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Sumario del 11/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Pregações de Advento: não se resignar à mediocridade

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana participaram nesta sexta-feira (11/12), da segunda pregação de Advento, realizada pelo Fr. Raniero Cantalamessa.

A segunda meditação foi inspirada no V capítulo da Constituição Dogmática Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, “A vocação de todos à santidade na Igreja”.

O pregador da Casa Pontifícia agradeceu ao Santo Padre pela convocação deste Ano Jubilar, acrescentando que o elo entre o tema da misericórdia e o Concílio Vaticano II não é absolutamente arbitrário ou secundário.

Já no discurso de abertura do Concílio, em outubro de 1962, S. João XXIII indicou na misericórdia a novidade e o estilo do Vaticano II.

Citando Santo Agostinho, Fr. Cantalamessa ressaltou a necessidade de se despertar novamente nos cristãos um desejo de santidade (Tota vita christiani boni, sanctum desiderium est – Toda a vida do bom cristão consiste num santo desejo [isto é, num desejo de santidade]).

O frade capuchinho encerrou sua meditação com uma pergunta ao Papa e a seus colaboradores: “Eu tenho fome e sede de santidade, ou estou me resignando à mediocridade?”.

Após a pregação de Advento, o Papa Francisco se reuniu com os membros do C9, o Conselho dos nove cardeais encarregados da reforma da Cúria Romana.

(BF)

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Francisco celebrará Guadalupe na Basílica Vaticana

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste sábado, 12 de dezembro, Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, o Papa Francisco presidirá às 18 horas (hora local) uma celebração na Basílica de São Pedro. Existe a expectativa de que seja anunciada oficialmente a data da viagem ao México em 2016. A Rádio Vaticano transmitirá a celebração, com comentários em português, a partir das 14h50, horário de Brasília.

Segundo a Pontifícia Comissão para a América Latina, durante a celebração o Santo Padre deverá confiar à Virgem de Guadalupe a realização do Ano Santo no continente americano. Durante a homilia, espera-se que Francisco dedique algumas palavras ao México, em especial, e fale sobre sua viagem ao país centro-americano em 2016.

América Latina

A exemplo do que ocorreu na missa celebrada em 12 de outubro de 2014, a comunidade latino-americana de Roma deverá marcar presença na cerimônia, ao lado de sacerdotes e de membros do Corpo Diplomático. Esta é a primeira grande cerimônia presidida pelo Santo Padre após a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro na última terça-feira, 8.

Em 2014, a Missa em honra a Nossa Senhora de Guadalupe na Basílica de São Pedro foi concelebrada, entre outros, pelo Cardeal brasileiro, Dom Raimundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e na época, Presidente da CNBB. A celebração foi enriquecida com cantos da Missa Crioula, composta por Ariel Ramirez e dirigida por seu filho, além de instrumentos típicos do folclore latino-americano.

Papa Francisco

No dia 13 de dezembro, por sua vez, o Papa Francisco completará 46 anos de sacerdócio junto à Companhia de Jesus. De fato, ele recebeu a ordenação sacerdotal na Argentina em 1969. E no próximo dia 17, recordamos, o Papa Bergoglio também completa 79 anos de idade. (JE/MT)

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Papa abrirá Porta Santa da Basílica de São João de Latrão

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Cidade do Vaticano (RV) – No próximo domingo, 13, o Papa Francisco abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão. No mesmo dia, cada Bispo abrirá a Porta Santa da própria Catedral em todo o mundo. O início da celebração está previsto para as 9h30, hora local, e terá a transmissão da Rádio Vaticano com comentários em português, a partir das 6h20, horário de Brasília.

Após atravessar a Porta Santa da Basílica, o Pontífice será seguido por uma delegação formada pelo Cardeal Vigário Agostino Vallini, pelo Vice-Gerente Filippo Iannone, pelos bispos auxiliares (incluindo alguns eméritos), pelo Capítulo lateranense e pelos Padres penitencieiros. A seguir, passarão seis sacerdotes da Diocese de Roma, um Diácono e quinze leigos.

Porta Santa

A atual Porta Santa da Basílica de São João de Latrão foi realizada pelo escultor Floriano Bodini. A obra de bronze tem uma altura de 3,60 metros e uma largura de 1,90 metros. Foram necessários dois anos e meio de trabalhos, desde os primeiros esboços em 1998, passando pela execução em bronze em novembro de 1999, o modelo em gesso de junho a setembro do ano 2000, até chegar à fusão em bronze, de setembro a dezembro do ano 2000.

O fechamento da Porta Santa, na conclusão do Jubileu do Ano 2000, foi realizado em 5 de janeiro de 2001 pelo então Cardeal Vigário Camillo Ruini, durante a celebração das primeiras Vésperas da Epifania. (JE)

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Cardeal Angelo Sodano preside às exéquias do Cardeal Furno

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Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, preside, na tarde desta sexta-feira, na Basílica Vaticana, às exéquias do Cardeal Carlo Furno, que faleceu na última quarta-feira (09/12), em Roma, com a idade de 94 anos.

Ao término da celebração Eucarística, da qual tomam parte numerosos Cardeais, Bispos e Arcebispo, o Santo Padre preside ao rito de encomendação.

O Cardeal Carlo Furno foi Núncio Apostólico no Brasil por dez anos, de 1982 a 1992. (MT)

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Conta do Papa no Twitter completa 3 anos

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Cidade do Vaticano (RV) – A conta oficial do Pontífice no Twitter completa 3 anos. Em 12 de dezembro de 2012, o Papa emérito publicava a primeira mensagem para concretizar a auspiciada ação de evangelização nas redes sociais. 

