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Sumario del 07/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa deseja aos refugiados Natal repleto de "carícias do Senhor"

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde de domingo (06/12), através de uma conexão televisiva, o Papa Francisco acendeu a árvore de Natal e abençou o presépio da cidade de Assis.

Este ano, o presépio foi montado dentro de um barco proveniente da Lampedusa, ilha ao sul da Itália, que transportou em 13 de março de 2014 transportou migrantes que embarcaram na Tunísia. O barco foi  concedido pela Guarda Costeira Italiana.

“Olhando aquele barco...., refletiu o Papa, Jesus está sempre conosco, inclusive nos momentos difíceis. Quantos irmãos e irmãs afogaram no mar! Estão com o Senhor, agora. Mas Ele veio para nos dar esperança, e devemos abraçar esta esperança. Ele veio para nos dizer que é mais forte do que a morte, que Ele é maior de toda malvadeza. Ele veio para nos dizer que é misericordioso; e neste Natal os convido a abrirem o coração à misericórdia, ao perdão. Mas não é fácil perdoar essas tragédias. Não é fácil.”

Francisco agradeceu aos membros da Guarda Costeira, por serem instrumentos de esperança, e aos cidadãos meridionais do país, afirmando que o Sul da Itália foi um exemplo de solidariedade para todo o mundo.

Dirigindo-se aos refugiados, o Papa repetiu as palavras do profeta: “’Levantem a cabeça.’ O Senhor está próximo. E com Ele a força, a salvação e a esperança”. E concluiu desejando um Natal “repleto de tantas carícias do Senhor”. 

(BF)

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Kasper: Jubileu da Misericórdia por uma Igreja de portas abertas

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Cidade do Vaticano (RV) - “É um grave escândalo que hoje a Igreja seja considerada por muitos como não misericordiosa”. Foi o que afirmou o Cardeal Walter Kasper, Presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, na véspera da abertura do Ano Santo da Misericórdia que tem início neste dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição. Em 2013, o purpurado publicara o livro “Misericórdia: o conceito fundamental do Evangelho - Chave da vida cristã’ que o Papa citou no seu primeiro Angelus. Sobre os motivos deste Jubileu, ouvimos o Cardeal Kasper: 

R. - Eu acho que o Papa Francisco tenha considerado a situação actual, e no mundo de hoje temos realmente necessidade da misericórdia, de um novo impulso, de um novo início: não podemos continuar como temos feito até agora, devemos perdoar uns aos outros e acima de tudo nós precisamos do perdão de Deus e da misericórdia de Deus. Todos nós somos pecadores, mas devemos recomeçar tudo de novo, e eu acho que a iniciativa do Papa de anunciar este Ano Santo da Misericórdia seja verdadeiramente um ato profético, que corresponde às necessidades do nosso tempo.

P. - Na Bula de convocação, o Papa afirma que a Igreja perdeu muita credibilidade porque não soube praticar a misericórdia ...

R. - Temos falado muitas vezes de um Deus que pune ou de um Deus que ameaça, de um Deus da vingança. Tudo isso está no Antigo Testamento, mas não existe em Jesus; e nós devemos partir de Jesus que é o rosto de Deus, o rosto de um Deus misericordioso, e por isso temos de falar de novo de um Deus que acolhe, de um Deus que escuta, de um Deus que vê a miséria do homem, que nos acompanha. E eu acho que este Deus possa ser uma atração nova para o homem hoje.

P. - Poderíamos dizer que sem misericórdia não há futuro?

R. - Sem misericórdia permanecemos sempre no círculo vicioso da vingança, das injustiças. Em vez disso, devemos dizer “chega”, começar de novo, juntos: temos um futuro só se estivermos unidos, nós não teremos um futuro se houver um contra o outro. Portanto, a misericórdia é também a força que nos leva em direção ao futuro e ao mesmo tempo é um dom de Deus, porque é preciso uma certa “nobreza” para aplicar a misericórdia: este é um dom de Deus, um dom para o futuro do mundo de hoje. (SP)

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Mensagem do Papa para 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

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Cidade do Vaticano (RV) - “Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja!”: com essas palavras, o Santo Padre inicia a mensagem para o 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, a ser celebrado em 17 de abril de 2016, no IV Domingo da Páscoa (Domingo do Bom Pastor). 

