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Sumario del 31/12/2015

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Pueri Cantores se exibem diante de Bento XVI

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Cidade do Vaticano (RV) – No âmbito do Congresso Internacional dos Pueri Cantores, em andamento em Roma, na tarde de quarta-feira (30/12), um dos 13 corais alemães que participa do Congresso se exibiu diante do Papa emérito Bento XVI.

O concerto foi realizado no estúdio musical da Rádio Vaticano situado dentro dos Jardins Vaticanos. O coral “Jugendkantorei su Eichstätt Dom” é composto por cerca de 36 jovens entre 12 e 18 anos.

A exibição foi mantida em segredo inclusive para os jovens – que só souberam da apresentação na noite anterior.

O programa do concerto foi inspirado no Natal, com arrajamento composto por Mons.Georg Ratzinger, irmão do Papa emérito, também ele presente no estúdio da Rádio Vaticano.

Ao final da apresentação, Bento XVI agredeceu aos membros do coral, desejando-lhes Feliz Ano Novo e boa estada em Roma. O Congresso encerra-se no dia 1º de janeiro.

(BF)

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O bem vence sempre, mesmo que pareça frágil, diz Papa no Te Deum

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde deste 31 de dezembro, último dia de 2015, o Papa Francisco  presidiu na Basílica de São Pedro às Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento. Na homilia, Francisco recordou que “em muitas ocasiões a Igreja sente a alegria e o dever de elevar seu canto a Deus com estas palavras de louvor, que desde o quarto século acompanham a oração nos momentos importantes de sua peregrinação terrena”. 

O Papa recordou que sentimos em nosso coração um desejo quase que espontâneo de agradecer a Deus, em reconhecimento à sua presença amorosa “nos eventos de nossa história”. No entanto – observou - “sentimos que a nossa voz não é suficiente na oração. Ela precisa se reforçar com a companhia de todo o povo de Deus, que uníssono, faz ouvir o seu canto de agradecimento”:

“Por isso, no Teu Deum pedimos a ajuda aos Anjos, aos Profetas e à toda a criação para louvar ao Senhor. Com este hino, revemos a história da salvação onde, por um misterioso desígnio de Deus, encontram lugar e síntese muitos episódios de nossa vida deste ano que passou”.

Ao referir-se ao Ano jubilar, Francisco recordou que “a companhia da misericórdia é luz para compreender melhor o que vivemos; e esperança que nos acompanha no início de um ano novo”:

“Repassar os dias do ano que passou pode ser feito ou como uma recordação dos fatos e acontecimentos que levam a momentos de alegria e de dor, ou procurando compreender se percebemos a presença de Deus que tudo renova e ampara com sua ajuda. Somos interpelados a verificar se os acontecimentos do mundo se realizaram segundo a vontade de Deus ou se demos ouvidos prevalentemente aos projetos dos homens, quase sempre repletos de interesses privados, de uma insaciável sede de poder e da violência gratuita”.

O Papa reiterou que hoje, no entanto, “os nossos olhos têm necessidade de focalizar de modo particular os sinais que Deus nos concedeu, para tocar com nossas mãos a força de seu amor misericordioso”, recordando a “violência, morte e sofrimentos inenarráveis de inocentes, refugiados obrigados a deixar seus países, homens, mulheres e crianças sem residência estável, alimento e sustento”, que mancharam muitos dias. Mas também recordou os sinais de amor:

“Quantos gestos de bondade, de amor e de solidariedade preencheram os dias deste ano, mesmo se não foram manchete nos noticiários! As coisas boas não são notícia. Quantos sinais de amor não podem e não devem ser obscurecidos pela prepotência do mal. O bem vence sempre, embora em alguns momentos possa parecer frágil e velado”.

Aos habitantes da Cidade Eterna, o Bispo de Roma lançou um apelo a superarem “as dificuldades do momento presente. Que o compromisso para recuperar os valores fundamentais de serviço, honestidade e solidariedade permita resolver as graves incertezas que dominaram o cenário deste ano e que são sintomas da escassa dedicação ao bem comum”, pedindo “que nunca falte a contribuição positiva do testemunho cristão para consentir a Roma, segundo a sua história, e com a materna intercessão de Maria Salus Populi Romani, de ser intérprete privilegiada de fé, de acolhimento, fraternidade e paz”.

Ao final da cerimônia, após um momento de adoração, o Santo Padre abençoou a assembleia com o Santíssimo Sacramento.

Minutos após, o Papa Francisco deixou a Basílica e dirigiu-se à Praça São Pedro. Ao som da banda da Guarda Suiça que entoava, entre outros, o Noite Feliz, o Pontífice visitou o Presépio, onde se deteve em oração silenciosa por alguns minutos. Após, subiu as escadas para conhecer mais de perto alguns personagens. Chamou-lhe a atenção, em particular, a cena que representa o Bom Samaritano que acolhe uma pessoa em dificuldade. Desde sua chegada na Praça ao final de tarde, com uma temperatura por volta dos 8º C, Francisco foi efusivamente saudado pelas centenas de fieis e turistas presentes. (CM/JE)

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Papa: o canto educa e faz bem à alma

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Cidade do Vaticano (RV) - A última Audiência do Papa em 2015, nesta quinta-feira (31/12), foi a um grupo de mais de 6 mil integrantes dos grupos de Pueri Cantores do mundo inteiro, reunidos em Roma para o Congresso mundial.  Francisco, respondendo às perguntas das crianças de maneira improvisada, recordou que o “canto educa e faz bem à alma”. 

Ao lembrar Santo Agostinho, convidou todos os presentes a “cantar e caminhar” na vida cristã - que é uma estrada de alegria. “Só Deus é bom”, acrescentou o Papa pedindo que os jovens repetissem a frase sempre que sentissem raiva. Francisco disse que às vezes fica com raiva sim, mas não morde. “A raiva é venenosa, envenena a alma”, afirmou o Pontífice.

Jesus não permitia que a raiva chegasse à sua alma, disse Francisco. Cristo usava a raiva para corrigir algo e, então, a paz voltava reinar. No final, o Papa confessou que se deu de “presente” um retiro espiritual para rezar mais: eu sou um bispo, e os bispos devem orientar o povo de Deus antes de tudo com a oração, que é o primeiro serviço.

O Papa concluiu a audiência alertando para a guerra entre o bem e o mal que se vê na televisão: há muita coisa boa no mundo, arrematou o Papa, mas isso não dá ibope – não se deixem enganar!

O próximo Encontro internacional dos grupos de Pueri Cantores acontecerá no Brasil.

