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Sumario del 27/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Papa e Santa Sé



Papa na Festa das Famílias: “A família tem cidadania divina”

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Filadélfia (RV) – Centenas de milhares de pessoas acolheram o Papa na sua chegada ao Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, na noite do sábado (26/9). No palco, o espetáculo foi conduzido por grandes nomes da música dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, pela emoção dos testemunhos das famílias. Após ouvir diversos testemunhos de famílias das mais diferentes realidades que compartilharam as experiências de vida, o Papa iniciou a sua reflexão, deixando de lado o discurso preparado e falando de coração.

 “Queridos irmãos e irmãs, queridas famílias

 A beleza nos leva a Deus. Um testemunho verdadeiro nos leva a Deus. Porque Deus também é verdade. Beleza e Verdade. E um testemunho dado para servir é bom, nos faz bons, porque Deus é bondade. Todos os bons, todos os verdadeiros, toda a beleza nos levam a Deus, porque Deus é bom, é belo, é verdade. Obrigado a todos, a todos que deram testemunho, e a presença de vocês que também é um testemunho de que vale a pena a vida em família.  De que uma sociedade cresce forte, cresce boa, cresce sólida se se edifica na família.

Uma vez, uma criança me perguntou. Sabem, crianças fazem perguntas difíceis. Padre, o que Deus fazia antes de criar o mundo?

Lhes asseguro que me custou muito responder. E disse o que vou dizer agora: antes de criar o mundo, Deus amava, porque Deus é amor.

Era tal o amor, do Pai, Filho e Espirito Santo que transbordava, não sei se e muito teológico, era tão grande que não poderia ser egoísta, tinha que sair de si mesmo. Para compartilhar o amor quem ele amava, e então Ele criou esse mundo lindo em que vivemos. E, por estarmos um pouco confusos, o estamos  destruindo. Mas o mais lindo que Deus fez foi a família.

Criou o homem e a mulher, e lhes entregou tudo. O mundo. Cresçam, multipliquem-se, cultivem a terra, façam produzir, crescer, com todo o amor que fez a Criação, entregou a uma família. Todo o amor, a beleza e entrega a família... quando essa abre os braços e recebe.

Não existe paraíso na terra. Existem problemas, porque por astúcia do diabo os homens aprenderam a se dividir. Todo esse amor que Deus nos deu, foi quase perdido. Em pouco tempo, o primeiro crime, o primeiro fratricídio. Um irmão mata outro irmão. A guerra, o amor, a beleza e a verdade de Deus e a destruição da guerra, e entre essas duas posições, caminhamos hoje.

Cabe a nos escolher, decidir o caminho que queremos seguir. Vamos para trás...quando o homem e sua mulher se equivocaram, Deus não os abandonou. É muito grande o amor de Deus, que começou então a caminhar com seu povo até que chegou o momento justo e deu a maior expressão de seu Amor, seu Filho: e para onde mandou seu Filho? A um palácio, uma empresa... não, mandou-O a uma família.

Pôde fazer isso porque era uma família que tinha o amor aberto ao coração, as portas abertas. Pensemos em Maria, não poderia acreditar. Como isso pode acontecer? Quando explicaram, ela obedeceu. Pensemos em José, cheio de planos e, de repente, se encontra nessa situação que não entende, mas aceita. E em obediência, de amor de Maria e José, se dá uma família em que Deus vem. Deus sempre bate às portas dos corações. Ele gosta de fazer isso. Ele sai de dentro. Mas sabe o que mais gosta? Bater às portas das famílias, encontrar famílias que se amam, que fazem crescer seus filhos, que os levam adiante, que criam uma sociedade de bondade, de verdade e de beleza.

Estamos na festa da família. A família tem cidadania divina. A carta de cidadania que elas têm foi dada por Deus. Para que no coração da famílias cresçam a bondade, verdade e beleza.

Alguns podem dizer. Padre, você fala isso porque e solteiro. A família tem dificuldade. Em família discutimos. A família, às vezes quebra pratos. Nas famílias, os filhos dão dor de cabeça, não falemos das sogras.

