Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 21/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa apresenta "antibióticos" para combater doenças curiais

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A palavra misericórdia guiou as felicitações que o Papa Francisco fez a seus colaboradores da Cúria Romana, recebidos em audência na manhã de segunda-feira (21/12). 

Depois do “catálogo das doenças curiais” apresentado no ano passado, este ano o Pontífice propôs o “catálogo das virtudes necessárias” para quem presta serviço na Cúria. Isto é, como disse Francisco, "os antibióticos curiais".

Doenças curiais

No decorrer de 2015, constatou o Papa, algumas das doenças citadas acabaram por se manifestar novamente, causando sofrimento e feridas. Por isso, foi necessário intervir e tomar medidas decisivas. “A reforma prosseguirá com determinação, lucidez e ardor”, reafirmou Francisco.

Entretanto, ponderou, “nem as doenças nem mesmo os escândalos poderão esconder a eficiência dos serviços que a Cúria Romana presta ao Papa e à Igreja inteira. Seria grande injustiça não expressar gratidão e encorajamento a todas as pessoas sãs e honestas que trabalham com dedicação”.

Virtudes necessárias

O “catálogo das virtudes necessárias” é dividido em 12 pontos, e tem como “guia e farol” a palavra misericórdia. “Trata-se de um instrumento prático para viver frutuosamente este tempo de graça”, explicou Francisco, convidando seus colaboradores a aprofundá-lo, enriquecê-lo e completá-lo.

Cada ponto é composto por duas palavras – virtudes, atitudes ou valores – sobre as quais o Pontífice faz a sua reflexão.

Assim, são necessários honestidade e maturidade, espiritualidade e humanidade, respeito e humildade, caridade e verdade para se combater indicações, subornos, escândalos, burocracia, superficialidade e a lógica consumista.

“A humanidade é saber mostrar ternura, familiaridade e gentileza com todos.”

 Ou ainda: “Exemplaridade para evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do nosso testemunho. Fidelidade à nossa consagração, à nossa vocação.” “A honestidade é a base sobre a qual assentam todas as outras qualidades.”

E também: “O respeito é dote das almas nobres e delicadas; das pessoas que procuram sempre ter em justa consideração os outros, a sua função, os superiores e os subordinados, os problemas, os documentos, o segredo e a confidencialidade.”

“A sobriedade é a capacidade de renunciar ao supérfluo e resistir â lógica consumista dominante.”

Misericórdia

“Na realidade, é inútil abrir todas as Portas Santas de todas as basílicas do mundo, se a porta do nosso coração está fechada ao amor”, afirmou o Papa, acrescentando:

“A misericórdia não é um sentimento passageiro, mas é a síntese da Boa Nova. Seja a misericórdia a guiar os nossos passos, a inspirar as nossas reformas, a iluminar as nossas decisões; seja ela a fazer-nos ler a pequenez das nossas ações no grande projeto de salvação de Deus.”

Francisco encerrou a reflexão a seus colaboradores da Cúria Romana com uma oração atribuída ao Beato Óscar Arnulfo Romero.

Confira o título dos 12 pontos:

1.     Missionariedade e pastoreação

2.     Idoneidade e sagácia

3.     ESpiritualidade e humanidade

4.     Exemplaridade e fidelidade

5.     Racionalidade e amabilidade

6.     Inocuidade e determinação

7.     Caridade e verdade

8.     HOnestidade e maturidade

9.     Respeito e humildade

10.   Dadivoso e atento

11.   Impavidez e prontidão

12.   FiAbilidade e sobriedade

Assista em VaticanBR

(BF)

inizio pagina

Catálogo das virtudes necessárias: texto integral

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Confira a íntegra do discurso que o Papa Francisco pronunciou à Cúria Romana, para as felicitações de Natal.

Queridos irmãos e irmãs!

Com alegria, vos dirijo os meus votos mais cordiais de um santo Natal e feliz Ano Novo, que estendo a todos os colaboradores, aos Representantes Pontifícios e de modo particular àqueles que, tendo chegado à idade da reforma durante este ano, terminaram o seu serviço. Recordamos também as pessoas que foram chamadas à presença de Deus. Para vós todos e vossos familiares, a minha estima e gratidão.

No meu primeiro encontro convosco, em 2013, quis salientar dois aspectos importantes e inseparáveis do trabalho curial: o profissionalismo e o serviço, apontando a figura de São José como modelo a imitar. Ao passo que no ano passado, a fim de nos prepararmos para o sacramento da Reconciliação, abordámos algumas tentações e «doenças» – o «catálogo das doenças curiais» – que poderiam afectar cada cristão, cúria, comunidade, congregação, paróquia e movimento eclesial; doenças, que requerem prevenção, vigilância, cuidado e, em alguns casos infelizmente, intervenções dolorosas e prolongadas.

Algumas dessas doenças manifestaram-se no decurso deste ano, causando não pouco sofrimento a todo o corpo e ferindo muitas almas.

Forçoso é dizer que isto foi – e sê-lo-á sempre – objecto de sincera reflexão e de medidas decisivas. A reforma prosseguirá com determinação, lucidez e ardor, porque Ecclesia semper reformanda.

Entretanto nem as doenças nem mesmo os escândalos poderão esconder a eficiência dos serviços que a Cúria Romana presta ao Papa e à Igreja inteira, com desvelo, responsabilidade, empenho e dedicação, sendo isso motivo de verdadeira consolação. Santo Inácio ensinava que «é próprio do espírito mau vexar, contristar, colocar dificuldades e turbar com falsas razões, para impedir de avançar; ao contrário, é próprio do espírito bom dar coragem e energias, consolações e lágrimas, inspiração e serenidade, diminuindo e removendo qualquer dificuldade, para avançar no caminho do bem».[1]

Seria grande injustiça não expressar sentida gratidão e o devido encorajamento a todas as pessoas sãs e honestas que trabalham com dedicação, lealdade, fidelidade e profissionalismo, oferecendo à Igreja e ao Sucessor de Pedro o conforto da sua solidariedade e obediência bem como das suas generosas orações.

Além disso, as próprias resistências, fadigas e quedas das pessoas e dos ministros constituem lições e oportunidades de crescimento, e nunca de desânimo. São oportunidade para «voltar ao essencial», que significa avaliar a consciência que temos de nós mesmos, de Deus, do próximo, do sensus Ecclesiae e do sensus fidei.

