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Sumario del 30/09/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Constuir pontes, pois os muros caem: Papa recorda viagem a Cuba e EUA

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Cidade do Vaticano (RV) – A recente viagem a Cuba e aos Estados Unidos foi o tema da Audiência Geral de Francisco esta quarta-feira (30/09), o primeiro compromisso público do Papa de regresso ao Vaticano. 

Na Praça S. Pedro, cerca de 30 mil fiéis acolheram calorosamente o Pontífice,  que os saudou a bordo do seu papamóvel antes de pronunciar a sua catequese. O Papa saudou também os doentes que acompanharam a Audiência na Sala Paulo VI através dos telões.

De modo especial, Francisco agradeceu aos Presidentes Raúl Castro e Barack Obama e ao Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, pela recepção que lhe reservaram.

Cuba

Recordando a primeira etapa de sua 10ª viagem internacional, o Papa diz que se apresentou em Cuba como “Missionário da Misericórdia”. “A misericórdia de Deus é maior do que qualquer ferida, de qualquer conflito e de qualquer ideologia; e com este olhar de misericórdia, pude abraçar todo o povo cubano, dentro e fora da pátria.”

Com os cubanos, disse ainda Francisco, pude compartilhar a esperança do cumprimento da profecia de São João Paulo II: “Que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba”. “Não mais fechamentos, não mais exploração da pobreza, mas liberdade na dignidade”, pediu o Papa. Este é o caminho a seguir, acrescentou, buscando força nas raízes cristãs daquele povo que tanto sofreu. Símbolo desta unidade profunda da alma cubana é a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira da Nação.

A passagem de Cuba aos Estados Unidos foi emblemática, disse o Papa, pela ponte que está sendo reconstruída. “Deus sempre quer construir pontes; somos nós que construímos muros. E os muros caem, sempre.”

Estados Unidos

Em Washington, citou a canonização do Fr. Junípero Serra. Em Nova Iorque, recordou a visita à sede central da Organização das Nações unidas e seu apelo por mais esforços para a proteção do meio ambiente e contra as violências sofridas em conflitos pela sociedade civil e pelas minorias étnicas e religiosas.

Francisco citou ainda a oração inter-religiosa pela paz no Memorial Ground Zero e a missa no Madison Square Garden.

Famílias

O ápice da viagem, disse ele, foi o Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia, onde teve a oportunidade de reiterar que a família, fundada na aliança entre o homem e a mulher, é a resposta ao grande desafio do nosso mundo. Desafio que Francisco apontou em dois fenômenos: a fragmentação e a massificação – dois extremos que convivem e promovem o modelo econômico consumista.

“A família é a resposta porque é a célula de uma sociedade que equilibra a dimensão pessoal e aquela comunitária e que, ao mesmo tempo, pode ser o modelo de uma gestão sustentável dos bens e dos recursos da criação. A família é o sujeito protagonista de uma ecologia integral.”

Para Francisco, foi providencial que o Encontro tenha se realizado nos Estados Unidos, o país que no século passado alcançou o máximo do desenvolvimento econômico e tecnológico, sem renegar as suas raízes religiosas.

“Agora, essas mesmas raízes pedem para partir novamente da família para repensar e transformar o modelo de desenvolvimento, pelo bem de toda a família humana.”

Fiéis brasileiros

Ao saudar os inúmeros grupos na Praça S. Pedro, o Papa agradeceu a presença dos fiéis brasileiros vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Itu e Campo Grande.

(BF)

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Papa abençoa estátua de Santa Rita de seis metros

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Cidade do Vaticano (RV) – Na Audiência Geral desta quarta-feira o Papa Francisco abençoou uma imagem de Santa Rita de Cássia de seis metros trazida do Líbano e que no dia 18 de outubro será instalada na entrada da cidade italiana de Cássia.

“Ao abençoar esta grande estátua da Santa – disse o Santo Padre -  convido a todos, no próximo Jubileu da Misericórdia, a reler sua extraordinária experiência humana e espiritual como como sinal da potência da misericórdia de Deus”.

A grande estátua foi colocada na Praça São Pedro às 5 da manhã da terça-feira, 29, e sua remoção será realizada na madrugada da quinta-feira, 1º de outubro. Após, acompanhada por milhares de fieis, a estátua será instalada em uma rotatória na entrada da cidade de Cássia no dia 18 de outubro, de forma a dar as boas vindas aos milhares de peregrinos que visitam anualmente a cidade onde a santa viveu. O Patriarca Maronita Bechara Boutros Raï presidirá uma celebração no Santuário de Cássia.

A obra foi realizada em Ayto, no norte do Líbano, pelo famoso escultor libanês Nayef Alwan, patrocinada pelo mecenas Sarkis Sarkis, muito devoto da santa. O artista trabalhou por meses na obra, baseado em um esboço aprovado em comum acordo com a administração e a comunidade agostiniana de Cássia, dando forma e vida a um gigantesco bloco de pedra extraído das montanhas do Líbano a 2 mil metros de altitude. No início de setembro, a estátua foi embalada e embarcada em um navio até o porto italiano de Salerno.

