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Sumario del 22/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa pede orações pelos bispos: colunas da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco inicou suas atividades esta sexta-feira (22/01) celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.

 

O Pontífice comentou o Evangelho do dia (Mc 3, 13-19), que narra a escolha dos Doze Apóstolos por parte de Jesus: os escolhe “para que estejam com Ele e para enviá-los a pregar com o poder de expulsar os demônios”. Os Doze – afirmou o Papa – “são os primeiros bispos”. Depois da morte de Judas, Matias é eleito: é “a primeira ordenação episcopal da Igreja”. “Os bispos são colunas da Igreja”, chamados a serem testemunhas da Ressurreição de Jesus:

“Nós bispos temos esta responsabilidade de ser testemunhas: testemunhas que o Senhor Jesus está vivo, que o Senhor Jesus ressuscitou, que o Senhor Jesus caminha conosco, que o Senhor Jesus nos salva, que o Senhor Jesus deu a sua vida por nós, que o Senhor Jesus é a nossa esperança, que o Senhor Jesus nos acolhe sempre e nos perdoa. O testemunho. A nossa vida deve ser isto: um testemunho. Um verdadeiro testemunho da Ressurreição de Cristo”.

Os bispos – prosseguiu Francisco – têm duas tarefas específicas:

“A primeira tarefa do bispo é estar com Jesus na oração. A primeira tarefa do bispo não é fazer planos pastorais... não, não! Rezar: esta é a primeira tarefa. A segunda é ser testemunha, isto é, pregar. Pregar a salvação que o Senhor Jesus nos deixou. Duas tarefas não fáceis, mas são propriamente essas duas tarefas que fortificam as colunas da Igreja. Se esses pilares se enfraquecem porque o bispo não reza ou reza pouco, se esquece de rezar; ou porque o bispo não anuncia o Evangelho, se ocupa de outras coisas, a Igreja também se enfraquece; sofre. O povo de Deus sofre. Porque os pilares são fracos”.

“A Igreja sem o bispo não pode ser” - disse o Papa – por isso “a oração de todos nós pelos nossos bispos é uma obrigação, mas uma obrigação de amor, uma obrigação de filhos em relação ao Pai, uma obrigação de irmãos, para que a família permaneça unida na confissão de Jesus Cristo, vivo e ressuscitado”:

“Por isso, eu gostaria hoje de convidar vocês a rezarem por nós, bispos. Porque nós somos pecadores, nós também temos fraquezas, também nós temos o perigo de Judas: porque também ele tinha sido eleito como uma coluna. Nós também corremos o risco de não rezar, de fazer algo que não seja anunciar o Evangelho e expulsar os demônios ... Rezar, para que os bispos sejam o que Jesus quis, que todos sejamos testemunhas da Ressurreição de Jesus. O povo de Deus, reza pelos bispos. Em cada Missa, se reza pelos bispos: se reza por Pedro, a cabeça do colégio episcopal, e se reza pelo bispo local. Mas isso é pouco, se diz o nome, e muitas vezes se diz por força de hábito, e se continua. Rezar pelo bispo, com o coração, pedir ao Senhor: Senhor, cuide do meu bispo; cuide de todos os bispos, e envie-nos bispos que sejam verdadeiras testemunhas, bispos que rezem, e bispos que nos ajudem, com a sua pregação, a compreender o Evangelho, para termos a certeza de que Tu, Senhor, estás vivo, e estas conosco”.

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Papa recebe presidente de Dominica: profícua e mútua colaboração

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco iniciou suas atividades públicas desta sexta-feira (22.01) recebendo em audiência, no palácio apostólico vaticano, o Presidente de Dominica – situado no arquipélago das Pequenas Antilhas, no Caribe –, Charles Angelo Savarin, que sucessivamente encontrou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado do Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios – informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé – foram mencionadas as boas relações bilaterais, ressaltando a oportunidade de uma profícua e mútua colaboração entre o Estado e a Igreja católica, a qual oferece uma significativa contribuição para a promoção da dignidade da pessoa humana, particularmente nos âmbito da educação dos jovens e da assistência aos mais necessitados.

Além disso, foram tratados alguns temas de relevância regional e global, com menção particular à proteção do ambiente e ao tema das mudanças climáticas e das catástrofes naturais, que provocam graves danos e várias vítimas entre a população da Ilha caribenha. (RL)

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Papa: nenhuma confusão entre matrimônio e outras uniões

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco concluiu sua série audiências, na manhã desta sexta-feira, recebendo, na Sala Clementina, no Vaticano, os membros do Tribunal da Rota Romana por ocasião da Inauguração do Ano Judiciário.

Antes da audiência Pontifícia, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, presidiu, na Capela Paulina, à celebração Eucarística aos membros do Tribunal Apostólico da Rota Romana.

Em seu discurso, aos presentes, o Papa recordou, inicialmente, o objetivo do Tribunal da Rota Romana que é auxiliar o Sucessor de Pedro para que a “Igreja, inseparável da família”, continue a proclamar o desígnio de Deus, Criador e Redentor, sobre a “sacralidade e beleza do instituto familiar”.

O Tribunal da Rota Romana é definido como “tribunal da família”, aliás, completou o Papa, “ela é o tribunal da verdade do vínculo sagrado”. Neste sentido, a Igreja mostra o amor misericordioso de Deus às famílias, proclama a irrenunciável verdade do matrimônio, segundo os desígnios de Deus. Ela deve indicar ao mundo que “não pode haver confusão entre a família, querida por Deus, e qualquer outro tipo de união”:

“A família, fundada no matrimônio indissolúvel, unitivo e procriador, pertence ao sonho de Deus e da sua Igreja para a salvação da humanidade. A Igreja é e deve ser a família de Deus. Com renovado sentido de responsabilidade, ela continua a propor o matrimônio nos seus elementos essenciais: descendência, bem dos cônjuges, unidade, indissolubilidade e sentido sacramental”.

A este respeito, Francisco insistiu sobre o aspecto pastoral, que envolve todas as estruturas eclesiais para uma adequada preparação matrimonial; pediu aos Juízes do Tribunal da Rota Romana para avaliar, com atenção, os erros concernentes ao sacramento do Matrimônio, sua unidade e indissolubilidade.

O Papa concluiu seu discurso pedindo a intercessão de Nossa Senhora e São José a fim de que obtenham para a Igreja um maior crescimento no espírito familiar e para as famílias sentir-se, cada vez mais, parte viva e ativa do Povo de Deus. (MT)

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Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais: Comunicação e Misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - Mensagem do Papa Francisco para o 50° Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre o tema: «Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo». 