É deste «voltar ao essencial» que vos quero falar hoje, nos inícios da peregrinação do Ano Santo da Misericórdia, aberto pela Igreja há poucos dias e que constitui para ela e para todos nós um forte apelo à gratidão, à conversão, à renovação, à penitência e à reconciliação.

Na realidade, segundo diz Santo Agostinho de Hipona, o Natal é a festa da Misericórdia infinita de Deus: «Podia haver, para infelizes como nós, maior misericórdia do que aquela que induziu o Criador do céu a descer do céu e o Criador da terra a revestir-se dum corpo mortal? Aquela mesma misericórdia induziu de tal modo o Senhor do mundo a revestir-Se da natureza de servo, que embora sendo pão tivesse fome, embora sendo a saciação tivesse sede, embora sendo a força Se tornasse fraco, embora sendo a salvação fosse ferido, embora sendo vida pudesse morrer. E tudo isto para saciar a nossa fome, aliviar a nossa secura, reforçar a nossa fraqueza, apagar a nossa iniquidade, acender a nossa caridade».[2]

Por isso, no contexto deste Ano da Misericórdia e da preparação para o santo Natal, já à porta, quero apresentar-vos um instrumento prático para se poder viver frutuosamente este tempo de graça. Trata-se de um não-exaustivo «catálogo das virtudes necessárias», para quem presta serviço na Cúria e para todos aqueles que querem tornar fecunda a sua consagração ou o seu serviço à Igreja.

Convido os Responsáveis dos Dicastérios e os Superiores a aprofundá-lo, enriquecê-lo e completá-lo. É um elenco em acróstico que toma por base de análise precisamente a palavra «misericórdia», fazendo dela o nosso guia e o nosso farol:

1.     Missionariedade e pastoreação. A missionariedade é aquilo que torna, e mostra, a Cúria fértil e fecunda; é a prova da eficácia, eficiência e autenticidade do nosso trabalho. A fé é um dom, mas a medida da nossa fé prova-se também pelo modo como somos capazes de a comunicar.[3] Cada baptizado é missionário da Boa Nova primariamente com a sua vida, o seu trabalho e o seu testemunho jubiloso e convincente. Uma pastoreação sã é virtude indispensável especialmente para cada sacerdote. É o compromisso diário de seguir o Bom Pastor que cuida das suas ovelhas e dá a sua vida para salvar a vida dos outros. É a medida da nossa actividade curial e sacerdotal. Sem estas duas asas nunca poderemos voar, nem alcançar a bem-aventurança do «servo fiel» (cf. Mt 25, 14-30).

2.     Idoneidade e sagácia. A idoneidade requer o esforço pessoal por adquirir os requisitos necessários para se exercer da melhor maneira as próprias tarefas e actividades, com inteligência e intuição. É contra recomendações e subornos. A sagácia é a prontidão de mente para compreender e enfrentar as situações com sabedoria e criatividade. Idoneidade e sagácia constituem também a resposta humana à graça divina, quando cada um de nós segue esta famosa sentença: «Fazer tudo como se Deus não existisse e, depois, deixar tudo a Deus como se eu não existisse». É o comportamento do discípulo que, diariamente, se dirige ao Senhor com estas palavras duma belíssima Oração Universal atribuída ao Papa Clemente XI: «Guiai-me com a vossa sabedoria, governai-me com a vossa justiça, encorajai-me com a vossa bondade, protegei-me com o vosso poder. Ofereço-Vos, ó Senhor, os pensamentos, para que estejam fixos em Vós; as palavras, para que sejam vossas; as acções, para que sejam segundo o vosso querer; as tribulações, para que as sofra por Vós».[4]

3.     ESpiritualidade e humanidade. A espiritualidade é a coluna sustentáculo de qualquer serviço na Igreja e na vida cristã. É aquilo que nutre toda a nossa actividade, sustenta-a e protege-a da fragilidade humana e das tentações diárias. A humanidade é o que encarna a veridicidade da nossa fé. Quem renúncia à sua humanidade, renuncia a tudo. É a humanidade que nos torna diferentes das máquinas e dos robôs que não sentem nem se comovem. Quando temos dificuldade em chorar a sério ou rir com paixão, então começou o nosso declínio e o nosso processo de transformação de «homens» noutra coisa qualquer. A humanidade é saber mostrar ternura, familiaridade e gentileza com todos (cf. Flp 4, 5). A espiritualidade e a humanidade, embora qualidades inatas, não deixam de ser potencialidades que carecem de realização integral, progressivo desenvolvimento e prática diária.

4.     Exemplaridade e fidelidade. O Beato Paulo VI recordou à Cúria «a sua vocação à exemplaridade».[5] Exemplaridade para evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do nosso testemunho. Fidelidade à nossa consagração, à nossa vocação, lembrando-nos sempre das palavras de Cristo: «quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco, também é infiel no muito» (Lc 16, 10) e «se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos; mas ai do homem por quem vem o escândalo» (Mt 18, 6-7).

5.     Racionalidade e amabilidade. A racionalidade serve para evitar os excessos emocionais e a amabilidade para evitar os excessos da burocracia e das programações e planificações. São dotes necessários para o equilíbrio da personalidade: «O inimigo observa bem se uma alma é rude ou delicada; se é delicada, procura torná-la delicada até ao excesso, para depois mais a angustiar e confundir».[6] Todo o excesso é indício de qualquer desequilíbrio.

6.     Inocuidade e determinação. A inocuidade, que nos torna cautelosos no juízo, capazes de nos abstermos de acções impulsivas e precipitadas. É a capacidade de fazer emergir o melhor de nós mesmos, dos outros e das situações, agindo com cuidado e compreensão. É fazer aos outros aquilo que querias que fosse feito a ti (cf. Mt 7, 12; Lc 6, 31). A determinação é o agir com vontade decidida, visão clara e obediência a Deus e somente pela lei suprema da salus animarum (cf. CIC, cân. 1725).

7.     Caridade e verdade. Duas virtudes indissolúveis da vida cristã: «testemunhar a verdade na caridade e viver a caridade na verdade» (cf. Ef 4, 15).[7] De contrário, a caridade sem verdade torna-se ideologia da bonacheirice destrutiva e a verdade sem caridade torna-se justicialismo cego.