Na tarde desta quarta-feira um grande grupo de peregrinos participará de uma celebração na Basílica de São Pedro às 15h30, presidida pelo Arcebispo de Spoleto-Norcia. (JE)

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Papa encontra 400 doentes acompanhados pela Ordem de Malta

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Cidade do Vaticano (RV) - Antes da Audiência Geral desta quarta-feira (30/09), o Papa Francisco encontrou-se com um grupo de quatrocentos doentes, na Sala Paulo VI, acompanhados por quatrocentos membros da seção alemã da Ordem de Malta.

“A audiência de hoje será feita em dois lugares: aqui e na praça. Como o tempo não parecia muito bom, achamos melhor que vocês ficassem aqui, tranquilos e cômodos para ver a audiência através dos telões. Agradeço-lhes muito por esta visita e peço-lhes para que rezem por mim”, sublinhou o pontífice.
 
Francisco disse que a doença não é algo bom. “Existem os médicos, que são competentes, os enfermeiros, os remédios, tudo, mas é sempre uma coisa feia”, disse ele.
 
“Porém, existe a fé, a fé que nos encoraja, e aquele pensamento que vem a todos nós: Deus se fez doente por nós enviando o seu Filho que tomou sobre si todas as nossas doenças. Olhando Jesus com a sua paciência, a nossa fé fica mais forte”, frisou o Papa. 

Francisco disse ainda que com a doença caminhamos junto com Jesus. “Ele sabe o que significa o sofrimento, Ele nos compreende, nos consola e nos dá força”, disse.
 
Por fim, o Papa abençoou os doentes e rezou com eles a Ave-Maria. (MJ)

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Contra o terrorismo nuclear: Santa Sé renova apelo na ONU em Nova Iorque

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Nova Iorque (RV) – Nesta terça-feira (29) o secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, levou a mensagem do Papa à IX Conferência sobre a Facilitação da Entrada em Vigor do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), na ONU, em Nova Iorque. 

Em sua intervenção, o arcebispo repropôs a afirmação do Santo Padre de dezembro de 2014, em ocasião da III Conferência sobre o Impacto Humanitário das Armas Atômicas quando disse: “É preciso uma ética global se queremos reduzir a ameaça nuclear e agir para um desarmamento nuclear. Agora, mais do que nunca, a interdependência tecnológica, social e política exige urgentemente uma ética de solidariedade (cfr. João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, 38) que encoraje os povos a agir juntos por um mundo mais seguro e um futuro que seja sempre mais enraizado nos valores morais e na responsabilidade numa dimensão global”.

O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares, segundo Dom Gallagher, “pode jogar um significativo papel no reforçar essa ‘ética global’”. O Tratado requer não somente que cada país se empenhe a não fazê-lo ou participe de qualquer outra maneira em testes que envolvam armas nucleares, mas a proibir e a prevenir explosões nucleares. O arcebispo enalteceu que o Tratado ainda prevê a colaboração de todos na implementação de um sistema de verificação.

É uma responsabilidade sempre mais necessária, segundo Dom Gallagher, citando novamente o Santo Padre através da Encíclica Laudato si’ ao mencionar, entre outras coisas, a tecnologia nuclear: “Nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma e nada garante que o utilizará bem, sobretudo se se considera o modo pelo qual já está servindo”. O arcebispo insiste que é “nosso dever pela humanidade e, especialmente pelos pobres e as futuras gerações, usar o poder sem precedentes disponível para a ciência e a tecnologia à serviço do bem comum e para promover uma genuína cultura da paz”.

A Santa Sé ratificou o Tratado em 18 de julho de 2001, confirmando a sua visão sobre o controle internacional dos testes e do desenvolvimento das armas nucleares, o desarmamento atômico e a sua não proliferação. Dom Gallagher, na ocasião da Conferência na ONU e por um mundo livre das armas atômicas, elogiou os países que tomaram a mesma atitude e renovou o apelo àqueles que ainda não o fizeram e que são decisivos para a entrada em vigor do Tratado, na luta contra o terrorismo nuclear.

O Tratado foi aprovado em 1996 pela Assembleia Geral da ONU, mas ainda não entrou em vigor porque faltam 20 países que se somem à iniciativa. Entre eles, oito que figuram numa lista especial cuja ratificação é essencial: Estados Unidos, China, Coreia do Norte, Egito, Irã, Israel, Índia e Paquistão. “Os senhores têm uma responsabilidade especial”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sem identificá-los. “O Tratado ajudará a garantir que a comunidade internacional já não seja obrigada a viver à sombra das armas nucleares”, lembrou Ban Ki-moon na Conferência. (AC-EFE)

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Observatório Astronômico Vaticano sobre água líquida e salgada em Marte

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Cidade do Vaticano (RV) - A Nasa divulgou um estudo, na última segunda-feira (28/09), que revela a presença de córregos sazonais de água salgada no Planeta Marte.

Essas linhas de encosta recorrentes são faixas estreitas e escuras, com menos de 5 metros de largura, que se formam no fim da primavera, crescem no verão e desaparecem no outono.

O Diretor do Observatório Astronômico Vaticano, Pe. Guy Consolmagno, Presidente da Fundação Observatório Vaticano,  conversou com a Rádio Vaticano sobre o sentido desta descoberta.

Pe. Guy: “Muitas vezes, descobrimos água em várias formas, mas desta vez é algo novo, porque agora, não no passado, neste momento, se trata de água líquida. E isso é algo novo. Depois, esta água é cheia de sal. Parece que existe uma reação das rochas e do resto, em contato com a água. O gelo não produz essa reação, mas a água líquida sim.”

