Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 21/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: ciúme e inveja são pecados que matam com as palavras

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa celebrou a Missa matutina na capela da Casa Santa Marta no dia em que a Igreja recorda a memória de Santa Inês (21/01). Na homilia, Francisco falou do ciúme e da inveja: que o Senhor – esta foi a oração do Pontífice – nos preserve desses pecados que existem inclusive nas nossas comunidades cristãs e usam a língua para matar os outros.

 
 

Que coisa feia é a inveja

A Primeira Leitura (1 Sam 18, 6-9: 19,1-7) narra o ciúme de Saul, Rei de Israel, em relação a Davi. Depois da vitória contra os filisteus, as mulheres cantam com alegria dizendo: “Saul matou mil, mas Davi 10 mil”. Assim, a partir daquele dia – destacou o Papa Francisco – Saul olha com desconfiança para Davi, pensando que possa trai-lo, e decide matá-lo. Depois, segue o conselho do filho e revê sua decisão. Mas depois, retoma seus pensamentos negativos. O ciúme – relevou o Papa – é “uma doença" que volta e leva à inveja:

“Que coisa feia é a inveja! É uma atitude, um pecado feio. E no coração, o ciúme ou a inveja crescem como a erva daninha: cresce, mas não deixa a erva boa crescer. Tudo o que pensa que pode ofuscá-lo, lhe faz mal. Não está em paz! É um coração atordoado, é um coração feio! Mas também o coração invejoso – ouvimos aqui – leva a matar, à morte. E a Escritura o diz claramente: por inveja do diabo, a morte entrou no mundo”.

A inveja mata também nas nossas comunidades

A inveja  “mata” – afirmou o Papa – “e não tolera que o outro tenha algo que eu não possuo. E sempre sofre, porque o coração do invejoso ou do ciumento sofre. É um coração sofredor!”. É um sofrimento que deseja “a morte dos outros. Mas quantas vezes, exclamou o Pontífice, nas nossas comunidades – não devemos ir muito longe para ver isso – por ciúme se mata com a língua. Alguém tem inveja daquele, daquele outro e começam os fuxicos: e os fuxicos matam!”:

“E eu, pensando e refletindo sobre estre trecho da Escritura, convido a mim e a todos a entender se em meu coração existe algo de ciumento, de invejoso, que sempre leva à morte e não me faz feliz; porque esta doença leva sempre a ver o que o outro tem de bom como se fosse contra você. Isto é um pecado muito feio! É o início de muitas criminalidades. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de não abrir o coração aos ciúmes, de não abrir nosso coração às invejas, porque estas coisas causam a morte”.

Jesus entregue por inveja

“Pilatos – concluiu o Papa – era inteligente e Marcos, no Evangelho, diz que Pilatos percebeu que os chefes dos escribas haviam lhe entregado Jesus por inveja:

“A inveja – segundo a interpretação de Pilatos, que era muito inteligente, mas covarde – é que levou Jesus à morte. O instrumento, o último instrumento. Entregaram-no por inveja. Peçamos também a graça de não entregarmos nunca, por inveja, à morte, um irmão, uma irmã da paróquia, da comunidade, e nem um vizinho do bairro. Cada um tem seus pecados, cada um tem suas virtudes... são próprias de cada um. Olhar o bem e não matar, com fofocas, por inveja ou ciúmes”. 

(BF/CM)

inizio pagina

Cordeiros cujas lãs darão origem aos Pálios são apresentados ao Papa

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Em virtude da celebração litúrgica de Santa Inês, foram apresentados ao Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (21/01), na Capela Urbano VIII, os dois cordeiros abençoados cujas lãs darão origem aos Pálios dos novos Arcebispos Metropolitanos.

 

Conforme a tradição, o Pálio é uma insígnia litúrgica de honra e de jurisdição que é usado pelo Papa e pelos Arcebispos Metropolitanos nas suas Igrejas e naquelas das suas províncias. A estola é constituída por uma estreita faixa confeccionada em lã branca e decorada com seis cruzes de seda preta.

