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Sumario del 29/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: "Acostumar-se ao pecado sem pedir perdão nos torna corruptos"

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Cidade do Vaticano (RV) – Rezemos a Deus para que a fraqueza que nos leva a pecar nunca se transforme em corrupção. A este tema, já abordado no passado, o Papa dedicou a homilia da missa da manhã desta sexta-feira (29/01), celebrada na Casa Santa Marta. Francisco narrou a história bíblica de Davi e Betsabé, sublinhando que o demônio induz os corruptos a não sentir – como os outros pecadores – a necessidade do perdão de Deus.  

Pode-se pecar em muitos modos e por tudo se pode pedir sinceramente perdão a Deus e saber que sem dúvidas, o perdão será obtido. O problema nasce com os corruptos. O pior dos corruptos – reafirmou o Papa – é que “ele não precisa pedir perdão”, porque lhe é suficiente o poder no qual se sustenta a sua corrupção. 

Não preciso de Deus

É o comportamento que o rei Davi assume quando se apaixona por Betsabé, esposa do oficial Uria, que está combatendo longe. O Papa ilustrou, citando alguns trechos, o episódio narrado na Bíblia. Depois de seduzir a mulher e saber que está grávida, Davi arquiteta um plano para encobrir o adultério. Manda chamar Uria e lhe propõe ir descansar em casa. Homem leal, Uria não aceita ir enquanto seus homens morrem na batalha. Então, Davi tenta de novo, levando-o à embriaguez, mas nem isso funciona: 

“Isto colocou Davi em dificuldade, mas Uria disse: ‘Não, não posso...’ E escreveu uma carta, como ouvimos: “Façam Uria ser capitão, coloquem-no à frente da batalha mais difícil e depois, retirem-se, para que seja atingido e morra”. Uma condenação à morte. Este homem, fiel – fiel à lei, fiel a seu povo, fiel a seu rei – recebeu uma sentença de morte”. 

A “segurança” da corrupção

“Davi é santo, mas também pecador”. Cede à luxuria mas, apesar disso, considerou Francisco, Deus “gostava tanto” dele. Mesmo assim, observa, “o grande, o nobre Davi” sente-se tão "seguro" – ‘porque o reino era forte’ – que, depois de cometer adultério, move todas as alavancas à sua disposição para ajeitar as coisas, também de um modo mentiroso, até conspirar e ordenar o assassinato de um homem leal, fazendo-o passar por um infortúnio de guerra:

“Este é um momento na vida de Davi que nos faz ver um momento pelo qual todos nós podemos passar em nossa vida: é a passagem do pecado à corrupção. Aqui Davi começa, dá o primeiro passo em direção à corrupção. Detém o poder e a força. E por isso, a corrupção é um pecado mais fácil para todos nós que temos um poder qualquer, seja poder eclesiástico, religioso, econômico, politico... Porque o diabo nos faz sentir seguros: ‘Eu posso’”.

“Pecadores sim, corrompidos jamais”

A corrupção arruinou o coração daquele “rapaz corajoso” que havia enfrentado o filisteu com uma atiradeira e cinco pedras. “Hoje gostaria de destacar somente isso”, concluiu Francisco: há “um momento em que a rotina do pecado, um momento em que a nossa situação é tão segura e somos bem vistos e temos tanto poder” que o pecado deixa “de ser pecado” e passa a ser “corrupção”. E “uma das piores coisas que há na corrupção é que o corrupto não sente necessidade de pedir perdão”:

“Façamos hoje uma oração pela Igreja, começando por nós, pelo Papa, pelos bispos, pelos sacerdotes, pelos consagrados, pelos fiéis leigos: ‘Mas, Senhor, salvai-nos, salvai-nos da corrupção. Pecadores sim, Senhor, somos todos, mas corrompidos, jamais’. Peçamos esta graça”. (CM/RB)

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Papa aos integrantes da Doutrina da Fé: foco na misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa encontrou os integrantes da Congregação para a Doutrina da Fé na conclusão da Sessão Plenária, na manhã da sexta-feira (29/01). Francisco agradeceu o trabalho desenvolvido pelo dicastério na promoção e manutenção da fé, assim como pelo empenho e responsabilidade dedicados aos casos de abusos de menores por parte de clérigos.

O Pontífice recordou que a “misericórdia constitui o alicerce que sustenta a vida da Igreja: a primeira verdade da Igreja, de fato, é o amor de Cristo”. Neste sentido, o Papa recordou que na “fé e na caridade” advém uma relação “cognoscitiva e unificante” com o mistério do Amor, que é o próprio Deus”.

