Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 24/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: ser cristão e missionário é a mesma coisa; libertar pobres da opressão

◊  

 

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou o oração mariana do Angelus deste domingo (24/01), com os fieis e peregrinos que se encontravam na Praça São Pedro, não obstante o frio. 
  
Na alocução que precedeu a oração, o pontífice disse que o evangelista Lucas, antes de apresentar o discurso programático de Jesus, em Nazaré, resume brevemente sua atividade evangelizadora.
 
Mestre diferente

“É uma atividade que Ele cumpre com a força do Espírito Santo: a sua palavra é original, porque revela o sentido das Escrituras; é uma palavra que tem autoridade, porque manda até mesmo nos espíritos impuros e eles obedecem. Jesus é diferente dos mestres de seu tempo. Não abriu uma escola para o estudo da Lei, mas pregava e ensinava em todo lugar: nas sinagogas, nas ruas e nas casas. Jesus é diferente também de João Batista que proclama o juízo iminente de Deus, enquanto Jesus anuncia o seu perdão de Pai."

O Papa convidou os fieis a entrarem na Sinagoga de Nazaré. “O que acontece é um fato importante que delineia a missão de Jesus. Ele se levanta para ler a Sagrada Escritura. Abre o Livro do Profeta Isaías e encontra a passagem onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres’. A seguir, depois de um momento de silêncio cheio de expectativa, diz, diante da perplexidade geral: ‘Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabaram de ouvir’”.

Cristão e missionário é a mesma coisa

“Evangelizar os pobres: esta é a missão de Jesus; esta é também a missão da Igreja, e de todo batizado na Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o Evangelho com a palavra e, primeiramente, com a vida, é a finalidade principal da comunidade cristã e de todo seu membro. Observa-se que Jesus dirige a Boa Nova a todos, sem excluir ninguém, aliás, privilegia os que estão distantes, os sofredores, os doentes, os descartados pela sociedade.”

A seguir, Francisco perguntou: O que significa evangelizar os pobres? “Significa se aproximar deles, servi-los, libertá-los de sua opressão e tudo isso no nome e com o Espírito de Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a Misericórdia de Deus, é Ele a libertação de Deus, é Ele que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. O texto de Isaías, reforçado por pequenas adaptações introduzidas por Jesus, indica que o anúncio messiânico do Reino de Deus que veio ao nosso meio, se dirige de forma preferencial aos marginalizados, prisioneiros e oprimidos.”

Evangelho, não política

“Provavelmente no tempo de Jesus estas pessoas não estavam no centro da comunidade de fé. E nos perguntamos: hoje, em nossas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos, somos fieis ao programa de Jesus? A evangelização dos pobres, levar-lhes a Boa Nova, é a prioridade? Atenção: não se trata de prestar assistência social e muito menos de atividade política. Trata-se de oferecer a força do Evangelho de Deus que converte os corações, cura novamente as feridas, transforma as relações humanas e sociais segundo a lógica do amor. Os pobres, de fato, estão no centro do Evangelho.”

O Papa Francisco concluiu sua alocução pedindo à Virgem Maria, "Mãe dos evangelizadores, para que nos ajude a sentir com vigor a fome e a sede do Evangelho que existem no mundo, especialmente no coração e na carne dos pobres. Que ela ajude cada um de nós e toda comunidade cristã a testemunhar concretamente a misericórdia, a grande misericórdia, que Cristo nos doou”.

Após a oração mariana do Angelus, o Santo Padre saudou e pediu aos peregrinos provenientes da Itália e outras partes do mundo para que rezem por ele. (MJ)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Caritas Internacional: coleta de fundos para o Sudão do Sul

◊  

Juba (RV) - A Caritas Internacional está realizando uma campanha de coleta de fundos de emergência a favor das dioceses mais atingidas pela guerra civil no Sudão do Sul.

Segundo um comunicado do organismo católico, publicado na internet, as regiões em causa são as de “Rumbek, Yei, Malakal, Juba e Tambura Yambio” e o apoio envolve mais de 35 mil pessoas.

“O objetivo é angariar cerca de 2,1 milhões de euros para garantir a subsistência dessas populações, ao longo de 2016”, lê-se na nota.
Nos últimos dois anos, mais de dois milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas para salvarem a vida.

