Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 09/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa batizará 26 crianças. Acompanhe com a Rádio Vaticano

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Neste domingo, 10 de janeiro, a liturgia celebra a festa do Batismo do Senhor. Tradicionalmente, o Papa celebra a Missa com o rito do Batismo na Capela Sistina. Nesta ocasião, Francisco batizará 26 crianças – 13 meninas e 13 meninos – normalmente filhos de funcionários do Vaticano.

O Programa Brasileiro transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 09h20 – hora local (06h20 no horário de Brasília). 

Celebração sugestiva

Trata-se de uma das celebrações mais sugestivas do ano. O choro e o balbuciar das crianças mistura-se às vozes do Coral da Capela Sistina, conferindo uma sonoplastia pouco usual ao ambiente frequentado diariamente  por milhares de turistas para contemplar os afrescos de Michelangelo, e também local onde são eleitos os pontífices.

Na cerimônia do ano passado, uma das crianças era brasileira: Martin, filho da jornalista do Programa Brasileiro Mariangela Jaguraba e de John-Baptist, do Programa Inglês-África da Rádio Vaticano.

A importância do exemplo

Em sua homilia, o Papa Francisco exortou os pais a darem exemplo com a vivência diária da fé, fazendo os filhos crescerem “imersos no Espírito Santo”, recomendando que se rezasse mais ao Espírito.

“Todos os dias, adquiram o hábito de ler um pequeno trecho do Evangelho, pequeninho e levai sempre convosco uma pequena Bíblia no bolso, na bolsa, para poder lê-la. E isto será o exemplo para os filhos, ver o pai, a mãe, os padrinhos, avós, tios, lerem a Palavra de Deus”.

Rezar pelas mães que não podem dar de comer

Francisco incentivou as mães a aleitarem, “também agora, hein? Se choram de fome, amamentem-os, tranquilamente”, convidando também a agradecer ao Senhor pelo “dom do leite”. Então pediu:

“Rezemos por aquelas mães – e são tantas, infelizmente – que não estão em condição de dar de comer aos seus filhos. Rezemos e procuremos ajudar estas mães”.

(BF)

inizio pagina

Jubileu: primeiro mês registra um milhão de peregrinos em Roma

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Mais de um milhão de peregrinos em um mês: desde a abertura da Porta Santa da Basílica de S. Pedro, em 8 de dezembro passado, o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização registrou a presença em Roma de um milhão e 25 mil fiéis para os eventos jubilares. 

“Os números não são importantes numa dimensão espiritual, mas indicam uma intensa participação e uma real exigência dos fiéis”, afirma o Presidente do Pontifício Conselho, Dom Rino Fisichella, num artigo publicado pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano.

Roma protagonista

“O Papa Francisco deseja que o Jubileu seja primeiramente um evento da Igreja, vivido em cada diocese, para redescobrir a força da misericórdia na vida cotidiana. As catedrais e os santuários não foram suficientes para conter o fluxo de fiéis que lotaram as praças na espera de realizar o gesto simbólico da passagem da porta santa. Tudo isso não impediu que Roma permanecesse protagonista do Jubileu”, escreve Dom Fisichella.

O Arcebispo cita algumas medidas tomadas pelas autoridades civis de Roma para facilitar a mobilidade dos peregrinos, como a criação de um percurso reservado a eles na “via della Conciliazione” – que leva diretamente à Porta Santa da Basílica Vaticana – e o reforçamento da segurança.

Misericórdia transforma a vida

Dom Fisichella cita as palavras de Francisco na homelia de abertura: “Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, é Ele que nos vem ao encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia... Que atravessar da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor, de ternura. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor”.

“Transcorreu o primeiro mês e teve início um ano sempre mais crescente de participação e de eventos que dão a entender quanto o Jubileu da Misericórdia tenha entrado no coração das pessoas e possa transformar a vida”, conclui Dom Fisichella.

(BF)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Igreja no Brasil: 2016 tempo de missão e misericórdia!

◊  

Brasília (RV) - “Queremos agradecer a Deus pelo ano que passou. Apesar das dificuldades, esperamos muitas bênçãos em 2016, para continuarmos a evangelizar, anunciar e testemunhar a alegria da presença de Deus no meio de nós”: foi  o que disse o Bispo auxiliar de Brasília (DF) e Secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, em entrevista ao programa de televisão “Igreja no Brasil”.

“Para nós, como Igreja, - afirmou Dom Steiner - o início do Ano Novo é Jesus. O nascimento de Deus, no mundo, representa um novo tempo. É bonito pensarmos que o ano é um tempo e espaço dados por Deus, não apenas cronológico. O tempo que Deus nos deu para 2016 é o tempo da misericórdia”.

