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Sumario del 27/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Audiência: Deus jamais desvia o olhar da dor humana

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco se reuniu com milhares de fiéis na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral desta quarta-feira (27/01).

Após saudar os peregrinos a bordo do papamóvel, o Pontífice fez a sua catequese dando sequência ao ciclo sobre a misericórdia. Desta vez, comentando o trecho bíblico do Êxodo (2,23-25), em que Deus ouve o gemido dos filhos de Israel e faz a aliança. 

Deus jamais desvia o olhar da dor humana

Na Sagrada Escritura, explicou, a misericórdia de Deus está presente ao longo de toda a história do povo de Israel, sobretudo quando está para sucumbir.

A misericórdia não pode permanecer indiferente diante do sofrimento dos oprimidos, do gemido de quem está submetido à violência, reduzido em escravidão, condenado à morte. È uma realidade dolorosa que aflige todas as épocas, inclusive a nossa, e que nos faz sentir com frequência impotentes. Deus, ao invés, não é indiferente, jamais desvia o olhar da dor humana. Deus ouve e intervém para salvar, suscitando homens capazes de ouvir o gemido do sofrimento e atuar em favor dos oprimidos.

Como mediador de libertação para o seu povo, envia Moisés, que vai ter com o Faraó para o convencer a deixar partir Israel e depois guia-o no caminho para a liberdade. Moisés, quando era menino, fora salvo das águas do rio Nilo pela misericórdia divina; e agora é feito mediador daquela mesma misericórdia a favor do seu povo, permitindo-lhe nascer para a liberdade salvo das águas do Mar Vermelho.

Obras de misericórdia são o oposto das obras de morte

“E também nós, neste Ano da Misericórdia, podemos fazer este trabalho de ser mediadores de misericórdia com as obras de misericordia para aproximar, aliviar, fazer unidade. A misericórdia de Deus atua sempre para salvar. É tudo o contrário da obra daqueles que atuam sempre para matar: por exemplo, os que fazem as guerras”, disse o Papa.

Através do seu servo Moisés, prosseguiu, o Senhor guia Israel no deserto como se fosse um filho, educa-o na fé e faz aliança com ele criando um vínculo fortíssimo de amor, uma relação semelhante à que existe entre pai e filho e entre marido e esposa. É uma relação particular, exclusiva, privilegiada de amor, fazendo dos israelitas "um reino de sacerdotes e uma nação santa".

“Até que ponto chega a misericórdia divina!”, disse Francisco. "Pois bem, é isto mesmo que nós próprios nos tornamos para Deus, deixando-nos salvar por Ele e acolhendo a sua aliança. A misericórdia divina torna o homem precioso, como um tesouro pessoal que pertence ao Senhor, que Ele guarda e no qual Se compraz."

Estas são as maravilhas da misericórdia divina, que chega à sua plena realização em Jesus, naquela “nova e eterna aliança” consumada no seu sangue, que nos torna joias preciosas nas mãos do Pai bom e misericordioso.

“E se nós somos filhos de Deus e temos a possibilidade desta herança de bondade e de misericórdia em relação aos outros, peçamos ao Senhor que neste Ano da Misericórdia também nós abramos o nosso coração para chegar a todos com as obras de misericordia”, concluiu.

Circo na Praça

Depois da catequese, o papa saudou os grupos presentes na Praça. Do Brasil, saudou de modo especial os fiéis de Brasília e São José dos Campos. Houve uma apresentação circense e Francisco mencionou ainda uma iniciativa do Pontifício Conselho Cor Unum por ocasião do Ano Jubilar. Trata-se de uma jornada de retiro espiritual para pessoas e grupos engajados no serviço da caridade. O retiro será realizado em nível local, nas dioceses, durante a próxima Quaresma – uma ocasião, disse o Papa convidando todos à participação – "para refletir sobre o chamado a ser misericordiosos como o Pai".

(BF)  

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Porto Alegre tem novo Bispo Auxiliar

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), Pe. Adilson Pedro Busin, C.S., Membro da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos), até então Vigário regional para a Região sul-americana com sede em Porto Alegre, conferindo-lhe a sede titular episcopal de Guardialfiera.

Dom Busin nasceu em 20 de maio de 1965 em Sarandi, Arquidiocese de Passo Fundo, no Estado do Rio Grande do Sul. Estudou Filosofia na Universidade de Caxias do Sul (1986-1987) e Teologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP) em São Paulo (1989-1993). Obteve a Licenciatura em Ciências da Educação na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma (1996-1999).

