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Sumario del 18/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Papa e Santa Sé



Papa abre Porta Santa da Caridade: a salvação está na humildade

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Cidade do Vaticano (RV) - “Se quiseres encontrar Deus, procurai-o na humildade, na pobreza, procurai-o onde Ele se encontra escondido: nos necessitados, nos mais necessitados, nos doentes, nos famintos, nos encarcerados.”

Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa na qual, na tarde desta sexta-feira, abriu a Porta Santa da Caridade no Albergue da Caritas “Don Luigi di Liegro”, situado nas proximidades da estação ferroviária Termini de Roma.

Após a abertura da Porta Santa do albergue da Caritas situado no coração de Roma, o Pontífice entrou no refeitório, onde foi acolhido por mais de duzentos assistidos pela estrutura caritativa, representando todos os centros de acolhimento da Caritas diocesana, acompanhados por alguns voluntários e agentes pastorais.

Fazendo votos de que o Senhor abra a porta do nosso coração, na homilia da celebração eucarística o Santo Padre frisou que as honrarias não abrem a porta do Céu.

A salvação está na humildade

As riquezas, as honorificências não abrem a porta do Céu. O caminho da salvação é o caminho da humildade.

O amor de Jesus é grande. Por isso hoje, ao abrir a Porta Santa – disse Francisco –, “gostaria que o Espírito Santo abrisse o coração de todos os romanos, e lhes mostrasse qual é o caminho da salvação! Não é o luxo, não é o caminho das grandes riquezas, não é o caminho do poder. É o caminho da humildade”.

Deus se encarnou na simplicidade

O Papa havia iniciado sua reflexão ressaltando que Deus veio nos salvar, e para fazer isso o modo melhor que encontrou foi escolhendo caminhar conosco, assumindo a nossa vida, e o fez na simplicidade e na humildade, escolhendo não uma grande cidade de um grande império, não uma princesa, uma condessa, uma pessoa importante, não escolheu um palácio de luxo. “Tudo parece ter sido feito intencionalmente quase às escondidas”, observou o Papa.

Escolheu Maria, uma jovem de 16/17 anos, num vilarejo perdido nas periferias do império; José era um jovem carpinteiro que ganhava o pão de cada dia. “Tudo na simplicidade, tudo no anonimato”, acrescentou.

Dois pedidos do Papa

Francisco disse que ao abrir essa Porta Santa da Caridade pedia duas coisas:

“Primeiro, que o Senhor abra a porta do nosso coração, a todos. Todos precisamos, todos somos pecadores, todos precisamos ouvir a Palavra do Senhor e que a Palavra do Senhor venha.”

“Segundo, que o Senhor nos faça entender que o caminho da presunção, das riquezas, da vaidade, do orgulho, não são caminhos de salvação. Que o Senhor nos faça entender que a sua carícia de Pai, a sua misericórdia, o seu perdão, se dá quando nos aproximamos daqueles que sofrem, dos descartados na sociedade, ali está Jesus”, ressaltou.

“Que o Senhor hoje, abrindo esta porta – prosseguiu – dê esta graça a todos em Roma, a cada habitante de Roma, de poder seguir adiante naquele abraço da misericórdia.” “Que o Senhor nos dê essa graça”, concluiu o Papa Francisco.

O Natal faça nascer o Senhor em cada coração

Após a missa, os assistidos pelo centro da Caritas cantaram o "Parabéns pra você" ao Santo Padre por seus 79 anos, celebrados esta quinta-feira, dia 17. Por fim, Francisco expressou um desejo:

"Neste Natal gostaria que o Senhor nascesse no coração de cada um de nós, de forma escondida, de modo que ninguém percebesse, mas que o Senhor esteja presente!"

(RL)

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Papa: enfeites natalinos são presentes para Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (18/12), na Sala Paulo VI, aproximadamente 600 pessoas, que representavam os doadores do presépio e da árvore de Natal da Praça São Pedro. Francisco destacou que os enfeites natalinos não são apenas um presente ao Papa e aos peregrinos, mas principalmente ao Senhor Jesus: “porque Ele é o aniversariante”. Veja em VaticanBR

 

“Agradeço pelas amáveis palavras do bispo de Regensburg, Dom Voderholzer e Dom Luigi Bressan, Arcebispo de Trento, e cumprimento todas as autoridades das comunidades alemãs de Hirschau, Schnaittenbach e Freudenberg, que doaram a árvore de Natal, os representantes da Província de Trento, que juntamente com a Arquidiocese, montaram o presépio.”

“Gostaria também de agradecer os pequenos artistas que decoraram a árvore e parabenizá-los: vocês ainda são muito jovens, mas já expõem suas obras na Praça São Pedro”, ressaltou.

Jesus vive permanentemente no meio de nós

Francisco reforçou também que Jesus não só passou pela terra ou dedicou somente um pouco do seu tempo, “mas veio para fazer parte de nossa vida e acolher os nossos desejos”. Segundo o Papa, Jesus desejou viver “conosco e por nós”. “O presépio nos recorda isso: Deus, por sua grande misericórdia, desceu até nós para permanecer permanentemente conosco”, disse.