 

Obras de misericórdia

Ao expressar seu desejo de que todo o povo cristão – pastores e fiéis – redescubra e coloque ao centro, durante o Jubileu, as obras de misericórdia corporais e espirituais,  Francisco deixou claro que estas não “são uma devoção”.

“São a concretude de como os cristãos devam levar adiante o espírito de misericórdia”, explicou o Papa. Ao recordar um episódio em que, durante uma audiência a um importante movimento católico, somente 20 pessoas entre 7 mil responderam-no saber quais eram as obras de misericórdia espirituais e corporais, o Pontífice foi claro: “devemos retomar este tão importante ensinamento aos fiéis”.

Missão

“A missão confiada à Congregação para a Doutrina da Fé encontra aqui o seu último fundamento e a sua justificação adequada”, destacou o Pontífice. “A fé cristã, na verdade, não é somente conhecimento a ser conservado na memória, mas verdade a ser vivida no amor”.

Francisco afirmou que a adesão de fé à pessoa de Cristo implica no ato da razão assim como na resposta moral a seu dom. Aqui, o Papa agradeceu os participantes “pelo empenho e responsabilidade que exercem ao tratar os casos de abuso de menores cometidos por clérigos”.

Colegialidade

Ao dar ênfase à necessidade de que a Congregação trabalhe sob o signo da colegialidade, Francisco destacou que é preciso “promover, em todos os níveis da vida eclesial, a justa sinodalidade”.       

Por fim, sublinhando o estudo da complementariedade entre dons hierárquicos e carismáticos levado a cabo pela Congregação, o Papa disse que este representa uma “expressão eloquente daquela ordenada pluriformidade que conota cada tecido social eclesial, qual reflexo da harmoniosa comunhão que vive no coração do Deus Uno e Trino”. (RB)

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Mons. Viganó: "Igreja evangélica nas comunicações"

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Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira, 27 de janeiro, Mons. Edoardo Viganó, Prefeito para a Comunicação do Vaticano, participou de um seminário de estudo do Episcopado da Espanha em Añastro, e falou sobre a reforma do sistema de comunicação a que foi chamado a liderar.  

A primeira etapa das reformas deve se concluir em 2018, consentindo uma comunicação “multilíngue, multicultural, multimídia e pluralista”. Neste contexto, devem nascer três “departamentos”: um tecnológico, para promover a integração horizontal de todas as competências e oferecer uma ‘visão unitária’; um teológico-pastoral, que assumirá a função do ex-Pontifício Conselho das Comunicações (que cuidará das mensagens papais e da relação com as Conferências Episcopais); e enfim, o departamento editorial, para unir todos os meios de comunicação, do interior do Vaticano para fora. 

Cursos para cardeais

Outras novidades concretas ideadas por Viganó serão os ‘cursos breves’ para os cardeais aprenderem a comunicar pela TV, uma conta do Papa no Instagram e a transformação dos sites do Vaticano.

Em seu pronunciamento, o Prefeito mencionou a misericórdia como característica principal deste Pontificado e a ‘criatividade’ necessária para enfrentar todas as mudanças do ‘tempo de Francisco’.

Misericórdia é central

A prioridade, para Viganó, é passar de ‘uma Igreja imperial’ a uma ‘Igreja evangélica’, mudando o seu estilo. Citando o Papa, recordou que “não é possível falar com liberdade e viver como príncipes” e a respeito das lacunas nas comunicações, criticou as ‘homilias não bem preparadas e chatas’ sugerindo ‘a reintrodução de cursos de retórica nos seminários’. 

Nada de cortes

Enfim, referindo-se à integração da mídia vaticana, tranquilizou afirmando que não haverá cortes e demissões entre os 700 funcionários que trabalham no setor. A seu ver, no entanto, é preciso reduzir os custos, e sobre as resistências às mudanças, foi taxativo: “Em toda reforma há resistências; é natural, não é pecado.. é fisiológico. Faz parte do ser humano. Não se pode fazer reformas contra as pessoas, mas com elas”. 

(CM)

 

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Agenda repleta para o Papa em fevereiro. Confira

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Cidade do Vaticano (RV) – Fevereiro será um mês repleto de compromissos para o Papa. Além da sua 12ª viagem ao exterior (ao México, de 12 a 18), a agenda prevê muitas outras atividades.

Jubileu dos Consagrados

No dia 1º, Francisco terá um encontro com todos os presentes em Roma para a conclusão do Ano da Vida Consagrada. Neste mesmo âmbito, no dia seguinte, preside a uma missa na Basílica de São Pedro. 