Sobre as ações da CNBB em 2016, Dom Leonardo revelou que os trabalhos serão voltados para a missão evangelizadora: “Estamos crescendo no Brasil, com a presença de uma Igreja missionária. Que bonito ver os leigos participando, cada vez mais, da ação evangelizadora, não apenas na comunidade, mas também mediante o diálogo em diversos níveis da sociedade. Por isso, este ano, queremos ser um Igreja missionária e misericordiosa”.

Avaliações e avanços

Em 2015, a Igreja no Brasil realizou diversas atividades, em união com as dioceses, paróquias e comunidades. De acordo com Dom Leonardo Steiner, a CNBB, - representada pelo episcopado brasileiro e as igrejas particulares, - marcou presença efetiva na vida da sociedade, como, por exemplo, “a não aprovação da redução da maioridade penal e a não participação das empresas no financiamento das eleições no país”.

“Foram grandes os passos na política brasileira, que também representam a importância do nosso trabalho, enquanto Conferência, na sociedade”, disse Dom Leonardo, que acrescentou ainda: “A CNBB tem a missão de contribuir para a vida política do país, sugerindo caminhos para enfrentar a crise e outras dificuldades, sempre na busca de melhorias”.

“Nós sempre vamos trabalhar em prol da dignidade das pessoas, - ressaltou o Bispo - especialmente em relação aos nossos pobres, pois são eles que mais sofrem com a crise política e econômica no país”.

Dom Leonardo concluiu sua entrevista expressando seus auspícios: “Este será um novo ano de muitas esperanças e trabalhos. Que tenhamos um ano cheio de bênçãos, muita luta e leitura da Palavra de Deus. Que possamos ser cristãos, levando a presença misericordiosa de Deus na sociedade e comunidades onde vivemos”. (MT/CNBB)

inizio pagina

Igreja na América Latina



Igreja na Venezuela: resultado das urnas é um rechaço ao despotismo

◊  

Caracas (RV) – Os bispos venezuelanos estão reunidos para sua Assembleia Plenária. 

O Presidente do episcopado, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, Arcebispo de Cumaná, abriu a Plenária falando sobre a situação do país e o processo político depois de 6 dezembro passado, quando os opositores conquistaram a maioria na Assembleia Nacional.

“É um contundente rechaço ao despotismo, ao militarismo, à arbitrariedade e à corrupção”, disse o Arcebispo. “É um ponto de partida para recuperar o estado de direito, a renovação e a reorganização do Estado, a revisão das políticas nacionais e da política internacional, seus acordos e negociações. Mas, sobretudo, é uma vitória do desejo popular que requer uma mudança real nos campos da liberdade, da justiça, dos direitos humanos, da saúde, da segurança, da economia e muitos outros”.

Para o Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, a nova Assembleia nacional deve dar respostas satisfatórias, “não porque muda a economia, mas porque deverá corrigir os erros e procedimentos irregulares. Serão necessárias medidas que contribuam para a distensão e para reconciliação nacional, como será a anistia para os prisioneiros políticos e o retorno dos exiliados. Trará leis que corrijam as políticas econômicas e deverá punir a corrupção”, concluiu. 

A coalização de oposição na Venezuela, Mesa de la Unidad Democrática (MUD), conquistou 99 dos 167 assentos da Assembleia Nacional nas eleições legislativas de 6 de dezembro. O "oficialismo", bloco de governo que inclui o partido socialista de Nicolás Maduro PSUV e partidos aliados, ficou com 46 assentos, segundo divulgou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Ainda na abertura da Assembleia plenária, Dom Padrón Sánchez ofereceu um panorama eclesial, assinalando os principais pontos que contribuem para a vida da Igreja na Venezuela: o Sínodo da Família, o Jubileu da Misericórdia, a Encíclica Laudato Sì e a visita do Papa Francisco ao continente.

(BF/Fides)

inizio pagina

Entrevistas



Missas em Santa Marta: momentos de encontro e partilha da Palavra

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Após as festividades de Natal e de fim de ano, o Papa retoma as celebrações Eucarísticas na Capela da Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano. Trata-se de um momento muito seguido pelos fiéis, através da Rádio Vaticano e da mídia, sobretudo por causa das homilias pronunciadas pelo Santo Padre. 