Fez a profissão religiosa como scalabriniano em 31 de maio de 1992 e foi ordenado sacerdote em 9 de janeiro de 1993. No âmbito da sua Congregação, desempenhou os cargos de Animador vocacional e Reitor do Seminário menor em Ciudad del Este, no Paraguai (1992-1995); Mestre de noviços em Porto Alegre (2001-2007) e Superior Provincial (2007-2013).

Atualmente, é Vigário regional na Região sul-americana, Presidente da Associação Scalabriniana para o Serviço dos Migrantes e Mestre de noviços.

(BF)

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Santa Sé: israelenses e palestinos tenham a coragem da paz

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Cidade do Vaticano (RV) - Para resolver o conflito Israel-Palestina são necessárias decisões corajosas: foi o que afirmou esta terça-feira (26/01) ao Conselho de Segurança das Nações Unidas o observador permanente da Santa Sé junto à Onu, o arcebispo Bernardito Auza. 

Cresce a preocupação da Santa Sé pelo difícil impasse em que se encontra o processo de paz Israel-Palestina, uma crise tão grave que coloca em dúvida a validez dos Acordos de Oslo, afirma Dom Auza.

Daí, a convicção da parte da Santa Sé da necessidade de decisões corajosas e de concessões recíprocas tanto da parte israelense quanto palestina para se chegar a uma situação de segurança, prosperidade e coexistência pacífica.

Como já dito pelo Papa Francisco – frisou o arcebispo –, trata-se de dois povos que do profundo de seus corações não pedem nada mais que uma paz por demais atravancada por uma retórica de propaganda e de recurso à violência.

Uma violência que não poupou sofrimentos nem mesmo aos cristãos em muitas regiões do Oriente Médio, mas que pode ser derrotada através da diplomacia e do diálogo, como demonstra o Acordo concluído entre Santa Sé e Estado da Palestina em janeiro de 2015, definido por Dom Auza um verdadeiro exemplo de diálogo e cooperação inclusive para os outros países de maioria árabe e muçulmana.

Referindo-se explicitamente ao conflito sírio e à crise líbica, o observador permanente da Santa Sé na Onu reiterou o apelo a bloquear o afluxo de armas à região e a reforçar, por outro lado, as ações em favor dos refugiados e dos deslocados na região.

A Santa Sé, disse Dom Auza, apoia a resolução 2254 do Conselho de Segurança que garante o respeito da soberania, da independência, da unidade e da integridade territorial da República Árabe da Síria e que reitera a necessidade de uma solução política do conflito.

Para tal, a Santa Sé olha com particular esperança para as iniciativas de diálogo promovidas pela comunidade internacional e para os colóquios previstos para este final de semana em Genebra, na Suíça. (RL)

Ouça clicando acima

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Igreja no Mundo



O centro católico da Ásia na voz de um missionário “quase” brasileiro

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Cebu (RV) – Sede do Congresso Eucarístico Internacional deste ano, a ilha de Cebu, nas Filipinas, é também a casa do missionário italiano, mas quase brasileiro, Padre Luigi Kerschbamer, dos agostinianos descalços. Padre Luigi foi missionário no Brasil por mais de 15 anos antes de ser transferido, em 1994, para as Filipinas.

A Rádio Vaticano entrevistou Padre Luigi, que hoje é Capelão na Universidade de Cebu. Ele fala sobre a fé do povo simples das Filipinas, da devoção ao “Santo Niño” e dos missionários agostinianos que chegaram ao país há mais de 450 anos.

A entrevista é do colega da redação inglesa, Sean Lovett, enviado especial às Filipinas. 

 

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Novos sacerdotes e diáconos serão ordenados na Coreia

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Seul (RV) – A Igreja na Coreia, que vê um florescer de vocações ao sacerdócio, será enriquecida com 20 novos padres a serem ordenados em 5 de fevereiro próximo pelo Cardeal Arcebispo de Seul, Dom Andrew Yeom Soo-jung. Visto a grande afluência de fiéis esperados, a celebração terá lugar no Parque Olímpico de Seul.

Uma ordenação anual

Como refere uma fonte local à Agência Fides, na Arquidiocese de Seul é celebrada uma Missa de ordenação a cada ano, com uma média de 30 novos sacerdotes ordenados. Nos últimos 20 anos, as ordenações em Seul sempre foram superiores a 20 novos sacerdotes a cada ano. Os dados do último triênio são: 20 novos sacerdotes em 2013; 36 em 2014; 25 em 2015.