“A Igreja é a casa da misericórdia e também a «terra» onde a vocação germina, cresce e dá fruto”, diz o Papa Francisco na mensagem que tem como tema “A Igreja, mãe de vocações”.

A conversão e a vocação são como que duas faces da mesma medalha, interdependentes continuamente em toda a vida do discípulo missionário, observa o Pontífice, acrescentando que o chamado de Deus se dá através da mediação comunitária. Deus chama-nos a fazer parte da Igreja e, depois dum certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica.

O caminho vocacional é feito juntamente com os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá: é uma con-vocação. “O dinamismo eclesial da vocação é um antídoto contra a indiferença e o individualismo”, lê-se na mensagem.

Neste Dia dedicado à oração pelas vocações, diz o Papa, desejo exortar todos os fiéis a assumirem as suas responsabilidade no cuidado e discernimento vocacionais.

A vocação nasce na Igreja

“Desde o despertar duma vocação, é necessário um justo «sentido» de Igreja. Ninguém é chamado exclusivamente para uma determinada região, nem para um grupo ou movimento eclesial, mas para a Igreja e para o mundo”, afirma o Papa acrescentando ser a eclesialidade um sinal claro da autenticidade dum carisma, a sua capacidade de integrar-se harmonicamente na vida do povo santo de Deus para o bem de todos.

A vocação cresce na Igreja

Durante o processo de formação, os candidatos às diversas vocações precisam conhecer cada vez melhor a comunidade eclesial, superando a visão limitada que todos temos inicialmente.

Com tal finalidade, observa Francisco, é oportuno fazer alguma experiência apostólica juntamente com outros membros da comunidade, como, por exemplo, experimentar a evangelização nas periferias juntamente com uma comunidade religiosa; conhecer melhor a missão ad gentes em contato com os missionários; e, com os sacerdotes diocesanos, aprofundar a experiência da pastoral na paróquia e na diocese.

A vocação é sustentada pela Igreja

Papa o Santo Padre, “depois do compromisso definitivo, o caminho vocacional na Igreja não termina, mas continua na disponibilidade para o serviço, na perseverança e na formação permanente. Quem consagrou a própria vida ao Senhor, está pronto a servir a Igreja onde esta tiver necessidade”.

Após citar Paulo e Barnabé como exemplo dessa disponibilidade eclesial, Francisco acrescenta que “os missionários são acompanhados e sustentados pela comunidade cristã, que permanece uma referência vital, como a pátria visível onde encontram segurança aqueles que realizam a peregrinação para a vida eterna”.

Dentre os agentes pastorais, revestem-se de particular relevância os sacerdotes. Por meio do seu ministério, torna-se presente a palavra de Jesus que disse: «Eu sou a porta das ovelhas (...). Eu sou o bom pastor» (Jo 10, 7.11).

O cuidado pastoral das vocações é uma parte fundamental do seu ministério, observa. Os sacerdotes acompanham tanto aqueles que andam à procura da própria vocação, como os que já ofereceram a vida ao serviço de Deus e da comunidade.

O Papa conclui ressaltando a solicitude da Igreja mediante uma cuidadosa seleção dos candidatos ao ministério ordenado e à vida consagrada, exortando a pedirmos ao Senhor que conceda “a todas as pessoas que estão a realizar um caminho vocacional, uma profunda adesão à Igreja; e que o Espírito Santo reforce, nos Pastores e em todos os fiéis, a comunhão, o discernimento e a paternidade ou maternidade espiritual”.