Mas, nas famílias, sempre há cruz. Porque o amor de Deus, do Filho de Deus, também nos abriu esse caminho. Mas nas famílias depois da cruz há ressurreição, porque o Filho de Deus nos abriu esse caminho. Por isso a família é uma fábrica de esperança, de esperança e ressurreição. Deus abriu este caminho e os filhos, dão trabalho, sim. Nós como filhos demos trabalho. Às vezes, em casa, vejo alguns de meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras, que têm um bebe de 1 mês, 2 meses...e pergunto: não dormiste? - Não pude porque eles não dormiram a noite toda. Na família há dificuldades. Mas essas dificuldades se superam com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade.

A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Somente o amor é capaz de superar. O amor é festa. O amor é alegria. O amor é seguir em frente. Não quero falar muito porque já é tarde, mas queria dizer de dois pontos sobre as famílias.

Queria que se tivesse... não só queria, mas temos que ter cuidado: das crianças e dos avós.

As crianças e os jovens são a força, são aqueles nos quais colocamos as esperanças. Os avós são a memória das famílias. São os que nos deram a fé, nos transmitiram a fé. Cuidar dos avós e das crianças é a mostra do amor, não sei se maior, mas mais promissor da família, porque promete o futuro. Um povo que não sabe cuidar das crianças e um povo que não sabe cuidar dos avós é um povo sem futuro. Porque não tem a força e não tem a memória que o leva adiante.

A família é beleza, mas tem problemas. Às vezes há inimizades. Maridos que brigam com as mulheres, os filhos que não se entendem com os pais. Lhes sugiro um conselho: nunca terminem um dia sem fazer as pazes. Em uma família não se pode terminar o dia em guerra. Que Deus os abençoe. Que Deus lhes dê a força que lhes anime a seguir adiante. Cuidemos a família, defendamos a família, porque aí está em jogo o nosso futuro. Rezem por mim”. (RB)

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Papa: religiões unam sua voz para invocar paz e tolerância

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Filadélfia (RV) - Um povo que recorda não repete os erros do passado; pelo contrário, olha confiante para os desafios do presente e do futuro: foi o que disse o Papa Francisco no encontro em prol da liberdade religiosa, realizado no Independece National Historical Park de Filadélfia, lugar do nascimento dos EUA. 

Resumo em vídeo VaticanBR

Partindo do simbolismo que o lugar representa, o Pontífice evocou a Declaração de Independência deste país para, em seguida, desenvolver a sua reflexão acerca das liberdades e, depois, discorrer sobre a liberdade religiosa.

Após evidenciar que a verdade deve ser constantemente reafirmada, assumida e defendida, Francisco afirmou que todos nos  beneficiamos quando se faz memória do nosso passado. “A memória salva a alma dum povo de tudo aquilo ou de todos aqueles que poderiam tentar dominá-lo ou utilizá-lo para os seus interesses”, reiterou.

Referindo-se novamente ao lugar símbolo do espírito estadunidense, o Santo Padre disse que a liberdade religiosa “é um direito fundamental que plasma o modo como interagimos social e pessoalmente com nossos vizinhos, cujos pontos de vista religiosos são diferentes dos nossos”.

“A liberdade religiosa implica certamente o direito de adorar a Deus, individual e comunitariamente, como a nossa consciência dita. Mas, por outro lado, a liberdade religiosa transcende, por sua natureza, os lugares de culto, bem como a esfera dos indivíduos e das famílias.”

As nossas diferentes tradições religiosas “lembram-nos a dimensão transcendente da existência humana e a nossa liberdade irredutível contra qualquer pretensão de poder absoluto”.

“Basta lançar um olhar à história, especialmente à do século passado, para ver as atrocidades perpetradas pelos sistemas que pretenderam construir este ou aquele ‘paraíso terrestre’ dominando os povos, subjugando-os com princípios aparentemente indiscutíveis e negando-lhes qualquer tipo de direito.”

Num mundo onde as diferentes formas de moderna tirania procuram suprimir a liberdade religiosa, ou reduzi-la a uma subcultura sem direito de expressão na esfera pública, ou ainda – continuou – usar a religião como pretexto para o ódio e a brutalidade, “torna-se forçoso que os seguidores das diferentes religiões unam a sua voz para invocar a paz, a tolerância, o respeito pela dignidade e os direitos dos outros”, foi o premente convite do Papa.

