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Sumario del 23/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: encontrar novas maneiras para anunciar a Misericórdia de Deus

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Cebu (RV) - “Encontrar novas maneiras para anunciar a todos o milagre da Misericórdia de Deus.” Esta é a exortação do Papa Francisco aos bispos filipinos que estão reunidos na 112º assembleia plenária que teve início nesta sexta-feira (22/01), em Cebu, e prossegue até o próximo domingo (24/01). 

A carta, assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, foi lida pelo Núncio Apostólico nas Filipinas, Dom Giuseppe Pinto, durante a missa de abertura por ele presidida junto com o Presidente da Conferência Episcopal das Filipinas, Dom Socrates Villegas.

Na mensagem, o Santo Padre volta a sublinhar que a tarefa prioritária da Igreja é anunciar “o amor duradouro de Deus” a todos os homens, e manifesta o desejo de que o Jubileu da Misericórdia seja realmente uma ocasião “para fixar um olhar ainda mais atento sobre a misericórdia a fim de que possa se tornar um sinal mais eloquente da ação do Pai em nossas vidas”.

Dentre os vários temas abordados pelos bispos se encontra o das próximas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio próximo. 
Outro tema é o 51° Congresso Eucarístico Internacional que se abre neste domingo (24/01), em Cebu, com mais de 10 mil participantes provenientes de 57 nações do mundo, e com a presença de 20 cardeais e 50 bispos asiáticos. 

O tema escolhido para o congresso é “Cristo em vós, esperança da glória”, extraído da Carta de São Paulo aos Colossenses. O tema sublinha como a tensão escatológica ínsita na Eucaristia oferece um impulso no caminho histórico dos cristãos, colocando a semente da esperança no compromisso de evangelizar cada pessoa no mundo de hoje. 

Dentro do tema da esperança será recuperado também o anúncio do dom de Deus aos jovens, cuja Ásia é riquíssima, e o compromisso em favor dos pobres do continente. (MJ)

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Igreja no Brasil



Campanha da Fraternidade 2016: subsídios e roteiros

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Brasília (RV) – A Campanha da Fraternidade deste ano será Ecumênica e tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24).

Diferentes subsídios, para crianças, jovens e adultos, foram produzidos pela comissão organizadora da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo manual é dividido em temáticas. Além da oração, hino, apresentação e texto-base, são propostos onze encontros, com abordagens específicas, de acordo com os diferentes públicos.

Em vista da Campanha da Fraternidade, a CNBB publicou subsídios e roteiros para Círculos Bíblicos, Encontros Catequéticos para crianças, adolescentes e para jovens estudantes, como também para Famílias, além de Vias-Sacras Ecumênicas, Vigílias de oração e celebração da misericórdia.

Reflexão

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 (CFE/2016) terá início na Quarta-feira de Cinzas, 10 de fevereiro, e prosseguirá até Domingo de Ramos, 20 de março.

Este ano, a Campanha da Fraternidade é realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). A proposta está em sintonia com a Encíclica do Papa Francisco, “Laudato Si”, que visa o aprofundamento, com a sociedade, de questões como o saneamento básico, a fim de garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida aos cidadãos.

Lançamento

A (CFE/2016) será oficialmente lançada no dia 10 de fevereiro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. Haverá transmissão, ao vivo, pelas emissoras de inspiração católica e pela Rede Católica de Rádio (RCR). (MT/CNBB)

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Igreja na América Latina



Celam promove encontro sobre Igreja em saída

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Bogotá (RV) - “Uma Igreja em saída, pobre e para os pobres.” Este é o tema do encontro que se realizará em Bogotá, na Colômbia, de 25 a 29 deste mês, promovido pelo Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), por ocasião do Jubileu da Misericórdia. 

O objetivo do seminário é encorajar a pastoral social dos vários países latino-americanos e caribenhos, e responder ao desafio de ser uma Igreja capaz de mostrar o rosto misericordioso de Deus e a alegria do Evangelho, contribuindo para o nascimento de uma nova sociedade mais justa, solidária, pacífica e ecológica. 