Eis a Mensagem na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs!
O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.
Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das ações da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.
A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e ações hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.
Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (“O mercador de Veneza”, Ato IV, Cena I).
É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (...) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).
Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.
Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objetivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.
Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.
Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cómodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.
Também e-mails, sms, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.
A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.

                                                                                                                                                                                                        Papa Francisco
Vaticano, 24 de Janeiro de 2016.

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Mensagem Papa: a comunicação cria pontes, encontros, inclusão

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Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicada, nesta sexta-feira (22/01), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a Mensagem do Papa para o 50° Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre o tema: «Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo».

Em sua Mensagem, Francisco recorda que o “Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia.
Com efeito, a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como característica do seu “ser e agir”. Tudo o que dizemos e o modo como dizemos, cada palavra e cada gesto, deveria expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos.
O amor, por sua natureza, frisa o Papa, é comunicação e leva a uma maior abertura, não isolamento. Se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.

A linguagem e as ações da Igreja devem transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude da vida. Devemos acolher e irradiar o calor materno da Igreja, - disse o Pontífice - para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a “centelha” vivificante.

A comunicação enriquece a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia! As palavras têm o poder de criar pontes e favorecer o encontro e a inclusão entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. As palavras dos cristãos visam fazer crescer a comunhão e jamais romper o relacionamento e a comunicação.

Por isso, Francisco convida todos a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de “curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades”. A misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar. É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia.

Aqui, o Papa faz um apelo, sobretudo aos que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que sejam sempre vigilantes no modo de agir diante de quem pensa ou age de maneira diferente. É preciso coragem para orientar as pessoas diante de processos de reconciliação e soluções de conflitos por uma paz duradoura.

O estilo da nossa comunicação deve saber julgar em situações de pecado – violência, corrupção, exploração. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor.
Somente as palavras pronunciadas com amor e acompanhadas pela mansidão e a misericórdia tocam os corações dos pecadores. Neste sentido, o

Santo Padre encoraja todos a encarar a sociedade humana como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta para receber uns aos outros.
Comunicar significa partilhar e a partilha exige escuta, acolhimento proximidade. Escutar nunca é fácil: significa prestar atenção, desejo de compreender, dar valor, respeitar a palavra alheia; é uma graça imensa e um dom.

Por fim, Francisco recorda que também os e-mails, sms, redes sociais, chats podem ser formas de comunicação. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos.
Com a sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais o Papa espera que o “Ano Jubilar, vivido na misericórdia, nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação”.

Enfim, o encontro entre a comunicação e a misericórdia só será fecundo na medida em que puder gerar proximidade, cuidar, confortar, curar, acompanhar. Em um mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade. (MT)

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Arcebispo Claudio Maria Celli: comunicar o calor da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - “Se não é ‘estar com Jesus’, é fadigar-se por tantas coisas.” Foram palavras do presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, na missa celebrada na manhã desta sexta-feira na “Igreja de Santa Maria in Traspontina”, nas proximidades do Vaticano.

Entre os concelebrantes encontravam-se o prefeito da Secretaria para a Comunicação, Mons. Dario Edoardo Viganò, e o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi.

A missa foi celebrada por ocasião da publicação da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais e a iminente memória litúrgica de São Francisco Xavier, padroeiro dos jornalistas e dos agentes da comunicação.

Comunicação e vocação

Dom Celli ressaltou que “também a comunicação é vocação”, mas somente se no âmbito “do grande plano de amor de Deus pelo homem”. Recordou o exemplo de São Francisco Xavier, que somente por pouco minutos ao longo do dia permanecia sem pensar “nas coisas de Deus”, ressaltando, em seguida, a importância de “estar realmente com Jesus”. Significa segui-lo e fazer suas mesmas escolhas, recorrendo ao convite evangélico a “pregar e a expulsar os demônios” – explicou.

Prestar atenção àquilo que se diz e a como se diz

Dom Celli ressaltou como é difícil para cada um de nós aceitar “o prego da Cruz” quando é a nossa vez. No entanto, isso significa seguir Jesus, mas – recomendou – não sem se recordar da alegria e da ternura que recebemos de Deus e que somos chamados a expressar ao outro.

Daí, o chamado ao cerne da pregação do Papa Francisco: Dom Celli recordou o convite do Papa à Igreja a abrir-se, a fazer-se “Igreja em saída” e em seguida o premente convite a fazer sentir “o calor da Igreja mãe”. Voltando ao tema da comunicação, o arcebispo insistiu sobre a recomendação a “prestar atenção ao que se diz e a como se diz”. (RL)

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Mons. Viganò: o silêncio é indispensável para a comunicação

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Cidade do Vaticano (RV) - “É fecundo o encontro entre comunicação e misericórdia. As palavras de Jesus anunciam uma misericórdia que supera toda lei”, disse o Prefeito da Secretaria para a Comunicação, Mons. Dario Edoardo Viganò, durante a coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (22/01), de apresentação da mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

“A misericórdia é o traço distintivo da Igreja que tem a responsabilidade de narrar em palavras e obras, comportamentos e formas de vida, o rosto misericordioso de Deus em Cristo. Deve mostrar a misericórdia em palavras de esperança e vida, em gestos envolventes e tocar a carne dos desfavorecidos”, disse ainda Viganò.

A Igreja é chamada a esta missão num tempo em que “a falta de amor pela escuta” produz uma linguagem desatenta. “O silêncio é um elemento indispensável para a comunicação. Quanto mais um indivíduo for capaz de estar em silêncio, maior será o valor das palavras que proferirá, sendo o silêncio fruto de uma meditação. O silêncio pode ser uma forma extraordinária de comunicação”, frisou o Prefeito da Secretaria para a Comunicação.

“Todos se lembram quando o Papa Francisco saiu pela primeira vez no balcão central da Basílica de São Pedro, que algum estudioso chama de evento transformador. Transformador porque tudo foi precedido por um grande momento de silêncio, quando o Papa pediu para rezar por ele”, disse ainda o monsenhor.

O silêncio, essencial para discernir o que é realmente importante, “é também recolhimento e meditação. No tempo atual, aumenta a saudade do silêncio”.

“Desta Geena de barulho que é a nossa vida cotidiana e deste vento de fofocas e mexericos, nasce espontaneamente a saudade do silêncio, o desejo de fazer calar as palavras instrumentalizadas e descobrir as palavras do silêncio”, concluiu Viganò. (MJ)

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Mais um santo latino-americano: "el cura" Brochero será canonizado

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Cidade do Vaticano (RV) – O Bem-aventurado argentino José Brochero será santo: na quinta-feira (21/01), o Papa recebeu em audiência o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Card. Angelo Amato, S.D.B. No decorrer da audiência, Francisco autorizou o milagre atribuído à intercessão do Bem-aventurado José Gabriel do Rosário Brochero, sacerdote diocesano; nascido em 16 de março de 1840 e morto em 26 de janeiro de 1914.

