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Sumario del 16/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: Jubileu é no mundo inteiro, não só em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – Perdão e coragem: essas duas palavras marcaram a Audiência Geral do Papa Francisco desta quarta-feira (16/12). Cerca de 15 mil peregrinos se reuniram na Praça S. Pedro para ouvir a catequese do Pontífice, que foi dedicada aos sinais do Jubileu.

 

A salvação é grátis

O primeiro sinal é a Porta Santa, aberta no último domingo em todas as dioceses. “O Jubileu é em todo o mundo, não só em Roma”, frisou o Papa, justamente para que este Ano Santo possa se tornar uma experiência compartilhada por todas as pessoas.

Espalhada em todos os continentes a articulada em tantas Igrejas particulares, “é sempre e somente a única Igreja que Jesus Cristo quis e pela qual ofereceu a Si mesmo”, recordou Francisco, citando o Concílio Vaticano II. A Porta, aliás, indica o próprio Jesus quando disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem”.

“Atravessar a Porta Santa é o sinal da nossa confiança no Senhor Jesus que não veio para julgar, mas para salvar. É sinal de uma verdadeira conversão do nosso coração”, afirmou Francisco, recordando que a salvação “não se paga, não se compra, é grátis”, advertindo para quem eventualmente quiser cobrar de algum fiel esta experiência. "A Porta é Jesus, e Jesus é gratuito!"

Ao atravessar a Porta, acrescentou, devemos manter escancarada também a porta do nosso coração, para não excluir ninguém.

Perdão

Outro sinal do Jubileu são o perdão e a misericórdia, que não devem permanecer belas palavras, mas realizar-se na vida cotidiana.

“Trata-se de um programa de vida que não deve conhecer interrupções ou exceções, mas nos impulsiona a ir sempre além sem jamais nos cansar, com a certeza de sermos amparados pela presença paterna de Deus”, disse o Papa.

Confissão

A Confissão é também outro sinal importante do Jubileu. Aproximar-se deste Sacramanto equivale a fazer experiência direta da sua misericórdia. Deus, recordou Francisco, nos compreende inclusive nos nossos limites e contradições, e é ainda mais próximo de nós quando reconhecemos os nossos pecados. Quando isso acontece, disse, “há festa no céu”.

Para quem afirma que não consegue perdoar, o Pontífice afirmou que não podemos pedir a Deus que nos perdoe se não somos capazes desse gesto. “Certamente perdoar não é fácil, porque o nosso coração é pobre e contando somente com suas forças não se pode conseguir.” Mas nos abrindo à misericórdia de Deus, seremos também nós capazes de persoar.

“Portanto, coragem! Vivamos o Jubileu iniciando com esses sinais que comportam uma grande força de amor. O Senhor nos acompanhará para nos conduzir a experimentar outros sinais importantes para a nossa vida. Coragem, avante!”, exortou Francisco.

Antes e depois da catequese, os fiéis cumprimetaram antecipadamente o Pontífice, que no dia 17 de dezembro completará 79 anos. Uma jornalista mexicana presenteou Francisco com um bolo em forma de sombrero.

Assista à íntegra da catequese do Papa

(BF)

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Papa completará 79 anos e segue decidido na reforma da Cúria, diz Card. Castelló

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Cidade do Vaticano (RV) – Esta quinta-feira, 17 de dezembro, o Papa Francisco completa 79 anos. Mensagens de felicitações já chegam de todo o mundo. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, os fieis cantaram o “Parabéns”, enquanto uma jornalista mexicana presenteava o Papa com uma torta especial, em forma de “sombrero”, doada pelo povo mexicano, que o aguarda com expectativa em fevereiro de 2016. Ouçamos as felicitações ao Santo Padre do Cardeal Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa “é quase de casa”:

“É uma grande alegria poder expressar ao Santo Padre a mais calorosa felicitação de um feliz aniversário e acrescentamos a isto também a fervorosa oração ao Senhor para que o ajude neste seu delicadíssimo e importantíssimo papel para a Igreja. Vemos que ele está cumprindo com grande dedicação, total, absoluta, este papel e por isto o acompanhamos com a oração, com o afeto e com o desejo de que o Senhor e que Nossa Senhora, a qual ele é muito devoto, possam ajudá-lo a continuar a desempenhar esta missão na maneira como a desempenhou até agora”.

RV: O Papa já veio tantas vezes à Santa Maria Maior, para venerar a Virgem...

“Sim, é muito, muito devoto de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, não somente agora, como Papa. Recordo que quando eu era Núncio na Argentina, frequentemente, depois das suas visitas a Roma, que fazia algumas vezes, sempre me dizia que vinha fazer uma visitinha para saudar Nossa Senhora e confiar a ela também as suas intenções pelas necessidades da Igreja e para poder desenvolver a sua missão da melhor maneira possível. Mais tarde, já como Papa, veio 28 vezes.  Isto revela muito o seu amor, a sua devoção. Sempre o faz quando está para realizar alguma viagem ao exterior e depois quando retorna, vem para saudá-la. Como ele me disse tantas vezes: “Não podia deixar de vir saudar a Senhora”.

RV: Como o senhor falou, o Papa está realizando uma ação muito forte, muito particular para a Igreja. Quais pontos principais o senhor destacaria desta ação, deste seu ministério?

