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Sumario del 30/01/2016

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Misericórdia e missão estão intimamente ligadas, diz o Papa na Audiência Jubilar

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Cidade do Vaticano (RV) – Teve início, na manhã deste sábado (30/01), na Praça São Pedro, no Vaticano, a nova série de audiências jubilares, que o Santo Padre concederá aos peregrinos e fiéis, um sábado por mês, durante o Ano Santo da Misericórdia. 

Em sua catequese de hoje, Francisco disse que “entramos cada vez mais no vivo da celebração do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia:

“Com a sua graça, o Senhor guia os nossos passos enquanto atravessamos a Porta Santa e nos vem ao encontro para permanecer sempre conosco, apesar das nossas faltas e contradições. Não nos cansemos, jamais, de sentir necessidade do seu perdão, porque, quando nos sentimos fracos, a sua presença nos torna fortes e nos permite viver a nossa fé com maior alegria”.

Assim, o Santo Padre indicou aos fiéis, presentes na Praça São Pedro, a íntima ligação existente entre a misericórdia e a missão. De fato, como cristãos temos a responsabilidade de ser missionários do Evangelho:

“Quando recebemos uma bela notícia ou quando vivemos uma bela experiência, sentimos a exigência natural de transmiti-la também aos outros. Sentimos que não podemos guardar a alegria que recebemos, só para nós e, assim, a comunicamos aos demais, por ser tão grande!”.

A mesma coisa deveria ser, - explicou o Papa – quando encontramos o Senhor. O sinal concreto de tê-lo encontrado é a alegria de comunicá-lo aos irmãos. Ao lermos o Evangelho, vemos que é esta a experiência dos primeiros discípulos, depois do primeiro encontro com Jesus:

“Encontrar Jesus equivale a encontrar-se com o seu amor; um amor que nos transforma e nos torna capazes de transmitir aos outros a força que nos dá. Assim sendo, poderíamos dizer que, no Batismo, recebemos outro nome, além daquele que nossos pais nos dão. O novo nome é ‘Cristóforo’, que significa ‘portador de Cristo'. Todo cristão deve ser portador de Cristo.Todos somos 'Cristóforo'!”.

Enfim, Francisco recordou que “a misericórdia que recebemos do Pai, não nos é dada como consolação pessoal, mas nos torna instrumentos, para que os outros possam receber o mesmo dom”. Há uma maravilhosa interligação entre misericórdia e missão. A misericórdia nos torna missionários da própria misericórdia. Ser missionários nos permite crescer sempre na misericórdia de Deus.

Por fim, o Papa exortou os peregrinos, presentes nesta primeira audiência jubilar. a levar a sério a nossa vida cristã e a esforçar-nos para viver como fiéis, porque somente o Evangelho pode tocar o coração das pessoas e abri-lo à graça do amor.

Depois da sua catequese, nesta primeira audiência jubilar, o Santo Padre passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes, em suas respectivas línguas. Eis a saudação que dirigiu aos fiéis de língua portuguesa:

“De coração, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa. Sejam bem-vindos! Neste Ano Santo da Misericórdia, somos chamados a reconhecer que necessitamos do perdão que Deus nos oferece gratuitamente, pois quando somos humildes, o Senhor nos torna mais fortes e alegres na nossa fé cristã. Desça, generosa, pela intercessão da Virgem Maria, a Bênção de Deus sobre cada um de vocês e suas famílias”.

No final da audiência, na Praça São Pedro, falando espontaneamente em italiano, Francisco disse: “Alguém, entre vocês, certamente, se perguntou ‘como é a casa do Papa, onde ele mora’. E respondeu: “O Papa mora ali atrás, na Casa Santa Marta. É uma casa grande, onde moram também uns quarenta sacerdotes e alguns Bispos, que trabalham na Cúria Romana; mas há ainda alguns hóspedes de passagem, como Cardeais, Bispos e leigos, que vêm para encontros dos diversos organismos vaticanos.

Além destas pessoas, - disse ainda Francisco, - há um grupo de homens e mulheres, que se dedicam aos trabalhos domésticos. Eles formam uma família, aliás, fazem parte da nossa família. Neste sentido, o Papa acrescentou: “Queria dizer que estou um pouco triste, porque, ontem, faleceu uma senhora que nos ajudava muito, há anos! Seu marido também trabalha conosco”.

“Depois de uma longa enfermidade, - concluiu o Santo Padre, - o Senhor a chamou para a Casa do Pai. Ela se chama Elvira. Por isso, hoje, convido-lhes a fazer duas obras de misericórdia: rezar pelos defuntos e consolar os aflitos. Agora, vamos rezar então uma Ave Maria pela paz e a alegria eterna de dona Elvira, para que o Senhor console seu esposo e seus filhos. (MT)

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Francisco: uma oração pela senhora Elvira

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Cidade do Vaticano (RV) – Ao final desta primeira Audiência Jubilar (serão realizadas em um sábado a cada mês) o Papa Francisco expressou sua tristeza pelo falecimento de uma funcionária da Casa Santa Marta, local onde mora, a senhora Elvira. O Papa explicou que os moradores e trabalhadores da casa formam uma só família e confiou duas obras de misericórdia aos presentes: rezar pelos falecidos e consolar os aflitos: 