8.     HOnestidade e maturidade. A honestidade é a rectidão, a coerência e o agir com absoluta sinceridade connosco mesmos e com Deus. Quem é honesto não age rectamente apenas sob o olhar do supervisor ou do superior; o honesto não teme ser apanhado de surpresa, porque nunca engana a quem se fia dele. O honesto nunca domina sobre as pessoas ou sobre as coisas que lhe foram confiadas em administração, como o «servo mau» (Mt 24, 48). A honestidade é a base sobre a qual assentam todas as outras qualidades. Maturidade é o esforço para alcançar a harmonia entre as nossas capacidades físicas, psíquicas e espirituais. É a meta e o bom êxito dum processo de desenvolvimento que não termina jamais nem depende da idade que temos.

9.     Respeito e humildade. O respeito é dote das almas nobres e delicadas; das pessoas que procuram sempre ter em justa consideração os outros, a sua função, os superiores e os subordinados, os problemas, os documentos, o segredo e a confidencialidade; das pessoas que sabem ouvir atentamente e falar educadamente. A humildade, por sua vez, é a virtude dos santos e das pessoas cheias de Deus, que quanto mais sobem de importância tanto mais cresce nelas a consciência de nada serem e de nada poderem fazer sem a graça de Deus (cf. Jo 15, 8).

10.   Dadivoso e atento. Quanto maior confiança tivermos em Deus e na sua providência, tanto mais seremos dadivosos de alma e mais seremos mãos abertas para dar, sabendo que quanto mais se dá, mais se recebe. Na realidade, é inútil abrir todas as Portas Santas de todas as basílicas do mundo, se a porta do nosso coração está fechada ao amor, se as nossas mãos estão fechadas para dar, se as nossas casas estão fechadas para hospedar e se as nossas igrejas estão fechadas para acolher. A atenção é o cuidado dos detalhes e a oferta do melhor de nós mesmos sem nunca cessar de vigiar sobre os nossos vícios e faltas. São Vicente de Paulo rezava assim: «Senhor, ajudai-me a dar-me conta, imediatamente, daqueles que estão ao meu lado, daqueles que vivem preocupados e desorientados, daqueles que sofrem sem o manifestar, daqueles que se sentem isolados, sem o querer».

11.   Impavidez e prontidão. Ser impávido significa não se deixar amedrontar perante as dificuldades, como Daniel na cova dos leões, como David diante de Golias; significa agir com audácia e determinação e sem indolência «como bom soldado» (2 Tm 2, 3-4); significa saber dar o primeiro passo sem demora, como Abraão e como Maria. Por sua vez, a prontidão é saber actuar com liberdade e agilidade, sem apegar-se às coisas materiais que passam. Diz o salmo: «Se as vossas riquezas crescerem, não lhes entregueis o coração» (Sal 62/61, 11). Estar pronto significa estar sempre a caminho, sem jamais se sobrecarregar acumulando coisas inúteis e fechando-se nos próprios projectos, nem se deixar dominar pela ambição.

12.   FiAbilidade e sobriedade. Fiável é aquele que sabe manter os compromissos com seriedade e atendibilidade quando está a ser observado mas sobretudo quando está sozinho; é aquele que ao seu redor irradia uma sensação de tranquilidade, porque nunca atraiçoa a confiança que lhe foi concedida. A sobriedade – última virtude deste elenco mas não na importância – é a capacidade de renunciar ao supérfluo e resistir â lógica consumista dominante. A sobriedade é prudência, simplicidade, essencialidade, equilíbrio e temperança. A sobriedade é contemplar o mundo com os olhos de Deus e com o olhar dos pobres e do lado dos pobres. A sobriedade é um estilo de vida,[8] que indica o primado do outro como princípio hierárquico e manifesta a existência como solicitude e serviço aos outros. Quem é sóbrio é uma pessoa coerente e essencial em tudo, porque sabe reduzir, recuperar, reciclar, reparar e viver com o sentido de medida.

Queridos irmãos!

A misericórdia não é um sentimento passageiro, mas é a síntese da Boa Nova, é a opção de quem quer ter os sentimentos do «Coração de Jesus»,[9] de quem seriamente quer seguir o Senhor que nos pede: «Sede misericordiosos como o vosso Pai» (Lc 6, 36; cf. Mt 5, 48). Afirma o padre Hermes Ronchi: «Misericórdia é escândalo para a justiça, loucura para a inteligência, consolação para nós, devedores. A dívida de existir, a dívida de ser amados, só se paga com a misericórdia».

Concluindo, seja a misericórdia a guiar os nossos passos, a inspirar as nossas reformas, a iluminar as nossas decisões; seja ela a coluna sustentáculo do nosso agir; seja ela a ensinar-nos quando devemos avançar e quando devemos recuar um passo; seja ela a fazer-nos ler a pequenez das nossas acções no grande projecto de salvação de Deus e na majestade misteriosa da sua obra.

 

Para nos ajudar a compreender isto, deixemo-nos encantar por esta estupenda oração, vulgarmente atribuída ao Beato Óscar Arnulfo Romero mas pronunciada pela primeira vez pelo Cardeal John Dearden:

«De vez em quando ajuda-nos recuar um passo e ver de longe.

O Reino não está apenas para além dos nossos esforços,

está também para além das nossas visões.

Na nossa vida, conseguimos cumprir apenas uma pequena parte

daquele maravilhoso empreendimento que é a obra de Deus.

Nada daquilo que fazemos está completo.

Isto quer dizer que o Reino está mais além de nós mesmos.

Nenhuma afirmação diz tudo o que se pode dizer.

Nenhuma oração exprime completamente a fé.

Nenhum credo contém a perfeição.

Nenhuma visita pastoral traz consigo todas as soluções.

Nenhum programa cumpre plenamente a missão da Igreja.

Nenhuma meta ou objectivo atinge a dimensão completa.

Disto se trata:

plantamos sementes que um dia nascerão.

Regamos sementes já plantadas,

sabendo que outros as guardarão.

Pomos as bases de algo que se desenvolverá.

Pomos o fermento que multiplicará as nossas capacidades.