Humildade e simplicidade

“O presépio nos lembra que Ele nunca foi posto à força. Para salvar-nos, não mudou a história realizando um milagre grandioso. Ao contrário, veio com toda simplicidade, humildade e delicadeza. Deus não ama as revoluções impostas pelos poderosos da história e nem utiliza uma varinha mágica para mudar as situações.”

“Se fez pequeno, uma criança, para nos atrair com seu amor, para tocar nossos corações com sua humilde bondade; para contagiar com sua pobreza, aqueles que buscam acumular um falso tesouro deste mundo.”

São Francisco de Assis

Em seu discurso, o Papa citou ainda São Francisco de Assis, que, de acordo fontes franciscanas, tinha o mesmo desejo quando criou o presépio. O Santo Padre disse que São Francisco desejava celebrar o nascimento daquele Menino, nascido em Belém.

“Nessa cena, portanto, ‘homenageia a simplicidade, exalta a pobreza e a humildade é louvada’ (468-469). Então, eu convido vocês a ficar na frente da manjedoura, porque ali a ternura de Deus nos fala. Ali contemplamos a misericórdia divina, que se fez homem e pôde olhar em nossos olhos.”

Iluminação do presépio e da árvore de Natal

A cerimônia de iluminação da árvore de Natal e do Presépio está prevista para ocorrer a partir das 16h (hora local).

O evento não contará com a presença do Papa Francisco, que, no mesmo momento, presidirá a missa de abertura da Porta Santa da Caridade no albergue “Don Luigi Di Liegro” e o Refeitório “São João Paolo II”, na Estação Términi, centro de Roma, às 16h30.

“Suas doações, que serão acesas hoje à noite, irão atrair muitos olhares e acima de tudo reacender a vida na verdadeira luz de Natal. Obrigado! E, por favor, não se esqueçam de orar por mim”, finalizou. (PS)

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Promulgação de Decretos, entre os quais o de Madre Teresa de Calcutá

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu, na manhã desta quinta-feira, no Vaticano, o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, ao qual autorizou a promulgação de quatro Decretos, concernentes:

- ao milagre atribuído à intercessão da bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias e Missionários da Caridade, nascida em Skopje em 26 de agosto de 1910 e falecida em Calcutá em 5 de setembro de 1997;

-  às virtudes heroicas do Servo de Deus José Ambrosoli, sacerdote professo dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, nascido em Ronago (Itália) em 25 de julho de 1923 e falecido em Lira (Uganda) em 27 de março de 1987;

- às virtudes heroicas do Servo de Deus Adolfo, religioso professo do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, nascido em 8 de novembro de 1894 em Cella (Espanha) e falecido em 14 de março de 1976;

- e, por fim, às virtudes heroicas do Servo de Deus Henrique Hahn, leigo, nascido em 29 de agosto de 1800 e falecido em 11 de março de 1882. (MT)

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Francisco aprova milagre brasileiro e Madre Teresa será santa

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Cidade do Vaticano (RV) – No dia de seu aniversário (17/12), o Pontífice aprovou o milagre atribuído à intercessão de Madre Teresa de Calcutá, beatificada por São João Paulo II, em 2003. A data da canonização ainda deverá ser confirmada, mas é possível que seja incluída nas celebrações do Jubileu da Misericórdia.

 

A Congregação para a Causa dos Santos concluiu em julho deste ano as investigações no Brasil sobre o milagre para a cura inexplicável de um homem em Santos (SP), em meados de 2008.

Milagre

O caso da cura milagrosa em chegou ao Vaticano no início de 2015 e logo foi considerado válido por apresentar elementos contundentes para a instauração de um processo. O Promotor de Justiça no processo local, Padre Caetano Rizzi, afirmou que tudo aconteceu muito rapidamente porque os fatos eram evidentes.

"Ouvimos diversas testemunhas, ouvimos o possível miraculado. Foi um processo longo, intenso, com muitas audiências e muito trabalho. Mas a graça de Deus nos faz chegar a conclusão de que não temos aqui uma palavra para explicar o que aconteceu. Está sendo um processo muito rápido porque os fatos são evidentes”, explicou.

Na época, o miraculado havia 35 anos e, à beira da morte por causa de uma grave doença cerebral, de forma inexplicável, recuperou-se. Hoje o homem vive no Rio de Janeiro. O Delegado episcopal vaticano para o tribunal local, Monsenhor Robert Sarno, explicou à Rádio Vaticano como foi a última parte do processo.

A vida da santa

Madre Teresa nasceu em 1910 em Skopje, território albanês, atualmente capital da Macedônia, e morreu em 1997 em Calcutá, na Índia. Anjezë Gonxhe Bojaxhiu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979 por sua atuação missionária.

A futura santa deixou sua terra natal aos 18 anos, podendo retornar somente décadas mais tarde, quando iniciava a derrocada do regime comunista de Enver Hoxha.

Recorde as palavras de São João Paulo II ao beatificar Madre Teresa, em 2003.

(RB)

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Francisco participa da última pregação do Advento

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa meditou junto com seus colaboradores da Cúria Romana, na manhã da sexta-feira (18/12), as palavras do Pe. Raniero Cantalamessa na terceira pregação do Advento, dividida em três capítulos.