O tema da Missa de ordenação foi inspirado na Carta Pastoral do cardeal Yeom, recém publicada, intitulada “Ensinamentos da Igreja: bússola da nova evangelização”, enquanto o versículo de referência escolhido para o evento foi “Quão belo é o teu amor” (Cântico dos Cânticos, 4,10).

Ordenação diaconal

A riqueza de vocações na Igreja local é testemunhada também por outro evento. No dia que precede a ordenação sacerdotal, o cardeal irá conferir à Ordem do Diaconato a 30 seminaristas, que iniciarão então o trabalho na comunidade eclesial local.  Entre eles está um estudante da Sociedade Missionária de São Columbano.

Os dois eventos terão cobertura da mídia graças à "Pyeonghwa Broadcasting Corporation", a estação de rádio e televisão de propriedade da Arquidiocese de Seul, que transmitirá as celebrações ao vivo. (JE)

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Jubileu Irlanda: misericórdia no centro da Semana das Escolas Católicas

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Dublin (RV) - “Escolas católicas: desafiadas a proclamar a misericórdia de Deus” foi o tema escolhido pela Conferência Episcopal da Irlanda para a Semana das Escolas Católicas, a ser celebrada de 31 de janeiro a 6 de fevereiro próximo.

A iniciativa anual, que este 2016 a sua sétima edição, exorta todos os institutos católicos do país a dar expressão de modo especial ao significado e à importância da própria proposta educacional. O tema de 2016 se insere no Ano da Misericórdia em andamento convocado pelo Papa Francisco – refere o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

Apresentação da iniciativa, pela primeira vez, em Cork

A apresentação oficial da Semana foi feita no Mount Mercy College de Cork com uma celebração eucarística presidida pelo bispo de Cork e concelebrada pelo presidente do Conselho Episcopal para a Educação Católica, respectivamente, Dom John Buckley e Dom Brendan Kelly.

O instituto Mount Mercy College foi fundado em 1831 pela Congregação das Irmãs da Misericórdia e acolhe mais de 800 estudantes e cerca de 60 docentes. Foi a primeira vez que uma escola de Cork acolheu o lançamento da Semana das Escolas Católicas, da qual participaram também os representantes de vinte e cinco institutos de primeiro e segundo graus da cidade.

Iniciativa é marco da tradição escolar

Apresentando a Semana das Escolas Católicas 2016, a diretora do colégio, Padraigin Ui Riordáin, manifestou satisfação por esta importante iniciativa dos bispos que se renova a cada ano.

“As palavras do Papa Francisco acerca do significado da misericórdia – disse a diretora – inspirarão nossa comunidade escolar a participar com entusiasmo e a celebrar esta ocasião que nos enriquecerá espiritualmente como marco na nossa tradição escolar.”

O desafio de proclamar a misericórdia de Deus, promovendo tolerância e respeito

Segundo Ui Riordáin, o lançamento oficial da Semana das Escolas Católicas, junto ao Ano jubilar extraordinário da misericórdia, “nos oferece a oportunidade de concentrar-nos sobre nossas tradições e, ao mesmo tempo, de olhar para o nosso futuro e o desafio de proclamar a misericórdia de Deus, promovendo a tolerância, o respeito e a integração, e, ao mesmo tempo, explorando as possibilidades para todos em nosso trabalho cotidiano em favor das muitas associações de beneficência e das causas que apoiamos”.

Educação católica é crescimento integral do indivíduo

Em várias ocasiões os bispos irlandeses recordaram que o “objetivo principal da educação católica é o crescimento integral do indivíduo”, e que “nas escolas católicas os estudantes são encorajados a crescer em comunhão com Cristo e com os outros, por conseguinte, não somente como indivíduos, mas com a ajuda recíproca de toda a comunidade escolar”.

Também os avós envolvidos na iniciativa

Em vista da Semana, a Igreja em Dublin preparou material informativo e dossiê de aprofundamento não somente para os vários centros educacionais, mas também para as famílias e as paróquias, ou seja, para todos os sujeitos engajados “no trabalho crucial de alimentar a fé dos estudantes católicos”.