Não podemos fazer tudo,

mas dá uma sensação de libertação iniciá-lo.

Dá-nos a força de fazer qualquer coisa e fazê-la bem.

Pode ficar incompleto, mas é um início, o passo dum caminho.

Uma oportunidade para que a graça de Deus entre

e faça o resto.

Pode acontecer que nunca vejamos a sua perfeição,

mas esta é a diferença entre o mestre de obras e o trabalhador.

Somos trabalhadores, não mestres de obras,

servidores, não messias.

Somos profetas de um futuro que não nos pertence».

 

[1] Exercícios Espirituais, 315.

[2] Cf. Serm. 207, 1: NBA, XXXII/1, 148s.

[3] «A missionariedade não é questão apenas de territórios geográficos, mas de povos, culturas e indivíduos, precisamente porque os “confins” da fé não atravessam apenas lugares e tradições humanas, mas o coração de cada homem e mulher. O Concílio Vaticano II pôs em evidência de modo especial como seja próprio de cada baptizado e de todas as comunidades cristãs o dever missionário, o dever de alargar os confins da fé» (Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2013, 2).

[4] Missale Romanum, 2002.

[5] Discurso à Cúria Romana, 21 de Setembro de 1963: AAS 55 (1963), 793-800.

[6] Santo Inácio de Loyola, Exercícios Espirituais, 349.

[7] «A caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira. (…) É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta» (Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 1: AAS 101 (2009), 641), por isso é preciso «conjugar a caridade com a verdade, não só na direcção assinalada por S. Paulo da “veritas in caritate” (Ef 4, 15), mas também na direcção inversa e complementar da “caritas in veritate”. A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na “economia” da caridade, mas esta por sua vez há-de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade» (Ibid., 2).

[8] Um estilo de vida caracterizado pela sobriedade restitui ao homem aquele «comportamento desinteressado, gratuito, estético que brota do assombro diante do ser e da beleza, que leva a ler, nas coisas visíveis, a mensagem do Deus invisível que as criou» (João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 37; cf. AA.VV., Nuovi stili di vita nel tempo della globalizzazione, Fond. «Apostolicam Actuositatem», Roma 2002).

[9] São João Paulo II disse no «Angelus» de 9 de Julho de 1989: «A expressão “Coração de Jesus” traz de imediato à mente a humanidade de Cristo, e ressalta-lhe a riqueza dos sentimentos, a compaixão para com os enfermos; a predilecção pelos pobres; a misericórdia para com os pecadores; a ternura para com as crianças; a fortaleza na denúncia da hipocrisia, do orgulho e da violência; a mansidão diante dos opositores; o zelo pela glória do Pai e o júbilo pelos seus misteriosos e providentes desígnios de graça (…) recorda depois la tristeza de Cristo pela traição de Judas, o abatimento por causa da solidão, a angústia diante da morte, o abandono filial e obediente nas mãos do Pai. E fala sobretudo do amor que sem cessar brota do seu íntimo: amor infinito para com o Pai e amor sem limites pelo homem».

inizio pagina

Papa aos funcionários: "Misericórdia nas relações cotidianas"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - “O Natal está chegando e é uma bela ocasião para nos reencontrarmos”. Com estas palavras, o Papa Francisco deu as boas-vindas, na Sala Paulo VI, aos funcionários da Santa Sé (inclusive da RV), acompanhados por nossos familiares. Este é o segundo ano desta nova tradição, em que o Papa nos convida, a todos, para trocarmos votos natalinos. 

Inicialmente, Francisco agradeceu por nosso trabalho e esforço para fazer sempre as coisas bem, mesmo quando não são reconhecidas. De modo especial, se referiu aos funcionários que realizam há muitos anos o mesmo tipo de trabalho, “quase sempre um gênero de atividade de bastidores”, fazendo-as sempre como se deve.

Depois de encorajar a prosseguirmos em nossos âmbitos, colaborando juntos, com paciência e ajudando-nos reciprocamente, o Pontífice pediu perdão pelos escândalos que ocorrem no Vaticano.

Misericórdia com quem errou

“Gostaria que a minha atitude e a de vocês, sobretudo nestes dias, seja antes de tudo a de rezar pelos pessoas implicadas, para que quem errou se arrependa e possa encontrar o caminho certo”.

Animando-nos a zelar por nossos maridos, esposas e filhos, o Papa afirmou que o matrimônio é como uma planta, um planta que está viva e que precisamos cuidar todos os dias. Igualmente, a vida de um casal jamais deve ser dada por ‘óbvia’, em nenhuma fase... e convidou a recordar que o dom mais precioso para os filhos não são as coisas, mas o amor dos pais, o amor entre eles em sua relação conjugal – o que faz bem tanto a eles mesmos como a seus filhos.

Jubileu é todo dia

Antes de despedir-se, o Papa Francisco convidou a termos a misericórdia como meta nas relações entre os cônjuges, entre os pais e os filhos e entre os filhos e os irmãos, sem descuidarmos dos avós. Porque como explicou, é preciso viver o Jubileu na Igreja doméstica e não só nos grandes eventos, tendo em conta que o Senhor ama quem põe em prática a misericórdia nas circunstâncias comuns.

Concluindo, disse que seu desejo é que experimentemos a alegria da misericórdia, começando por nossas famílias, e pediu que a levássemos a todos os nossos parentes, amigos, idosos e enfermos.

“Continuem rezando por mim, obrigado e Feliz Natal!”.

(CM)

inizio pagina

Papa nomeia Diretor do CTV e Vice da Sala de Imprensa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou como novo Diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV) a Stefano D'Agostini e como Vice-Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

Stefano D'Agostini, responsável técnico do CTV, onde trabalha desde 1983, cuidava até o presente do planejamento e da transmissão da maior parte das transmissões papais,  quer como supervisor, quer como diretor.

George Burke, por sua vez, é jornalista estadunidense, foi correspondente da revista Time e mais tarde da Fox News Channel. Em 2012 foi nomeado consultor para a Comunicação do Departamento para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado. Ele assumirá o cargo de Diretor Adjunto em fevereiro de 2016. (JE)

inizio pagina

Santa Sé sobre a crise no Burundi: agir imediatamente para reconstruir a paz

◊  

Genebra (RV) - A dramática situação no Burundi, desencadeada pelos protestos por causa da terceira candidatura presidencial de Pierre Nkurunziza, está no centro da recente declaração de Dom Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé na ONU em Genebra.