“Alguns de vocês se perguntaram, se perguntam como é a casa do Papa, onde mora o Papa. O Papa mora aqui atrás, na Casa Santa Marta. É uma casa grande, onde moram cerca de 40 sacerdotes, alguns bispos que trabalham comigo na Cúria e também são hóspedes de passagem cardeais, bispos, leigos que vem a Roma para os encontros nos dicastérios, e estas coisas. E há um grupo de homens e mulheres, que realizam trabalhos na casa, quer nos trabalhos da limpeza, na cozinha, na sala de refeição. E este grupo de homens e mulheres faz parte da nossa família, formam uma família: não são funcionários afastados, não. Nós os queremos como se fossem de nossa família. E gostaria de dizer a vocês que hoje o Papa está um pouco triste porque ontem de manhã veio a faltar uma senhora que nos ajuda muito, há anos... Também o seu marido trabalha aqui, conosco, nesta casa. Após uma longa enfermidade, o Senhor a chamou. Chama-se Elvira. E eu vos convido, hoje, a fazerem duas obras de misericórdia: rezar pelos falecidos e consolar os aflitos. E vos convido a rezar uma Ave Maria pela paz eterna e a alegria eterna da senhora Elvira, e para que o Senhor console o seu marido e os seus filhos”. (JE)

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"Encontrar um novo impulso contra o Mal de Hansen", exorta Dom Zimowski

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Cidade do Vaticano (RV) - "Viver é ajudar a viver". Este é o tema do 63º Dia Mundial dos Doentes de Hanseníase,  celebrado neste domingo, 31 de janeiro. O Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes Sanitários, Dom Zygmunt Zimowski, divulgou uma mensagem onde reitera, que o transcurso da data, é "uma nova ocasião para prosseguir a luta contra este terrível mal, assim como para debelar o ostracismo que frequentemente deixa sinais inconfundíveis nas pessoas infectadas". 

Apelo à solidariedade

Dom Zimowski afirma não mais existir razão para os medos "quase ancestrais" em relação à doença,  visto que a hanseníase hoje pode ser vencida "e quem foi curado pode voltar a viver". Por este motivo – explica -   "o afastamento, assim como a exclusão da vida social de quem é portador dos sinais da doença são irracionais e provocam ulteriores e injustificáveis sofrimentos a quem, totalmente inocente, já sofre devido às lesões, frequentemente acompanhadas por incapacidades, provocadas pela mesma doença". Neste sentido, o apelo para que aqueles que são saudáveis ajudem a viver em modo digno aqueles que hoje "são vítimas de um injustificado estigma social".

Um sinal de misericórdia

Esta atitude - reitera o Presidente do Pontifício Conselho - "constitui um sinal concreto de solidariedade, de autêntica fraternidade e de misericórdia neste Ano Jubilar", segundo nos ensina o Papa Francisco, que indica que devemos ajudá-los, "olhando-os nos olhos", sem "ter medo de tocá-los" e portanto, que o gesto de ajuda "seja também um gesto de comunicação e um gesto de ternura". Este compromisso - observa Dom Zimowski - insere-se na solicitude que o próprio Papa sublinhou na mensagem para o Dia Mundial do Enfermo a ser celebrado na Terra Santa em 11 de fevereiro próximo.

Encontro no Vaticano

Neste contexto, o Dicastério promoverá  no Vaticano, em 10 e 11 de junho de 2016 - em colaboração com as Fundações Sasakawa e Raoul  Follereau - dois dias de Estudo, voltados a sensibilizar os homens de boa vontade, favorecer a cura dos doentes e apoiar as pessoas que foram curadas da doença. Os participantes poderão assistir à missa presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro no domingo, 12 de junho, por ocasião do Jubileu dos Doentes e das Pessoas portadoras de deficiências.

Um novo impulso para combater a doença

Ao recordar que a doença ainda é endêmica em diversos países da Ásia, América do Sul e África, o Prefeito do Pontifício Conselho saúda os doentes de hanseníase e agradece a todos aqueles que se dedicam aos seus cuidados. "Devemos nos sentir comprometidos em encontrar um novo impulso contra tal mal, ampliando as atividades de informação e de prevenção, mas sobretudo favorecendo, como gesto de verdadeira "com-paixão", a reinserção social e no trabalho de quem foi curado e que, não obstante traga os sinais impressos desta doença no corpo, manteve intacta a própria dignidade de pessoa".

Santos, exemplo a ser seguido

Os tantos Santos e Beatos que sacrificaram suas vidas no cuidado dos portadores do Mal de Hansen, especialmente quando ainda era incurável, foram apresentados como exemplos e fontes inspiradora. Entre estes destacam-se São Damião de Veuster, Santa Mariana Cope, o Beato Jan Beyzym e Albert Schweitzer.

Ao concluir a mensagem, Dom Zygmunt Zimowski, confia a celebração do Dia Mundial dos Doentes de Hanseníase  a Maria Santíssima, em cujos passos "podemos colocar nossas pegadas para atravessar com solicitude e alegria a Porta Santa da Misericórdia e encontrar aquele que é a verdadeira vida".

