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Sumario del 07/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

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Atualidades

Papa e Santa Sé



Francisco: obras de misericórdia são o coração da nossa fé

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Cidade do Vaticano (RV) - As obras de misericórdia são o coração da nossa fé em Deus. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa da manhã desta quinta-feira (07) na Casa Santa Marta, a primeira após a pausa de Natal. Refletindo sobre a primeira Leitura, tirada da primeira Carta de São João Apóstolo, o Papa adverte que devemos nos proteger da mundanidade e daqueles espíritos que nos distanciam de Deus que se fez carne por nós.

 

“Permanecer em Deus”.

O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia, movendo-se a partir desta afirmação de São João Apóstolo na primeira leitura. “Permanecer em Deus - retomou - é um pouco o respiro da vida cristã, e o estilo”. Um cristão, disse ainda, “é aquele que permanece em Deus”, que “tem o Espírito Santo e se deixa guiar por Ele”. Ao mesmo tempo, lembrou Francisco, o Apóstolo adverte sobre professar a “fé a todo espírito”. Devemos, portanto, colocar à "prova os espíritos, testar se eles são realmente de Deus. E essa é a regra cotidiana de vida que nos ensina que João”.

Mas o que isso significa “testar os espíritos”. Não se trata de “fantasmas”, fez questão de frisar o Papa: trata-se de “provar”, ver “o que acontece em meu coração”, qual é a raiz "do que eu estou sentindo agora, de onde vem? Isso é testar para provar”: se o que eu sinto vem de Deus” ou vem do outro, “do anticristo”.

Discernir bem o que está acontecendo em nossa alma

A mundanidade, continuou, é precisamente “o espírito que nos afasta do Espírito de Deus que nos faz permanecer no Senhor”. Qual é então o critério para fazer um bom discernimento do que está acontecendo em minha alma”?, se pergunta o Papa. O Apóstolo João dá apenas um: “todo espírito que reconhece Jesus Cristo feito carne é de Deus; e todo espírito que não reconhece Jesus não é de Deus”:

“O critério é a Encarnação. Eu posso sentir tantas coisas dentro de mim, até mesmo coisas boas, boas ideias. Mas se essas boas ideias, esses sentimentos não me levam a Deus que se fez carne, não me levam ao próximo, ao irmão, não são de Deus. Por esta razão, João começa esta passagem de sua carta dizendo: ‘Este é o mandamento de Deus: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros’”.

As obras de misericórdia são o coração da nossa fé

Podemos fazer “muitos planos pastorais”, acrescentou, imaginar novos “métodos para chegar mais perto das pessoas”, mas “se não fizermos o caminho de Deus encarnado, do Filho de Deus que se fez homem para caminhar conosco, nós não estaremos na estrada do bom espírito: é o anticristo, é a mundanidade, é o espírito do mundo”:

“Quanta gente encontramos, na vida, que parece espiritual: ‘Mas que pessoa espiritual!, pensamos. Mas nem se fala de obras de misericórdia. Por que? Porque as obras de misericórdia são exatamente o concreto de nossa confissão que o Filho de Deus se fez carne: visitar os doentes, dar comida a quem não tem alimento, cuidar dos ‘descartados’... Obras de misericórdia.. por que? Porque cada nosso irmão, que devemos amar, é carne de Cristo. Deus se fez carne para se identificar conosco. E aquele que sofre... é Cristo que sofre”.

Se o espírito vem de Deus me conduz ao serviço aos outros

“Não professem fé a todo espírito, sejam atentos! – reiterou o Papa – ponham à prova os espíritos para testar se realmente provêm de Deus”. E sublinhou que “o serviço ao próximo, ao irmão e à irmã que precisam”, “precisa também de um conselho, que precisa de meus ouvidos para ser escutado”. Estes são “os sinais de que vamos no caminho do bom espírito, ou seja, no caminho do Verbo de Deus que se fez carne”.

“Peçamos ao Senhor, hoje, a graça de conhecer bem o que acontece em nosso coração, aquilo de que gostamos de fazer, o que nos toca mais: se é o espírito de Deus, que me conduz ao serviço aos outros, ou o espírito do mundo, que gira ao meu redor, dos meus fechamentos, dos meus egoísmos e de tantas outras coisas... Peçamos a graça de conhecer o que acontece em meu coração”. 

(SP/CM)

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Papa Francisco ultrapassa 26 mi de seguidores no Twitter

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Cidade do Vaticano (RV) - O número de seguidores do Papa Francisco no Twitter ultrapassou os 26 milhões nesta quinta-feira (7/1). No total, são nove contas oficiais do Sumo Pontífice em diversos idiomas (espanhol, inglês, italiano, francês, português, árabe, latim, polonês e alemão).  Em língua portuguesa, mais de 1,8 milhão de pessoas seguem o seu perfil.

O primeiro tuíte oficial de um papa foi publicado em 12 de dezembro de 2012, por Bento XVI. Já no primeiro ano de pontificado do Papa Francisco, as nove contas oficiais somavam mais de dez milhões de seguidores. Em novembro, esse número chegou a 25 milhões.

Nas últimas publicações, o Papa tem focado suas mensagens no Jubileu da Misericórdia, fazendo citações à Bula de convocação do Ano Santo, "Misericordiae Vultus" (Rosto da Misericórdia). (PS)

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Nunca o Magistério foi tão divulgado, diz Diretor da LEV

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Cidade do Vaticano (RV) – “Em 2015 a LEV vendeu livros num valor superior a 8,5 milhões de euros. Estas entradas, somadas à dos  direitos autorais, permitiram uma gestão administrativa totalmente autônoma e nos permitiu dar ao Santo Padre em 2014 uma soma de 480 mil euros, enquanto esperamos fechar 2015 com um valor superior”. Os dados foram apresentados pelo Padre Giuseppe Costa, Diretor da Livraria Editora Vaticana, em entrevista à Agência Ansa.

“Em termos econômicos – afirmou – basta pensar que somente com estes direitos, a Editora administra algo em torno de 1,5 milhões de euros”. “Ademais – explica – mais de 500 editoras, universidades e agências pediram autorização em 2015 para publicar textos pontifícios”.

As metas da LEV contribuem para aquilo que Padre Costa define como o sucesso da editoria religiosa: “Também esta – precisa – é uma tendência irrefreável: a editoria religiosa cresce pela qualidade e pela quantidade. Esqueçam os tempos das batalhas ideológicas e da hegemonia marxista na indústria cultural. Hoje a editoria religiosa olha sem complexos à produção dos leigos, levando em consideração que eles também querem fazer parte do mercado religioso. Para a editoria religiosa, trata-se de dar um ulterior salto de qualidade, requalificando a distribuição e a promoção da própria produção”.

