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Sumario del 20/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: cristãos podem testemunhar juntos a misericórdia de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi o tema da Audiência Geral desta quarta-feira (20/01). 

Os países do Hemisfério Norte começam a celebrar a Semana nesta segunda-feira (18/01), com a conclusão marcada para o dia 25, festa da conversão de São Paulo. Na ocasião, o Papa Francisco preside à celebração ecumênica na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, a partir das 17h30 locais. No Hemisfério Sul, os cristãos celebram esta iniciativa entre Ascensão e Pentecostes.

Frio em Roma

Devido ao frio de 2 graus, o Papa recebeu os fiéis na Sala Paulo VI, cumprimentando-os no início do encontro semanal. Ao tomar a palavra, Francisco comentou o trecho da Primeira Carta de S. Pedro escolhido para esta semana ecumênica: “Chamados a proclamar os altos feitos do Senhor”. Este ano, a elaboração dos subsídios ficou a cargo de um grupo da Letônia.

A primeira Carta de Pedro é dirigida à primeira geração de cristãos, explicou o Papa, para torná-los conscientes do dom recebido com o Batismo e das exigência que comporta. “Também nós, nesta Semana de Oração, somos convidados a redescobrir tudo isso, e a fazê-lo juntos, indo além de nossas divisões.”

Batismo, fonte de misericórdia

Antes de tudo, prosseguiu o Pontífice, compartilhar o Batismo significa que todos somos pecadores e precisamos ser salvos, redimidos e libertados do mal. Significa que católicos, protestantes e ortodoxos são chamados a compartilhar a experiência de sair das trevas e ir ao encontro com o Deus vivo e cheio de misericórdia. Infelizmente, constatou, todos fazem experiência do egoísmo, que gera divisão, fechamento e desprezo. Com o Batismo, é possível reencontrar a fonte da misericórdia.

Para Francisco, a compartilha desta graça cria um elo indissolúvel entre os cristãos, já que, em virtude do Batismo, podemos nos considerar realmente irmãos. “A misericórdia de Deus atuante no Batismo é mais forte do que as nossas divisões. É mais forte”, reiterou.  Por isso, todos nós, os cristãos, podemos e devemos anunciar a força do Evangelho, comprometendo-nos juntos na realização das obras de misericórdia espirituais e corporais. Este é um testemunho concreto de unidade.

O Papa concluiu:

“Temos a missão comum de transmitir aos outros a misericórdia que recebemos de Deus, começando pelos mais pobres e abandonados. Durante esta Semana de Oração, rezemos para que todos nós discípulos de Cristo encontremos o modo de colaborar juntos para levar a misericórdia do Pai a todas as partes da terra.

(BF)

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Davos: "Progresso tecnológico não deve dominar o homem!"

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Cidade do Vaticano (RV) - Em Davos, localidade suíça que hospeda o Fórum Econômico Mundial, o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, foi portador de uma mensagem escrita pelo Papa Francisco e dirigida ao fundador e presidente executivo do encontro, o Prof. Klaus Schwab. 

O Pontífice faz votos que esta edição, intitulada “Dominar a quarta revolução industrial”, incentive uma contínua responsabilidade social e ambiental através de um diálogo construtivo com representantes de governo, da atividade empresarial e da sociedade civil, participantes dos setores político, financeiro e cultural.

Emprego digno, direitos sociais e meio ambiente

Tocando uma questão que o preocupa especialmente, o Papa fala do problema do desemprego, que afeta, atualmente, centenas de milhões de pessoas. “Aliada à redução da cobertura da previdência social, esta situação gera o aumento preocupante da desigualdade e da pobreza em vários países”, frisa, lembrando que os novos modelos empresariais devem criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente. O homem deve guiar o progresso tecnológico, sem se deixar dominar por ele!”, destaca Francisco.

Depois de apelar novamente aos líderes do mundo dos negócios a “não se esquecerem dos pobres”, porque este é “o maior desafio”, o Papa pediu uma autocrítica: “Chorar diante do drama dos outros não significa apenas compartilhar os seus sofrimentos, mas também e sobretudo dar-se conta de que as nossas ações são causa de injustiça e desigualdade” e uma atitude: “Nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo”, disse, citando a Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Desenvolvimento sustentável para colmar fosso social

Para o Papa, “abrindo a mente e o coração aos pobres, pode-se dar livre curso aos talentos econômicos e técnicos e descobrir a felicidade de uma vida plena, que o consumismo, de por si, não pode oferecer”. Francisco colhe a ocasião e pede aos empresários um esforço conjunto para perseguir um desenvolvimento sustentável e integral. “Isto tornará possível melhorar as precárias condições de vida de milhões de pessoas e colmar o fosso social que dá origem a inúmeras injustiças”, conclui o Papa.

(CM)

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Papa recebe bispos do Sudão e Sudão do Sul: a paz é prioridade

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Cidade do Vaticano (RV) - Antes da Audiência Geral desta quarta-feira (20/01), o Papa Francisco se encontrou com os bispos do Sudão e do Sudão do Sul que participaram, em Roma, de um retiro e um encontro promovido pela Congregação para a Evangelização dos Povos. 