Podemos deduzir que existe vida em Marte? O senhor, como religioso, o que diz dessa descoberta científica?

Pe. Guy: “Não sei se existe vida ou não. São possíveis as duas coisas. Ambas, porém, são criações e decisões de Deus. Deste ponto de vista, é possível entender melhor a mente de Deus, a sua personalidade: se Deus criou vida em todo lugar ou somente na Terra. Agora, não sabemos, mas quando se encontrará ou não vida, no futuro, poderemos ter uma ideia mais precisa sobre a mente e a personalidade do Criador.” (MJ)

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Relíquias de Santa Teresa de Lisieux e de seus pais expostas em Roma

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Roma (RV) -  As Urnas contendo as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus e de seus Beatos pais serão expostas para veneração dos fieis na Capela da Virgem Salus Populi Romani na Basílica de Santa Maria Maior, de 4 a 25 de outubro de 2015, durante o Sínodo Ordinário dos Bispos dedicado à família. 

Os cônjuges Louis Martin e Zélie Guérin serão canonizados em 18 de outubro pelo Papa Francisco na Praça São Pedro. Trata-se do primeiro casal não-mártir na história da Igreja que será elevado à honra dos altares na mesma cerimônia, o que adquire maior relevância por realizar-se, por decisão do Pontífice, justamente durante o Sínodo sobre as famílias.

 “Louis e Zélie demonstraram com as suas vidas que o amor conjugal é um instrumento de santidade, é um caminho em direção à santidade realizado junto por duas pessoas – declarou o Vice Postulador da Causa de Canonização, o Padre carmelita Antonio Sangalli. Isto é hoje, na minha opinião, o elemento mais importante para analisar a família. Existe uma necessidade enorme de uma espiritualidade simples realizada na vida cotidiana”.

Também a exposição das relíquias na Santa Maria Maior assume um significado particular, por ser justamente diante da Virgem Salus Populi Romani que o Papa Francisco pediu para rezar pelos frutos dos trabalhos sinodais e por todas as famílias do mundo.

As relíquias poderão ser veneradas durante o horário normal de abertura da Basílica, ou seja, diariamente das 7 às 19 horas.

Por outro lado, a filha do casal, a Serva de Deus Irmã Francisca Teresa (Leonia Martin), irmã da Santa de Lisieux, teve aberta a causa de canonização em 2 de julho passado em Caen, na França. (JE)

 

 

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"Wake up", um CD com a mensagem de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – “Pope Francis Wake up” é o CD multimídia com trechos dos discursos do Papa Francisco em várias línguas, com lançamento mundial previsto para 3 de novembro. O CD, distribuído pela Believe Digital, com autorização da Paulus,  inclui 11 faixas da tradição musical cristã, reelaboradas por compositores contemporâneos que fazem o acompanhamento sonoro da voz do Papa.

A Rádio Vaticano, detentora dos direitos da voz dos Pontífices, abriu o seu arquivo para disponibilizar, entre outros, a primeira saudação do balcão central da Basílica de São Pedro em 13 de março de 2013, dia de sua eleição; o encontro com os jovens argentinos na Catedral do Rio de Janeiro em 25 de julho de 2013; o discurso à FAO em Roma, em novembro de 2014 e a homilia conclusiva da VI Jornada da Juventude Asiática na Coréia do Sul, em 17 de agosto de 2014, quando pronunciou as palavras “Wake up! Go! Go! Forward!”, uma exortação forte e intensa, dirigida aos jovens, mas endereçada também a todos os homens de boa vontade.

O CD foi realizado sob a direção artística do Padre Giulio Neroni  (que no passado já havia trabalhado em álbuns com as vozes de bento XVI e João Paulo II) e vem acompanhado por um livreto de 24 páginas com os textos das orações e dos trechos dos discursos do Pontífice contidos no álbum na língua original em que foram pronunciados, com traduções em inglês e espanhol.

A obra apresentará uma inusitada mistura de pop-rock com canto gregoriano e rock progressivo apoteótico, até mesmo pela escola musical de Tony Pagliucia, fundador da banda Le Orme, nos anos 60. “Wake Up!” tem, entre outros, as participações de Giorgio Kriegsch, Mite Balduzzi do Gen Rosso, Giuseppe Dati (autor, entre outros, de Laura Pausini), Lorenzo Piscopo e do diretor de orquestra Dino Doni.

No site www.popefranciswakeup.believedigital.com estarão disponíveis as traduções também em outras línguas.

A Track list de “Wake up”:

1 – “Annuntio vobis gaudium magnum!” (6:54) – trecho do discurso pronunciado em italiano. Primeira saudação do balcão central da Basílica de São Pedro, em 13 de março de 2013.

Música: Tu es Pietro, com inserção de Adonai (oração da tradição hebraica)

2 – “Salve Regina” (5:17) – trecho do discurso pronunciado em espanhol e italiano. Encontro com os jovens argentinos na Catedral do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 2013.