Dom Zimowski, Enviado do Santo Padre para a celebração do Dia Mundial do Enfermo

Em 12 de dezembro, o L’Osservatore Romano havia publicado a nomeação de Dom Zimowski como enviado especial do Santo Padre para a celebração do XXIV Dia Mundial do Enfermo, que terá lugar em Nazaré em 11 de fevereiro de 2016. Neste dia 30 de janeiro, foi publicada a Carta Pontifícia ao Enviado Especial.(JE)

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A misericórdia é o centro da geopolítica de Bergoglio, afirma Pe. Spadaro

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Cidade do Vaticano (RV) – “A diplomacia de Francisco. A misericórdia como processo político”,  é o título do longo artigo de autoria do Padre Antonio Spadaro, publicado na última edição da “La Civiltà Cattolica”. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Diretor da revista dos jesuítas se detém precisamente no papel da misericórdia na geopolítica de Francisco:

“A primeira coisa a ser verificada é que as viagens apostólicas do Papa Francisco – como ele mesmo disse ao encontrar o Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé – têm tido como fio condutor precisamente a misericórdia. Portanto, a misericórdia de Deus se insere nos acontecimentos deste mundo, nos acontecimentos da sociedade, dos grupos humanos, das famílias, dos povos, das nações. Não vive somente dentro das dinâmicas pessoais. Numa extrema síntese, poderia dizer que a misericórdia, para Francisco, no âmbito político significa nunca considerar nada como perdido. Assim, tudo permanece possível: a paz é sempre possível!”.

RV: Num momento em que são vividos grandes contrastes, também muito profundos, o senhor escreve que, olhando Papa Francisco, se vê que “a misericórdia desarma a máquina narrativa dos fundamentalistas”...

“Sim. De fato, o Papa Francisco, diante das tragédias dos atentados em Paris, mas também da Shoah como vimos em sua viagem na Terra Santa, diante de tudo isto nasce o sentimento de impotência, não a decisão de alinhar-se a isto ou aquilo. Ele quer desarmar por dentro as máquinas narrativas, certamente do assim chamado Estado Islâmico, mas certamente, também, posições que existem dentro da Igreja e que gostariam de iniciar uma “guerra santa”. O Papa nunca fala de guerra, fala de terrorismo: o fundamentalismo é um câncer da religião, não é expressão da religião, não é expressão da religião”.

RV: O senhor também tenta buscar, encontrar as raízes da visão bergogliana e aparecem também figuras. Algumas que sabemos, conhecidas na história de Francisco, como o Beato Fabro e Dostoevskij, mas também outras pessoas talvez menos conhecidas do grande público...

“É interessante e fascinante entrar no mundo begogliano das referências, das leituras e dos aprofundamentos. A visão diplomática de Bergoglio formou-se através de fontes não habituais, como escritos místicos, escritos literários e escritos de um teólogo como Przywara, que foi mestre de Hans Urs von Balthasar. Fabro certamente vê o mundo como um lugar em que é necessário rezar por todos, portanto, indiferentemente por todos aqueles que estão envolvidos também dentro da luta política. Dostoevskij desequilibra a lógica das escolhas. Para ele, como escreve em “Memória do subterrâneo”, 2 + 2 pode resultar 5 e portanto requer uma lógica muito flexível, muito dinâmica, não rígida. Certamente Przywara é uma figura talvez pouco conhecida na Itália, mas importantíssima para compreender o Papa Francisco. Ele postula o fim da época constantina, rejeitando radicalmente a ideia da atuação do Reino de Deus sobre a terra, o que foi mais tarde a base do Sacro Romano Império, e portanto todas as formas políticas e institucionais similares ou atribuíveis ao Sacro Romano Império, até mesmo em termos de partido e portanto de políticas católicas. A Igreja deve estar em saída. Esta é o código de leitura”.

RV: A misericórdia, ato político por excelência. Aqui o senhor reencontra também Padre Tonino Bello, quase um precursor, em alguns aspectos, daquilo que vemos agora com o Papa Francisco...

“Sim, porque Padre Tonino Bello, como Papa Francisco, mas também tantos outros, na realidade, não distinguem de maneira clara a sacristia ou o templo, daquilo que é o compromisso. Existe um serviço que expressa uma profunda caridade. Também o disseram os Papas e o repetiu Francisco. A sua abordagem da paz, porém, não é uma abordagem pacifista. A paz para Bergoglio significa agir nos quadrantes mais delicados da política internacional, mas em nome dos descartados, dos mais frágeis. O Papa Francisco se concentra sobre isto e se dá conta de como as tensões do mundo nascem porque existem desequilíbrios, desequilíbrios também, e sobretudo, de caráter econômico. Portanto, todas as iniciativas de paz desta dramática “terceira guerra mundial em partes” devem estar ligadas aos tempos sociais que preocupam o Papa, porque o Papa está muito atento aos descartes”. (JE)

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Nomeados membros da Pontifícia Comissão do Setor Sanitário

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Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, na autoridade que lhe foi conferida pelo Papa Francisco - e “levando em consideração que a exigência da criação do novo organismo surgiu sobretudo no âmbito italiano pelo qual, ao menos em um primeiro momento, a sua atividade deverá incidir primordialmente sobre a situação italiana” - decidiu designar os componentes da “Pontifícia Comissão para as Atividades do Setor Sanitário das Pessoas Jurídicas Públicas da Igreja”. São eles:

- Mons. Luigi Mistò, Secretário da Seção Administrativa da Secretaria para a Economia e Presidente do Fundo de Assistência Sanitária (FAS), Presidente;

- Padre Carmine Arice, Diretor do Escritório Nacional para a Pastoral da Saúde da Conferência Episcopal Italiana;

- Prof. Carlo Cardia, Professor de Direito Eclesiástico da Universidade de estudos Roma Tre;