A nossa emissora entrevistou o Arcebispo de Juba, Dom Paulino Lukudu Loro, sobre o encontro com o pontífice. Segundo o prelado, a conversa foi boa. “Conseguimos ver o Santo Padre durante esse encontro. Foi uma graça e uma bênção”, disse ele.

O que o Papa lhes disse?

Dom Loro: “Primeiramente, conversamos com ele sobre algumas questões de nossos países, o Norte e o Sul do Sudão. Ele acolheu os pontos que citamos como, por exemplo, o da paz, que tanto precisamos. Agora, existe a guerra e as pessoas sofrem. Falamos também sobre as vocações. Depois, ele falou algo que para nós foi como uma direção. Nos deu sugestões e uma bênção sobre essas questões. Esta manhã, convidamos o pontífice a visitar o Sudão do Sul. Portanto, renovamos este convite. O Papa nos respondeu: Estou pronto. Eu gostaria, mas vamos deixar tudo nas mãos do Senhor.”

O senhor pode fazer um balanço do retiro que fizeram e falar sobre o tema central de suas reflexões?

Dom Loro: “De 12 a 17 de janeiro, nós bispos fizemos um retiro. Tivemos momentos de oração pessoal, oração comum e meditações. Desde o último dia 18, estamos considerando a situação geral de nossa Conferência Episcopal do Sudão do Sul e Sudão. Conversamos com o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni. Estudamos juntos a nossa situação, se podemos ir adiante juntos ou separados. Para nós foram momentos muito bonitos. Precisávamos ver junto com os nossos superiores da Congregação como vão as coisas e como podemos ir adiante. São várias as perguntas de nossa parte sobre como realizar tudo isso. É o momento de estudar a nossa situação e encontrar caminhos para percorrer, começando pela situação da Conferência Episcopal até a questão das dioceses vacantes. Não temos bispos. Existem quatro ou cinco dioceses vacantes, sem bispos. Este é um ponto do qual falar com os nossos superiores.”

Quais são as suas prioridades?

Dom Loro: “Nós falamos justamente disso. A questão da paz é a prioridade para os dois países, sobretudo para o Sudão do Sul, porque estamos em guerra. Sem a paz a religião terá dificuldades. A paz no Sudão do Sul ainda é prioridade. Depois, como eu dizia, a Igreja deve enfrentar a questão das dioceses vacantes e criar outras porque temos muita necessidade disso; há também a questão do sustento de nosso clero local. Temos muitos problemas; não podemos manter o nosso clero. Estas são mais ou menos as nossas prioridades.” (MJ)

 

 

 

 

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Papa recebe convite para visitar Mesquita

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa recebeu em um cordial encontro antes da Audiência geral, na manhã da quarta-feira (20/01), uma delegação da Comunidade islâmica italiana.

Durante o encontro, foi formulado oficialmente o convite para que o Papa Francisco visite a grande Mesquita de Roma. Caso aceite, Francisco será o primeiro Pontífice a visitar aquela que é considerada a maior mesquita do Ocidente.

“Foi realmente uma imensa honra e privilégio poder encontrar o Papa Francisco e convidar Sua Santidade para visitar o Centro Islâmico de Roma”, afirmou Rayed Krimly, Embaixador do Reino da Arábia Saudita em Roma e Presidente do Centro Cultural Islâmico da Itália (a Grande Mesquita de Roma), que guiou a delegação do Centro Islâmico no encontro com o Pontífice. “Sua Santidade recebeu e acolheu tal convite”, sublinhou em uma nota.

“Independente se somos muçulmanos, cristãos ou judeus,  estamos todos juntos no mesmo barco e podemos gozar de paz e prosperidade se permanecermos unidos – comenta o Embaixador. Unidos na promoção da tolerância, do diálogo, da misericórdia e da compaixão. Unidos na rejeição dos males do ódio, do extremismo e do terrorismo. Os cristãos árabes, assim como os muçulmanos europeus, constituem um autêntico componente endêmico integrado dos seus respectivos países”. (RB/JE)

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Encontro conclusivo do Ano da Vida Consagrada em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais de 4 mil consagrados, pertencentes às diversas formas de vida consagrada, participarão em Roma, de 28 de janeiro a 2 de fevereiro, do grande evento conclusivo do Ano da Vida Consagrada intitulado “Vida consagrada em comunhão. O fundamento comum na diversidade das formas”. Um encontro que será marcado por vigílias de oração e momentos de reflexão e partilha, com um olhar profético voltado para o futuro.

Finalidades do encontro

A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Via Apóstolica informa através de um comunicado, que entre as finalidades do encontro está “conhecer melhor o grande mosaico da Vida consagrada, viver a comunhão redescobrindo o único chamado na diversidade das formas (Ordem das Virgens, vida monástica, Institutos Apostólicos, Institutos Seculares, novos Institutos e novas formas de Vida consagrada), iniciar juntos o caminho no grande Jubileu da Misericórdia, que entrega mais uma vez, a todos os consagrados, o mandato específico de sua vocação: ser rosto da misericórdia do Pai, testemunhas e construtores de uma fraternidade autenticamente vivida”.