 

O tema da reflexão foi a presença de “Maria no Mistério de Cristo e da Igreja”. Na primeira parte, analisou-se a mariologia na Constituição Dogmática Lumen gentium, de 1964.

Ao recordar o que o Concílio disse sobre isso, Pe. Cantalamessa destacou: “Junto com o título Mãe de Deus e dos crentes, a outra categoria fundamental que o Concílio usa para ilustrar o papel de Maria, é a de modelo, ou de figura”.

Ecumenismo

O segundo item abordou Nossa Senhora em uma perspectiva ecumênica. Aqui, Pe. Cantalamessa trouxe à tona o exemplo dos escritos uma mulher evangélica que fundou uma congregação inspirada em Maria e citou Lutero – “que até o fim de sua vida honrou Maria”.

“O racionalismo que admite só o que se pode compreender com a razão, difundindo-se, jogou fora das Igrejas evangélicas as festas de Maria e tudo o que se refere à ela, e fez perder o sentido de toda referência bíblica a Maria: e desta herança sofremos ainda hoje”, citou o pregador da Casa Pontifícia.

Por fim, Maria foi apresentada como mãe e filha da Misericórdia.

“Maria é mãe de misericórdia em um duplo sentido. Foi a porta através da qual a misericórdia de Deus, com Jesus, entrou no mundo, e agora é a porta por meio da qual nós entramos na misericórdia de Deus, nos apresentamos diante do ‘trono da misericórdia’ que é a Trindade”.

Confira abaixo a íntegra do texto da pregação:

1. A mariologia da Lumen gentium

O objeto desta última meditação de Advento é o capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado "A Bem-Aventurada Virgem Maria, no mistério de Cristo e da Igreja". Ouçamos de novo o que o Concílio fala a este respeito:

"A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça ".

Junto com o título Mãe de Deus e dos crentes, a outra categoria fundamental que o Concílio usa para ilustrar o papel de Maria, é a de modelo, ou de figura:

“Pelo dom e missão da maternidade divina, que a une a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a Virgem intimamente ligada, à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já ensinava S. Ambrósio ".

A maior novidade do tratado conciliar sobre Nossa Senhora consiste, como se sabe, justamente no lugar em que foi colocado, ou seja, na constituição sobre a Igreja. Com isso o Concílio – não sem sofrimentos e lágrimas – operava uma profunda renovação da mariologia, em comparação com os últimos séculos . O discurso sobre Maria não é independente, como se ela ocupasse um lugar intermédio entre Cristo e a Igreja, mas recolocado, como tinha sido na época dos Padres, no âmbito da Igreja. Maria é vista, como dizia Santo Agostinho, como o membro mais excelente da Igreja, mas um membro dela, não fora, ou acima dela:

"Santa é Maria, bem-aventurada é Maria, porém, mais importante que a Virgem Maria é a Igreja. Por quê? Porque Maria é uma parte da Igreja, um membro santo, excelente, superior a todos os demais, contudo, é um membro de todo o corpo. Se é um membro de todo o corpo, sem dúvida, é importante que um membro é o corpo ”.

As duas realidades se iluminam mutuamente. Se, de fato, o discurso sobre a Igreja ilumina o que é Maria, o discurso sobre Maria ilumina o que é a Igreja, ou seja, “corpo de Cristo” e, como tal, “quase que uma extensão da encarnação do Verbo”. São João Paulo II destaca isso na sua encíclica Redemptoris Mater: “Apresentando Maria no mistério de Cristo, o Concílio Vaticano II encontra também o caminho para aprofundar o conhecimento do mistério da Igreja ”.

Outra novidade da mariologia do Concílio é a insistência na fé de Maria , um tema também retomado e desenvolvido por João Paulo II que o faz tema central da sua encíclica mariana "Redemptoris Mater ". É um retorno à mariologia dos Padres que, mais do que sobre os privilégios da Virgem, apela à sua fé, como contribuição pessoal de Maria no mistério da salvação. Também aqui se nota a influência de Santo Agostinho:

"Ora, até a própria bem-aventurada Virgem Maria, ao crer, concebeu a quem deu à luz crendo...Depois que o anjo falou, ela, cheia de fé (fide plena), concebendo a Cristo antes no coração que no ventre, respondeu: Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”.

2. Maria Mãe dos crentes em perspectiva ecumênica

O que eu gostaria de fazer é iluminar o caráter ecumênico dessa mariologia do Concílio, ou seja, como ela possa contribuir – e mais ainda, já está contribuindo – para aproximar católicos e protestantes neste terreno delicado e controverso que é a devoção à Virgem.

Esclareço, em primeiro lugar, o princípio que está na base das reflexões a seguir. Se Maria se coloca fundamentalmente ao lado da Igreja, a consequência disso é que as categorias e as afirmações bíblicas usadas para lançar-lhe luz são aquelas relacionadas às pessoas humanas que constituem a Igreja, aplicadas a ela “a fortiori”, em vez daquelas relacionadas às pessoas divinas, aplicadas a ela “por redução”.