- Dra. Mariella Enoc, Presidente do Conselho Administrativo do Hospital Pediátrico Bambino Gesù;

- Dr. Vladi Lumina, Especialista no setor patrimonial;

- Mons. Jean-Marie Mupendawatu, Secretário do Pontifício Conselho para os Agentes Sanitário;

- Dr. Enrico Zampedri, Diretor Geral do Policlínico Agostino Gemelli;

- Ir. Maria Annunziata Remossi, O.M.V.F., oficial da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, secretária

As nomeações, informa um comunidade da Sala de Imprensa da Santa Sé, têm a duração de três anos. Por ocasião da ordem de nomeação, o Cardeal Secretário de Estado teve o cuidado de recordar aos membros da Pontifícia Comissão a finalidade que lhe é atribuída, isto é, contribuir para "a gestão mais eficaz das atividades e a conservação dos bens, preservando e promovendo o carisma dos fundadores".

O Santo Padre instituiu a Pontifícia Comissão para as Atividades do Setor Sanitário das Pessoas Jurídicas Públicas da Igreja em 12 de dezembro de 2015, com o objetivo de "contribuir para uma gestão mais eficaz das atividades e para a conservação dos bens".Assim, ela está composta por um Presidente e por seis especialistas nas áreas de saúde, imobiliária, administrativa e financeira.

A referida Comissão tem poderes para interferir diretamente na gestão das estruturas em questão e apresentar propostas para garantir a sustentabilidade do sistema sanitário da Igreja. (JE)

 

 

 

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Semana conclusiva do Ano da Vida Consagrada: testemunhos

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Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se, na tarde desta quinta-feira, na Basílica Vaticana, uma Vigília de Oração, presidida por Dom José Rodriguez Carballo, Secretário da Congregação para a Vida Consagrada, por ocasião da semana conclusiva do Ano dedicado à Vida Religiosa. 

A Semana conclusiva realiza-se de 28 de janeiro a 2 de fevereiro de 2016, promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. O encontro internacional reúne cerca de quatro mil participantes, entre as novas formas de vida consagrada, institutos seculares, contemplativos e de vida apostólica.

Na próxima segunda-feira (01/02), os numerosos participantes se encontrarão com o Santo Padre, na Sala Paulo VI, para uma reflexão sobre o tema “Consagrados hoje na Igreja e no mundo, provocados pelo Evangelho”.

No dia seguinte, dia 2 de fevereiro, haverá uma peregrinação, no âmbito do Ano da Misericórdia, às Basílicas de São Paulo fora dos Muros e de Santa Maria Maior. Na parte da tarde, o Papa Francisco presidirá a uma Santa Missa, na Basílica de São Pedro, pela conclusão do Jubileu e do Ano da Vida Consagrada.

Na conclusão do Ano dedicado à Vida Consagrada, nossa colega Bianca Fraccalvieri entrevistou alguns dos participantes. Eis o que disse a Irmã Cláudia Chesini, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, que nos fala sobre a experiência do Ano da Vida Consagrada.

Por outro lado, Frei Wilson Araújo, missionário contemplativo da Nova Evangelização, residente na diocese de Braga, Portugal, faz uma breve reflexão do Ano dedicado à Vida Consagrada, que está findando:

Enfim, Irmã Sônia Matos, Conselheira Geral da Congregação das Adoradoras do Sangue de Cristo, que atua nos Estados brasileiros do Amazonas, Pará e Goiânia, destaca o que mais lhe chamou a atenção nesta semana conclusiva do Ano da Vida Consagrada. (MT)

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Perseguições: spot da AIS traz testemunho do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) - A Fundação de direito pontifício "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) lançou mais uma iniciativa para sensibilizar sobre o tema das perseguições contra os cristãos. Trata-se de um spot de 30 segundos que irá ao ar de 31 de janeiro a 6 de fevereiro no Canal 5, Itália 1, Rádio 101, além de outros meios de comunicação. 

O spot se vale de um excepcional testemunho, o do próprio Papa Francisco, que como Arcebispo de Buenos Aires, beneficiou-se ele mesmo do apoio da AIS. E em diversas ocasiões definiu a Fundação como "um símbolo de comunhão e fraternidade com a Igreja sofredora".

O vídeo inicia com as fortes palavras pronunciadas pelo Pontífice durante o Angelus de 15 de março de 2015: "Os nossos irmãos derramam seu sangue, somente porque são cristãos". "No silêncio de muitos - explica o Diretor da AIS Itália, Alessandro Monteduro - um gigante como o Papa Francisco não deixa nunca de recordar as perseguições contra os cristãos que ocorrem hoje em muitos países. Não existem palavras melhores do que as suas para descrever o drama vivido por cerca de 200 milhões de cristãos no mundo".

A realização do spot faz parte das inúmera iniciativas da AIS, voltadas a denunciar as perseguições anticristãs e a intensificar a informação com o objetivo de aumentar a consciência da opinião pública em relação a um tema ainda pouco conhecido. A Fundação, que esta semana convidou para vir à Itália o Patriarca sírio-católico Ignace Youssif III Younan, nos próximos meses acolherá testemunhos provenientes de países como a Síria e Paquistão - onde os cristãos enfrentam perseguições e graves dificuldades - proporcionando inúmeros encontros com a mídia e cidadãos nas principais cidades italianas. (JE)

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Museus Vaticanos: um encontro entre arte e religião

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Cidade do Vaticano (RV) - "A arte precisa da religião?". Esta é a reflexão proposta pela direção dos Museus Vaticanos no primeiro encontro "Quinta-feira dos museus" de 2016, realizado na tarde da última quinta-feira. 