“Evidentemente, é um ministério muito, muito rico, que tem tantos, tantos diferentes aspectos a serem considerados. Eu acredito que seja muito importante, antes de tudo, o seu papel de continuador da missão de Pedro na Igreja e como Bispo de Roma: ele fala frequentemente de seu papel como Bispo da Igreja de Roma. Como Papa, guia da Igreja, acredito que esteja dando à Igreja um exemplo de uma dedicação absoluta, completa, extraordinária, de um amor a esta Igreja, de maneira tal que isto o leva a não poupar nem mesmo forças, nem energias, nem riscos – porque sabe que às vezes se expõe a riscos – e o está fazendo precisamente com uma dedicação absoluta. E acredito que aquilo que está impressionando muito o mundo, é a maneira como ele está realizando esta sua missão: com uma grande delicadeza, com uma grande confiança no Senhor e ao mesmo tempo, também, com aquela simplicidade com a qual sabe se aproximar de todos. Prega muito a misericórdia: mas acredito que esteja demonstrando com o seu modo de agir, que esta misericórdia é uma norma, para ele, para com todos. Para aqueles que lhe são próximos e pela Igreja universal.”.

RV: “É o tempo da misericórdia”, ele diz…

“Sim. É uma característica que ele quis imprimir em seu Pontificado e é por isto justo que tenha também desejado para este Ano da Misericórdia que, como disse em diversas ocasiões, quer que realmente se estenda a toda a Igreja, em todas as diversas partes do mundo: não é somente em Roma, é um Ano da Misericórdia para todo o mundo. E por isto quis realizar esta maneira particular – acredito que única, até agora – de poder celebrar o Ano Santo com a  abertura da Porta Santa não em Roma, mas também fora, em um país africano que está sofrendo muito. Quis abri-la lá, para dizer que o Ano da Misericórdia não é somente para uma parte do mundo, mas que deve chegar a todos, absolutamente a todos, em todos os diversos continentes, porque de misericórdia, acredito que todos nós seres humanos temos tanta, tanta necessidade”.

RV: Um outro aspecto também muito importante deste Pontificado, da ação do Papa Francisco, é a reforma da Cúria. Como o senhor vê isto?

“Acredito que existam alguns que, talvez, não tenham entendido todo o significado, o desejo do Santo Padre, de poder reformar em tudo o que é possível e isto – como disse ele, mesmo diversas vezes, não é somente uma iniciativa sua, mas ele nos momentos preparatórios da escolha do novo Papa, ouviu as vozes que tantos Cardeais lhe apresentaram, indicando a conveniência de poder reformar diversas coisas e pontos, modos de agir, etc, na Cúria; e ele recolheu estas sugestões e quis plasmá-las na vida real, na vida de cada dia, na vida da Igreja. É natural que se trate de alguma coisa que não poder ser feita em breve tempo, que é uma coisa que irá requerer muito mais tempo e ele está levando em frente pouco a pouco, mas em maneira decidida e clara”.

RV: Qual é o seu desejo para o Pontificado, para a ação do Papa Francisco?

“O primeiro é desejar a ele toda a ajuda do Senhor e a ajuda de Nossa Senhora, para que possa realizar tudo aquilo que deseja fazer para reformar a Igreja, para que possa, por sua vez, ser de ajuda também para toda a humanidade, e que com esta ajuda continue com serenidade, com tranquilidade e que possa sentir-se contente e alegre. Diversas vezes ouvi ele dizer isto também: ‘eu vou em frente sereno e decidido, continuar com estas reformas e à frente desta Igreja’, doando-se totalmente para o bem dos outros e sendo um bom exemplo para nós que seguimos tudo aquilo que faz e que somos também os destinatários destas suas preocupações, de todos estes seus cuidados, do seu desejo de melhorar esta Igreja para que a Igreja possa também melhorar o nosso mundo de hoje”. (JE)

 

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Papa abrirá Porta Santa de estrutura da Caritas de Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco abrirá na próxima sexta-feira, 18, às 16h30min, a Porta Santa da Caridade no albergue “Don Luigi Di Liegro” e o Refeitório “São João Paolo II” na Estação Términi, centro de Roma. Esta será a quarta Porta Santa a ser aberta pelo Pontífice. A Rádio Vaticano vai transmitir a cerimônia, com comentários em português, a partir das 13h30min, horário de Brasília.

A cerimônia

A liturgia terá início na praça existente diante das duas estruturas da Caritas da Diocese de Roma, às 16h30, com o rito de abertura da Porta. Acompanharão o Santo Padre quatro hóspedes do albergue, que levarão a Cruz, o Missal e as velas. Seguirão o Santo Padre, Mons. Enrico Feroci, Diretor da Caritas e três sacerdotes colaboradores do organismo diocesano: Padres Giorgio Gabrielli, Padre Danilo Priori e Padre Donaro Palminteri. Durante a procissão serão entoadas as ladainhas de oração aos santos, como  São Felipe Neri, Santa Fabíola (a quem é dedicada a Capela do albergue), Santa Jacinta (a quem é dedicada a Cidadela da Caridade de Ponte Casilino), São Damião de Molokai (a quem é dedicada a Capela da “Casas família para os doentes de Aids” de Villa Glori), São João Paulo II – e aos mártires da justiça e da caridade, o Beato Oscar Romero e a Beata Madre Teresa de Calcutá.

A Porta Santa

O Papa Francisco atravessará a Porta Santa passando sob o mosaico realizado pelo jesuíta Padre Marko Ivan Rupnik, mostrando o ícone do Jubileu. Dentro do refeitório estarão aguardando o Santo Padre 200 hóspedes do albergue, representando todos os Centros de Acolhida da Caritas da Diocese de Roma. Com eles, o Papa Francisco celebrará a Eucaristia, segundo a liturgia do dia.