Para entender, por exemplo, da forma mais correta, o delicado conceito da mediação de Maria na obra da salvação, é mais útil começar pela mediação criatural, ou de baixo, como é aquela de Abraão, dos apóstolos, dos sacramentos e da própria Igreja, e não da mediação divino-humana de Cristo. A maior distância, de fato, não é a que existe entre Maria e o resto da Igreja, mas é aquela que existe entre Maria e a Igreja, de um lado, e Cristo e a Trindade do outro, ou seja, entre as criaturas e o Criador.

Agora, tiremos de tudo isso a conclusão. Se Abraão, pelo que fez, mereceu na Bíblia o nome de “pai de todos nós”, ou seja, de todos os crentes (cf. Rm 4, 16; Lc 16, 24), entendemos melhor, assim, como a Igreja não hesita em chamar Maria “Mãe de todos nós”, mãe de todos os crentes.

Dessa comparação entre Abraão e Maria podemos derivar uma luz ainda maior, que afeta não só o simples título, mas também o seu conteúdo e significado. Mãe dos crentes é um simples título de honra, ou algo a mais? Aqui se prefigura a possibilidade de um discurso ecumênico sobre Maria. Calvino interpreta o texto onde Deus diz à Abraão: “Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra” (Gn 12, 3), no sentido de que "Abraão será não só exemplo e patrono, mas causa de benção ”. Um conhecido exegeta protestante moderno escreve, no mesmo sentido:

"Nós nos perguntamos se as palavras de Gênesis 12, 3 ["Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra "] pretendem afirmar somente que Abraão se tornará uma espécie de fórmula para abençoar, e que a benção que ele gozava passará em provérbio [...]. Deve-se retornar à interpretação tradicional que vê aquela palavra de Deus “como uma ordem dada à história” (B. Jacob). Foi reservado à Abraão, no plano salvífico de Deus, o papel de mediador da benção para todas as gerações da terra ”.

Tudo isso nos ajuda a entender o que a tradição, a partir de Santo Irineu, diz de Maria: que ela não é só um exemplo de benção e de salvação, mas, de uma forma que depende unicamente da graça e da vontade de Deus, também causa de salvação. “Como Eva, escreve Santo Irineu, desobedecendo, tornou-se causa de morte para si e para todo o gênero humano, assim Maria..., obedecendo, tornou-se causa de salvação para si e para todo o gênero humano”. As palavras de Maria: “Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada” (Lc 1, 48) devem ser consideradas, também, "uma ordem dada por Deus para a história".

É um fato encorajador verificar que os mesmos iniciadores da Reforma reconheceram à Maria o título e a prerrogativa de Mãe, também no sentido de Mãe nossa e mãe da salvação. Em uma pregação para a Missa de Natal, Lutero dizia: “Este é o consolo e a transbordante bondade de Deus: que o homem, em quanto crente, possa gloriar-se de um bem tão precioso, que Maria seja a sua verdadeira mãe, Cristo o seu irmão, Deus o seu Pai... Se acredita nisso, então, sente-te verdadeiramente no ventre da virgem Maria e seja o seu filho querido ”. Zwingli, em um sermão de 1524, chama Maria "a pura Virgem Maria, mãe da nossa salvação” e diz que nunca, a seu respeito, “pensou e nem sequer ensinou ou afirmou em público algo de ímpio, desonroso, indigno ou ruim ”.

Como, então, chegamos à situação atual de tanto desconforto dos irmãos protestantes com relação à Maria, a ponto de que em alguns ambientes tornou-se quase que um dever diminuir Maria, atacar continuamente neste ponto os católicos e, de qualquer forma, encobrir tudo o que a própria escritura fala dela?

Este não é o lugar para fazer uma revisão histórica; somente quero dizer qual me parece ser o caminho correto para sair desta triste situação sobre Maria. Tal caminho passa por um sincero reconhecimento, de nós católicos, do fato que, muitas vezes, especialmente nos últimos séculos, contribuímos para fazer Maria inaceitável para os irmãos protestantes, honrando-a de forma, às vezes, exagerada e imprudente e, especialmente, não colocando tal devoção dentro de um quadro bíblico bem claro que mostrasse o papel subordinado com relação à Palavra de Deus, ao Espírito Santo e ao próprio Jesus. A mariologia nos últimos séculos tornou-se uma fábrica contínua de novos títulos, novas devoções, muitas vezes polêmica com os protestantes, usando, às vezes, Maria – a Mãe comum! – como uma arma contra eles.

A esta tendência o Concílio Vaticano II reagiu oportunamente. Ele recomendou que os fieis “tanto nas palavras como nos fatos evitem diligentemente tudo o que possa induzir ao erro os irmãos separados ou qualquer outra pessoa, sobre a verdadeira doutrina da Igreja”, e recordou aos próprios fieis que “a verdadeira devoção não consiste nem em uma estéril e passageiro sentimentalismo, nem em uma certa e vã crença ”.