Também os avós foram convidados a celebrar a semana das escolas católicas. Efetivamente, eles “representam uma referência fundamental, um recurso para ajudar as crianças a olhar para o futuro com alegre esperança”. (RL)

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Instituto Católico do Vietnã abrirá suas portas em setembro

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Hanói (RV) – O Instituto Católico do Vietnã receberá, a partir de setembro deste ano, os primeiros estudantes no programa de estudos em preparação ao Mestrado em Teologia. Segundo o comunicado anunciando a abertura de inscrição para o exame de admissão, os cursos terão início para dois ramos da teologia: Bíblica e Dogmática.

Como já anunciado há alguns meses pelo Presidente da Conferência Episcopal, Dom Paul Bui Van Doc, “as coisas correram bem”. Após a autorização inesperada dada pelas autoridades em agosto passado, apenas 12 meses terão decorrido antes da abertura dos primeiros cursos. Trata-se, portanto, de uma surpresa, diante de uma política do governo comunista geralmente relutante a qualquer iniciativa da Igreja no campo da educação, mas não uma novidade na história da Igreja no Vietnã.

Universidades fechadas

Com efeito, em abril de 1975, no momento da mudança de regime, havia duas universidades católicas no Vietnã do Sul: a Universidade de Da Lat, a mais antiga, e a Universidade de Saigon, criada mais tarde. Elas foram obrigadas a fechar suas portas. Algum tempo mais tarde, foi a vez do Pontifício Instituto São Pio X, em Da Lat, que havia sido autorizado por um decreto da Congregação da Propaganda da Fé em 1957 e confiado aos jesuítas no ano seguinte. O Instituto formou numerosas gerações de bispos e de sacerdotes a quem conferiu os diplomas canônicos reconhecidos por Roma. Por muito tempo, após o seu fechamento, os bispos do Vietnã enviaram, em vão, reiterados pedidos às autoridades comunistas solicitando o retorno do Instituto.

Criação do novo Instituto

Recentemente, os bispos optaram pela criação de uma nova Faculdade de Teologia, aspirante a se transformar em Instituto Católico. O projeto foi apresentado ao governo. Em 6 de agosto de 2015, as autoridades vietnamitas, em um gesto oficial e um tanto solene, concederam à Igreja Católica a autorização para abrir o estabelecimento chamado "Instituto Católico de Vietnã". A cerimônia teve lugar nos escritórios da Conferência Episcopal do Vietnã em Saigon, recentemente restaurados. Mais tarde, em 21 de outubro de 2015, a Congregação para a Educação Católica da Santa Sé enviou à Conferência Episcopal do Vietnã o decreto de fundação do novo Instituto Católico.

Requisitos para os novos estudantes

Com a data de 21 de janeiro, o comunicado da Comissão Episcopal para a Educação enumera os requisitos a serem preenchidos pelos candidatos, que inclui possuir uma carta de apresentação do Bispo ou Superior religioso da Congregação, possuir um diploma em Teologia ou ter seguido o ensino de filosofia e teologia na formação sacerdotal no Seminário Maior ou numa casa religiosa. O curriculum deste primeiro ano (2016-2017) incluirá todas as matérias necessárias para o exame de graduação, a ser realizado no final deste primeiro ano. Todos os alunos que desejam seguir os cursos teológicos no Instituto Católico, devem obrigatoriamente se inscrever para o exame de admissão a ser realizado 5 de julho. (JE)

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Formação



O Decreto Apostolicam actuositatem sobre o Apostolado dos Leigos

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Cidade do Vaticano (RV) - Em nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar sobre os documentos conciliares, apresentando na edição de hoje, o Decreto Apostolicam actuositatem sobre o Apostolado dos Leigos. 

O Decreto Apostolicam actuositatem foi promulgado pelo Papa Paulo VI em 18 de novembro de 1965. Dividido em seis capítulos, o documento inicia falando sobre a importância e a atualidade do apostolado dos leigos na vida da Igreja e conclui com uma exortação à generosidade: "Por isso, o sagrado Concílio pede instantemente no Senhor a todos os leigos, que respondam com decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de coração à voz de Cristo, que nesta hora os convida com maior insistência, e ao impulso do Espírito Santo. Os mais novos tomem como dirigido a si de modo particular este chamado, e recebam-no com alegria e magnanimidade. Com efeito, é o próprio Senhor que, por meio do sagrado Concílio, mais uma vez convida todos os leigos a que se unam a Ele cada vez mais intimamente, e sentindo como próprio o que é dele, se associem à sua missão salvadora".