Música: Salve Regina

3 – “Cuidar el planeta” (4:46) – trecho do discurso pronunciado em espanhol. Discurso durante a visita à FAO em Roma, 20 de novembro de 2014

Música: Cuidar El Planeta (Cântico das criaturas em espanhol)

4 – “¿Por qué sufren los ninos?” (5:20) – trecho do discurso pronunciado em espanhol. Encontro com os jovens no campo esportivo da Universidade de São Tomás em Manila, 18 de janeiro de 2015

Música: Jesu dulcis memoria

5 – “Non lasciatevi rubare la speranza!” (3:57) – trecho do discurso pronunciado em italiano. Discurso aos estudantes das Escolas dos jesuítas na Itália e Albânia, Cidade do Vaticano, 7 de junho de 2013

Música: Christe Redemptor Omnium

6 – “La Iglesia no puede ser una ONG!” (4:49) – trecho do discurso pronunciado em espanhol. Encontro com os jovens argentinos na Catedral do Rio de Janeiro, 25 de julho de 2013

Música: Ubi Carita et Amor, Deus ibi est

7 – “Wake up! Go! Go! Forward!” (5:12) – trecho de discurso pronunciado em inglês. Homilia na Santa Missa conclusiva da VI Jornada da Juventude Asiática, Coreia do Sul, 17 de agosto de 2014

Música:  Ego sum Resurrectio et Vitam

8 – “La fe es entera, no se licua!” (4:32) – trecho do discurso pronunciado em espanhol. Encontro com os jovens argentinos na Catedral do Rio de Janeiro, 25 de julho de 2013

Música: Vexilla regis prodeunt

9 – “Pace! Fratelli!” (5:52) – trecho do discurso pronunciado em italiano. Oração pela paz, com Shimon Oeres e Mahmoud Abbas, Jardins Vaticanos, 8 de junho de 2014

Música: Veni Sancte Spiritus

10 – “Santa famiglia di Nazareth” (5:10) – trecho do discurso pronunciado em italiano

Oração por ocasião da Jornada da Família, Cidade do Vaticano, 27 de outubro de 2013

Música: Santa Família de Nazaré

11 – “Fazei o que Ele vos disser!” (3:31) – trechos do discurso em português e em italiano. Homilia na Santa Missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, Brasil, 24 de julho de 2014.

Música: Ave Maris Stella

(JE)

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Porta aberta: Laudato si - De 34 a 41

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Cidade do Vaticano (RV) - Perda de biodiversidade 

34. Possivelmente perturba-nos saber da extinção dum mamífero ou duma ave, pela sua maior visibilidade; mas, para o bom funcionamento dos ecossistemas, também são necessários os fungos, as algas, os vermes, os pequenos insectos, os répteis e a variedade inumerável de microorganismos. Algumas espécies pouco numerosas, que habitualmente nos passam despercebidas, desempenham uma função censória fundamental para estabelecer o equilíbrio dum lugar. É verdade que o ser humano deve intervir quando um geosistema cai em estado crítico, mas hoje o nível de intervenção humana numa realidade tão complexa como a natureza é tal, que os desastres constantes causados pelo ser humano provocam uma nova intervenção dele de modo que a actividade humana torna-se omnipresente, com todos os riscos que isto implica. Normalmente cria-se um círculo vicioso, no qual a intervenção humana, para resolver uma dificuldade, muitas vezes ainda agrava mais a situação. Por exemplo, muitos pássaros e insectos, que desaparecem por causa dos agro-tóxicos criados pela tecnologia, são úteis para a própria agricultura, e o seu desaparecimento deverá ser compensado por outra intervenção tecnológica que possivelmente trará novos efeitos nocivos. São louváveis e, às vezes, admiráveis os esforços de cientistas e técnicos que procuram dar solução aos problemas criados pelo ser humano. Mas, contemplando o mundo, damo-nos conta de que este nível de intervenção humana, muitas vezes ao serviço da finança e do consumismo, faz com que esta terra onde vivemos se torne realmente menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta, enquanto ao mesmo tempo o desenvolvimento da tecnologia e das ofertas de consumo continua a avançar sem limites. Assim, parece que nos iludimos de poder substituir uma beleza insuprível e irrecuperável por outra criada por nós.

35. Quando se analisa o impacto ambiental de qualquer iniciativa económica, costuma-se olhar para os seus efeitos no solo, na água e no ar, mas nem sempre se inclui um estudo cuidadoso do impacto na biodiversidade, como se a perda de algumas espécies ou de grupos animais ou vegetais fosse algo de pouca relevância. As estradas, os novos cultivos, as reservas, as barragens e outras construções vão tomando posse dos habitats e, por vezes, fragmentam-nos de tal maneira que as populações de animais já não podem migrar nem mover-se livremente, pelo que algumas espécies correm o risco de extinção. Existem alternativas que, pelo menos, mitigam o impacto destas obras, como a criação de corredores biológicos, mas são poucos os países em que se adverte este cuidado e prevenção. Quando se explora comercialmente algumas espécies, nem sempre se estuda a sua modalidade de crescimento para evitar a sua diminuição excessiva e consequente desequilíbrio do ecossistema.

36. O cuidado dos ecossistemas requer uma perspectiva que se estenda para além do imediato, porque, quando se busca apenas um ganho económico rápido e fácil, já ninguém se importa realmente com a sua preservação. Mas o custo dos danos provocados pela negligência egoísta é muitíssimo maior do que o benefício económico que se possa obter. No caso da perda ou dano grave dalgumas espécies, fala-se de valores que excedem todo e qualquer cálculo. Por isso, podemos ser testemunhas mudas de gravíssimas desigualdades, quando se pretende obter benefícios significativos, fazendo pagar ao resto da humanidade, presente e futura, os altíssimos custos da degradação ambiental.