As leituras e a animação

A animação da celebração – cantos, leituras e orações dos fieis – estará à cargo dos hóspedes da Caritas. A primeira leitura será proclamada por Angelo Zurolo, residente no albergue e redator do Jornal “Gocce di Marsala”, realizado pelos hóspedes da estrutura Caritas; o Salmo Responsorial e a Aclamação do Evangelho serão feitos por Rita Quaranta, residente na “Cidadela da Caridade”, de Ponte Casilino.  As orações dos fieis, por sua vez,  foram escritas e serão lidas por uma jovem mãe - hóspede do Centro de Acolhida “Casa de Cristian”, voltada à famílias com crianças em situação de dificuldades; por um requerente de asilo do Centro de Acolhida “Ferrhotel”; por um hóspede do albergue; por Maria Teresa Serra, voluntária do refeitório “São João Paulo II” e por Andrea La Rosa, Coordenador do Albergue “Don Luigi Di Liegro”.

Missa exclusiva para os hóspedes

Na celebração Eucarística participarão exclusivamente os hóspedes das estruturas de acolhida acompanhados por alguns voluntários e funcionários. Já na praça, estarão assistindo a liturgia mais de 500 pessoas, entre voluntários e animadores da Caritas. A imprensa poderá acompanhar a celebração através das imagens do Centro Televisivo Vaticano, visto que por desejo do Papa Francisco, o encontro com os hóspedes da Caritas diocesana de Roma será “privado e pessoal”.

As estruturas

O Albergue “Don Luigi di Liegro” e o Refeitório São João Paulo II são duas estruturas de acolhida para sem-teto. O primeiro acolhe, a cada noite, 195 pessoas. No refeitório, por sua vez, são servidas 500 jantas. Os dois centros foram inaugurados em 10 de dezembro passado pelo Cardeal Agostino Vallini, após terem sofrido uma grande reforma desde 2011. As duas são estruturas que a Caritas administra desde 1987, em parceria com a Prefeitura de Roam, em um imóvel colocado à disposição pela Ferrovia do Estado. (JE)

 

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Porta aberta: Laudato Si - De 126 a 133

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Cidade do Vaticano (RV) - A inovação biológica a partir da pesquisa 

126. Algo se pode recolher também da longa tradição monástica. Nos primórdios, esta favorecia de certo modo a fuga do mundo, procurando afastar-se da decadência urbana. Por isso, os monges buscavam o deserto, convencidos de que fosse o lugar adequado para reconhecer a presença de Deus. Mais tarde, São Bento de Núrsia quis que os seus monges vivessem em comunidade, unindo oração e estudo com o trabalho manual («Ora et labora»). Esta introdução do trabalho manual impregnada de sentido espiritual revelou-se revolucionária. Aprendeu-se a buscar o amadurecimento e a santificação na compenetração entre o recolhimento e o trabalho. Esta maneira de viver o trabalho torna-nos mais capazes de ter cuidado e respeito pelo meio ambiente, impregnando de sadia sobriedade a nossa relação com o mundo.

127. Afirmamos que «o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida económico-social».[100] Apesar disso, quando no ser humano se deteriora a capacidade de contemplar e respeitar, criam-se as condições para se desfigurar o sentido do trabalho.[101] Convém recordar sempre que o ser humano é «capaz de, por si próprio, ser o agente responsável do seu bem-estar material, progresso moral e desenvolvimento espiritual».[102] O trabalho deveria ser o âmbito deste multiforme desenvolvimento pessoal, onde estão em jogo muitas dimensões da vida: a criatividade, a projectação do futuro, o desenvolvimento das capacidades, a exercitação dos valores, a comunicação com os outros, uma atitude de adoração. Por isso, a realidade social do munda actual exige que, acima dos limitados interesses das empresas e duma discutível racionalidade económica, «se continue a perseguir como prioritário o objectivo do acesso ao trabalho para todos».[103]

128. Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Não se deve procurar que o progresso tecnológico substitua cada vez mais o trabalho humano: procedendo assim, a humanidade prejudicar-se-ia a si mesma. O trabalho é uma necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e realização pessoal. Neste sentido, ajudar os pobres com o dinheiro deve ser sempre um remédio provisório para enfrentar emergências. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho. Mas a orientação da economia favoreceu um tipo de progresso tecnológico cuja finalidade é reduzir os custos de produção com base na diminuição dos postos de trabalho, que são substituídos por máquinas. É mais um exemplo de como a acção do homem se pode voltar contra si mesmo. A diminuição dos postos de trabalho «tem também um impacto negativo no plano económico com a progressiva corrosão do “capital social”, isto é, daquele conjunto de relações de confiança, de credibilidade, de respeito das regras, indispensável em qualquer convivência civil».[104] Em suma, «os custos humanos são sempre também custos económicos, e as disfunções económicas acarretam sempre também custos humanos».[105]Renunciar a investir nas pessoas para se obter maior receita imediata é um péssimo negócio para a sociedade.

129. Para se conseguir continuar a dar emprego, é indispensável promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial. Por exemplo, há uma grande variedade de sistemas alimentares rurais de pequena escala que continuam a alimentar a maior parte da população mundial, utilizando uma porção reduzida de terreno e de água e produzindo menos resíduos, quer em pequenas parcelas agrícolas e hortas, quer na caça e recolha de produtos silvestres, quer na pesca artesanal. As economias de larga escala, especialmente no sector agrícola, acabam por forçar os pequenos agricultores a vender as suas terras ou a abandonar as suas culturas tradicionais. As tentativas feitas por alguns deles no sentido de desenvolverem outras formas de produção, mais diversificadas, resultam inúteis por causa da dificuldade de ter acesso aos mercados regionais e globais, ou porque a infra-estrutura de venda e transporte está ao serviço das grandes empresas. As autoridades têm o direito e a responsabilidade de adoptar medidas de apoio claro e firme aos pequenos produtores e à diversificação da produção. Às vezes, para que haja uma liberdade económica da qual todos realmente beneficiem, pode ser necessário pôr limites àqueles que detêm maiores recursos e poder financeiro. A simples proclamação da liberdade económica, enquanto as condições reaisimpedem que muitos possam efectivamente ter acesso a ela e, ao mesmo tempo, se reduz o acesso ao trabalho, torna-se um discurso contraditório que desonra a política. A actividade empresarial, que é uma nobre vocação orientada para produzir riqueza e melhorar o mundo para todos, pode ser uma maneira muito fecunda de promover a região onde instala os seus empreendimentos, sobretudo se pensa que a criação de postos de trabalho é parte imprescindível do seu serviço ao bem comum.