A arte precisa da religião e a religião precisa da arte. Exemplo disto é o Juízo Universal , de Michelangelo, pintado na parede do altar da Capela Sistina. Um intercâmbio que - disse Padre Mark Haydu, Diretor Internacional dos Patrons of the Arts dos Museus Vaticanos durante sua conferência -  até hoje deu muito ao mundo:

"Acredito que a parte essencial seja o ato de humildade por parte da Igreja em reconhecer a necessidade que tem dos artistas. Seria difícil comunicar toda a beleza da fé sem um espaço bonito, sem uma liturgia bonita, tudo seria um pouco pobre. Portanto, devemos também nós procurar envolver os artistas para criar espaços bonitos, música bonita, arte bonita".

RV: Como poderia ser sintetizada a relação entre arte e Evangelho?

"A relação é sobretudo uma experiência - eu acredito - pessoal do artista com o Evangelho. Mesmo se nos encontrarmos no caso em que não seja tão crente, o sujeito é este e portanto o estuda: qualquer relação, portanto, parte da verdade, faz uma experiência pessoal e depois realiza a sua criação. E depois haverá aquilo que cria de bonito - pode ser um espaço, uma igreja, uma pintura, uma escultura - que tornará visível um aspecto do Evangelho para quem olha esta obra de arte, para quem reza naquele espaço. Assim, não somente pessoal, mas comunhão da Igreja que reza junto".

Também pronunciou-se no encontro o Prof. Arnold Nesselrath, Delegado para os Departamentos Científicos e os Laboratórios dos Museus Vaticanos:

"A religião precisa da arte, porque são duas as raízes da arte: a memória e a religião; e a religião por isto gerou a arte. E um dos grandes dons do cristianismo é precisamente a arte ocidental que, depois da antiguidade clássica, existe até hoje e é justamente criada por esta raiz. O homem não vive somente de pão, mas também da Palavra e a Palavra, no final das contas, é arte e cultura: por meio da cultura se faz o anúncio do Evangelho. Pelo qual estão ligados e são fundamentais: um como conteúdo e o outro como forma, na liturgia, nos ambientes e nos objetos".

RV: Na sua opinião, qual dentre as obras dos Museus Vaticanos, melhor expressa a relação entre religião e arte?

"Não se pode dizer qual é a obra primária dos museus. O que é muito importante é o Museu Etnológico, que mostra como a Igreja Católica dialoga com todas as culturas. Talvez, neste momento, este seja o setor mais importante que temos aqui, mesmo sendo um setor em que as obras não sejam muito conhecidas".

"Um fecundo colóquio, o da Igreja com os artistas, que em dois mil anos de história nunca se interrompeu e se prospecta ainda rico de futuro no limiar do Terceiro Milênio". Assim escrevia João Paulo II em 1999 na sua "Carta aos Artistas". Antes dele, Paulo VI já havia sublinhado quão importante é o papel dos artistas para a religião. Em 2009, por sua vez, foi Bento XVI que encontrou os artistas na Capela Sistina, definindo-os como "custódios da beleza". E também o Papa Francisco, no livro "A minha ideia de arte", editado pelos Museus Vaticanos, afirma: "A arte, além de ser um testemunho crível da beleza da Criação, é também um instrumento de evangelização". (JE)

 

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Igreja no Mundo



Chade: Mensagem dos bispos por um desenvolvimento integral

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Ndjamena (RV) - Os bispos da República do Chade lançam um convite a refletir sobre as condições éticas de um desenvolvimento real e duradouro. O convite está contido numa mensagem para este 2016, que se coloca em continuidade com a que foi proposta no ano precedente por um renascimento dos valores humanos e espirituais.

O Jubileu é um momento favorável para abrir o coração e os olhos para ver aquilo de que sofre o homem chadiano hoje, ressaltam os prelados traçando o perfil atual do país do centro-norte da África:

Muita pobreza nos vilarejos; escassa capacidade de organizar a economia familiar; escolas sem professores e desprovidas de instrumentos didáticos; centros hospitalares onde faltam medicamentos e profissionais especializados; terras agricultáveis nas mãos dos novos ricos e camponeses reduzidos quase a uma situação de escravidão; ausência de lugares de vida associativa para os jovens.

Nas cidades, superlotadas devido ao êxodo das zonas rurais, ainda falta água potável; há pouca solidariedade e a delinquência está encontrando terreno fértil, ao mesmo tempo, constata-se um aumento da insegurança.

Falta de competências técnicas e profissionais no país

“Prevalece... uma baixa qualidade de vida e falta uma perspectiva de futuro”, escrevem os bispos que denunciam também a incapacidade, nas famílias, de gerir bens materiais e dinheiro. São também escassas as competências técnicas e profissionais. Muitos jovens escolhem uma formação genérica esperando um emprego público que lhes assegure um futuro.

Enquanto isso, há necessidade de profissionais especializados, sobretudo a serem destinados às infraestruturas primárias, carentes no país. Além disso, a contribuição das mulheres na economia não é reconhecida e a dignidade delas não é totalmente respeitada.

