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Sumario del 15/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na missa: "A fé não se compra, é dom que muda nossa vida"

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Cidade do Vaticano (RV) - “Como é a minha fé em Jesus Cristo?”. É a pergunta formulada pelo Papa na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, na manhã de sexta-feira (15/01). O Pontífice se baseou no Evangelho para reafirmar que para compreender realmente Jesus, não devemos ter o “coração fechado”, mas segui-lo no caminho do perdão e da humilhação. “A fé – advertiu – não pode ser comprada por ninguém; é um dom que muda nossa vida”.

 

As pessoas fazem de tudo para se aproximar de Jesus e não pensam nos riscos que podem correr para escutá-lo ou simplesmente tocá-lo. Foi o que sublinhou Francisco, inspirando-se no Evangelho de Marcos que narra a cura do paralítico em Cafarnaum. 

Havia tanta gente na frente da casa onde estava Jesus que tiveram que tirar o teto e passar por ali a maca aonde se encontrava o doente. “Tinham fé – comentou o Papa – a mesma fé daquela senhora que, em meio à multidão, quando Jesus foi à casa de Jairo, conseguiu tocar um pedaço do manto de Jesus, para ser curada”. A mesma fé do centurião para a cura do seu servo. “A fé forte, corajosa, que vai adiante – disse Francesco – o coração aberto na fé”. 

Assista em VaticanBR

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Se tivermos o coração fechado, não conseguimos entender Jesus

No episódio do paralítico, “Jesus faz um passo adiante”. Em Nazaré, no início de seu ministério, “foi à Sinagoga e disse que havia sido enviado para libertar os oprimidos, os encarcerados, para dar a vista aos cegos... inaugurar um ano de graça”, ou seja, um “ano de perdão, de aproximação ao Senhor. Abrir um caminho rumo a Deus”. Aqui, porém, dá um passo a mais: não só cura os doentes, mas perdoa seus pecados: 

“Estavam ali aqueles que tinham o coração fechado, mas aceitavam – até um certo ponto – que Jesus fosse um curandeiro. Mas perdoar os pecados é demais! Este homem vai além! Não tem direito de dizer isto, porque somente Deus pode perdoar os pecados, e Jesus sabia o que eles pensavam, e diz: ‘Eu sou Deus’? Não, não o diz. ‘Por que pensam estas coisas? Porque sabem que o Filho do Homem tem o poder – é o passo avante! – de perdoar os pecados. Levanta-te, toma e cura-te’. Começa a falar aquela linguagem que, a um certo ponto, desencorajará as pessoas, inclusive alguns discípulos que o seguiam... Esta linguagem é dura, quando fala de comer o seu Corpo como caminho de salvação”.

A fé em Jesus muda realmente a nossa vida?

O Papa Francisco afirma que entendemos que Deus vem para “nos salvar das doenças”, mas antes de tudo “para nos salvar dos nossos pecados, salvar-nos e levar-nos ao Pai. Foi enviado para isto, para dar a vida para a nossa salvação. E este é o ponto mais difícil de se entender”, não somente pelos escribas. Quando Jesus se mostra com um poder maior do que o poder de um homem “para dar aquele perdão, para dar a vida, para recriar a humanidade, também os seus discípulos duvidam. E vão embora”. E Jesus, recordou, “deve pedir ao seu pequeno grupinho: ‘Também vocês querem ir embora’”.

“A fé em Jesus Cristo. Como é a minha fé em Jesus Cristo? Creio que Jesus Cristo seja Deus, o Filho de Deus? E esta fé transforma a minha vida? Faz com que no meu coração se abra este ano de graça, este ano de perdão, este ano de aproximação ao Senhor? A fé é um dom. Ninguém ‘merece’ a fé. Ninguém a pode comprar. É um dom. A ‘minha’ fé em Jesus Cristo, me leva à humilhação? Não digo à humildade: à humilhação, ao arrependimento, à oração que pede: ‘Perdoa-me, Senhor. Tu és Deus. Podes perdoar os meus pecados”.