A inovação biológica a partir da pesquisa

130. Na visão filosófica e teológica do ser humano e da criação que procurei propor, aparece claro que a pessoa humana, com a peculiaridade da sua razão e da sua sabedoria, não é um factor externo que deva ser totalmente excluído. No entanto, embora o ser humano possa intervir no mundo vegetal e animal e fazer uso dele quando é necessário para a sua vida, o Catecismo ensina que as experimentações sobre os animais só são legítimas «desde que não ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas».[106] Recorda, com firmeza, que o poder humano tem limites e que «é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas».[107] Todo o uso e experimentação «exige um respeito religioso pela integridade da criação».[108]

131. Quero recolher aqui a posição equilibrada de São João Paulo II, pondo em destaque os benefícios dos progressos científicos e tecnológicos, que «manifestam quanto é nobre a vocação do homem para participar de modo responsável na acção criadora de Deus», mas ao mesmo tempo recordava que «toda e qualquer intervenção numa área determinada do ecossistema não pode prescindir da consideração das suas consequências noutras áreas».[109] Afirmava que a Igreja aprecia a contribuição «do estudo e das aplicações da biologia molecular, completada por outras disciplinas como a genética e a sua aplicação tecnológica na agricultura e na indústria»,[110] embora dissesse também que isto não deve levar a uma «indiscriminada manipulação genética»[111] que ignore os efeitos negativos destas intervenções. Não é possível frenar a criatividade humana. Se não se pode proibir a um artista que exprima a sua capacidade criativa, também não se pode obstaculizar quem possui dons especiais para o progresso científico e tecnológico, cujas capacidades foram dadas por Deus para o serviço dos outros. Ao mesmo tempo, não se pode deixar de considerar os objectivos, os efeitos, o contexto e os limites éticos de tal actividade humana que é uma forma de poder com grandes riscos.

132. Neste quadro, deveria situar-se toda e qualquer reflexão acerca da intervenção humana sobre o mundo vegetal e animal que implique hoje mutações genéticas geradas pela biotecnologia, a fim de aproveitar as possibilidades presentes na realidade material. O respeito da fé pela razão pede para se prestar atenção àquilo que a própria ciência biológica, desenvolvida independentemente dos interesses económicos, possa ensinar a propósito das estruturas biológicas e das suas possibilidades e mutações. Em todo o caso, é legítima uma intervenção que actue sobre a natureza «para a ajudar a desenvolver-se na sua própria linha, a da criação, querida por Deus».[112]

133. É difícil emitir um juízo geral sobre o desenvolvimento de organismos modificados geneticamente (OMG), vegetais ou animais, para fins medicinais ou agro-pecuários, porque podem ser muito diferentes entre si e requerer distintas considerações. Além disso, os riscos nem sempre se devem atribuir à própria técnica, mas à sua aplicação inadequada ou excessiva. Na realidade, muitas vezes as mutações genéticas foram e continuam a ser produzidas pela própria natureza. E mesmo as provocadas pelo ser humano não são um fenómeno moderno. A domesticação de animais, o cruzamento de espécies e outras práticas antigas e universalmente seguidas podem incluir-se nestas considerações. É oportuno recordar que o início dos progressos científicos sobre cereais transgénicos foi a observação de bactérias que, de forma natural e espontânea, produziam uma modificação no genoma dum vegetal. Mas, na natureza, estes processos têm um ritmo lento, que não se compara com a velocidade imposta pelos avanços tecnológicos actuais, mesmo quando estes avanços se baseiam num desenvolvimento científico de vários séculos.

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Igreja na América Latina



Ciudad Juárez e El Paso: separadas pela fronteira, unidas pelo Papa

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Ciudad Juárez (RV) – A notícia da viagem apostólica do Papa ao México provocou grande entusiamo no país e não só: para o Bispo da Diocese fronteiriça de El Paso (Texas - EUA), Dom Mark Joseph Seitz, a visita do Pontífice será um sinal de unidade entre a sua Diocese e a de Ciudad Juárez, uma das cidades que acolherá Francisco. 

"Apesar de o Papa não atravessar o confim, em El Paso sentimos que participamos da sua visita, porque somos uma grande comunidade", disse o Bispo.

A nota enviada à Agência Fides refere também que Dom Seitz foi convidado pelo Bispo da Diocese de Ciudad Juárez, Dom José Guadalupe Torres Campos, a estar presente no grupo que acolherá o Papa no aeroporto, para depois participar da Santa Missa que será celebrada num grande espaço aberto no dia 17 de fevereiro.

Além da missa, naquele mesmo dia Francisco visitará a prisão CeReSo n.3, e encontrará os trabalhadores no Colégio de Bachilleres.

As dioceses de Ciudad Juárez e El Paso compartilham uma parte da fronteira entre México e Estados Unidos, famosa nos respectivos países pela grande quantidade de pessoas que tentam atravessá-la.

Os bispos das duas Dioceses sempre promoveram a solidariedade para com os migrantes, a ponto de celebrar juntos a missa num altar dividido pela rede da fronteira.