Referindo-se aos fundadores de Filadélfia, os Quakers – que viviam inspirados por um profundo sentido evangélico da dignidade de cada pessoa –, Francisco aproveitou a ocasião para agradecer a todos aqueles que procuram, qualquer que seja a sua religião, servir o Deus da paz “cuidando do próximo necessitado, defendendo a dignidade do dom divino da vida em todas as suas fazes, defendendo a causa do pobre e dos imigrantes”.

A última parte de seu discurso foi dedicada à grande população hispânica dos EUA, reconhecendo em muitos deles, representantes de imigrantes recentes neste país.

Em seguida, o Papa dirigiu-lhes uma palavra de encorajamento e fez um pedido:

“Não desanimeis com os desafios e as dificuldades que tendes de enfrentar, sejam eles quais forem. Peço para não vos esquecerdes que, tal como aqueles que vieram antes de vós, trazeis muitos talentos à vossa nova nação. Não vos envergonheis das vossas tradições. Não esqueçais as lições que aprendestes dos vossos antepassados e que podem enriquecer a vida deste país americano.”

Francisco concluiu dizendo que também eles são chamados a ser cidadãos responsáveis e a contribuir frutuosamente para a vida das comunidades onde vivem, e que trazendo suas contribuições, não só encontrariam o seu lugar ali, mas ajudariam “a sociedade a renovar-se a partir de dentro”. (RL)

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Papa em Filadélfia: "Chamados a edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja"

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Nova Iorque (RV) – Neste penúltimo dia em terras estadunidenses, o Papa se despediu de Nova Iorque na manhã deste sábado (26/9), e se transferiu para Filadélfia onde presidiu à celebração Eucarística para os bispos, o clero, os religiosos e religiosas da Pensilvânia na Basílica de São Pedro e São Paulo.

 

Clique para assistir a um resumo em vídeo em nosso canal VaticanBR

No patamar da Basílica, Francisco foi acolhido por um grupo de crianças e algumas famílias, enquanto no interior, estavam presentes cerca de 2 mil fiéis e, na capela lateral, outros 500. Durante a Missa votiva da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, o Papa pronunciou sua homilia referindo-se inicialmente à história daquela bela Catedral, que o levou a aprofundar o aspecto histórico, não material mas espiritual, da Igreja da Filadélfia e da Pensilvânia:

Herança

“Trata-se de uma história que nos fala de gerações e gerações de católicos comprometidos, que saíram para as periferias a fim de construir comunidades de culto, de educação, de caridade e de serviço à sociedade inteira. Tal história é visível nos muitos santuários espalhados por esta cidade, nas suas inúmeras paróquias, cujas agulhas e campanários falam da presença de Deus no meio das nossas comunidades”.

Esta história da Igreja local pode ser vista ainda, acrescentou o Papa, nos esforços de todos aqueles sacerdotes, religiosos e leigos que, com dedicação, ao longo de dois séculos, trabalharam pelas necessidades espirituais dos pobres, dos imigrantes, dos doentes e dos encarcerados; pode ser vista também nas inúmeras escolas, onde consagrados e consagradas ensinaram as crianças a ler e a escrever, a amar a Deus e ao próximo, e a contribuir como bons cidadãos para a vida da sociedade americana.

Missionariedade

A seguir, Francisco recordou a história de Santa Catarina Drexel, uma das grandes santas daquela Igreja local. Quando ela falou ao Papa Leão XIII da necessidade das missões, o Papa, que era muito sábio, perguntou-lhe: «E você, o que vai fazer?» Tais palavras mudaram a vida e o rumo de Santa Catarina. E o Papa explicou: “Cada um de nós deve responder, da melhor forma possível, o chamado do Senhor para construir seu Corpo, que é a Igreja: ‘E você o que vai fazer?’”.