(RL)

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Jubileu: Albergue da Caritas terá Porta Santa da Caridade

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Cidade do Vaticano (RV) –  Entre as tantas novidades deste Jubileu da Misericórdia, está a abertura da Porta Santa da Caridade no Albergue da Caritas na Via Marsala, centro de Roma. A porta foi projetada pelo artista Padre Marko Ivan Rupnik e será descerrada no dia 10 de dezembro pelo Cardeal Vigário Agostino Vallini, junto com a inauguração do Albergue Don Luigi Di Liegro e o Refeitório “São João Paulo II”. O Papa Francisco atravessará  a Porta na tarde do dia 18.

As duas estruturas de acolhida da Caritas diocesana reabrirão após os trabalhos de reforma iniciados em 2010. A cerimônia de inauguração contará com a presença, entre outros, do Secretário Geral da Conferência Episcopal Italiana, Dom Nunzio Galantino.

O Albergue “Don Luigi Di Liegro” foi aberto oficialmente em 2 de junho de 1987, numa iniciativa do então Diretor da Caritas, a quem agora é dedicado, em um imóvel colocado à disposição pela Ferrovia do Estado e desde o início funciona em parceria com a Prefeitura de Roma.  Pensado como local confortável e acolhedor para hospedar pessoa sem-teto por um breve período, conta com o apoio de profissionais de diversas áreas, agentes sociais e voluntários. “Desde 1987 – explica a Caritas de Roma – mais de 11 mil sem-teto encontraram abrigo temporário no Albergue, 188 a cada noite, que além da assistência imediata, uma cama, banho, refeição, roupa limpa, encontraram pessoas dispostas em ouvi-los, em responder a seu pedido de ajuda, em dar uma palavra de conforto e, quando possível, encontrar para eles  um local permanente”.

Ligado ao Albergue está o refeitório, que a cada noite serve mais de 500 refeições à pessoas em dificuldades e que são encaminhados pelos centros de acolhida paroquiais e pelos serviços municipais. Em 2010, foram iniciados importantes reformas  no local, com a ampliação de espaços para uma melhor acolhida, além de poder oferecer novos serviços de socialização e para o voluntariado. (JE)

 

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Fim das excomunhões abriu novo caminho nas relações entre ortodoxos e católicos

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Cidade do Vaticano (RV) – Há exatos cinquenta anos, na véspera da conclusão do Concílio Vaticano II, uma Declaração comum do Papa Paulo VI e do Patriarca Ecumênico Atenágoras – lida contemporaneamente – anulava as sentenças de excomunhão recíproca entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, emitidas em 1054 por ocasião do Grande Cisma. No Angelus de domingo, 6, o Papa Francisco recordou aquele “histórico gesto de reconciliação” - que deu início a um novo diálogo entre ortodoxos e católicos -, rezou pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e pediu ao Senhor que as relações entre as duas Igrejas “sejam sempre inspiradas no amor fraterno”. Em função da recorrência da data, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla enviou ao Papa Francisco um presente, que lhe foi entregue na manhã desta segunda-feira, 7, pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch. Trata-se de uma representação do abraço entre o Pontífice e o Patriarca no Fanar, em Istambul, em 30 de novembro de 2014, durante a visita do Pontífice à Turquia. Sobre este importante acontecimento de cinquenta anos atrás, a Rádio Vaticano conversou com o Metropolita da Arquidiocese Ortodoxa da Itália e Malta, Sua Eminência Zervos Gennadios:

“Na minha opinião é um grande e importante passo em frente, pois sem abolição das excomunhões não poderíamos ter a reconciliação, a paz. A revogação das excomunhões – anatemi, em grego – abriu caminho para o diálogo teológico. Este é o passo mais importante. Acredito que com as excomunhões não poderíamos ter avançado como é hoje: as duas Igrejas são irmãs, somos irmãos e caminhamos para uma vida juntos”.