Assista em VaticanBR

(RB)

 

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Encontro do Papa com os Pueri Cantores: íntegra

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste último dia de 2015, o Papa Francisco recebeu em audiência cerca de 6 mil integrantes do mundo inteiro dos Pueri Cantores, reunidos em Roma para o Congresso Mundial.

O Papa respondeu de improviso às perguntas feitas por algumas crianças. Eis a íntegra das respostas:

Pergunta: O que você acha do nosso canto? Lhe agrada cantar?

“’O que você acha do nosso canto? Lhe agrada cantar?’.... Eu gostaria de escutá-los cantar um pouco. Ouvi somente um canto, espero que cantem outros.... Gosto de ouvir cantar, mas, se eu cantasse, pareceria um asno, porque não sei cantar. Nem mesmo sei falar bem, porque tenho um defeito na maneira de falar, na fonética... Mas gosto muito de ouvir cantar. E vou contar para vocês uma história. Quando eu era criança – nós somos em cinco irmãos – quando era criança, a mãe, no sábado, às duas da tarde, nos fazia sentar diante da rádio para ouvir. E o que ouvíamos? Todos os sábados havia transmissão de uma ópera. E nossa mãe nos ensinava como era aquela ópera, nos explicava: “Ouçam como se faz isto...”. E desde pequeno experimentei o prazer de ouvir cantar. Mas nunca pude cantar. Pelo contrário, um dos meus avós, que era marceneiro, enquanto trabalhava cantava sempre, sempre. O prazer de ouvir cantar vem desde pequeno. Me agrada tanto a música e o canto. E o que penso do canto de vocês? Espero ouvir algum outro. De acordo? É possível?

Digo uma coisa para vocês: o canto educa a alma, o canto faz bem para a alma. Por exemplo, quando uma mãe quer adormecer o filho, não lhe diz: “Um, dois, três, quatro...”. Canta a canção de ninar, e faz bem à sua alma, a criança fica tranquila e adormece. Santo Agostinho diz uma frase muito bonita. Cada um de vocês deve aprendê-la na própria língua. Falando da vida cristã, da alegria da vida cristã, diz assim: “Canta e caminha”. A vida cristã é um caminho, mas não é um caminho triste, é um caminho alegre. E por isto canta. Canta e caminha, não esqueçam! Cada um o diga na sua língua: canta e caminha! [repetem: “Canta e caminha!”] Não ouvi bem… [“Canta e caminha!”] Isto! Recordem disto: canta e caminha. E assim a tua alma experimentará mais ainda a alegria do Evangelho”.

Pergunta: Como você faz para ser sempre tão bom, nunca fica brabo? Quais são os seus bons propósitos para o ano novo?

“Uma vez se aproximou de Jesus um jovem e lhe disse uma palavra que se assemelha a tua. Ele disse: “Jesus, mestre bom”. E Jesus olhou para ele e lhe disse: “Não, somente Deus é bom”. Somente Deus é bom, disse Jesus. E nós? Somos maus? Não, meio a meio, temos um pouco de tudo… Nós temos sempre aquela ferida do pecado original que nos leva a não sermos tão bons sempre... Mas, recorda-te sempre: somente Deus é bom, e se tu quereres encontrar bondade, vai até o Senhor, Ele é todo bondade, todo amor, todo misericórdia. E saber como eu faço para ser bom? Me aproximo do Senhor. E peço ao Senhor: “Senhor, que eu não seja tão pecador, que não seja tão mau, que não faça maldade a ninguém, que não tenha ciúmes, inveja, que não me envolva em conchavos, que são tantos...”. E todas estas coisas. Pedir a graça de ser bom, porque somente Deus é bom. Também isto vocês devem aprender. Digamos todos juntos? Cada um na própria língua: “Somente Deus é bom”. [repetem: “Somente Deus é bom”]. Uma outra vez. [“Somente Deus é bom”]. Recordem deste conselho de Santo Agostinho que vocês repetiram todos juntos, como era? [respondem: “Canta e caminha!”]. Somente Deus é bom. Recordem bem disto.

Mas existem pessoas boas, sim, que se aproximam do Senhor, os santos! Tantos santos escondidos na vida cotidiana, na nossa vida, tantas pessoas que sofrem e oferecem os sofrimentos para a conversão dos pecadores. Tanta, tanta gente que se aproxima tanto da bondade de Deus, são os santos. Mas quem é somente bom?   [respondem: “Deus”]. Somente Deus é bom.

A outra pergunta: “Se nunca fico brabo?”. Sim, fico brabo, mas não mordo! Às vezes fico brabo, quando alguém faz uma coisa que não está bem, me vem um pouco.... Mas me ajuda a parar e pensar nas vezes em que eu fiz os outros ficarem brabos. E penso e me pergunto: Eu embrabeci aos outros? Sim, tantas vezes. Então, não tenho o direito de ficar brabo. ‘Mas ele fez....’. Sim, mas se ele fez esta coisa que é ruim, que não é boa, chame-o e converse com ele como irmão, fale como irmão e irmã, fale, fale. Mas sem ficar brabo, porque a raiva é venenosa, envenena a tua alma. Tantas vezes vi crianças e jovens assustados. Por que? Por que os pais, ou na escola, gritavam com eles. E quando alguém está com raiva e grita, faz mal, fere: gritar com alguém é como dar uma facada na alma, isto não faz bem. Entenderam bem?

Eu fico brabo, sim, algumas vezes fico brabo, mas me ajuda pensar nas vezes em que eu fiz os outros ficarem brabos, isto me deixa mais sereno, me torna um pouco mais tranquilo. Enraivecer-se é uma coisa que faz mal não somente ao outro, faz mal a ti mesmo, envenena a ti mesmo. E existe gente, que vocês certamente conhecem, que tem a alma amarga, sempre com amargura, que vivem brabos. Parece que todas as manhãs lavam os dentes com vinagre para serem assim enraivecidos. Tem gente que é assim.....é uma doença. Se entende, se existe uma coisa que não me agrada, fico um pouco brabo. Mas isto, o hábito de enraivecer-se, o hábito de gritar, o hábito de gritar com os outros, isto é um veneno! Pergunto a vocês, e cada um na sua própria língua responda: como era a alma de Jesus, doce ou amarga? [respondem: “Doce!”]. Era doce por que? Porque quando ficava brabo isto não chegava à sua alma, era somente para corrigir e depois voltava à paz.