“O Papa Francisco nos convidou a promover no continente uma nova fase de evangelização, com um estilo inédito graças ao qual os discípulos missionários anunciam a Boa Nova não somente com palavras, mas sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus”, destaca a nota do organismo. 

Um convite a ser uma “Igreja samaritana, capaz de abrir o coração aos que vivem nas desesperadas periferias existenciais, criadas muitas vezes pelo mundo moderno de forma dramática”, como escreve o Papa Francisco na Bula de convocação do Ano Santo, “Misericordiae Vultus”. “Uma Igreja onde os pobres sejam os destinatários privilegiados do Evangelho”, conclui a nota. (MJ)

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Igreja no Mundo



Dia Mundial da Religião: diálogo, tolerância, liberdade

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Campos (RV) – Acabamos de celebrar (21/01) o “Dia Mundial da Religião”, instituído em 1949 pela “Assembleia Espiritual Nacional”, entidade integrada por membros da Confissão Fé Bahá'í, que surgiu na Pérsia, em 1844, e por outros credos.

A finalidade desta iniciativa é promover o diálogo e a união entre as diversas crenças no mundo e defender a tolerância e a liberdade religiosa.

Segundo Dom Roberto Ferrería Paz, Bispo de Campos (RJ), “é importante resgatar esta iniciativa, pois, vem a valorizar o sentido  e profundo significado da religião para a humanidade” como também “a necessidade de respeitar a pluralidade de caminhos espirituais, que buscam a transcendência”.

“Não haverá paz no mundo – diz o Bispo - se as religiões não dialogarem, compartilhando suas tradições, promovendo juntas a defesa da vida, da integridade do planeta, a justiça social, inclusão dos pobres e os direitos humanos, sem esquecer, mas dando prioridade, ao próprio direito de cultuar a Deus segundo a sua identidade confessional”.

“Ainda se torna essencial reconhecer o contributo da religião para a educação humana, sendo que a pessoa exige o desenvolvimento da sua espiritualidade e da sua dimensão religiosa, como respiração da sua alma”.

“A vivência religiosa tampouco pode ser confinada ao âmbito privado ou da intimidade, - afirma Dom Roberto - uma vez que ela tem claramente uma função pública e comunitária. Quando se pensa que o ensino religioso ofende a laicidade do Estado, estamos a tolher e recortar no cidadão uma fonte de inspiração, princípios e valores, que não só pauta seu comportamento, mas dá as razões últimas à sua existência, possibilitando a esperança, a harmonia e a convivência social”.

“Podemos edificar a sociedade humana sem Deus, mas será menos humana e mais violenta, - afirmou -. A religião é a luz e a fonte dos valores morais, dos costumes familiares, da solidariedade humana, do respeito ao bem comum, o sustento da lei e da ordem justa. A vitalidade e a coesão de uma cultura está cimentada organicamente na religião, como afirma o documento de Puebla, que constitui a sua alma”.

O Bispo de Campos concluiu sua reflexão perguntando: “O que seria uma cidade sem templos e igrejas, sem fé e oração, sem espiritualidade e devoção, apenas um lugar, ou lugar nenhum? Que o Deus da revelação e da misericórdia nos atraia e nos impulsione a buscá-lo e adorá-lo com amor e liberdade!” (MT/ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, Bispo de Campos, RJ)

 

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Dacar: Jubileu do Concílio Vaticano II

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Dacar (RV) - Intelectuais e religiosos africanos se encontrarão, em Dacar, no Senegal, de 26 a 28 deste mês, para celebrar o “Jubileu do Concílio Vaticano II”, há cinquenta anos de seu encerramento, em 1965. 

O encontro será aberto pelo Arcebispo emérito de Dacar, Cardeal Théodore Adrien Sarr, e pelo Secretário do Pontifício Conselho para a Cultura, Mons. Barthélémy Adoukounou, e se concentrará no diálogo inter-religioso e nos desafios contemporâneos. 