“Caros amigos, é com alegria que me uno a vocês por meio do Twitter. Obrigado pela generosa resposta. Abençoo a todos de coração”, escrevera Bento XVI.

O exórdio na famosa plataforma teve repercussão global: em poucos meses o número de seguidores nas nove contas oficiais chegou a 3 milhões. Um grande sucesso, afirmara Dom Carlo Maria Celli ao comparar a estreia na rede social com a primeira mensagem do Papa Pio XI na Rádio Vaticano, em 1931.

Pioneirismo

Todavia, o primeiro tuíte em absoluto lançado por um Pontífice (em inglês e italiano), foi publicado em 28 de junho de 2011 para inaugurar o portal news.va. Por meio da conta @news_va_it, Bento XVI escrevera: “Caros amigos: acabo de inaugurar o news.va. Deus seja louvado! Com as minhas orações e a minha benção, Benedictus XVI”.

O Papa Francisco herdou a conta “@Pontifex” após a eleição e lançou sua primeira mensagem em 17 de março de 2013: “Caros amigos, agradeço todos de coração e peço que continuem a rezar por mim. Papa Francisco”.

@Pontifex_pt

De fato, durante o Pontificado, Francisco tem utilizado a conta no Twitter com frequência para se comunicar de maneira instantânea com seus milhões de seguidores. Somente em língua portuguesa, a conta do Papa tem mais de 1,7 milhão de seguidores.

Em sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais do ano passado, Francisco afirmou: “Particularmente, a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus”.

A Rádio Vaticano é a maior geradora de conteúdos para a conta oficial do Vaticano no Twitter: siga-nos. (RB)

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Papa adia Visita Pastoral a Milão e às Igrejas na Itália em 2016

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Milão (RV) – O Cardeal-arcebispo de Milão, Dom Angelo Scola, convidou os fiéis a “acolherem a decisão do Papa de não poder visitar a cidade, em 7 de maio de 2016, por causa dos seus numerosos compromissos do ano Jubilar”. O cancelamento das visitas pastorais de Francisco a Milão e às dioceses da Itália em 2016 foi confirmada pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, nesta sexta-feira (11/12).

Mesmo sem a visita pastoral de Francisco, o Cardeal Scola exortou seus diocesanos a “se esforçarem em viver bem o Jubileu da Misericórdia”. Dom Scola havia anunciado a visita pastoral de Francisco no último dia 26/10.

(MT)

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Pacto de Católicos e islâmicos contra o terrorismo

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Cidade do Vaticano (RV) – As comunidades islâmicas presentes nas várias regiões da Itália e os amigos e simpatizantes do Movimento dos Focolares vão se unir, na Praça São Pedro, no próximo domingo (13/12), durante a oração do Angelus, para um pacto contra o terrorismo.

A um mês dos atentados terroristas em Paris, os organizadores da iniciativa afirmam que “a violência terrorista e a bélica parecem não cessar. Todos os dias, centenas de pessoas inocentes perdem a vida. Aqueles que trabalham pela convivência pacífica e o crescimento solidário das nossas sociedades advertem o dever de assumir responsabilidades específicas pela paz”!

Desta forma, membros do Movimento dos Focolares e as Comunidades islâmicas pretendem levar ao conhecimento de todos as reflexões, a história e os percursos comuns, frutos das relações interpessoais, da solidariedade entre as famílias, do respeito e estima recíprocos em todos os lugares do mundo. (MT)

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Reescrito do Papa sobre cumprimento nova lei do processo matrimonial

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Cidade do Vaticano (RV) - Na tarde de 7 de dezembro, o Santo Padre assinou o seguinte Reescrito ex audientia sobre o cumprimento e a observância da nova lei do processo matrimonial:

A entrada em vigor – em feliz coincidência com a abertura do Jubileu da Misericórdia – das Cartas apostólicas em forma de Motu proprio “Mitis Iudex Dominus Iesus” e “Mitis et Misericors Iesus” de 15 de agosto de 2015, feitas para aplicar a justiça e a misericórdia sobre a verdade do vínculo daqueles que experimentaram o falimento matrimonial, coloca, entre outros, a exigência de harmonizar o renovado procedimento nos processos matrimoniais com as Normas próprias da Rota Romana, à espera de sua reforma.

O Sínodo dos Bispos recentemente concluído expressou uma premente exortação à Igreja a fim de que se curve em auxílio de “seus filhos mais frágeis, marcados pelo amor ferido e dissipado” (Relatio finalis, n. 55), aos quais é necessário dar renovada confiança e esperança.

As leis que a partir de então entram em vigor querem propriamente manifestar a proximidade da Igreja às famílias feridas, almejando que a multidão daqueles que vivem o drama do falimento conjugal seja alcançada pela obra restauradora de Cristo, mediante as estruturas eclesiásticas, fazendo votos de que esses se descubram novos missionários da misericórdia de Deus para com outros irmãos, em benefício do instituto familiar.

Reconhecendo à Rota Romana, além do munus que lhe é próprio de Apelo ordinário da Santa Sé, também o de tutela da unidade da jurisprudência (art. 126 § 1 Pastor Bonus) e de subsídio para a formação permanente dos agentes pastorais nos Tribunais das Igrejas locais, estabeleço quanto segue:

I. As leis de reforma do processo matrimonial supracitadas ab-rogam ou derrogam toda lei ou norma contrária até então vigente, geral, particular ou especial, eventualmente mesmo aprovada de forma específica (como por exemplo: o Motu Proprio Qua cura, dado por meu antecessor Pio XI em tempos bem diferentes do presente).

II. 1) Nas causas de nulidade de matrimônio ante a Rota Romana a dúvida seja fixada segundo a fórmula antiga: An constet de matrimonii nullitate, in casu.