“Quais são os seus bons propósito para o Ano Novo?”. Fiz um dia destes, em que dediquei um pouco de tempo para fazer um retiro espiritual: rezar mais. Pois me dei conta que os bispos e os padres – eu sou bispo – devem guiar o povo de Deus antes de tudo com a oração, é o primeiro serviço. Conto uma história para vocês. No início do cristianismo havia tanto trabalho, porque tanta gente se convertia e os apóstolos não tinham tempo. E alguns foram a eles lamentar-se porque não cuidavam bem das viúvas e dos órfãos. Era verdade, mas não tinham tempo para fazer tudo. E fizeram um concílio entre eles e decidiram encarregar alguns homens somente para servir as pessoas. É o momento da criação dos diáconos. Os diáconos nasceram assim. Vocês podem ver isto no Livro dos Atos dos Apóstolos. E o que diz Pedro, São Pedro, o primeiro Papa? O que diz?. “Eles farão isto, e a nós, os apóstolos, somente duas coisas: a oração e o anúncio do Evangelho, a pregação”. Ou seja, para um bispo, a primeira tarefa é a oração, a primeira tarefa: não se pode ser bispo na Igreja sem a oração em primeiro lugar. E depois o anúncio do Evangelho. Nestes dias, respondendo à tua pergunta, eu pensei que um bom propósito para o próximo ano seria este, rezar um pouco mais. De acordo? Também eu pergunto a vocês: vocês pensam que este seria um bom propósito também para vocês? [respondem: “Sim!”]. Rezar um pouco mais. Porque a Igreja vai em frente com a oração dos santos, Rezem pela Igreja!

Pergunta: Quando você era pequeno, o que você sonhava ser? De noite, quando olho a televisão com a minha família, vejo tantas histórias tristes e dramáticas: o mundo permanecerá sempre assim, também quando eu for grande?

“Se eu vos dissesse a verdade sobre a primeira pergunta, vocês iriam rir....Mas vou dizer a verdade. A pergunta era: “Quando eu era criança, o que eu sonhava ser?”. Quando eu era pequeno eu ia seguido com a avó, mas também com a mãe ao mercado fazer compras. Naquele tempo não havia os supermercados, não havia a televisão, não tinha nada.... O mercado era na rua e lá tinha os locais para as verduras, para as frutas, para a carne, para o peixe e se comprava tudo. Um dia, em casa, na mesa, me perguntaram: o que você gostaria de ser quando crescer? Sabem o que eu respondi? “Açougueiro”. Por que? Porque o açougueiro que havia no mercado – havia 3 ou 4 lugares para a carne – pegavam a faca, cortavam em pedaços... é uma arte e gostava de ver eles fazerem isto. Agora mudei de ideia, naturalmente; mas, respondendo à sua pergunta, quando eu era pequeno, eu pensava em me tornar um açougueiro. Me teria agradado.

Depois, a segunda pergunta – esta é séria! “De noite, quando janto com a minha família, olhando a televisão, ouço sempre falar de notícias tristes e dramáticas..... Mas o mundo, quando eu for grande, será sempre assim?

É verdade o que tu disseste. Existe tanta gente que sofre no mundo hoje. Existem as guerras. Mas quantas guerras existem! Na África, pensem quantas guerras. No Oriente Médio, onde nasceu Jesus, está tudo em guerra. Na Ucrânia, a guerra. Em tantos lugares. Na América Latina existem guerras. São coisas feias! E o que fazem as guerras? Causam pobreza, dor, mal. Somente coisas tristes…Pensem nas crianças. Vocês, jovens, crianças, têm o dom de Deus de poder cantar, de serem felizes, de viver a vida cristã como dizia Santo Agostinho – como era aquilo que dizia Santo Agostinho? [respondem: “Canta e caminha!”] - mas existem crianças que não têm o que comer no mundo; existem crianças que não podem ir à escola, porque existe a guerra, a pobreza e não existem escolas; existem crianças que quando ficam doentes, não têm a possibilidade de ir a um hospital. Rezem por estas crianças, rezem! Mas o mundo será sempre assim? O mundo pode melhorar. Mas existe uma coisa da qual não agrada falar, mas da qual se deve falar: no mundo existe a luta entre o bem e o mal – dizem os filósofos -, a luta entre o diabo e Deus. Ainda existe isto. Quando em cada um de nós vem o desejo de fazer uma maldade, aquela pequena maldade é uma inspiração do diabo, que, através da fraqueza que deixou em nós o pecado original, te leva a isto. Se faz o mal nas pequenas coisas como nas grandes coisas; nas guerras como – por exemplo – um jovem que mente; é uma guerra contra a verdade de Deus, contra a verdade da vida, contra a alegria. Esta luta entre o diabo e Deus, diz a Bíblia que continuará até o fim. Isto está claro, não? Vocês entenderam isto? Está claro. Todos nós temos dentro um campo de batalha. Se luta entre o bem e o mal, todos nós. Temos graças e tentações, e devemos falar com o pároco, com a catequista desta coisas para conhecê-las bem. Esta é a primeira coisa. A segunda: existem tantas coisas boas no mundo, e eu me pergunto: por que estas coisas não são divulgadas? Porque parece que agrada às pessoas ver as coisas más ou ouvir as notícias ruins. Pensemos na África: tantas coisas ruins, tantas guerras – como eu disse – mas existem os missionários, sacerdotes, irmãs, que “gastaram” toda a sua vida lá, pregando o Evangelho, na pobreza.... Quando no mês passado fui à África, encontrei uma irmãzinha…penso que tinha 83 anos, italiana, e me disse: “Eu estou aqui desde que tinha 26 anos”. E existem tantas famílias santas, tantos pais que educam bem os filhos. Por que não se vê na televisão uma família que educa bem, que educa bem um filho? Não se vê! Porque existe esta atração pelo mal: parece que agrada mais olhar as coisas más do que as coisas bonitas, as coisas grandes. O diabo faz a sua parte – isto é verdade – mas também Deus faz a sua parte: tanta gente santa! Não somente nas missões, mas no mundo, no trabalho, nas famílias; tantos pais, tantos avôs e avós que seguem em frente doentes, com problemas; e isto não se vê na televisão. Por que? Por que isto não tem rating, não dá publicidade…. Aqui na Itália, descobri tantas associações, homens e mulheres, que doam parte do próprio tempo para assistir, para acompanhar, para cuidarem dos doentes. Isto é bom. Mas isto não se vê na publicidade. É verdade isto ou não?  Se tu quiseres ter rating – quer jornalístico, televisivo ou o que quiseres – mostre somente as coisas ruins; com as coisas boas as pessoas se chateiam. Ou então não sabem apresentar e fazer bem as coisas, mostrar bem as coisas boas.