Programação

O encontro será aberto no dia 28 de janeiro com uma vigília na Basílica de São Pedro, presidida pelo Secretário da Congregação para a Vida Consagrada, Arcebispo José Rodríguez Carballo OFM, na presença do Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito do dicastério.

No dia 29, por sua vez, haverá um encontro de todos os consagrados na Sala Paulo VI, no Vaticano. Nos dias 30 e 31, em cinco diferentes lugares de Roma, cada forma de vida consagrada se encontrará para aprofundar alguns aspectos específicos da própria vocação, para então participarem todos novamente, do encontro no dia 1º de fevereiro, na Sala Paulo VI, para a audiência com o Papa Francisco e para o Oratório “Nas pegadas da Beleza”, dirigido por Mons. Marco Frisina.

O evento se concluirá com a peregrinação jubilar na manhã de 2 de fevereiro e na parte da tarde, com a Celebração eucarística pela XX Jornada Mundial da Vida Consagrada presidida pelo Papa Francisco. (JE)

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Santa Sé condena uso de civis como armas de guerra

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Nova Iorque (RV) – “O uso de civis como armas de guerra representa o pior do comportamento humano”. A declaração é do Observador permanente da Santa Sé, Arcebispo Bernardito Auza, e foi proferida no contexto do Debate Aberto sobre a Proteção de Civis em conflitos armados promovido pelo Conselho de Segurança da ONU, na terça-feira (19/01). 

Dom Auza recordou que todos os relatórios e estudos sobre este tema realizados nos últimos seis meses, em particular o Relatório do Secretário-Geral sobre a Proteção de Civis em Conflitos Armados, de forma unânime afirmam que ainda estão em aumento os ataques deliberados e indiscriminados contra civis. “As consequências estão aí para o mundo inteiro ver”, advertiu.

Diante deste panorama, ao denunciar as violações das leis humanitárias internacionais, o Observador afirmou que “ninguém pode permanecer indiferente” a esta tragédia em curso. “Precisamos agir com urgência!”, exclamou, antes de enumerar algumas proposições para deter o avanço de tais desumanidades.

“Primeiro, esta atrocidade tem que ser denunciada por todos, sem exceção, nos mais veementes termos; segundo, a Comunidade internacional deve fazer tudo o que pode para pôr fim a estes crimes hediondos, inclusive a legitimação do uso da força para deter atrocidades em massa e crimes de guerra; terceiro, as ferramentas a disposição deste Conselho e da Comunidade internacional para proteger civis em conflitos armados e julgar os culpados devem ser reiteradas e reforças quando se fizer necessário; quarto, a Comunidade internacional e os Estados devem querer e estar prontos para usarem estas ferramentas, quinto, os responsáveis devem ser responsabilizados; sexto, populações civis vítimas de atrocidades em massa e crimes de guerra merecem toda a ajuda que nós podemos e devemos dar”.

Por fim, ao recordar as recentes palavras do Papa que deram voz às vítimas da guerra, durante o discurso ao Corpo Diplomático em 11 de janeiro, Dom Auza expressou a profunda gratidão da delegação da Santa Sé “aos países, comunidades e indivíduos que estendem as mãos da solidariedade e da fraternidade em meio a tanto sofrimento humano”. (RB)

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Papa oferece ajuda a sem-teto que deu à luz na rua

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco ofereceu um ano de hospitalidade a uma jovem romena sem-teto de 37 anos que deu à luz uma menina na madrugada desta quarta-feira (20/01), nas proximidades da Praça São Pedro. A jovem foi ajudada por uma policial italiana e seus colegas, segundo informações da Polícia local. 

Os policiais foram avisados de que uma mulher estava tendo uma criança na Praça Pio XII, perto da Praça São Pedro. Depois do parto, a jovem acabou sendo levada para o Hospital Santo Espírito, onde foi internada. As temperaturas durante a noite na capital italiana estiveram abaixo de zero.

O Esmoleiro Pontifício, Dom Konrad Krajewski, visitou a jovem romena e afirmou que o Pontífice ofereceu um ano de hospitalidade a ela e sua filha na casa das Irmãs de Madre Teresa, no bairro romano de Primavalle.

“Agora, ela tem de ver o que deseja fazer”, disse o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, referindo-se à mulher.

Segundo o porta-voz vaticano, Dom Krajewski disse que a jovem romena é conhecida naquela área porque usa os banheiros instalados no braço direito da Colunata de Bernini, na Praça de São Pedro, à disposição dos pobres. 

No passado, foi oferecido um abrigo à romena e seu companheiro, mas a mulher sempre recusou. (MJ)

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Laudato Si - Linhas de Orientação e Ação

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Cidade do Vaticano (RV) - 'Algumas linhas de Orientação e Ação'. 

