio fala de suas expectativas para o próximo Sínodo de outubro, no Vaticano.

Ouça tudo, clicando acima.

(CM)

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Igreja na América Latina



Satisfação da Igreja por anúncio de acordo de paz na Colômbia

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Havana (RV) - A Conferência Episcopal da Colômbia expressa satisfação pelo anúncio, por parte do governo local, de um acordo fundamental no processo de paz do país.

De fato, num histórico encontro realizado em Cuba o presidente colombiano Juan Manul Santos e o líder das Forças Armadas Revolucionárias (Farc) Rogrigo Londoño assumiram o compromisso de criar um tribunal especial para julgar os delitos perpetrados em décadas de conflito, um ponto entre os principais obstáculos para as negociações de paz já de há muito iniciadas.

O presidente colombiano assegurou também um tempo breve – cerca de seis meses – para o alcance de um acordo de paz definitivo.

A guerra, experiência terrível. Necessário construir a paz

“A guerra é uma experiência terrível. Porém, devemos tirar dela algo de bom e esse encontro possibilitará que se possa alcançar o objetivo  que estamos buscando, ou seja, a paz”, afirmou o vice-presidente da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Oscar Urbina Ortega.

“O Papa – ressaltou o arcebispo – disse que a paz deve ser construída no âmbito do sistema jurídico, nacional e internacional e, portanto, ambas as partes em causa devem considerar essa recomendação e buscar aquilo que todos os colombianos esperam, ou seja, a reconciliação.”

Sem confiança no outro, não há diálogo nem reconciliação

Naturalmente, a reconstrução da paz na Colômbia “implica um processo muito longo, porque o conflito se arrasta há mais de sessenta anos”, evidenciou Dom Urbina Ortega. Por isso, “o que conta nos processos de paz é a confiança entre as partes”.

“Devemos aprender a confiar um no outro porque, do contrário, não podemos construir nada”, considerado que “um dos custos principais da guerra é a desconfiança”. Ao invés, “é preciso crer no outro para construir, do contrário, não haverá nem diálogo nem edificação de uma comunidade”.

A Igreja sempre próxima às vítimas do conflito

Por fim, Dom Urbina Ortega evidenciou os três elementos almejados pela Igreja, ou seja, “perdão, reconciliação e paz”, reiterando que ela “continuará acompanhando as vítimas do conflito em todas as regiões do país”. (RL)

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Atualidades



Mais de 700 pessoas morreram em tumulto na peregrinação a Meca

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Meca (RV) – Segundo dados das agências de notícias, mais de 700 pessoas que participavam de uma peregrinação morreram e outras 800 ficaram feridas em um tumulto perto de Meca, no primeiro dia do Edi al-Adha (a Grande Festa ou Festa do Sacrifício). Os números ainda são provisórios. Autoridades dizem que uma disputa entre alguns peregrinos originou a tragédia, que já está sendo considerada a pior dos últimos 25 anos.

Sobreviventes da tragédia desta quinta-feira na Arábia Saudita relataram cenas de terror. As pessoas subiam umas nas outras para poder respirar, tropeçavam, desmaiavam por estarem desidratadas. Ismail Hamba, de 58 anos, da Nigéria, lembrou ter caído no chão e, em seguida, ser pisoteado pelos peregrinos. Um sobrevivente sudanês disse que o Hajj deste ano — a peregrinação a Meca — foi o mais mal organizado dos quatro que ele já tinha participado.

De acordo com as estatísticas divulgadas nesta quarta-feira (23), cerca de 3 milhões de peregrinos começaram o ritual na Arábia Saudita. Segundo islamismo, todos os muçulmanos devem realizá-lo pelo menos uma vez na vida (além dos outros quatro pilares: profissão de fé, jejum no mês do Ramadão, pagamento de esmola e oração). Em janeiro de 2006, 364 peregrinos morreram no mesmo período e local. (AC)

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