Desde o ano passado, o Papa Francisco alterou o rito de entrega dos Pálios aos novos Arcebispos, que antes precisavam se deslocar até Roma para receber o paramento. Assim como no ano anterior, a imposição do Pálio aos novos arcebispos será realizada nas respectivas dioceses de origem pela mão dos Núncios Apostólicos locais.

Com a modificação, na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no dia 29 de junho, o Papa celebrará uma missa com a bênção dos Pálios, que posteriormente serão impostos aos novos Arcebispos.

À época, o Vaticano explicou que o objetivo da alteração foi “colocar em maior evidência a relação dos bispos metropolitas – os novos nomeados – com a sua Igreja local e assim dar também a possibilidade a mais fieis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas, que deste modo, poderão participar do momento da imposição”.

Pelo menos três novos Arcebispos brasileiros devem receber a imposição dos Pálios: Dom Rodolfo Luís Weber (Arquidiocese de Passo Fundo); Dom Zanoni Demettino Castro (Arquidiocese de Feira de Santana); e Dom Roque Paloschi (Arquidiocese de Porto Velho).

De acordo com o rito, o Pálio é imposto aos novos Arcebispos nomeados nos últimos 12 meses contados a partir da data de Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. (PS)

inizio pagina

Francisco fala sobre arte de acolher o peregrino em Jubileu especial

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Ao final da manhã desta quinta-feira (21/01), o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de três mil participantes no Jubileu dos Agentes de Peregrinações e Reitores de Santuários. Em seu discurso, o Papa sublinhou a importância da peregrinação, uma das expressões mais eloquentes – disse – da fé do povo de Deus e que manifesta a piedade de gerações de pessoas que, com simplicidade, acreditaram e confiaram na intercessão da Virgem Maria e dos Santos. E acrescentou: 

Profunda espiritualidade do peregrino

“Esta religiosidade popular é uma forma genuína de evangelização, que precisa ser cada vez mais promovida e valorizada, sem minimizar a sua importância.” Francisco citou uma curiosidade: o Beato Paulo VI, na “Evangellii nuntiandi”, fala de “religiosidade popular”, mas diz que é melhor dizer “piedade popular”. E depois, o episcopado latino-americano no documento de Aparecida dá um passo a mais e fala de “espiritualidade popular”. "Os três conceitos são válidos, mas juntos", reiterou. "Nos santuários, de fato, a nossa gente vive a sua profunda espiritualidade, aquela piedade que durante séculos moldou a fé com devoções simples, mas muito significativas.”

Seria, portanto, um erro – reiterou em seguida Francisco – pensar que aqueles que vão em peregrinação vivem uma espiritualidade não pessoal, mas "de massa", pois o peregrino leva consigo a própria história, a própria fé, luzes e sombras da própria vida, porque o santuário é realmente um espaço privilegiado para encontrar o Senhor e tocar com as mãos a sua misericórdia, disse Francisco reiterando a centralidade da palavra acolhimento:

Acolhimento

“Com o acolhimento, por assim dizer, ‘jogamos tudo’: um acolhimento afetuoso, festivo, cordial e paciente! Os Evangelhos apresentam-nos Jesus sempre acolhedor para com aqueles que se aproximam dele, especialmente os doentes, os pecadores, os marginalizados”.

E o Papa lembrou que Jesus falou, sim, do acolhimento mas sobretudo o praticou, e quando nos dizem que os pecadores - como Mateus e Zaqueu – acolhiam Jesus nas suas casas e à sua mesa, é porque antes de tudo eles tinham se sentido acolhidos por Jesus, e isso tinha mudado as suas vidas. Por isso o acolhimento é realmente decisivo para a evangelização e por vezes basta apenas uma palavra, um sorriso, para que uma pessoa se sinta acolhida e amada, sublinhou Francisco:

“É importante que o peregrino que cruza o limiar do santuário se sinta tratado como um familiar e não como um hóspede; deve sentir-se em casa, esperado, amado e olhado com olhos de misericórdia; seja ele quem for, jovem ou velho, rico ou pobre, doente e atribulado ou turista curioso, possa encontrar o acolhimento devido, porque em cada um existe um coração que busca a Deus, por vezes sem se dar conta plenamente”.