RV: Paulo VI e o Patriarca Atenágoras iniciaram um longo caminho de reaproximação. Podemos dizer que os Patriarcas sucessivos Dimitrius I e agora Bartolomeu, são protagonistas convictos desta vontade de caminhar rumo à unidade?

“Sem dúvida. O Papa é uma personalidade extraordinária do mundo cristão, o próprio Patriarca Bartolomeu também. São dois irmãos, declararam tantas vezes que o respeito entre eles é fraterno, profundo, sincero. São grandes promotores da unidade entre os cristãos. Sentiram no coração a grande responsabilidade: devem realizar a vontade de Deus que todos sejam um. Será um acontecimento realmente histórico e uma grande alegria para toda a cristandade, mas também para todo o mundo, porque assim o mundo acreditará em Jesus Cristo, nosso Salvador”.

RV: O que pensam os fieis da Igreja de Constantinopla, também os fieis dos quais o senhor se ocupa, aqui na Itália, a propósito do caminho em direção à unidade?

”Os fieis do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla – são milhares na Itália – acreditam muito neste divino ideal de que todos sejam um, porque nós trabalhamos aqui, colaboramos com os nossos irmãos católicos, sacerdotes, bispos, arcebispos. Podemos dizer que o nosso progresso espiritual e cultural, devemos também à nossa Igreja irmã Católica, porque nos oferece esta colaboração fraterna. Esta é a linha que oferecemos nas nossas pregações, nas nossas confissões durante os nossos encontros e sempre rezamos por isto. A oração é um grande remédio não somente para a unidade, mas também para a paz e para a solidariedade, para a justiça. E é importante poder iluminar as pessoas que hoje não amam o outro. Nós devemos amar o outro; devemos amar a todos, porque a nossa Igreja – a Igreja de Cristo – é Igreja de amor. Deus é amor”.

Também o Subsecretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Andrea Palmieri, falou da importância da revogação das excomunhões recíprocas entre católicos e ortodoxos ocorrida há 50 anos:

“Este passo permitiu o início de um diálogo da caridade no respeito e na compreensão recíproca. Portanto, lançou as bases para podermos continuar juntos um caminho que conduz depois, pouco a pouco, ao diálogo também da verdade e as boas relações que ainda agora cultivamos com a Igreja Ortodoxa”.

RV: Uma nova relação, portanto, iniciada com um comportamento de humildade, o pedido de perdão. E o aniversário cai justamente na véspera do Ano Santo da Misericórdia:

“O Papa sublinhou precisamente que se trata de uma circunstância “providencial”. Não existe um verdadeiro caminho  rumo à unidade sem o perdão recíproco. Pedir antes de tudo perdão a Deus pelo pecado da divisão e depois perdoar-nos uns aos outros, por todos aqueles gestos e aquelas ações que ofenderam uns aos outros”.

RV: Paulo VI e Atenágora sabiam que a Declaração comum não levaria imediatamente à plena comunhão, mas seria o início de um caminho a ser percorrido juntos. Foi isto mesmo que aconteceu?

“Sim, a Declaração lançou as bases para um caminho que continua. Com aquele gesto caíram todas as dificuldades que impediam de superar com o diálogo, a oração, a conversão pessoal, os obstáculos rumo à plena comunhão. Ficou menos relevante, portanto, a recordação da inimizade, da rivalidade. Agora existe espaço para relações inspiradas no amor e isto permite realizar progressos substanciais”.

RV: Segundo a sua experiência, este espaço existe somente nas lideranças ou também nas bases? Os cristãos – católicos e ortodoxos – estão prontos e veem com favor este caminho rumo à unidade?

“Existem tantos sinais que mostram como são acolhidos com alegria todos os passos realizados. Naturalmente, existe muito ainda a ser feito para que os frutos do diálogo sejam recebidos a nível das comunidades locais: dos simples cristãos, mas também no ensinamento da teologia, nas práticas pastorais das diversas Igrejas. Existe tanto trabalho a ser feito, porém, mesmo se por vezes se tem a sensação que se avança lentamente, seguimos na direção correta”.