“Centenas de aldeias foram queimadas e inúmeras pessoas mortas, e suas comunidades entregues à fome e à doença”, destaca a Caritas Internacional.
A instabilidade e violência nesse jovem país tem também destruído muitas infraestruturas, como escolas e hospitais.

Para o diretor-executivo da Caritas do Sudão do Sul, este ano vai ser decisivo para salvaguardar a vida das comunidades mais atingidas pela guerra. Queremos dar-lhes uma hipótese para reconstruírem suas vidas”, frisa Gabriel Yai.

“Nós não queremos apenas levar-lhes comida, o objetivo é dar-lhes meios para que possam produzir a sua própria comida e tenham acesso à água”, acrescenta ainda.

Este apoio será ainda assim uma gota no oceano, uma vez que as estimativas em setembro de 2015 apontavam para a existência de pelo menos “7,5 milhões de pessoas – quase dois a cada três habitantes do Sudão do Sul” – em situação de desnutrição, metade das quais em sérias dificuldades, devido à fome. Entre as quais 200 mil crianças, na Diocese de Rumbek. (MJ/Agência Ecclesia)

inizio pagina

Armênia: Fundação pontifícia apoia diretamente famílias sírias

◊  

Yerevan (RV) - A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) revela que 40 famílias sírias refugiadas na Armênia consideradas “vulneráveis e carentes” receberam “ajuda direta” que permite “acesso gratuito” a produtos alimentares e outros bens de consumo.

Num comunicado enviado à Agência Ecclesia, a AIS contextualiza que esta ajuda decorreu numa campanha desenvolvida nas festividades do Natal e do Ano Novo e insere-se no projeto ‘Melhorar a Subsistência dos Refugiados Sírios na Armênia’, implementado localmente pela Armenian Round Table Fundation (ARTF).

“Exemplo da boa cooperação entre a Igreja Apostólica Armênia e os católicos deste país”, observa a fundação que explica que o acesso gratuito aos alimentos e bens pelas famílias faz-se através de cartões pré-pagos.

Os cartões, cada um com o valor aproximado de 50 euros, realizaram-se com a colaboração da Diocese Patriarcal de Araratyan, da Igreja Apostólica Armênia, e a Organização não-governamental (ONG) “Aleppo”.

Esta Ong apoia refugiados sírios, nomeadamente mulheres que frequentam regularmente sessões psicossociais “após os traumas vividos por causa da guerra civil”.

Segundo o bispo Navasard Kchoyan e o representante da ARTF para além de famílias recém-chegadas outras vivem na Armênia há “dois ou três anos” e, aparentemente, “nada mudou em suas vidas”.

O prelado revela que estas famílias sírias vivem, majoritariamente, em apartamentos alugados e “não conseguem fazer face às despesas comuns”, como: “Renda; alimentação; cuidados médicos e outros serviços sociais.”

Há ainda outros projetos em andamento para ajudar as famílias refugiadas na Armênia, como por exemplo o plano de formação profissional para cerca de 40 jovens e mulheres, ou o “acompanhamento contínuo” de um sacerdote e um psicólogo. (MJ/Agência Ecclesia)

inizio pagina

Formação



Espaço Interativo: os destaques das nossas redes sociais!

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Domingo, 24 de janeiro! Estamos no ar com um novo Espaço Interativo.

Neste lugar de encontro semanal com nossos ouvintes, leitores e amigos do Facebook reunimos as informações sobre a interação que mantiveram com a redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano.

 

Um dos posts mais comentados no Facebook na última semana foi a visita que o Papa fez de surpresa a um lar de idosos da periferia de Roma.

Francy Magalhães, de Maracanaú (CE), escreveu: “Obrigada, Papa Francisco, pelo exemplo de ser humano na misericórdia do amor ao próximo e por ser esse grande pastor de luz e paz da minha Igreja católica”.

Fatima Silva, do Rio Grande do Norte, comentou: “Lindo! Você é um exemplo de pastor, missionário, sei que tem defeitos como todo ser humano, mas usa o seu melhor para servir ao próximo”.

Elenita Andrade, de Lavras (MG), comentou: “O Papa Francisco consegue, em poucas palavras, expressar o amor de Jesus, no cotidiano, na vida de todos nós! Ele é uma benção deste tempos, quando o egoísmo, a indiferença pelo próximo impera. Que Deus o proteja, porque neste mundo de hoje os homens bons, representam uma ameaça para essa sociedade hipócrita, desumana e egoísta”.