37. Alguns países fizeram progressos na conservação eficaz de certos lugares e áreas – na terra e nos oceanos –, proibindo aí toda a intervenção humana que possa modificar a sua fisionomia ou alterar a sua constituição original. No cuidado da biodiversidade, os especialistas insistem na necessidade de prestar uma especial atenção às áreas mais ricas em variedade de espécies, em espécies endémicas, raras ou com menor grau de efectiva protecção. Há lugares que requerem um cuidado particular pela sua enorme importância para o ecossistema mundial, ou que constituem significativas reservas de água assegurando assim outras formas de vida.

38. Mencionemos, por exemplo, os pulmões do planeta repletos de biodiversidade que são a Amazónia e a bacia fluvial do Congo, ou os grandes lençóis freáticos e os glaciares. A importância destes lugares para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade não se pode ignorar. Os ecossistemas das florestas tropicais possuem uma biodiversidade de enorme complexidade, quase impossível de conhecer completamente, mas quando estas florestas são queimadas ou derrubadas para desenvolver cultivos, em poucos anos perdem-se inúmeras espécies, ou tais áreas transformam-se em áridos desertos. Todavia, ao falar sobre estes lugares, impõe-se um delicado equilíbrio, porque não é possível ignorar também os enormes interesses económicos internacionais que, a pretexto de cuidar deles, podem atentar contra as soberanias nacionais. Com efeito, há «propostas de internacionalização da Amazónia que só servem aos interesses económicos das corporações internacionais».[24] É louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos mecanismos de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não-delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios interesses locais ou internacionais.

39. Habitualmente também não se faz objecto de adequada análise a substituição da flora silvestre por áreas florestais com árvores, que geralmente são monoculturas. É que pode afectar gravemente uma biodiversidade que não é albergada pelas novas espécies que se implantam. Também as zonas húmidas, que são transformadas em terrenos agrícolas, perdem a enorme biodiversidade que abrigavam. É preocupante, nalgumas áreas costeiras, o desaparecimento dos ecossistemas constituídos por manguezais.

40. Os oceanos contêm não só a maior parte da água do planeta, mas também a maior parte da vasta variedade dos seres vivos, muitos deles ainda desconhecidos para nós e ameaçados por diversas causas. Além disso, a vida nos rios, lagos, mares e oceanos, que nutre grande parte da população mundial, é afectada pela extracção descontrolada dos recursos ictíicos, que provoca drásticas diminuições dalgumas espécies. E no entanto continuam a desenvolver-se modalidades selectivas de pesca, que descartam grande parte das espécies apanhadas. Particularmente ameaçados estão organismos marinhos que não temos em consideração, como certas formas de plâncton que constituem um componente muito importante da cadeia alimentar marinha e de que dependem, em última instância, espécies que se utilizam para a alimentação humana.

41. Passando aos mares tropicais e subtropicais, encontramos os recifes de coral, que equivalem às grandes florestas da terra firme, porque abrigam cerca de um milhão de espécies, incluindo peixes, caranguejos, moluscos, esponjas, algas e outras. Hoje, muitos dos recifes de coral no mundo já são estéreis ou encontram-se num estado contínuo de declínio: «Quem transformou o maravilhoso mundo marinho em cemitérios subaquáticos despojados de vida e de cor?»[25] Este fenómeno deve-se, em grande parte, à poluição que chega ao mar resultante do desflorestamento, das monoculturas agrícolas, das descargas industriais e de métodos de pesca destrutivos, nomeadamente os que utilizam cianeto e dinamite. É agravado pelo aumento da temperatura dos oceanos. Tudo isso nos ajuda a compreender como qualquer acção sobre a natureza pode ter consequências que não advertimos à primeira vista e como certas formas de exploração de recursos se obtêm à custa duma degradação que acaba por chegar até ao fundo dos oceanos.

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18 trapistas mártires serão beatificados na Espanha

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 3 de outubro serão beatificados no Mosteiro de Viacoeli, na Província de Santander, Espanha, 18 mártires cistercienses. Trata-se de 16 monges da Abadia de Viaceli de Cóbreces (Santander) e de duas monjas do Mosteiro Fons Salutis de Algemesí (Valência). A Rádio Vaticano conversou a este respeito com o Prefeito da Congregação da Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato. Eis o que disse:

“Deflagrada a perseguição, o Mosteiro de Cóbreces, na Província de Santander, que então contava com cerca de sessenta pessoas, foi invadido por milicianos vermelhos em busca de armas. Foi proibido aos monges de sair e de usar a corrente elétrica. Em 20 de agosto de 1936, Festa de São Bernardo, foi comunicada a supressão do culto católico. Não foi mais possível celebrar a Santa Missa, nem receber a comunhão. Os revolucionários requisitaram todos os objetos sacros, destruindo e saqueando tudo que encontraram de precioso ou de útil. Os monges, após um período de detenção, de interrogatórios, de humilhações e de torturas, foram todos mortos em circunstâncias e tempos diferentes, a partir do verão de 1936 até o final de dezembro do mesmo ano”.

- Quem eram estes mártires de Cristo?