162. A dificuldade em levar a sério este desafio tem a ver com uma deterioração ética e cultural, que acompanha a deterioração ecológica. O homem e a mulher deste mundo pós-moderno correm o risco permanente de se tornar profundamente individualistas, e muitos problemas sociais de hoje estão relacionados com a busca egoísta duma satisfação imediata, com as crises dos laços familiares e sociais, com as dificuldades em reconhecer o outro. Muitas vezes há um consumo excessivo e míope dos pais que prejudica os próprios filhos, que sentem cada vez mais dificuldade em comprar casa própria e fundar uma família. Além disso esta falta de capacidade para pensar seriamente nas futuras gerações está ligada com a nossa incapacidade de alargar o horizonte das nossas preocupações e pensar naqueles que permanecem excluídos do desenvolvimento. Não percamos tempo a imaginar os pobres do futuro, é suficiente que recordemos os pobres de hoje, que poucos anos têm para viver nesta terra e não podem continuar a esperar. Por isso, «para além de uma leal solidariedade entre as gerações, há que reafirmar a urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade entre os indivíduos da mesma geração».[125]

CAPÍTULO V

ALGUMAS LINHAS DE ORIENTAÇÃO E ACÇÃO

163. Procurei examinar a situação actual da humanidade, tanto nas brechas do planeta que habitamos, como nas causas mais profundamente humanas da degradação ambiental. Embora esta contemplação da realidade em si mesma já nos indique a necessidade duma mudança de rumo e sugira algumas acções, procuremos agora delinear grandes percursos de diálogo que nos ajudem a sair da espiral de autodestruição onde estamos a afundar.

1. O diálogo sobre o meio ambiente na política internacional

164. Desde meados do século passado e superando muitas dificuldades, foi-se consolidando a tendência de conceber o planeta como pátria e a humanidade como povo que habita uma casa comum. Um mundo interdependente não significa unicamente compreender que as consequências danosas dos estilos de vida, produção e consumo afectam a todos, mas principalmente procurar que as soluções sejam propostas a partir duma perspectiva global e não apenas para defesa dos interesses de alguns países. A interdependência obriga-nos a pensar num único mundo, num projecto comum. Mas, a mesma inteligência que foi utilizada para um enorme desenvolvimento tecnológico não consegue encontrar formas eficazes de gestão internacional para resolver as graves dificuldades ambientais e sociais. Para enfrentar os problemas de fundo, que não se podem resolver com acções de países isolados, torna-se indispensável um consenso mundial que leve, por exemplo, a programar uma agricultura sustentável e diversificada, desenvolver formas de energia renováveis e pouco poluidoras, fomentar uma maior eficiência energética, promover uma gestão mais adequada dos recursos florestais e marinhos, garantir a todos o acesso à água potável.

165. Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser, progressivamente e sem demora, substituída. Enquanto aguardamos por um amplo desenvolvimento das energias renováveis, que já deveria ter começado, é legítimo optar pela alternativa menos danosa ou recorrer a soluções transitórias. Todavia, na comunidade internacional, não se consegue suficiente acordo sobre a responsabilidade de quem deve suportar os maiores custos da transição energética. Nas últimas décadas, as questões ambientais deram origem a um amplo debate público, que fez crescer na sociedade civil espaços de notável compromisso e generosa dedicação. A política e a indústria reagem com lentidão, longe de estar à altura dos desafios mundiais. Neste sentido, pode-se dizer que, enquanto a humanidade do período pós-industrial talvez fique recordada como uma das mais irresponsáveis da história, espera-se que a humanidade dos inícios do século XXI possa ser lembrada por ter assumido com generosidade as suas graves responsabilidades.

166. O movimento ecológico mundial já percorreu um longo caminho, enriquecido pelo esforço de muitas organizações da sociedade civil. Não seria possível mencioná-las todas aqui, nem repassar a história das suas contribuições. Mas, graças a tanta dedicação, as questões ambientais têm estado cada vez mais presentes na agenda pública e tornaram-se um convite permanente a pensar a longo prazo. Apesar disso, as cimeiras mundiais sobre o meio ambiente dos últimos anos não corresponderam às expectativas, porque não alcançaram, por falta de decisão política, acordos ambientais globais realmente significativos e eficazes.

167. Dentre elas, há que recordar a Cimeira da Terra, celebrada em 1992 no Rio de Janeiro. Lá se proclamou que «os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável».[126] Retomando alguns conteúdos da Declaração de Estocolmo (1972), sancionou, entre outras coisas, a cooperação internacional no cuidado do ecossistema de toda a terra, a obrigação de quem contaminar assumir economicamente os custos derivados, o dever de avaliar o impacto ambiental de toda e qualquer obra ou projecto. Propôs o objectivo de estabilizar as concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera para inverter a tendência do aquecimento global. Também elaborou uma agenda com um programa de acção e uma convenção sobre biodiversidade, declarou princípios em matéria florestal. Embora tal cimeira marcasse um passo em frente e fosse verdadeiramente profética para a sua época, os acordos tiveram um baixo nível de implementação, porque não se estabeleceram adequados mecanismos de controle, revisão periódica e sanção das violações. Os princípios enunciados continuam a requerer caminhos eficazes e ágeis de realização prática.