Do lado protestante, acredito que exista a necessidade de tomar nota da influência negativa que houve, na atitude deles sobre Maria, não só a polêmica anticatólica, mas também o racionalismo. Maria não é uma ideia, mas é uma pessoa concreta, uma mulher, e como tal, não se presta para ser facilmente teorizada ou reduzida a princípio abstrato. Ela é o próprio ícone da simplicidade de Deus. Por isso não podia, em um clima dominado por um exasperado racionalismo, não ser eliminada do horizonte teológico.

Uma mulher luterana, morta há alguns anos, Madre Basilea Schlink, fundou uma comunidade de religiosas dentro da Igreja luterana, chamas “As irmãs de Maria”, agora difundidas em vários países do mundo. Em um livreto seu, que eu mesmo organizei a edição italiana, depois de ter recordado vários textos de Lutero sobre Maria, escreve:

"Ao ler as palavras de Lutero que até o fim da sua vida honrou Maria, santificou as suas festas e cantou todos os dias o Magnificat, sente-se o quanto se distanciou, no geral, da correta atitude sobre ele... Vemos o quanto nós, evangélicos, nos deixamos submergir pelo racionalismo... O racionalismo que admite só o que se pode compreender com a razão, difundindo-se, jogou fora das Igrejas evangélicas as festas de Maria e tudo o que se refere à ela, e fez perder o sentido de toda referência bíblica a Maria: e desta herança sofremos ainda hoje. Se Lutero, com esta frase: ‘Depois de Cristo ela é, em todo o cristianismo, a joia preciosa, jamais louvada o suficiente’, nos inculca este elogio, eu, de minha parte, devo confessar de estar entre aqueles que, durante longos anos da própria vida, não o fizeram, contornando até o que diz a Escritura: "De agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1, 48). Eu não tinha me colocado entre estas gerações ”.

Todas estas premissas nos permitem cultivar no coração a esperança de que, um dia, não distante, católicos e protestantes possamos não estar mais divididos, mas unidos por Maria, em uma comum veneração, diferente nas formas, mas unânimes no reconhecer nela a Mãe de Deus e a Mãe dos crentes. Eu tive a alegria de constatar pessoalmente alguns sinais desta mudança em ato. Em mais de uma ocasião, pude falar de Maria a um auditório protestante, notando entre os presentes não só a acolhida, mas, pelo menos em um caso, uma verdadeira emoção, como a redescoberta de algo caro e uma purificação da memória.

3. Maria, mãe e filha da misericórdia de Deus

Deixemos agora de lado o discurso ecumênico e tentemos ver se também este ano da misericórdia não nos ajuda a descobrir algo novo da Mãe de Deus. Maria é invocada na antiguíssima oração da Salve Regina, como “Mater misericordiae”, Mãe da misericórdia; na mesma oração lhe é dirigida a invocação: “illos tuos misericordes oculos ad nos converte”; Volte a nós aqueles seus olhos misericordiosos”. Na missa de abertura do ano jubilar na Praça de São Pedro, do passado 8 de dezembro, ao lado do altar estava exposto um antigo ícone da Mãe de Deus, venerada em um santuário pelos grego-católicos de Jaroslav, na Polônia, conhecida como a “Porta da misericórdia”.

Maria é mãe de misericórdia em um duplo sentido. Foi a porta através da qual a misericórdia de Deus, com Jesus, entrou no mundo, e agora é a porta por meio da qual nós entramos na misericórdia de Deus, nos apresentamos diante do “trono da misericórdia” que é a Trindade. Tudo isso é verdade, mas é só um aspecto da relação entre Maria e a misericórdia de Deus. Ela, de fato, não é só canal e mediadora da misericórdia de Deus; é também o objeto e a primeira destinatária. Não é só aquela que nos obtém misericórdia, mas também aquela que obteve, primeiramente e mais do que todos, misericórdia.

Misericórdia é sinônimo de graça. Só na Trindade o amor é natureza e não é graça; é amor, mas não misericórdia. Que o Pai ame o Filho, não é graça ou concessão; é, em certo sentido, necessidade; o Pai tem necessidade de amar para existir como Pai. Que o Filho ame o Pai, não é concessão ou graça; é necessidade intrínseca, embora se perfeitamente livre; ele precisa ser amado e amar para ser Filho. É quando Deus cria o mundo e, nele, as criaturas livres que o seu amor se torna gratuito e imerecido, ou seja, graça e misericórdia. Isso antes ainda do pecado. O pecado fará somente que a misericórdia de Deus, de dom, se torne perdão.

O título "cheia de graça" é, portanto, sinônimo de "cheia de misericórdia". Maria mesma proclama isso no Magnificat: "Olhou, diz, a humildade da sua serva”, “recordou-se da sua misericórdia”; “a sua misericórdia se estende de geração em geração”. Maria se sente beneficiária da misericórdia, testemunha privilegiada dela. Nela a misericórdia de Deus não se materializou como perdão dos pecados, mas como preservação do pecado.

Deus fez com ela, dizia Santa Teresa do Menino Jesus, o que faria um bom médico em tempos de epidemia. Ele vai de casa em casa para curar aqueles que contraíram a infecção; mas se tem um pessoa que ele gosta especialmente, como a esposa ou a mãe, tentará, se possível, que nem sequer seja contagiada. E assim fez Deus, preservando Maria do pecado original pelos méritos da paixão do Filho.