RV: Posso pedir ao senhor para citar alguns passos dados com sucesso nos últimos 50 anos?

“Me vem em mente a instituição por parte do Papa Francisco de um Dia de Oração pelo Cuidado da Criação. Neste caso foi dado um passo quando o Papa disse ter-se inspirado justamente naquele Dia que o Patriarca Bartolomeu realiza já há diversos anos no Patriarcado Ecumênico. Neste sentido, caminhamos em defesa da Criação, um tema muito importante e atual. Outros resultados são aqueles do diálogo teológico: basta recordar-se do Documento de Ravenna em 2007, onde pela primeira vez católicos e ortodoxos juntos, reconhecem a necessidade de um Primado a nível também da Igreja universal. Claramente é ainda necessário descrever de que modo este primado deve ser aceito, para que seja aceito pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa”.

RV: Ao ouvir as palavras do Papa pronunciadas no Angelus de domingo, o que lhe passou pela cabeça, justamente o senhor que trabalha na área do diálogo ente os cristãos?

“Fiquei muito feliz em ver como o Papa acompanha com atenção este diálogo e como realmente apoie os progressos que continuamente são feitos; e apoia não somente com a sua oração, mas também com sinais importantes. Pensemos ao tema da sinodalidade, tão caro ao Papa Francisco, que acaba tendo também forte relevância ecumênica nas relações com a Igreja Ortodoxa”. (JE)

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A garantia de um processo sério. Nota do Padre Lombardi

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Cidade do Vaticano (RV) – O caso Vatileaks2 fez surgir debates em mérito ao processo em andamento e sobre o sistema judiciário do Vaticano. A este respeito, publicamos uma nota do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi:

“Nas últimas semanas, desde que teve início o processo pela divulgação de documentos reservados, comumente referido como "Vatileaks 2", foram escritas e ditas muitas observações e avaliações sobre o sistema judiciário do Estado da Cidade do Vaticano, e em particular, sobre o Tribunal em que este processo é incardinado e os procedimentos por este seguidos. Como muitos desses comentários são inadequados - ou às vezes completamente injustificados - é necessário oferecer algumas considerações para amadurecer uma visão mais clara e uma avaliação mais correta deste aspecto fundamental do ocorrido.

Em primeiro lugar, embora deva naturalmente ser óbvio, é preciso recordar que no Estado da Cidade do Vaticano está em vigor um sistema judiciário próprio, completamente autônomo e separado do italiano, dotado de seus próprios órgãos judiciários para os diversos graus de juízo e da necessária legislação em matéria penal e de procedimento penal.

Nele existem todas as garantias processuais características dos mais avançados sistemas jurídicos contemporâneos. De fato, estão previstos e plenamente implementados todos os princípios fundamentais, tais como a pré-constituição por lei do juiz natural, a presunção da inocência, a necessidade de uma defesa técnica  (através de advogados de confiança ou de escritório), a liberdade do colégio que julga de formar-se de uma convicção baseada nas provas, em uma audiência pública e no debate entre a acusação e a defesa, até a emissão de uma sentença que deve ser motivada e que pode ser impugnada quer com o apelo quer após com o recurso pela cassação.

Mais recentemente, finalmente, também foi introduzido explicitamente na legislação do Vaticano o direito ao justo processo e dentro de um prazo razoável (Art. 35 da Lei nº IX, 11 de julho de 2013).

As pessoas encarregadas na função judicial, quer os investigadores como os juízes em seguida, são selecionados por cooptação, não podendo ser recrutados através de um concurso público entre os cidadãos do Estado, como normalmente ocorre em outros estados. Eles são, portanto, selecionados entre profissionais de altíssimo nível, com uma vasta experiência consolidada e reputação reconhecidos (como o currículo de cada um deles, facilmente encontrado na Internet, atesta). São, de fato, todos professores universitários nas universidades italianas.