O congresso é promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura e pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), pela Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (Cerao) e pela Comunidade africana da cultura do Senegal (Cacsen).

“Os organizadores”, informa a agência Apic, “querem reunir especialistas, cardeais, bispos, sacerdotes e leigos, intelectuais e teólogos de todas as religiões, provenientes de onze países africanos, dentre os quais Costa do Marfim e Benin”. 

Durante os trabalhos, se refletirá sobre Alioune Diop, intelectual senegalês que viveu de 1910 a 1980, e teve um papel importante na emancipação das culturas africanas, tanto que, em 1947, fundou a revista “Presença africana”, existente ainda hoje. 

Ao ouvir o anúncio da convocação do Concílio Vaticano II, feita pelo Papa São João XXIII, Diop tomou a iniciativa de fazer uma consulta ampla entre todos os intelectuais africanos, leigos e sacerdotes para elaborar reflexões a fim de apresentá-las ao Concílio como contribuição do gênio africano. (MJ)

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Formação



Reflexão Dominical: o Mestre na Sinagoga: início dos novos tempos!

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Cidade do Vaticano (RV) - O Livro de Neemias nos dá um relato do que poderíamos chamar a “primeira celebração da Palavra”. Ela foi realizada quando se percebeu a desordem que havia no meio do povo, onde cada um fazia o que desejava. Por ignorância, não se praticava a Lei e o caos imperava.

Esdras, doutor da Lei mosaica, foi enviado por Artaxerxes, rei persa, a Jerusalém, para colocar ordem na cidade.

Ele preparou o povo e esperou o primeiro dia do novo ano para fazer uma solene celebração litúrgica, com todas as pessoas capazes de compreender.

Os convocados compareceram, com absoluta boa vontade e sabiam que a solenidade duraria muitas horas, e na verdade era o Senhor quem os convocava.

Esdras, consciente de que o momento era emblemático, usou de sua sensibilidade para demonstrar ao povo a grandeza do momento: mandou erguer um estrado de madeira, em um lugar visível a todos, e nele criou  um ponto elevado para ser o local da  tribuna, onde seria proclamada a Lei do Senhor. Era necessário que todos o vissem e ouvissem quando fosse abrir o livro e fazer sua leitura.

Quando isso aconteceu, o povo todo ficou de pé e o ouvia com atenção. Esdras explicava seu sentido para que o povo pudesse compreender a leitura. Ao final da proclamação o povo disse “Amém! Amém! e se prostrou por terra. Era o Senhor que falava através de Esdras e a prostração foi o sinal de que todos estavam conscientes disso. 

O povo, conhecedor de suas próprias falhas, chorava, contudo Esdras chamava-lhes a atenção para o aspecto da amizade de Deus; ela é mais importante que tudo, daí não chorar, mas festejar. Mais ainda, a alegria do Senhor é e será a força do povo. Por outro lado, sentir-se pecador, deve ser celebrado com alegria, pois ter essa consciência é um dom de Deus!

São Lucas, logo no início de seu Evangelho, escreveu: “...história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles ministros da palavra”. O evangelista nos diz que o que vai narrar não é uma fábula, mas aconteceu realmente e nos foi transmitido pelos servidores de Jesus Cristo, o personagem central de seus relatos.

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia. Jesus abriu o rolo que continha os escritos que falavam sobre sua vinda, mas indecifráveis até então. Escolheu o texto do profeta Isaías que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim e...enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres”. Ao enrolar o volume e entregá-lo ao assistente, Jesus diz, com esse gesto, que todos os escritos do Antigo Testamento acabaram, naquele instante, de cumprir sua missão: conduzir as pessoas até ele. Por isso podem ser enrolados e guardados.

Nesse exato momento, todos os olhos estão voltados para ele. Todos desejam ouvir o que o Mestre irá dizer. Começaram os novos tempos!