A prova da nossa fé é a capacidade de louvar a Deus

O Senhor, é a invocação do Papa, “nos faça crescer na fé”. As pessoas, observou, “procuravam Jesus para ouvi-lo” porque ele falava “com autoridade, não como falavam os escribas”. Além disso, acrescentou, o seguia, porque ele curava, “fazia milagres!”. Mas, no final, “essas pessoas, depois de terem visto, foram embora e todos ficaram maravilhados, e glorificavam a Deus”:

“O louvor. A prova que eu creio que Jesus Cristo é Deus na minha vida, que me foi enviado para 'me perdoar', é o louvor: se eu tenho a capacidade de louvar a Deus. Louvar o Senhor. É gratuito isso. O louvor é gratuito. É um sentimento que dá o Espírito Santo e nos leva a dizer: ‘Tu és o único Deus’. Que o Senhor nos faça crescer nesta fé em Jesus Cristo Deus, que nos perdoa, que nos oferece o ano da graça, e que esta fé nos leve a louvar”.

(CM/BF/SP)

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Papa faz visita surpresa a idosos e a pessoas em estado vegetativo

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco continua dando testemunho dos sinais concretos de Misericórdia. Após ter aberto recentemente a Porta Santa do Albergue Pe. Luigi Di Liegro, adjacente à Estação Termini de Roma, esta sexta-feira (15/01) o Santo Padre visitou um abrigo para idosos.

Às 16h locais desta sexta-feira, o Papa fez uma visita surpresa a uma casa de repouso situada na periferia romana. O Pontífice visitou cerca de trinta idosos que ali residem. A inesperada visita colheu a todos de surpresa e fez compreender o grande valor que as pessoas anciãs e os avós têm na Igreja e na sociedade e como são importantes as palavras do Papa Francisco contra a “cultura do descarte”.

Em seguida, Francisco visitou uma casa de assistência que acolhe pessoas em estado vegetativo acompanhadas por seus familiares.

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Papa recebe ex-presidente do Google

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira (15/01) no Vaticano, em audiência privada, o ex-CEO (Diretor Executivo) do Google, Eric Schmidt. 

Schmidt e Jared Cohen, que dirige a Google Ideas, são os autores de um livro, de 2013, intitulado “A nova era digital: remodelar o futuro dos povos, nações e empresas” (The new digital age: reshaping the future of people, nations and business).

Aos 79 anos, o Papa Francisco não é um assíduo usuário da Internet, mas sua conta no Twitter em inglês tem 8,4 milhões de seguidores e somando todas as 9 línguas, chega a 26 milhões. Nos quase 3 anos de seu Pontificado, já hospedou no Vaticano dois encontros com o Google Hangouts, conexões ao vivo para o projeto educativo ‘Scholas Occurrentes’. 

E para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2014, sua mensagem afirmou que “a Internet pode oferecer mais possibilidade de encontro e solidariedade entre todos e isto é uma coisa boa, ‘um dom de Deus’”.

Francisco fez, no entanto, uma ressalva: “Existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correta de si mesmo. A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e econômicos. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós. Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluído. Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica”.  

(CM-VI)

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O sacerdote escolhido por Francisco para pregar o retiro da Quaresma

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Cidade do Vaticano (RV) – Será o Padre Ermes Ronchi, da Ordem dos Servos de Maria, o responsável pelas pregações dos Exercícios Espirituais da Quaresma ao Papa Francisco e à Cúria Romana. Os Exercícios serão realizados de 6 a 11 de março, na Casa do Divino Mestre, em Ariccia. Foi o próprio Papa Francisco que telefonou ao religioso friuliano, pedindo a ele para fazer as pregações. Vamos ouvir o que o sacerdote nos diz a este respeito: 

“A surpresa em receber um telefonema do Santo Padre e de ouvi-lo com esta simplicidade, com esta espontaneidade, com esta humanidade... fiquei comovido e feliz de encontrar uma pessoa desta qualidade e surpreso, felizmente surpreso, não pela tarefa a mim pedida, mas justamente pela felicidade de encontrar uma pessoa assim realizada”.

RV: Como foi a conversa?