Falando da humanidade de Jesus, Santo Agostinho diz: "Com base no que, a humanidade de Jesus mereceu ser assumida pelo Verbo eterno do Pai na unidade da sua pessoa? Qual foi a sua boa obra que precedeu isso? O que tinha feito antes desse momento, no que tinha acreditado, ou pedido, para ser elevada a tal inefável dignidade?”. E acrescentava em outro lugar: “Procure o mérito, procure a justiça, reflita e veja se encontra outra coisa além de graça”.

Estas palavras lançam uma luz singular também sobre a pessoa de Maria. Dela deve-se dizer, com mais razão: o que fez Maria, para merecer o privilégio de dar ao Verbo a sua humanidade? O que tinha acreditado, pedido, esperado ou sofrido, para vir ao mundo santa e imaculada? Procure também aqui, o mérito, procure a justiça, procure tudo o que quiser, e veja e encontra nela, no início, algo além de graça, ou seja, misericórdia!

Também São Paulo não vai parar, durante toda a vida, de confessar-se como um fruto e um troféu da misericórdia de Deus. Define-se “alguém que alcançou misericórdia do Senhor” (1 Cor 7, 25). Não se limita a formular a doutrina da misericórdia, mas torna-se testemunha viva dela: “Eu era um blasfemo, um perseguidor e um violento. Mas fui tratado com misericórdia” (1 Tm 1, 12).

Maria e o Apóstolo nos ensinam que o melhor modo de pregar a misericórdia é dar testemunho da misericórdia que Deus teve conosco. Sentir-nos também nós frutos da misericórdia de Deus em Cristo Jesus, vive só por ela. (Sentir, não necessariamente dizer). Um dia Jesus curou um pobrezinho possuído por um espírito imundo. Ele quis segui-Lo e unir-se ao grupo dos discípulos; Jesus não o permitiu, mas lhe disse: “Volte para a sua casa, para os seus, anuncie-lhes o que o Senhor te fez e a misericórdia que teve contigo” (Mc 5,19 s.).

Maria, que no Magnificat glorifica e agradece a Deus por sua misericórdia com ela, nos convida a fazer o mesmo neste ano da misericórdia. Nos convida a fazer ressoar todos os dias na Igreja o seu cântico, como o coro que repete um canto atrás da coryphaea. Permitam-me, portanto, convidá-los a proclamar jutos, de pé, como oração final, em vez da antífona mariana, o cântico à misericórdia de Deus que é o Magnificat. “A minha alma engradece ao Senhor...”

Santo Padre, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs: Feliz Natal e Feliz Ano da misericórdia!

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Cardeal Parolin celebrará o Natal com os toxicômanos de Roma

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Roma (RV) – O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, vai presidir, na próxima terça-feira (22/12), a uma Santa Missa para toxicômanos e seus familiares, no Centro Italiano de Solidariedade Dom Mario Picchi, em Roma.

Participarão da celebração Eucarística, que se realiza no âmbito do Jubileu extraordinário da Misericórdia, alguns refugiados acolhidos na no Centro de Solidariedade.

O Presidente do Centro, Roberto Mineo, fez a seguinte declaração: “Estamos muito honrados e felizes por contar com a presença do primeiro colaborador do Papa Francisco, que quis festejar o Natal conosco e com as tantas pessoas que lutam, todos os dias, para se livrar das numerosas formas de toxicodependência. Será uma ocasião para nos despedirmos daqueles que concluem o percurso de reabilitação em nosso centro e que retomam a vida normal na sociedade”.

O Centro italiano de Solidariedade foi fundado por Don Mario Picchi, em fins do ano Sessenta e prestou assistência a diversos tipos de hóspedes, entre os quais, pessoas idosas, pacientes de Aids, imigrantes, refugiados e, em breve, a pacientes com deficiência psíquica. Em mais de 45 anos de atividades, o Centro de Solidariedade recebeu visitas do Beato Paulo VI e de São João Paulo II. (MT)

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Igreja no Brasil



Madre Teresa: miraculado brasileiro tem vida normal e virá ao Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – O Padre Caetano Rizzi, promotor de Justiça no processo diocesano que avaliou o caso do miraculado por intercessão de Madre Teresa, afirmou que o homem, hoje com 40 anos e vivendo no Rio de Janeiro, está bem de saúde, leva uma vida normal, tem dois filhos e até passou em 1º lugar num concurso público.

“O milagre continua”, disse Padre Rizzi à Rádio Vaticano por telefone, antes de embarcar para Sâo Paulo, no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. 

Padre Rizzi: O miraculado estava nesta época do ano, em 2008, passando lua de mel em Gramado (RS), que é a minha cidade natal. Lá em Gramado, ele se sentiu mal e foi levado às pressas a Santos, a sua cidade, onde foi internado praticamente em coma, com morfina porque sentia muitas dores. O médico levou-o imediatamente ao centro cirúrgico porque a tomografia acusava oito abcessos no cérebro. Enquanto ele estava na mesa cirúrgica, o médico constatou a falta de um dreno para retirar o líquido que estava se acumulando. Enquanto o médico buscava o dreno, o paciente voltou a si e perguntou: "o que estou fazendo aqui?".