A propósito, eis que disse em entrevista à emissora vaticana, o Arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Zuppi, sobre o que esta dimensão do Pontificado de Francisco representa para o Povo de Deus:

“Representa, em meu parecer, dois aspectos muito importantes: o primeiro é o aspecto de um Papa que encontra e celebra com a comunidade cristã; o segundo consiste em uma celebração ordinária, com a partilha da Palavra, embora a sua pregação seja breve, segundo o estilo de Francisco. Acho que isto é muito importante porque a sua linguagem é simples, direta, clara, compreensível a todos, mas também muito exigente e aderente aos textos evangélicos, apresentado com imagens e exemplos práticos. A sua comunicação é acessível e de caráter imediato, fruto da sua grande vida interior e da sua própria experiência pastoral”.

As homilias das Missas celebradas em Santa Marta são expressão das palpitações do coração do Pontificado de Francisco....

“Eu acho, como acontece no caminho de cada um de nós, que a escuta e o confronto com a Palavra de Deus são sempre motivo de inspiração, de conversão. O Papa nos envolve neste caminho, que ele trilha em primeira pessoa. As suas reflexões nutrem até mesmo as grandes escolhas! Este homem simples compartilha a Palavra conosco, enfrentando os grandes temas da vida ordinária. Logo, as suas pregações matutinas são um alimento diário para as nossas escolhas de fundo e para aquelas que a Igreja deve enfrentar”. (MT)

inizio pagina

Formação



Editorial: A chave para combater a indiferença

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – No último dia 1º de janeiro, celebramos o Dia Mundial da Paz, que fora instituído pelo Papa Paulo VI em 1967 e celebrado pela primeira vez em 1968. Já naquela ocasião, o Papa Paulo VI na sua primeira mensagem desejava que a cada ano, esta celebração se repetisse, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo, “que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro".

 

Assim, todos os anos, o Santo Padre propõe um tema específico para o Dia Mundial da Paz. Para este ano, Francisco escolheu como tema “Vence a indiferença e conquista a paz”; um convite a todos para promover uma cultura de solidariedade e misericórdia, a fim de se vencer a indiferença que ameaça a paz.

Um dos aspectos da mensagem diz respeito à “paz ameaçada pela indiferença globalizada”.

A Mensagem reafirma que a indiferença superou o âmbito individual produzindo o fenômeno que Francisco define “globalização da indiferença”. No texto delineiam-se algumas formas de indiferença, com aquela para com Deus da qual brota a indiferença para com o próximo e a criação.

Neste âmbito da indiferença, chamou-me a atenção nos dias passados uma notícia alarmante sobre a realidade na Etiópia: são mais de 10 milhões de etíopes ameaçados pela penúria, provocada por uma grave seca. 10 milhões de pessoas que na indiferença de muitos são somente números, estatística de pobreza.

A Igreja local, num comunicado chama a atenção do mundo, dos católicos e dos homens e mulheres de boa vontade para ajudar a enfrentar essa emergência, para salvar vidas humanas. Eis então o momento para romper a globalização da indiferença e olhar com mais atenção para as grandes periferias de povos deserdados que sobrevivem muitas vezes com as migalhas que caem das mesas dos afortunados.

A indiferença para com o próximo – filha da indiferença para com Deus – assume as feições da inércia e da apatia. Feições, - disse Francisco - que alimentam a persistência de situações de injustiça e grave desequilíbrio social, as quais podem, por sua vez, levar a conflitos ou de qualquer modo gerar um clima de descontentamento que ameaça desembocar, mais cedo ou mais tarde, em violências e insegurança.

Quando as populações veem negados os seus direitos elementares, como o alimento, a água, os cuidados de saúde ou o trabalho, sentem-se tentadas a obtê-los pela força.

Por isso, a indiferença e consequente desinteresse, constituem uma grave falta ao dever que cada pessoa tem de contribuir para o bem comum, especialmente para a paz, que é um dos bens mais preciosos da humanidade.

Não é somente a indiferença que está no centro da Mensagem de Francisco, mas também a esperança na capacidade do homem – com a graça de Deus – de superar o mal, de não se abandonar à resignação e à indiferença, contribuindo assim à paz com Deus, com o próximo e com a criação.

Para preservar esta esperança, o Pontífice sublinha que também nós somos chamados a fazer do amor, da compaixão e da misericórdia um verdadeiro compromisso de vida, respondendo sempre ao apelo do Senhor para “sermos misericordiosos como o nosso Pai”.