Quem nos apresenta o Decreto Apostolicam actuositatem, é o Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB e Bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen:

"É um documento que nasce a partir dos outros documentos da Igreja. São diversos que ao longo da história da Igreja vão sendo produzidos para a participação dos cristãos na Igreja e na sociedade. Por exemplo, antes do Concílio Vaticano II, temos alguns documentos tipo Aeterni patris de 1879, depois 1891 temos a Rerum Novarum. São grandes documentos que falam da participação dos leigos na sociedade e o mundo como caminha nas suas grandes transformações. Assim também, no Concilio Ecumênico Vaticano II, com a produção dos diversos documentos que temos aí, vamos citar  sobretudo a Lumen Gentium e a Gaudium et spes, que fala da Igreja e sua missão no mundo, e também a Igreja e a transformação da sociedade, a doutrina e tudo mais. Dentro destes documentos, surge este documento do apostolado dos cristãos leigos e leigas, a missão deles na Igreja e na sociedade. Claro, que este decreto teve grandes discussões. Nós podemos imaginar, quando mais de 2.500 bispos reunidos neste Concílio, alguma coisa tem que se produzir de alto nível. E o pensamento do Concílio Ecumênico Vaticano II, produziu aquela ideia "Igreja,  povo de Deus". Uma nova maneira de interpretar, de entender a Igreja. A valorização dos cristãos leigos e leigas. E como já havia na época, antes da guerra e depois no pós-II Guerra Mundial, muitos documentos que começam a surgir a ação dos leigos. Temos aí a Ação Católica. Nós aqui no Brasil, depois nós temos a Ação Católica, temos diversos grupos, a Ação da Juventude. Eram expressões de grupos de leigos, tentando mostrar a sua participação e comprometimento com o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Então nesta miscelânea de iniciativas, tentativas que já se encontrava e a Igreja gemendo, diria assim, como dores de parto, na necessidade de uma mudança, de uma transformação e tudo mais. E por isto o Concílio Ecumênico Vaticano II percebeu que não tem como produzir um Concílio sem falar de Leigos. E para dar um destaque especial, aí surge este documento. Foi preparado e até quando foi aprovado em 1965, mais precisamente foi no dia 18 de novembro, quando inclusive a Comissão do Laicato no Brasil celebrou, fez uma dedicação sobre isto, para que de fato a gente colocasse esta ideia da participação dos cristãos leigos e leigas”. 

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Açailândia: a 'Maldição da Abundância'

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Cidade do Vaticano (RV) – Prosseguimos nossa visita ao município de Açailândia, na divisa entre Maranhão e Pará, por mãos do missionário comboniano de Pádua, Pe. Dario Bossi.

O ‘Programa Grande Carajás’ é um projeto de exploração mineral implantado entre 1979 e 1986 na mais rica área mineral do planeta. Estendendo-se por 900 mil km², foi criado pela então empresa estatal brasileira Companhia Vale do Rio Doce, durante o governo Figueiredo, para extrair, industrializar e conduzir minérios, principalmente de ferro, para exportação, visando "promover o crescimento econômico" da região.

Mas o crescimento não é para todos. Padre Dario qualifica a realidade como um sintoma da chamada ‘Maldição da Abundância’ (expressão usada para caracterizar os riscos que correm os países pobres onde se descobrem recursos naturais objeto de cobiça internacional) ou ainda da ‘Doença Holandesa’, termo cunhado pela revista ‘The Economist’ para caracterizar o fenômeno de desindustrialização de um país, provocada pela entrada de divisas internacionais provenientes da comercialização de uma riqueza natural abundante.  

Para ouvir a reportagem, clique abaixo: 

(CM)

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Laudato Si - De 171 a 180

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Cidade do Vaticano (RV) - O diálogo para novas políticas nacionais e locais 

171. A estratégia de compra-venda de «créditos de emissão» pode levar a uma nova forma de especulação, que não ajudaria a reduzir a emissão global de gases poluentes. Este sistema parece ser uma solução rápida e fácil, com a aparência dum certo compromisso com o meio ambiente, mas que não implica de forma alguma uma mudança radical à altura das circunstâncias. Pelo contrário, pode tornar-se um diversivo que permite sustentar o consumo excessivo de alguns países e sectores.