Quando tu (o Papa se dirige à criança que lhe fez a pergunta) olha a televisão, na tua casa, te recorde destas duas coisas: existe uma luta no mundo entre o bem e o mal, existem tantas crianças que sofrem, existem as guerras, existem as coisas ruins, porque a luta é entre Deus e o diabo; mas pense também nas tantas pessoas, tantas pessoas santas, tanta gente que dá a sua vida para ajudar os outros, para rezar pelos outros. Mas por que na televisão não se vê as monjas de clausura que passam a vida rezando por todos? Porque isto não interessa... Talvez interesse mais as joias de uma empresa importante, que fazem ver...as coisas que dão vaidade. Não nos deixemos enganar! No mundo existem coisas ruins, más, más e este è o trabalho do diabo contra Deus; mas existem coisas santas, coisas santas, coisas grandes que são obra de Deus. Existem os santos escondidos. Esta palavra, não a esqueçamos: os santos escondidos, aqueles que nós não vemos. De acordo?

 Eu agradeço a vocês por tudo isto. Mas gostaria de ouvir uma outra canção para dizer se me agrada ou não como vocês cantam... E uma outra coisa: gostaria de ouvir repetir como era a vida cristã segundo Santo Agostinho. Como deve ser?  [respondem: “Canta e caminha!”]. Canta e caminha! Segundo: quem é bom? [“Somente Deus é bom”].

(JE)

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Reportagem Especial: Papa tocou 4 continentes em 2015

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Cidade do Vaticano (RV) - A redação do Programa Brasileiro preparou uma grande reportagem na qual recordamos os principais momentos vividos pelo Papa Francisco durante as quatro Viagens Apostólicas que realizou em 2015. Em ordem cronológica, iniciaremos com a Ásia, passando pela Europa, cruzando a América Latina e encerrando com a África.

É possível ouvir o áudio na íntegra, abaixo, assim como os trechos específicos, ao longo do texto. 

O Papa Francisco retornou à Ásia

A primeira viagem apostólica internacional do Papa Francisco neste ano de 2015, a então sétima de seu Pontificado, e terceira à Ásia após a visita à Terra Santa e à Coreia do Sul foi ao Sri Lanka e depois às Filipinas, de 12 a 19 de janeiro. Foi mais um exemplo da atenção do Pontífice à Ásia. 

A viagem do Papa Francisco à República do Sri Lanka e às Filipinas foi nas pegadas dos predecessores Paulo VI e João Paulo II, que também visitaram os dois países: o Papa Montini ambos os países em 1970, e o Papa Wojtyla em 1981 visitou as Filipinas e em 1995 Sri Lanka e novamente as Filipinas.

Falando desta viagem, Francisco afirmou que voltou à Ásia “com prazer”. “Guardarei sempre no coração a lembrança do acolhimento jubiloso por parte das multidões, em alguns casos até mesmo oceânicas”, disse.

Sri Lanka

No Sri Lanka, “país de maravilhosa beleza natural”, o momento culminante foi a canonização do missionário São José Vaz. Numa época de perseguição religiosa, ele ministrava com frequência os sacramentos em segredo aos fiéis católicos, e ajudava sem distinção todos os necessitados. Durante a missa de canonização, disse o Papa Francisco: “indiquei S. José Vaz como modelo para todos os cristãos, chamados hoje em sai a propor a verdade salvífica do Evangelho num contexto multirreligioso, com respeito aos outros, com perseverança e humildade”.

O Pontífice na sua viagem salientou ainda o processo de reconciliação do povo cingalês, que está tentando reconstruir a unidade depois de um longo e dramático conflito civil. No encontro com as autoridades governamentais, ele destacou a importância do diálogo e do respeito pela dignidade humana na busca paciente da reconciliação. Já o encontro com os vários líderes religiosos confirmou as boas relações que existem entre as diferentes tradições religiosas, o Papa então pediu a cooperação de todos para curar, “com o bálsamo do perdão”, as feridas da guerra.

O tema da reconciliação caracterizou também a visita do Papa ao Santuário de Nossa Senhora de Madhu – ocasião em que pediu a Maria que obtenha o dom da paz e da unidade a todo o povo cingalês.

Filipinas

Do Sri Lanka Francisco foi às Filipinas, cuja finalidade particular da visita era levar conforto e encorajamento às populações que foram atingidas pelo tufão Yolanda. Ali uma multidão calculada em 7 milhões de pessoas recebeu o Papa.

Na região mais devastada, Tacloban, o Papa enalteceu a fé e a capacidade de recuperação da população local, assim como a generosidade das ajudas. “A potência do amor de Deus se manifestou no espírito de solidariedade demonstrada em inúmeros gestos sacrificados e iniciativas de caridade que marcaram aqueles dias trágicos”.

Os encontros com as famílias e os jovens foram outros momentos salientes da viagem às Filipinas. “Ouvir dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças são uma das causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplória. Posso dizer que a causa principal da pobreza è um sistema econômico que tirou a pessoa do centro e colocou no seu lugar o deus-dinheiro; um sistema econômico que exclui e cria a cultura do descarte que vivemos. Esta é a causa da pobreza, e não as famílias numerosas.

À juventude, Francisco ofereceu uma palavra de encorajamento em seus esforços para a renovação da sociedade, de modo particular através da proteção do meio ambiente e de uma atenção especial aos pobres. “O cuidado em relação aos pobres é um elemento essencial do nosso testemunho cristão; comporta a rejeição de toda forma de corrupção e pede a construção de uma cultura da integridade”, afirmou.

O Papa agradeceu a Deus pela sua visita ao Sri Lanka e às Filipinas, e pediu que Ele abençoe esses dois países. (SP)

Sarajevo

No dia 6 de junho o Papa Francisco visitou Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, naquela que foi a 8ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado, a segunda à região dos Bálcãs, após a viagem à Albânia em setembro de 2014. Com o lema "A paz esteja convosco", o Pontífice visitou uma cidade que se tornou o símbolo do sangrento conflito dos anos 90, encorajando a população à uma convivência pacífica e à construir um futuro comum e reforçando o diálogo ecumênico e inter-religioso entre as comunidades formadas por croatas, sérvios e bósnios muçulmanos. 

"Nesta terra - disse o Papa ao ser recebido no Aeroporto -  as relações cordiais e fraternas entre muçulmanos, judeus e cristãos têm uma importância que vai além de seus confins. Elas testemunham ao mundo inteiro que a colaboração entre várias etnias e religiões em vista do bem comum é possível, que o pluralismo de culturas e tradições pode existir e contribuir para soluções originais e eficazes dos problemas; que mesmo as feridas mais profundas podem ser curadas com um percurso que purifique a memória e dê esperança ao futuro. Neste sentido as crianças, todas juntas, são a 'aposta' para o futuro".

Durante sua estadia de 11 horas em Sarajevo, Francisco cumpriu uma extensa agenda. A primeira reunião do Santo Padre foi com os três presidentes bósnios, que representam os principais povos e religiões do país. A presidência rotatória é formada por um muçulmano, Bakir Izetbegovic, um croata, Dragan Covic, e um sérvio Mladen Ivanic.