2) Não se dá apelo contra as decisões da Rota em matéria de nulidade de sentenças ou de decretos.

3) Ante da Rota Romana não é admitido o recurso pela N.C.P. (Nova Causae Propositio), depois que uma das partes contraiu um novo matrimônio canônico, a não ser que conste manifestamente a injustiça da decisão.

4) O Decano da Rota Romana tem a potestade de dispensar por grave causa Normas Rotais em matéria processual.

5) Como solicitado pelos Patriarcas das Igrejas Orientais, é atribuída aos tribunais territoriais a competência sobre as causas iurium relacionadas com as causas matrimoniais submetidas ao juízo da Rota Romana em grau de apelo.

6) A Rota Romana julgue as causas segundo a gratuidade evangélica, ou seja, com o patrocínio ex officio, salvo a obrigação moral para os fiéis abastados de ofertar uma oblação de justiça em favor das causas dos pobres.

Possam os fiéis, sobretudo os feridos e infelizes, olhar para a nova Jerusalém que é a Igreja como “Paz da justiça e glória da piedade” (Baruc 5,4) e lhes seja concedido, reencontrando os braços abertos do Corpo de Cristo, entoar o Salmo dos exilados (126, 1-2): “Quando o Senhor fez voltar os exilados de Sião, ficamos como quem sonha: a boca se nos encheu de riso, e a língua de canções”.

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Igreja na América Latina



O último adeus a Dom Terrazas Sandoval

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Santa Cruz de la Sierra (RV) – O Cardeal Julio Terrazas Sandoval, falecido na última quarta-feira, 9, será enterrado na Cripta da Catedral de Santa Cruz às 17 horas desta sexta-feira, 11. O Arcebispo da Arquidiocese de Santa Cruz, era o único Cardeal boliviano.

O último adeus

Bispos e sacerdotes de todo o país dirigiram-se à Santa Cruz para dar o último adeus a Dom Sandoval, cujo corpo está sendo velado na Catedral. O primeiro Cardeal boliviano faleceu aos 79 anos em sua casa no Bairro Petrolero, norte de Santa Cruz, às 19h15min do dia 9. Ele lutava há vários meses contra um quadro de insuficiência renal e uma infecção respiratória, além de um problema cardíaco que se arrastava por mais de dez anos. Quando de sua visita à Bolívia em julho deste ano, o Papa Francisco visitou o Cardeal, que estava impossibilitado de acompanhá-lo na viagem pelo país.

Justiça, solidariedade e fraternidade

O Arcebispo de La Paz, Dom Edmundo Abastoflor, pediu à população para rezar pela alma do Cardeal, para “que nos ajude a viver com justiça, fraternidade e solidariedade”. “Esperamos que o Cardeal esteja gozando da glória celeste no Reino de Deus e que de lá nos ajude, a todos os bolivianos, tal como ele queria, que vivamos em justiça, em fraternidade e em solidariedade com os outros”, declarou o prelado aos jornalistas.

Dom Abastoflor afirmou que a morte do Cardeal é uma perda irreparável, levando em consideração que era o máximo representante da Igreja Católica na Bolívia e porta-voz dos Bispos. O prelado recordou sua longa convalescência nos últimos anos, afirmando que sua forte “foi uma decisão de Deus”.

Sepultamento na Cripta da Catedral

O porta-voz da Igreja boliviana, Edwin Bazán, informou que o religioso será sepultado na Cripta da Basílica menor de San Lorenzo, localizada na Catedral Metropolitana da cidade de Santa Cruz, após uma celebração eucarística. (JE)

 

 

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Igreja no Mundo



Países em guerra abrem Portas Santas do Jubileu da Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – “O Ano Santo da Misericórdia chega antes nesta terra. Uma terra que sofre há muitos anos com a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas nesta terra sofredora, também estão todos os países que estão vivendo a cruz da guerra.

Todos pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor. Para Bangui, para toda a República Centro-Africana, para o mundo inteiro, para os países que sofrem com a guerra, pedimos a paz!”.

Estas palavras do Papa na abertura da Porta Santa em Bangui, na República Centro-Africana, durante sua recente viagem apostólica à África, chamaram a atenção da opinião pública mundial sobre os países que vivem a guerra, como a Síria, a Líbia, o Iraque, o Iêmen, e sobre outros onde as feridas da guerra estão ainda abertas, como Tunísia, Gaza, Sarajevo, Ucrânia e Crimeia.

Também nestes países, serão abertas as Portas Santas da Misericórdia. Gestos e ações que atestam a presença e a vida de tantas pequenas comunidades cristãs, com frequência perseguidas, em lugares onde a paz e a convivência são apenas uma miragem, como descreve a agência Sir.

Síria

Na tão maltratada Síria, em 13 de dezembro, em concomitância com a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, em Roma, serão abertas três Portas Santas, a começar pela cidade mártir de Aleppo, há três anos no centro dos bombardeios e batalhas entre o exército do presidente Assad, os rebeldes e os jihadistas do auto-proclamado Estado Islâmico.

A Porta Santa de Aleppo está na paróquia de São Francisco, no bairro de Aziziyeh, atingida por uma granada no final de outubro. Outras duas portas serão abertas no país: uma em Damasco e outra em Latakia.

Iraque

A comunidade católica iraquiana viverá como deslocada interna o Jubileu da Misericórdia. Conquistada a cidade de Mosul, onde os terroristas do Daesh cancelaram a milenária presença dos cristãos, a minoria cristã conta hoje com menos de meio milhão de fiéis em comparação com os 1,5 milhão presentes antes da invasão dos EUA, em 2003.