“Era religiosos distantes de ideologias partidárias, desejosos somente de servir o Evangelho e de edificar o povo de Deus com a oração, o trabalho e o recolhimento. Eram humildes e inofensivos. Como exemplo, contamos brevemente a vida do chefe do grupo, Padre Pio Julián Heredia Zubía, nascido em 1875 em Larrea (Avala). Aos 14 anos entrou como oblato no Mosteiro cisterciense da Estreita Observância de Val San José, em Getafe, próximo a Madrid. Após a profissão solene, foi ordenado sacerdote em 18 de março de 1899. Em 1918 foi enviado ao novo Mosteiro de Santa Maria de Viaceli e nomeado mestre dos noviços. Eles, em seu depoimento, recordam dele como um formador preparado, paciente e com uma particular devoção mariana. Mais de uma vez foi surpreendido na igreja em profundo diálogo com a Santa Virgem. Após se tornou Prior do mosteiro, que recebeu dele uma extraordinária contribuição de santidade. Apenas ao contemplar a sua face plena de bondade e sorridente, se sentiam convidados a imitá-lo, a viver em Deus e desejar ardentemente a santidade. Era entusiasta da liturgia, tornando-se dela um fervoroso apóstolo. Para ele, a liturgia era a vida da vida do monge”.

- E em relação aos outros, o que o senhor poderia dizer?

“Também os outros confrades mártires, todos jovens, eram pessoas boas, humildes, generosas e totalmente abandonadas à vontade de Deus. O menor do grupo era Frei Ezequiel Álvaro de la Fuente, de apenas 19 anos, que após uma infância atribulada em família, havia encontrado na comunidade monástica  a serenidade e a alegria de viver. Frei Eulogio Álvarez López tinha apenas 20 anos. Um outro jovem, Frei Álvaro González López, de 21 anos, tinha desejado tanto consagrar-se ao Senhor junto ao seu irmão José, também ele monge Viaceli. Um outro mártir, Frei Ángel de la Vega González, alheio à perseguição em andamento, pede e consegue fazer a profissão solene na Festa de São Tiago, em 25 de julho de 1936. Entre os mártires está um noviço de 23 anos, Frei Marcelino Martín Rubio, aberto e alegre, que no momento da prisão não escondeu a sua condição de religioso, e um postulante, o sacerdote Padre José Camí Camí, nativo de Aytona, Província de Lérida, assassinado pouco antes de entrar no mosteiro”.

- Como ocorreu o martírio deles?

“Em tempos e lugares diferentes, do final de julho até o final de dezembro de 1936. Alguns foram fuzilados, outros foram afogados com as mãos atadas e a boca amordaçada na Baía de Santander. A morte deles foi terrível, também porque alguns deles, após terem sido atingidos pela morte, foram esmagados diversas vezes pelas chamadas máquinas da morte dos revolucionários anticatólicos. A crueldade não se deteve nem mesmo diante de monges inofensivos. Por exemplo, Irmã María Micaela foi fuzilada junto à sua irmã Encarnación às 21 horas de 10 de novembro. Tendo ficado gravemente ferida, os vizinhos ouviram os seus lamentos por toda a noite. Na manhã seguinte, os milicianos finalizaram o crime, esmagando-lhe a cabeça. A outra monja, Irmã María Natividad, foi capturada em novembro e algemada com seus irmãos, dois carmelitas e o outro, José, leigo. Descendo pelas escadas, já consciente do fim iminente, gritou: “Viva Cristo Rei!”. Obrigada a entrar no carro da morte, foi fuzilada no meio da estrada. O automóvel assolava após o cadáver, passando diversas vezes sobre ele e esmagando a cabeça da irmã. Dias depois ainda permaneciam manchas de sangue sobre a estrada. Nenhum sinal de respeito e de humana piedade pelos corpos mutilados”.

- O que o martírio destes religiosos representa para seus irmãos e irmãs hoje?

“Os Beatos Mártires de Viacoeli e de Fons Salutis convidam hoje seus irmãos e irmãs a perseverarem na fidelidade à sua vocação, feita de oração, de louvor ao Senhor, de apoio da Igreja com o seu sacrifício cotidiano. É este um verdadeiro martírio branco testemunhado a cada dia para a edificação da Igreja e para a redenção do mundo. É o incenso abençoado que se eleva ao céu. Em segundo lugar eles exortam a manter sempre aberta a porta do mosteiro àqueles que batem para buscar conforto, assistência, ajuda. A recordação da bondade e da generosidade dos Mártires pelos mais necessitados deve continuar a reviver com a mesma magnanimidade e gentileza. Sabemos, por exemplo, que ainda hoje a comunidade, que vive de seu próprio trabalho, dá ocupação a não poucos habitantes de Cóbreces, com os quais sempre estabeleceu uma relação justa e amigável. Sabemos também, que os pobres, como da tradição, encontram sempre hospitalidade e ajuda em seus mosteiros”. (JE)

 

 

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Igreja no Brasil



Diocese de Lins (SP) tem novo Bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Lins (SP), apresentada por Dom Irineu Danelon, S.D.B., por limite de idade.

O Pontífice nomeou como sucessor de Dom Irineu o Bispo de Ituiutaba (MG), Dom Francisco Carlos da Silva.

Dom Francisco Carlos da Silva nasceu em 1955 em Tabatinga, na Diocese de São Carlos (SP).  Estudou Filosofia em São Carlos e Teologia na PUC de Campinas.

Foi ordenado sacerdote em dezembro de 1982 e incardinado na Diocese de São Carlos, onde desempenhou inúmeros cargos. Em setembro de 2007 foi nomeado Bispo de Ituiutaba (MG), recebendo a ordenação episcopal dois meses depois. 