“Foi um pedido de um favor, assim, com toda esta simplicidade, se eu poderia assumir esta missão de pregar os Exercícios Espirituais. Obviamente que eu disse: “Não sou capaz...”. Porém, a coisa mais bonita é que o Santo Padre, com este tom de delicadeza, me disse: “Queres conferir a tua agenda para ver se está livre?”. E isto me deixou muito tocado porque existe a pessoa antes de tudo... Eu achei isto de uma delicadeza rara”.

RV: Como o senhor recebe esta missão de pregar os Exercícios ao Papa e à Cúria Romana?

“Acolho-a com preocupação. Vou procurar transmitir as coisas que me fizeram bem, as coisas que me fascinaram, apaixonaram, da Palavra de Deus. Vou procurar transmitir o fascínio que eu senti  pela imagem, pela face de Jesus, pela face do Pai que está em Jesus e vou procurar traduzir este calor, esta beleza: o coração simples do Evangelho e a beleza poderosa do Evangelho”.

RV: O Papa considera muito as homilias dos sacerdotes, diz que devem ser claras, simples, breves... que as pessoas possam entendê-las...

“Isto vai de encontro a uma recordação que eu tenho da minha primeira missa, quando eu perguntei ao meu pai: “Como devo pregar às pessoas da minha cidade?”. E ele me respondeu em língua friuliana: "Pocjis e che si tocjin", poucas palavras, mas simples e concretas. E então eu entendi desde lá que a Palavra deve ser encarnada, que se possa tocá-la, que tenha um impacto, que arrebate. Assumi este compromisso: não dizer nunca uma palavra que antes não tenha me alegrado ou feito sofrer, de outra forma não é encarnada e não alcança ninguém. E depois acredito, como segundo critério fundamental, a simplicidade: não elucubrar grandes pensamentos teóricos, mas fazer entender que estamos submergidos em um mar de amor e não nos damos conta disto. A terceira coisa é a beleza. A beleza, para mim, é um nome de Deus. E a quarta coisa é a positividade: sempre positivos, sempre criativos de esperança, o Evangelho é positivo, basta somente ler a sua etimologia”.

RV: Como o senhor está vivendo pessoalmente este Pontificado? O que o Papa Francisco está trazendo à Igreja?

“Está trazendo a primavera! E foi a primeira coisa que eu quis dizer naquele telefonema ao Santo Padre: agradecer-lhe por aquilo o que ele faz, diz, traz, por aquilo que nos transmite, por este sopro que varre o pó das prateleiras, dos rostos, dos encontros. E esta primavera para mim é realmente o florescimento do Espírito Santo. O Reino de Deus virá com o florescimento da vida em todas as suas formas e já aqui nós começamos a ver o florescer da vida, que para mim é a exultação”.

RV: O senhor, pertencendo à Ordem dos Servos de Maria, levará consigo nas meditações também a Mãe de Jesus.....

“Sem dúvida, será como imagem condutora, porque é a primeira dos discípulos, é a mais próxima ao Senhor, portanto é aquela que o encarnou. E eu imagino também que uma das coisas que eu poderei dizer será esta: que a imagem mais bonita do cristão, recordando Orígenes, a imagem mais intensa do cristão é Santa Maria grávida sobre os Montes de Judá indo de encontro à Isabel, à prima. O cristão é um mensageiro de Deus, é  grávido de Deus, grávido de luz, passa no mundo levando uma outra vida além da sua. Assim, a imagem de Santa Maria grávida que vai sobre os Montes de Judá de encontro à prima, também ela grávida, esta imagem: ser grávidos de Deus no mundo hoje, salvá-lo assim, ajudá-lo a encarnar-se agora”. (JE)

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Os mais pobres no circo, à convite do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de dois mil pobres e imigrantes de Roma assistiram  na quinta-feira, (14/01), a um espetáculo circense a convite do Papa Francisco. Muitos eram moradores de rua e, entre eles, estava o espanhol Roberto Carlos, 36 anos, que ganha a vida nas ruas romanas tocando o seu violão, o único objeto que nunca vendeu – mesmo quando ficou desprovido de tudo.

Foi ele que abriu o espetáculo, com uma canção intitulada “Francisco é universal”. Entrevistado pela agência EFE, declarou, convido, que gostaria que o Papa a ouvisse. 