“Quando foi publicado o documento do Cardeal Sodano que instituía o copyright sobre os textos e discursos do Papa – recorda o Padre Costa – nem todos foram de acordo. Dizia-se que o Papa pertencia a todos e que não havia necessidade de limitá-lo com royalties e copyright. Na realidade – conclui – o fato de ter confiado à Editora Vaticana a missão de gerir o copyright, incrementou a atenção mundial dos editores e estes representaram um valor agregado à própria difusão. Nunca o Magistério foi divulgado em tanta quantidade”. (JE/Ansa)

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Jubileu: “Hospitalidade misericordiosa” para peregrinos indigentes

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Cidade do Vaticano (RV) – Acolher gratuitamente durante o Ano Santo, aqueles que “querem viver a peregrinação jubilar ou um período de serenidade e de paz, mas que devido a problemas, dificuldades ou fragilidades, não têm possibilidades econômicas”. É o projeto “Hospitalidade misericordiosa”, promovido pelo site italiano www.ospitalitareligiosa.it no Jubileu da Misericórdia.

Comunidades que dão assistência em situações difíceis

O site traz uma lista das estruturas que aderem à iniciativa, o tipo de acomodação à disposição, o tratamento (só noite, meia pensão, etc.) e todas as características da localização, além da ficha completa da estrutura, que já está publicada.

As pessoas beneficiadas pela iniciativa misericordiosa (famílias, casais e pessoas sós) serão identificadas pelas paróquias, que deverão contatar as estruturas para a disponibilidade e serão garantes da real situação destas pessoas. Assim, serão envolvidas as comunidades que assistem, no território, as situações mais delicadas, e que podem avaliá-las. Cerca de cinquenta estruturas em 14 regiões italianas já deram a sua adesão, o que perfaz um total de 27 mil noites gratuitas durante o Ano Santo.

(CM)

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Papa rezará no túmulo de Dom Samuel García, defensor dos indígenas em Chiapas

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Cidade do México (RV) – Durante sua visita ao México, em fevereiro próximo, o Papa Francisco deverá visitar o túmulo do Bispo de San Cristóbal de las Casas, Dom Samuel Ruíz García, conhecido defensor dos povos indígenas e falecido em 2011.  Dom Samuel García guiou a Diocese entre 1959 e 2000 e foi sepultado na Catedral.

Agenda em San Cristóbal de las Casas

Francisco chegará em San Cristóbal de las Casas na manhã de 15 de fevereiro vindo de Tuxtla Gutiérrez, após ter saído da Cidade do México. Caso o tempo permitir, o traslado entre as duas cidades será em helicóptero. Caso contrário, o Pontífice se deslocará em automóvel.

A celebração mais importante na cidade será a Missa com membros das comunidades indígenas de Chiapas e de outras regiões do México e da América Central. Na celebração serão utilizadas algumas línguas nativas. Ao meio-dia, o Papa almoçará com oito indígenas e fará uma visita privada à Catedral, ocasião em que poderá rezar no túmulo de Dom Samuel.

Guadalupe

Um dos objetivos da viagem do Papa Bergoglio ao México é a visita ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. Entre outros gestos, deverá presentear uma coroa à imagen da Virgem, na tarde do sábado, dia 13. O Papa deverá chegar ao Santuário pouco antes das 17 horas, hora local. Do antigo templo expiatório de Cristo Rei, o Pontífice seguirá em procissão até a nova Basílica acompanhado por Cardeais, Bispos e sacerdotes de todo o país. Ali presidirá uma Missa e após poderá contemplar de perto a imagen da Virgem em uma sala reservada, onde rezará por alguns instantes.

Surpresas de Bergoglio

Na agenda da visita do Papa ao México existem espaços em aberto. Conforme antecipou o Núncio Apostólico no México, Dom Christophe Pierre, em uma entrevista ao Notimex, é de se esperar “supresas de Francisco”: “Se haverá surpesas?”, perguntou. “Graças a Deus, claro! A beleza deste Papa são suas surpresas”. (JE)

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Missa do Papa em Chiapas terá liturgia em línguas locais

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Chiapas (RV) – O Evangelho, a oração dos fiéis e o Pai Nosso da missa que o Papa presidirá em San Cristobal de las Casas, no México, serão pronunciados nas principais línguas da região. Foi o que adiantou o bispo local, Dom Felipe Arizmendi Esquivel, em coletiva aos jornalistas. No dia 15 de fevereiro, o Papa visitará a região e celebrará a Santa Missa na sede do Centro Municipal de Esportes da segunda cidade mais importante do estado de Chiapas.

O Papa seguirá o missal comum das regiões indígenas

A primeira leitura será na língua ch'ol, o salmo em tzoltsil e o Evangelho em tzeltal, enquanto a oração dos fiéis será feita por representantes indígenas, que em prece comunitária, usarão suas línguas e culturas para “dirigir-se a Deus com as palavras que cada um terá no coração”. Na parte central da Missa, participarão os dois bispos da diocese: Dom Arizmendi, que falará em tzoltsil e Dom Enrique Dìaz, que usará a língua tzeltal. Já o Pai Nosso será entoado em tzotsil. Após a comunhão, está prevista uma dança ritual de ação de graças e louvor. E o canto de boas-vindas será interpretado pelo Coral de Acteal, integrado por índios da região tzotsil enquanto os cantos Kyrie eleison, Sanctus e Agnus dei serão executados em tzeltal pelo grupo “Mariachi Monumental”, formado por cerca de 400 músicos e cantores.

Francisco vai cumprimentar nas línguas usadas em Chiapas

Dom Arizmendi antecipou ainda que o Santo Padre deverá falar nas duas línguas mais comuns na região e em nàhualt, idioma muito usado nas regiões centrais, de onde virá um grande grupo. Segundo o bispo de San Cristobal de las Casas, a celebração religiosa, com estas características, já foi aprovada pela Santa Sé e o missal será traduzido em espanhol, para que todos possam participar da liturgia. “Não são coisas novas ou inventadas para mostrar ao Papa, e sim ritos comuns, que já existem nesta região”, especificou o bispo, descrevendo a celebração. “Não será um evento folclórico”, reafirmou o bispo Arizmendi no encerramento da coletiva.