E o Papa convidou os presentes a fazerem com que cada peregrino tenha a alegria de finalmente se sentir compreendido e amado para que, assim, voltando a casa, sinta saudade daquilo que experimentou e tenha o desejo de voltar e, sobretudo, de querer continuar o caminho de fé na sua vida ordinária.

Santuário é a casa do perdão

Por último, o Pontífice reiterou que o santuário é a casa do perdão, onde cada um se encontra com a ternura do Pai, que tem misericórdia para com todos, sem excluir ninguém. E convidou os sacerdotes que exercem ministério nos santuários a terem um coração impregnado de misericórdia e a adotarem atitudes próprias de um pai. “Confessar num santuário è uma experiência de tocar com as mãos a misericórdia de Deus.

O Papa encorajou todos a viverem com fé e alegria este Jubileu, e a vivê-lo como uma única grande peregrinação. De modo especial, os Agentes de Peregrinações vivam o seu serviço como uma obra de misericórdia corporal e espiritual. E concluiu confiando-os à intercessão da Virgem Maria.(BF)

inizio pagina

Rito do Lava-pés: também as mulheres poderão ser escolhidas

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco decidiu fazer uma mudança nas rubricas do Missal Romano relativas ao Rito do “Lava pés” contido na Missa da Santa Ceia: de agora em diante, entre as pessoas escolhidas pelos pastores poderão ser incluídas também as mulheres. 

O Papa explica sua decisão numa Carta endereçada ao prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah. Por conseguinte, o referido Dicastério vaticano emitiu um Decreto a propósito.

Expressar a caridade sem limites de Jesus

“Expressar plenamente o significado do gesto realizado por Jesus no Cenáculo, o seu doar-se ‘completamente’, para a salvação do mundo, a sua caridade sem limites”: com essas palavras, o Papa Francisco explica, na Carta ao Cardeal Sarah, a decisão de modificar a rubrica do Missal Romano que indica as pessoas escolhidas para receber o “Lava-pés” durante a Missa da Santa Ceia, na Quinta-feira Santa.

Incluídas as mulheres entre os fiéis escolhidos

A decisão do Papa, tomada “após atenta ponderação”, explica o próprio Pontífice, faz de modo que “de agora em diante os pastores da Igreja possam escolher os participantes para o rito entre todos os membros do povo de Deus”.

Efetivamente, se antes estes deviam ser homens adultos ou jovens, agora – explica o decreto da Congregação para o Culto Divino – poderão ser quer homens, quer mulheres, “convenientemente jovens e idosos, sadios e doentes, clérigos, consagrados e leigos”, incluídos casados e solteiros.

“Esse pequeno grupo de fiéis deverá representar a variedade e a unidade de cada porção do povo de Deus”, ressalta o Dicastério, sem especificar o seu número.

Explicar adequadamente aos escolhidos o significado do rito

Ademais, o Santo Padre recomenda que “seja dada aos escolhidos uma adequada explicação do significado do próprio rito”. Cabe a estes – escreve o secretário da Congregação para o Culto Divino, Dom Arthur Roche, num artigo para o L’Osservatore Romano – oferecer com simplicidade a sua disponibilidade.

“Cabe a quem cuida das celebrações litúrgicas preparar e dispor todo necessário para ajudar todos a participar frutuosamente deste momento: a vida de todo discípulo do Senhor é memorial (anamnesi) do ‘mandamento novo’ ouvido no Evangelho.”