Sua apresentação foi recebida com aplausos do público. Ele começou com a frase “Os últimos serão os primeiros, não percamos a fé”. Para o compositor, a mensagem da canção é clara: “descrever um Papa que é uma boa pessoa com os pobres, que não marginaliza, que nos quer bem e nos ajuda como se fosse um pai ou um vovô”. 

Depois dos serviços básicos, a diversão

A tarde no circo foi promovida pela Esmolaria Apostólica, encarregada de realizar as obras de caridade do Pontífice, em conjunto com o circo Rony Roller. Os convidados chegaram ao circo em ônibus e automóveis da frota do Vaticano, acompanhados por padres, bispos e cardeais. 

Esta nova ideia para os moradores de rua que vivem nos arredores do Vaticano segue a oferta de serviços como barbeiros, refeitório, duchas e leitos para se refugiar do frio romano.  

Assistência aos deficientes e consultas médicas

Acompanhados pelo Esmoleiro, o jovem bispo polonês Konrad Krajewski, e assistidos por uma equipe de voluntários da Unitalsi – para ajudar os portadores de deficiência – os convidados receberam também consultas médicas especializadas. 

Foi grande a emoção também entre os artistas circenses. Para Tony Vassallo, artista e membro da família dona do circo, “graças à sensibilidade do Papa Francisco, é uma honra nos exibir para seus 2 mil convidados pobres. Não é a primeira vez que fazemos espetáculos por razões humanitárias, mas cada vez é uma nova emoção que nos satisfaz e nos enriquece na alma”. Já Daniela Vassallo lembrou que, como os indigentes, a gente do circo também costuma ser marginalizada pela sociedade. "Sabemos quem são pessoas às quais podemos falar, que recebem a mensagem. Entram hesitantes e vão embora com um sorriso".

(CM)

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Magistério de Bento XVI chega ao Facebook

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Cidade do Vaticano (RV) - Após ser o primeiro Pontífice a fazer publicações no Twitter, o Papa Emérito Bento XVI chega ao Facebook por meio da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI. A página da instituição foi inaugurada na quinta-feira (14/1) e pretende divulgar o Magistério de Ratzinger ao longo dos anos.

 

A ideia partiu do presidente da fundação, Padre Giuseppe Antonio Scotti, para manter um contato mais próximo entre o Papa Emérito e os fiéis que apreciam o trabalho de Bento XVI na Igreja. Por meio da página no Facebook, gerenciada pelo vaticanista Luca Caruso, a Fundação Vaticana quer aproximar o público dessas atividades, principalmente quando Ratzinger esteve à frente da Congregação para a Doutrina da Fé e durante os oito anos de Pontificado.

Na primeira publicação, a página da fundação traz um foto de Bento XVI junto com o Papa Francisco em um evento realizado na Praça São Pedro. A instituição nasceu em março de 2010 com a tarefa de promover o conhecimento e o estudo da teologia.

Desde a criação da conta oficial do Pontífice no Twitter, agora sob comando do Papa Francisco, dados revelam que a iniciativa se tornou um sucesso na divulgação de mensagens na rede social. Com nove contas em diversos idiomas, na semana passada, os números de seguidores no microblog já tinha ultrapassado a marca dos 26 milhões. Em língua portuguesa, mais de 1,8 milhão de pessoas seguem o Papa Francisco. (PS)

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Cardeal Turkson: ecologia seja integral, tendo o homem no centro

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Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se esta sexta-feira (15/01) em Genebra, na Suíça, um evento especial organizado pela Missão permanente da Santa Sé na Onu, dedicado à Encíclica do Papa Francisco “Laudato si” sobre o cuidado da casa comum”.

Entre os conferencistas encontrava-se o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, que fez um pronunciamento sobre o tema “O cuidado da nossa casa comum: conteúdo e metodologia da Encíclica Laudato si”.

Retomando a pergunta do Papa Francisco “Que planeta queremos deixar a quem virá depois de nós?”, o Cardeal Turkson ressalta que a esperança pelo futuro de um planeta em boa saúde reside naqueles homens e naquelas mulheres que ainda têm a capacidade de agir de modo positivo.

Falando da tribuna do escritório da Onu em Genebra, o purpurado ganense fez votos de que a COP21, o encontro de Paris realizado em dezembro passado sobre as mudanças climáticas, possa representar um novo início, e de que o acordo oriundo desse encontro possa ter sua implementação.