172. Para os países pobres, as prioridades devem ser a erradicação da miséria e o desenvolvimento social dos seus habitantes; ao mesmo tempo devem examinar o nível escandaloso de consumo de alguns sectores privilegiados da sua população e contrastar melhor a corrupção. Sem dúvida, devem também desenvolver formas menos poluentes de produção de energia, mas para isso precisam de contar com a ajuda dos países que cresceram muito à custa da actual poluição do planeta. O aproveitamento directo da energia solar, tão abundante, exige que se estabeleçam mecanismos e subsídios tais, que os países em vias de desenvolvimento possam ter acesso à transferência de tecnologias, assistência técnica e recursos financeiros, mas sempre prestando atenção às condições concretas, pois «nem sempre se avalia adequadamente a compatibilidade dos sistemas com o contexto para o qual são projectados».[128] Os custos seriam baixos se comparados com os riscos das mudanças climáticas. Em todo o caso, trata-se primariamente duma decisão ética, fundada na solidariedade de todos os povos.

173. Urgem acordos internacionais que se cumpram, dada a escassa capacidade das instâncias locais para intervirem de maneira eficaz. As relações entre os Estados devem salvaguardar a soberania de cada um, mas também estabelecer caminhos consensuais para evitar catástrofes locais que acabariam por danificar a todos. São necessários padrões reguladores globais que imponham obrigações e impeçam acções inaceitáveis, como o facto de empresas ou países poderosos descarregarem, sobre outros países, resíduos e indústrias altamente poluentes.

174. Mencionemos também o sistema de governança dos oceanos. Com efeito, embora tenha havido várias convenções internacionais e regionais, a fragmentação e a falta de severos mecanismos de regulamentação, controle e sanção acabam por minar todos os esforços. O problema crescente dos resíduos marinhos e da protecção das áreas marinhas para além das fronteiras nacionais continua a representar um desafio especial. Em definitivo, precisamos de um acordo sobre os regimes de governança para toda a gama dos chamados bens comuns globais.

175. A lógica que dificulta a tomada de decisões drásticas para inverter a tendência ao aquecimento global é a mesma que não permite cumprir o objectivo de erradicar a pobreza. Precisamos duma reacção global mais responsável, que implique enfrentar, contemporaneamente, a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões pobres. O século XXI, mantendo um sistema de governança próprio de épocas passadas, assiste a uma perda de poder dos Estados nacionais, sobretudo porque a dimensão económico-financeira, de carácter transnacional, tende a prevalecer sobre a política. Neste contexto, torna-se indispensável a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas, com autoridades designadas de maneira imparcial por meio de acordos entre os governos nacionais e dotadas de poder de sancionar. Com afirmou Bento XVI, na linha desenvolvida até agora pela doutrina social da Igreja, «para o governo da economia mundial, para sanar as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e consequentes maiores desequilíbrios, para realizar um oportuno e integral desarmamento, a segurança alimentar e a paz, para garantir a salvaguarda do ambiente e para regulamentar os fluxos migratórios urge a presença de uma verdadeira Autoridade política mundial, delineada já pelo meu predecessor, [São]João XXIII».[129] Nesta perspectiva, a diplomacia adquire uma importância inédita, chamada a promover estratégias internacionais para prevenir os problemas mais graves que acabam por afectar a todos.

2. O diálogo para novas políticas nacionais e locais

176. Há vencedores e vencidos não só entre os países, mas também dentro dos países pobres, onde se devem identificar as diferentes responsabilidades. Por isso, as questões relacionadas com o meio ambiente e com o desenvolvimento económico já não se podem olhar apenas a partir das diferenças entre os países, mas exigem que se preste atenção às políticas nacionais e locais.

177. Perante a possibilidade duma utilização irresponsável das capacidades humanas, são funções inadiáveis de cada Estado planificar, coordenar, vigiar e sancionar dentro do respectivo território. Como pode a sociedade organizar e salvaguardar o seu futuro num contexto de constantes inovações tecnológicas? Um factor que actua como moderador efectivo é o direito, que estabelece as regras para as condutas permitidas à luz do bem comum. Os limites que uma sociedade sã, madura e soberana deve impor têm a ver com previsão e precaução, regulamentações adequadas, vigilância sobre a aplicação das normas, contraste da corrupção, acções de controle operacional sobre o aparecimento de efeitos não desejados dos processos de produção, e oportuna intervenção perante riscos incertos ou potenciais. Existe uma crescente jurisprudência que visa reduzir os efeitos poluentes dos empreendimentos. Mas a estrutura política e institucional não existe apenas para evitar malversações, mas para incentivar as boas práticas, estimular a criatividade que busca novos caminhos, facilitar as iniciativas pessoais e colectivas.