“El cura”, como é conhecido, nasceu, viveu e morreu na Argentina, mais concretamente em Córdoba, sua terra natal. Desempenhou uma grande obra religiosa e de promoção social como pároco de Villa del Tránsito. Seu acompanhamento paternal junto às pessoas simples e seu compromisso incansável para aproximá-las de Deus fizeram de “el cura” Brochero um modelo para os sacerdotes argentinos. É considera o pároco argentino mais venerado. Ele foi beatificado em 2013 em Córdoba.

Francisco autorizou ainda a Congregação a promulgar os seguintes decretos, entre os quais muitos mártires:

- o milagre atribuído à intercessão do Bem-aventurado Estanislau de Jesus Maria (nome de nascimento João PapczyƄski), Fundador da Congregação dos Clérigos Marianos da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria; nascido em 18 de maio de 1631 e morto em 17 setembro de 1701;

- o milagre atribuído à intercessão do Bem-aventurado José Sánchez del Río, Leigo, Mártir; nascido em 28 de março de 1913 e assassinado em 10 de fevereiro de 1928;

- o milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Francisco Maria Greco, Sacerdote diocesano, Fundador da Congregação das Pequena Irmãs Operárias dos Sagrados Corações; nascido em 27 de julho de 1857 e morto em 13 de janeiro de 1931;

- o milagre atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Isabel Sanna, Leiga, Viúva, da Terceira Ordem de São Francisco, Membro da União do Apostolado Católico fundado por São Vicente Pallotti; nascida em 23 de abril de 1788 e morta em 17 de fevereiro de 1857;

- o martírio do Venerável Servo de Deus Engelmar Unzeitig (nome de nascimento: Uberto), Sacerdote professo da Congregação dos Missionários de Mariannhill, nascido em 1° de março de 1911 e assassinado por ódio à fé em 2 de março de 1945;

- o martírio dos Servos de Deus Januário Fueyo Castañón, Sacerdote diocesano, e 3 Companheiros, Leigos, assassinados por ódio à fé em 1936;

- o martírio do Servo de Deus Giusto Takayama Ukon, Leigo; nascido entre 1552 e 1553 e assassinado por ódio à fé em 3 de fevereiro de 1615;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Arsênio de Trigolo (nome de nascimento: José Migliavacca), Sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Fundador da Congregação das Irmãs de Maria Santíssima Consoladora; nascido em 13 de junho de 1849 e morto em 10 de dezembro de 1909;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Luisa do Santíssimo Sacramento (nome de nascimento: Maria Velotti), da Terceira Ordem de São  Francisco, Fundadora do Instituto das Irmãs Adoradoras da Santa Cruz; nascida em 16 de novembro de 1826 e morta em 3 de setembro de 1886.

(BF)

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Igreja na América Latina



Lei seca em Morelia pela visita do Papa

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Morelia (RV) – Como parte das medidas de segurança montadas para receber o Papa Francisco em Morelia, será decretada a lei seca pelo menos dois dias antes da visita, assegurou Alfonso Martínez Alcázar, Prefeito de Morelia. A mesma medida havia sido adotada em Santa Cruz de la Sierra quando da visita de Francisco em julho de 2015. A autoridade também desmentiu que a proibição do tráfego na cidade por cinco días.

Lei seca

O Prefeito explica que está tratando com o Estado e a Federação para ver os días mais apropriados, mas adiantou que “seguramente serão pedidos ao menos dois días antes da visita”. Ele assegurou ainda que não haverá bloqueio do tráfego por cinco dias, como difundido nas redes sociais, mas poderá ocorrer alguma redução de circulação em algunas áreas na proximidade da visita.

Transparência nos gastos

O prefeito também reiterou o compromisso de seu governo em informar a despesa com a visita do Papa, assegurando a transparência de tais informações. “Já disse e me comprometi e ratifico meu compromisso diante de todos os meios de comunicação, que vamos divulgar com transparência o que será gasto com a visita do Papa. Porém volto a insistir, que o que vamos gastar é irrisório, simbólico se comparado com os benefícios económicos que serão gerados em nosso município”.

A autoridade municipal reitera também que será necessário "tolerancia e tolerados" para que se possa suprir de alimentos e líquidos às milhares de pessoas que deverão ir á Morelia e "terão que comer, usar banheiros, terão que hidratar-se, porém também é muito importante, permitir que os e as morelianos tenham alguma entrada nestes días e possam aproveitar os beneficios de tanta gente que virá”.

Para a visita do Papa à Morelia, na terça-feira 16 de fevereiro, são esperadas entre 1,5 e 2 milhões de fieis. O Papa celebrará às 10 horas a Santa Missa com sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas. Na parte da tarde visita a Catedral e após participa do Encontro com os Jovens no Estádio “José María Morelos e Pavón”. No final da tarde retorna para a Cidade do México. (JE)

 

 

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EUA: Polícia de fronteira prepara-se para visita do Papa

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Washington (RV) – A patrulha de fronteiras dos Estados Unidos está se preparando para a visita que o Papa Francisco fará à Ciudad Juaréz (México), em 17 de fevereiro, visto o grande número de pessoas que deverão cruzar a frontera para ver o Pontífice.

O Escritório de Aduanas e Proteção Fronteiriça (CBP) dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira, 21, que aumentará o pessoal e o número de horas de serviço nos pontos fronteiriços de El Paso, Santa Teresa e Tornillo, antes, durante e após a visita do Santo Padre à Ciudad Juaréz.

A Patrulha fronteiriça pede paciência às pessoas que cruzarão a fronteiras neste período, em função das longas filas previstas. A Polícia recorda ainda, que para entrar nos Estados Unidos a partir do México é necessário apresentar a documentação exigida.

O Papa Francisco visitará o México de 12 a 17 de fevereiro. Em sua primeira viagem em terras mexicanas, o Papa chegará em Ciudad Juárez após visitar a Cidade do México, Ecatepec, San Cristóbal de las Casas e Tuxtla Gutiérrez. (JE)

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Igreja no Mundo



A luz continuará a iluminar o Oriente Médio, diz Arcebispo iraquiano

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Cidade do Vaticano (RV) - Embora a presença de terroristas continue a afetar a vida de muitas comunidades cristãs no Oriente Médio, o Arcebispo exilado caldeu de Mosul (norte do Iraque), Dom Amel Shamon Nona, afirmou estar otimista em relação ao futuro da região. Em um debate ocorrido em Nova Iorque nesta semana, durante a sétima edição do New York Encounter, o prelado destacou que, mesmo diante dos conflitos existentes, é possível encontrar cristãos com “maravilhosos exemplos de vida”.