168. Como experiências positivas, pode-se mencionar, por exemplo, a Convenção de Basileia sobre os resíduos perigosos, com um sistema de notificação, níveis estipulados e controles, e também a Convenção vinculante sobre o comércio internacional das espécies da fauna e da flora selvagens ameaçadas de extinção, que prevê missões de verificação do seu efectivo cumprimento. Graças à Convenção de Viena para a protecção da camada de ozono e a respectiva implementação através do Protocolo de Montreal e as suas emendas, o problema da diminuição da referida camada parece ter entrado numa fase de solução.

169. No cuidado da biodiversidade e no contraste à desertificação, os avanços foram muito menos significativos. Relativamente às mudanças climáticas, os progressos são, infelizmente, muito escassos. A redução de gases com efeito de estufa requer honestidade, coragem e responsabilidade, sobretudo dos países mais poderosos e mais poluentes. A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, chamada Rio+20 (Rio de Janeiro 2012), emitiu uma Declaração Final extensa mas ineficaz. As negociações internacionais não podem avançar significativamente por causa das posições dos países que privilegiam os seus interesses nacionais sobre o bem comum global. Aqueles que hão-de sofrer as consequências que tentamos dissimular, recordarão esta falta de consciência e de responsabilidade. Durante o período de elaboração desta encíclica, o debate adquiriu particular intensidade. Nós, crentes, não podemos deixar de rezar a Deus pela evolução positiva nos debates actuais, para que as gerações futuras não sofram as consequências de demoras imprudentes.

170. Algumas das estratégias para a baixa emissão de gases poluentes apostam na internacionalização dos custos ambientais, com o perigo de impor aos países de menores recursos pesados compromissos de redução de emissões comparáveis aos dos países mais industrializados. A imposição destas medidas penaliza os países mais necessitados de desenvolvimento. Assim, acrescenta-se uma nova injustiça sob a capa do cuidado do meio ambiente. Como sempre, a corda quebra pelo ponto mais fraco. Uma vez que os efeitos das mudanças climáticas se farão sentir durante muito tempo, mesmo que agora sejam tomadas medidas rigorosas, alguns países com escassos recursos precisarão de ajuda para se adaptar a efeitos que já estão a produzir-se e afectam as suas economias. É verdade que há responsabilidades comuns, mas diferenciadas, pelo simples motivo – como disseram os bispos da Bolívia – que «os países que foram beneficiados por um alto grau de industrialização, à custa duma enorme emissão de gases com efeito de estufa, têm maior responsabilidade em contribuir para a solução dos problemas que causaram».[127]

 

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Expectativa pela exposição do corpo de Padre Pio no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – Contagem regressiva para um dos grandes eventos do Ano Santo. Em 3 de fevereiro, por desejo do Papa Francisco, serão expostos no Vaticano os corpos de São Padre Pio e de São Leopoldo, dois santos confessores. O objetivo é ressaltar o papel do confessor neste Ano da Misericórdia e apresentá-los como exemplos aos Missionários da Misericórdia, os sacerdotes que neste Ano Santo se disponibilizaram para levar o Sacramento da Penitência a todos os lugares.

Grupos de Oração do Padre Pio no Vaticano

“Existe um grande entusiasmo, uma grande expectativa, desde que surgiu a notícia. Tantas pessoas passaram a nos telefonar”, conta Padre Pietro Bongiovanni, Pároco de San Salvatore in Lauro, que num certo sentido, é a “casa romana” do Padre Pio. “Para a audiência de 6 de fevereiro, que será dedicada aos grupos ligados ao Padre Pio, inscreveram-se até o momento mais de 60 mil peregrinos, mas prevemos que este número crescerá - declarou o sacerdote à Agência Ansa - porque sempre existem pessoas que decidem no último momento”.

Padre Pio, que em sua vida fez poucas viagens, acabará realizando, de certa maneira, uma verdadeira peregrinação. Em Roma, seu corpo estará exposto, num primeiro momento, na Igreja dos Capuchinhos, San Lorenzo al Verano. Após, seguirá para a Igreja San Salvatore in Lauro e por fim, a Basílica de São Pedro. A expectativa pela chegada do corpo é tão grande que estão previstas diversas celebrações: no dia 4, na Igreja de San Salvatore, missas às 22 horas, à meia-noite, às 3, 6, 8, 10, 12 e 14 horas.

Referência na espiritualidade

“São quinze anos que acompanho os grupos de oração de Padre Pio, 450 em Roma e no Lácio, e sempre me surpreendo pela resposta que supera também as mais tênues expectativas”. O Padre Pio ainda é um ponto de referência forte para os fiéis. Sua espiritualidade também é referência para grupos de jovens ou Ordens religiosas com aumento nas vocações. “Os jovens querem modelos críveis, não fazem nunca as coisas somente por fazer”, sublinha a este propósito o sacerdote.

Confessores

O traslado dos corpos do Padre Pio e de Padre Leopoldo até Roma nasce da devoção do Papa Bergoglio por estes dois personagens. Estima-se que Padre Pio tenha confessado mais de 2 milhões de pessoas. Padre Leopoldo, da mesma forma, passou grande parte de sua vida dentro do confessionário.