Muitos dos cristãos que não escaparam estão concentrados nos entornos de Irbil, capital do Curdistão iraquiano, região mais segura, principalmente no bairro cristão de Ankawa.

É lá que, em 13 de dezembro, o arcebispo caldeu Dom Bashar Warda abrirá a Porta Santa na Catedral de São José. Trabalha-se ainda para abrir uma “barraca santa” nos acampamentos dos desabrigados e deslocados. Uma pequena Porta Santa será aberta também no vilarejo de Enishke, nas montanhas entre Zakho e Dohuk, no extremo norte do Curdistão iraquiano.

Em Bagdá, a Porta Santa será aberta em 19 de dezembro pelo patriarca Dom Mar Sako, na primeira catedral do Iraque dedicada a Nossa Senhora das Dores.

Líbia

A Porta Santa neste país do norte da África, dividido por conflitos sanguinosos, será aberta em 11 de dezembro na catedral de São Francisco, em Trípoli, pelo vigário coadjutor, padre George Bugeja. No início da noite é prevista uma celebração ecumênica com os representantes das diversas denominações cristãs para rezar pela paz e pela reconciliação.

A situação de violência e tensão na Líbia obrigou muitos trabalhadores estrangeiros, como os filipinos, que compõem a comunidade cristã local, a abandonar o país. Em Benghazi, segunda cidade do país, devido à delicada situação, não haverá celebração.

Ucrânia e Crimeia

Nos territórios ainda não pacificados de Donbass, onde o conflito provocou a morte de mais de 1 mil civis e o deslocamento de mais de 700 mil pessoas, a Porta Santa do Jubileu será aberta na Catedral de Kharkiv e na co-catedral de Zaporizhya, em 13 de dezembro. Não haverão Portas Santas nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk.

Em 13 de dezembro, na Crimeia, região ucraniana anexada à Rússia após um contestado referendo em 2014, será aberta a Porta Santa na catedral de Odessa, na co-catedral de Simferopoli e nas igrejas de  Bilgorod-Dniestrovski, Balta, Kirovograd, Nikolaiv, Kherson.

Tunísia

A Porta Santa será aberta em Túnis em 13 de dezembro, capital que continua em alerta após os recentes atentados. Trata-se daquela da catedral de São Vicente de Paoli, mas não a porta principal, e sim uma secundária nos fundos do prédio – para evitar que a celebração possa ser vista como uma forma de proselitismo, explica o arcebispo Dom Ilario Antoniazzi.

Palestina

Em Gaza, a Porta Santa será aberta no dia 20 de dezembro na pequena paróquia da Sagrada Família pelo patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal. O padre brasileiro Mário da Silva guiará os cerca de 200 fiéis na travessia da Porta Santa.

Bósnia-Herzegóvina

Em Sarajevo, que ainda traz sinais visíveis da guerra dos anos 90, será o cardeal Vinko Puljić a abrir, em 13 de dezembro, a Porta Santa na Catedral do Sagrado Coração, a poucos metros do bairro muçulmano, da catedral ortodoxa e da sinagoga. (LZ/RB)

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Cristãos perseguidos precisam de nossa solidariedade, diz Dom Gallagher

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Roma (RV) – “A situação dos cristãos hoje é terrível, como a de outras populações no Oriente Médio. Os cristãos participam em modo particular do sofrimento destes povos sujeitos a conflitos, bombardeios e perseguições. Uma situação que exige a nossa solidariedade e oração como cristãos e uma ação por parte da comunidade internacional e política para tentar remediar”. Foi o que afirmou o Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, ao pronunciar-se na quinta-feira, 10, na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma, na sessão inaugural do Simpósio “A resposta cristã à perseguição”, promovido pelo “Sob a espada de César”, projeto que investiga as violações da liberdade religiosa.

“Como podemos ver, muitos conflitos são complexos e interligados e é necessário trabalhar por soluções políticas na Síria, no Oriente Médio e ajudar países como Líbano e Jordânia, que têm um número enorme de refugiados”. “Os cristãos – recordou Dom Gallagher – são vítimas de 80% dos atos de descriminação no mundo, muitos dos quais não são informados”. Por consequência, existe um “sentimento de abandono das comunidades cristãs no Oriente Médio, especialmente agora com o Califado, uma triste realidade que ameaça a sobrevivência dos cristãos da região”.

O Secretário para as Relações com os Estados recordou “as restrições à liberdade religiosa, que tem o primado entre os direitos humanos, pois é a mais antiga”. Para ajudar as comunidades cristãs perseguidas a superar o sentimento de abandono, Dom Gallagher indicou o caminho da formação e da educação: “Devemos entrar em contato com comunidades perseguidas para conhecê-las, rezar por elas. Mas é necessário também redobrar os esforços para responder às suas necessidades humanitárias agora que se prepararam para viver um outro Natal fora de suas terras. O conhecimento – sublinhou – é o primeiro passo para a solidariedade”.

Mais tarde, falando à margem do encontro, Dom Gallagher comentou as palavras do Presidente russo Vladimir Putin, sobre um possível uso de armas nucleares na luta contra o Estado Islâmico, reafirmando a posição da Santa Sé: “Promover o diálogo para alcançar uma solução diplomática e política, tentando tudo neste sentido”. “Como cristãos somos sempre chamados à esperanças e à misericórdia, como disse o Santo Padre para o Jubileu. Devemos colocar em ação todos os meios segundo a nossa fé, para resolver a situação e dar um pouco de esperança a estas populações”. O Secretário, por fim,  recordou a preocupação da Santa Sé sobre a situação na Líbia: “Após Kadaki a situação dos cristãos é desastrosa. Muitos padres e religiosos partiram e com a sua partida a nossa comunidade perdeu pontos de referência”. (JE)

 

 

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Formação



COP21: "Como agir por uma justiça climática?"