Quarta-feira, dia 3, concede Audiência geral aos peregrinos na Praça São Pedro. Sábado, dia 6, celebra-se o Jubileu dos grupos de oração de Padre Pio, dos funcionários da Casa de Alívio do Sofrimento e dos fiéis da Arquidiocese de Manfredonia – Vieste – San Giovanni Rotondo, e o Papa presidirá o encontro, que está previsto para a manhã. 

Domingo, dia 7, o Papa reza a oração do Angelus com os fiéis na Praça.

Nos dias 8 e 9, está agendada a 13ª reunião do Conselho dos Nove Cardeais, o C9, oportunidade em que se analisa a reforma dos organismos da Cúria Romana. No dia 9 de manhã, o Papa preside uma missa com os frades menores capuchinhos de todo o mundo, no Altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro e, à tarde, concede audiência aos Missionários da Misericórdia, na Sala Paulo VI. 

Cinzas e Misericórdia

Quarta-feira de Cinzas, dia 10, pela manhã, está confirmada a audiência geral, na Praça São Pedro; e à tarde, Francisco preside à missa, benção e imposição das Cinzas; e procede ao envio dos Missionários da Misericórdia, na Basílica Vaticana. 

Quinta-feira, 11, serão recebidos os párocos de Roma. Este é um encontro tradicional, que se realiza todos os anos. De 12 a 18, o Papa estará no México, em Viagem Apostólica. 

De retorno ao Vaticano, o Pontífice concede audiência geral extraordinária sábado, 20 de janeiro. Dentre os participantes, estão confirmados os membros da Associação Italiana de Doadores de Sangue (Fidas). Domingo, 21, é dia de Angelus com os fiéis, como sempre, na Praça São Pedro.

Jubileu da Cúria

Segunda, dia 22 de fevereiro, Solenidade da Cátedra de São Pedro, o Papa fará uma catequese para seus colaboradores, no âmbito do Jubileu da Cúria Romana e de todas as instituições ligadas à Santa Sé. Haverá também uma missa, na parte da manhã, na Basílica Vaticana. 

Quarta-feira, 24, é dia de Audiência geral. 

Sexta, 26, Francisco recebe os participantes do Congresso internacional “A caridade nunca terá fim. Perspectivas da Encíclica Deus Caritas Est” há 10 anos do documento de Bento XVI. O evento será organizado pelo Pontifício Conselho “Cor Unum”. 

Enfim, domingo, 28, está confirmado o encontro com os fiéis para a oração mariana do Angelus. 

(CM)

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Oração pela visita do Papa Francisco ao México

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Cidade do México (RV) - A Conferência Episcopal do México (CEM), através da página oficial da Viagem do Papa Francisco ao país, divulgou a oração por ocasião da visita que se realizará entre os dias 12 e 17 de fevereiro.

Lançaram, além disso, uma campanha de oração pelo Papa, por meio das Redes Sociais com o hashtag #OraciónxelPapa.

A oração pela visita do Papa ao México:

Mãe de Deus e nossa Mãe:

Santa Maria de Guadalupe:

estamos alegres e agradecidos

porque nos visitará

o Papa Francisco, Vigário do teu Filho.

 

Coloca em suas mãos

o Ano jubilar da Misericórdia,

e que nos deixe uma mensagem

de esperança e de concórdia.

 

Roga por ele e por todos nós,

para que possamos abrir-nos

para escutar através dele,

o que Deus nos quer transmitir.

 

E que ao partir nos leve em seu coração,

e deixe semeados em cada um de nós

abundantes frutos de conversão.

Amém.

 

 

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Com hinos as cidades mexicanas “esperam com alegria” o Papa Francisco

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Cidade do México (RV) - As cidades de Chiapas, Ecatepec, Ciudad Juárez e Michoacán já lançaram os vídeos musicais dos hinos com os quais receberão o Papa Francisco durante sua visita ao México entre os dias 12 e 17 de fevereiro.

Ecatepec

“Bem-vindo Francisco” este é o hino através do qual a cidade de Ecatepec acolhe o Papa Francisco no dia 14 de fevereiro. A letra foi escrita por Raúl Hernández e musicalizada por Víctor Camacho. A melodia é interpretada por Vozes de Ecatepec.

“Bem-vindo seja quem fala e em suas obras traz a paz. Bem-vindo quem tem humildade e caridade. Bem-vindo seja pastor com cheiro de ovelha. Bem-vindo Francisco em nome do Senhor”.