"Para nós, a fé cristã é a plenitude de nossa humanidade. Eu vi um monte de maldade, destruição, ódio. Mas também vejo maravilhosos exemplos de vida, de pessoas que estão prontas a dar a vida, mas não a abandonar o seu povo, a sua fé, o seu Jesus. Elas são capazes de dar. E isso me diz que eu não sei como o Oriente Médio será, eu não tenho ideia. Ninguém sabe. Mas há um futuro e vamos ser parte deste futuro. A comunidade cristã permanecerá e será a luz que vai continuar a iluminar o Oriente Médio na Terra Santa", declarou.

Dom Nona ressaltou ainda a importância de enfrentar as dificuldades diárias da vida. “Sempre estamos em dificuldades – relatou o prelado -, mas é muito importante que sejamos livres para vivermos nossa fé”.

Ele classificou como "ato de coragem" a participação de cidadãos sitiados de Mosul nas celebrações eucarísticas dominicais. Segundo ele, muitos compareciam à missa sem saber se retornariam para casa. “Mas, todo domingo, a Igreja estava cheia de cristãos e eles estavam felizes. Eu acho que a mais importante coisa que vocês podem fazer aqui, no Ocidente, é ser feliz na vida. Todos vocês têm razão para serem felizes. Mas a razão mais importante é que vocês tenham a fé cristã”, afirmou.

Promovido por um grupo leigo de católicos, o New York Encounter é um evento anual que ocorre em Nova Iorque e conta com a realização de painéis de discussão, apresentações artísticas e exposições. (PS)

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Jubileu na Nigéria: bispos recordam que todos precisam da misericórdia

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Abuja (RV) - Jubileu na Nigéria. Os bispos da província eclesiástica do Ibadan, sudoeste do país africano, lançaram um convite aos fiéis ao término de sua primeira reunião plenária do ano, realizada em Oke-Ado nos dias 18 e 19 do corrente.

Um convite a buscar a misericórdia de Deus com a  penitência, o Sacramento da Reconciliação e a prática de obras de misericórdia corporal e espiritual, a começar pelo perdão recíproco.

ABC do Jubileu

“Todos devemos nos empenhar naquilo que é o ABC deste Jubileu: pedir a misericórdia de Deus, ser misericordiosos e comunicar a Sua misericórdia”, escrevem os prelados ressaltando que “a injustiça, a violência e o derramamento de sangue que hoje afligem a sociedade nigeriana são uma clara indicação de que todos precisam desta misericórdia”.

Permanecer vigilantes no combate ao Boko Aram

Difundido ao término da referida plenária e tendo como título “Recordai as promessas ao Senhor” (Is 62), o documento evidencia as preocupações dos bispos da província com as atuais emergências que ameaçam a paz e a unidade do país: dos terroristas de Boko Aram à corrupção galopante e a crise econômica que assola o país.

No que tange ao primeiro ponto, os bispos nigerianos elogiam os recentes sucessos militares que permitiram reduzir os ferozes ataques dos guerrilheiros islâmicos e o retorno de uma parte dos deslocados, e exortam o governo a manter alta a vigilância nas áreas mais ameaçadas, a fim de evitar o retorno dos dias piores da insurreição.

Enaltecimento do combate à corrupção e preocupação com a crise econômica

Também no âmbito do combate à corrupção o comunicado elogia as medidas adotadas pelo governo do novo Presidente Muhammadu Buhari para contrastar o fenômeno, convidando, porém, a não ceder à tentação do justicialismo. “Todos os direitos da pessoas acusadas de corrupção devem ser respeitados”, lê-se no documento.

Quanto à atual conjuntura negativa da economia nigeriana – consequência da drástica redução do preço do petróleo no último ano –, os prelados se dizem preocupados com suas repercussões sociais e exortam os líderes políticos a políticas salariais considerando os efeitos da crise.

Atenção dos bispos à promoção da vida e da família

A família, a educação e o diálogo inter-religioso foram outros temas importantes abordados durante a reunião plenária. Os bispos decidiram preparar um programa especial de catequeses por uma compreensão aprofundada dos ensinamentos da Igreja no que tange à família, ao matrimônio e à vida humana.

O comunicado final exorta o clero, os religiosos e os fiéis a apoiar ativamente o programa, que, afirmam, “quer animar e enriquecer a nossa fé e as nossas famílias”.

Satisfação pelas boas relações inter-religiosos no Ibadan

Os bispos expressam preocupação com a situação crítica da escola na província, reiterando a determinação da Igreja a continuar seu compromisso por uma educação integral aberta a todos, apesar dos escassos recursos disponíveis.

Por fim, os bispos expressam satisfação pelas boas relações inter-religiosas no Ibadan, encorajando todos os esforços nesse sentido. “Este compromisso e o apoio prudente dos nossos líderes religiosos, políticos e de todas as pessoas de boa vontade, consolidará um longo período de convivência pacífica em nosso país”, afirmam os bispos nigerianos. (RL)

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Síria e Líbano: Festival de Órgão da Terra Santa

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Damasco (RV) - Tem início em Damasco, na Síria, no próximo domingo (24/01), a primeira edição do “Festival de Órgão da Terra Santa”. 

Segundo a Custódia da Terra Santa, trata-se de uma maneira de testemunhar a presença das comunidades cristãs no Oriente Médio no campo da música e da cultura, e uma ocasião para promover a manutenção dos órgãos que servem sobretudo para a liturgia.

Esta primeira edição conta com o apoio do Instituto Francês do Líbano, do Instituto italiano de Cultura de Beirute, da Fundação March-Henry Mainguy e do Mosteiro franciscano da Terra Santa nos Estados Unidos.

O evento contará com a participação do organista sírio Aghiad Mansour, acompanhado de uma soprano e um violinista, e será feito na Igreja de Santo Antônio, em Damasco. 

Na quarta-feira, 27, haverá outro concerto, nessa mesma igreja, que contará com o Coro da Câmara do Conservatório de Damasco, dirigido pelo mestre Missak Baghboudarian.
 
Depois o festival segue para o Líbano, com o nome “Sol: semana organista libanesa” onde haverá cinco concertos de 31 de janeiro a 7 de fevereiro. 

Os concertos serão feitos na igreja maronita de Nossa Senhora de Louaize em Zouk Mosbeh, no mosteiro carmelita de Santo Elias, em Maayssra, na basílica da Medalha Milagrosa, em Beirute, na capela do Colégio do Sagrado Coração, em Beirute, e na Igreja Evangélica Nacional, em Beirute.

No programa se destacam os concertos do organista e compositor libanês Naji Hakim e dos organistas Simone Vebber, Daniel Matrone e Jean-Paul Lécot. 