É propriamente na ótica de um novo início e de um futuro melhor que o Papa Francisco apresenta o conceito de ecologia integral, uma ecologia respeitosa das dimensões humanas e sociais da crise, explicou o Cardeal Turkson.

É nesse âmbito que o paradigma sobre o qual se funda a relação de cada ser humano com Deus, com as outras pessoas e com a criação encontra sua aplicação, evidenciou o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. (RL)

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Card. Koch auspicia que Anglicanos superem divisões

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Londres (RV) – Cinco dias de intensos trabalhos a portas fechadas. Ao final, os Primazes das 38 Províncias Anglicanas - reunidos em Cantuária pelo Arcebispo Justin Welby - decidiram “suspender” por um período de três anos a Igreja Episcopal Estadunidense (TEC) – ramo da Igreja Anglicana em listras e estrelas – que em 2003 ordenou o seu primeiro bispo declaradamente gay, Geme Robinson. É o que informa o comunicado final – referido pela Agência SIR – divulgado na noite de quinta-feira, 15, antes da coletiva de imprensa realizada esta sexta-feira. O teor do documento havia vazado e assim os Primazes decidiram publicá-lo integralmente antecipadamente, para evitar especulações. 

Motivos da suspensão

Os recentes acontecimentos na Igreja Episcopal em relação a uma mudança em seu cânone sobre o matrimônio – escrevem os Primazes anglicanos – representa um fundamental distanciamento da fé e do ensinamento seguido pela maioria das nossas Províncias sobre a doutrina do matrimônio”. Os Primazes reiteram que, à luz do ensinamento da Escritura, a Igreja “defende o matrimônio como uma união fiel, por toda a vida, entre um homem e uma mulher”. E acrescentam: romper autonomamente com este ensinamento é considerado por “muitos de nós”, como “um distanciamento da responsabilidade recíproca e da interdependência implícita” que existe na Comunhão Anglicana. Disto a decisão de suspender a Igreja Episcopal por um período de três anos.

Igreja Anglicana estadunidense fora dos organismos ecumênicos e inter-religiosos

Concretamente, a Igreja Episcopal estadunidense não pode mais representar a Comunhão Anglicana nos organismos ecumênicos e inter-religiosos; os seus membros não podem ser nomeados ou eleitos para o Comitê interno Permanente e durante a participação em encontros da Comunhão Anglicana, não podem tomar parte no processo de decisão. Decisão, esta última, significativa, visto que para 2018, está prevista a Conferência de Lambeth. Por fim, foi decidida a constituição de um grupo de trabalhos para restabelecer as relações e a confiança recíproca entre as Igrejas.

A Rádio Vaticano pediu um comentário a respeitos destes acontecimentos ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch:

“Bem, para começar, este é um assunto interno dos anglicanos. De minha parte, posso dizer que estou contente de que não tenha ocorrido um cisma, mas somente uma suspensão temporária. Espero que este tempo possa ser utilizado para se encontrar uma unidade mais profunda na Comunhão Anglicana. De fato, nesta época ecumênica em que todos estamos em busca da unidade, cada nova separação representa um grande perigo e um grande desafios. Creio que nós prosseguiremos no nosso diálogo, visto que os temas principais deste diálogo dizem respeito às mesmas questões, isto é, por um lado as relações entre Igreja local e Igreja universal e por outro, como encontrar uma maior unidade ao tratar as diferenças éticas. Estes são os temas principais de nosso diálogo que agora tornaram-se visíveis na Comunhão Anglicana. Seria bonito se o diálogo entre nós conseguisse ser de auxílio à comunidade anglicana, para que reencontre a sua unidade”. (JE)

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Igreja no Mundo



Bispos aos cristãos da Terra Santa: não nos esquecemos de vocês

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Jerusalém (RV) - “Vocês não foram esquecidos”: esta é a mensagem que os bispos da Coordenação das Conferências Episcopais em apoio à Igreja na Terra Santa (Holy Land Coordination, Hlc), composta por Bispos dos EUA, UE, Canadá e África do Sul, deixam na conclusão de sua visita, nesta quinta-feira (14), às comunidades cristãs em Gaza, Belém e aos refugiados iraquianos na Jordânia e na Síria.