Relíquias em Buenos Aires

A respeito do Padre Pio, em particular, Padre Bongiovanni conta que no ano 2000, juntamente com os responsáveis pela Casa Alívio do Sofrimento (estrutura de saúde em San Giovanni Rotondo, construída por desejo do Padre Pio) levou as relíquias do Santo a Buenos Aires. “Eram os anos da grande crise econômica na Argentina, via-se na rua pessoas revirando lixo em busca de comida, e Bergoglio queria as relíquias como sinal de esperança para o povo. Nos pediu sobretudo para ir às favelas, em meio aos pobres. Me recordo que na missa na Catedral de Buenos Aires havia tanta gente, que muita gente teve que ficar do lado de fora. Mais tarde, o Cardeal Bergoglio nos convidou para ir à sua casa, nos ofereceu chá. Encontramos um homem que depois tornou-se Papa”.

Em 11 de fevereiro, os corpos dos dois Santos deixarão Roma para retornarem a San Giovanni Rotondo, mas antes farão uma parada em Pietralcina, “a cidade onde nasceu, viveu, recebeu pela primeira vez os estigmas. Sei que também lá o estão aguardando com grande entusiasmo”, conclui o sacerdote. (JE/Ansa)

 

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Igreja no Brasil



Dom Canísio Klaus é o novo bispo de Sinop (MT)

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Sinop, no Mato Grosso, apresentada por Dom Gentil Delázari, que completou 75 anos em setembro passado. Para governar a diocese, Francisco nomeou Dom Canísio Klaus, que era bispo de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul.

Dom Klaus é gaúcho de Arroio do Meio (RS) e depois de um período como missionário em Sinop e como pároco em Gurantã do Norte (MT), foi bispo de Diamantino e de Santa Cruz do Sul. Foi também Presidente da Conferência Episcopal Regional “Oeste 2” e Membro do Conselho Permanente de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (2003-2006).

Sinop é a quarta maior cidade de Mato Grosso e tem cerca de 131 mil habitantes. É conhecida como a “Capital do Nortão”.  

(CM)

 

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Igreja na América Latina



Artesãos mexicanos trabalham contra o tempo para visita do Papa

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Guadalajara (RV) – Uma dezena de artesãos e carpinteiros do Estado mexicano de Jalisco trabalham contra o relógio para concluir a construção de móveis e acessórios que o Papa Francisco utilizará durante sua visita ao México. Entre as peças, talhadas à mão em madeira de cedro, estão duas esculturas, o brasão oficial do Vaticano, três poltronas e um ambão, explica o escultor e pintor mexicano Agustín Parra.

Simplicidade do Papa inspira obras

As cadeiras criadas pelo artista serão utilizadas durante a recepção e despedida oficiais que o Presidente mexicano Enrique Peña Nieto e sua esposa oferecerão ao Pontífice. O desenho é inspirado na personalidade de Francisco, caracterizada pela simplicidade e austeridade, explica Parra.

“Queremos que seja o mais simples e o mais natural possível”, enfatiza. Neste sentido, ao invés de acabamento em ouro, as bordas e linhas serão pintadas com uma resina e os revestimentos serão em algodão natural. Duas das cadeiras terão o brasão do Vaticano talhado à mão. Uma na cor prateada e outro dourada.

Móveis para três Papas

Com quase 40 anos de experiência, Parra fez móveis para três Papas. Para as visitas ao México de João Paulo, em 1999 e 2002, fez 96 peças, enquanto para a de Bento XVI, em 2012, desenhou 34 peças de pequeno e grande porte. “Para mim é uma satisfação enorme – afirma –, pois parece que fomos os únicos a fazer o mobiliário para três Papas. Estamos felizes por isto”.

Corrida contra o tempo

A equipe de carpinteiros e artesãos de Augustín Parra compartilha esta satisfação. No atelier no sul de Guadalajara, capital de Jalisco, trabalham entre oito e nove horas em cada uma das peças, pois sabem da proximidade da visita do Papa.

Francisco Arellano trabalha com precisão em cada detalhe do brasão oficial do Vaticano, que acompanhará o Papa nos diferentes lugares a serem visitados no México. A perfeição da peça depende da habilidade de suas mãos e por isto coloca mais atenção nela do que no normal.

“É muito diferente fazer trabalhos para outras pessoas do que para uma pessoa assim, como é o Papa. Se faz com mais vontade para que fique bonita”, explica à EFE, enquanto olha para a peça ainda em madeira crua, dizendo-se orgulhoso de seu trabalho.

Quarto do Papa na Nunciatura

Envolta pelo odor de madeira laqueada que satura o atelier, os artesãos entalham uma pequena escultura chamada “O sonho de José”, realizada com a técnica “novohispana” e que terá terminação em folhas de ouro, assim como a de São Francisco de Assis, com cerca 1 metro de altura. Ambas as esculturas vão embelezar o quarto do Papa na Nunciatura Apostólica, assim como uma tela de Santo Inácio de Loyola e outra com a cena da Anunciação de Maria, pintadas pelo próprio Parra.