A entrada é livre. (MJ)

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Entrevistas



Cantora Ziza Fernandes conta sua experiência em Audiência Geral

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Cidade do Vaticano (RV) - O desejo de participar de uma Audiência Geral atrai anualmente fiéis de todo o mundo ao Vaticano. Quando se está diante do Papa para ouvir sua catequese, a experiência desse momento de fé pode ser algo marcante na vida das pessoas. 

Conhecida no meio católico brasileiro, a cantora Ziza Fernandes vivenciou esse momento reservado na Audiência Pública da última quarta-feira (20/1). Juntamente com outros milhares de peregrinos presentes na Sala Paulo VI, Ziza ouviu atentamente as palavras do Santo Padre, que reforçou a missão dos cristãos: “transmitir aos outros a misericórdia que recebemos de Deus”.

Em visita à Rádio Vaticano nessa quinta-feira (21/1), Ziza testemunhou esta ocasião especial e, completamente convicta, afirmou que o “Papa Francisco tem a graça da misericórdia que o acompanha”.

Sobre a sua experiência, ela disse que se sentou ao lado de um casal de ingleses. A mulher, contou Ziza, era católica e enfrentava uma doença terrível: o câncer. Já o seu esposo, evangélico, pisava pela primeira vez na Igreja Católica.

Após esse encontro inter-religioso, Ziza não teve mais dúvidas em admitir: “Este é o Ano da Misericórdia”. No fim da Audiência com o Papa Francisco, ela olhou para o casal e notou as lágrimas escorrendo pelos seus rostos. “Para mim, foi interessante ver alguém que não era católico, nunca foi à Igreja Católica, ouvir o Papa pela primeira vez e olhar para a sua esposa; os dois estavam aos prantos”. (PS/SP)

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Formação



Açailândia: Um povo que respira poeira de ferro

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Cidade do Vaticano (RV) – O programa Brasileiro dedica uma série de aprofundamentos, a partir de sexta-feira (22/01) à realidade do município de Açailândia, na divisa entre Maranhão e Pará. O nosso hóspede é Padre Dario Bossi, um missionário comboniano de Pádua, no rico norte italiano, que há 8 anos convive com as comunidades vizinhas à ferrovia construída pelo Projeto Carajás, da Vale do Rio Doce.

Um povo que respira poeira de ferro

O contraste é enorme. De um lado, a indústria de ferro gusa ligada ao projeto desenvolvimentista nacional e à inserção brasileira no mercado internacional de commodities. De outro, a comunidade e sua dinâmica local.

Na ferrovia de escala nacional, construída para escoar a produção do Projeto Carajás ao porto de São Luís – passa o maior trem de carga do mundo. Ao longo da ferrovia, vivem 100 pequenas comunidades. Resultado: uma média recente estima que duas pessoas são atropeladas e mortas pelo trem da Estrada de Ferro Carajás a cada três meses. 

Ouça aqui.  

(CM)

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A Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço dedicado a melhor conhecer as diferentes Comissões Episcopais que compõe a CNBB, vamos tratar, no nosso programa de hoje, da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato. 

A Comissão para o Laicato é uma dentre as 12 Comissões Episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Seu trabalho é direcionada aos cristãos leigos e leigas, para que vivam o cristianismo não somente no ambiente da Igreja, mas também nos diversos ambientes onde vivem, fora de suas portas. Mas quem melhor nos explica o que é esta Comissão e quais seus objetivos, é o seu Presidente, Dom Severino Clasen, Bispo de Caçador (SC):

“A nossa Comissão do Laicato é composta pelo Presidente, mais três Bispos: o Giovanne (Dom Giovanne Pereira de Melo), nós temos o Pedro Conti (Dom Pedro José Conti) e o Remídio (Dom Remídio José Bohn), lá do Rio Grande do Sul. E esta comissão tem também uma equipe de leigos, tipo assim, como grupos de reflexão. Uma equipe de leigos, cristãos leigos, homens e mulheres, homens casados, também tem mulheres casadas, solteiros, que ajudam a refletir o laicato, a teologia do laicato para o Brasil. E aí nós produzimos então documentos, textos de reflexão, de conscientização, para que os cristãos de fato sejam cristãos na Igreja e na sociedade. Então, este é o grande, eu diria, o grande filé da Comissão. Fazer com que os cristãos leigos sejam cristãos tanto na Igreja, nos serviços pastorais, nos movimentos, nas associações laicais e por aí vai. Como também sejam cristãos quando saírem das portas das Igrejas. Que sejam cristãos na política, no mundo profissional, na educação, na saúde, no comércio, enfim, aonde os cristãos estiverem. E por isto, então temos, um Bispo referencial em cada Regional no Brasil. Como são 18 Regionais, cada Regional também tem um Bispo, que no seu Regional deve levar esta reflexão. E para que os cristãos leigos possam viver a sua liberdade, serem sujeitos da evangelização, temos um grande desafio, que ainda não é muito bem reconhecido, tanto pela hierarquia como pelos próprios leigos, que é a questão dos Conselhos de Leigos. Que os leigos façam seus Conselhos  Diocesanos, Conselhos Paroquias, para eles de fato se organizarem como leigos, assim como nós Bispos temos a CNBB, o clero tem CNP, o CND os diáconos, o CRB os Religiosos. E os leigos? Por que os leigos que são maioria não podem se organizar? Então esta mentalidade ainda precisa ser avançada, precisa crescer, tanto na hierarquia quanto no laicato. A gente sente uma carência muito grande desta compreensão. Porque nós temos uma sociedade, a Igreja ....... em tantos momentos dentro desta manipulação, em que o clero manda e o leigo obedece. Não é questão de querer colocar agora o leigo para mandar. Mas viver, como também a hierarquia não deve está aí para mandar,  tem que conviver e estar do lado para ajudar como pai que ama e que acolhe e dá ternura. E o Ano da Misericórdia nos ensina a ter esta reflexão. Então como este ano também a Assembleia Geral da CNBB o tema central é o laicato, eu tenho muita esperança de nós darmos um passo muito firme, para que nós saibamos avançar como Igreja e também como consciência de cristãos. Acho que alí que está o grande ponto. Não adianta a gente chamar o leigo para a Igreja e depois ele vem para a Igreja e não tem nenhuma novidade para ele. Não sabemos transmitir o Evangelho, não sabemos valorizá-lo, e ele se torna um objeto. Não, o leigo não é um objeto, ele é sujeito da evangelização. Então a Comissão está tendo este grande trabalho, as reflexões que se desenvolvem no Brasil todo, para cutucar, animar os cristãos neste sentido". (JE)

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Ao longo do caminho da comunhão

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Cidade do Vaticano (RV) -  Propomos o artigo "Ao longo do caminho da comunhão", publicado no L'Osservatore Romano, que trata do diálogo entre os católicos com a Federação Luterana Mundial e os luteranos europeus. Seu autor, Matthias Türk, é Assistente para a Seção Ocidental do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

"Há pouco mais de 50 anos, em 4 de dezembro de 1965, quatro dias antes do final do Vaticano II, o Beato Papa Paulo VI celebra a Liturgia da palavra com os Observadores não católicos que haviam participado do Concílio, na Basílica São Paulo fora-dos-muros. Tratava-se do primeiro Ofício Divino celebrado como momento de oração comum na presença de um Pontífice. Em seu discurso, o Papa Paulo VI dirige-se aos observadores como "irmãos e amigos em Cristo". A eles e aos presentes, expressou a sua gratidão, afirmando: "A vossa partida gera em nós uma solicitude que não conhecíamos antes do Concílio e que agora nos entristece; gostaríamos de vê-los sempre entre nós!".