ONGs limitam-se muitas vezes ao assistencialismo

As ONGs não oferecem ajudas úteis: mais do que favorecer à promoção humana, limitam-se ao assistencialismo e não envolvem a população em projetos. Desse modo, observa a Conferência episcopal, o povo não é motivado a melhorar suas condições de vida. Ademais, algumas organizações muitas vezes estão mais preocupadas com a própria sobrevivência e se aproveitam das míseras condições em que muitos vivem.

Para os bispos, o verdadeiro desenvolvimento inclui todas as dimensões do ser humano

Os bispos do Chade evidenciam a chaga da corrupção presente em todos os setores da vida sócio-política e econômica do país e, em muitos, uma carente consciência profissional e falta do sentido do bem comum.

Diante de tudo isso, os prelados frisam que “um verdadeiro desenvolvimento deve incluir também as dimensões sociais, culturais e espirituais do ser humano”, que não se pode “desfrutar a natureza de modo egoísta e irracional”, que “o desenvolvimento deve ser percebido como um combate à pobreza em todas as suas formas... que permita ao homem dispor dos bens necessários para levar uma vida digna”, para que possa “sair da sua ignorância e... seus direitos fundamentais lhe sejam reconhecidos”.

“Devemos tomar consciência do fato de que ninguém deve assumir nosso lugar para sair da pobreza”, acrescentam os bispos em sua mensagem. “A ajuda externa jamais pode substituir o esforço pessoal para sair de uma situação de miséria, ela deve apenas ajudar projetos de investimento capazes de produzir recursos”.

Também a fé cristã pode contribuir para o crescimento do Chade, sobretudo neste Ano da Misericórdia

Os bispos acrescentam que “é um erro crer que a religião não tem nada a ver com o desenvolvimento... a nossa fé deve ser traduzida em obras”.

Por fim, os bispos do país africano fazem um apelo, neste Ano da Misericórdia, “a manifestar o amor de Deus aos pequenos e aos pobres, muitas vezes mantidos à margem do sistema econômico, da política e das influências culturais de hoje”.

“Como discípulos de Cristo somos chamados a viver a caridade através das obras de misericórdia... o desenvolvimento exige que assumamos com coragem nossas responsabilidades. Todos devem ter a convicção de que Deus deu a cada um dons particulares para o serviço do bem comum”, concluem os bispos. (RL)

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Formação



Reflexão dominical: Jesus é expulso da Sinagoga

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Cidade do Vaticano (RV) A primeira leitura nos fala da vocação do profeta, de quem é profeta. Tomemos como exemplo Jeremias, o profeta da leitura de hoje.

 

Em primeiro lugar, sua vocação veio de Deus e se confundiu com a geração de sua vida. Ele era bom, inteligente, sensível, cheio de qualidades. Como qualquer vocacionado, queria viver sua vida como um jovem da época: desfrutar da juventude, namorar, casar, ter filhos, enfim, formar uma família. Jeremias só se conscientizou do chamado de Deus quando tinha vinte anos. Ele foi consagrado, foi ungido para essa função. Além do mais seu campo de ação seria todo o universo conhecido.

Pensaríamos que, por ter sido escolhido por Deus, sua vida tenha sido um mar de rosas, mas não! Enfrentou guerras vindas de todos os lados, quando exercia sua função, falando em nome de Deus. Dificilmente era aplaudido e,  geralmente, escorraçado, marginalizado. Enfrentou lutas de todo tipo, mas não se intimidou, o Senhor estava com ele e o protegia.

Mas por que essas tribulações na vida de quem só queria fazer o bem e falava em nome de Deus, em nome do amor?

Jeremias, como qualquer profeta foi enviado para principalmente reconduzir as ovelhas perdidas, mas elas não quiseram ouvi-lo, não quiseram saber de Deus. Interessa-lhes continuar nos seu erros, praticando a injustiça e a opressão. Por isso as agressões ao profeta.

No Evangelho, vemos Jesus de Nazaré, o Profeta, exercendo sua missão e, como Jeremias e tantos outros que falaram de Deus, corrigindo o povo no seu modo de entender a Lei do Amor.    Diz que a salvação trazida por ele é para todos os povos, não apenas para Israel.

Jesus dá nova visão de Deus. Anuncia um Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser irmão como o grande ato de louvor a Ele. Jesus não quer condenar o pecador, mas faz de tudo para que ele mude de vida, Jesus quer salvar todos. Os escribas e doutores não suportam isso. Ficam perturbados e expulsam Jesus da sinagoga, da cidade, e o povo deseja precipitá-lo em um abismo, para que morra.

Afinal, quem é esse Jesus, quem ele pensa que é? Foi criado ali e sua família é conhecida por todos. Onde ele estudou para ensinar algo diferente do que aprendemos? Basta!

A reação dos conterrâneos de Jesus é muitas vezes copiada por nós. Pensamos que sabemos tudo e não será qualquer um que irá nos ensinar o melhor caminho de chegarmos a Deus. Sabemos rezar, fizemos catecismo!

Não aceitamos desafios, estamos acomodados, não queremos nos esforçar para crescer. É fácil e cômodo decretar a morte. Difícil é lutar pela vida, pela recuperação e perseverança. Desistir é fácil! Persistir e saber esperar é difícil!. Quem ama, acredita, espera, faz de tudo para salvar, como Jesus de Nazaré, Profeta da Esperança e do Amor!