Gesto já realizado pelo Papa Francisco

Vale recordar que o Papa Francisco já realizou o rito do Lava-pés com a participação de algumas mulheres, por exemplo, na Quinta-feira Santa do ano passado, quando celebrou, em Roma, a missa da Ceia do Senhor no Cárcere de Rebibbia. (RL)

Ouça clicando acima

inizio pagina

Fiat usado pelo Papa nos EUA será leiloado

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Será leiloado no dia 29 de janeiro, em Filadélfia, um dos Fiat 500L usados pelo Papa em sua visita à cidade, em setembro passado. O carro, construído especialmente para Francisco, será exposto no Salão do Automóvel, no Centro de Congressos. O Fiat será colocado à venda com um preço inicial de 30 mil dólares. 

A organização aceitará propostas presenciais e por via online. De acordo com a agência AP, o segundo Fiat 500L preto que Francisco utilizou naquela visita estará em exibição durante o evento de 30 de janeiro a 7 de fevereiro e poderá também ser leiloado.

O bispo auxiliar John McIntyre disse à TV CBS que metade da receita do leilão será entregue a organizações benéficas católicas, incluindo centros para famílias, adoção e serviços médicos, assim como entidades que cuidam de abrigos, alimentação e assistência a indigentes.

Outra parte da arrecadação será revertida para o Hospital Pediátrico Pensilvânia, a Mercy House, a Casa del Carmen e quatro escolas de educação especial da Arquidiocese de Filadélfia.

“É exatamente o que Francisco queria fazer”, disse a Diretora Executivo do Encontro Mundial das Famílias, Donna Farrell.

O Papa esteve na cidade participando do VIII Encontro Mundial das Famílias, nos dias 26 e 27 de setembro, no âmbito da viagem aos Estados Unidos, iniciada no dia 22. 

(CM)

inizio pagina

Papa envia bênçãos à população atingida por obra da Monsanto

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Em mais uma demonstração de sensibilidade ‘ecológica’, o Papa Francisco escreveu uma carta de apoio a uma jovem argentina que, com a população de sua região, trava uma batalha contra a construção de um enorme empreendimento da multinacional Monsanto.

 

Impacto social e ambiental

Vanessa Sartori é uma ativista do movimento Assembleia das Malvinas Argentinas – cidade da província de Córdoba – que combate contra a Monsanto, maior corporação agrícola mundial, e sua intenção de construir uma fábrica de milho transgênico a poucos metros das residências e escolas de seu bairro. Ela escreveu ao Papa uma carta ilustrando contando o problema, no dia 10 de janeiro.

Em declaração ao ‘Outras Mídias’ em outubro passado, Vanessa afirma que o produto seria para biocombustível e não para alimentos, e utilizaria milhões de litros de água e pesticidas. “A empresa e o município estão contrariando leis que proíbem a instalação, e o interesse da população é violado. Prometem trabalho e progresso, mas é falso”.  

A região é cercada por plantações de transgênicos e fumigações. O impacto na vida das pessoas é sentido pela contaminação vivenciada por familiares, vizinhos e no próprio corpo. Segundo moradores, os lucros do empreendimento são privados e nos territórios ficam a doença e a devastação.

Vanessa, psicóloga e mãe de uma menina de 4 anos, resume na carta ao Pontífice os passos do Movimento. A luta popular começou em 2012. Em 2014, a justiça argentina suspendeu a construção, considerando-a uma violação da lei nacional do meio-ambiente. 

A resposta do Papa a Vanessa 

“Obrigado por sua carta e por todo o bem que está fazendo – escreve o Papa em sua carta de resposta. À senhora, à sua família e à comunidade paroquial de Malvinas Argentinas envio certamente minhas preces e bênçãos. Que o Senhor os abençoe e Virgem Santa os ajude; e por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Cordialmente, Francisco”.