A partir destas palavras, o Papa se deteve em dois aspectos, no contexto da nossa missão especial de transmitir a alegria do Evangelho e edificar a Igreja como sacerdotes, diáconos ou membros de institutos de vida consagrada. 

Primeiro, referindo-se ao numerosos jovens que, nas paróquias e escolas, têm os mesmos ideais elevados, generosidade de espírito e amor a Cristo e à Igreja, o Santo Padre recordou: “Um dos grandes desafios que a Igreja tem pela frente, nesta geração, é promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão da Igreja e torná-los capazes de a cumprir como discípulos missionários, sendo fermento do Evangelho no nosso mundo.

Criatividade

Isto, porém, frisou o Pontífice, exige criatividade para se adaptar às situações em mudança, para levar adiante a herança do passado, dóceis ao Espírito, e comunicar a alegria do Evangelho, todos os dias e em todas as estações da vida. Aqui, o Papa explicou o segundo aspecto da nossa missão cristã:

“Sabemos que o futuro da Igreja, numa sociedade em rápida mudança, exigirá e exige, desde já, um compromisso cada vez mais ativo por parte dos leigos. A Igreja nos Estados Unidos sempre dedicou um enorme esforço ao trabalho da catequese e da educação. O nosso desafio, hoje, é construir alicerces sólidos e promover um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada, quando programamos o futuro das nossas paróquias e instituições”.

Porém, advertiu o Pontífice ao clero, isto não significa descuidar da autoridade espiritual que nos foi confiada, mas discernir e usar sabiamente os múltiplos dons que o Espírito concede à Igreja. De forma particular, valorizar a contribuição imensa que as mulheres, leigas e consagradas, deram e continuam a oferecer à vida das nossas comunidades. Por fim, o Pontífice deixou a seguinte exortação aos bispos e clero da Pensilvânia:

Apoio

“Encorajo-os a deixar-se renovar na alegria daquele primeiro encontro com Jesus, extraindo, de tal alegria, renovada fidelidade e vigor. Durante estes dias de Encontro Mundial das Famílias, peço-lhes para refletir sobre a qualidade do nosso ministério com as famílias, os casais de noivos e os jovens. Peço-lhes que rezem com fervor pelas famílias e pelas decisões do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família”.

O Santo Padre concluiu sua homilia, dirigindo seu olhar a Maria, nossa Mãe Santíssima, para que, com o seu amor materno, interceda pelo crescimento da Igreja na América, levando alegria, esperança e força ao mundo. 

Ao término da Santa Missa, o Papa deixou a Catedral e se transferiu para o Seminário São Carlos Borromeu, em Filadélfia, onde ficará hospedado até o final desta sua 10ª Viagem Internacional. Na parte da tarde deste sábado (26/9), o Bispo de Roma manterá um encontro pela “Liberdade Religiosa”, com a Comunidade hispânica e outros imigrantes, no Parque Histórico da Independência Nacional.

A Rádio Vaticano estará transmitindo, a partir das 17h15, hora de Brasília,  ao vivo, via satélite para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa, cujas emissoras nos retransmitem.

O Pontífice concluirá suas atividades, neste quinto dia de permanência em terras norte-americanas, presidindo, às 20h20, hora de Brasília, à Vigília de Oração, durante a qual encontrará as Famílias, no Parque Benjamin Franklin de Filadélfia, no âmbito do VIII Encontro Mundial das Famílias. (MT)

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Papa Francisco na Onu: discurso corajoso, diz Pe. Lombardi

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Nova Iorque (RV) - O discurso do Papa Francisco na Onu, esta sexta, tem tido grande repercussão nos meios de comunicação do mundo inteiro. No amplo discurso, fortes exortações do Santo Padre, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi. 

No pronunciamento do Pontífice, os problemas, as dificuldades do mundo, os conflitos que provocam sofrimentos a tantos homens, mulheres e crianças, as injustiças, o desrespeito aos direitos inalienáveis de toda pessoa, como o direito à casa, ao alimento e ao trabalho.