A grande missa celebrada ao ar livre, no Estádio Olímpico Asim Ferhatovic, no Bairro de Kosevo, na presença de cerca de 70 mil fiéis, foi o ponto alto da viagem. O Pontífice também participou de um encontro inter-religioso com mais de 200 representantes das diferentes religiões presentes em Sarajevo: islâmica, ortodoxa, católica e hebraica. Os líderes religiosos consideraram a visita de Francisco como um impulso à paz.

Essa foi a segunda viagem de um Papa a Saravejo. Em 1997, João Paulo II havia visitado a cidade, apenas dois anos depois da sangrenta guerra civil no país (1992-1995). (JE)

 

Papa na América Latina

Em julho foi a vez de Francisco realizar sua nona viagem internacional – viagem que o levou pela segunda vez a seu continente. Oito dias, três países visitados: Equador, Bolívia e Paraguai. Tratou-se da primeira visita a países que falam a mesma língua do Pontífice, deixando Francisco à vontade para improvisações – que não faltaram. 

Equador: os idosos

Assim que chegou ao Equador, Francisco disse a que veio: “que não haja diferenças, não haja exclusão, não haja pessoas descartadas. A América Latina tem uma dívida com os pobres”. Mas foi o Santuário da Divina Misericórdia em Guayaquil que registrou a imagem-símbolo da passagem do Papa pelo país. Ali, o Pontífice rezou o Ave Maria com centenas de pacientes com câncer, idosos e pobres. “Não somos testemunhas de uma ideologia, mas do amor misericordioso de Jesus”, disse Francisco num dos últimos eventos em Quito.

Bolívia: os detentos

Do Equador, o Papa foi à Bolívia, onde cores, danças e músicas marcaram a sua recepção no país, onde não faltaram também momentos polêmicos, como o presente que Evo Morales deu a Francisco, um crucifixo encravado na foice e no martelo. Em Santa Cruz de la Sierra, o Pontífice pronunciou seu discurso mais elaborado, um verdadeiro manifesto aos movimentos populares. Mas o evento mais marcante em solo boliviano foi a visita à prisão de Palmasola, onde estão detidos inclusive brasileiros. Momento intenso para falar de reinserção, dignidade e sobretudo da verdadeira liberdade, aquela que só Jesus Cristo pode nos oferecer.

Paraguai: os jovens

E finalmente o Paraguai, terra de mulheres valentes, que souberam reagir com esperança – como disse Francisco – nos momentos difíceis. Terra também de jovens, que acolheram o Papa num verdadeiro clima de JMJ. A eles, o Papa recomendou barulho – barulho para transformar a sociedade.

Quem nos dá o tom da visita de Francisco à América Latina é o próprio Papa, que de regresso ao Vaticano disse aos jornalistas: "Digo uma coisa que me surpreendeu muito. Em todos os três países, nunca vi tanta criança! É uma lição para nós, para a Europa. A riqueza desse povo e dessa Igreja é que se trata de uma Igreja viva”.

Apenas dois meses após a memorável visita ao Equador, Bolívia e Paraguai, o Papa Francisco voltava ao Continente americano, desta feita para a 10ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado, com duas etapas: Cuba e os EUA. (BF)

 

Cuba

Nas pegadas de seus predecessores, João Paulo II – janeiro de 1998 – e Bento XVI – março de 2012 –, no dia 19 de setembro, como “Missionário da Misericórdia”, tema da etapa cubana, o Papa Francisco chegava a Havana para a histórica visita à ilha caribenha, na qual, de 19 a 22 de setembro, esteve em Havana, Holguín e Santiago de Cuba. Uma viagem memorável no signo da misericórdia e da construção de pontes. 

Qual Sucessor de Pedro, ao confirmar os cubanos na fé, Francisco lançou fortes mensagens não somente à Igreja e à sociedade da Ilha, mas ao mundo inteiro.

Em rápidas pinceladas, destaque para alguns dos memoráveis encontros e celebrações: a santa missa na Praça da Revolução, em Havana; encontro com os sacerdotes, religiosos e seminaristas na Catedral de Havana; encontro com os jovens na capital cubana; e ainda, o encontro com o líder da Revolução, Fidel Castro; em Holguín, missa na Praça da Revolução; em Santiago, o encontro com os bispos, e a oração à Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da Ilha.

Numa época de crescentes conflitos, o Papa convidou a lançar pontes, “pequenas pontes, mas uma após a outra constrói a grande ponte da paz”. Em suas palavras, atos concretos desse construir pontes foi certamente a reaproximação, após mais de meio século, entre Cuba e EUA – etapa seguinte desta viagem – e o anúncio do acordo de paz na Colômbia, graças, inclusive, em, ambos o casos, ao papel do Papa Francisco.

“Corações abertos, mentes abertas”, Francisco exortou a “acolher e aceitar quem pensa de modo diferente”. O amor é servir aos mais vulneráveis. “O serviço jamais é ideológico, a partir do momento que não serve a ideias, mas a pessoas”.

Em terras caribenhas, Francisco convidou a crer “na força revolucionária da ternura”, da compaixão. “Não é pietismo”, observou o Papa. É levar a misericórdia de Jesus onde há pecado e falimento. Sem medo, sem purismos.

Na Ilha caribenha Francisco pôde partilhar com o povo cubano a esperança de realização da profecia feita por são João Paulo II: “Que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba”. (RL)

 

Em setembro, Cuba e EUA: a viagem dos extremos

Depois de sua primeira viagem à América Latina, Francisco teve outra missão inédita: Cuba e Estados Unidos, em setembro. Na ilha reduto do socialismo, ficou marcado o encontro com Fidel e a sintonia com o povo, em maioria pobre e católico. No país do norte, berço do capitalismo, encontrou uma Igreja de estampo tradicionalista, um rebanho reticente em relação às reformas do Pontífice e uma sociedade em geral consumista. Lá, o impacto gerado pelo Papa que rompe esquemas foi mais extraordinário. 

Francisco cumpriu seu papel com relevância. O mediador do diálogo, facilitador da ponte de comunicação dos ex-inimigos Cuba e EUA, desembarcou na tarde do dia 22 em Washington, sendo recebido com honras de Chefe de Estado pelo Presidente Barack Obama, esposa, filhas e sogra. 

Falando como “um irmão entre irmãos”, no dia 24 canonizou o franciscano Junípero Serra, evangelizador do México e “pai” da Califórnia, defensor dos indígenas. Foi o primeiro Papa a falar ao Congresso dos EUA, tocando temas como migração, tolerância religiosa e refugiados. Em Nova York, no dia seguinte, pediu aos membros da ONU que deixem de lado o “nominalismo declamatório com efeito tranquilizador sobre as consciências e adotem uma vontade efetiva para resolver os graves problemas que ameaçam a humanidade”. 