178. O drama duma política focalizada nos resultados imediatos, apoiada também por populações consumistas, torna necessário produzir crescimento a curto prazo. Respondendo a interesses eleitorais, os governos não se aventuram facilmente a irritar a população com medidas que possam afectar o nível de consumo ou pôr em risco investimentos estrangeiros. A construção míope do poder frena a inserção duma agenda ambiental com visão ampla na agenda pública dos governos. Esquece-se, assim, que «o tempo é superior ao espaço»[130] e que sempre somos mais fecundos quando temos maior preocupação por gerar processos do que por dominar espaços de poder. A grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo. O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projecto de nação.

179. Nalguns lugares, estão a desenvolver-se cooperativas para a exploração de energias renováveis, que consentem o auto-abastecimento local e até mesmo a venda da produção em excesso. Este exemplo simples indica que, enquanto a ordem mundial existente se revela impotente para assumir responsabilidades, a instância local pode fazer a diferença. Com efeito, aqui é possível gerar uma maior responsabilidade, um forte sentido de comunidade, uma especial capacidade de solicitude e uma criatividade mais generosa, um amor apaixonado pela própria terra, tal como se pensa naquilo que se deixa aos filhos e netos. Estes valores têm um enraizamento muito profundo nas populações aborígenes. Dado que o direito por vezes se mostra insuficiente devido à corrupção, requer-se uma decisão política sob pressão da população. A sociedade, através de organismos não-governamentais e associações intermédias, deve forçar os governos a desenvolver normativas, procedimentos e controles mais rigorosos. Se os cidadãos não controlam o poder político – nacional, regional e municipal –, também não é possível combater os danos ambientais. Além disso, as legislações municipais podem ser mais eficazes, se houver acordos entre populações vizinhas para sustentarem as mesmas políticas ambientais.

180. Não se pode pensar em receitas uniformes, porque há problemas e limites específicos de cada país ou região. Também é verdade que o realismo político pode exigir medidas e tecnologias de transição, desde que estejam acompanhadas pelo projecto e a aceitação de compromissos graduais vinculativos. Ao mesmo tempo, porém, a nível nacional e local, há sempre muito que fazer, como, por exemplo, promover formas de poupança energética. Isto implica favorecer modalidades de produção industrial com a máxima eficiência energética e menor utilização de matérias-primas, retirando do mercado os produtos pouco eficazes do ponto de vista energético ou mais poluentes. Podemos mencionar também uma boa gestão dos transportes ou técnicas de construção e restruturação de edifícios que reduzam o seu consumo energético e o seu nível de poluição. Além disso, a acção política local pode orientar-se para a alteração do consumo, o desenvolvimento duma economia de resíduos e reciclagem, a protecção de determinadas espécies e a programação duma agricultura diversificada com a rotação de culturas. É possível favorecer a melhoria agrícola de regiões pobres, através de investimentos em infra-estruturas rurais, na organização do mercado local ou nacional, em sistemas de irrigação, no desenvolvimento de técnicas agrícolas sustentáveis. Podem-se facilitar formas de cooperação ou de organização comunitária que defendam os interesses dos pequenos produtores e salvaguardem da predação os ecossistemas locais. É tanto o que se pode fazer!

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Atualidades



Pe. Éverton: viver a Quaresma como misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) - Milhares de fieis participaram, nesta quarta-feira (27/01), da Audiência Geral com o Papa Francisco. Dentre eles estava Pe. Éverton de Souza da Diocese de Novo Hamburgo (RS).

Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que disse a propósito do Jubileu da Misericórdia. (MJ)

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Guia "Roma Ortodoxa" inspira encontro ecumênico

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Roma (RV) – A Roma cristã atrai sempre mais peregrinos da Igreja Ortodoxa Russa. O grande interesse é favorecido também pela realização consistente da atividade pastoral russa na Itália e pela presença de milhares de fiéis imigrantes. O fenômeno mereceu a atenção do Bispo Antonij Sevryuk, que promoveu na terça-feira (26/01), uma iniciativa que reuniu representantes do clero, guias turísticos, jornalistas e apaixonados pela história e cultura romana no Centro Russo de Ciência e Cultura da Cidade Eterna.