 

Agir imediatamente para reconstruir a paz: este é o coração do comunicado divulgado no último dia 17 de dezembro por Dom Silvano Maria Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, para a sessão especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, dedicada à crise no Burundi. Há muitos meses, de fato, o país africano é devastado pelos protestos populares contra a reeleição, pela terceira vez consecutiva, do presidente Nkurunziza, apesar do limite de dois mandatos sancionado em 2000 no Acordo de Arusha que pôs fim a 12 anos guerra civil. Nos confrontos entre militares e civis, foram registradas muitas vítimas.

Acabar com a violência, promover a paz e restaurar a democracia

Diante de tal crise e dos "obstáculos" que impedem "o exercício dos direitos humanos no país", Dom Tomasi espera que o Conselho da ONU possa "agir imediatamente" para "implementar esforços internacionais que garantam o fim da violência desenfreada e evitem o contrabando de armas". O prelado também pediu "a promoção de tentativas eficazes, objetivos, abertos e transparentes a favor da reconciliação, do diálogo e da construção da paz", junto com uma "mediação imparcial do conflito, para restabelecer os processos democráticos inclusivos de todos os setores da população". Necessária, também - sublinha o Observador Permanente - "a construção das condições que permitam a segurança e o retorno espontâneo dos refugiados" burundineses a casa.

Busca do bem comum, o objetivo primordial

Finalmente, o prelado recorda o que foi dito pelo Papa Francisco na África, em particular, em seu discurso, em 25 de novembro último, às autoridades do Quênia: "Na obra de construção de uma sólida ordem democrática, o reforço da coesão e da integração, da tolerância e do respeito pelos outros, a busca do bem comum deve ser a meta principal. A experiência mostra que a violência, o conflito e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero, que nascem da pobreza e da frustração". (SP)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Porta Santa da Diocese de Limeira é aberta

◊  

Limeira (RV) - A exemplo de todas as Dioceses do mundo, o bispo de Limeira, cidade a 150 km de São Paulo, Dom Vilson Dias de Oliveira, abriu a Porta Santa da Catedral Nossa Senhora das Dores no dia 13 de dezembro. O ato deu início às celebrações do jubileu do ano da misericórdia, instituído pelo papa Francisco. 

 

O padre Benedito Tadeu Rosa, Pároco da Catedral, explica sobre as indulgências e o grande perdão.

“São as indulgencias plenárias que o papa concede. Então todos aqueles estando confessado, no estado da graça, ele faz a sua peregrinação, passa por esta porta santa, e depois, dentro da igreja, um momento de silêncio, rezar um credo, rezar pela intenção do santo padre, o papa, pelo nosso bispo diocesano dom Vilson e pelo nosso clero diocesano, ai a pessoa alcançou a indulgência plenária”.

Dom Vilson falou sobre os preparativos que a Diocese fez para viver o ano santo:

“Nós nos preparamos para o ano da misericórdia, particularmente calhou com os 40 anos da nossa Diocese, pra nós, é uma grande benção, uma grande graça quando nós buscamos a imagem de Nossa Senhora Aparecida consagrando a nossa Diocese a Nossa Senhora, estamos tendo também a visita a porta santa. É algo que foi pensado, foi preparado, a luz do que o próprio papa nos disse, não é? Com romarias, com encontros, com celebrações que as pessoas farão para que tenham uma grande acolhida de todos os irmãos que ‘passarem’ pela porta santa, fazer a experiência da misericórdia de Deus no dia-a-dia nas nossas paróquias e comunidades”.

A fiel Maria Luiza Trindade recebeu com entusiasmo a proposta do santo padre:

“Então ‘assim’ eu senti ‘assim’ uma alegria muito grande, uma nova esperança, um novo ‘assim’ renovar mesmo, pra a igreja, pra nós como cristãos, como leigos. Foi ‘assim’ pra mim uma emoção muito grande, foi algo muito forte, desde o início que eu cheguei ali, ao tocar dos sinos, no momento da abertura da porta, foi ‘assim’ algo que preencheu muito meu coração, sabe? Uma alegria muito grande no meu coração”.

Henrique Júnior da Rádio Magnificat FM, de Limeira, São Paulo, para a Rádio Vaticano.

inizio pagina

Igreja na América Latina



Bispos argentinos: sem Jesus, o Natal não tem sentido

◊  

Buenos Aires (RV) - “O Natal é Jesus. Sem Ele, esta festa não tem sentido”: é o que escreve a Comissão permanente da Conferência Episcopal Argentina (CEA) numa breve mensagem difundida em vista do Santo Natal.

Em particular, os prelados exortam os fiéis a “partilhar com os nossos irmãos e irmãs cristãos, e com todos os homens e mulheres de boa vontade, a alegria do nascimento de Jesus”.

Jesus, o presente de Natal a ser trocado uns com os outros

No centro desta solenidade – explicam os bispos argentinos – está “a alegria de saber que a misericórdia de Deus se manifestou ao homem de modo tão próximo e tenro a escolher uma família para entrar em nossa história, para sempre”.

Daí, o realce importante que a Igreja argentina dá: “O presente que devemos trocar entre nós é, sobretudo, Jesus mesmo”, porque “Ele veio entre nós a fim de que o levássemos aos outros” e n’Ele “possamos contemplar a reconciliação definitiva entre Deus e o homem”.

O Natal fala ao homem acerca da sua dignidade de filho de Deus

Mas o Natal “nos fala também sobre a nossa dignidade: Deus se fez homem a fim de que nós homens chegássemos a ser filhos de Deus e vivêssemos como irmãos”, reiteram os bispos argentinos.

Daí, o convite a celebrar esta solenidade “comprometendo-se em prol da fraternidade e praticando as obras de misericórdia”. Efetivamente, “neste Ano Santo da misericórdia devemos compreender que o homem possui somente aquilo que dá a Deus e aos outros”, para ser – como diz o Papa Francisco – “uma ilha de  misericórdia no mar da indiferença”.