(BF)

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Igreja no Mundo



Bispos africanos: a família é o berço da vida

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Acra (RV) - “A família na África está ameaçada pela pobreza, guerra, crise ecológica e pela difusão de ideologias contrárias aos valores da família.” 
 
É o que afirma o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM) na contribuição, elaborada pelo organismo, para a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família que se realizará, no Vaticano, de 4 a 25 de outubro.

Desigualdade econômica

“Conhecemos vários casos de famílias feridas, separadas, despedaçadas e de divorciados. Este fenômeno piora com os problemas econômicos e políticos ligados tanto às nossas responsabilidades quanto aos efeitos nefastos de um sistema econômico mundial de enriquecimento de uns e empobrecimento de outros”, afirmam os bispos africanos no documento intitulado “O futuro da família, nossa missão”. 

“Pior ainda a situação das famílias mais numerosas que são abandonadas e vivem na precariedade econômica e humana. Existe ainda na África uma desigualdade econômica muito grave: a maioria de pessoas e famílias vive na pobreza extrema enquanto uma minoria aproveita das riquezas e bens que devem servir para o bem-estar de todos. Esta desigualdade é reforçada por aquela existente nos países ricos e desenvolvidos”, frisam os prelados.

Desenvolvimento urbano

Segundo o SECAM, “o desenvolvimento urbano forte e caótico registrado na África nas últimas décadas causa problemas ecológicos que têm um impacto sobre a vida das famílias”. “Infelizmente, a terra é agredida todos os dias pela falta de manutenção, sobretudo pela promiscuidade das populações que se instalaram sem respeito das normas de higiene urbana, e pela existência de povoados e cidades onde as famílias vivem em bairros insalubres, sem água potável e corrente elétrica.”

Desafio ecológico

Na África, o desafio ecológico diz respeito também à exploração indevida da terra que leva à sua destruição. “Encontramos homens e mulheres de negócios, Governos e grupos econômicos que, com o pretexto de reduzir a pobreza e trabalhar para o desenvolvimento das populações mais pobres, criam programas de exploração, defraudam os agricultores, destroem florestas, poluem o ambiente e provocam a desertificação”, denunciam ainda os bispos africanos. 

“As guerras provocam somente uma verdadeira destruição e também uma catástrofe ecológica. A África está realmente ameaçada no plano ecológico”, dizem ainda os prelados.

Família, berço da vida

Diante desses e outros desafios, os bispos africanos concluem o documento reiterando que “a família é o berço da vida. A vida é dom de Deus e esperança num futuro melhor. A nossa convicção e nossa fé nos leva a dizer que a família não pode ser submersa pela crise e pelas situações difíceis que ela vive. No anúncio do Evangelho da vida, somos chamados a ser testemunhas dessa esperança”, conclui o SECAM.(MJ)

 

 

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Formação



Os documentos do Concílio Vaticano II

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos começar a tratar, na edição de hoje, dos Documentos do Concílio. 

O Concílio Vaticano II foi aberto solenemente pelo Papa João XXIII em 11 de outubro de 1962 e concluído por Paulo VI em 8 de dezembro de 1965. Realizado em quatro sessões, foi o Concílio Ecumênico mais representativo da história, reunindo mais de dois mil bispos de todo o mundo, além de observadores, também de outras religiões.

A pedido de João XXIII, que o convocou em 1959, o Concílio deveria ser pastoral, ou seja, que não se detivesse em definir dogmas, mas que representasse uma atualização da Igreja face à sociedade contemporânea, um "aggiornamento", expressão usada em italiano. Isto não quis dizer, no entanto, que ele não tenha sido doutrinal, mesmo porque as perspectivas pastorais baseiam-se na doutrina. Como escreveu São João Paulo II na Constituição Apostólica Fidei depositum, de 1992, "com a ajuda de Deus, os Padres Conciliares puderam elaborar, em quatro anos de trabalho, um conjunto considerável de exposições doutrinais e de diretrizes pastorais oferecidas a toda a Igreja".

Os temas debatidos ao longo de quatro sessões, resultaram em quatro Constituições, nove Decretos e três Declarações. Como todos os documentos da Igreja, os textos originais do Concílio Vaticano II foram redigidos em latim e são identificados pelas primeiras duas ou três palavras latinas que iniciam o documento.

As Constituições Apostólicas são os documentos de maior importância e tratam de assuntos fundamentais da fé. Elas podem ser Dogmáticas - que tratam dos dogmas fundamentais da nossa fé -  ou Disciplinares (Pastorais e Conciliares), relacionadas com as determinações canônicas, oficiais da Igreja. Do Concílio Vaticano II resultaram duas Constituições Dogmáticas - a Dei Verbum, sobre  Revelação Divina, e a Lumen Gentium, sobre a Igreja - e duas Constituições Pastorais Conciliares - a Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia da Igreja, e a Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo atual.