Os artesãos deverão concluir na próxima semana este primeiro lote de peças, na espera de uma autorização para dar início à outras peças que serão utilizadas em algumas das atividades que terá o Pontífice nas cinco cidades que visitará no México, de 12 a 17 de fevereiro. (JE/Efe)

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Igreja no Mundo



EI destroi Mosteiro de Santo Elias, em Mosul

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Bagdá (RV) – A violência dos jihadistas do Estado Islâmico continua a provocar destruição, não somente de vidas humanas, mas também de patrimônios arqueológicos e símbolos sagrados. Em Mosul foi destruído o antigo Mosteiro de Santo Elias, construído no ano de 590. Mesmo em ruínas, ainda era usado para celebrações. Há dois dias, por outro lado, foram os bombardeios da coalizão que destruíram a Igreja Sírio-ortodoxa da Virgem Maria, ocupada por jihadistas. Sobre as destruições perpetradas no Iraque pelo EI, a Rádio Vaticano entrevistou o Bispo Auxiliar de Bagdá dos Caldeus, Dom Shlemon Warduni:

“Se não parar a guerra, ainda se ouvirá falar de muitas outras coisas terríveis, porque quando existe raiva, existe o rancor, pode acontecer de tudo. Certas pessoas vieram ao Iraque para destruir, para matar, para fazer coisas terríveis contra Deus e contra o homem. Por isto nós gritamos sempre: “Cessem a guerra!”. Será terrível se o mundo não fizer alguma coisa – da América à Europa, aos países árabes. Se juntos não fizerem algo por aquilo que Deus criou, será uma tragédia”.

RV: Estes atos levam cada vez mais a população cristã a abandonar os próprios territórios...

“Certamente. Todos dizem: “Por que estamos aqui? Somente para sermos massacrados? Esta do Mosteiro de Santo Elias, construído há 1.400 anos, é outra tragédia. Recordo que, quando eu era seminarista, no dia da festa do Santo íamos lá. Mesmo existindo apenas ruínas, celebrávamos a Missa. Nas proximidades estavam os soldados que controlavam tudo. Esta notícia me entristece e realmente destrói o meu coração”. (JE)

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Milhares de peregrinos são esperados em Vigília Pró-Vida nos EUA

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais de 20 mil peregrinos – a maioria jovens estadunidenses – são esperados em Washington para participar da Vigília Nacional pela Vida na Basílica da Imaculada Conceição. O evento terá início nesta quinta-feira (21/1), a partir das 17h30 (hora local), com a realização de um missa presidida pelo Cardeal Arcebispo de Nova Iorque, Dom Timothy Dolan, Presidente do Comitê Episcopal dos EUA em Prol da Vida.

A Vigília pela Vida recorda o 43º aniversário da decisão judicial sobre o caso Roe vs. Wade que, em 1973, liberalizou o aborto sob pedido no país. Segundo a Conferência dos Bispos Católicos, desde então, ao menos 56 milhões de abortos foram legalizados nos EUA.

Proteção à Vida, cita diretora

“É um grande incentivo ver tantos jovens orando, jejuando e marchando em prol do fim do aborto”, relatou Deirdre McQuade, Diretora Assistente de Política e Comunicações do Secretário de Atividades Pró-vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA. “A perda dos nascituros – ressalta a diretora – geralmente devasta mães, pais e outros membros da família. E na sociedade em geral, se a vida no ventre não é protegida, então o direito à vida de ninguém está garantido.”

Segundo ela, o Jubileu da Misericórdia “nos chama a rezar por todas as pessoas vulneráveis, e pela cura dos que procuram a paz após abortos”.

Marcha pela Vida

Além das 14 horas de vigília programadas, acontece também na sexta-feira (22/1) a anual Marcha pela Vida nas ruas da capital norte-americana, que contará com a participação de católicos e membros de outras comunidades cristãs.  Nesse dia, às 7h30, acontece uma missa presidida pelo bispo de Petersburgo, Dom David Zubik, que encerrará também a Vigília Nacional pela Vida. (PS)

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Atualidades



Artigo: Interrogações de 2016

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Jales (RV) - No começa do ano passado, a crise surpreendeu. No começo deste ano, a crise assusta. Ela vem se mostrando muito mais arraigada do que parecia. Ela tem dimensões mundiais, mas tem incidências bem específicas no Brasil.

O sintoma mais evidente de que o mundo passa hoje por uma crise profunda, são as massas impressionantes de refugiados, migrantes e outras vítimas dos numerosos conflitos regionais, que persistem também como sinal da inoperância e esgotamento dos organismos supra nacionais, a começar pela ONU, incapazes de imprimir um mínimo de eficácia nas suas tentativas de intervir nas situações que mais necessitariam de   mediação adequada para resolver problemas.

Tudo isto nos dá a triste impressão da inexorabilidade de conflitos fratricidas, expostos às mais terríveis práticas de violência, como são por exemplo os atentados terroristas planejados e executados pelo Estado Islâmico.