Francisco deseja sacudir as nossas consciências. Algo que tem feito desde o início do seu Pontificado. E o tema da indiferença veio já a tona nos primeiros encontros fora do Vaticano. Recordamos a sua histórica visita a Lampedusa, o “porto do Eldorado” para muitos imigrantes, onde ele levantou a sua voz para falar da “globalização da indiferença”. É evidente também a ligação com a Mensagem para a Quaresma do ano passado: “enquanto eu estou relativamente bem e cômodo, esqueço-me daqueles que não estão bem”. A verdadeira indiferença.

Esse comportamento egoísta ganhou dimensão mundial e constitui para nós que somos cristãos um problema que devemos enfrentar. A misericórdia é a verdadeira chave para combater a indiferença. (Silvonei José)

inizio pagina

Cardeal Tempesta: Nosso Batismo e o de Jesus

◊  

Rio de Janeiro (RV) - A Festa do Batismo do Senhor, celebrada no domingo depois da Epifania, encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Sem ter necessidade do batismo de penitência de João em preparação à vinda do Messias, Jesus quis submeter-se a esse rito tal, como se submetera às demais observâncias legais que também não O obrigavam, mas que adquire o caráter de manifestação, pois nesse momento a Trindade se manifesta.

 

O Pai apresenta, manifesta a Israel o Salvador que Ele nos deu, o Menino que nasceu para nós: “Tu és o meu Filho amado; em ti ponho o meu bem-querer”, ou, segundo a versão de Mateus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”! (3,17). Estas palavras contêm um significado muito profundo: o Pai apresenta Jesus usando as palavras do profeta Isaías, que ouvimos na primeira leitura da missa. Mas, note-se: Jesus não é somente o Servo; ele é o Filho, o Filho amado! O Servo que o Antigo Testamento anunciava é também o Filho amado eternamente! No entanto, é Filho que sofrerá como Servo, que deverá exercer Sua missão de modo humilde e doloroso.

Às margens do Jordão, Jesus foi ungido com o Espírito Santo como o Messias, o Cristo, aquele que as Escrituras prometiam e Israel esperava. Agora, Ele pode começar publicamente a missão de anunciar e inaugurar o Reino de Deus. Esta missão Ele começou desde que se fez homem por nós; agora, no entanto, vai manifestar-se publicamente, primeiro a Israel e, após a ressurreição, a toda a humanidade. É na força do Espírito Santo que Ele pregará, fará Seus milagres, expulsará o mal e inaugurará o Reino; é na força do Espírito que Ele viverá uma vida de total e amorosa obediência ao Pai, e doação aos irmãos até a morte, e morte de cruz.

O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).

E Jesus já começa cumprindo sua missão na humildade: Ele entra na fila para ser batizado por João. Ele, que não tinha pecado, assume os nossos pecados, faz-se solidário conosco; Ele, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! “João tentava dissuadi-lo, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’ Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar, pois assim nos convém cumprir toda a justiça’” (Mt 3,14s). Assim convinha, no plano do Pai, que Jesus se humilhasse, se fizesse Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na humildade, não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não para ser servido, mas para servir. Eis o caminho que o Pai indica a Jesus, eis o caminho que Jesus escolhe livremente em obediência ao Pai, eis o caminho dos cristãos, e não há outro!

O Batismo de João não é o sacramento do Batismo: era somente um sinal exterior de que alguém se reconhecia pecador e queria preparar-se para receber o Messias. Ao ser batizado no Jordão, Jesus é ungido com o Espírito Santo para a missão. Esta unção será plena na ressurreição, quando o Pai derramará sobre ele o Espírito como vida da sua vida. Então – e só então – Ele, pleno do Espírito Santo que o ressuscitou, derramará este Espírito, que será também seu Espírito, sobre nós, dando-nos uma nova vida.

O Batismo de Jesus leva-nos à meditação sobre o nosso batismo. A importância do Sacramento que nos inseriu na Igreja. Quem de nós recorda a data de seu batismo? Recordamos o nascimento carnal, mas desconhecemos o dia em que nascemos para Deus e nos tornamos “Participantes da natureza divina (...) somos, realmente, filhos de Deus!”.

“Graças ao Sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do mal, porque o teu preço é o sangue de Cristo”.

Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O Batismo é a porta por onde se entra na Igreja. “E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somos todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. O chamado à santidade e a consequente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o Batismo, as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa vida no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.

Portanto, Batismo é nascimento para uma vida nova e é compromisso de seguir Jesus Cristo como discípulo missionário. A água batismal não pode secar tão rapidamente de nossa fronte! Os cristãos primitivos eram batizados adultos e, ao pedirem o Batismo, sabiam que eram candidatos ao martírio. E mesmo assim, queriam ser batizados para se tornarem filhos de Deus! “Somos chamados filhos de Deus e o somos de fato!”