Se hoje continuamos a ler textos do Antigo Testamento, os lemos antes dos do Novo, pois eles são indispensáveis para nossa preparação à acolhida de Jesus Cristo.

A partir da homilia de Jesus, após as leituras bíblicas, sabemos que ela deverá estar dentro da realidade das pessoas e sempre ser mensagem de alegria, de esperança em Deus. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o III Domingo do Tempo Comum)

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Em Cristo a Palavra se cumpre

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Rio de Janeiro (RV) - Neste ano “C” iremos ouvir aos domingos, principalmente, o Evangelho de Lucas. E ele começa a ser proclamado neste Terceiro Domingo do Tempo Comum. Por isso, neste domingo nos é apresentado o início da obra de Lucas. Aí se tem uma dedicatória e uma apresentação da obra a um certo “Teófilo”. E Lucas afirma expressamente que, “após um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti... Deste modo poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste”. Estas palavras nos revelam a seriedade do testemunho dos evangelhos. Não são fábulas, não são delírios! São, isto sim, um testemunho de fé! Testemunho de quem crê, de quem tem razões para crer e quer fazer com que outros creiam e creiam com razão profunda.
    
Esta perícope nos apresenta Jesus na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção”. Há quinze dias meditávamos sobre esse mistério: o Pai, o Senhor, ungiu Jesus com o Espírito Santo como Messias de Israel. Isso foi no batismo às margens do rio Jordão. “Consagrou-me com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”. Naquele domingo falávamos sobre mais uma manifestação do Senhor: a proclamação da sua missão: o Messias: acolher, consolar, perdoar, libertar, fazer viver. 
    
Durante os dias da trezena de São Sebastião refletimos também essa versão de Isaías acolhida por Jesus do ano santo: ano da graça do Senhor. O Senhor é a grande boa nova que vem para trazer vida para todos, vem proclamar a libertação, a cura, a salvação gratuita. Eis a inserção desse texto com a grande novidade do Ano da Misericórdia!

Mas, para que experimentemos essa alegria é necessário que acolhamos esta notícia! Por isso é importante que nós mesmos descubramos que somos pobres, carentes, limitados, pequenos, pecadores necessitados de misericórdia. Quando descobrimos isso, quando vemos que o mundo é assim, então experimentamos também que, em Jesus, Deus veio a nós, Deus deu-se a nós, Deus estendeu-nos as mãos, abriu-nos os braços e aconchegou-nos no coração. Experimentados o amor misericordioso do Senhor.
    
Os atos e as palavras de Jesus são Boa Nova, Boa Notícia, ou, em grego, Evangelho! E a Boa Nova é precisamente esta: Deus nos ama, está conosco em Jesus; veio para ficar, para permanecer para sempre na nossa vida e no coração do mundo! Este Jesus permanece conosco na potência sempre presente e atuante do seu Espírito Santo, presente de modo potente e soberano na Igreja que Jesus fundou. Já no domingo passado, vimos que a Igreja é a Esposa do Cristo, cheia do vinho abundante do Espírito Santo, que nela suscitava tantos dons, tantos carismas, tantos ministérios, tanta vida. Pois bem, a segunda leitura (1Cor 12) da missa deste domingo insiste nesta ideia e aprofunda-a ainda mais. A unidade na diversidade é o que ressalta da carta de Paulo: “como o corpo é um, embora tenha muitos membros...”. Somos introduzidos também à escuta de uma palavra abundante, que foi acolhida durante uma manhã inteira, e que tocou o coração do povo (Neemias 8): “Amém, Amém” respondeu o povo que “chorava ao ouvir as palavras da Lei”.
    
Diz Santo Agostinho: “Devemos ouvir o Evangelho como se o Senhor estivesse presente e nos falasse. Não devemos dizer: “Felizes aqueles que puderam vê-Lo”. Porque muitos dos que O viram crucificaram-no; e muitos dos que não O viram creram Nele. As mesmas palavras que saíam da boca do Senhor foram escritas, guardadas e conservadas para nós”.
    