No bairro marginalizado de Harlem, encontrou-se com crianças imigrantes, celebrou missa no célebre Madison Square Garden e deliciou milhares de nova-iorquinos passando de papamóvel nas ruas adjacentes ao Central Park. Finalmente, Filadélfia, para o VIII Encontro Mundial das Famílias. 

Pensando na misericórdia

Sempre em busca do encontro, Francisco driblou as polêmicas focado nas afinidades e não nas contrariedades. Confrontou-se com as famílias de todo o mundo que foram àquela cidade exclusivamente para ouvir o seu recado. Salientou que o bem-estar de todos só pode existir na justiça, aonde deveres e direitos são bens de todos, naquela casa comum sem fome nem desigualdades onde a vida nos foi doada para que a preservemos, para nós e nossos filhos.

Em Filadélfia, o Pontífice falou às famílias e aos bispos sobre a grande ferida produzida por uma sociedade que reduz todos a consumidores. Para o Papa “ecológico”, uma das principais raízes da pobreza de tantas situações contemporâneas reside na solidão radical à qual muitos indivíduos são forçados, uma solidão que teme o compromisso, uma busca desenfreada de sentir-se reconhecido. Francisco propôs aos seus fiéis um sentido maior de família e as despertou para as verdadeiras ameaças à sua integridade.  

Ali, se despediu dos Estados Unidos, assegurando que reza para que todos os seus habitantes sejam “bons e generosos custódios" dos recursos humanos e materiais que possuem. (CM)

 

África da Misericórdia

Presidentes e organizações recomendaram que, por questões de segurança, o Papa cancelasse sua ida à República Centro-Africana. Não sabiam, todavia, que Francisco decidira ir à África justamente para abrir a Porta Santa da Misericórdia na capital Bangui onde, da ferida da guerra, ainda escorre sangue inocente. 

Francisco sujou a batina nas estradas de terra vermelha do coração do continente negro, visitou os últimos em um campo de deslocados e refugiados. Voltou a tirar os sapatos para, mais uma vez, entrar em uma mesquita e pedir diálogo e tolerância entre muçulmanos e cristãos.

O Papa fez visitas fora de programa. Em uma delas, a um hospital pediátrico em Bangui, abraçou, no corpo doente de Aids de uma criança raquítica, todos aqueles que ainda sofrem com a doença.

Em Uganda, recordou os mártires cristãos do passado, exemplos de persistência e fé para os cristãos de hoje, “a carteira de identidade” deles, como disse o Papa.

Era a primeira vez que Bergoglio pisava em terras africanas e, como todos os que chegam por lá, foi marcado indelevelmente pelo jeito de ser e hospitalidade do povo africano.

Margeando a Linha do Equador, o Papa chegou ao continente pelo Quênia. Em Nairóbi, conheceu as realidades das maiores favelas do mundo, ouviu com atenção os cantos de louvor na Missa na capital... e com um gesto emblemático, fez 70 mil pessoas darem-se as mãos em nome da união de um só país contra o tribalismo. (RB)

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Papa se despede de 2015 com o Te Deum. Acompanhe com a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – No último dia do ano de 2015, o Papa Francisco preside na Basílica de São Pedro as Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento. Um momento para agradecer ao Senhor por tudo o que recebemos e pudemos realizar e, ao mesmo tempo, repensar as nossas faltas e pedir perdão.

A Rádio Vaticano transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 16h50 locais (13h50 de Brasília).

Ao final da celebração, está previsto que o Pontífice se dirija ao Presépio montado na Praça São Pedro, para se deter em oração diante do Menino Jesus na manjedoura.

Twitter

O último tuíte do ano de 2015 do Papa Francisco é inspirado na “Misericordiae Vultus”, a bula de convoção do Jubileu Extraordinário.

Eis a mensagem do Pontífice na rede social: “Agradeçamos a Deus que sempre Se mostra presente, próximo e misericordioso (MV 6)”.

Acompanhe no YouTube

Para as cerimônias de final de ano, a Rádio Vaticano disponibiliza, em várias línguas, as transmissões ao vivo seja no site da nossa emissora (através do Vatican player com internet explorer), seja no canal vaticano no YouTube.

Transmissões no primeiro dia do ano de 2016

Na sexta-feira (1º/01), o Papa celebra a Santa Missa na Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, com transmissão ao vivo da Rádio Vaticano em português a partir das 9h50 locais (6h50 de Brasília). 

À tarde, a partir das 16h50 locais (13h50 de Brasília), a Rádio Vaticano transmite a abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior. 

(BF)

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Igreja no Brasil



CNBB: mais ética e mais misericórdia em 2016

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Brasília (RV) – Mais ética e mais misericórdia: estes são os votos para 2016 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em vídeo gravado pelo Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner deseja um ano de 2016 abençoado, rumo à construção de um país mais digno. 

Confira a mensagem:

“Nós esperamos que para o ano de 2016 uma harmonia política maior, uma participação maior da sociedade. Nós desejamos mais ética na política, nós desejamos mais ética nas nossas relações, mas nós desejamos como Igreja, especialmente, mais misericórdia. O ano da misericórdia que estamos celebrando neste ano de 2016 nos ajude a nos aproximarmos dos pobres, a cuidarmos dos pobres, a sermos pessoas que realmente levam esperança. Que Deus abençoe a todos e que possamos, unidos, caminhar para a construção de um Brasil mais digno, mais justo e mais fratero.”

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Igreja na América Latina



Cardeal venezuelano apela para a construção da paz no país

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Caracas (RV) – Na mensagem por ocasião das festas de final de ano, o Cardeal Arcebispo de Caracas, Dom Jorge Urosa Savino, assegurou que em 2016 os venezuelanos terão “uma obrigação e uma oportunidade especial para trabalhar pela paz”.

Superar os conflitos

O purpurado recordou as recentes eleições no país vencidas pela aliança de oposição ao governo de Nicolás Maduro, reiterando que “especialmente o Governo Nacional, assim como os outros órgãos do Estado, devem trabalhar pela paz, respeitando os resultados das eleições e permitindo a legítima atuação da nova Assembleia eleita pelo povo venezuelano”. “É preciso superar o confronto entre irmãos, respeitar a vontade do povo e dar início ao diálogo institucional necessário e imprescindível entre os diversos órgãos do poder político”, pediu.

Ano da Misericórdia

Aos cristãos, Dom Savino desejou que, confiantes em Deus, “iniciem o novo ano cheios de esperança”, recordando que em 2016, “o fazemos no âmbito da celebração e da exigência de misericórdia, pois o Papa Francisco convocou a todos os católicos do mundo para celebrar o Ano da Misericórdia, para que apreciemos melhor esta grandiosa qualidade de Deus, e para que pratiquemos cada vez mais a misericórdia com nossos irmãos”.