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

        

         

inizio pagina

Festa do Batismo do Senhor: mudança de vida!

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Jesus vai a João para ser batizado. Quando se encontra em meio a tantas pessoas que buscam o Batista, Jesus passa a ser mais um que deseja reiniciar a vida através de um banho que simbolizava a mudança de vida. O Mestre quis ser sempre igual a nós e também nesse momento ele se iguala a qualquer pessoa de boa vontade que aceita o discurso regenerador de João, o Batista. 

Acontece que quando o vê, João  - reconhece -  nele o Messias, o verdadeiro Batista!

Ele já o havia conhecido e nele detectado o Deus Conosco, quando da visita de Maria de Nazaré à sua mãe. Ali, ele João Batista, estremeceu no seio de Isabel e ela pode entender o que acontecia. Agora, a mesma luz interior que o iluminou durante a visita, 30 anos atrás, voltou e fez com que reconhecesse naquele homem, não apenas o seu primo, mas o Redentor da Humanidade.

Nesse momento, segundo São Lucas, o céu se abriu, ou seja, o Pai voltou a falar não mais através dos profetas, mas por seu Filho unigênito. Deus voltou a se  - re velar – em Jesus de Nazaré.

A pomba que aparece é sinal da morada de Deus, de sua presença. É o Espírito de Deus que desceu sobre Jesus. Ele é a morada do Pai, é a nova e eterna aliança, é a tenda armada de Deus em nosso meio, é o próprio Deus!

As palavras, que se fazem escutar, vindas do céu, dizem: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição.” Aí passamos a  entender melhor a primeira leitura onde Isaías diz: “Eis o meu servo, o meu eleito, ele trará o julgamento às nações. Eu te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.  A missão de Jesus será a de mostrar a proximidade do amor do Pai, e recuperar o projeto de Deus para o homem. Por isso, suas mensagens serão chamadas Boa Nova, Evangelho, o que em português pode ser traduzido como alvíssaras.

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade. Até que ponto somos pessoas libertadoras, pessoas que podem ser reconhecidas como abertas à ação de Deus, fautoras do bem, portadoras de vida, moradas de Deus em meio aos homens? (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para a Festa do Batismo do Senhor)

inizio pagina

Atualidades



O Papa sonha visitar a China: relações entre a Igreja e a China

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – “O Evangelho para além da Grande Muralha: desafios e perspectivas do cristianismo na China” este é o título do livro do estudioso católico chinês, Kin Sheung Chiaretto Yan, publicado, em inglês, pela editora Missionária italiana e apresentado, na tarde desta sexta-feira, na Sala Marconi da Rádio Vaticano.

Durante a coletiva de imprensa de apresentação do volume, tomaram a palavra, entre outros, Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.

Segundo o título original em inglês “Evangelization in China”, o livro percorre, sob o ponto de vista chinês, a evolução das relações entre a China e a Igreja Católica, propondo uma leitura sobre a situação da Igreja na China de hoje, de modo particular as relações entre o Estado e o Governo de Pequim.

No primeiro capítulo, o autor apresenta a cultura chinesa, evidenciando as suas características multiétnicas e multireligiosas; no segundo, aborda a história da evangelização na China, com o intuito de mostrar a atitude do povo chinês e os motivos de alguns comportamentos das autoridades políticas; no terceiro e último capítulo são tratados temas sobre o desenvolvimento da política religiosa da China, dos últimos decênios até a situação atual da Igreja.

O Papa sonha com a China

Em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa Francisco confessou a três personalidade argentinas, na presença do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e o Secretário para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti: “Se dependesse de mim, eu iria à China amanhã mesmo”. Naquela tarde, o líder da Igreja Católica disse que convidaria Xi Jinping, Presidente da China, a visitar o Vaticano, a quem manifestaria seu desejo de visitar seu país.

Outro momento importante de tal decisão foi quando o Presidente da China permitiu que o avião papal atravessasse o espaço aéreo chinês para ir à Coréia do Sul. Naquela ocasião, Francisco reforçou sua vontade de “visitar a China o quanto antes”.

Não é uma surpresa o fato que os Jesuítas desejam inaugurar uma nova era nas relações entre a Igreja Católica e a China. Em 1582, a Companhia de Jesus chegou à Corte Imperial, por meio do missionário Matteo Ricci, que faleceu em 1610, em Pequim, onde foi enterrado, após ter pregado o Evangelho por quase 30 anos. (MT)

inizio pagina