(BF)

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Bispos argentinos pedirão a Magri prioridade na luta contra o narcotráfico

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Buenos Aires (RV) – A Conferência Episcopal Argentina (CEA) será recebida em audiência pelo Presidente Mauricio Macri nesta quinta-feira, 16, para as tradicionais saudações de Natal e Ano Novo. Na ocasião, os prelados pedirão ao novo presidente a inclusão da luta contra o narcotráfico como uma das prioridades do governo.

Reunião da Comissão Permanente

A informação foi dada pelos bispos argentinos, reunidos até esta quarta-feira na 172ª reunião da Comissão Permanente do Episcopado, para tratar da reforma do processo canônico de nulidade matrimonial disposta pelo Papa Francisco, e que entrou em vigor em 8 de dezembro passado, entre outros temas. Os bispos também debateram a controversa nomeação através de um decreto de dois juízes para integrar a Suprema Corte, defendendo a necessidade de uma justiça independente.

Nesta quarta-feira os bispos estão reunidos na sede de Suipacha 1032 sob a presidência do Arcebispo de Santa Sé e Presidente do Episcopado argentino, Dom José María Arancedo.

Temas debatidos

Os bispos também debateram a controversa nomeação de dois juízes para integrar a Suprema Corte através de um decreto, defendendo a necessidade de uma justiça independente. Temas como a educação e a celebração do Bicentenário da Independência argentina em concomitância com a realização do Congresso Eucarístico Nacional, em Tucumán, também esteve na pauta do encontro, assim como as ações pastorais a serem desenvolvidas pela Conferência Episcopal ao longo do Ano Santo da Misericórdia.

Na manhã desta quarta-feira, os prelados analisaram um projeto de apoio econômico da Igreja e votaram os regulamentos, modificações dos estatutos de diversas instituições eclesiais e nomeações que requerem a aprovação da Comissão Permanente.

A Comissão

A Comissão Permanente está integrada por 22 bispos: os membros da Comissão Executiva da Conferência Episcopal, os Presidentes das Comissões Episcopais estáveis e os Bispos Delegados de cada região pastoral do país. Também participam como convidados o Bispo Presidente da Comissão Episcopal para a Caritas e do Núncio Apostólico para a Argentina, Dom Emil Paul Tscherrig.

A Comissão Permanente se reúne de maneira ordinária três vezes ao ano. A presente reunião é a última de 2015 e de acordo com os Estatutos da CEA, tem como objetivo manter “uma atenção pastoral constante sobre a realidade argentina, tanto geral como regional, procurando reconhecer nela os desafios que apresenta a ação evangelizadora”. (JE/Terra)

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Igreja no Mundo



Na mensagem de Natal, Patriarca Twal pede o fim do comércio de armas

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Jerusalém (RV) – “Aos líderes israelenses e palestinos dizemos que é o momento de dar prova de coragem e de trabalhar por uma paz estável baseada na justiça. Basta de adiar”. O tema da paz e o respeito pelas resoluções internacionais pela região pautaram a mensagem de Natal do Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal. O líder cristão lança um apelo para que sejam ouvidas as vozes dos israelenses e dos palestinos que aspiram a paz e que se realizem ações concretas no interesse deles.

“Cada um dos dois povos da Terra Santa tem o direito à dignidade, a um Estado independente e a uma segurança duradoura”, acrescenta o Patriarca, que apresentou a mensagem à imprensa na manhã desta quarta-feira, 16, sem esquecer as recentes vítimas do terrorismo e o clima de medo difundido por tudo, sobretudo pelos atentados perpetrados na Europa, nos Estados Unidos e na Turquia.

Pelo fim do comércio de armas

Sobre os conflitos no Oriente Médio, o Patriarca Twal evidenciou tratar-se de “terríveis guerras...alimentadas pelo comércio de armas, que envolve numerosas potências internacionais”, com o absurdo que “se fala por um lado de diálogo, de justiça e de paz e se promove, por outro, a venda de armas aos beligerantes”. “Nós dizemos para estes traficantes de armas sem escrúpulos e sem consciência: convertei-vos!. A responsabilidade de vocês nesta tragédia é grande e vocês deverão responder diante de Deus pelo sangue de vossos irmãos”.

Lutar contra a pobreza e a injustiça sem o uso de forças militares

Para o Patriarca Latino de Jerusalém, “a resposta militar e o uso da força não podem resolver os problemas da humanidade. É necessário encontrar quais são as causas e as raízes deste flagelo, e enfrentá-las. É necessário lutar contra a pobreza e a injustiça, que são um terreno favorável ao terrorismo”, e a resposta da Igreja e da comunidade dos fieis é o Jubileu da Misericórdia. “Quando a misericórdia se torna um componente da ação pública, então consegue conduzir o mundo da esfera dos interesses egoístas àquele dos valores humanos – explicou Dom Twal – que define a misericórdia como “um ato político por excelência, na condição de considerar a política no seu sentido mais nobre, isto é, assumir a família humana a partir dos valores étnicos, dos quais a misericórdia é uma componente fundamental, que se opõe à violência, à opressão, à injustiça e ao espírito de exploração”.

Sobriedade nas celebrações e solidariedade pelas vítimas do terrorismo

Por fim, sobre os festejos pelo Natal na Terra Santa, o Patriarca Twal especificou que a situação atual sugere limitar os aspectos mais ostentosos das celebrações em favor de um aprofundamento de seu significado espiritual. Neste sentido, cada paróquia é convidada “a apagar por cinco minutos as luzes da árvore de Natal, em sinal de solidariedade com todas as vítimas da violência e do terrorismo” e a oferecer a Missa de Natal pelas vítimas e as suas famílias. (JE)

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Rússia: aberta Porta Santa em Moscou

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Moscou (RV) - Pela primeira vez na história a capital russa contará com a Porta Santa em ocasião do Ano da Misericórdia. A abertura ocorreu no último domingo (13/12), na Catedral da Imaculada Conceição, pelo Arcebispo de Moscou, Dom Paolo Pezzi.