Os venezuelanos querem a paz

O Arcebispo destacou ainda que em cada 1º de janeiro, “ao celebrar o Dia Mundial de Oração pela Paz, a Igreja Católica reza especialmente pela paz mundial, pela paz entre os povos, pela paz em cada país, em cada comunidade, em cada família e em nossos corações”.

O Cardeal Savino assegurou que os venezuelanos querem paz: “queremos convivência social, queremos viver como irmãos. Não queremos confrontos, conflitos, nem violência”.

Papel dos políticos e governantes

“Às autoridades e aos dirigentes políticos corresponde o dever constitucional de trabalhar pela paz, respeitando e fazendo respeitar a Constituição e as leis da República”, afirmou.

“Que neste ano de 2016, Ano da Misericórdia, nos comprometamos de verdade em trabalhar pela paz e a sermos misericordiosos como nosso Pai celestial”, ao mesmo tempo em que pediu para rezar a Deus “pela paz na Venezuela, para resolvermos nossos problemas de maneira pacífica”. (JE)

 

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Igreja no Mundo



Riga sediará próximo Encontro Europeu de Jovens de Taizé

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Valença (RV) – O Prior da Comunidade Ecumênica de Taizé, Ir. Alois, anunciou que Riga, capital da Letônia, sediará o próximo Encontro Europeu de Jovens promovido pela Comunidade de Taizé.

O anúncio aos jornalistas, feito em uma das enormes tendas montadas no Jardim do Turia, centro de Valência, foi acolhido com aplausos. É a primeira vez que o encontro será realizado em uma ex-República soviética e num país báltico. “Da costa do Mediterrâneo iremos à costa do Báltico”, disse o Irmão Aloïs.

O anúncio também foi feito aos jovens após a oração final da tarde. Presentes na oração, acompanhando a divulgação da notícia, estavam os Arcebispos luterano e católico, respectivamente Janis Vanags e Dom Zbignevs Stankevics.

Na oração da noite, além do Arcebispo de Valença, estavam presentes expoentes de diferentes Igrejas cristãs da Comunidade valenciana e da Espanha. Também participaram os novos Arcebispos de Madrid, Dom Carlos Osoro, e Dom José Omella, de Barcelona, bem como o Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Dom Ricardo Blázquez.

Antes da oração, o Irmão Alois falou de sua presença em Homs, na Síria, na semana do Natal, recordando que “a fraternidade é o único caminho para preparar um futuro de paz”. “Como podemos contribuir para este novo rosto que os imigrantes dão às nossas sociedades?”, perguntou.

Mais de 30 mil jovens estão reunidos desde 28 de dezembro até 1º de janeiro em Valença para o 38º Encontro Europeu de Jovens “Peregrinação de confiança sobre a terra”, promovido pela Comunidade de Taizé. A exemplo de Valença, o encontro em Riga será realizado entre 28 de dezembro e 1º de janeiro. (JE/Ecclesia)

 

 

 

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Templos compartilhados entre luteranos e católicos na Alemanha

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Berlim (RV) – Na pequena cidade alemã de Brauneberg, na Renânia-Palatinado, os católicos e protestantes podem afirmar com convicção,  usando as palavras do presidente do conselho paroquial: “Aqui vive o ecumenismo!”.

De fato, as duas comunidades compartilham a mesma igreja e celebram suas liturgias sob o mesmo teto. Os altares de cada igreja estão colocados junto à parede, a poucos centímetros de distância um do outro.  “Acontece frequentemente que as celebrações se realizam contemporaneamente”, explica o Pastor luterano Thomas Berke, o que é possível graças a uma divisória integrada em um corredor.

E ninguém parece se importar em ouvir o som do órgão da celebração ao lado, além de os fieis se encontrarem na frente da igreja, antes de entrarem para as diferentes celebrações. As comunidades têm os coros em comum e as celebrações ecumênicas são frequentes, pois as relações são muito boas, explica o casal Reimer e Berke.

A igreja em Brauneberg é um dos 70 templos católico-evangélicos na Alemanha. Cerca de 30 deles estão na Renânia-Palatinado, entre os quais, destacam-se a Catedral Wetzlar de Hessen e a Catedral de Altenberg.

As duas comunidades de Brauneberg dividem os custos da luz e do aquecimento e “quando temos grandes funerais, com necessidade de mais do que 130 lugares para sentar, vamos para o lado católico - conta o Pastor - pois lá cabem até 500 pessoas”.

A igreja em Brauneberg é um símbolo do ecumenismo, também em vista das celebrações luteranas de 2017. (JE)

 

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Atualidades



Feliz Ano Novo para você da nossa redação!

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Cidade do Vaticano (RV) - Estamos chegando à conclusão de mais um ano. E final de ano é para muitos, tempo de parar e fazer um balanço do ano vivido, das expectativas realizadas, dos sonhos desfeitos e dos desejos incompletos. Tempo para fazer uma completa reflexão sobre a vida, pensar em cada momento vivido e descobrir onde falhei e onde acertei. Mas é tempo também de olhar para frente, para novos horizontes. 

Neste ano que está surgindo tão cheio de promessas e esperanças, que ele seja marcado pela alegria, pelas bem-aventuranças e realizações.

Que o futuro abra as portas de todos os corações e nos ajude a viver este Ano da Misericórdia. Que o nosso coração se torne forte, grande e cheio de otimismo, compreensão e força.

Para você nosso ouvinte que se tornou nosso amigo e companheiro de caminhada, queremos desejar toda a felicidade desse novo tempo que se aproxima. Que toda a esperança, emoções, vitórias e alegrias caiam como uma chuva em sua casa e sobre você e sua família.

O nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos. Mas a beleza da caminhada é poder compartilhar com o outro os passos dados!

Assim, neste novo ano que se inicia possamos caminhar mais e mais juntos… Em busca de um mundo melhor, cheio de paz, saúde, compreensão e muito amor.

Nós da redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano, no ano que passou levamos até você as atividades, as mensagens, as reflexões e os gestos do Papa Francisco, que nos ensinou como é possível transformar a nossa vida, em um ato constante de amor. Levamos até você a vida da Igreja no Brasil e no mundo. E queremos – e esse é o nosso desejo - também neste novo ano ser instrumento de evangelização e de boas notícias.

Feliz Ano Novo para você!

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Cardeal Tempesta: 49º Dia Mundial da Paz

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Rio de Janeiro (RV) - No primeiro dia de cada ano, nós celebramos o Dia Mundial da Paz. Esta data foi instituída pelo Beato Papa Paulo VI. Por ocasião da data, é costume o Papa enviar uma mensagem ao mundo a respeito do assunto.