Porque antes de ser internado, a sua esposa, que é catequista da paróquia e que é muito católica, chamou o pároco para administrar o sacramento da Unção. O Padre Almiran foi até o hospital, administrou o Sacramento e deu a eles uma medalhinha de Madre Teresa e disse: rezem a Madre Teresa que ela vai alcançar a graça para vocês.  Eles imediatamente rezaram e colocaram a medalhinha embaixo do travesseiro do paciente, do miraculado. No dia seguinte, ele foi embora: quem deveria sair de lá morto... Porque o médico disse à esposa: vá para a sua casa, traga os documentos e as roupas porque infelizmente não temos mais o que fazer. E o médico, constatado tudo, no Tribunal, disse: eu não sei explicar. A ciência não tem uma palavra para explicar o que aconteceu. De 17 pacientes que eu tratei nesta área, 16 morreram. Somente este sobreviveu. E o médico não é cristão.

RV: Padre Rizzi, como é a vida do miraculado hoje?

Padre Rizzi: Tem vida normal, tem 40 anos de idade e mora no Rio de Janeiro. Ele passou num concurso público federal e tirou o primeiro lugar no Brasil. O milagre continua: o médico disse: vocês se casaram há pouco, mas eliminem a possibilidade de ter filhos porque os medicamentos que ele tomou interfeririam nisso. Mas eles pediram a Madre Teresa e eles tem dois filhos perfeitos. Estou emocionado...

RV: Realmente uma história que emociona, principalmente para quem acompanhou desde o início...

Padre Rizzi: Foi, foi de perto. Domingo, o miraculado esteve na minha paróquia. Olhávamos juntos o quadro de Madre Teresa, e lá tem uma relíquia de Madre Teresa, um cabelo dela, então rezamos junto ao quadro e não sabíamos que nesta semana tudo iria acontecer para a Glória de Deus.

RV: Com um milagre brasileiro Madre Teresa vai ser canonizada...

Exatamente. Santos é privilegiada. A santa Bakita também escolheu Santos para fazer o milagre dela em 1994, e eu também trabalhei no milagre de Bakita.

RV: A santa africana. Agora temos que esperar pela data da canonização. Saberemos quem é o miraculado, que vai participar da celebração...

Padre Rizzi: Ele já preparou os passaportes para ele, para a esposa e para os filhos. Agora estamos só esperando a data para irmos ao Vaticano.

(RB)

 

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CRB divulga nota sobre situação no Brasil

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Brasília (RV) – A CRB Nacional  Conferência dos Religiosos do Brasil, divulgou na manhã da quinta-feira (17/12), uma nota sobre a situação política atual do Brasil. A Conferência acredita que os conflitos e tensões vividos e assistidos todos os dias pelo povo brasileiro colocam em risco a democracia, e além do mais aumenta o sofrimentos daqueles que estão à margem da sociedade.

"A situação caótica do Brasil, repleta de escândalos de corrupção, tensão entre os três Poderes da República, alta da inflação, crise do desemprego e tantos outros problemas sociais e ambientais, não legitima nenhum movimento que enfraqueça a democracia, pois o atual Regime Democrático consolidou-se com lutas e sofrimentos em tempos recentes. Neste sentido, a Conferência dos Religiosos do Brasil é contrária a tudo aquilo que é nocivo ao amadurecimento do País como nação desenvolvida e favorável à verdade", diz trecho da carta.

A Presidência da República, o Supremo Tribunal Federal, o Senado Federal  e Câmara dos Deputados foram os principais destinatários da presente carta.

Leia a íntegra da carta:

Querido Brasil, nossa casa comum

A Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB Nacional - com 61 anos de existência e que lidera 40 mil religiosas e religiosos – Irmãs, Irmãos e Sacerdotes – em todo o território nacional, expressa preocupação pela situação econômica e política do País, conjuntura que põe em risco os avanços sociais e os processos democráticos conquistados e que agrava o sofrimento da população brasileira, em particular a camada mais pobre, as crianças e os jovens.

A situação caótica do Brasil, repleta de escândalos de corrupção, tensão entre os três Poderes da República, alta da inflação, crise do desemprego e tantos outros problemas sociais e ambientais, não legitima nenhum movimento que enfraqueça a democracia, pois o atual Regime Democrático consolidou-se com lutas e sofrimentos em tempos recentes. Neste sentido, a Conferência dos Religiosos do Brasil é contrária a tudo aquilo que é nocivo ao amadurecimento do País como nação desenvolvida e favorável à verdade.

Embora a CRB tenha sido criada somente em 1954, os Religiosos e as Religiosas sempre fizeram parte da história do Brasil, desde o ano de 1500, construindo a história junto com o povo, evoluindo como Nação, avançando na constituição geográfica, entristecendo-se nos fracassos e alegrando-se nas conquistas. E hoje nesta grave situação política e econômica pela qual passa o querido Brasil, a Vida Religiosa Consagrada do Brasil deseja permanecer de pé, firme, junto com o povo, a garantir os avanços políticos e a construir um País mais justo e mais transparente.