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Paris (RV) – Durante os 12 dias de trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, em Paris, foram amplamente abordadas as consequências nefastas das mudanças climáticas. Migrações forçadas, desastres ambientais, e fome são apenas alguns dos efeitos que a população, sobretudo os mais pobres, tem que pagar. O grande desafio destes tempos é conjugar o progresso com a saúde do nosso meio ambiente. 

Apesar dos esforços de organizações internacionais e dos diferentes Estados na promoção do desenvolvimento sustentável, os resultados alcançados ficam sempre aquém dos objetivos fixados, não obstante as cúpulas e conferências das partes (COP) ocorridos, os acordos assinados, os programas e relatórios estabelecidos.  

Assim, está sempre mais evidente que cada um deve fazer um pouco a sua parte: é fundamental estimular todas as iniciativas que permitam enfrentar os desafios registrados principalmente através da generalização da cultura ambiental, do eco-ativismo, da relação do direito e das obrigações, da solidariedade, a pesquisa científica, a formação, a informação, a civilização e a defesa.

No primeiro dia da Conferência de Paris, o presidente anfitrião, François Hollande, evocou o conceito de “justiça climática”. Ele disse ser inaceitável cobrar mais empenho de países pobres que emitem menos gases de efeito estufa. “Como aceitar que os países mais pobres, os mais miseráveis, que emitem menos gases, sejam os mais afetados pelas mudanças climáticas?”, indagou Hollande, prosseguindo: “É em nome da justiça climática que eu me dirijo a vocês. É em nome da justiça climática que devemos agir”.

Como agir? É o que perguntamos ao responsável pela América Latina do Comitê Católico contra a Fome e pelo Desenvolvimento, CCFD, entidade ligada à Conferência Episcopal francesa, Walter Prysthon. 

Ouça-o, clicando aqui:

  

(CM)

 

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Dom Bucciol destaca a riqueza da vivência litúrgica no Brasil

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Cidade do Vaticano (RV) -  No nosso espaço dedicado a melhor conhecer as Comissões Episcopais que compõem a CNBB, vamos continuar a tratar na edição de hoje da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia. 

No Programa passado, o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, Dom Armando Bucciol, apresentou o trabalho da referida Comissão, explicando que ela visa sustentar, alimentar, orientar dentro da Igreja do Brasil, tudo aquilo que se refere à atividade litúrgica em seus três setores: a Pastoral Litúrgica, a Música Sacra e a Arte Sacra. Dom Bucciol falou também do empenhativo trabalho de revisão do Missal Romano, o que exigirá, segundo estimativas, mais dois anos.

Ao falar dos desafios do trabalho da Comissão, a começar pelas dimensões do Brasil, Dom Bucciol recordou que “as expressões também de um ponto de vista litúrgico, variam inculturadas por aquilo que é possível nas diferentes regiões”. Na edição de hoje de hoje, ele destaca a vivência litúrgica no âmbito da riqueza das expressões culturais do Brasil, especialmente no Norte e Nordeste:

"Eu vivendo, sobretudo nesta minha realidade, no Nordeste, eu destacaria como expressão de grande riqueza, a vivência litúrgica nas nossas Comunidades Eclesiais de Base. Comunidades pobres, simples, mas é emocionante ouvir o povo todo cantar. Uma assembleia que participa, eu às vezes digo quando falo aos liturgistas, nós aqui no Brasil, temos sobretudo no meio do povo mais simples, mais pobre, uma riqueza de humanidade, de espiritualidade e também de expressões litúrgicas que fazem inveja.

Eu sou italiano, vivi por muitos anos na Itália, de vez em quando eu volto. Eu penso, sem desmerecer o grande esforço feito também pela Itália, pelos países da Europa, nós partimos aqui de uma sensibilidade humana que é uma grande riqueza. Refiro-me, sobretudo, às regiões do Nordeste, no Norte. O Sul tem expressões culturais próprias, que não podemos desmerecer, porque também por ai tem um grande trabalho de inculturação, de formação e de participação. Mas, repito, o povo que expressa na religião popular a sua fé, tem uma grande riqueza. O Papa Francisco destaca o valor da religiosidade popular. Nós, aqui, eu pessoalmente, posso dizer, nós a vivemos". (JE)

 

 

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Porta aberta: Laudato si - De 117 a 125

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Cidade do Vaticano (RV) - O relativismo prático e a necessidade de defender o trabalho 

117. A falta de preocupação por medir os danos à natureza e o impacto ambiental das decisões é apenas o reflexo evidente do desinteresse em reconhecer a mensagem que a natureza traz inscrita nas suas próprias estruturas. Quando, na própria realidade, não se reconhece a importância dum pobre, dum embrião humano, duma pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos –, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo está interligado. Se o ser humano se declara autónomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência, porque «em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza».[95]

118. Esta situação leva-nos a uma esquizofrenia permanente, que se estende da exaltação tecnocrática, que não reconhece aos outros seres um valor próprio, até à reacção de negar qualquer valor peculiar ao ser humano. Contudo não se pode prescindir da humanidade. Não haverá uma nova relação com a natureza, sem um ser humano novo. Não há ecologia sem uma adequada antropologia. Quando a pessoa humana é considerada apenas mais um ser entre outros, que provém de jogos do acaso ou dum determinismo físico, «corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabilidade».[96] Um antropocentrismo desordenado não deve necessariamente ser substituído por um «biocentrismo», porque isto implicaria introduzir um novo desequilíbrio que não só não resolverá os problemas existentes, mas acrescentará outros. Não se pode exigir do ser humano um compromisso para com o mundo, se ao mesmo tempo não se reconhecem e valorizam as suas peculiares capacidades de conhecimento, vontade, liberdade e responsabilidade.