Quanto aos advogados houve reclamações sobre uma hipotética violação do direito de defesa dos imputados, aos quais não teria sido permitidos serem assistidos por advogados de sua escolha. A este propósito é necessário evitar um equívoco de fundo: as regras vigentes na legislação vaticana, aplicadas pelas autoridades judiciárias, estão perfeitamente em linha com aquelas da maior parte das leis processuais do mundo, onde a admissão ao patrocínio nos tribunais exige uma qualificação específica para o exercício da profissão, entregue na presença de requisitos e títulos estabelecidos por cada legislação. Não deve surpreender, portanto, que um advogado habilitado na Itália não possa por isto somente patrocinar no Estado da Cidade do Vaticano, bem como não poderia patrocinar nem mesmo na Alemanha, na França, etc. Os argumentos em sentido contrário, no entanto, implicariam que um imputado estrangeiro poderia também reivindicar ser assistido na Itália por um advogado também estrangeiro, simplesmente porque da própria confiança, o que, porém, não é permitido. Tais condições não constituem portanto um limite do ordenamento Vaticano, mas  uma ulterior confirmação da sua autonomia e integralidade.

Todos os Advogados estão inscritos em um Registro, facilmente consultável, de profissionais admitidos a patrocinar diante do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, no qual são selecionados os advogados de escritório ou escolhidos pelos advogados de confiança.

Trata-se de advogados qualificados não somente junto aos tribunais da Igreja e da santa Sé, mas também junto aos tribunais italianos, sendo todos inscritos nos respectivos Conselhos da Ordem dos advogados italianos. Não somente, eles também possuem um segundo diploma em Direito Canônico e de um ulterior diploma de especialização trienal obtido junto ao Tribunal da Rota. Trata-se, portanto, de profissionais que, além de ter habilitação exigida para o exercício na Itália, possuem também ulteriores conhecimentos que os tornam aptos ao exercício em um ordenamento no qual é necessário conhecer o Direito Canônico.

Existem, portanto, todas as premissas para se ter plena confiança na seriedade e na competência de quem deve garantir o correto desenvolvimento de um processo que, por diversas razões, atrai a atenção de muitos”. (JE)

 

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Ícone mariano greco-católico na abertura da Porta Santa no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Um antigo ícone de Nossa Senhora Porta da Misericórdia, do Santuário greco-católico da Transfiguração do Senhor, de Jaroslaw, sudeste da Polônia, acompanhará o rito de abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. A imagem foi designada como ícone do Ano Santo da Igreja greco-católica ucraniana.

Segundo o Embaixador da Polônia junto à Santa Sé, Piotr Nowina, ao tomar conhecimento da imagem sacra na última sexta-feira, 4, através do Pregador da Casa Pontifície, Frei Raniero Cantalamessa, o Papa Francisco expressou o desejo de tê-la presente na cerimônia de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.

Havia, no entanto, o temor de que a imagem não chegasse a tempo para a cerimônia. Com a intervenção do embaixador polonês junto às autoridades polonesas e da Igreja Greco-católica, foi possível adiantar todos os trâmites legais necessários. Assim, no domingo, 6, a imagem saiu da Polônia, devendo estar presente na celebração da terça-feira.

A imagem venerada pelos católicos de rito bizantino foi pintada em 1640. Em 1779 foi reconhecida como “milagrosa” pelo Papa Pio VI e em 1996 o enviado papal, Achille Silvestrini, colocou nela uma coroa enviada por João Paulo II. Uma réplica do ícone é venerado pelos ucranianos também em Buenos Aires, Argentina. (JE)

 

 

 

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Igreja no Mundo



Delegação eclesial sul-coreana visita Coreia do Norte

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Pyongyang (RV) – Concluiu-se na sexta-feira, 4 de dezembro, a visita realizada à Coreia do Norte de uma delegação da Igreja na Coreia do Sul. Os 17 participantes, tanto na ida quanto na volta, fizeram escala na China.