Em sua mensagem pelo Ano Santo, Dom Paolo convidou “cada cristão”, leigo e clérigo, a descobrir o ministério da caridade e praticá-lo a com regularidade a cada dia, voltando-se principalmente para aqueles que estão mais próximos:  uma família carente, um hospital, um orfanato.  Já na homília da abertura da Porta Santa, o Arcebispo focou na misericórdia de Deus.

Experiência da misericórdia

“Como todos, vivo essa experiência da misericórdia graças aqueles me amam e me aceitam”, disse Dom Paolo, ressaltando que "na vida não há nada mais belo e valioso do que uma outra pessoa que é feliz apenas por se ver assim, sem nenhuma razão especial, porque a única razão é você mesmo. Apenas você."

A abertura do Ano Santo acontece no período do Advento, “um tempo de espera, de profunda saudades de Cristo. Deus é amor, descobrimos que não é somente nós que ansiamos por Ele, mas Ele também anseia por nós. Este é o ponto: Deus é aquele que a gente sente falta. Também podemos saciar a cede de Deus retornando para casa, em resposta a sua chamada eterna”, ressaltou Dom Paolo citando como o exemplo da parábola do filho pródigo.

Homem e Deus

“A misericórdia – disse o prelado – é essa inquietação no coração de Deus. Não existe nenhuma possibilidade de atrair o homem senão pela manifestação de um amor desinteressado, que é introduzida na sua vida.” “Não há razão mais convincente para retornar à casa de um pai senão o pressentimento ou a recordação deste amor incondicional. Amamos, mesmo que não mereça isso, e acreditamos que essa é a ordem das coisas, embora, na realidade, é um fato extraordinário", afirmou o prelado.

De acordo com Dom Paolo, "se uma pessoa reconhece esse amor misericordioso e desinteressado – afirmou o prelado –, perceberá a incansável iniciativa de Deus e, consequentemente, encontrará o milagre de Deus: o homem aceita a si mesmo e entrega-se nas mãos deste amor que o transforma.” (PS)

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"Refeitório da misericórdia para indigentes na Jordânia

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Amã (RV) – Por ocasião do Ano Santo da Misericórdia inaugurado no dia 8 de dezembro, durante a Solenidade da Imaculada Conceição, o primeiro “Refeitório da Misericórdia” abrirá suas portas na próxima quarta-feira, dia 23, às 21hs em Amã, capital da Jordânia.

Wael Suleiman, Presidente de Caritas Jordânia, disse à agência vaticana Fides que através deste refeitório querem “dar testemunho de que a Igreja, quando se transforma em instrumento dócil da misericórdia de Deus, abraça a todos, começando pelos pobres, sem distinção”. “Já sabemos que a grande maioria dos que virão comer serão muçulmanos”, assegurou.

Este refeitório oferecerá diariamente 500 refeições para os mais necessitados. O horário de abertura será das 14 às 16hs e funcionará todos os dias.

Suleiman considera que o anúncio da abertura já “causou um pequeno ‘milagre de caridade’: Apenas divulgada a notícia da próxima abertura do refeitório, através da página (em árabe) abouna.org, começaram a chegar mais de dois mil comentários emocionados e entusiasmados”, ressaltou.

Entre os comentários, muitos “dizem que estão dispostos a apoiar a iniciativa de formas muito concretas, com fornecimento de alimentos e comprometendo-se a trabalhar como voluntários na preparação e na distribuição das comidas”.

O refeitório estará localizado na sede da velha tipografia católica na região de Jabal Luweibdeh, perto da paróquia católica latina dedicada a Anunciação.

“Realmente queríamos estar perto de uma paróquia, para demonstrar que esta iniciativa faz parte do caminho que toda a Igreja está chamada a fazer, no Ano Santo da Misericórdia, como nos sugeriu o Papa Francisco”, disse Suleiman.

Durante a inauguração, além do Arcebispo Dom Maroun Laham, Vigário para a Jordânia do Patriarcado Latino de Jerusalém, também estará presente o Prefeito de Amã, Akel Biltaji, confirmando o interesse das instituições públicas nesta iniciativa eclesiástica. (SP)

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Bispos neozelandeses: Ano Santo, ocasião para perdoar sem limites

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Wellington (RV) - O Jubileu extraordinário da Misericórdia será uma ocasião “de profunda renovação espiritual, de perdão sem limites e de serviço ao próximo, em particular, aos sofredores e necessitados”.

É o que escrevem os bispos da Nova Zelândia – sul da Oceania – numa carta pastoral  publicada estes dias por ocasião do início do Ano Santo convocado pelo Papa Francisco.

No documento, os prelados ressaltam que “a misericórdia nos fala da verdadeira natureza de Deus”, tanto que, uma vez experimentada a nível pessoal, “todos desejamos ser mais misericordiosos com os outros”.

Mundo tem coração empedernido. O Poder da misericórdia é o bem

Infelizmente, observam os prelados, “nosso mundo mostra, por vezes, um coração empedernido: os pobres, as minorias, aqueles que não são congêneres às normas  sociais são vistos com aversão, ou mesmo, são oprimidos e desprezados”, ao tempo em que se difunde sempre mais “uma cultura da avidez que considera os indivíduos somente como um obstáculo, e não seres humanos dignos de respeito e escuta”.