Lemos no começo do Evangelho deste domingo: “Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra. Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo”. 
    
Só se ama o que se conhece! Por isso, deveríamos reservar todos os dias alguns minutos para lermos e meditarmos o Evangelho, e assim chegar espontaneamente a um conhecimento profundo e à contemplação de Jesus Cristo. É a “Lectio Divina” ou leitura orante da Bíblia. É o pedido constante do Papa Francisco para levarmos no bolso um exemplar do Evangelho para lermos sempre. Seria muito difícil amar a Cristo, conhecê-Lo de verdade, se não se escutasse frequentemente a Palavra de Deus; se não se lesse o Evangelho com atenção, todos os dias.
    
Iniciamos a leitura de Lucas com esse contexto de proclamação da Palavra abundantemente e o grande anúncio da Boa Notícia, que deve nos levar a viver a diversidade na unidade. Caminhemos confiantes neste ano do Jubileu da Misericórdia fazendo experiência do amor gratuito do Senhor por nós. Por isso, faço o convite a todos a aprofundarem na fé, através da leitura da Sagrada Escritura (lectio divina), no estudo da História da Igreja e do Catecismo da Igreja Católica. Que Deus assim abençoe a todos em sua vida, sua caminhada de comunidade, em seus estudos e, consequentemente, no anúncio com a palavra e a vida através do testemunho misericordioso. Assim possamos concluir também nós com Cristo: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
    

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Atualidades



Editorial: Uma esperança a ser vivida

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Cidade do Vaticano (RV) – Migrantes lançados ao mar, represálias na cidade alemã de Colônia contra os estrangeiros, o pesadelo da xenofobia que renasce. A crônica das últimas semanas na Europa e no Mar Mediterrâneo nos interpela e sob o convite do Papa Francisco somos chamados a vencer o grande medo da atualidade e responder aos desafios com o Evangelho da Misericórdia.

No último domingo, 17 de janeiro, celebramos o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado e, por ocasião do Ano da Misericórdia, o Jubileu dos Migrantes. Talvez esse dia tenha passado despercebido ou pouco aprofundado na sua real importância. Mas o Papa Francisco, que segue de perto a sorte de nossos irmãos deserdados já no último 12 de setembro havia divulgado uma mensagem com o tema “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da misericórdia”.

A mensagem de Francisco toca o coração e captura a atenção evidenciando a realidade de um exercito de pessoas, migrantes e refugiados, disperso por todo o mundo. Trata-se de uma realidade que diz respeito a 60 milhões de pessoas: são pessoas refugiadas ou forçadas a migrar, seja dentro, seja fora de seu país ou ainda pessoas que escolhem, por várias razões, de se deslocarem de um país para outro.

O Papa nos faz ver que essa realidade não é uma realidade do passado, ou somente de algumas regiões do mundo, mas faz parte do nosso mundo atual, ao nosso redor. Não podemos ser cidadãos deste mundo, desta terra sem fazer as contas com o fato de que milhões de pessoas estão em movimento contra a sua vontade.

Como responder a tudo isso? Francisco dá uma resposta forte: somo todos irmãos e irmãs. Qualquer um que queira dizer “eu sou eu, eu e a minha família estamos aqui e vocês são migrantes e refugiados”, erra. O Santo Padre nos diz que somos todos uma família, somos todos filhos de Deus. Neste Ano da Misericórdia devemos colocar isso em prática.

Creio que este sentimento colocou em movimento no último domingo uma iniciativa italiana; mais de 27 mil paróquias se uniram com Roma para participar pessoal ou idealmente de uma manifestação na Praça São Pedro, antes e após a oração do Angelus, com mais de 5 mil pessoas entre migrantes e refugiados.