Predomina, no discurso, o tema da paz, sobre o qual o Papa ofereceu uma palavra corajosa e crível que foi ouvida com grande respeito. No encontro no Ground Zero, afirma o porta-voz vaticano, o compromisso comum em favor da paz por parte de todos os que creem em Deus teve sua expressão absolutamente clara, profunda e eficaz. Eis o que disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé:

Pe. Federico Lombardi:- “É isso mesmo. O Papa disse muitas coisas importantes nesse grandíssimo discurso. Entre outros, esse discurso abria uma Assembleia Geral e, portanto, diferentemente dos encontros dos papas precedentes com a Assembleia das Nações Unidas, esse foi um discurso que teve uma audiência mais ampla e mais importante. O Papa falou com muita eficácia sobre a necessidade de um empenho concreto, a jamais ficar somente ao nível das palavras, mas a buscar alcançar a realidade. Fez evocações muito fortes. Por exemplo, sobre os organismos financeiros internacionais, que devem ajudar ao desenvolvimento dos países mais pobres e não submetê-los – disse – de um modo asfixiante a sistemas credores, que os mantêm numa situação de exclusão, de pobreza e de dependência cada vez maiores. O Papa falou com muita clareza também sobre o compromisso necessário em prol da tutela do ambiente, falou com muita clareza sobre o desarmamento nuclear, inclusive referindo-se de modo positivo ao recente acordo com o Irã. E esse foi um ponto evidentemente árduo, bem sabendo que se trata de um acordo que nem todos apreciaram. Falou também sobre a importância da natureza, referindo-se, inclusive, à natureza da pessoa humana, que compreende a distinção natural entre homem e mulher, por exemplo, e o absoluto respeito à vida em todas as suas etapas e dimensões. Aproveitou a ocasião para apresentar também posições da Igreja sobre pontos bastante candentes. Mencionou também o tema dos refugiados, das minorias que são objeto de violência, em particular, as minorias cristãs no Oriente Médio, e, além disso, todas as questões concernentes à pobreza, à justiça social, ao direito de todos a ter um teto, um trabalho e um ambiente salutar no qual viver, fazendo votos, evidentemente, de um progresso da paz mediante as negociações, o diálogo entre os diferentes povos. O tema da paz, certamente, é um tema preponderante nesta viagem, e não poderia ser diferente. Nisso, o Papa trouxe uma palavra corajosa e crível, que foi ouvida verdadeiramente com grande respeito.”

RV: Ao citar as várias situações de conflitos no mundo, as guerras, pareceu querer apresentar aos representantes das nações propriamente os homens, mulheres e crianças singularmente considerados, que sofrem no mundo, por causa, talvez, de lentidão na política, na gestão dessas dificuldades…

Pe. Federico Lombardi:- “É verdade, no estilo, na abordagem que o Papa faz em seus discursos, vemos essa sua insistência sobre os rostos concretos das pessoas: os anciãos, as crianças, os jovens, os desempregados. O Papa insiste continuamente a não deter-se ao nível das discussões ideológicas ou a considerar as pessoas como números nas estatísticas, mas a pensar que são pessoas concretas – nossos irmãos, nossas irmãs – e, portanto, deste modo a estimular a responsabilidade dos governantes a recordar a concretude das pessoas, que esperam deles o compromisso a encontrar respostas tangíveis para suas vidas. Nesse sentido, foi muito bonito também o encontro do Papa com os funcionários das Nações Unidas, com milhares de pessoas que trabalham todos os dias para tornar possíveis a vida e a atividade desta organização.”

RV: Outro momento importante da sexta-feira – a visita ao Ground Zero – foi o do encontro entre as diferenças…

Pe. Federico Lombardi:- “Sim, o Papa encontrou vinte familiares de pessoas que perderam a vida neste terrível atentado, inclusive, pessoas que nas operações de socorro tiveram suas vidas ceifadas, e isso deu um sentido de positividade, de amor que, no final, se torna mais forte do que o ódio, se torna esperança de vida. E isso foi feito de modo muito significativo com um encontro inter-religioso. Estavam presentes representantes das outras religiões com meditações sobre os valores fundamentais e sobre a paz. Foi, portanto, um empenho em favor da paz, que reuniu todos aqueles que creem em Deus, que também nesta viagem tem o seu espaço e uma expressão absolutamente clara e, diria, também muito profunda e eficaz.” (RL)

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Que famílias o Papa encontra em Filadélfia?