Nossa reflexão se conclui com a segunda leitura que é chamada: “Hino à Caridade”. São Paulo nos diz, desenvolvendo o discurso de Jesus, que a caridade tudo suporta, tudo perdoa. “Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é  caridade”!

Sejamos abertos ao novo, àquilo que nos fala ao coração, que sentimos que é de Deus. Construamos um mundo novo, sendo profetas do Amor e do Perdão! Anunciemos a vitória da Vida! (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IV Domingo do Tempo Comum)

 

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Atualidades



Editorial: Não ao delírio de omnipotência

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Cidade do Vaticano (RV) – Mais uma vez o Santo Padre nos indica o caminho a seguir, a reflexão a ser feita no período de Quaresma – e para além dela – através de uma mensagem específica para este tempo. Com a data de 4 de outubro de 2015 (Festa de S. Francisco de Assis) e com o tema "'Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. As obras de misericórdia no caminho jubilar", foi divulgada nesta semana a Mensagem de Francisco para a Quaresma 2016, na qual ele chama a atenção para a misericórdia de Deus que transforma o coração do homem.

 

Neste Ano Santo vivemos o tempo quaresmal como um momento favorável à conversão, e Francisco reafirma a importância das obras de misericórdia corporais e espirituais, criticando fortemente o delírio de onipotência daqueles que fecham as portas aos pobres que batem às nossas portas.

Na sua mensagem o Santo Padre se detém no milagre sempre novo que a misericórdia irradia na vida de cada um de nós, motivando-nos ao amor pelo próximo. O mundo está precisando dessa irradiação, pois as ruas, as estradas empoeiradas e os mares profundos conhecem todos os dias o drama de milhões de pessoas, que sem onde viver e o que comer, fogem e perambulam em busca de uma vida melhor e mais digna.

Graças, precisamente às obras de misericórdia, Francisco está convencido de que podemos “despertar a nossa consciência” muitas vezes adormentada diante do drama da pobreza dessas pessoas. É no pobre, que “a carne de Cristo se torna novamente visível como corpo martirizado, cheio de chagas, flagelado, desnutrido, em fuga, para ser por nós reconhecido, tocado, cuidado com atenção”. É cuidando dos pobres – afirmaçùao que está sempre presente no coração e na boca de Francisco – que nos damos conta de quanto grande é o amor de Deus, e que a aliança de Deus com os homens é “uma história de misericórdia”.

Francisco faz ainda uma advertência que toca certamente as nossas realidades, em qualquer lugar nos encontremos, e talvez para alguns, dura de engolir: “o pobre mais miserável é aquele que não aceita se reconhecer como tal. Crê que é rico, mas na realidade é o mais pobre entre os pobres”. Ele vive essa condição porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar a riqueza e o poder, “não para servir Deus e os outros, mas para sufocar em si a profunda consciência de ser também ele nada mais do que um pobre mendigo”.

Neste contexto uma triste afirmação: “quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Recordando a figura de Lázaro, Francisco reafirma que ele é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e que talvez não vemos. “Esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência”.

Tal cegueira, podemos ler na Mensagem, “pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX, e como mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar”.

Francisco chama a atenção para as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento baseado na idolatria do dinheiro. Assim, o destino dos pobres se torna indiferente às pessoas e às sociedades mais ricas, “que lhes fecham suas portas recusando-se até mesmo a vê-los”. E essa atitude de fechamento, que também é uma negação a Cristo, que no pobre continua a bater à porta do seu coração, os soberbos, os ricos e os poderosos acabam se afundando no eterno abismo da solidão “que é o inferno”.

Na sua mensagem, rica de propostas de reflexão para ajudar a trilhar o caminho quaresmal, mas também o dia a dia de homens e mulheres cristãos, Francisco exorta para que a Quaresma deste Ano Jubilar seja um tempo favorável no qual finalmente sair da própria alienação existencial graças à escuta da Palavra e das obras de misericórdia. Recordando que as obras corporais e as espirituais jamais devem ser “separadas”.

Uma constatação final de Francisco é que o amor do Crucificado, um amor que os soberbos, os ricos, os potentes têm a possibilidade de experimentar, é a resposta à sede de felicidade e de amor infinitos que o homem se ilude poder preencher através dos “ídolos do saber, do poder e do possuir”.

Quaresma, tempo de conversão, tempo para construir uma vida nova, pois a misericórdia de Deus transforma o coração do homem, tornando-o capaz de misericórdia. Precisamos abrir o coração, deixando de lado o delírio de omnipotência. (Silvonei José)

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Conviver com os hábitos e costumes nas Arábias

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos estou de volta com uma saudação de paz, das Arábias. 

Peregrinando por diversos países, nos cinco continentes, aprendi que a virtude que mais ajuda para ser aceito numa cultura, é o respeito. Existe muita diferença entre cometer erros por falta de conhecimento quanto à cultura receptora e o julgamento negativo sobre as diferenças.

Nas Arábias, como em qualquer outro lugar, existem algumas coisas que devem ser levadas em conta. Sendo a maioria absoluta da população islâmica, os alto-falantes nos minaretes das mesquitas emitem, cinco vezes por dia, o convite para a oração. Os muçulmanos podem prostrar-se em qualquer lugar, à beira da estrada ou no escritório para rezar, voltados para a Meca.

Transeuntes devem evitar de passar na frente de alguém que está rezando.