O programa do Papa em Chiapas

O programa oficial prevê a chegada do Papa a San Cristóbal de Las Casas de manhã, para a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas no Centro esportivo. Depois do almoço com representantes indígenas e com a delegação papal, fará uma visita à Catedral de San Cristóbal. No estádio “Víctor Manuel Reyna” de Tuxtla Gutiérrez , capital da região, está agendado um encontro com as famílias. À noite, Francisco retorna à Cidade do México. 

(CM)

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Igreja no Mundo



Natal em Bagdá: gestos de paz entre cristãos e muçulmanos

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Bagdá (RV) - Um Natal de “paz e misericórdia, uma festa vivida na oração e na celebração interior serena com as igrejas de Bagdá cheias de fiéis, que participaram das funções com muita fé e muita esperança”. Foi o que disse o Patriarca caldeu Mar Louis Raphael Sako à agência AsiaNews falando dos dias de festa que a comunidade cristã da capital iraquiana viveu - e em muitos casos partilhados - com a maioria muçulmana. O nascimento de Jesus e as celebrações pelo início do Ano Novo tornaram-se uma oportunidade de encontro, intercâmbio e solidariedade porque “estes nossos gestos concretos de misericórdia criam contatos” entre as comunidades, são “pontes entre nós, apesar das muitas dificuldades e muros”, disse o prelado.

As igrejas cheias de fiéis

Em Bagdá, a Igreja Caldéia tem 30 paróquias e há 35 outras igrejas afiliadas à comunidade liderada por Dom Mar Sako, que celebrou a missa de Natal “em sete igrejas diferentes”. O Patriarca fala de lugares de culto cheios de fiéis, de pessoas com muita fé e muita esperança, e espera que “este 2016 seja um ano de paz, mesmo diante de situações de tensões”.

As felicitações dos cidadãos muçulmanos

“As pessoas - disse o prelado – têm a paz em seu coração e reza com fervor para que a paz se espalhe rapidamente por todo o país”. Um sentimento compartilhado não só pelos cristãos, mas também por “muitas famílias muçulmanas que participaram da missa da meia-noite, muitas pessoas simples – acrescentou Dom Mar Sako -, que vieram nos trazer flores e fazer votos de felicitações”. Pessoas simples, cidadãos, e não autoridades ou líderes religiosos, faz questão de salientar o patriarca caldeu, que não aceitou os votos e presentes de “líderes religiosos e políticos” devido às muitas questões não resolvidas e que continuam a atormentar os cristãos e o Iraque.

Patriarca Sako: a denúncia dos males que afligem a sociedade iraquiana

Além disso, em sua carta aos fiéis, difundida na véspera das festas, Dom Mar Sako não deixou de recordar e denunciar mais uma vez os muitos males que ainda afligem a sociedade, alguns dos quais afetam em particular os cristãos: os refugiados que fugiram de Mosul e da Planície de Nínive com a chegada do autoproclamado Estado Islâmico; as famílias alvo de ataques e expropriações por parte de criminosos e grupos extremistas; a islamização dos filhos e o comportamento de isolamento de alguns componentes do Islã. “Esperamos uma mudança real e tangível no Iraque, uma cultura nova - afirmou - não apenas discursos e declarações de fachada”.

Ajudadas 2.000 famílias cristãs, muçulmanas e yazidis

Nestes dias de festa a Igreja caldeia e a comunidade cristã promoveram diversas iniciativas em prol dos pobres, dos marginalizados e dos necessitados, sem distinção de religião ou etnia. “Como gesto para encarnar a mensagem de Natal - disse Dom Mar Sako - nós ajudamos 2 mil famílias cristãs, muçulmanas e yazidis em Bagdá, distribuindo somas de dinheiro para atender às necessidades diárias. Um modo para testemunhar com fatos o nosso ser irmãos”.

O auxílio a 385 estudantes de famílias deslocadas

A Igreja caldéia em Kirkuk ajuda já há algum tempo 385 estudantes de famílias deslocadas, na maioria cristã, mas também há muçulmanos e yazidis. O patriarcado contribui “ao pagamento da habitação, aluga casas, contribui para as necessidades alimentares e outras menores, dando-lhes os meios para continuar os estudos”. Na esteira desses gestos concretos de misericórdia faz parte, continua o Patriarca Sako, “a celebração de 24 de dezembro em um campo de refugiados em Bagdá, que abriga 130 famílias em Mosul e 40 estudantes universitários. Eu ofereci um jantar e um pouco de dinheiro e abri a Porta Santa em uma tenda do acampamento, distribuindo doces às crianças que me tinha enviado o Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Propaganda Fide, como sinal de solidariedade da Santa Sé”.

Gestos de misericórdia que criam esperança no povo iraquiano

“Estes nossos gestos concretos de misericórdia – afirma o líder da Igreja iraquiana - criam contato e servem realmente para formar relações, partilhas, desejo de encontro”. Esta experiência, em alguns casos, tornar-se “um sinal tangível de esperança. Uma resposta à lógica da guerra e à vingança, à falta de misericórdia, de perdão e de reconciliação que são os males que, há muito tempo, afligem o Iraque e o mantém uma espiral de violência e terror”. “No entanto, este elemento da reconciliação, embora desejável, ainda está muito longe de se conseguir”.

Apelo para uma maior abertura de um Islã fundamentalista

Por fim, o patriarca caldeu fala de um último episódio ligado à festa de Natal que o encheu de alegria e satisfação: “Na noite de 31 de dezembro nós caminhamos por algumas ruas de Bagdá, sem escolta ou medidas de segurança. O nosso gesto queria ser uma mensagem, para dizer que nós, cristãos, estamos aqui e estamos aqui para todos, e com todos. Na ocasião quatro milhões de pessoas, a maioria muçulmanos, saíram às ruas para celebrar o Ano Novo. Encontrei mulheres, crianças, soldados, pessoas provenientes de Basra e Najaf para celebrar o novo ano do nascimento de Jesus. E ainda – conclui Dom Sako - em uma entrevista a um programa de TV muito seguido eu falei de modo forte contra um Islã fechado e fundamentalista, pedindo uma maior abertura. Muitos me agradeceram, especialmente entre os muçulmanos ". (SP)

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Natal Copta: Jesus trouxe alegria à humanidade, diz Patriarca

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Cairo (RV) – “O evento da natividade e da encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo aconteceu para a salvação do homem. E é um evento excepcional, através do qual o nosso Cristo nos oferece a resposta à pergunta: “Como podemos alegrar os outros?””. Esta é uma das ideias centrais da reflexão que o Patriarca Copta Ortodoxo Tawadros II divulgou por ocasião do Natal, que como é sabido, junto com os ortodoxos e alguns católicos que seguem o Calendário Juliano, é celebrado neste dia 7 de janeiro.