(CM)

inizio pagina

Congresso Eucarístico nas Filipinas, o Evangelho do diálogo na Ásia

◊  

Cebu (RV) - Uma ocasião para relançar a evangelização na Ásia por meio do diálogo e da experiência de comunhão. Este é o objetivo do 51º Congresso Eucarístico Internacional, a ser realizado em Cebu, Filipinas, de 25 a 31 de janeiro. O tema escolhido para esta edição - quatro anos após o Congresso de Dublin, em 2012 - é "Cristo em vós, esperança da glória", passagem extraída da Carta de São Paulo aos Colossenses. São esperados 10 mil participantes e 8.500 delegados, provenientes de 71 países.

Entre os principais conferencistas estão os Cardeais Luis Antonio Tagle, Arcebispo de Manila; Dom Timothy Dolan, Arcebispo de Nova Iorque; Dom John Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, Nigéria, e Dom Oswald Gracias, Arcebispo de Bombai. O Santo Padre será representado pelo Cardeal Arcebispo de Yangon, Myanmar, Dom Charles Maung Bo.

"O tema da esperança é o tema central deste Congresso Eucarístico em um continente, feito sobretudo de jovens, em que a esperança é um elemento necessário para olhar ao futuro". A este propósito, a Rádio Vaticano conversou com o Presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Dom Piero Marini:

RV: O Congresso realiza-se nas Filipinas, único país asiático, juntamente com o Timor Leste, de maioria católica...

"Sim, as Filipinas são uma exceção na Ásia, que é o continente em que Cristo nasceu, e infelizmente é necessário dizer que é o continente, hoje, em que Cristo é ainda menos conhecido. Os católicos nas Filipinas são cerca de 100 milhões. 80% da população é católica. Assim, as Filipinas são para nós, de certa maneira, o ponto de partida para a evangelização da Ásia. E, de fato, Cebu está precisamente no coração das Filipinas. Sabemos que a evangelização da Ásia teve várias fases: a primeira é a dos missionários assírios - os "caldeus" - que partiram justamente da região da qual havia partido Abraão. A primeira evangelização foi a deles. Algumas fontes referem que por volta do ano 1000, esta Igreja caldeia - que chegou até mesmo à Mongólia, Indonésia e Índia - tinha mais fieis do que a Igreja de Roma e Constantinopla juntas. Mas depois, por causa também da língua siríaca e pela falta de inculturação, esta evangelização perdeu-se no tempo. Foi depois retomada pelos franciscanos em 1200-1300 e mais tarde pelos jesuítas. E a partir de 1.800 muitas Congregações deram continuidade a esta evangelização das Filipinas. Sabemos que as Filipinas foram evangelizadas pelos espanhóis, os quais chegaram em 1521 precisamente em Cebu. Eis porque se celebra o Congresso Eucarístico em Cebu. As Filipinas são, portanto, um exemplo em toda a Ásia de uma Igreja que viveu a inculturação, porque este é o grande programa que há 30 anos é levado em frente por todas as Conferências Episcopais da Ásia, as quais colocaram o diálogo como fundamento da evangelização. Diálogo, porque se trata de um continente rico de culturas. E - naturalmente - se a fé ou se a liturgia não são inculturadas, mais tarde passam sem deixar marcas”.

RV: Na Ásia existem ainda tantos cristãos que estão sofrendo...

"Sim, e um dos motivos principais disto é que ainda hoje - infelizmente - persiste na Ásia a visão da Igreja Católica como de uma Igreja ligada ao Ocidente. E isto é um grande obstáculo para a evangelização. Disto a necessidade de uma inculturação da fé, de dialogar com as outras religiões. O importante do Congresso Eucarístico é mostrar como a Eucaristia é uma lugar de reconciliação e um motivo de paz, em que todos se encontram filhos do mesmo Deus e irmãos entre si".

RV: Quais são os frutos dos Congressos Eucarísticos?