E na sua alocução Francisco saudou os presentes, recordando que cada um traz consigo uma história, uma cultura, valores preciosos, e frequentemente infelizmente também experiências de miséria, de opressão, de medo. “A presença de vocês aqui na Praça – disse - é sinal de esperança em Deus. Não deixem que roubem de vocês a esperança e a alegria de viver, que brotam da esperança da Divina Misericórdia, também graças as pessoas que acolhem vocês e os ajudam.

O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, junto com o Jubileu foi e continua sendo uma ocasião propícia neste Ano Santo da Misericórdia, para encorajar a sensibilização sobre o fenômeno migratório e dar sinais concretos de solidariedade e atenção a tantas pessoas que vivem pelas estradas deste mundo.

Já no último dia 11 de janeiro recebendo os embaixadores acreditados junto à Santa Sé, Francisco citou de modo especial no seu discurso, os migrantes. O Papa comentou as razões que levam à fuga de milhões de pessoas: conflitos, perseguições, miséria extrema e alterações climáticas. Razões estas que são resultado da “cultura do descarte” e da “arrogância dos poderosos”, sacrificando homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo.

O tema dos migrantes e dos refugiados nos interpela. As dramáticas imagens de homens, mulheres e crianças mortas no mar testemunham “os horrores que sempre acompanham guerras e violências” e a incapacidade do homem de defender e tutelar o próprio homem.

A Igreja, como discípula de Jesus, é chamada a anunciar a liberdade aos prisioneiros das novas escravidões da sociedade moderna. Francisco deseja relacionar, de modo explícito, o fenômeno da migração com a resposta dada pelo mundo e, em particular, pela Igreja. O Papa convida o povo cristão a refletir durante este Jubileu sobre obras de misericórdia corporais e espirituais; entre elas se encontra a de “acolher os estrangeiros”. Um desafio lançado, uma esperança a ser vivida. (Silvonei José)

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Publicação do livro "História do Vaticano, das origens aos nossos dias"

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Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicado, nesta quinta-feira, em Roma, um livro intitulado “História do Vaticano: das origens aos nossos dias”, de autoria do jornalista italiano Paolo Scandaletti. 

O volume parte das raízes mais remotas da história da salvação, do Patriarca Abraão a Moisés, e percorre o longo caminho e as vicissitudes da Igreja.

Ao centro da “história do Vaticano” destacam-se as figuras dos Papas, as grandes “revoluções” dos Concílios, como o de Trento e do Vaticano II, sob um prisma que engloba a complexidade social da história, como explica o autor:

“É verdade são os Papas, como são vistos, que ocupam o centro da história, do seu período, da sociedade. Trata-se de uma história que deve ser lida a partir das vicissitudes dos homens e dos cristãos do tempo, de todos os tempos. Logo, não envolve só os Papas e a Cúria Romana, mas também os monges, os missionários, os escritores, os teólogos e até os simples fiéis”.

Em sua obra, o autor parte da sua grande experiência e dos episódios pessoais de amizade com alguns Pontífices que conheceu. Por exemplo, recorda a humanidade vigilante do Papa Albino Luciani, que depois se tornou João Paulo I:

“Um pouco antes da sua eleição, eu conversei com ele por telefone, - quando meu pai estava muito doente – e lhe disse: “Amanhã, quando celebrar a Missa, lembre-se dele, por favor”. Um mês depois, mais ou menos, Luciani se tornou Papa. Suas homilias dominicais foram publicadas no jornal de Veneza, chamado “Il Gazzettino” e, a seguir, seus escritos foram inseridos em um livro. Enfim, liguei para o Vaticano, para falar com o secretário do novo Papa, João Paulo I, e ninguém respondia. Depois, de tanto insistir, alguém respondeu. Era o próprio Papa Luciani, mas eu não tinha certeza que era ele. E me disse: “Bom dia! Como vai? E seu pai, como está?”.

Logo, podemos dizer que este volume sobre “A história do Vaticano”, foi escrito realmente por um jornalista, Paolo Scandaletti, um homem de fé, com grande visão do aspecto histórico da Igreja! (MT)

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