Natal, renovação da felicidade do homem

Na mensagem de Natal, Tawadros II sublinha como a festa da Natividade representa “uma renovação da nossa alegria, da felicidade do homem”, colocando no centro da reflexão o papel desenvolvido pelos magos e pelos pastores, assim como foram apresentados pela tradição evangélica. “O início da alegria teve lugar com a realização do nome citado na Bíblia “Emanuel, Deus está entre nós”. Quando Deus veio em meio a nós, a alegria se cumpriu” - afirmou o Patriarca - destacando como “um dos objetivos do nascimento de Cristo” consiste justamente “em dar alegria à humanidade”.

Maria, Magos e pastores, elementos característicos da alegria do Natal

Quais são os elementos e as características desta alegria? Tawadros II oferece algumas indicações para a reflexão. “O primeiro elemento de alegria na Natividade – afirma – é a nossa Mãe, a Virgem Maria. Ela nos alegrou com a sua pureza e limpidez. Nenhum homem pode alegrar os outros se não é puro e límpido. O fruto bom não pode vir de uma árvore ruim. A alegria de um povo não pode vir se não por meio de pessoas justas, puras e pias”. O segundo elemento são os Magos que “nos alegraram com a sua visita e seus presentes”. De fato, “traz alegria oferecer presentes materiais ou morais, ou mesmo uma palavra de conforto ou um sorriso, que é o presente mais precioso, e está à disposição de todos”. Assim os pastores, que “nos alegraram por meio de sua vigília e da sua honestidade”, porque “a vida de fé e de honestidade sempre alegra os homens e alegra também a Deus”.

Segurança máxima

A vigília da véspera do Natal foi celebrada no Cairo sob rígido esquema de segurança para prevenir atentados terroristas. O Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi participou do rito na Catedral de São Marcos. Ao final da celebração ele felicitou o Patriarca, o clero e ao fieis. Em seu discurso – refere o L’Osservatore Romano – o Chefe de Estado, que já no ano passado pela primeira havia participado das celebrações do Natal copta, fez referência aos ataques sofridos pelas igrejas e pelas comunidades cristãs egípcias por parte dos grupos extremistas de matriz islamita no último ano, e desculpou-se pelo atraso registrado nas reformas dos locais de culto destruídos sobretudo nas desordens de agosto de 2013. Na época, cerca de 50 construções foram invadidas e destruídas por grupos ligados à Irmandade Muçulmana e grupos salafitas. (JE/OR)

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Patriarca de Moscou no Natal ortodoxo: apelo pela paz na Ucrânia

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Moscou (RV) - “As hostilidades fratricidas ocorridas em terra ucraniana não devem provocar separações entre os filhos da Igreja e semear ódio em seus corações. O verdadeiro cristão não deveria odiar nem as pessoas próximas, nem as que se encontram distantes.”

É o que afirma o Patriarca de Moscou Kirill e de todas as Rússias, Kirill, na mensagem difundida por ocasião do Natal ortodoxo que, seguindo o calendário juliano, se celebra esta quinta-feira, 7 de janeiro.

Apelo em favor da paz na Ucrânia

O Patriarca dirige um pensamento particular ao povo ucraniano, exortando todos os fiéis “da nossa Igreja multiétnica a rezar com fervor a fim de que cessem as hostilidades na Ucrânia e sejam curadas as feridas infligidas pela guerra às almas e aos corpos”, reporta o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

“Na Igreja, em nossas casas imploramos a Deus com todo o coração a fim de que isso se realize. Rezemos pelos cristãos que vivem distantes dos nossos países e sofrem por causa dos conflitos militares”, exorta o primaz da Igreja ortodoxa russa.

Rejeição e ódio dos outros não encontrem lugar em nossas almas

O Patriarca recorda as palavras do evangelista Mateus, 5, 43-45:

“Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, desse modo vos tornareis filhos do Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre os justos e injustos’.”

“Que as palavras do Senhor possam preservar-nos na vida, de modo que a rejeição e o ódio aos outros jamais encontrem lugar em nossas almas.”

Deus está conosco, não se deve ter medo

Que “as inevitáveis dificuldades não nos assustem, que as provações que todos devemos enfrentar não nos esmaguem. Deus está conosco, e os medos desaparecem de nossas vidas. Deus está conosco, e assim encontramos a alegria e a paz da alma. Deus está conosco, e é colocando n’Ele nossas esperanças que realizamos nosso caminho terreno”.

Efetivamente, “quando segue Cristo, o homem se opõe às forças que regem este mundo, não cede às tentações ao longo do caminho”, e supera os obstáculos que o pecado coloca diante de si.

Em Kiev, caminhada pela paz

No dia 1º de janeiro realizou-se em Kiev, capital ucraniana, uma caminhada pela paz promovida pela Comunidade romana de Santo Egidio e pela Igreja católica, da qual participaram numerosos fiéis. A iniciativa realizou-se também em oitocentas cidades no mundo inteiro.

(L’Osservatore Romano / RL)

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Um ano após Charlie Hebdo: privilegiar a fraternidade antes que o medo, pedem bispos

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Paris (RV) – A França recorda as vítimas do “Charlie Hebdo” um ano após o ataque ao jornal satírico francês. Um aniversário vivido em clima de tensão, após os atentados em 13 de novembro que ensanguentaram Paris. A Rádio Vaticano pediu para o Arcebispo de Marselha e Presidente da Conferência Episcopal francesa para falar do compromisso da comunidade cristã em não deixar-se vencer pelo medo e ajudar a construir pontes:

“Certamente é uma questão delicada a recordação dos acontecimentos de 7 de janeiro, porque rapidamente na época perguntava-se quanto tempo duraria este luto nacional, esta unidade nacional que revelou-se de sobremaneira em 11 de janeiro, e percebeu-se que rompeu-se muito rapidamente. Já na ocasião do minuto  de silêncio nas escolas ocorreu um conjunto de acontecimentos negativos, e em seguida, muito rapidamente foi despertado o front das rivalidades políticas, “politicantes”... Pelo contrário, o que é o mais importante é olhar em que ponto se está hoje, um ano após, também depois dos atentados de 13 de novembro passado; ver quais são as medidas, os progressos, ou, pelo contrário, as interrogações, visto que ocorreram divisões provocadas por questões ideológicas. Imediatamente, o fator religioso foi indicado como fator perigoso por algumas correntes de nossa sociedade. E em todo este ano existe também esta tendência que se manifesta, que quer atribuir ao fator religioso as causas destes atentados e dos dramas no mundo. E isto é algo coisa que contestamos profundamente: o fato da fé não é um fator do qual devemos ter medo. Pelo contrário, devemos perceber como seja uma fonte de socialização e do viver juntos”.