"Antes de tudo é necessário sublinhar que os Congressos Eucarísticos têm acompanhado a história da Igreja, a partir do final de 1800. O primeiro Congresso Eucarístico foi o de Lillem na França, em1881. Naquela época eram Congressos Eucarísticos que sublinhavam sobretudo a visibilidade: queriam sublinhar a presença dos católicos em um ambiente, como aquele do século XIX, repleto de governos que eram contra a Igreja Católica, e a necessidade dos cristãos de marcarem presença: toda a atenção era colocada na Procissão Eucarística, quase como num sentido de tomar posse novamente das cidades. Mais tarde, os Congressos Eucarísticos tornaram-se ocasiões - quando Pio XI antecipou a idade para receber a Eucaristia - das milhares de Primeiras Comunhões por parte dos jovens. Sob Pio XI, houve sobretudo o aspecto missionário, porque os Congressos Eucarísticos atravessaram a Europa, foram para a América e assim por diante. Portanto, sempre houve um movimento que acompanhou e sublinhou a história da Igreja, até 1960, quando se celebrou o Congresso de Munique da Bavária, que marcou uma reviravolta, passando a sublinhas a importância da celebração da Eucaristia mais que de outros elementos, como a Procissão Eucarística ou a Adoração fora de Missa, que até então, haviam caracterizado mais os objetivos dos Congressos Eucarísticos. Aqueles que irão a Cebu, darão um testemunho da Igreja universal a esta Igreja particular de Cebu, mas vão também para receber. Em Cebu se encontrará uma população muito pobre. Não é uma grande metrópole do Primeiro Mundo. Mas os filipinos são pessoas que têm uma grande fé, um grande amor pela vida e pela alegria. Eu vou com prazer, porque os filipinos deram um testemunho em todo o mundo e ainda estão dando, de trabalho e de fidelidade. Esta pé, portanto, uma ocasião para agradecer a todos os filipinos espalhados no mundo pelo seu testemunho de fé e unidade na Igreja Católica". (JE)

inizio pagina

Igreja no Mundo



"Fez-se tudo para todos", dizem bispos argelinos sobre Foucauld

◊  

Argel (RV) - Figura exemplar para o mundo e para o testemunho do Evangelho, que continua a inspirar a Igreja da Argélia. Assim, os Bispos argelinos Dom Paul Desfarges, Dom Jean Paul Vesco e Dom Claude Rault definem Charles de Foucauld, em uma carta divulgada por ocasião centenário de sua morte. A ele está sendo dedicado um ano de celebrações, em concomitância com o Jubileu da Misericórdia. As celebrações tiveram início em 4 de dezembro do ano passado e se concluirão em 1º de dezembro.

Imitando Jesus, dedicou-se ao "apostolado da bondade" para ser "irmão universal"

"Fez-se tudo para todos", escrevem os bispos numa carta, ao recordar os acontecimentos que levaram Charles a dedicar-se ao "apostolado da bondade" na Argélia, acima de qualquer proselitismo. "Levou uma vida marcada pela imitação de Jesus de Nazaré, pela oração e pela preocupação com os pobres, observam os prelados. O seu desejo era o de ser o "irmão universal", a exemplo de Jesus, aberto à acolhida de todos, independente da condição social, religiosa ou étnica".

Proclamado Beato em 13 de novembro de 2005, Charles de Foucauld foi citado pelo Papa Francisco durante a vigília de oração pelo Sínodo dos Bispos sobre a Família, como aquele que compreendeu "que não se cresce no amor de Deus, evitando a serventia das relações humanas. Porque é amando os outros que se aprende a amar a Deus; é inclinando-se sobre o próximo que nos elevamos para Deus. Através da aproximação fraterna e solidária aos mais pobres e abandonados, ele compreendeu que, afinal, são precisamente eles que nos evangelizam a nós, ajudando-nos a crescer em humanidade".

Testemunha da misericórdia de Deus

Durante o ano a ele dedicado nas quatro dioceses argelinas, diversas iniciativas recordarão a sua memória, procurando mostrar melhor a sua vida e o seu testemunho. Uma mostra permanecerá aberta durante todo o ano na Igreja de El Meniaa, próxima ao cemitério em que o "irmão Charles" foi sepultado. Uma exposição itinerante, por outro lado, visitará diversas localidades.