Esta situação traz à tona conflitos antigos, como os existentes em toda a região do Oriente Médio, com suas históricas desavenças de ordem geográfica, cultural, política e religiosa.

As manobras políticas, traduzidas facilmente em componentes econômicos, dada a grande riqueza de petróleo existente naqueles países, mas também pelas novas descobertas de abundantes jazidas de gás, tudo isto alimenta  conflitos, que acabam tendo repercussões mundiais, sobretudo quando se faz da riqueza do petróleo o instrumento de manobra de interesses particulares. E´ evidente, por exemplo, que a surpreendente queda dos preços do petróleo, em grande parte, é fruto do conflito entre a Arábia Saudita e o Irã. Esta política desarranja a estratégia da Petrobras, acrescentando assim mais um componente à crise econômica do Brasil.

A complexidade da situação no Oriente Médio pode ser auferida pela coincidência dos recentes tratados entre o Irã e as nações detentoras de armamento atômico, simultaneamente com o agravamento das relações entre o Irã e a Arábia Saudita. Melhora de um lado, piora de outro. E as tensões permanecem.

Bem continua advertindo o Papa Francisco, alertando que a terceira guerra mundial já pode estar começando, localizada por enquanto, mas dotada de perigosos ingredientes de propagação.

Quanto ao Brasil, a interrogação maior é sobre a persistência da crise econômica, e sua perspectiva de aprofundamento. Não há dúvida que a crise econômica da China pode se agravar, e ter consequências muito mais profundas.

Mas independente das consequências de ordem mundial, cada país precisará fazer ajustes muito amplos. O que só poderá acontecer como fruto de consensos políticos bem claros e comprometidos.

Temos pela frente, indiscutivelmente, a perspectiva de uma crise muito profunda e perigosa. Neste contexto, a questão a conferir é ver se a crise econômica vai levar a um entendimento político, ou vou agravar ainda mais a crise política, comprometendo ainda mais a situação econômica do país.

Já teríamos motivos mais do que suficientes, para deixar de lado as intrigas políticas, e partirmos para uma postura mais responsável e mais comprometida de todos, em primeiro lugar dos responsáveis pela administração pública.

Do jeito como caminham as coisas, o Brasil não sustentará mais a crise econômica, junto com a irresponsabilidade política.

Com toda a certeza, neste ano de 2016 o Brasil precisará reencontrar o caminho da superação dos seus problemas. A hora é agora, antes que seja tarde!

Dom Demétrio Valentini

Bispo Emérito de Jales

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Aberto o Fórum Econômico de Davos

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Cidade do Vaticano (RV) - Um relatório elaborado pela organização não-Governamental Oxfam aponta que a riqueza acumulada por 1% da população mundial superou a dos 99% restantes em 2015. 

Os dados da ONG britânica, divulgados pouco antes do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que começa hoje, indicam que “o fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses”.

O relatório, intitulado “Uma economia a serviço de 1%”, destaca que isso aconteceu um ano antes do estimado no estudo de 2015.

Oxfam pede a ação dos países 

“Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas”, afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França.

A Oxfam critica a ação de lobistas - que influenciam decisões políticas que interessam empresas - e a quantidade de dinheiro acumulada em paraísos fiscais. Pede que os governos tomem providências para reverter esta tendência e sugere a meta, por exemplo, de reduzir a diferença entre o que é pago a trabalhadores que recebem salário mínimo e o salário dos executivos.

Objetivos do Fórum

Criado para “contribuir na solução dos problemas da nossa época”, o Fórum Econômico Mundial se realiza anualmente nesta estação de esqui suiça aonde se reúnem líderes empresariais e governamentais de todo o mundo, acadêmicos, jornalistas e representantes da sociedade civil para discutir os desafios para o desenvolvimento mundial e melhorar o ambiente de negócios.

A 46ª edição é dedicada à “Quarta revolução industrial” e se realiza no momento em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se unem às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes.

Participação feminina aumenta

A organização do Fórum estima que o evento tenha este ano mais de 500 participantes do sexo feminino, cerca de 18% do total, e mais 1% do que em 2015. São políticas, empresárias e pesquisadoras que estão assumindo um papel de liderança no mundo de hoje e construindo as bases da economia do futuro.

Davos atrai muitas teorias da conspiração, mas o evento não tem passado de um grande encontro de conversas informais. Nos últimos anos, os organizadores reduziram os convites a chefes de Estado, para manter o caráter econômico e privado do evento.  

Críticos dizem que ele só serve para aumentar a globalização e este é um dos pontos mais polêmicos do Fórum. Enquanto se registram cada vez mais manifestações antiglobalização, os organizadores garantem que o Fórum serve apenas para “melhorar o estado do mundo”.

É comum aparecerem artistas no Fórum para chamar a atenção para temas quentes em debate. Este ano, por exemplo, Leonardo DiCaprio levará a Davos o seu empenho no combate às alterações climáticas.

O Brasil no evento

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é o único representante do primeiro escalão do governo brasileiro a participar do encontro. Desde 2011, quando assumiu o cargo, a presidente Dilma Rousseff foi ao Fórum de Davos uma única vez, em 2014.

(CM)

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