RV: Qual é a posição dos fieis hoje?

“Estamos um pouco estupefatos pelo fato de que continuamente nascem debates sobre a laicidade, a laicidade, a laicidade,.... Ninguém coloca em discussão, entre os fieis, a laicidade do Estado, assim como se expressa há mais de um século e na qual de fato nos encontramos bem; por outro lado, no entanto, se aproveita desta situação para se solicitar uma laicização da sociedade, e portanto, uma remoção de todas as formas de expressão pública da fé. E é nisto que está em jogo um dos aspectos da involução da nossa sociedade”.

RV: O que mudou na França após os atentados de 2015?

“O que progrediu, essencialmente - e é um bem, mas também é perigoso – é o fator da segurança. Hoje, aquilo ao qual se atribui um valor essencial, é que em nome da segurança ou da defesa da segurança tudo poderia ser justificado. Certamente, é dever do Estado garantir a segurança de seus cidadãos. Mas ter isto como conceito principal, leva ao risco de ser, a longo prazo, decepcionante e perigoso, e podem nascer rupturas graves”.

RV: Há um ano, o seu apelo, e dos Bispos franceses, era o de resistir ao medo. Qual é a sua mensagem hoje?

“Um ano depois existe a constatação de que nossa sociedade permanece frágil, que a nossa sociedade pode “incendiar-se” muito facilmente caso não formos vigilantes e que, portanto, o medo é sempre um fator negativo, porque nos coloca uns contra os outros e nos faz tomar decisões que às vezes são irracionais e não razoáveis, e isto é perigoso. É necessário, portanto, trabalhar sempre na linha do encontro, na linha da fraternidade...Temos a necessidade de todos para conseguir fazer viver bem este país e é privilegiando a fraternidade antes que o medo que nós conseguiremos a superar os momentos difíceis que encontraremos aqui na França”. (JE)

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Nos EUA, Bispos aplaudem iniciativa de Obama sobre controle de armas

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Washington – “Graças a Deus existe alguém que tem finalmente a coragem de suprir as lacunas de nossas vergonhosas leis sobre o controle de armas para reduzir o número de massacres, suicídios e homicídios que tornaram-se uma chaga em nosso país”. Foi o que expressou o Bispo da Diocese de Dallas, Dom Kevin Joseph Farrell, em um post publicado em seu blog, na terça-feira, 5 de fevereiro.

Proposta “moderada”

O bispo qualificou a proposta de Obama como "moderada", e interpretou a reação veemente do Congresso à luz do fato que este se “vendeu despudoradamente ao lobby das armas”. Em seu pronunciamento, Dom Farrell reiterou que continuará sendo proibido entrar armados e mostrar armas em lugares públicos que dependam da diocese, não obstante a recente disposição que no Texas permite aos detentores de armas levá-las consigo e exibi-las em público.

A ação dos bispos estadunidenses

"Esta escolha - escreveu o prelado – baseia-se na convicção de que nossas igrejas, escolas e outros locais de culto tem por objetivo ser santuários – lugares sagrados em que as pessoas vão para rezar e participar das celebrações da Igreja”. Ao longo dos anos, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos interveio em uma vasta grama de políticas. Entre as outras coisas, os Bispos estadunidenses expressaram sua contrariedade ao matrimônio entre homossexuais, denunciaram o tráfico de armas, pediram a abolição da pena de morte e solicitaram o Congresso a modificação da política no campo da imigração.

Já em 1994, os bispos haviam publicado o documento “Confronting a Culture of Violence”, no qual retomavam o apelo de uma avó nos funerais do neto: “Esperamos que alguém, de algum lugar, de alguma forma, faça alguma coisa sobre as razões que têm levado nossos filhos a matarem-se um ao outro”. No domingo, 6, também o Arcebispo de Miami, Dom Thomas G. Wenski, fez referência ao documento, em um comunicado publicado pela Conferência Episcopal dos EUA, após as palavras do Presidente Barack Obama sobre a necessidade de serem adotadas medidas para regulamentar a venda e a difusão de armas de fogo. “Por muito tempo - lê-se no texto, recebido pela Agência Fides - os Bispos dos EUA pediram políticas razoáveis para contribuir com a redução da violência com as armas. A violência em nossa sociedade é um problema complexo, com muitas nuances, e assume muitas formas. Ainda que nenhuma medida seja capaz de eliminar todos os atos de violência que envolvem armas de fogo, acolhemos com favor os esforços voltados a salvar vidas humanas e tornar as comunidades mais seguras. Esperamos que o Congresso analise esta questão seriamente, considerando todos os diversos aspectos implicados”.

Segundo dados da mídia, somente em 2013, nos EUA, forma mortos mais de 33 mil pessoas por armas de fogo. (JE)

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Em Manila, esperados 12 milhões de fiéis para procissão do Nazareno Negro

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Manila (RV) - Mais de 12 milhões de peregrinos filipinos estão sendo aguardados em Manila neste sábado, dia 9, para a tradicional procissão do Nazareno Negro. Como todos os anos, os fiéis acompanharão descalços a efígie – uma cópia do original – partindo do centro da capital até a Basílica de Quiapo, onde é conservado o ícone de madeira ao qual se atribuem poderes milagrosos.

O reitor do Santuário, Mons. Hermano Coronel, explicou em coletiva de imprensa que são previstas imponentes medidas de segurança, com um efetivo de 1.400 policiais posicionados durante todo o percurso, cita a agência de notícias Ucan.

Evento religioso mais importante do país

A procissão constitui o evento religioso mais importante do país do sudeste asiático. A devoção à imagem, com tamanho natural, representando Jesus vergado sob o peso da Cruz, remonta ao Séc. XVII, período em que as Filipinas estavam sob o domínio da Espanha.