YouTube

No nosso canal VaticanBR, o vídeo mais foi a íntegra do discurso do Papa Francisco na Sinagoga de Roma.

Reveja 

Obrigado a todos que interagiram nesta semana!

Entre em contato com a redação RV.

Rádio Vaticano
Programa Brasileiro
Nunciatura Apostólica
Caixa Postal 070153
Brasília – DF
Cep: 70359-970

 

Rádio Vaticano
Programa Brasileiro
Piazza Pia, 3
Cidade do Vaticano
00120

Mande um e-mail para a redação 

Curta a nossa fanpage no Facebook

Siga-nos no Twitter

Inscreva-se em nosso canal YouTube para receber os últimos vídeos do Papa e do Vaticano

 

inizio pagina

Os caminhos pastorais latino-americanos

◊  

Rio de Janeiro (RV) - O Papa Francisco dirigiu, no dia 12 de outubro do ano passado, uma Carta ao Celam (Conselho Episcopal Latino Americano) com felicitações pelos seus sessenta anos de existência e grandes trabalhos em prol da América Latina. 

Nela, o Santo Padre, escrevendo em espanhol – a sede do Celam está em Bogotá, na Colômbia – faz votos de que todo trabalho pastoral e missionário empreendido em nosso continente continue a dar bons frutos, e que as comunidades paroquiais sejam verdadeiras escolas de comunhão a acolher todos, de um modo muito particular os mais fracos e sofridos nas suas agruras diárias, promovendo a justiça e a paz. Coloca, por fim, toda a América Latina e o Caribe com seus povos sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, nossa principal Padroeira, a Mãe de Deus e nossa, a interceder por nós diante de seu amado filho Jesus Cristo.

Queremos, a partir desta breve, mas importante mensagem do Papa, lembrar que é praticamente impossível falar dos inícios do Celam sem se lembrar, em seus primórdios, do episcopado brasileiro e, especialmente, da criação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) como ponto de grande importância para o surgimento do Conselho Episcopal Latino Americano. É bom ressaltar que a CNBB foi fundada na sala nobre do Palácio São Joaquim, aqui no Rio de Janeiro, sendo fundamental o papel, na sua fundação, de Dom Jaime de Barros Câmara, então Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Isso sem deixar de lembrar outras reuniões do episcopado nacional que já ocorriam em datas distantes dos anos de 1950, sempre tendo em vista mostrar que a Igreja é Una, mas possui, em cada região, problemas vários a serem debatidos e tratados com seriedade e responsabilidade dentro do espírito evangélico. Assim, importa lembrar de um fato importante: extinto o Regime de Padroado, que mantinha a Igreja atrelada ao Estado, e não raras vezes fazendo-a sofrer forte ingerência dele em temas eclesiais, os Bispos do Brasil puderam receber e aplicar melhor as normas vindas da Santa Sé. Apenas para lembrar aos leitores: antes da separação entre Igreja e Estado as normas emanadas dos Papas ou de outros organismos vaticanos só entravam em vigor em nossa Pátria com o beneplácito ou aprovação do Império Brasileiro.

Pois bem, em 18 de setembro de 1899, o Papa Leão XIII escrevia a Carta Encíclica Paternae, comemorando o IV Centenário da descoberta das Américas. Nela, exortou os Bispos a fazerem crescer a fé que animou Cristovão Colombo e os primeiros missionários de nossas terras. Antes, convocara um Concílio Plenário aos Bispos da América Latina pelas letras apostólicas Cum diuturnum, de 25 de dezembro de 1898.

Esse “Concílio Plenário Latino-Americano inaugurou-se a 28/05/1899, com a participação de 13 arcebispos e 40 bispos, entre os quais nove brasileiros, e mais os arcebispos de Salvador, do Rio de Janeiro e três sacerdotes como notários. O Concílio se desenrolou dentro das regras pré-estabelecidas. Os bispos latino-americanos tiveram efetiva atuação, em plena comunhão com o Sumo Pontífice. Trataram particularmente de assuntos relativos à fé e sua difusão, à pastoral, à disciplina do clero, ao culto e à dignidade e missão dos próprios bispos. Os decretos do Concílio foram aprovados pelas letras apostólicas Jesus Christi Ecclesiam, de 01/01/1900” (Mons. Maurílio C. de Lima. Breve História da Igreja no Brasil. Rio de Janeiro: Restauro, 2001, p. 152).