Na linha deste primeiro serviço ecumênico de um Papa, que se inscrevia dentro da grande reviravolta ecumênica da Igreja Católica iniciada com o Concílio Vaticano II, a atitude de fundo manifestada naquele momento foi reconfirmado ao longo do tempo por numerosos encontros ecumênicos: não afrouxamos mais o aperto de mão que, então, nos damos. Vale a pena recordar, sempre, que aquilo que une os cristãos é maior do que aquilo que os divide.

Um novo sinal da crescente comunhão entre católicos e luteranos foi a oração comum e o encontro entre católicos e luteranos no contexto da visita pastoral do Papa Francisco à comunidade evangélica-luterana de Roma, na tarde do domingo 15 de novembro de 2015. Francisco é o terceiro Pontífice a realizar uma visita à paróquia luterana de Roma. Em março de 2010, o Papa Bento XVI havia ali celebrado Vésperas ecumênicas e, em 1983, por ocasião do 500º aniversário de nascimento de Martinho Lutero, São João Paulo II havia visitado a Igreja de Cristo para um momento de oração comum. O Secretário Geral da Federação Luterana Mundial, Rev. Martin Junge, em um comentário divulgado em vista da comemoração da Reforma em 2017, falou da visita do Papa Francisco como um encorajamento dirigido aos fiéis católicos e luteranos para que prossigam o caminho "do conflito à comunhão", como diz o título do documento da Comissão luterano-católica para a unidade, preparado para a comemoração comum da Reforma: "Foi bonito observar que o Papa  exortava tanto os fieis católicos quanto os fieis luteranos, a considerar o serviço aos pobres como a missão mais importante. Na oração comum, Cristo, aquele se serve, se manifestará como o centro desta unidade. Esta é a promessa".

Também o Pároco da Igreja de Cristo, Jens-Martin Kruse, apreciou tal visita como fonte de encorajamento e renovado impulso para seguir no caminho em direção à unidade da Igreja. Em tal ocasião, o Papa Francisco sublinhou: "Esta é também a vocação e a missão ecumênica de católicos e luteranos e de todos os cristãos: um compromisso comum no serviço da caridade, sobretudo pelos menores e mais pobres, torna crível a nossa pertença a Cristo. De outra forma, ela permanece marcada pelas divisões e pelos conflitos entre as Igrejas e entre os fieis".

Numerosos delegados ecumênicos tomaram parte também às consultas da 14a Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, realizada no Vaticano em outubro passado sobre o tema "Vocação e missão da família na Igreja". Cinquenta anos de diálogo entre luteranos e católicos e de testemunho comum deveriam sensibilizar ambas as tradições em fazer com que suas discussões teológicas levem em consideração as exigências das famílias. Em seu discurso como delegado ecumênico, o Bispo  de Ndanganeni Petrus Phaswana, da Igreja Evangélica Luterana da África do Sul e membro do Conselho diretivo da Federação Luterana Mundial, afirmou que as Igrejas deveriam apoiar as famílias na superação de suas dificuldades cotidianas. E as famílias deveriam viver sua fé junto às pessoas próximas, dando um testemunho comum por meio de uma partilha da vida espiritual e prática.

Em 2015, avançaram os preparativos para os 500° aniversário da Reforma. Neste contexto, Martin Junge convidou as Igrejas a aprofundar a questão do significado de ser libertados pela graça de Deus. Na carta enviada às comunidades evangélico-luteranas, que evidencia também a abertura ecumênica da comemoração da Reforma, Junge recorda que "na realidade, já estamos no meio do Ano da Reforma", fazendo alusão a uma série de eventos regionais e internacionais já realizados. Ele exorta as Igrejas a participar, em todo o mundo, às diversas iniciativas que culminarão em 2017: "Reflitam junto à outras Igrejas e parceiros sobre o que significa ser libertados pela graça de Deus e, respondendo juntos ao apelo de Jesus Cristo, levantem no mundo sinais de seu serviço e de seu amor". "Libertados pela graça de Deus" é o tema escolhido pela Federação Luterana Mundial quer para o Ano da Reforma como para sua 12ª Assembleia Plenária prevista para Namíbia, também em 2017.

Durante uma conferência realizada nos Estados Unidos sobre o tema "Do conflito à comunhão: um testemunho profético em um mundo fragmentado", Junge observou que as reflexões comuns da Comissão luterano-católica para a unidade sobre a história e sobre a teologia da Reforma do século XVI, contribuiu consideravelmente para transformar as relações entre luteranos e católicos em um testemunho comum no mundo. "Seria muito otimista pensar, que o compromisso assumido pelos fieis católicos e luteranos de deixar para trás todos os conflitos e de criar um nível mais profundo de comunhão, possa representar uma poderosa visão, esperança e promessa para pessoas que, de outra forma, experimentam somente destruição e violência?", perguntou-se Jungue, que depois sublinhou, positivamente, que o Ano da Reforma 2017 não será uma celebração triunfalista: "Uma comemoração da Reforma sem a profunda lamentação do Corpo de Cristo dividido em diversas comunidades e famílias, e sem a admissão de uma cega orientação de interesses políticos, seria um erro histórico".

No mês de janeiro deste ano, a Federação Luterana Mundial e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, com uma carta comum, convidaram as Igrejas membro luteranas e as Conferências Episcopais católicas a usar, adaptando às várias exigências regionais e locais, um texto elaborado conjuntamente como "Projeto para celebrações litúrgicas comuns no Ano da Reforma". Esta proposta de liturgia é pensada para a atual fase do caminho, do conflito à comunhão, de luteranos e católicos. Ele oferece a possibilidade quer de olhar para o passado com gratidão, como para reconhecer as próprias culpas; ao mesmo tempo, convida a voltar o olhar para o futuro, para que católicos e luteranos se comprometam em dar juntos testemunho de sua fé e a prosseguir em seu caminho comum.