Contrariamente, “o poder da misericórdia é o poder do bem que brota da fé, que provém de Deus e nos guia”. Nesse sentido, “a misericórdia ressoa profundamente no coração dos batizados, povo de Deus”.

Jubileu não é experiência piegas, mas ocasião de justiça

Em seguida, recordando quanto escrito no Livro do Levítico a propósito do Jubileu, os bispos neozelandeses evidenciam que o Ano Santo “não é uma experiência piegas”, mas diz respeito “à justiça, ao perdão, à justa relação com Deus, com o outro e com a terra”.

Portanto, quando este é “bem vivido” permite a “experiência prática do retorno à equidade, à bondade, à santidade que deriva da alegria de fazer aquilo que é justo aos olhos de Deus”.

Naturalmente, continua a carta pastoral, “tudo isso não é novo”, todavia, “devemos reconhecer que, de vez em quando, temos a necessidade de recordar isso para viver a nossa vida em família, na escola, no trabalho, segundo a vontade de Deus”.

Misericórdia vê o bem invisível aos olhos dos homens

A misericórdia é “desejo e dever” de cada fiel, a ser colocada em prática com as devidas obras corporais e espirituais, a fim de que este Jubileu seja, “sobretudo, um tempo de conversão quer individual, quer comunitária”.

Os prelados sugerem que o modelo a ser seguido deve ser o do Papa Francisco, que desde a escolha de seu lema episcopal, “Miserando atque eligendo”, fez referência ao princípio evangélico da misericórdia, capaz de “ver a bondade existente, invisível aos olhos dos homens”.

Ser missionários do perdão

Por fim, exortando os fiéis a viverem com alegria este “ano de graça”, os bispos neozelandeses confiam o Jubileu, em particular, à Virgem Maria, a fim de que, com seu auxílio, todos sejam “movidos por uma renovada vontade de ser missionários do perdão, da justiça e da misericórdia”. (RL)

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Missionário condenado à prisão perpétua na Coreia do Norte

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Seul (RV) – A Corte Suprema do Povo da Coreia do Norte condenou à prisão perpétua um missionário cristão protestante canadense por “crimes contra o Estado”. O pastor Hyeon Soo Lim, 60 anos, teria confessado um “plano subversivo” para derrubar o governo e criar um Estado de matriz religiosa. O religioso estava desaparecido desde fevereiro do corrente. Desde então, não se teve mais nenhuma notícia dele, até a emissão da sentença.

Líder da Light Korean Presbyterian Church, com sede nas proximidades de Toronto, o reverendo Lim deverá cumprir a sentença num campo de serviços forçados. Ele também é acusado de ter organizado tráfico de seres humanos para a Coreia do Sul, China e Mongólia. Alguns fieis sustentam, no entanto, que ao longo dos anos ele poderia ter auxiliado norte-coreanos a fugirem do regime.

Diplomacia

O pastor realizou mais de 100 viagens à Coreia do Norte e é descrito como totalmente apolítico. As visitas foram realizadas por motivos humanitários, sobretudo para atender idosos e órfãos. Cidadão canadense, Lim nasceu na Coreia do Norte, mas seu país de adoção, o Canadá, não tem representação diplomática no país, motivo pelo qual desaconselha seus cidadãos a visitarem o país comunista.

Nos últimos anos, missionários cristãos protestantes têm sido envolvidos em questões judiciais na Coreia do Norte. O missionário australiano John Short, 75 anos, foi preso em 16 de fevereiro de 2014 sob a acusação de “distribuir material religioso”, sendo libertado em 3 de março por “motivos humanitários”. Mais complicada, no entanto, é a situação dos cidadãos estadunidenses. Os últimos dois norte-americanos nas mãos de Pyongyang – Kenneth Bae e Matthew Miller – foram libertados somente após cumprirem vários anos de prisão, graças a um intenso serviço diplomático. (JE/Asianews)

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Dia 24 será feriado em Kirkuk, como sinal de solidariedade aos cristãos

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Kirkuk (RV) – Neste ano de 2015, o Natal do Senhor para as Igrejas que seguem o Calendário Gregoriano cai numa sexta-feira, dia festivo também para os muçulmanos. Em razão disto, e também querendo oferecer de maneira pública um sinal de solidariedade das instituições e de toda a sociedade pelos cristãos, o Governador da Província de Kirkuk, o curdo Necmettin Karim, declarou que também dia 24 de dezembro, véspera de Natal, será feriado e todas as instituições públicas da Província, incluindo escolas, observarão um dia de repouso.

Assim – sublinhou a nota divulgada pelo governo – também os muçulmanos poderão expressar a sua proximidade pelos concidadãos cristãos. A decisão foi tornada pública na segunda-feira, 14 de dezembro, por ocasião da reunião do Conselho Municipal de Kirkuk. Durante a reunião – informam fontes oficiais do Patriarcado Caldeu – o governador também renovou o alarme em relação a “grupos criminosos que buscam espalhar o terror”.

Kirkuk localiza-se à 180 km de Mosul e desde junho de 2014 tem resistido às ofensivas e às tentativas de expansão dos jihadistas do Estado Islâmico (Daesh), sobretudo em virtude da proteção à cidade assegurada  pelos Peshmerga. As forças jihadistas ocupam, no entanto, uma parte considerável da Província de Kirkuk. A situação no território é ainda mais complicada pela presença de tropas enviadas pela Turquia com a justificativa de querer proteger as minorias turcomanas no local. (JE)

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Três Imames decapitados em Mosul

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Mosul (RV) – Os jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) decapitaram em praça pública três conhecidos Imames sunitas de Mosul. Eles foram acusados de desobedecer à ordem que os obrigava a recrutar jovens para a jihad.