As imagens do vídeo mostram a fachada da Basílica de Guadalupe, procissões, fiéis saudando nas paróquias junto com um sacerdote. No meio da canção um sacerdote, crianças, adolescentes e um grupo de mulheres manifestam sua alegria pela visita do Papa.

Chiapas

“Bem-vindo amigo Francisco, hoje minha Chiapas te recebe, aqui há festa e regozijo, aqui há festa e regozijo. Bem-vindo amigo Francisco, a esta terra com aroma de selva, a esta Igreja com sabor a Cristo. Somos família contigo”, este é o refrão deste hino intitulado “Bem-vindo Amigo Francisco”, através do qual Chiapas espera o Pontífice em 15 de fevereiro.

A letra foi escrita pelo músico mexicano Marco López e os acordes foram feitos por Kiki Troia, um cantor católico argentino. A alegre melodia foi elaborada pelo Ministério de Música Fogo Novo, de Chiapas. O vídeo foi produzido por German Bernardo Ortiz de Montellano Velasco.

No vídeo aparecem imagens que mostram a alegria das pessoas, as cores representadas nas máscaras e roupas típicas, a flora e fauna, as vastas paisagens da selva de Chiapas, assim como seu patrimônio arquitetônico.

Michoacán

“Papa Francisco seja bem-vindo. Michoacán te recebe com ternura e amor. Michoacán te recebe com a alma cheia de paz. Michoacán te recebe com alegria e esperança”, este é o refrão do hino intitulado “Michoacán te recebe com a alma”. Esta cidade espera “recebê-lo com a alma” no dia 16 de fevereiro.

No vídeo aparecem imagens das igrejas, seus altares, praças, enfeites com flores, altares com velas e diversos personagens vestidos com roupas típicas.

O audiovisual foi promovido pelo Governo do Estado de Michoacán.

Ciudad Juárez

O título do hino escrito para receber o Santo Padre em 17 de fevereiro em Ciudad Juárez: “Francisco é” e sua melodia foi composta por: Sergio Carmona e Jorge Alvídrez.

“Francisco é, Francisco é. O nome que escolheu para ser nosso pastor. Francisco é, Francisco é. Humilde servo do Senhor, nova esperança nos alegra o coração”, diz o refrão.

No vídeo aparecem imagens do Papa Francisco no Vaticano e alguns dos seus gestos espontâneos que emocionaram os corações dos fiéis em suas viagens como Filipinas, Estados Unidos e Equador.

Também aparecem cenas onde um grupo de pessoas vestidas de branco dançam e agitam lenços no ar, onde um homem acende velas em uma igreja e famílias rezando. (SP)

 

 

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Bispos mexicanos: visita do Papa servirá para abater muros

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Cidade do México (RV) - O encontro do Papa Francisco com as comunidades indígenas do México, previsto para 15 de fevereiro próximo em San Cristóbal de las Casas, foi amplamente ilustrado num comunicado da Conferência Episcopal Mexicana no qual se reitera que se trata de uma visita “a toda a comunidade eclesial, indígenas e mestiços, embora dê prioridade às populações nativas, muitas vezes deixadas à margem”.

Lançar pontes entre ricos e pobres

“O Papa não vem para posicionar-se do lado de nenhum grupo social, mas para lançar pontes, para ajudar-nos a abater os muros que nos separam, para encorajar a integração humana e cristã, de ricos e pobres, de indígenas e mestiços, daqueles que vivem a própria fé de modo mais tradicional e daqueles que a assumem com a sua imprescindível dimensão social”, afirma o episcopado.

O comunicado afirma que a Diocese de San Cristóbal de las Casas é uma das mais pobres e marginalizadas do país, embora reconheça o esforço dos governos, das organizações sociais, dos empresários solidários e dos próprios indígenas para melhorar as condições de vida, especialmente nos setores da saúde, educativo, habitacional e dos serviços de fornecimento de energia elétrica e de água.

Ausência de autonomia política e gestão do próprio território

O comunicado recorda que, segundo os dados da Comissão para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas, existem 62 povos nativos em todo o país, representando uma população de mais de 11 milhões de pessoas.

O reconhecimento do México como “nação multicultural” feito em 1992 e a Reforma Constitucional em matéria de direitos dos indígenas de 2001 foram iniciativas “apreciadas pela Igreja – afirmam os bispos –, embora ainda falte muito para que seus direitos sejam aceitos: ter uma organização política própria, ter o domínio de seus territórios e serem levados em consideração no que diz respeito à sua vida e cultura”.