Desse Concílio Plenário, saiu a resolução segundo a qual os bispos latino-americanos deviam se reunir com certa frequência para consultas e acertos de rumos diante dos desafios que a tarefa evangelizadora impõe em seus respectivos contextos. Daí, o Cardeal Mariano Rampolla, então secretário de Estado da Santa Sé, ter emitido uma Instrução determinando que os bispos da América Latina se reunissem a cada três anos. Ora, essa decisão foi importante e estimulou esses bispos a promoverem diversas reuniões nacionais, cabendo destaque àquela ocorrida em 1915, em Nova Friburgo (RJ), que publicou a famosa Pastoral Coletiva, norteadora da Igreja do Brasil por muitas décadas. 

Abrangente, essa Pastoral se subdividia em seis capítulos: profissão de fé, pregação, doutrina cristã, auxiliares do pároco no ensinamento da doutrina cristã, perigos contra a fé, principais erros modernos, conservação da fé, e escolas católicas. A apologética (defesa da fé) se fazia presente em todos os assuntos, e a figura do clérigo ganhou particular destaque, tocando a ele a regência das irmandades leigas (cf. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti e outros. Pastoral Coletiva dos Srs. Arcebispos e Bispos das províncias eclesiásticas de São Sebastião do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre, p. 10-11, 39-40, 365-380).

Propôs-se, tempos depois ainda, talvez devido à experiência latino-americana anterior, a realização de um Concílio Plenário Brasileiro. A proposta teve boa repercussão e, em 22 de maio de 1939, o Papa Pio XII investiu, pela Carta Apostólica Allatum est nobis, Dom Sebastião Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro, como legado pontifício para presidir o Concílio. Uma vez nomeado, ele convocou o episcopado nacional, os representantes dos Cabidos de Cônegos e os superiores de Ordens e Congregações religiosas, sendo que os Bispos tinham direito ao voto deliberativo e os demais a voto consultivo. Daí saíram normas orientadoras e decisórias para a Igreja naqueles anos, contando o documento final com 489 cânones e 71 apêndices subscritos por 19 arcebispos, 63 bispos e 16 prefeitos apostólicos (cargo hoje extinto) assinado por si mesmos ou via procuradores (cf. Lima, op. citado, p. 164-165).

Mais um fato aparece: em 14 de outubro de 1952, se reuniu pela primeira vez, no Rio de Janeiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com 20 Arcebispos e o Núncio da época. Essa obra aqui surgida, de fato, era um antigo sonho do Servo de Deus Dom Helder Câmara, então Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, com a seguinte justificativa retratada por Sérgio Bernal: “Para Dom Helder era claro que a união dos Bispos se fazia cada vez mais necessária, pois a complexidade dos problemas exigia um esforço conjunto... Num país tão extenso como o Brasil, era necessário um órgão que tratasse de coordenar a ação da Igreja, ajudando a enfrentar os problemas a cada dia mais complexos. Os objetivos que a nova instituição pretende são modestos. Trata-se de uma reunião de Bispos, com caráter amistoso e fraterno, que buscará o estudo e a tomada de decisões sobre temas importantes. Essas decisões não têm caráter jurídico obrigatório” (Da Igreja da Cristandade à Igreja dos pobres. São Paulo: Loyola, 1989, p. 31-32 apud Amaury Castanho. Presença da Igreja no Brasil. 1900-2000. Jundiaí: Jundiá, 1998, p. 137).

A fundação da CNBB, com pleno apoio do Papa Pio XII, que teve como primeiro presidente o Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo de São Paulo, e como primeiro secretário Dom Helder Câmara, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, certamente, como dizíamos, inspirou a fundação do Celam três anos depois, ou seja, em 1955, por anuência do mesmo Papa, com a primeira assembleia também na mesma cidade do Rio de Janeiro, no salão nobre do Palácio São Joaquim. A partir daí, esse organismo muito tem ajudado a Igreja latino-americana com seu Conselho permanente, que realiza assembleias anuais, ou com as grandes Conferências realizadas de tempos em tempos, sendo a última em 2007, na cidade de Aparecida, capital da fé e capital mariana do Brasil.