A comemoração ecumênica do 500° aniversário da Reforma reflete, portanto, na sua estrutura litúrgica, os temas do agradecimento, do arrependimento, do testemunho comum e do esforço comum, assim como foram elaborados no documento "Do conflito à comunhão". Nos seus traços característicos, estas celebrações ecumênicas refletem também a realidade da vida cristã: chamados pela Palavra de Deus, os homens são enviados e dar um testemunho comum e a prestar um serviço comum.

A Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica pretendem convidar seus parceiros ecumênicos de  todo o mundo para um grande evento ecumênico que terá lugar em 31 de outubro de 2016 em Lund, na Suécia, cidade natal da Federação Luterana Mundial, colocando assim em evidência, no início da comemoração da Reforma, os resultados obtidos pelo diálogo luterano-católico. Em 2017, também o diálogo internacional entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica terá um motivo a ser festejado: poderá olhar, de fato, para os seus cinquenta anos de existência. A mensagem que luteranos e católicos desejam lançar para o Ano da Reforma é o seu empenho comum em deixar os conflitos para trás e escrever, como próximo capítulo da sua história, o de uma profunda comunhão. Em tal modo, a comemoração da Reforma pode tornar-se um novo passo audaz e profético, confirmando a vontade comum em superar definitivamente os conflitos do passado, para que as nossas mãos, as nossas mentes e os nossos corações se abram e acolham, como dom de Deus, a comunhão entre nossas tradições de fé.

Em 2015, o diálogo ecumênico a nível teológico pode dar significativos passos em frente. Depois de numerosos documentos comuns, sinal de uma convergência crescida ao longo dos últimos decênios, o diálogo teológico luterano-católico concentrou-se recentemente no tema da comunhão eclesial. Depois do acordo de fundo sobre questões pertinentes à doutrina da justificação, perguntou-se qual mais profunda comunhão entre católicos e luteranos seja necessária e profunda. No momento, baseada nos resultados já obtidos, a Comissão luterano-católica para a unidade está refletindo em como dar maior ênfase na questão da comunhão eclesial, pois nela se fundamenta a comunhão no mistério eclesial e na vida sacramental, como também a comunhão eucarística. Neste contexto, o diálogo luterano-católico a nível internacional está se ocupando do tema daquilo que, partindo do fundamento comum do batismo, já une luteranos e católicos.

A mesma temática está na ordem do dia das consultas entre o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Comunidade das Igrejas Protestantes da Europa. Também neste caso, se está trabalhando em um relatório comum. Todos estes estudos ainda requerem tempo. Todavia, eles já mostram a considerável contribuição que o diálogo luterano-católico está levando à questão da unidade da Igreja.

Também o diálogo nacional luterano-católico na Finlândia está se dedicando a este tema, tratando a questão da comunhão eclesial no contexto mais específico da comunhão sacramental da Igreja e da compreensão sacramental do ministério do bispo, do sacerdote e do diácono. A natureza decididamente positiva das relações entre a Igreja Católica e a Comunidade Evangélica-luterana da Finlândia, encontra expressão também na peregrinação ecumênica realizada anualmente a Roma por uma delegação finlandesa por ocasião da Festa de Santo Henrique, Padroeiro da Finlândia, tradição esta, que em 2015, viu seu 30° ano de existência.

Nos Estados Unidos, a Conferência Episcopal Católica e a Comunidade Eclesial evangélico-luterana da América publicaram, em 30 de outubro de 2015, uma declaração comum intitulada "Declaration on the Way: Church, Ministry and Eucharist" em vista do 50° aniversário do diálogo nacional e internacional das duas Igrejas. O documento pretende dar um impulso ao prosseguimento do caminho comum para a plena e visível unidade. Ele contém os consensos aos quais luteranos e católicos chegaram até o momento, apresentando 32 "declarações de acordo" sobre questões que não são mais fontes de divisões. O texto oferece possíveis percursos para o trabalho futuro. Ao mesmo tempo, os parceiros estadunidenses convidaram o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Federação Luterana Mundial para iniciarem um processo de reflexão sobre as divergências que permanecem.  A "Declaration on the Way: Church, Ministry and Eucharist" deseja ser uma resposta à proposta feita pelo Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, de produzir, após a declaração comum sobre a doutrina da justificação de 1990, uma declaração comum sobre Igreja, ministério e Eucaristia, dado que tais conteúdos não podem ser tratados separadamente no diálogo teológico-ecumênico. De tal modo, será possível discutir as falsas expectativas que auspiciam uma comunhão eucarística sem antes um necessário consenso sobre Igreja e sobre ministério.

O grupo de trabalho internacional luterano-católico "Grupo de Farfa Sabina", entregou ao Papa Francisco no ano passado uma cópia em língua inglesa de seu relatório Communion of Churches and Petrine Ministry. Lutheran-Caholic Convergences. As amplas convergências se referem, em particular, à teologia de comunhão e à eclesiologia como fundamentos para uma interpretação comum do ministério petrino na Igreja.

Sobre o tema da Reforma de um ponto de vista ecumênico manifestou-se também o grupo de trabalho ecumênico de teólogos católicos e protestantes da Alemanha. A este propósito, já em 2014 havia sido publicado o livro intitulado Reforma 1517-2017, no qual eram apresentados de maneira conjunta os desenrolar histórico da Reforma.

Até agora, no esforço feito na promoção da unidade dos cristãos, havia prevalecido uma linha que buscava, antes de tudo, esclarecer os pontos controversos, para poder, enfim, compartilhar aquilo que nos é comum. Diferente é a linha que se está seguindo agora, sempre caminho nos ambiente ecumênicos e que é seguida pelo próprio Papa Francisco. Esta consiste em evidenciar, em primeiro lugar, aquilo que nos une para depois tratar, em um clima de respeito fraterno, os temas controvertidos. O resultado surpreendente desta mudança de perspectiva é que precisamente as diferenças existentes na doutrina se revelam frequentemente como um necessário corretivo e como um enriquecimento das respectivas posições e não exclusivamente como erros ou heresias. Compreender os legítimos objetivos da Reforma do século XVI de maneira positiva, como importante enriquecimento da teologia e como renovação da vida da Igreja no sentido de uma ecclesia semper reformanda, constitui um dos aspectos centrais do texto "Do conflito à comunhão. Comemoração luterano-católica comum da Reforma no ano de 2017". Um precedente resultado que exemplifica esta linha foi já citado na declaração comum sobre a doutrina da justificação, assinada em 1999 pela Igreja Católica e pela Federação Luterana Mundial. Neste espírito, católicos e luteranos podem seguir juntos rumo ao Ano da Reforma de 2017, em uma sempre mais profunda comunhão ecumênica. (JE)

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Artigo: Combate à indiferença

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Belo Horizonte (RV) – A indiferença é incontestável ameaça à paz e, por isso, o Papa Francisco faz o convite-convocação: "Vence a indiferença e conquista a paz". Essa interpelação, tema do Dia Mundial da Paz 2016, diz respeito a todos os cidadãos. Exige redobrada atenção por parte dos diferentes segmentos da sociedade. Não se trata de um movimento simples e qualquer, mas da capacidade para o diálogo, que vai além de simples conversa e está distante dos conchavos interesseiros. Trata-se de caminho para nova cultura.