Que os indígenas tenham seu lugar na sociedade

Na nota, a Conferência Episcopal do México antecipa alguns detalhes da visita do Papa ao Chiapas e expressa o desejo de que o encontro com o Santo Padre em San Cristóbal de las Casas encoraje todo o povo mexicano a restituir aos povos nativos o lugar que lhes cabe na sociedade e na Igreja.

“Peçamos a Deus e à sua Mãe Santíssima que esta visita do Papa possa sensibilizar todos à solidariedade diante da difícil realidade em que vivem essas comunidades”, exortam os bispos mexicanos. (RL)

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Corpos dos Santos Confessores em Roma: ressaltar a misericórdia

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Cidade do Vaticano (RV) – O envio dos Missionários da Misericórdia e o traslado temporário dos corpos de São Pio de Pietralcina e de São Leopoldo Mandić a Roma foram os temas principais da coletiva de imprensa realizada esta sexta-feira, 29,  na Sala de Imprensa da Santa Sé. Os dois eventos foram apresentados pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella. O prelado informou que até o momento tomaram parte nos eventos jubilares cerca de 1,4 milhões de pessoas, 40% delas provenientes do exterior. Neste dia 29 será realizada a primeira audiência geral dos sábados por ocasião do Jubileu da Misericórdia.

Padre Pio e Leopoldo Mandić, Santos do perdão e da misericórdia

O prelado recordou a particular devoção do Pontífice pelo capuchinho de origem croata que, precisamente como Padre Pio de Pietralcina, passava a maior parte do dia no confessionário, onde milhares de pessoas encontravam no diálogo com ele, “o testemunho privilegiado do perdão e da misericórdia”:

“Alguns de seus confrades diziam que era ignorante e por demais generoso, que absolvia todos sem muito discernimento. A sua resposta simples e humilde deixava porém sem palavras: “Se o Crucificado tivesse que me repreender pelo excesso de generosidade, responderia a ele: este mau exemplo, Senhor, me deste você. Eu ainda não cheguei à loucura de morrer pelas almas”.

Relíquias dos dois Santos na Basílica de São Pedro

Dom Fisichella passou então a apresentar o programa do traslado das relíquias dos dois Santos – em urnas visíveis – que chegarão a Roma em 3 de fevereiro e serão depositadas na Igreja de São Lourenço fora-dos-muros. Já no dia 5 de fevereiro, depois de uma procissão na Via da Conciliação - onde são esperados milhares de fieis – as urnas serão colocadas na nave central da Basílica de São Pedro, onde poderão ser veneradas até a manhã do dia 11 de fevereiro:

“É um privilégio que dois pobres frades, que nunca saíram de suas respectivas cidades em vida,  venham de maneira assim solene a Roma. Creio que é realmente um evento extraordinário”.

Dom Fisichella observou ainda que os grupos de oração do Padre Pio serão recebidos pelo Papa em uma audiência extraordinária no dia 6 de fevereiro.

Missionários da Misericórdia

O Presidente do Dicastério para a Nova Evangelização falou a seguir sobre o mandato do Papa ao Missionários da Misericórdia, durante a celebração da Quarta-feira de Cinzas, em 10 de fevereiro. Trata-se, de fato, de 1071 missionários de todo o mundo, aos quais o Papa conferiu a autoridade de perdoar também os pecados reservados à Sé Apostólica. Estarão presentes em Roma 700 deste missionários, que o Papa encontrará no dia 9 de fevereiro, para expressar “quanto lhe é importante esta iniciativa que é certamente um dos momentos mais sugestivos e significativos do Jubileu da Misericórdia”:

“Os missionários da misericórdia são alguns sacerdotes que recebem o encargo do Papa para serem testemunhas privilegiadas nas suas Igrejas particulares da extraordinariedade do evento jubilar. É somente o Papa que nomeia estes Missionários, não os bispos, e a eles confia o mandato de anunciar a beleza da misericórdia de Deus, a serem confessores humildes e sábios, capazes do grande perdão para aqueles que se aproximam do confessionário”

Jubileu da Cúria

O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização antecipou que no dia 22 de fevereiro terá lugar o Jubileu da Cúria. A celebração prevê uma reflexão na Sala Paulo VI, conduzida pelo sacerdote jesuíta Marko Ivan Rupnik, seguida por uma procissão na Praça São Pedro com a passagem pela Porta Santa e a celebração da Missa presidida pelo Pontífice.