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Filadélfia (RV) - Após a passagem por Washington e Nova York, o Papa Francisco chegou neste sábado (26/09) a Filadélfia para a última etapa da viagem aos EUA. Desde sexta-feira à noite, o centro da cidade está completamente fechado para o tráfego, com militares e policiais em quase todas as esquinas.

Em torno de 1,5 milhão de pessoas de todo o mundo são esperadas neste fim de semana na cidade para encerrar, com Francisco, o VIII Encontro Mundial das Famílias. É este o momento central da viagem e as famílias aqui presentes aguardam a mensagem que o Papa vai lhes dirigir.

Um estudo elaborado pelo Instituto Pew de pesquisas aponta que atualmente 20% da população dos Estados Unidos é católica, e o número de fiéis continua a cair. Na última década, a Igreja teria perdido três milhões de seguidores.

Enquanto antigamente os católicos estadunidenses eram descendentes dos colonos irlandeses ou italianos, hoje a preencher as igrejas são principalmente os latino-americanos, que representam um terço dos fiéis.

O Papa chega ao Encontro e encontra uma realidade dividida a respeito de questões ligadas à tradição familiar e à moral sexual. A mesma pesquisa indica que  temas como contracepção, aborto ou o papel das mulheres na Igreja ainda são fonte de divergência entre os católicos e dentro do Episcopado do país. 

Na parte da tarde, Francisco discursará sobre a liberdade religiosa e imigração para 40 mil pessoas no Independence Mall, local considerado o berço dos Estados Unidos, aonde foi declarada a independência da Inglaterra, em 1776. E no final do dia, participará  da vigília das famílias, no Parque Benjamin Franklin.

De Filadélfia, Cristiane Murray para a RV

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Igreja no Mundo



Papa ao Congresso Eucarístico irlandês: "Eucaristia, centro das comunidades cristãs"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou uma Mensagem aos participantes e organizadores do Congresso Eucarístico irlandês, que se realiza, a partir deste sábado (26/9) até amanhã, domingo, no Santuário mariano de Knock.

Trata-se de dois dias de oração, celebrações Eucarísticas, seminários e conferências sobre o tema: “Cristo, nossa esperança”, inspirado no quinquagésimo primeiro Congresso Eucarístico Internacional, que se realizará, em janeiro de 2016, em Cebu, nas Filipinas.

Em sua Mensagem, o Papa convida os participantes irlandeses a “intensificarem sua vida de oração, fazendo da Eucaristia o verdadeiro centro das suas comunidades cristãs, onde o louvor e a ação de graças conduzem a um renovado compromisso com a evangelização e a comunhão eclesial.” O Pontífice os exorta também a “construírem um mundo, cada vez mais justo e reconciliado, segundo os ensinamentos de Jesus Cristo e da Igreja”.

A Mensagem e a Bênção do Santo Padre foram transmitidas, nesta manhã, aos congressistas pelo Núncio Apostólico na Irlanda, Dom John Charles Brown.

Por sua vez, Dom Kevin Doran, bispo de Elhin, que presidiu à inauguração do Congresso mariano irlandês, afirmou que “este acontecimento contribuirá para colher os frutos do Congresso Eucarístico Internacional precedente, que ocorreu em Dublin, em 2012, e preparar espiritualmente o próximo, nas Filipinas.

Dom Kevin recordou ainda que “esta será uma ocasião propícia para focalizar a nossa atenção em alguns desafios pastorais importantes e atuais para a vida da Igreja, com referência particular à família e às vocações”.

Entre os momentos mais salientes destes dois dias de Congresso Eucarístico, em Knock, destacam-se a solene celebração Eucarística, presidida, nesta tarde, por Dom Eamon Martin, arcebispo de Armagh e Primaz da Irlanda, e a Santa Missa que Dom Michael Neary, arcebispo de Tuam, celebrará amanhã de manhã. A homilia será pronunciada pelo Núncio Apostólico na Irlanda, Dom John Charles Brown. (MT)

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