Os bispos determinados a dar voz aos sem voz

Como refere a agência de notícias SIR, que cita o comunicado final da visita iniciada no dia 07 de janeiro, os bispos escrevem: “levamos as nossas experiências e as histórias que ouvimos, e estamos determinados a dar voz aos sem voz. A violência em curso torna ainda mais urgente que nos recordemos e ajudemos todos, especialmente os marginalizados, que procuram viver na justiça e na paz”.

Os habitantes de Gaza estão vivendo em uma prisão

A recordação dos bispos vai àqueles que, na guerra de Gaza em 2014, perderam suas casas e ficaram traumatizados. Apesar de algum “sinal de esperança”, diz o texto, “o bloqueio continua a tornar suas vidas desesperadas; eles realmente vivem em uma prisão. A capacidade de muitos cristãos e muçulmanos de se ajudarem nesta situação” é, para os bispos, “um sinal visível de esperança e, num momento em que muitos procuram dividir a comunidade, um exemplo para todos nós”.

Muro Cremisan viola o direito internacional

“Vocês não foram esquecidos" é também para a comunidade cristã de Beit Jala, onde "o confisco de terras e a expansão do Muro de separação no vale de Cremisan por parte de Israel, em violação do direito internacional, prejudicam ainda mais a sua presença na Terra Santa”. “Vamos apresentar a sua grave situação em âmbito nacional e internacional” reafirmam os bispos que sempre com atenção a história de Cremisan.

Israel deve viver em segurança, mas a ocupação corrói o coração de todos

Em relação ao conflito israelense-palestino, o texto reafirma “o direito de Israel a viver em segurança”, como também o fato de que “a ocupação continua a corroer a alma de ambos, ocupantes e ocupados”. “Os líderes políticos de todo o mundo – sublinham os bispos - devem colocar mais energia na busca de uma solução diplomática para acabar com quase 50 anos de ocupação e para resolver o conflito em curso de modo que os dois povos e as três religiões podem viver juntos em justiça e paz”.

Na Jordânia, o encontro com os refugiados cristãos fugiram em EI

O ponto alto da visita deste ano foi o encontro com os refugiados cristãos que fugiram para a Jordânia para escapar dos militantes do autoproclamado Estado Islâmico. Nestes dias, os bispos puderam falar com refugiados e ouvir suas histórias. “Para a maior parte, o regresso a casa não é mais uma opção. A Jordânia – escrevem os prelados - está lutando para ajudar quase um quarto de sua população hoje composta por refugiados. Os esforços da Igreja local e das ONGs para ajudar todos os refugiados - cristãos e muçulmanos - são significativos e louváveis, mas a comunidade internacional deve fazer mais para aliviar seus sofrimentos e trabalhar pela paz em toda a região”.

Respeitar a liberdade de religião e de consciência de todos os povos

Uma última recordação é dedicada aos sacerdotes, às comunidades religiosas e aos leigos da Igreja na Jordânia, definida “vivaz e em crescimento”, embora os cristãos “estejam com medo do crescente extremismo na região. “Espera-se - conclui a mensagem - que a entrada em vigor, no dia 1º de janeiro do Acordo global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, nos ofereça um modelo de diálogo e cooperação entre os Estados que respeite e preserve a liberdade de religião e a liberdade de consciência para todos os povos”. (SP)

 

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Bispo recorda aos irlandeses o dever de acolher o imigrado

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Dublin (RV) - “A imigração é um fenômeno destinado a permanecer” e é “importante que a Igreja irlandesa esteja na linha de frente no acolhimento” dos imigrados e refugiados que buscam chegar à Europa para fugir da guerra, da fome e da opressão.

É o que escreve o bispo de Cork, Dom John Buckley, na mensagem para o 102º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no próximo domingo, 17 de janeiro.

Irlandeses recordem o seu passado

No texto, o prelado recorda que os irlandeses têm muito a aprender não somente do Evangelho e do Antigo Testamento – que repetidamente exortam a acolher o estrangeiro –, mas também do próprio passado.