"Superou as barreiras da pertença religiosa, fez-se homem de todos - concluem os bispos na sua carta. Também dedicou um cuidado particular ao estudo da língua para entrar melhor em relação com as pessoas ao seu redor. Procurou de todos os modos responder todos os desafios de seu tempo. O seguiremos neste árduo caminho de imitação de Jesus, como um dos testemunhos por excelência da misericórdia de Deus, acima de qualquer fronteira?, questionam os prelados. (JE)

inizio pagina

Jubileu: Lituânia realiza Congresso Nacional da Divina Misericórdia

◊  

Vilnius (RV) - Oração, acolhimento e intercâmbio. São as três palavras de ordem para o Congresso Nacional da Misericórdia que irá se realizar na capital da Lituânia, Vilnius, de 6 a 8 de maio próximo.

Todos são convidados a experimentar a Divina misericórdia através da oração comum dos peregrinos e, individualmente, o Sacramento da Penitência na cidade de Vilnius, onde teve início e de onde se expandiu para o mundo inteiro a mensagem da Divina misericórdia recebido pela mística Santa Faustina Kowalska, razão pela qual a capital lituana é comumente recordada como “Cidade da Misericórdia de Deus”.

A maior parte dos eventos do Congresso terá lugar no centro histórico. Por sua vez, a Praça da Catedral será palco principal dos encontros previstos.

Para a ocasião os bispos pedem aos fiéis, sobretudo aos habitantes de Vilnius, que sejam acolhedores e hospitaleiros para com todos aqueles que participarão do Congresso Nacional da Misericórdia e estejam disponíveis a “intercâmbios de solidariedade, ou seja, que se abram com disponibilidade às obras de misericórdia oferecidas e a generosamente oferecê-las aos outros.

Em particular, pede-se aos residentes de Vilnius que façam experiência da Divina misericórdia encontrando alojamento  onde os peregrinos que virão possam pernoitar.

Destacam-se ainda outros lugares-símbolo do Congresso: os dois principais “Santuários da Divina Misericórdia”, onde se encontram as sagradas imagens mais conhecidas e representativas da Divina misericórdia.

A “Mater Misericordiae” da Porta D’Aurora, e o “Jesus Misericordioso” da Rua dos Dominicanos, em Vilnius, onde é exposta de modo permanente a tela pintada sob a direção de Santa Faustina Kowalska com a presença do Beato Miguel Sopocko, guia espiritual de Irmã Faustina e figura-chave da propagação tanto da mensagem, quanto da inigualável imagem de “Jesus Misericordioso”.

Proximamente será publicado o programa completo do Congresso Nacional da Misericórdia, preparado o serviço de acolhimento confiado aos voluntários e aberta – via internet – a inscrição dos participantes.

Segundo o arcebispo de Vilnius e presidente da Conferência Episcopal da Lituânia, Dom Gintaras Grušas, é crucial que o Congresso possa tornar-se para os participantes uma autêntica experiência do Jubileu da Misericórdia, tanto a nível pessoal como comunitário. (RL)

inizio pagina

O êxodo de cristãos muda o Oriente Médio

◊  

Roma (RV) - No Oriente Médio, a fuga de refugiados cristãos modifica toda a região. “Uma desconfiança mútua entre os povos que será difícil de preencher até mesmo após o fim do conflito sírio”: foi o que disse o Padre Pizzaballa, Custódio da Terra Santa. As mudanças que afetam as estruturas políticas, mas também a cultura dos países árabes foram o foco do encontro “Cristãos no Oriente Médio e migrações forçadas”, organizado em Roma pela Associação Asvi e pela revista Oasis.