Gestos de misericórdia

O prelado recordou ainda dois sinais realizados por Francisco como testemunho concreto da misericórdia: a abertura da Porta santa da caridade no Albergue Don Di Liegro e a visita aos idosos e aos doentes em estado vegetativo na sexta-feira da última semana em Torre Spaccata, periferia de Roma:

“Estes sinais têm um valor simbólico diante das tantas necessidades que a sociedade de hoje apresenta; pretendem, assim, provocar todos em constatarem as tantas situações de necessidade presentes em nossas cidades para oferecer uma pequena resposta de atenção e de ajuda”. (JE)

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Igreja na América Latina



Igreja na Colômbia pede que FARC entreguem as armas

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Bogotá (RV) – O Arcebispo de Tunja e Presidente da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, expressou os votos de que as FARC entreguem as armas e acrescentou que as mesmas devem ser destruídas se quiserem fazer parte de um autêntico processo político.

Dom Castro Quiroga explica: "Se as FARC entregarem as armas, será algo muito importante, simplesmente porque não se pode ter um movimento político armado, algo que as FARC sempre foram, portanto o maior sinal que devem dar é exatamente este, fazer um passo na direção oposta se querem realmente a paz".

Democracia

Dom Castro Quiroga acrescenta: "Em nenhum lugar, num país democrático, se pode pensar em fazer política defendendo os próprios pontos de vista com as armas, algo que de democrático não tem nada. Portanto, é muito importante entregar as armas ou fazer de modo a destrui-las ou encontrar outro fim, mas é importante que eles não continuem tendo-as à disposição".

O Presidente da Conferência Episcopal fez essas declarações depois da coletiva de imprensa convocada para anunciar a visita apostólica do Papa Francisco à Colômbia para o primeiro semestre de 2017.

Papa na Colômbia

"A intenção primária deste encontro é confirmar a visita, mas ao mesmo tempo esclarecer a todos que não há nenhuma agenda ou programa, não foi estabelecido onde o Santo Padre irá: digo isto pelas notícias divulgadas em algumas cidades da Colômbia para iniciar os preparativos", disse.

"O Papa quer encontrar o maior número possível de colombianos, portanto, não se pode fazê-lo num santuário ou numa igreja, por mais importante que seja", reitera Dom Castro Quiroga, que concluiu: "O Santo Padre acompanha o processo de paz e está interessado em como evitar as punições do cárcere e apoia uma justiça de transição".

(BF/Fides)

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Igreja no Mundo



O difícil diálogo sobre a crise síria

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Genebra (RV) – Realizou-se nesta sexta-feira, 29, em Genebra, uma reunião para tratar da crise síria. O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, encontrou a delegação do governo guiada pelo Representante Permanente da República Árabe Síria junto às Nações Unidas, Bashar Jaafari. Os colóquios prosseguiram com os encontros com outros participantes da reunião e após, com representantes da sociedade civil. Como indicado nos dias passados por Staffan, “Trata-se de colóquios de proximidade, o que significa que as partes se encontraram com ele separadamente”. No entanto, na Síria o drama humanitário não para. Foram tantas as vítimas dos combates e ataques aéreos nos últimos dias. Entre as vítimas, muitas crianças. A Rádio Vaticano perguntou ao sacerdote Padre Elias Janji, da Igreja Armênio Católica de Aleppo, as condições atuais das crianças:

“As crianças têm necessidade de viver e não de sobreviver. Nós gostaríamos de ter não uma sociedade perfeita, mas uma sociedade na qual uma pessoa possa crescer. Deveríamos combater então, contra todas as coisas que não nos ajudam a crescer, sobretudo esta guerra”.

RV: Quais são as estruturas de que vocês dispõe?

“Existem muitas escolas, muitos grupos que estão trabalhando com as crianças, como os freis, como a escola “Espaço do Céu”, e também todas as comunidades cristãs presentes. Podemos dar a estas crianças lições escolares porque a maior parte das escolas foram destruídas, e também uma ajuda psicológica para viver a paz e não a violência. Como vivemos em uma sociedade em que a maioria é muçulmana, então devemos aceitar a diversidade, sobretudo agora que o fundamentalismo está crescendo. Nós também acreditamos, que se os cristãos não permanecerem no Oriente Médio, a religião muçulmana não será moderada. Os cristãos, de fato, ajudam a viver a paz, a viver a não violência, a viver todos os valores principais da vida”.

RV: A oposição síria anunciou que não tomará parte na reunião Genebra 3. Quais são as suas perspectivas políticas e humanitárias para esta conferência de paz, que já parte com pressupostos complexos?