“O Senhor poderia muito bem nos dizer: ‘Recordem-se de que também vocês foram mal tratados no exterior, quando construíam o metrô de Londres, nas minas do Yorkshire, na Inglaterra, no porto de Boston, nos EUA, e nas novas cidades de Sydney e Perth’ na Austrália. Também São Patrício (padroeiro da Irlanda) – acrescenta – era um refugiado, um escravo.”

Em seguida, Dom Buckley recorda na mensagem a grande contribuição dada pelos imigrantes para a economia local de Cork, que já se tornou uma cidade multiétnica.

Dia do Migrante e do Refugiado é ocasião também para recordar os cristãos perseguidos

“Este domingo – conclui o prelado – é uma ocasião para aprofundar a consciência do atual fenômeno migratório e dos desafios que os imigrantes devem enfrentar em nosso país, mas também para rezar por aqueles que estão vivendo grandes sofrimentos, em particular, recordando os cristãos perseguidos no Oriente Médio e na África.” (RL)

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Formação



O Sudão do Sul depois da assinatura do acordo de paz

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Cidade do Vaticano (RV) - O Sudão do Sul é um país novo. Obteve a independência em 9 de julho de 2011. Apesar de sua enorme riqueza humana e cultural e de seus muitos recursos naturais, sobretudo o petróleo, é também um dos países mais pobres do mundo. 

O país ainda tem muitos problemas com a guerra civil, não obstante o acordo de paz assinado em 26 de agosto passado.

Nós contatamos em Juba, no Sudão do Sul, o missionário comboniano Pe. Raimundo Nonato Rocha dos Santos, da Diocese de Balsas (MA). Ele nos fala sobre o clima que se vive no país depois da assinatura do acordo de paz. (MJ)

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Atualidades



Atendimento às situações de emergência: o DNA da Cáritas

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Cidade do Vaticano (RV) – Tornar-se presença ainda mais solidária no meio das pessoas que necessitam: este é o propósito de ação de Cáritas Internacional para este ano de 2016. 

Sobre a programação da entidade, a Rádio Vaticano entrevistou o responsável pelo escritório para emergências da Cáritas Internacional, com sede em Roma, o brasileiro José Magalhães de Sousa. Magalhães viaja este sábado para o Haiti, para um encontro com as Cáritas parceiras sobre o trabalho de reconstrução depois do terremoto. Antes de partir, falou das prioridades para 2016.

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Vida e agonia para os cristãos no Iêmen

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Dubai (RV*) - Os missionários e leigos das pastorais do Vicariato Sul da Arábia estiveram reunidos em Assembleia Anual, em Abu Dhabi, de 11 a 14 de janeiro de 2016, para fazer avaliações, projetos e partilhar notícias da caminhada das comunidades católicas na região. O Vicariato conta cinco escolas e oito igrejas paroquiais nos Emirados Unidos; quatro igrejas paroquiais no Sultanato de Omã e quatro igrejas destruídas no Iêmen. No Iêmen, as Irmãs da Caridade estão presentes em lugares atendendo, principalmente, crianças deficientes.

Sob a coordenação do Bispo Dom Paulo Hinder, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o andamento de todos os trabalhos e a situação das comunidades cristãs católicas que se compõem, exclusivamente, de expatriados. Na região, existem também diversas comunidades árabes católicas de expatriados do Líbano, Síria, Iraque e Egito. Além de usar a língua árabe, celebram com  os ritos melquita, bizantino, maronita e latino.

Alguns números revelam a vitalidade das comunidades. Em 2015, foram celebrados 2.662 batismos, 399 casamentos, 2.486 crianças receberam a Eucaristia pela primeira vez e 2.503 jovens, adolescentes e adultos receberam o Sacramento da Confirmação. No momento, 27.959 crianças participam da catequese em todo o Vicariato.

Contra toda a esperança devido à guerra, um missionário no Iêmen conseguiu estar presente na Assembleia, enquanto o outro não pode sair do lugar onde se encontra devido  aos conflitos que assolam aquele país. O relato dos acontecimentos, da situação e seu testemunho comoveram a assembleia. Os dois sacerdotes salesianos que estão no país moram em lugares diferentes. Há muitos meses não podem encontrar-se. Cada um mora em regiões controladas por grupos armados diferentes. Sair para algum lugar sob o controle de outro grupo pode significar prisão e, talvez, morte.