Iraque, Síria e Líbia, de acordo com o relatório anual da organização "Open Doors", (Portas Abertas) sobre as perseguições religiosas estão entre os países mais ferozes contra os cristãos. Trata-se de milhares de pessoas forçadas a fugir de suas casas, junto com outras minorias. Padre Pizzaballa, fala sobre a brutalidade da qual o Papa Francisco define uma mudança radical:

“O Oriente Médio está mudando de forma radical e com uma brutalidade que não conhecemos nos séculos passados, pelo menos na era moderna: países que desaparecem – penso na Síria, no Iraque - e perseguição com base na religião. Tudo isso tem como objetivo não apenas os cristãos, mas também os não-cristãos. Portanto devemos colocar a perspectiva cristã em um contexto mais amplo, articulado e complicado de entender. No Oriente Médio não se pode distinguir esfera religiosa e esfera política. O elemento religioso torna-se instrumental em oposição à econômica e política; penso nos sunitas e xiitas, Arábia Saudita e Irã. Os fundamentalismos, uma vez criados, se espalham aos cristãos e a todas as outras minorias”.

A esperança, diz o Padre Pizzaballa, é dada pelos cristãos vítimas de conflitos que permanecem no Oriente Médio sem os meios para sair, mas determinados a não renunciar à sua fé:

“As pessoas normais precisam de tudo: água, luz, comida, trabalho ... Mas quando você visita e encontra as pessoas o que elas pedem é isso: “Padre, fique com a gente, precisamos de alguém que nos dê coragem”. (SP)

inizio pagina

Formação



Seis anos do sismo: Cáritas e parceiras se reúnem no Haiti

◊  

Porto Príncipe (RV) – A Cáritas Internacional e suas parceiras estão reunidas em Porto Príncipe nos dias 20 e 21 de janeiro para coordenar os projetos no Haiti. Trata-se de um encontro anual, que se realiza desde o terremoto que devastou a ilha seis anos atrás. 

Representando a Cáritas Internacional participa o responsável pelo escritório de emergências da entidade, o brasileiro José Magalhães de Sousa. Antes deste encontro, Magalhães visitou as principais dioceses haitianas para conhecer as reais necessidades da população.

Na programação de sua viagem ao Haiti, está também a visita às missionárias brasileiras que atuam no país desde o terremoto de 2010.

Clique acima para ouvir.

(BF) 

inizio pagina

Ecumenismo: colaborar com amor fraterno, sinceridade e grande abertura

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro de hoje “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua com a participação do bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora – BA, Dom Armando Bucciol, com quem temos contado nestes dias. 

Um dos temas abordados na edição passada foi a questão das intuições e desafios propostos pelo Vaticano II que ao longo destes 50 anos do Concílio não tiveram a devida ou suficiente implementação.

O Concílio Vaticano deu grande impulso ao diálogo inter-religioso e ao ecumenismo, com a promulgação de uma declaração e de um decreto, respectivamente: Nostra aetate, Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs; e Unitatis redintegratio, Decreto sobre o ecumenismo.

Olhando para a caminhada da Igreja nestas cinco décadas pós-conciliares, procuramos saber de Dom Armando Bucciol acerca do ecumenismo, se houve progressos nesse campo, qual a realidade da Igreja no Brasil nesse âmbito.

Dom Armando afirma que passos foram dados, porém, reconhece que “estamos vivendo não um momento de estagnação, mas de dificuldades”. Diz que “com as Igrejas históricas, partindo de Cristo, do respeito recíproco, há diálogo”, mas que “com os grupos menores que surgem como cogumelos em todo canto”, constata, “é difícil dialogar”.

O bispo de Livramento de Nossa Senhora destaca ainda que neste 2016 a Igreja no Brasil irá vivenciar mais uma Campanha da Fraternidade ecumênica, a qual terá como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”.

Dom Bucciol afirma tratar-se da terceira Campanha da Fraternidade ecumênica, sinal de disponibilidade em colaborar com sinceridade, amor fraterno e grande abertura. Vamos ouvir. (RL)

Ouça clicando acima

inizio pagina