A indiferença é espessa camada a ser removida, com muito esforço, para dar lugar à fluidez da escuta e sensibilidade que fazem nascer no coração humano a competência para eleger, em todas as circunstâncias, o outro como prioridade. Por isso, se equivocam dirigentes, governantes e todos os que escolhem, decidem e operam na contramão do diálogo. Os prejuízos são enormes e facilmente constatáveis: a vergonhosa exclusão social, a perpetuação dos esquemas de corrupção e a manipulação do que é bem comum em benefício de interesses particulares. O resultado é uma terrível mediocridade na atuação de dirigentes e governos, sem lucidez para encontrar soluções e saídas. Consequentemente, a paz segue ameaçada.

É óbvio concluir que a falta de diálogo provocada pela indiferença é um problema grave. Trata-se de carência comum a vários ambientes – parlamentos, muitas vezes cenários de poucos e ineficazes entendimentos; diversos ambientes de trabalho e famílias. A falta do diálogo, alimentada e alimentadora da indiferença, tudo envenena. A indiferença comprova a carência de sabedoria na condução da vida. É sinal da perda de rumo e da incompetência que impede exercícios responsáveis e inventivos na atuação profissional e cidadã.

Situações desoladoras resultam desse verdadeiro veneno: os desperdícios, a perda de oportunidades para avanços e progressos, o recrudescimento de grupos, a disputa entre pessoas, famílias, nações. Ninguém fica isento de pagar um alto preço, que inclui o aumento da violência. Ela nasce também das revoltas e da dor da indiferença sofrida pelos mais pobres, por quem não tem voz e vez. E não adiantam esquemas de segurança, isolamentos que desenham segregações, ou portas fechadas para tratar em mesas restritas os assuntos que dizem respeito ao interesse do bem comum.

Nesse contexto, a vida de todos, indistintamente, é temperada pelos espectros de incertezas e desconfianças que descompassam corações, inteligências e vivências. Não há, assim, outro caminho, senão acolher, efetiva e urgentemente, a convocação de investir na superação da indiferença, particularmente pela prática sincera e permanente do diálogo, compreendido como escuta prioritária do outro, antes de qualquer juízo e decisão. Isso envolve a conduta pessoal e também transformações nas dinâmicas institucionais. É mudança cultural capaz de introduzir uma novidade na esfera de entendimentos e de deixar aparecer a luz da sabedoria, que permite encontrar saídas para as crises.  Uma luminosidade apropriada para oferecer respostas aos muitos questionamentos, soluções para problemas e dar nova configuração aos cenários sociais, políticos e culturais.

 

Vale acolher a instigante convocação feita pelo Papa Francisco, "Vence a indiferença e conquista a paz", que se torna ainda mais forte pela exemplaridade de suas atitudes – em permanente diálogo com todas as pessoas, com a cultura contemporânea – e também por sua simplicidade cativante. Acolher essa convocação significa admitir que a indiferença globalizada é um inimigo comum a ser combatido e vencido com urgência. Esse embate inclui indispensavelmente o empenho pessoal de todos. Raciocínio lógico e simples é considerar que se cada pessoa enfrenta a indiferença e luta pela paz, alcança-se grande impacto positivo na qualidade dos relacionamentos e valiosas soluções para as crises governamentais, institucionais, familiares e de relações humanas.

Há um caminho a ser trilhado para qualificar-se como agente de combate à indiferença na sociedade: buscar aproximar-se de Deus. O Papa Francisco lembra que a indiferença em relação a Deus supera a esfera íntima e espiritual do indivíduo e traz consequências para a esfera pública e social. De modo interpelante, Francisco acrescenta que o esquecimento e a negação de Deus induzem o homem a não reconhecer qualquer norma que esteja acima de si. Isso produz crueldade e violência.  Assim, para edificar um mundo melhor, é hora de vencer a indiferença que ameaça a paz.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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Atualidades



Mogadíscio: ataque terrorista. Pelo menos 20 vítimas

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Mogadíscio (RV) - Foi capturado o líder do comando de terroristas islâmicos al Shabaab que atacou na noite desta quinta-feira (21) com vários carros-bomba a orla marítima de Mogadíscio, na Somália. O balanço é de pelo menos 20 mortos. É o terceiro ataque a hotéis e instalações turísticas realizadas recentemente na África por grupos afiliados a Al Qaeda. Ligadas, ao invés, aos milicianos do autoproclamado Estado islâmico, as vítimas desta quinta-feira no Cairo e no norte da Líbia.

Foi um novo ataque coordenado por um comando aos gritos de "Alá é grande" a semear o medo ontem à tarde, diante do mar de Mogadíscio, entre o Beach View Hotel e a praia See food, normalmente frequentados por jovens e empresários. O líder da ação, reivindicada através do rádio por extremistas islâmicos de Al Shabaab, foi capturado enquanto quatro cúmplices foram mortos.

Vítimas pelo menos dez pessoas, entre civis e seguranças das instalações onde se realizava uma festa. Os agressores agiram com carros-bomba e em seguida, dispararam descontroladamente contra as pessoas. “Uma ação bárbara”, disse o primeiro-ministro somali Abdirashid Ali Sharmarke.

É o segundo ataque em poucos meses à capital. Depois de atingido Mali, Burkina Faso, Quênia os extremistas islâmicos, de acordo com analistas internacionais, estariam intensificando suas ações segundo o modelo do EI.

E precisamente em uma área do Califado no Cairo, Egito, nesta quinta-feira morreram sete policiais e três civis. Estava em andamento a desativação de uma bomba. De acordo com o site egípcio "Hadas Al Aan", os terroristas do bairro de Giza pertencem ao grupo "Ansar Beit al-Maqdes", a formação ativa no norte do Sinai e que se afiliou ao EI em novembro passado.

Milicianos em ação também no norte e no leste da Líbia: atacados os campos de petróleo de Ras Lanuf e o redor da cidade de Derna. Os assaltos deram motivo ao enviado da ONU para a Líbia, Martin Kobler, para exortar as facções relutantes a formar uma frente comum contra os terroristas e a apoiar o nascente governo de unidade nacional. (SP)

 

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