“O diálogo nos ajuda a ter a paz, mas no diálogo existe a necessidade de ouvir o outro. Estes rebeldes, o Daesh, não têm nenhum ouvido para ouvir, para aceitar os cristãos e todas as minorias que ali vivem. Agora o problema não é tanto partir ou permanecer, o problema agora é crescer, ter uma vida como antes. Nesta sociedade não havia nunca problemas. A Síria, a nível de segurança, ocupava o quinto lugar no mundo, por exemplo, quando uma jovem ou uma criança voltavam para casa à uma ou às duas da manhã. Agora a situação mudou”. (JE)

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Índia: Lei de combate a fome não é eficaz, afirma padre

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Calcutá (RV) - Dois anos após a aprovação da lei de segurança alimentar na Índia, Food Security Bill, que pretendia reduzir a fome no país, a iniciativa do governo não está sendo suficiente para eliminar a fome e a desnutrição. A opinião é do Padre Irudaya Jothi, coordenador da campanha dos Direitos à Alimentação, uma das mais de 500 ONGs presentes em Bengala Ocidental, na Índia.

À agência AsiaNews, o padre afirmou que os resultados do programa seguem pífios comparados aos propostos pelo governo e, à época, considerado ambicioso. Implementada em agosto de 2013, a lei chegou a levantar dúvidas se o destino dos recursos financeiros chegariam aos mais necessitados, já que o montante poderia cair nas mãos de corruptos, responsáveis pela distribuição da ajuda.

Proposta inicial

Na proposta inicial, o programa prevê a distribuição de 5 quilos de alimentos por pessoa mensalmente, refeições gratuitas para mulheres grávidas, lactantes, crianças entre seis meses e 14 anos e crianças desnutridas e sem casa.  No entanto, o texto aprovado excluiu algumas categorias, fazendo com que várias pessoas ainda morram de fome.

Número cresce

"De acordo com a pesquisa nacional 2015-2016 sobre a saúde das famílias em Bengala Ocidental, o número de crianças desnutridas com menos de 5 anos de idade é maior hoje do que em 2005".

"A Igreja Católica e grupos de civis se empenharam na campanha para a aprovação desta lei ", destacou o padre, afirmando que os resultados não corresponderam às expectativas da população.

Segundo ele, a Igreja continua a trabalhar em favor dos mais desfavorecidos, seguindo exemplos de Madre Teresa e as Missionárias da Caridade.

“Jesus com suas palavras e suas ações – ressaltou o religioso – alimentou os famintos e deu de beber a quem tinha sede. E nós, como seus seguidores, devemos continuar na obra de misericórdia, para proporcionar um sistema melhor em grande escala.” (PS/AsiaNews)

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Alemanha e Áustria devem continuar recebendo refugiados, pedem bispos

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Cidade do Vaticano (RV) - A crise de refugiados na Europa ainda está longe de uma solução. Bispos católicos da Alemanha e da Áustria exortaram seus países para continuar aceitando refugiados, apesar das reivindicações por novas restrições como resposta às violências registradas na noite de Ano Novo em Colônia e em outras cidades alemãs.

Ao jornal local, o bispo de Tréveris, Dom Stephan Ackermann, disse que é difícil definir um limite para o recebimento de refugiados. “Precisamos de uma redução dos números, mas fixar um limite máximo seria bastante difícil”, afirmou.

“Nós precisamos de flexibilidade – alertou o prelado. Mas cabe aos políticos dizerem como isso pode ser feito na prática, e que não seja apenas em nível nacional.”

Após os violentos incidentes envolvendo recentemente pessoas vindas da Síria e de outros países, alguns alemães passaram a defender um limite de refugiados. No entanto, o representante especial da Igreja alemã para refugiados acredita que a imposição desse limite violaria a Convenção de Genebra e também a Lei Fundamental da Alemanha.

Cristãos devem estar atentos aos que sofrem

“Os cristãos não podem permitir que pessoas que passaram por um sofrimento indescritível e estão precisando de ajuda encontrem fronteiras fechadas”, disse o Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Hesse.

Muitos ministros do interior da União Europeia defenderam, em um encontro recente, um novo controle das fronteiras pelo menos até 2018. Apesar disso, o Cardeal e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Reinhard Marx, e o Cardeal-Arcebispo de Colônia, Rainer Woelki, apelaram por mais admissões de refugiados. Em um discurso, Cardeal Woelki chegou a dizer que a Europa não “seria salva por fechar as portas”.

Na Áustria, os bispos da Conferência episcopal disseram que os direitos humanos de asilo eram uma “obrigação por lei internacional”, porém advertiram que as admissões em massa são "preocupações legítimas" e devem ser levadas a sério.