Consolar os doentes e os aflitos

Por fim, os prelados argentinos exortam os fiéis a rezar a fim de que “a graça do presépio se difunda sobre nossas famílias, cure os laços rompidos, leve amor e alegria a todas as casas e dê consolação aos doentes, aos encarcerados e às pessoas sozinhas”. “A paz do Natal possa alcançar todos os homens”, – conclui a mensagem. (RL)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Patriarca Latino de Jersualém: "Venham nos encontrar sem medo"

◊  

Jerusalém (RV) – Uma exortação para trabalhar pela paz, um apelo aos peregrinos para visitarem a Terra Santa e uma injeção de esperança nas populações do Oriente Médio. Este foi o teor da mensagem de Natal do Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, que no Ano Santo da Misericórdia não esquece as vítimas do terrorismo e aqueles que são obrigados a deixar a própria terra devido às guerras. A Rádio Vaticano perguntou ao Patriarca, o por quê da escolha de iniciar a mensagem, justamente dirigindo-se aos líderes israelense e palestino:

“Temos a necessidade da coragem deles para darem juntos um passo concreto, para fazer entender que são sérios e que buscam o bem dos povos, porque as pessoas perderam a confiança e não acreditam mais nos discursos deste grandes líderes, que não sevem para fazer a paz. Sinto dizê-lo, porém se não realizam gestos concretos para convencer de sua boa vontade, permanecem com pouca credibilidade nos comícios, nos encontros, no diálogo”.

RV: O senhor usou uma expressão que o Papa repete com frequência: “terceira guerra mundial em pedaços”...

“Na guerra se conhecem os próprios inimigos, mas na nossa situação são pequenos pedaços, muito pequenos, e não se conhece quem é o próprio adversário. Existem crianças, adolescentes que brincam com a faca e isto não ajuda ninguém, porque não é um grupo, não é um exército, não é um partido: são brinquedos de desesperados com as facas. Por outro lado, existem os militares israelenses que perderam os nervos e é fácil que “brinquem” com a metralhadora, matando sem hesitar nem menos um segundo. É um jogo sujo feito por ambas as partes, que não resolve o problema e não ajuda: pelo contrário, aumenta o ódio, o horror, a desconfiança. Uma pena!”.

RV: O senhor denunciou aqueles que alimentam a venda de armas. Nas últimas horas aumentou a tensão entre Israel e o Líbano. Por que?

“Enquanto houver a venda de armas, os guerrilheiros farão a guerra. Já não sabemos quem é terrorista e quem não o é. Sabemos que existem terroristas na Síria que se chamam al Nusra e que, ao mesmo tempo, são atendidos nos hospitais israelenses. Não entendemos onde está o terrorista, quem está por trás dele, quem o alimenta... É uma confusão total! Nós, depois, vivemos diretamente o efeito da guerra na Síria: temos cerca de um milhão e meio de refugiados somente na nossa diocese na Jordânia, isto sem falar nos mortos. Somente o Ano da Misericórdia pode dar uma resposta: mais respeito pela dignidade humana, mais misericórdia de uns pelos outros, mais misericórdia entre os Estados. Temos tanta necessidade disto. Nestes dias aqui no Patriarcado não faltam os encontros, quer com os israelenses, quer com aqueles que se ocupam da segurança, quer com os palestinos. Não faço outra coisa do que repetir que já é tempo de entender o outro, o medo do outro, de ter misericórdia pelo outro. Em todos estes momentos falta um aspecto humano: existem tantos adolescentes, crianças, anciãos, mães, que não têm nada a ver com a guerra e ninguém leva em consideração o sofrimento deles. Existem os terroristas, existe a guerra, existe o exército, mas existe todo um povo que não tem nada a ver com isto. Esperamos que o Natal que se aproxima seja um Natal novo que traga mais paz, mais misericórdia por todos”.

RV: O que representa este Natal para os cristãos da Terra Santa no Ano Santo da Misericórdia?

“No Natal decidimos cantar a nossa alegria, acreditar no futuro e na solidariedade dos nossos amigos no mundo. Convidamos a todos a vir nos encontrar sem medo. Rezemos uns pelos outros. Natal permanece sempre Natal e disto parte a esperança, a alegria, a simplicidade da vida, a confiança de uma criança. Ontem eu estava em Gaza, onde fizeram uma gruta. Também Jesus Menino teve uma gruta. Temos tantos refugiados, crianças pequenas que não têm nem mesmo uma para proteger-se do frio. Como que para dizer que o pequeno Menino Jesus teve sorte, porque encontrou uma gruta. São tantos que não tem mesmo esta. Acreditamos ainda na força da oração. Que o Senhor abençoe a todos e nos dê um ano novo que – esperamos – seja pleno de paz e alegria”. (JE)

inizio pagina

Dom Laham: acabar com os sangrentos conflitos no Oriente Médio

◊  

Amã (RV) - “Que todos os sangrentos conflitos do nosso amado Oriente Médio tenham fim”, porque “hoje, mais do que nunca, precisamos urgentemente de paz”: são os votos do vigário patriarcal para a Jordânia, do Patriarcado Latino de Jerusalém, o arcebispo Maroun Lahham, por ocasião do Natal.

Numa mensagem difundida para a solenidade natalina, o prelado faz votos de que “todos os povos da região reconstruam a vivência em comum, encorajem iniciativas de fraternidade e amor, a fim de que todos possam viver como uma família unida”.

Consolidar a atenção para com os pobres e necessitados

Em seguida, Dom Lahham recorda dois eventos importantes de 2015: o 50º aniversário da declaração conciliar “Nostra aetate”, “primeiro documento sobre o diálogo cristão-islâmico”, cujos frutos “intelectuais e culturais devem ser preservados”.

Depois, o Jubileu extraordinário da Misericórdia, inaugurado pelo Papa oficialmente dia 8 de dezembro – solenidade da Imaculada Conceição de Maria:

“Misericórdia é sinônimo de amor fraterno – explica o arcebispo – e dela devemos aprender o que nos impele a consolidar as atenções da humanidade para com os irmãos e as irmãs que sofrem por causa da pobreza, de carências ou pelo agravar-se das dificuldades.”