119. A crítica do antropocentrismo desordenado não deveria deixar em segundo plano também o valor das relações entre as pessoas. Se a crise ecológica é uma expressão ou uma manifestação externa da crise ética, cultural e espiritual da modernidade, não podemos iludir-nos de sanar a nossa relação com a natureza e o meio ambiente, sem curar todas as relações humanas fundamentais. Quando o pensamento cristão reivindica, para o ser humano, um valor peculiar acima das outras criaturas, suscita a valorização de cada pessoa humana e, assim, estimula o reconhecimento do outro. A abertura a um «tu» capaz de conhecer, amar e dialogar continua a ser a grande nobreza da pessoa humana. Por isso, para uma relação adequada com o mundo criado, não é necessário diminuir a dimensão social do ser humano nem a sua dimensão transcendente, a sua abertura ao «Tu» divino. Com efeito, não se pode propor uma relação com o ambiente, prescindindo da relação com as outras pessoas e com Deus. Seria um individualismo romântico disfarçado de beleza ecológica e um confinamento asfixiante na imanência.

120. Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social».[97]

121. Espera-se ainda o desenvolvimento duma nova síntese, que ultrapasse as falsas dialécticas dos últimos séculos. O próprio cristianismo, mantendo-se fiel à sua identidade e ao tesouro de verdade que recebeu de Jesus Cristo, não cessa de se repensar e reformular em diálogo com as novas situações históricas, deixando desabrochar assim a sua eterna novidade.[98]

O relativismo prático

122. Um antropocentrismo desordenado gera um estilo de vida desordenado. Na exortação apostólica Evangelii gaudium, referi-me ao relativismo prático que caracteriza a nossa época e que é «ainda mais perigoso que o doutrinal».[99] Quando o ser humano se coloca no centro, acaba por dar prioridade absoluta aos seus interesses contingentes, e tudo o mais se torna relativo. Por isso, não deveria surpreender que, juntamente com a omnipresença do paradigma tecnocrático e a adoração do poder humano sem limites, se desenvolva nos indivíduos este relativismo no qual tudo o que não serve os próprios interesses imediatos se torna irrelevante. Nisto, há uma lógica que permite compreender como se alimentam mutuamente diferentes atitudes, que provocam ao mesmo tempo a degradação ambiental e a degradação social.

123. A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objecto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão por causa duma dívida. É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os interesses próprios. É também a lógica interna daqueles que dizem: «Deixemos que as forças invisíveis do mercado regulem a economia, porque os seus efeitos sobre a sociedade e a natureza são danos inevitáveis». Se não há verdades objectivas nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos, a criminalidade organizada, o narcotráfico, o comércio de diamantes ensanguentados e de peles de animais em vias de extinção? Não é a mesma lógica relativista a que justifica a compra de órgãos dos pobres com a finalidade de os vender ou utilizar para experimentação, ou o descarte de crianças porque não correspondem ao desejo de seus pais? É a mesma lógica do «usa e joga fora» que produz tantos resíduos, só pelo desejo desordenado de consumir mais do que realmente se tem necessidade. Portanto, não podemos pensar que os programas políticos ou a força da lei sejam suficientes para evitar os comportamentos que afectam o meio ambiente, porque, quando é a cultura que se corrompe deixando de reconhecer qualquer verdade objectiva ou quaisquer princípios universalmente válidos, as leis só se poderão entender como imposições arbitrárias e obstáculos a evitar.

A necessidade de defender o trabalho

124. Em qualquer abordagem de ecologia integral que não exclua o ser humano, é indispensável incluir o valor do trabalho, tão sabiamente desenvolvido por São João Paulo II na sua encíclica Laborem excercens. Recordemos que, segundo a narração bíblica da criação, Deus colocou o ser humano no jardim recém-criado (cf. Gn2, 15), não só para cuidar do existente (guardar), mas também para trabalhar nele a fim de que produzisse frutos (cultivar). Assim, os operários e os artesãos «asseguram uma criação perpétua» (Sir 38, 34). Na realidade, a intervenção humana que favorece o desenvolvimento prudente da criação é a forma mais adequada de cuidar dela, porque implica colocar-se como instrumento de Deus para ajudar a fazer desabrochar as potencialidades que Ele mesmo inseriu nas coisas: «O Senhor produziu da terra os medicamentos; e o homem sensato não os desprezará» (Sir 38, 4).

125. Se procurarmos pensar quais possam ser as relações adequadas do ser humano com o mundo que o rodeia, surge a necessidade duma concepção correcta do trabalho, porque, falando da relação do ser humano com as coisas, impõe-se-nos a questão relativa ao sentido e finalidade da acção humana sobre a realidade. Não falamos apenas do trabalho manual ou do trabalho da terra, mas de qualquer actividade que implique alguma transformação do existente, desde a elaboração dum balanço social até ao projecto dum progresso tecnológico. Qualquer forma de trabalho pressupõe uma concepção sobre a relação que o ser humano pode ou deve estabelecer com o outro diverso de si mesmo. A espiritualidade cristã, a par da admiração contemplativa das criaturas que encontramos em São Francisco de Assis, desenvolveu também uma rica e sadia compreensão do trabalho, como podemos encontrar, por exemplo, na vida do Beato Carlos de Foucauld e seus discípulos.

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Artigo: Apreensões e advertências

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Jales (RV*) - A situação nacional está passando por graves turbulências, que ameaçam a estabilidade das instituições.

Como em tantos outros momentos, nestas últimas décadas de nossa história brasileira, a posição da CNBB serviu de referência, seja para apontar a gravidade das situações vividas, seja para lembrar critérios iluminadores dos procedimentos a  empreender.