Pois bem, tivemos até aqui cinco Conferências do Episcopado Latino Americano e Caribenho organizados pelo Celam. A primeira foi a da fundação, em 1955, no Rio de Janeiro, Brasil. Tratou, entre outras coisas, da própria vida e organização da entidade recém-nascida para congregar os Bispos da América Latina e depois também do Caribe, bem como dos desafios pastorais e sociais do nosso continente. A segunda realizou-se em Medellin, na Colômbia, em 1968, com a presença do Beato Papa Paulo VI, e acentuou a necessidade de um projeto de evangelização que se voltasse também para o social. Afinal, a libertação do ser humano há de ser plena: quem fala à alma deve buscar também o melhor para o corpo do ouvinte, pois o ser humano é espírito e matéria. 

A terceira se deu em Puebla, no México, em 1979, e tratou da opção preferencial, porém não exclusiva nem excludente, pelos pobres, de acordo com a Doutrina Social da Igreja em sintonia com o Magistério. Teve a graça de contar com a presença do Papa São João Paulo II, recém-eleito para o ministério petrino. A quarta ocorreu em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992, e, no contexto do aniversário da descoberta da América, pensou na importância da evangelização inculturada, ou seja, sem desmerecer as decisões de Conferências anteriores, voltar-se aos fiéis em seus respectivos contextos socioculturais. A quinta teve lugar em Aparecida, novamente no Brasil, em 2007, e contou com a presença do Papa Bento XVI. Saiu com destaque o Documento de Aparecida, estimulando a Igreja a ser aprendiz e pregadora, ou discípula e missionária de Jesus Cristo no século XXI, que teve como coordenador do texto final o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, SJ.

Isto que aqui brevemente expusemos, demonstra que as cinco Conferências realizadas, bem como a presença dos Papas em várias delas, só demonstram o apreço dos Santos Padres pela América Latina e a importância que teve, no geral, embora se destaque mais o nome de um ou outro Bispo, o episcopado nacional, sempre unido, na criação da CNBB, a inspiradora próxima, sem dúvida, do Celam. Enquanto a primeira busca, não obstante as diferenças regionais ou pessoais de cada Bispo, a unidade nacional do episcopado, a segunda, em idênticas circunstâncias, deseja e se esforça pelo mesmo objetivo em nível continental.

Seja essa breve retrospectiva histórica um preito de gratidão a todos os que já deram no passado seu contributo ao Celam, bem como aos que se dedicam no presente e àqueles que estão sendo por Deus preparados para contribuir no futuro. É certo que, ora mais ora menos bem interpretada, a palavra e a ação da Igreja nunca faltou em nenhum momento da nossa história latino-americana, tão variada culturalmente, mas também tão sofrida com desmandos de várias ordens e que requerem a atenção de cada um de nós, se realmente quisermos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo no nosso tempo.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
    

inizio pagina

Atualidades



Holanda: evento inter-religioso no espírito de Assis

◊  

Utrecht (RV) - Realizar-se-á em Utrecht, Holanda, na próxima segunda-feira 25, um evento inter-religioso a fim de falar, meditar e rezar pela paz, inspirado no Dia Mundial de Oração pela Paz que São João Paulo II convocou, em Assis, no ano de 1986.

As comunidades religiosas presentes nos Países Baixos se unirão, às 13h45 locais, para um momento de oração, cada uma em seu local de culto, para depois se reunirem num encontro final conjunto no centro TivoliVredenburg, que contará com a presença da Princesa Beatriz. 

Dentre os representantes católicos, informa o site da Conferência Episcopal Holandesa citado pela Agência Sir, estarão o Arcebispo de Utrecht, Cardeal Willem Eijk, o Mons. Herman Woorts, das relações com judaísmo, e o bispo emérito Dom Jan van Burgsteden, presidente do Conselho Católico para o Diálogo Inter-religioso. 

Depois da oração, os participantes cristãos, muçulmanos, judeus, hinduístas e budistas farão uma peregrinação pela paz e o diálogo no centro de Utrecht e cada comunidade levará algo pertencente à própria tradição e que simboliza a paz.
 
O evento é coordenado pela associação inter-religiosa ‘Unidos na liberdade’ que reúne pessoas de religiões e filosofias diferentes que trabalham juntas para mostrar a riqueza das várias tradições religiosas e filosóficas na Holanda, no respeito da unicidade de cada um. (MJ)

inizio pagina