Reforçar caridade e cooperação

A esse propósito, Dom Lahham recorda que esta segunda-feira, 21 de dezembro, foi aberto em Amã (capital da Jordânia) o “Restaurante da Misericórdia”, no qual a diocese local e a Caritas Jordânia servem gratuitamente cerca de 500 refeições por dia a pobres e necessitados, e 100 refeições suplementares a agentes ecológicos.

“Espero que essa iniciativa contribua para reforçar as obras de caridade e a cooperação em nossa amada pátria”, ressalta o vigário patriarcal.

Detendo-se, em seguida, sobre o significado do Natal, Dom Lahham recorda que o Menino Jesus vem ao mundo trazer “alegria e salvação, dissipar o medo, assegurar-nos que o bem vence o mal, a luz é mais forte do que as trevas, a graça é mais forte do que o pecado, e o amor mais forte do que o ódio”.

Acabar com os assassinatos e transferências forçadas

O nascimento do Senhor, continua o prelado, assegura que “a onda de violências, assassinatos e transferências forçadas no mundo árabe é somente um evento passageiro e que o status quo será restabelecido”.

Então, “não haverá diferenças entre nós em relação à religião, à etnia, à cor ou ao gênero, porque os mais nobres entre nós aos olhos de Jesus são os mais justos”.

Por fim, o arcebispo convida a meditar em silêncio sobre a mensagem do Natal, rezando “a Palavra encarnada de Deus que nos amou como nenhum outro”. (RL)

inizio pagina

Filipinas: aberto processo de beatificação do jesuíta George Willmann

◊  

Manila (RV) - A Arquidiocese de Manila abriu oficialmente o processo de beatificação e canonização do sacerdote jesuíta estadunidense George Willmann, ao qual é atribuído o mérito do crescimento da presença dos Cavaleiros de Colombo nas Filipinas durante o século passado.

No dia 7 do corrente, o arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio Tagle, aceitou a candidatura para a beatificação do religioso jesuíta, oficializando desse modo a abertura formal do processo arquidiocesano.

Pe. Willmann, “Pai dos Cavaleiros de Colombo” nas Filipinas

Nos anos 70, o governo de Ferdinand Marcos concedeu a cidadania filipina ao religioso. Nato em Brooklyn, Nova Iorque, em 29 de junho de 1897, Pe. Willmann é considerado o “Pai dos Cavaleiros de Colombo” nas Filipinas.

O sacerdote chegou ao país do sudeste asiático em 1922, como estudante. Ensinou no Liceu de Manila, administrado pelos jesuítas, antes de voltar para os EUA em 1925 a fim de prosseguir seus estudos de teologia.

Retornou às Filipinas em 1936 e colaborou na implantação de várias organizações. Morreu em Nova Iorque em 14 de setembro de 1977, vítima de um ataque cardíaco. Seus restos mortais foram levados para as Filipinas, onde foi sepultado no cemitério dos jesuítas, em Quezon City. (RL)

inizio pagina

Aberta Porta Santa da Basílica de Assis

◊  

Assis (RV) – A Porta Santa da Basílica Inferior de São Francisco, em Assis, foi aberta na presença de peregrinos de todo o mundo no domingo, 20, pelo Bispo Dom Domenico Sorrentino, pelo Custódio do Sacro Convento de Assis, Padre Mauro Gambetti e pelo frei mais idoso da comunidade franciscana, Padre Vladimiro Penev. O Jubileu da Misericórdia coincide com os 800 anos da proclamação daquele que é conhecido como o “Perdão de Assis”. A cidade de Francisco é um dos locais símbolo deste Ano Santo.

Humanidade aberta à acolhida

“Um ano de misericórdia e graça. Temos a oportunidade de voltar os nossos corações e as nossas mentes a Deus e aos nossos irmãos, sobretudo aos mais fracos – declarou o Custódio do Sacro Convento, Padre Mauro Gambetti. A Porta Santa da Basílica de São Francisco de Assis se abre para os frágeis corpos que esperam a salvação, para os corações sonhadores ou angustiados, para os olhares profundos ou desorientados e para oferecer uma morada a todos. A morada de Deus. Uma porta que nos leva a abraçar o próximo e a sermos testemunhas de uma humanidade aberta à acolhida, à caridade e à fraternidade. Este estilo – desejou o Custódio – não quer ser um parênteses, mas a trama da vida cotidiana”.

Curar as feridas abertas na história

“A abertura da Porta Santa – declarou o Diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento, Padre Enzo Fortunato -  nos aproxima das feridas que o homem abriu na história. Chagas a serem curadas. Uma mensagem universal de misericórdia, amor e paz que Assis propõe graças a São Francisco. Como comunidade franciscana, dedicamos em nosso site um “Jubileu especial”, com serviços e aprofundamentos franciscanos”.

Jubileu coincide com o Perdão de Assis

O Jubileu convocado pelo Papa coincide com o pedido de São Francisco feito há 800 anos (1216) e que hoje é conhecido e celebrado como o “Perdão de Assis”, ou seja, uma indulgência plenária que por muitos anos podia ser obtida somente na Porciúncula, sendo posteriormente estendida a todas as igrejas franciscanas e a todas aquelas paroquiais. Os diversos elementos que ligam Assis ao Ano Santo, dedicado à descoberta da misericórdia, fazem da cidade na Úmbria a segunda etapa deste Jubileu Extraordinário.

Francisco e a Misericórdia

A ligação entre São Francisco e o tema do Jubileu é muito estreita, visto que o Santo sempre soube, a exemplo de seu Mestre, colocar as exigências da misericórdia antes do rigor da penitência, sobretudo quando entrava em jogo o seguimento de Cristo. Soube conjugar misericórdia e verdade. O segredo de sua santidade foi ter sabido colocar lado a lado aspectos aparentemente contraditórios, como fez Jesus: perdoou a adúltera, que todos queriam lapidar, admoestando-a, porém, a não pecar mais. Foi misericordioso com ela, não a condenou, nem a julgou, mas recordou a ela que o que havia feito era pecado, pois a misericórdia sem a verdade pode transformar-se em cumplicidade, e a verdade sem a misericórdia cai facilmente no julgamento. (JE)

inizio pagina

Aberta a Porta Santa da Basílica de Santo Antônio, em Pádua

◊  

Pádua (RV) – Foi aberta na manhã de domingo, 20, a Porta Santa da Basílica de Santo Antônio, em Pádua. O rito de abertura foi presidido pelo Delegado Pontifício, o Arcebispo Giovanni Tonucci, e contou com a participação de 2 mil fieis.