Papel de líderes políticos e da Igreja

“Cabe aos líderes políticos – destacaram os bispos – conduzirem este processo com um senso de proporção. A Igreja pode desempenhar um papel importante devido à variedade de línguas faladas em comunidades católicas. Mas os migrantes devem também aceitar, como pré-requisito, a validade incondicional dos direitos humanos, bem como a nossa constituição democrática e da igualdade entre homens e mulheres."

Atualmente, ao menos 22 mil refugiados estão hospedados em paróquias e instituições na Alemanha, de acordo com dados da Igreja, enquanto as 27 dioceses alemãs desembolsaram cerca de 100 mil euros para a causa dos refugiados no ano de 2015.

Já na Áustria, a agência de notícias Kathpress destacou que o mosteiro beneditino em Melk acolheu 30 sírios e iraquianos. As Irmãs Missionárias do Santíssimo Redentor de Viena também têm recebido sírios em seu convento. (PS)

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Estudiosos islâmicos defendem liberdade religiosa para todos

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Marrakech (RV) – Uma Declaração para desenvolver uma jurisprudência islâmica sobre o conceito de cidadania, que seja inclusiva de todos os grupos, foi firmada em 27 de janeiro por 250 estudiosos islâmicos reunidos em Marrakech, à convite do Ministério da Promoção dos Assuntos Islâmicos do Reino do Marrocos e do Fórum para a Promoção da Paz nas Sociedades Islâmicas, com sede nos Emirados Árabes Unidos.

A Declaração de Marrakech retoma a Carta de Medina

Segundo um comunicado referido pela Agência Fides, a Declaração de Marrakech retoma a Carta de Medina, divulgada há 1.400 anos, que nada mais é do que “um contrato constitucional entre o Profeta Maomé e o povo de Medina que garantia a liberdade religiosa para todos, independentemente da religião”.

Eliminar qualquer argumento que instigue à agressão e ao extremismo

Além de pedir aos estudiosos e aos intelectuais islâmicos para desenvolverem o conceito de cidadania na jurisprudência islâmica, é lançado um apelo às instituições educativas para “uma corajosa revisão dos programas educativos, para eliminar qualquer tópico que possa instigar à agressão e ao extremismo, levando à guerra e ao caos”; e aos políticos, para que “estabeleçam um contrato constitucional entre os cidadãos”. Pede-se, por fim, aos diversos grupos religiosos, para recordarem-se de que por séculos compartilharam a mesma terra,  convivendo juntos, e de rejeitar toda forma de denegrir o outro.

Não usar a religião para atingir os direitos das minorias religiosas nos países muçulmanos

A Declaração de Marrakech conclui afirmando que é “inconcebível usar a religião para atingir os direitos das minorias religiosas em países muçulmanos”. No encontro de Marrakech estavam presentes cinquenta líderes de outras religiões que expressaram o seu agradecimento pela Declaração. (JE)

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Formação



Açailândia: violência e tortura contra quem protesta

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Cidade do Vaticano (RV) – Voltamos hoje a Açailândia, na divisa entre Maranhão e Pará, com o padre comboniano Dario Bossi, estudioso de temáticas socioambientais no território. Na região, há cerca de 40 anos, foi implantado o Programa Grande Carajás. O projeto de exploração mineral se estende por 900 mil km², numa área que corresponde a um décimo do território brasileiro e que é cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia. Ali vivem 2 milhões de pessoas em 100 comunidades: são indígenas, ribeirinhos e quilombolas.

Paralelamente, foi construída a Estrada de Ferro Carajás “para facilitar o escoamento das riquezas minerais extraídas”, que são em sua grande maioria exportadas. Fala-se de mais de 100 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, principalmente levadas para a Ásia.  

O consumo de água

Junto com as ferrovias, as condições hídricas dos rios amazônicos são fundamentais para o escoamento dos minerais extraídos e para assegurar a operação da usina de Tucuruí, necessária para o funcionamento das indústrias de transformação de minerais.

No entanto, o impacto ambiental e social junto às comunidades é drástico. Além disso, há o impacto da criminalização e da violência de quem protesta. Padre Dario denuncia até o recurso à tortura. Ouça-o, clicando abaixo: 

(CM)

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Missionária fala de seu trabalho com migrantes em Angola

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Uíge (RV) - O número de migrantes e refugiados no mundo ultrapassa 60 milhões. Desigualdade e exclusão estão na origem de uma crise migratória sem precedentes. 

Bianca Fraccalvieri conversou com a Irmã Rita de Cássia Luís que vive há dez anos em Angola. Morou 7 anos em Luanda e agora vive em Uíge.
 
A religiosa fala de seu trabalho com os migrantes em sua diocese. (MJ)

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