Os três Imames - Kazim Abdulkarim, Bilal al-Sheikh Agha e Abdullah al-Hayalli – eram conhecidos entre a população local pelo perfil de autênticos homens de Deus e eram contrários às atrocidades perpetradas pelos jihadistas em nome de sua sangrenta ideologia religiosa.

Os três religiosos islâmicos foram trucidados na tarde de segunda-feira, 14 de dezembro, diante de dezenas de pessoas reunidas na praça para testemunhar a decapitação. No mesmo dia – informam fontes turcas – foi morto também Ashwaq al-Nouaymi, um professor de Mosul que havia se recusado a ensinar seus alunos o novo currículo secular imposto pelo Daesh.

Em junho de 2014, poucos dias após ter conquistado Mosul, os jihadistas do Estado Islâmico mataram numerosos Imames sunitas da cidade – incluído o Grande Imame – pelo fato de terem se recusado a jurar fidelidade ao autoproclamado Califado. A tragédia dos Imames de Mosul foi, de fato, ignorada pela mídia ocidental. Todos os cristãos presentes na segunda cidade do Iraque conseguiram fugir e as suas casas foram desapropriadas pelos jihadistas. (JE)

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Formação



Nostra Aetate no Brasil: um caminho ainda a ser percorrido

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje da Declaração Nostra Aetate

A Declaração Nostra Aetate sobre a Igreja e as Religiões não-cristãs, promulgada pelo Papa Paulo VI em 28 de outubro de 1965, abriu um novo caminho nas relações inter-religiosas, mas a sua implementação, 50 anos após, ainda enfrenta obstáculos. A este respeito, nós conversamos com o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB e Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), Dom Francisco Biasin, especialmente sobre o diálogo inter-religioso no Brasil:

“Temos feito um bom caminho, mas temos ainda muito caminho a fazer. Persistem ainda preconceitos, distanciamentos, em certos casos também não há um compromisso por parte de setores da nossa Igreja para abrir-se a um diálogo profundo, seja no diálogo ecumênico, seja o diálogo inter-religioso. Há ainda uma autossuficiência muito grande por parte de lideranças católicas, achando que tem toda a verdade e que portanto devem impô-la aos outros. O caminho da tolerância e o caminho para construir fraternidade é um caminho árduo. Não são suficientes cinquenta anos para que haja uma profunda conversão”.

Dom Biasin também nos trás sua experiência de como é possível o diálogo inter-religioso, quando existe uma aceitação mútua que não impõe limites:

Neste sentido eu lancei, ainda no ano retrasado, diante de um Rabino que representava o Rabinato de São Paulo e de um Xeique, que representava também a parte sunita do islamismo, um desafio dizendo: Nós vamos celebrar a Nostra Aetate e não gostaríamos de celebrá-la só do lado católico. Nós gostaríamos de celebrá-la juntos! Eu gostaria de sentir por parte dos senhores, dos irmãos, como sentem a Igreja Católica neste compromisso.  E foi muito bonita a resposta, porque nós nos sentamos na mesma mesa, encontramos as dificuldades recíprocas. No fim eu fiquei muito contente, porque quando nos despedimos, eu  disse ao Rabino - que é uma pessoa muito aberta, muito sorridente - disse: "quando eu escuto que há dificuldade entre a Igreja Católica e o Judaísmo, eu resolvo estes problemas, lembrando de seu sorriso, Rabino Michel". E depois me dirigi ao Xeique, que é uma pessoa doce. É impressionante de ver a doçura daquele homem, a capacidade de orar, e disse: "quando há dificuldades entre judeus e muçulmanos, entre a Igreja Católica e certos fundamentalismos islâmicos, eu pensando na sua doçura, Xeique, eu resolvo estas dificuldades". E é interessante como ele me respondeu: "e quando eu sinto alguma dificuldade que brota no nosso relacionamento com a Igreja Católica, eu penso na sua capacidade de abraçar, senhor Bispo". E não foi "lavar a égua", como se diz no popular brasileiro. Mas eu senti a verdade, sabe, eu senti que o relacionamento era verdadeiro, que não estávamos fazendo elogios à toa, mas que aquilo era fruto de uma caminhada de mais de um ano de encontros, onde nós juntos refletimos e caminhamos para que o diálogo fosse possível. Esta é uma experiência pessoal, talvez um pouco até pessoal demais. Mas eu creio que pode demonstrar como é possível um diálogo, quando há uma aceitação sem limites, sem colocar limites ao amor que circula. E quando o amor circula, ele realiza verdadeiros milagres e transformações. Não somente a nível pessoal, mas tenho certeza que de minha parte, por parte do Rabino, por parte do xeique e também com o povo que eles liderem, algo esteja mudando. E peço a Deus que isto aconteça cada vez mais". (JE)

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Atualidades



Padre Cícero: sinal verde para a causa de beatificação

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Cidade di Vaticano (RV) - Os devotos do Padre Cícero têm motivos para comemorar. O Vaticano aceitou o pedido para a reconciliação com a Igreja Católica.  A resposta veio nove anos depois do pedido feito pela Diocese do Crato, cidade onde Padre Cícero nasceu. 

"É inegável que o Padre Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e amado por este mesmo povo", alega o documento assinado pelo Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Pietro Parolin. 

Padre Cícero morreu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, sem conciliação com a Igreja devido a um caso conhecido como "milagre da hóstia", em que a hóstia dada pelo ‘Padim Ciço’ teria virado sangue na boca de uma beata.  

Agora, não há mais medidas proibitivas para que o "santo popular" seja beatificado ou canonizado. 

Nosso entrevistado, Dom Fernando Panico, bispo do Crato (CE), explica:

  

 

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