A primeira parte do rito, a statio, teve início no adro da Basílica. O Delegado pontifício aproximou-se da sacada para a proclamação do Evangelho e ler leitura da Bula pontifícia de convocação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, a Misericordiae Vultus. O rito prosseguiu com a procissão em direção à Porta Santa, momento que simboliza a peregrinação, um dos gestos peculiares do Ano Santo, que recorda como a misericórdia também é “uma meta a ser alcançada”, que requer sacrifício, parafraseando as palavras da Bula papal.

Da procissão também tomaram parte os representantes das associações e grupos ligados à Basílica, como a Veneranda Arca do Santo, a Soberana Ordem Militar de Malta, os Cavaleiros do Santo Sepulcro, a Ordem Franciscana Secular e a Juventude Franciscana, a Milícia da Imaculada, entre outros, seguidos por inúmeros fieis.

Antes de atravessar a Porta da Misericórdia, que indica o coração misericordioso de Deus, o Arcebispo Tonucci proclamou as palavras: “Eu sou a porta, diz o Senhor, quem passa por mim, será salvo”. A procissão, assim, prosseguiu até o altar, onde foi realizada a parte final do rito, ou seja, a memória do Batismo, a bênção e aspersão com água, seguida pela missa transmitida pela internet pelo site da Basílica de Santo Antônio.

A Porta Jubilar na Basílica em Pádua constitui uma ulterior possibilidade para viver a experiência do Ano Santo Extraordinário oferecida aos mais de três milhões de peregrinos e fieis que a cada ano visitam o Túmulo de Santo Antônio, vindos de todas as partes do mundo. Iniciando na Porta Santa, o caminho penitencial seguirá dentro da Basílica, seguindo um percurso pré-disposto.

A Porta da Misericórdia na Basílica de Santo Antônio permanecerá aberta até o final do Ano Jubilar em 20 de novembro de 2016. Atravessá-la é um gesto penitencial que indica o desejo e o propósito dos fieis de percorrer o caminho da conversão para encontrar o rosto misericordioso do Pai. (JE)

inizio pagina

Porta Santa no Paquistão: mensagem de paz e esperança

◊  

No último domingo (20/12), foi a vez da cidade de Faisalabad, na Província de Punjab, no Paquistão, realizar a abertura da Porta Santa. A cerimônia ocorreu na Catedral de São Pedro e de São Paulo e foi presidida pelo bispo da Diocese local, Dom Joseph Arshad.

À Agencia de Notícias AsiaNews, Dom Joseph ressaltou que o Paquistão “necessita de uma mensagem de paz e de esperança”. “Nossa terra está ferida pelo terrorismo e o ambiente está contaminado pela intolerância”, afirmou.

Jesus: rosto da Misericórdia

Além de agradecer ao Papa Francisco pela convocação do Ano da Misericórdia, o prelado destacou que “Jesus Cristo é o rosto amável da misericórdia do Pai e, ao olhar para Ele, podemos dar um novo rosto ao nosso mundo”.

Dom Joseph disse que, por meio do sentimento da misericórdia, é crucial promover a harmonia, a tolerância fraterna e o perdão. Segundo ele, a convocação para Ano da Misericórdia é “um sinal de grande amor e de esperança para todo o mundo”. “Todos precisam desta iniciativa para repensar sobre as suas vidas e sobre as atitudes que prevalecem na sociedade”, frisou Dom Joseph.

Fé e dificuldades

Se referindo ao ataque terrorista que ocorreu numa igreja na cidade Lahore em março, que matou 14 pessoas e feriu outras 70, o prelado lembrou que este ano os cristãos daquela região tem sofrido com diversos incidentes, “mas, apesar das dificuldades, a minoria cristã continua a elevar a voz por aquilo que é justo”.

“O Natal - conluiu Dom Joseph - é um período de alegria, amor e paz. Esta alegria deve ser compartilhada com todos os seres humanos. Quando festejamos o nascimento de Cristo, devemos ser fortes espiritualmente na nossa vida de cristãos.”

inizio pagina

Formação



O Papa Francisco traz consigo a beleza da tradição latino-americana

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”. Na edição de hoje prosseguimos com a contribuição do reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, Pe. Geraldo Maia, sacerdote do clero da diocese mineira de Uberaba. 

Nesta edição prosseguimos a entrevista que fizemos com ele tratando também do Magistério do Papa Francisco – primeiro Sucessor de Pedro filho do Continente Americano – e da experiência da Igreja na América Latina, com seu jeito de ser, e a contribuição e riqueza que esta tem a dar para a Igreja no mundo inteiro. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

inizio pagina

Atualidades



JMJ: motor que coloca as PJ's em movimento

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - As Jornadas Mundiais da Juventude como agente de transformação pessoal e também coletiva - no contexto das Pastorais da Juventude do mundo inteiro. Esse é uma das características destacadas por Padre João Chagas, responsável pelo setor Juventude do Pontifício Conselho para os Leigos, em Roma. Ele esteve recentemente em um encontro de delegados que participam da organização da próxima edição do maior evento católico jovem do mundo, no ano que vem, em Cracóvia. Nessa conversa com a Rádio Vaticano, Padre João fala sobre a possível visita do Pontífice a um dos mais conhecidos santuários marianos da Polônia e do itinerário da Cruz Peregrina. 

"A JMJ tem sido um motor que coloca em movimento a Pastoral da Juventude no mundo inteiro. A gente não pode pensar na Jornada somente como sendo aqueles 4 ou 5 dias em que o Papa está presente. Na Polônia, neste período, vemos todo o movimento que tem acontecido no País em torno da Jornada e como isso mexe com a juventude. No Brasil, precisamos recordar os encontros 'Bote fé', a peregrinação da Cruz, que o Cardeal Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, gosta de comparar como um arado: que vai preparando a terra, o terreno, para a grande semeadura que acontece por ocasião da Jornada. Então, a preparação da Jornada mexe muito com o terreno do País que organiza e isso faz com que, quando a semente seja lançada no terreno previamente preparado, produza muitos frutos". (RB)

 

inizio pagina