Os Decretos produzidos pelo Concílio Vaticano II, por sua vez, foram nove:

- Decreto sobre os meios de comunicação social (“Inter mirifica” (IM), 4.12.1963);

- Decreto sobre as Igrejas Católicas orientais (“Orientalium Ecclesiarium” (OE), 21.11.1964);

- Decreto sobre o ecumenismo (“Unitatis redintegratio” (UR), 21.11.1964);

- Decreto sobre o ministério pastoral dos bispos (“Christus Dominus” (CD), 28.10.1965);

- Decreto sobre a formação sacerdotal (“Optatam totius” (OT), 28.10.1965);

- Decreto sobre a conveniente renovação da vida religiosa (“Perfectae caritatis” (PC), 28.10.1965);

- Decreto sobre o apostolado dos leigos (“Apostolicam actuositatem” (AA), 18.11.1965);

- Decreto sobre a atividade missionária da Igreja (“Ad gentes” (AG), 7.12.1965);

- Decreto sobre o ministério e vida dos padres (“Presbyterorum Ordinis” (PO), 7.12.1965);

Também foram produzidas  três Declarações:

- Declaração sobre a educação cristã (“Gravissimum educationis” (GE), 28.10.1965);

- Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs (“Nostra aetate” (NA), 28.10.1965);

- Declaração sobre a liberdade religiosa (“Dignitatis humanae” (DH), 7.12.1965).

O Concílio Vaticano II não definiu nenhum dogma, no entanto, cada expressão de Magistério autêntico deve ser acolhida como um ensinamento dado por Pastores que, na sucessão apostólica, falam com "o carisma da verdade" (Dei Verbum, n.8), "revestidos da autoridade de Cristo" (Lumen Gentiun, n.25), "à luz do Espírito Santo" (ibid.). Este carisma, esta autoridade e esta luz estiveram presentes no Concílio Vaticano II, com todo o episcopado reunido cum Petro e sub Petro para ensinar à Igreja universal.

Nem todas as afirmações contidas nos documentos conciliares têm o mesmo valor doutrinal e por consequência nem todas exigem o mesmo grau de adesão. No entanto, alguns ensinamentos exigem dos fieis o grau de adesão denominado "obséquio religioso da vontade e do intelecto". Uma adesão que não se configura como ato de fé, mas de obediência; não simplesmente disciplinar, mas radicada na confiança na assistência divina ao Magistério e por isto "na lógica e sob o impulso da obediência da fé". (Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução Donum veritatis,24-V-1990, n.23)

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Atualidades



Biblioteca online com documentos vaticanos já está no ar

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Cidade do Vaticano (RV) – Já está no ar o site que é uma biblioteca online dedicada a documentos vaticanos propostos pelo Magistério Pontifício sobre a Comunicação. O www.chiesaecomunicazione.com coloca à disposição trechos selecionados de mais de 1100 documentos traduzidos em várias línguas, inclusive em português, do primeiro ao vigésimo século. O navegador é quem guia o usuário a explorar as fontes disponíveis em rede.
 
Uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), na sala João Paulo II no Vaticano, apresentou o projeto da biblioteca que leva o nome de: “Online todo o Magistério Pontifício sobre a Comunicação. De Baragli aos nossos dias”. A referência de Enrico Baragli, sj (1908-2001), conduz a iniciativa por ter sido um pioneiro na Igreja italiana no estudo dos instrumentos da comunicação social.
 
A biblioteca online serve como recurso para teólogos, profissionais da comunicação e público em geral, num ambiente aberto à colaboração porque é um trabalho que continuará sendo atualizado nos próximos meses para então publicar sua versão definitiva. O conteúdo disponível também pode ajudar o trabalho daqueles que se ocupam da formação dos futuros sacerdotes e responsáveis da Igreja no setor da comunicação, além de quem promove seminários e outras atividades de formação.
 
O Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, presente na coletiva de imprensa, falou que o projeto “é particularmente precioso porque reúne e coloca à disposição de um público sempre mais amplo uma longa tradição de ensino e de reflexão da parte da Igreja próprio sobre sua centralidade da comunicação. Os materiais por si só são extremamente significativos porque mostram como a Igreja, durante toda a sua história, procurou enfrentar as mudanças dos meios e das formas de comunicação que tem formado a cultura e a sociedade humana”.
 
Essa reflexão em formato digital também é um desafio para melhor transmitir a mensagem cristã. Segundo Dom Celli, “esta coleção nos permite apreciar como os modos e os meios da Igreja para expressar a sua mensagem se transformaram no decorrer dos anos, junto às mudanças e ao desenvolvimento nas formas e nas tecnologias da comunicação de massa. Aquilo que emerge é um esforço constante por parte da Igreja para garantir que a boa notícia do Evangelho seja conhecida pelos contemporâneos, em modos culturalmente apropriados e que realizem plenamente as potencialidades dos novos modelos de comunicação e das tecnologias em via de desenvolvimento”.
 
A plataforma, promovida pelo Pontifício Conselho da Comunicação Social, é organizado por professores da Faculdade de Ciências da Comunicação Social da Universidade Pontifícia Salesiana de Roma e recebe a colaboração da Livraria Editoria Vaticana e do site Vatican.va. O site é o www.chiesaecomunicazione.com. (AC)

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Grupo de diálogo inter-religioso em Porto Alegre é inédito no Brasil

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Porto Alegre (RV) - Um dos exemplos de respeito à pluralidade, tão enaltecida pelo Papa Francisco, pode ser encontrado em Porto Alegre. Um grupo de diálogo inter-religioso, projeto inédito no Brasil e já reconhecido como patrimônio espiritual da cidade, busca no entendimento mútuo entre diversas denominações religiosas a paz, através do respeito, o acolhimento das diferenças e o diálogo amoroso. A reportagem é de Andressa Collet.

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