A delegação, que incluia 4 bispos que guiam dioceses coreanas, foi oficialmente convidada pela Associação Católica da Coreia, organismo que responde ao regime norte-coreano. Antes da partida, Dom Kim Hee-joong, Arcebispo de Gwangju, manifestou aos meios de comunicação coreanos o desejo “de que no futuro sempre mais sacerdotes sul-coreanos possam ir à Coreia do Norte celebrar a missa”.

Durante a visita, os bispos e sacerdotes da delegação procuraram obter notícias sobre a consistência real das comunidades católicas que estariam ainda presentes na Coreia do Norte, depois de décadas passadas sem sacerdotes para celebrar a missa e confessar. 

Falou-se também sobre a reconstrução de uma Igreja em Pyeongyang. Os membros da delegação também tiveram um encontro de diálogo com Kim Yong Dae, vice-presidente da Suprema Assembleia do Povo da Coreia do Norte, sobre como melhorar as relações entre as duas Coreias. 

No passado, outros bispos sul-coreanos visitaram a Coreia do Norte, mas desde os tempos da divisão, esta é a primeira vez que uma delegação eclesial sul-coreana tão numerosa e de alto nível visita o norte da península. A viagem oficial além-fronteiras da delegação sul-coreana um significado ainda mais importante à luz do papel cada vez mais intenso que a Igreja sul-coreana quer desempenhar no campo da reconciliação nacional e da possível reunificação das duas Coreias.

“Ocorre reforçar esta plataforma de reconciliação intensificando intercâmbios e colaborações. As gerações que sofreram com separações e a guerra civil devem ter curadas suas feridas abertas; entre os jovens, existe o crescente risco de uma indiferença diante do desejo de reunir o povo coreano”, explica à Agência Fides padre Timothy Lee Eun-hyung, secretário do Comitê dos bispos pela reconciliação do povo coreano e capelão da “igreja do arrependimento e da redenção”, inaugurada em 2013 a poucos km do confim, aonde todas as semanas se realizam orações e liturgias para invocar o dom da reunificação.

“É preciso colocar de lado comportamentos agressivos e caminhar no percurso da inclusão, do perdão e da reconciliação, como nos indicou o Papa Francisco, quando esteve na Coreia”, acrescenta padre Timothy. (BF)

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Formação



Ser Igreja acolhedora, servidora, defensora e promotora da vida

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “O Brasil na Missão Continental” de hoje traz as considerações do bispo de Roraima – com quem temos contado nestes dias –, Dom Roque Paloschi, a cerca de um dos desafios propostos por este projeto de animação missionária oriundo da Conferência de Aparecida: passar de uma pastoral de conservação a uma pastoral eminentemente missionária. 

Nomeado em 14 de outubro passado Arcebispo de Porto Velho (Rondônia), cuja posse está marcada para o próximo dia 13 do corrente, Dom Roque reconhece que não é fácil ser essa Igreja em saída, “é preciso conversão diária”, afirma.

Ele nos diz que não é uma equação simples, porque, no fundo, preferimos “deixar as coisas como estão, quanto menos complicação, melhor”, e que é preciso sempre confiar na ação do Espírito Santo.

Dom Roque nos diz que precisamos dar passos, passos significativos: “Não tenho dúvidas – afirma – de que a ação da Igreja precisa sempre mais ser voltada para aquilo que é o essencial dela: ser uma Igreja acolhedora, servidora, defensora e promotora da vida”. Vamos ouvir. (RL)

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Cracóvia: 2º Encontro internacional em preparação à JMJ

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Cidade do Vaticano (RV) – O responsável pelo setor Juventude do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), Padre João Chagas, conversou com a Rádio Vaticano depois do seu retorno de Cracóvia, onde participou do 2º Encontro internacional em preparação para a Jornada Mundial da Juventude do ano que vem. Foram cerca de 200 delegados vindos de 100 países que representam mais de 40 movimentos. (SP) 

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