Conotações teológicas das peregrinações ortodoxas 

A conferência do pároco da Igreja de São Nicolau de Merano, Padre Aleksij Nikoronov, que abriu o encontro, evocou as origens e o desenvolvimento da peregrinação cristã ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo, às Catacumbas, ao Coliseu e a outros lugares consagrados pelo sangue dos mártires, as Basílicas e as igrejas construídas no decorrer dos séculos. Após, ilustrou as conotações, também teológicas, da peregrinação ortodoxa, concentrando-se na veneração dos lugares santos, das relíquias e dos ícones.

Dos primeiros subsídios do século XIX ao atual guia rica de ilustrações

O escritor e historiador Mikhail Talalaj concentrou seu pronunciamento no aumento das chegadas a Roma dos peregrinos russos a partir do século XIX. Além disso, destacou a publicação dos primeiros subsídios: desde o primeiro guia, de Muraviov – que em 1847 recolheu os testemunhos em cartas dos protagonistas aos familiares. Sublinhou ainda os escritos do Arquimandrita Dionisio Veledinskj, uma obra que resistiu por mais de 1 século, tendo sido reeditada em 1999, após uma revisão confiada por Mikhail Osorgin, então responsável pela Igreja Ortodoxa Russa em Roma, o próprio Talalaj. Agora, inspirando-se somente neste último compêndio, realizou com a co-autora Irina Bondareva, um novo sintético e atualizado guia, intitulado “Roma ortodoxa”, riquíssimo de ilustrações.

Um vivo debate com uma grande sensibilidade ecumênica

Por fim, após as exposições surgiram, com grande sensibilidade ecumênica, temáticas religiosas de atualidade ligadas ao desenvolvimento do Jubileu da Misericórdia. (JE)

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Cardeal alerta professores sobre vulnerabilidade de jovens ao EI

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Cidade do Vaticano (RV) - O recrutamento de alunos de escolas britânicas secundárias pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI) é uma das preocupações do Cardeal-Arcebispo de Westminster, Dom Vincent Gerard Nichols. Pelo menos este será um dos temas que o prelado deve frisar em seu discurso aos professores católicos durante a Conferência da Associação de Professores, Escolas e Colégios e do Serviço de Educação Católico em Londres, programado para esta quinta-feira (28/1).

Divulgado nesta semana, o texto do discurso de Dom Nichols faz um alerta aos professores católicos com objetivo de prevenir o recrutamento de estudantes na Internet pelo grupo terrorista. De acordo com o cardeal, em apenas um mês é possível transformar adolescentes vulneráveis em terroristas islâmicos fanáticos.

Vulnerabilidade dos jovens

No alerta, o Dom Vincent destaca uma série de combinações – como ingenuidade, isolamento, compartilhamento de perdas de valores – que pode levar jovens a serem atraídos a ingressar em grupos terroristas, principalmente no EI.

“Um deles chegou a dizer que era claramente possível atrair uma pessoa ao ponto de estar disposto a deixar tudo em razão de sua causa recém-descoberta, até mesmo ao ponto de abraçar violência ou suicídio, dentro de um período de quatro ou cinco semanas”, relata o cardeal em seu texto.

No contexto do uso da Internet pelos terroristas, Dom Vincent aponta a existência de “uma estratégia coerente, ou pelo menos aparentemente coerente” na propaganda jihadista para esses adolescentes vulneráveis.

Educação cristã

É preciso, de acordo com o cardeal, educadores católicos com coragem de propor uma finalidade cristã autêntica aos jovens que seja tão atraente quanto a narrativa utilizada pelos terroristas. Para ele, a visão católica deve incluir o cultivo de um relacionamento com Jesus e o desenvolvimento de um senso de vocação cristã.

Oficiais da Grã-Bretanha estimam que pelo menos 700 muçulmanos britânicos juntaram-se ao EI na Síria e no Iraque. Muitos deles voltaram para o Reino Unido, mas cerca de 100 foram mortos. (PS)

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México vai ganhar estátua do Papa de 5 metros

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Cidade Juarez (RV) – O escultor mexicano Pedro Francisco Rodriguez trabalha para terminar uma estátua de bronze do Pontífice para celebrar a visita de Francisco ao país, em fevereiro.

“A obra vai representar o Papa soltando uma pomba. O acabamento da peça será muito contemporâneo”, declarou o artista à Associated Press.

A estátua vai medir quase 5 metros. Os cidadãos podem contribuir com a obra e doar objetos de bronze em pontos de coleta espalhados pela cidade fronteiriça. (RB)

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