A estátua foi levada em 1607 para Manila por um sacerdote agostiniano espanhol, a bordo de uma embarcação proveniente do México. Segundo a tradição, o barco pegou fogo durante a viagem, mas imagem do Cristo escapou milagrosamente do incêndio assumindo cor escura.

Apesar do dano, a população de Manila decidiu conservar e honrar a efígie. A devoção suscitada pelo ícone recebeu o favor da Santa Sé, que em 1650, sob o Pontificado de Inocêncio X, instituiu canonicamente a Confraria de Jesus Nazareno.

Também Pio VII, no Séc. XIX, quis honrar essa devoção concedendo a indulgência plenária “a quem, de modo piedoso, rezasse pelo Cristo Negro”.

O Nazareno Negro é um dos símbolos do povo filipino

Ao longo dos séculos a áurea milagrosa que circunda a ícone do Cristo fez dele um dos símbolos do povo filipino. Doze milhões de peregrinos participaram em Manila da procissão do ano passado, dois a mais em relação ao ano precedente. (RL)

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Igreja na Polônia: missionários da misericórdia

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Varsóvia (RV) - “Somos todos missionários da misericórdia”: esse foi o tema com o qual na quarta-feira (06/01/ a Igreja na Polônia celebrou o Dia das Missões. Além da coleta destinada ao fundo missionário nacional, os fiéis foram encorajados a recordar em suas orações “sobretudo os mais de 5 bilhões de pessoas que ainda não acolheram a Boa Nova”, como se lê na mensagem do presidente da Comissão episcopal para as missões, Dom Jerzy Mazur.

Mais de dois mil missionários poloneses em 97 países

O prelado ressalta que atualmente 2.040 missionários poloneses trabalham em 97 países, e acrescenta que outros 29 (15 sacerdotes diocesanos, 1 sacerdote religioso, 12 religiosas e um leigo) estão se preparando em Varsóvia, no Centro de formação missionária, para a próxima partida, reporta a agência Sir.

Em seguida, evidenciando a especificidade da obra evangelizadora no mundo, Dom Mazur ressalta que os missionários “falam sobre Deus, mais ainda, dão testemunho d’Ele através da caridade que confirma suas palavras, tornando-os críveis”.

A missão, Estrela de Natal que guia os homens a Cristo

“As missionárias e os missionários são como a Estrela de Natal que em meio à noite de misérias, pobreza e negligências do mundo moderno guia as novas gerações a Cristo”, observa o prelado, agradecendo aos fiéis pelas orações e as ofertas em apoio às obras missionárias no mundo.

Por fim, o presidente da Comissão episcopal para as missões na Polônia recorda que atualmente 819 missionários poloneses trabalham na África, 797 na América Latina e 336 na Ásia, 68 na Oceania e 20 no norte da América. Entre estes encontram-se 24 bispos. (RL)

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Formação



Juína (MT), aonde a evangelização parte da vida do povo

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Cidade do Vaticano (RV) – Dando sequência à visita do programa Brasileiro à Diocese de Juína, situada no Mato Grosso, na região fronteiriça entre Amazonas e Rondônia, o nosso anfitrião, Dom Neri José Tondello explica hoje que as medidas tomadas pelo governo para solucionar a situação conflitiva entre madeireiros e proprietários de terras são condicionadas por pressões econômicas relacionadas ao agronegócio.

Dom Neri também lamenta que as antigas culturas indígenas se deixam contagiar pelo fascínio do consumismo propagado pelo projeto neoliberal. 

“São medidas truculentas, chegaram ao ponto de queimar máquinas, caminhões, porque estão cortando ilegalmente, então acham que estas medidas inibem o corte. Todos nós somos a favor de cuidar do meio ambiente, e o nosso povo deveria ser orientado a partir de medidas pedagógicas que eduquem o nosso povo. Às vezes, parte-se para o extremo, gerando todo este espírito de vingança, muita raiva e muito ódio. Quando o Estado não faz ‘ o dever de casa’ é isto que acontece. Então nós chamamos o Estado para a responsabilidade, mas sabemos que o Estado também cede a pressões econômicas, então o agronegócio, o ‘grande negócio’ está muitas vezes acima das vontades políticas e decisões de nossos governantes. Outro elemento é a área ‘de compensação’. Por exemplo, um agricultor, um fazendeiro que mora em outro município e desmatou tudo, tem por lei a obrigação de uma reserva, pode compensar com uma outra reserva em outra região. E é reserva é a mais odiosa, porque os pequenos de nossa região são os atingidos. Pelo que se sabe, o governo nem está vendendo para os grandes fazendeiros, mas ele está praticamente doando, dando de graça. Isto deixa a nossa região muito estável, muito insegura e com medo. É ali no meio que nós, como Igreja, procuramos segurar as pontas. Nossa região deve ser emancipada de forma pacífica e democrática, mas confesso que não está sendo fácil segurar esta barra nesta altura da história do Mato Grosso”.

“Infelizmente, este grande ‘projetão’ do neoliberalismo vem com esta força e com este fascínio. É muito comum ver entre os índios que participam na vida da cidade e se envolvem com tudo aquilo que se oferece, e ao mesmo tempo, percebemos que eles estão perdendo a sua cultura, a sua própria linguagem, seus costumes e suas tradições. Aos poucos, ficam descaracterizados em sua identidade cultural. E ali, nós perdemos um patrimônio como brasileiros e como Humanidade, porque eles são os mestres, os cuidadores da natureza”. 

Para ouvir a reportagem, clique abaixo. 

(CM)

 

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Colher o espírito que permeou e acompanhou o Concílio Vaticano II

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” temos a participação do bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Dom Armando Bucciol. 

Originário da região italiana do Vêneto, Dom Bucciol chegou ao Brasil em 1991 como sacerdote Fidei donum e há 12 anos encontra-se à frente desta Igreja particular do Estado da Bahia.