Desta vez, a própria CNBB declara que “acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país”.

Após reiterar que sua intenção não é tomar partido, mas de zelar pelo bem comum, “a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional”

Prosseguindo, a CNBB adverte sobre o perigo dos atores políticos agirem sob o impulso da paixão, recomendando que “Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica.”

Afirma que o bem comum de todo o povo deve sempre se sobrepor aos interesses particulares: “Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações”.

Reafirma a importância de combater a corrupção dizendo: “É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça”

Por fim, apela para o diálogo, citando as palavras cheias de utopia do Papa Francisco, que animam a estender a mão a todos, para abrir caminho para o perdão e a reconciliação:

“Para preservar e promover a democracia, apelamos para o diálogo e para a serenidade. Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: “naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão”.

É muito duvidoso que este apelo da CNBB repercuta nos ânimos exaltados dos parlamentares que estão discutindo uma iniciativa que padece de um vício de origem, que contamina todo seu procedimento.

O acatamento do processo de impedimento, tem uma indiscutível conotação de represália, com claro espírito vingativo. Desta maneira, se tenta submeter todo o parlamento a interesses pessoais.

Nestas circunstâncias, cabe a cada parlamentar demonstrar sua liberdade, e agir de acordo com os interesses da nação, e não com os interesses  de um parlamentar determinado, por mais importante que seja o cargo que ele exerce. 

O parlamento teve sua dignidade seqüestrada. Cabe a cada parlamentar recuperar esta dignidade, votando com liberdade e soberania.

*Dom Demétrio Valentini

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Artigo: Cultivar a misericórdia

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Belo Horizonte (RV*) - Ao abrir a Porta Santa na Basílica de São Pedro, na última terça-feira, o Papa Francisco convoca todos a cultivar e a vivenciar a misericórdia. O gesto marca o início do Jubileu Extraordinário da Misericórdia que, no dia 13 de dezembro, será solenemente aberto nas dioceses do mundo inteiro, nas catedrais, santuários e lugares de significação especial. Acolher a convocação do Papa exige disposição para matricular-se na escola de Cristo Jesus, aquele que vem ao encontro da humanidade e revela o rosto misericordioso de Deus Pai.

Em Cristo, só n’Ele e por Ele, se aprende a lição da misericórdia. Esse aprendizado cria impulsos revolucionários e transformadores. Contemplando o mistério do amor de Deus revelado na paixão, morte e ressurreição de Cristo é que se compreende o significado da misericórdia. Jesus revela o rosto misericordioso de Deus Pai, que envia seu Filho Amado como oferta para a redenção da humanidade. A misericórdia se torna visível, viva e atinge seu ápice com Ele, o Salvador do mundo. Com o Mestre, vem o forte convite: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).

Cultivar a misericórdia é assumir a convicção de que a humanidade precisa, urgentemente, de grande renovação espiritual. Isso é difícil e quase inconciliável com as lógicas hegemônicas da atualidade, que submetem as sociedades ao consumismo, às dinâmicas do lucro sem limites, às leis de um “bem-estar” egoísta e efêmero, raízes dos muitos problemas que ameaçam a vida.  Na base dos colapsos contemporâneos, está uma grave crise espiritual que causa o envenenamento e a morte de tudo o que é indispensável para o equilíbrio das relações humanitárias, sociais e políticas.

Por isso, é urgente derrubar as muralhas que adoecem as instituições, inclusive as religiosas e confessionais.  Cristalizações que matam a credibilidade e enfraquecem as contribuições necessárias para a construção de uma sociedade orientada por indispensáveis valores, particularmente os valores do Evangelho. Compreende-se, assim, que a misericórdia, aprendida e vivida, é remédio que rejuvenesce uma humanidade cansada.  Permite estabelecer novos ordenamentos sociais que priorizem, respeitem e promovam a dignidade humana.

O Papa Francisco convoca a Igreja Católica, todos os homens e mulheres de boa vontade, cada cidadão, a presidir a própria conduta a partir da lei fundamental que mora no coração de cada pessoa: a misericórdia, muitas vezes soterrada em escombros de orgulhos, mesquinhez e ganâncias.  Isso é possível quando se procura enxergar, com olhos sinceros, cada irmão. Uma lição capaz de promover transformações de grande alcance. Cabe o exercício simples e exigente de agir com misericórdia para tornar, cada um, sinal eficaz da presença misericordiosa de Deus Pai, revelada em Jesus Cristo, com seus gestos, palavras e a sua oferta.

Cultivar a misericórdia é caminho para encontrar o tempo novo. Permite à humanidade superar a gravíssima crise espiritual e, assim, compreender que a solução de problemas não vem simplesmente das estatísticas, números, aumento sem limites da produção e do consumo.  Também está longe da doentia luta pelo acúmulo egoísta de riquezas. É hora de aprender a lição do amor, para evitar que continuem a se multiplicar os desastres políticos, humanos e ecológicos. Cultivar a misericórdia requer coragem humilde de fazer mea-culpa, assumir as responsabilidades na constituição do cenário de violências, corrupção e indiferenças. A Igreja, pelo caminho desse Ano Santo, se compromete com a celebração de um Jubileu que resulte em renovações. Isso significa corajosas novas posturas de abertura, ainda mais proximidade ao povo, audácia maior nas partilhas e nos comprometimentos com a justiça.

Os diferentes grupos e segmentos da sociedade também são convidados a cultivar a misericórdia, a partir da celebração do Ano Santo que, para além da importância fecundante da ritualidade, pode desencadear efetivas transformações, em muitos ambientes, desde presídios, incluindo instâncias educativas, culturais, a vida comum de homens e mulheres, formadores de opinião e construtores da sociedade pluralista até os políticos, responsáveis por tantos descompassos. Eis agora a oportunidade para viver, com entusiasmo, a convocação feita pelo Papa Francisco: cultivar a misericórdia.

*Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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Atualidades



Dom Leonardo entrega petição ao Presidente francês

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Paris (RV) - O Movimento Católico Global pelo Clima entregou na quinta-feira (10/12) ao Presidente da França, François Hollande, 900 mil assinaturas da Petição Católica pelo Clima. Em coalizão com outros grupos religiosos, o número de assinaturas passa de 1,8 milhão. 

O Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, é o porta-voz do movimento e ressaltou, na ocasião, a preocupação com a crise climática. A cerimônia aconteceu no Palácio do Eliseu, em Paris.

"Como pessoas de fé, estamos extremamente satisfeitos em conhecê-lo hoje para entregar essas assinaturas da petição e exigir justiça climática. Estamos extremamente preocupados com essa crise. Mas sabemos que nem tudo está perdido. Como o Papa Francisco disse em sua encíclica, os seres humanos, ao mesmo tempo que são capazes do pior, também são capazes de se elevar acima de si mesmos, a escolher de novo o que é bom e fazer um novo começo", disse o Bispo ao Presidente francês, citando a Encíclica Laudato Si’.

Justiça climática

No dia 28 de novembro, líderes de diversas confissões entregaram às autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e do governo francês, que presidem a 21ª Conferência das Partes (COP-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), as assinaturas de mais de 1,8 milhão de pessoas de diversas partes do mundo, que clamam por justiça e por uma ação climática a favor da humanidade e de toda a criação.

O presidente da França agradeceu ao grupo e afirmou a necessidade de proteger o planeta. “Por meio das petições, das caminhadas e peregrinações, vocês se comprometeram em defender a vida", disse Hollande, que também ressaltou a importância de reunir líderes religiosos de todas as crenças com o objetivo de proteger o "patrimônio comum" do mundo. "É necessário o engajamento e a mobilização de todos os cidadãos, como vocês têm feito. O seu exemplo abriu o caminho, através de todas as caminhadas e peregrinações, juntamente com estas petições. Espero que elas tenham tanta influência quanto possível, enquanto ainda estamos negociando o acordo. A sua mensagem, as petições, devem ser ouvidas, e essa voz que vocês estão trazendo deve ser ouvida", disse.

Propostas

Inspirada na encíclica Laudato Si, a petição organizada pelo Movimento Católico Global pelo Clima tem o objetivo de motivar o debate sobre as mudanças climáticas, com três propostas para os líderes mundiais reunidos na COP21. A primeira refere-se à inclusão da dimensão ética e moral no debate sobre o clima. O segundo ponto das sugestões pede a redução drástica das emissões de carbono na natureza. Por fim, o movimento recomenda a ajuda aos países pobres no enfrentamento dos impactos causados pelas mudanças climáticas. 

(BF/CNBB)

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União das Superioras Gerais completa 50 anos. Ouça

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Cidade do Vaticano (RV) – O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Card. João Braz de Aviz, preside no sábado (12/12), na Igreja de Santa Maria in Traspontina, em Roma, a celebração eucarística de abertura do Jubileu pelos 50 anos da União Internacional das Superioras Gerais (UISG).

A UISG nasceu no dia 8 de dezembro de 1965, no dia conclusivo do Concílio Vaticano II. Em 1967, se realizou a primeira Assembleia Geral, da qual participaram cerca de 200 Superioras Gerais.

Hoje, a UISG é formada por 1857 Superioras, responsáveis seja por institutos de direito pontifício, seja de direito diocesano, presentes em mais de 100 países e representando mais de 350 mil religiosas.

A missão da UISG convida as Superioras a responderem de modo sempre mais colaborativo e criativo aos novos desafios da Vida Consagrada feminina.

As celebrações do Jubileu se encerrarão durante a Assembleia Geral das Superioras Gerais, que se realizará em Roma de 9 a 13 de maio de 2016.

O Programa Brasileiro pediu ao Card. Braz de Aviz que fizesse seus votos à UISG. Ouça aqui:

 

(BF)

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Paris: adiada para sábado a conclusão da 21ª Conferência do clima

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Paris (RV) - A 21ª Conferência sobre o clima em Paris terá a duração de mais 24 horas. O encerramento estava previsto para esta sexta-feira, mas será concluída amanhã, sábado com a assinatura do acordo final. No novo esboço estaria o compromisso de reduzir as emissões para a diminuição do aquecimento global de cerca 2 graus.

Até o momento, no esboço do acordo da Conferência da ONU para o Clima falta uma solução definitiva sobre três questões cruciais: a diferenciação, os financiamentos e a ambição. O texto em discussão no entanto já alcançou um ponto central, que define o aumento de temperatura em relação ao período pré-industrial. É uma formulação intermediária, que fala em permanecer bem abaixo dos 2 graus para reduzir os riscos e impactos das mudanças climáticas. Fixada para 2023 a data da primeira revisão dos compromissos nacionais.

O parênteses mais importante a ser definido é sobre o financiamento climático, com duas opções em aberto sobre a compensação por danos irreversíveis e imigração forçada.

Em um colóquio por telefone Barack Obama e François Hollande reafirmaram a vontade de um acordo ambicioso e de longa duração. Organizações não-governamentais intensificaram seus apelos para o reconhecimento dos países mais vulneráveis ​​e o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon disse que está confiante de que vai se chegar a um acordo universal sobre a mudança climática, que - acrescentou - vai tornar a vida dos seres humanos mais saudável ​​e mais próspera. (SP)

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