A Conferência dos Religiosos do Brasil está a serviço do povo brasileiro, em particular o mais sofrido e excluído, atuando em várias frentes: educação, saúde, assistência social, obras de misericórdia, violência contra as mulheres, tráfico de pessoas, migrantes, para o bem de crianças, jovens, adultos, idosos, mulheres, pessoas com necessidades especiais, etc.

A CRB, embasada nos valores humanos e cristãos, acredita que é possível um Brasil melhor, conforme o Reino de Deus, que é justiça e paz.

Que Nossa Senhora Aparecida ilumine as lideranças do nosso país e conduza o povo brasileiro nos caminhos da justiça e da paz.

Brasília, 15 de dezembro de 2015

Ir. Maria Inês Vieira Ribeiro, mad

Presidente da CRB Nacional

(CRB)

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Formação



Porta Santa na Caritas: a caridade se faz carne

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Cidade do Vaticano (RV) – Estação é lugar de idas e vindas, de partidas e chegadas, de destinos planejados. Mas é também lugar de metas incertas, de quem se perdeu no caminho. A Estação Termini de Roma, no centro da Cidade Eterna, não é diferente.

Para acolher temporariamente quem está sem rumo, nos arredores da Estação a Caritas de Roma mantém desde 1987 um abrigo e um refeitório – uma das 49 estruturas que a Caritas administra em toda a capital. É nesse complexo de quatro mil metros quadrados que o Papa inaugura a Porta Santa da Caridade – um evento inédito organizado a pedido do próprio Francisco neste Jubileu da Misericórdia.

O Programa Brasileiro esteve lá, e entrevistou o engenheiro Fulvio Ferrari, responsável pelos serviços gerais da Caritas de Roma. Fulvio é italiano, mas foi durante cinco anos missionário em Moçambique: 

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No Vaticano, bispo de Óbidos (PA) defende direitos dos pobres

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Cidade do Vaticano (RV) – Dom Bernardo Johannes Bahlmann, O.F.M, bispo de Óbidos, no Pará, foi um dos apresentadores, nesta quinta-feira (17/12) do manual “Trabalhar pelos direitos humanos das populações que vivem na pobreza extrema”. Dom Bernardo surpreendeu os jornalistas presentes na Sala de Imprensa da Santa Sé ao contar que sua diocese tem as dimensões de metade da Itália, e que sua população luta dia a dia contra a pobreza extrema.  

Um dos princípios do manual – dedicado a agentes que trabalham junto à pobreza extrema – é que esta não é inevitável, mas sim uma situação favorecida e perpetuada por ações e omissões dos Estados e de fatores economicos. Mas os meios para erradicá-la existem e são alcançáveis. 

Vistando a RV, Dom Bernardo ressaltou a importância deste manual ser divulgado neste momento:

“É um momento muito oportuno para falar sobre este manual que estamos lançando sobre o combate à extrema pobreza, porque no mundo inteiro temos as dificuldades econômicas, a superação da pobreza. Este manual vai nos ajudar, sobretudo nas pequenas comunidades, as pessoas que vivem nesta situação a superar suas dificuldades. Este manual já foi experimentado em vários lugares do mundo. Com suas orientações, este manual, técnico, ajuda as pessoas a fazer um trabalho, sobretudo dentro de grupos sociais ou organizações, mais profissional ainda, e que possam articular, organizar e ver como superar a pobreza em que se encontram. É um trabalho muito bem feito, que também vai ser traduzido para português, e logo mais vamos poder distribui-lo também no Brasil. Nós também, da Amazônia, precisamos muito destas orientações porque sabemos que os projetos nem sempre são profissionais e têm sustentabilidade. Para ter um bom êxito, precisamos de uma boa base e o manual ajuda neste sentido, sobretudo aqueles que estão na liderança, que formam grupos, que acompanham, como as várias organizações, os franciscanos, as dioceses, a Caritas...”.

Segundo o bispo de Óbidos, o Papa Francisco, com a publicação da Encíclica Laudato si, é um precioso aliado no combate à pobreza extrema.
 
“A Encíclica Laudato si teve um impacto  muito grande não só na Igreja, como também na humanidade, no mundo empresarial, nos atores da economia. É um documento que nos inspira, que nos dá um suporte, porque tudo isso significa que nós precisamos de uma orientação, de alguém que aponte para os problemas, como Papa Francisoc faz, mas também alguém que, ao mesmo tempo, nos provoque para buscar alternativas. Não adianta ficar só na denúncia; precisamos ver como oferecer algo que possa superá-la. Neste sentido, o Papa, que se inspira em São Francisco, tem dentro do seu olhar toda a Criação. Não é só uma questão do ser humano, ou só do meio ambiente. Muitas vezes, nós distinguimos uma coisa da outra, fragmentamos a Criação. Nós precisamos um olhar mais integrado da humanidade com a Criação, no sentido que nós sempre olhamos o todo do planeta. Sabemos como é importante que nós trabalhemos para o futuro”.

Ouça a entrevista: 

(CM)

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