Ressaltamos que em 8 de dezembro passado celebramos os 50 anos da conclusão do Concílio ecumênico Vaticano II. Nesta edição Dom Armando nos diz como se tem vivido este cinquentenário: Entre outras coisas, nos afirma que é importante colher o espírito que permeou e acompanhou o Concílio Vaticano II. Vamor ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

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Porta aberta: Laudato si - 151 a 161

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Cidade do Vatciano (RV) - O princípio do bem comum 

142. Se tudo está relacionado, também o estado de saúde das instituições duma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de vida humana: «toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos ambientais».[116] Neste sentido, a ecologia social é necessariamente institucional e progressivamente alcança as diferentes dimensões, que vão desde o grupo social primário, a família, até à vida internacional, passando pela comunidade local e a nação. Dentro de cada um dos níveis sociais e entre eles, desenvolvem-se as instituições que regulam as relações humanas. Tudo o que as danifica comporta efeitos nocivos, como a perda da liberdade, a injustiça e a violência. Vários países são governados por um sistema institucional precário, à custa do sofrimento do povo e para benefício daqueles que lucram com este estado de coisas. Tanto dentro da administração do Estado, como nas diferentes expressões da sociedade civil, ou nas relações dos habitantes entre si, registam-se, com demasiada frequência, comportamentos ilegais. As leis podem estar redigidas de forma correcta, mas muitas vezes permanecem letra morta. Poder-se-á, assim, esperar que a legislação e as normativas relativas ao meio ambiente sejam realmente eficazes? Sabemos, por exemplo, que países dotados duma legislação clara sobre a protecção das florestas continuam a ser testemunhas mudas da sua frequente violação. Além disso, o que acontece numa região influi, directa ou indirectamente, nas outras regiões. Assim, por exemplo, o consumo de drogas nas sociedades opulentas provoca uma constante ou crescente procura de produtos que provêm de regiões empobrecidas, onde se corrompem comportamentos, se destroem vidas e se acaba por degradar o meio ambiente.

2. Ecologia cultural

143. A par do património natural, encontra-se igualmente ameaçado um património histórico, artístico e cultural. Faz parte da identidade comum de um lugar, servindo de base para construir uma cidade habitável. Não se trata de destruir e criar novas cidades hipoteticamente mais ecológicas, onde nem sempre resulta desejável viver. É preciso integrar a história, a cultura e a arquitectura dum lugar, salvaguardando a sua identidade original. Por isso, a ecologia envolve também o cuidado das riquezas culturais da humanidade, no seu sentido mais amplo. Mais directamente, pede que se preste atenção às culturas locais, quando se analisam questões relacionadas com o meio ambiente, fazendo dialogar a linguagem técnico-científica com a linguagem popular. É a cultura – entendida não só como os monumentos do passado, mas especialmente no seu sentido vivo, dinâmico e participativo – que não se pode excluir na hora de repensar a relação do ser humano com o meio ambiente.

144. A visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada actual, tende a homogeneizar as culturas e a debilitar a imensa variedade cultural, que é um tesouro da humanidade. Por isso, pretender resolver todas as dificuldades através de normativas uniformes ou por intervenções técnicas, leva a negligenciar a complexidade das problemáticas locais, que requerem a participação activa dos habitantes. Os novos processos em gestação nem sempre se podem integrar dentro de modelos estabelecidos do exterior, mas hão-de ser provenientes da própria cultura local. Assim como a vida e o mundo são dinâmicos, assim também o cuidado do mundo deve ser flexível e dinâmico. As soluções meramente técnicas correm o risco de tomar em consideração sintomas que não correspondem às problemáticas mais profundas. É preciso assumir a perspectiva dos direitos dos povos e das culturas, dando assim provas de compreender que o desenvolvimento dum grupo social supõe um processo histórico no âmbito dum contexto cultural e requer constantemente o protagonismo dos actores sociais locais a partir da sua própria cultura. Nem mesmo a noção da qualidade de vida se pode impor, mas deve ser entendida dentro do mundo de símbolos e hábitos próprios de cada grupo humano.

145. Muitas formas de intensa exploração e degradação do meio ambiente podem esgotar não só os meios locais de subsistência, mas também os recursos sociais que consentiram um modo de viver que sustentou, durante longo tempo, uma identidade cultural e um sentido da existência e da convivência social. O desaparecimento duma cultura pode ser tanto ou mais grave do que o desaparecimento duma espécie animal ou vegetal. A imposição dum estilo hegemónico de vida ligado a um modo de produção pode ser tão nocivo como a alteração dos ecossistemas.

146. Neste sentido, é indispensável prestar uma atenção especial às comunidades aborígenes com as suas tradições culturais. Não são apenas uma minoria entre outras, mas devem tornar-se os principais interlocutores, especialmente quando se avança com grandes projectos que afectam os seus espaços. Com efeito, para eles, a terra não é um bem económico, mas dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam, um espaço sagrado com o qual precisam de interagir para manter a sua identidade e os seus valores. Eles, quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida. Em várias partes do mundo, porém, são objecto de pressões para que abandonem suas terras e as deixem livres para projectos extractivos e agro-pecuários que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura.

3. Ecologia da vida quotidiana

147. Para se poder falar de autêntico progresso, será preciso verificar que se produza uma melhoria global na qualidade de vida humana; isto implica analisar o espaço onde as pessoas transcorrem a sua existência. Os ambientes onde vivemos influem sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir. Ao mesmo tempo, no nosso quarto, na nossa casa, no nosso lugar de trabalho e no nosso bairro, usamos o ambiente para exprimir a nossa identidade. Esforçamo-nos por nos adaptar ao ambiente e, quando este aparece desordenado, caótico ou cheio de poluição visiva e acústica, o excesso de estímulos põe à prova as nossas tentativas de desenvolver uma identidade integrada e feliz.

148. Admirável é a criatividade e generosidade de pessoas e grupos que são capazes de dar a volta às limitações do ambiente, modificando os efeitos adversos dos condicionalismos e aprendendo a orientar a sua existência no meio da desordem e precariedade. Por exemplo, nalguns lugares onde as fachadas dos edifícios estão muito deterioradas, há pessoas que cuidam com muita dignidade o interior das suas habitações, ou que se sentem bem pela cordialidade e amizade das pessoas. A vida social positiva e benfazeja dos habitantes enche de luz um ambiente à primeira vista inabitável. É louvável a ecologia humana que os pobres conseguem desenvolver, no meio de tantas limitações. A sensação de sufocamento, produzida pelos aglomerados residenciais e pelos espaços com alta densidade populacional, é contrastada se se desenvolvem calorosas relações humanas de vizinhança, se se criam comunidades, se as limitações ambientais são compensadas na interioridade de cada pessoa que se sente inserida numa rede de comunhão e pertença. Deste modo, qualquer lugar deixa de ser um inferno e torna-se o contexto duma vida digna.