 As quatro igrejas, praticamente destruídas, não oferecem a mínima condição de uso. O missionário celebra numa das quatro instituições onde trabalham as Irmãs da Caridade, fundadas pela Bem-Aventurada Madre Teresa de Calcutá. Além das irmãs, participam das missas duas, quatro ou seis pessoas. Não se sabe ao certo quantos cristãos ainda estão no país, mas tudo indica que são muito poucos.

As irmãs estão muito assustadas pelos bombardeios e pelos enfrentamentos das facções locais e das forças de coalizão. Mesmo assim, preferem continuar heroicamente no país assistindo, especialmente, as crianças.

Vale lembrar que no Iêmen, o cristianismo foi bastante florescente. Até já houve uma diocese com sede em Áden.

A guerra no Iêmen continua e não há perspectiva de até quando fará vitimas naquele país que, há décadas, sofre com a instabilidade politica que reduziu sua população à miséria. O futuro do cristianismo é incerto. Espera-se a desejada paz e condições favoráveis para que possa voltar ao Iêmen.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS

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Projeto portuário no Sri Lanka traz danos ambientais, afirma padre

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Cidade do Vaticano (RV) – O projeto da construção de um cidade portuária em Colombo (Sri Lanka), financiado pelo governo chinês, vai contra os princípios da encíclica do Papa Francisco “Laudato Sì”. Pelo menos essa é a opinião do padre Sarath Iddamalgoda, membro do Movimento da Solidariedade Cristã do Sri Lanka e um dos coordenadores do grupo que luta contra a construção do empreendimento na capital do país.

À Agência AsiaNews, o padre Iddamalgoda recordou as palavras do Papa Francisco dizendo que “os danos causados ao ambiente, pelo uso irresponsável da nossa casa comum e pelo abuso dos bens naturais, é imenso”.  Devido ao apelo de ambientalistas, da Igreja Católica e de pescadores, as obras foram suspensas, mas, nos últimos dias, cresceu o temor de que seja retomada.

No total, o projeto da Cidade Portuária de Colombo prevê uma ocupação de uma área de 269 hectares, equivalentes a 249 campos de futebol. A iniciativa contempla centros comerciais, apartamentos luxuosos, áreas recreativas, piscina, cassino e até um campo de golfe.

Água Potável

Um dos principais problemas enfrentados no Sri Lanka é a falta de água potável, devido ao uso excessivo de substâncias químicas na agricultura da região árida do país. Segundo Iddamalgoda, a situação tende a agravar-se em Colombo, onde as rochas devem ser extraídas para a construção do porto. Estima-se, de acordo com ele, que a quantidade total do material rochoso será de 3,45 milhões de toneladas, o que provocaria uma diminuição drástica do nível do mar naquela área.

Perda da biodiversidade

Outro efeito que a extração das rochas pode causar é a perda da fauna e da flora naquela área.  “Ás vezes – diz o padre – o ser humano não presta atenção nas pequenas criaturas presentes na terra. O Papa Francisco disse que, para o bom funcionamento dos ecossistemas, são necessários também os fungos, as algas, os vermes, os pequenos insetos, os répteis e as incontáveis variedades de microorganismos.”

Impacto sobre os moradores

O projeto já começou a afetar os meios de vida da comunidade de pescadores devido à remoção de uma grande quantidade de areia do mar. Para o padre, isso pode afetar a comida e a fauna marinha, o que levaria os peixes a migrarem para outros locais.  

A cidade portuária, de acordo com o padre, é um reflexo de um problema muito maior, que atende aos modelos de políticas econômicas e de desenvolvimento, não havendo outro interesse a não ser a maximização dos lucros. “O Papa disse que um modelo similar não é sustentável”, ressaltou ele.

O padre diz ainda que os pobres são as vítimas desse modelo de desenvolvimento. “A luz do que afirma o Papa – destaca o religioso – devemos considerar os efeitos de deterioramento ambiental, do atual modelo de desenvolvimento e da cultura de descarte cujas pessoas vivem.” (PS/AsiaNews)

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