 

Para o 49º Dia Mundial da Paz, a terceira mensagem do Papa Francisco tem como tema: “Vence a indiferença e conquista a paz”. Para apesentar o tema proposto pela mensagem, o Santo Padre fala dos seguintes tópicos: 1- conservar as razões da esperança; 2- algumas formas de indiferença; 3- A paz ameaçada pela indiferença globalizada; 4- da indiferença à misericórdia: a conversão do coração; 5- fomentar uma cultura de solidariedade e misericórdia para se vencer a indiferença; 6- A paz, fruto duma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão; 7- A paz, sob o signo do Jubileu da Misericórdia.

Segundo o Papa Francisco: a indiferença em relação aos flagelos do nosso tempo é uma das causas principais que prejudica a paz no mundo. “A indiferença hoje é, frequentemente, associada a várias formas de individualismo que produzem isolamento, ignorância, egoísmo, e isso leva ao desinteresse”. O aumento das informações em si não é sinônimo de maior atenção aos problemas, se não for acompanhado por uma abertura das consciências no sentido de solidariedade; para obter tal objetivo é indispensável a contribuição que podem dar, além das famílias, os educadores, todos os formadores, os agentes culturais e da mídia, os intelectuais e os artistas. Na verdade, a indiferença pode ser vencida somente enfrentando juntos este desafio.

1- conservar as razões da esperança       

         Com o Jubileu da Misericórdia, o Santo Padre quer convidar a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de “perdoar e dar”, de abrir-se “àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática”, sem cair “na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói” (Misericordiae Vultus, n.14-15).

2- algumas formas de indiferença

         A primeira forma de indiferença na sociedade humana é a indiferença para com Deus, da qual deriva também a indiferença para com o próximo e a criação. Aqui, o Papa Francisco fala dos graves efeitos dum falso humanismo e do materialismo prático, combinados com um pensamento relativista e niilista. A indiferença para com o próximo assume diferentes fisionomias.

3- A paz ameaçada pela indiferença globalizada

         A indiferença e consequente desinteresse constituem uma grave falta ao dever que cada pessoa tem de contribuir – na medida das suas capacidades e da função que desempenha na sociedade – para o bem comum, especialmente para a paz, que é um dos bens mais preciosos da humanidade.

4- da indiferença à misericórdia: a conversão do coração

         O Papa Francisco diz: “a misericórdia é o coração de Deus. Por isso deve ser também o coração de todos aqueles que se reconhecem membros da única grande família dos seus filhos; um coração que bate forte onde quer que esteja em jogo a dignidade humana, reflexo do rosto de Deus nas suas criaturas. Jesus adverte-nos: o amor aos outros – estrangeiros, doentes, encarcerados, pessoas sem-abrigo, até inimigos – é a unidade de medida de Deus para julgar as nossas ações. Disso depende o nosso destino eterno”.

5- fomentar uma cultura de solidariedade e misericórdia para se vencer a indiferença

         Quanto a esse ponto, vai expressar o Papa Francisco: para obter tal objetivo "é indispensável a contribuição dada, além das famílias, por educadores, todos os formadores, os operadores culturais e os meios de comunicação, os intelectuais e os artistas". “A paz deve ser conquistada: não é um bem que se obtém sem esforços, sem conversão, sem criatividade e sem dialética”.

6- A paz, fruto duma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão

         A paz é possível lá onde o direito de cada ser humano é reconhecido e respeitado segundo a liberdade e a justiça. Aqui, o Santo Padre ressaltou os trabalhos sociais e humanitários: “há muitas organizações não-governamentais e grupos sócio-caritativos, dentro da Igreja e fora dela, cujos membros, por ocasião de epidemias, calamidades ou conflitos armados, enfrentam fadigas e perigos para cuidar dos feridos e doentes e para sepultar os mortos. Ao lado deles, quero mencionar as pessoas e as associações que socorrem os emigrantes que atravessam desertos e sulcam mares à procura de melhores condições de vida. Estas acções são obras de misericórdia corporal e espiritual, sobre as quais seremos julgados no fim da nossa vida”.

7- A paz, sob o signo do Jubileu da Misericórdia

         No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho.

         Portanto, a mensagem de 2016 quer ser um instrumento do qual partir para que todos os homens de boa vontade, em particular “aqueles que trabalham na educação, na cultura e na mídia ajam segundo as próprias possibilidades e suas melhores aspirações para construir juntos um mundo mais consciente e misericordioso e, portanto, mais livre e justo”.

 

         Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

         

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Cáritas lança campanha global pelo fim da guerra na Síria

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Roma (RV) – No início de 2016, a Cáritas Internacional lançará uma campanha global, de 12 meses de duração, pela paz na Síria. A finalidade da campanha é mobilizar milhões de pessoas em todo o mundo para pressionar pelo fim da guerra que começou cinco anos atrás e destruiu o país, desestabilizou a região e causou uma das maiores crises de refugiados da era moderna.

A Caritas tem sido testemunha de anos de destruição na Síria, que o Papa Francisco assim expressava já em 1º de setembro de 2013: “Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e está causando o uso das armas naquele país atormentado, especialmente entre a população civil e indefesa!”. 

Paz, não só pão

Em sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da Cáritas Síria e Bispo de Aleppo, Dom Antoine Audo, exorta: “Não queremos pão, queremos paz! Sim, a paz como condição para a vida”.

Quanto à situação no país, o Bispo de Aleppo afirma: “Os líderes mundiais devem reconhecer que não pode haver uma solução militar para a Síria, mas que esta solução tem de vir do âmbito político. A comunidade internacional deve cessar de fornecer armamento aos grupos armados no país, com o pretexto de dotar a oposição moderada”.

“Seja a guerra, seja a paz na Síria se encontram sem dúvida nas mãos das grandes potências. Em cinco anos, a Síria passou de um belo e autossuficiente país, rico de recursos humanos, a ser um local em que a população se tornou escrava das potências mundiais. A Síria foi destruída, manchada e despojada de sua beleza. Agora somos un país pobre”, denuncia.

Campanha global

Em sua campanha global, a Cáritas Internacional defende que a comunidade respalde as negociações que envolvam todas as partes da região, sem estabelecer condições prévias, e com um cessar-fogo imediato.

“A paz deve surgir da própria região e não ser imposta de fora”, assim pede a entidade, que em comunicado acrescenta: “Enquanto recebemos os refugiados com o respeito e a dignidade que merecem, devemos trabalhar por um país ao qual esses mesmos refugiados possam regressar um dia.”

(BF)

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