149. Inversamente está provado que a penúria extrema vivida nalguns ambientes privados de harmonia, magnanimidade e possibilidade de integração, facilita o aparecimento de comportamentos desumanos e a manipulação das pessoas por organizações criminosas. Para os habitantes de bairros periféricos muito precários, a experiência diária de passar da superlotação ao anonimato social, que se vive nas grandes cidades, pode provocar uma sensação de desenraizamento que favorece comportamentos anti-sociais e violência. Todavia tenho a peito reiterar que o amor é mais forte. Muitas pessoas, nestas condições, são capazes de tecer laços de pertença e convivência que transformam a superlotação numa experiência comunitária, onde se derrubam os muros do eu e superam as barreiras do egoísmo. Esta experiência de salvação comunitária é o que muitas vezes suscita reacções criativas para melhorar um edifício ou um bairro.[117]

150. Dada a relação entre os espaços urbanizados e o comportamento humano, aqueles que projectam edifícios, bairros, espaços públicos e cidades precisam da contribuição dos vários saberes que permitem compreender os processos, o simbolismo e os comportamentos das pessoas. Não é suficiente a busca da beleza no projecto, porque tem ainda mais valor servir outro tipo de beleza: a qualidade de vida das pessoas, a sua harmonia com o ambiente, o encontro e ajuda mútua. Por isso também, é tão importante que o ponto de vista dos habitantes do lugar contribua sempre para a análise da planificação urbanista.

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Atualidades



Etiópia: seca ameaça 10,2 mi de pessoas, afirmam bispos

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Adis Abeba (RV) - Mais de 10,2 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome devido à grave seca que a atinge a Etiópia, alertaram os bispos ao final da 38ª Assembleia da Conferência Episcopal local. No documento, eles fazem um apelo para que órgão católicos, ONGs e “pessoas de boa vontade” se unam para enfrentar a situação emergencial e para ajudar as pessoas expostas a esse risco. “A seca – pontuaram os bispos – está tendo graves consequências sobre a vida da população.”

Mudanças climáticas

Os prelados também reforçaram que a seca “é uma consequência direta das mudanças climáticas e da degradação ambiental”, e criou “uma situação de emergência nunca antes presenciada no país”.

Os bispos aproveitaram para citar a encíclica do Papa Francisco “Laudato si”, sobre o cuidado da casa comum. “Muitos pobres vivem em lugares particularmente afetados por fenômenos relacionados com o aquecimento, e os seus meios de subsistência dependem fortemente das reservas naturais e dos chamados serviços do ecossistema como a agricultura, a pesca e os recursos florestais” (n.25).

Segundo eles, são precisos US$ 1,4 bilhão para responder à atual crise humanitária.

Além disso, o documento elaborado pelos prelados destaca os esforços que têm sido realizados pelas organizações governamentais e humanitárias “comprometidos à salvar a vida da população que vive em áreas afetadas pela seca”. Os bispos também se comprometeram a “fazer sua parte na tentativa de que projetos cheguem às comunidades mais vulneráveis”, inclusive pelo recente apelo lançado pela Caritas Internacional para levantar recursos destinados à Etiópia.

Famílias em risco

As famílias são outra preocupação ressaltada pelos bispos. Os prelados afirmaram que a seca tem obrigado famílias a migrarem para outras regiões, provocando “uma grande incerteza sobre o seus futuros e de seus filhos”.

O documento ainda faz um apelo a todos os envolvidos – igreja, governo e instituições privadas – para ”preencher as lacunas dessa emergência humanitária, fornecendo à população não só alimentos, mas também cuidados médicos, controle de doenças e ainda a capacidade de criação animal”.

Ajuda financeira

A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre foi uma das primeiras a responder ao apelo dos bispos etíopes. A entidade contribui com 460 mil euros em favor de 13 Dioceses da Etiópia. A doação deve ajudar 1.415 famílias ao longo deste ano.

Segundo o vice-secretário geral da Conferência Episcopal da Etiópia, o padre Haile Gabriel Meleku, a situação da região tem piorado rapidamente. “Hoje são dois milhões de pessoas a mais em risco do que apenas um mês atrás. E o número pode ser muito maior do que pensamos”, destacou.

Meleku lembrou ainda que a crise gera consequências mais graves à região, como conflitos entre a população devido à migração. "A catástrofe é sentida em todos os lugares. A Igreja também sofre os efeitos dramáticos porque muitos fiéis já não têm a força para participar das celebrações”, afirmou. (PS)

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Jrs: enfrentar a "emergência escolar" das crianças sírias

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Beirute (RV) - São cerca de 2,8 milhões as crianças sírias que não vão à escola por causa da guerra. 550 mil delas se encontram refugiadas no Líbano. O centro do Serviço Jesuíta para os Refugiados (JRS), que atua em Jbeil - relata a agência Fides - oferece assistência escolar a 500 crianças sírias, dando a elas também apoio psicossocial. Uma experiência que permite tocar com a mão a real “emergência escolar” que deve ser enfrentada com urgência, de modo a não pôr em risco o futuro de inteiras gerações de jovens sírios.

Crianças devastadas pela guerra e violência doméstica

A partir do relatório das atividades do Centro Jbeil, divulgado pelo Serviço Jesuíta para os Refugiados, se pode notar que todas as crianças assistidas foram afectadas de maneira mais ou menos traumáticas pelas consequências da guerra. Algumas delas foram vítimas de violência doméstica, e a maioria está vivendo em casas sem condições ou superlotadas. Na maior parte das crianças, a experiência traumática tem consequências negativas em termos de comportamento, começando com a incapacidade de permanecer em uma classe. Uma condição que deve ser tratada com paciência, tendo em mente - enfatiza Majed Mardini, professora no centro escolar de Jbeil que as crianças sírias "precisam mais do que uma educação tradicional."

Trabalho de assistência social e psicológica

"Muitos das crianças" refere-se Mardini "não sabem como se comportar em uma escola. Nós ensinamos as crianças como se comportar, como interagir com os outros, mas acima de tudo, querer-se bem uns aos outros." Somente um trabalho diário e a longo prazo permite a obtenção de resultados satisfatórios, e registrar uma melhora real no comportamento e na capacidade de aprendizagem das crianças.

A escola a única certeza no futuro dessas crianças

Muitas delas – destacam os professores – com o passar do tempo reconhecem a escola como o único lugar onde se pode ser feliz, e não querem interromper a frequência nos períodos de férias, que para muitos é um momento de tristeza e abandono. Seja qual for o seu futuro, na Síria ou em outro lugar, a "educação" - observou Mardini - "é a única maneira de construir um futuro para essas crianças." (SP)

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