O consumo de álcool por estrangeiros é permitido, em lugares próprios, mas noitadas em bares e discotecas e diversões mais pesadas são apenas toleradas.

A compra de bebidas alcoólicas pode ser feita em lugares destinados para isso. Existem companhias que fornecem as bebidas para hotéis, e locais com alvará.  Contudo, às vésperas de festas religiosas, não é permitido o comércio de licores.

A carne de porco é proibida. Os estrangeiros podem adquiri-la numa venda separada dos supermercados.

Manifestações de afeto entre homem e mulher, em público, devem ser evitadas.

É considerado insulto mostrar a sola dos pés na direção de alguém. É ofensivo apontar com o dedo alguma pessoa.

Não se iluda em achar que a imagem comum de homens de mãos dadas é uma evidência gay.  Entre indianos, paquistaneses e árabes, isso é apenas um sinal de amizade.

Cumprimento dando a mão para uma mulher deve ser evitado.  Coloca-se a mão sobre o lado esquerdo do peito e diz-se a saudação.

 Deve-se ter sempre presente que, quando alguém compara culturas ou as julga, dificilmente vai ter espaço na sociedade receptora.

 O erro é perdoado e não impede à pessoa de ser bem-vinda-. Maneiras cordiais e senso de humor servem para superar os impasses.

Assim aprendemos o bom convívio com as pessoas diferentes.

Até a próxima.

*Missionário Olmes Milani CS. Das Arábias para a Rádio Vaticano

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Com o Hino à alegria, Beethoven intui a grandeza de Deus, diz Mons. Frisina

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Cidade do Vaticano (RV) - "O Hino à alegria" ou "Ode à Alegria" (em alemão Ode an die Freude) foi o tema do terceiro e último encontro do Ciclo de Leituras Teológicas promovido pela Diocese de Roma e concluído na noite de quinta-feira, 28, no Palácio Lateranense. O fio condutor das três noites foi "A misericórdia na arte". 

Um hino que falasse de alegria, mas que na realidade falasse sobre a liberdade, através de músicas novas nunca ouvidas anteriormente, transmitindo emoção ao coração de quem as ouve. Com este objetivo, Beethoven compôs a Nona Sinfonia, entre 1822 e 1824, que na parte coral inclui o "Hino à alegria", escrita alguns anos antes pelo poeta e filósofo Schiller. A este respeito falou aos microfones da Rádio Vaticano Monsenhor Marco Frisina, Presidente da Comissão Diocesana de Arte Sacra:

"Para Beethoven, o "Hino à alegria" era um desejo da vida, algo que queria expressar desde quando ainda era jovem, mas já doente, já no sofrimento e nos tormentos, quer espirituais como físicos. Era um texto de Schiller que ele amava e que sentia, de qualquer modo, como a expressão da sua fé, quer pela humanidade como por Deus. Para nós cristãos, a alegria é algo que nasce da ressurreição e é bonito ver esta intuição de um grande artista e de um gênio como Beethoven. Normalmente os artistas são um pouco profetas e vivem a sua vida de maneira misteriosa, mas colhendo na fé aquilo que é central, ou seja, que é fundamental, com todos os tormentos e as dificuldades de compreender o seu sentido. Assim, eu acredito que o "Hino à alegria" de Beethoven é para nós - precisamente neste Ano Jubilar - uma mensagem extraordinária: um homem que, com a sua pesquisa atormentada, intui a grandeza de Deus".

RV: Santo Agostinho dizia que cantar é como rezar duas vezes. Assim, quanto são importantes também o canto, a música que acompanham a oração...

"A música nos foi dada por Deus para expressar aquilo que as palavras não podem dizer ou não conseguem dizer suficientemente. Eu acredito que a música seja uma espécie de espessura e as palavras com a música adquirem um espessura diferente. Sempre a música - qualquer música - é como uma janela que se abre no coração profundo dos homens, pela qual é uma maneira com que Deus pode entrar facilmente".

 

O Hino torna-se rapidamente uma moda entre os jovens da Viena daquele tempo, mas o seu sucesso chega aos nossos dias, tanto que em 1972 foi adotado como o "Hino da Europa" e em 2001 declarado pela UNESCO "Memória do Mundo". Eis o que nos disse a este propósito o Maestro Michele Dall'Ongaro, da Academia Nacional de Santa Cecília:

"É necessário recordar que, originalmente, Schiller queria escrever um hino à liberdade e o jogo de palavras em alemão é fácil: "Freiheit" ao invés de "Freude". Mas a palavra liberdade era censurada e não se podia, portanto, escrever liberdade, mas a intenção é esta, porque não existe alegria sem liberdade e a liberdade dá alegria: neste sentido são sinônimos. É necessário também recordar que aquele texto estava na moda entre os jovens. Beethoven queria dirigir-se aos jovens com esta mensagem, porque não queria mudar o mundo, mas queria construí-lo. Tinha precisamente esta ideia! Toda a peça de Beethoven é dedicada à construção de um mundo ideal, onde efetivamente a fé em Deus, que ele sempre teve, se casasse com a confiança em uma sociedade melhor. E ele devia intervir... Portanto, no momento em que escreve este hino, consegue através de uma série de processos, elaborar um tema que nós, num certo sentido, sempre ouvimos durante a sinfonia sem nos darmos conta disto. Quando chega - como a revelação - nos parece já conhecê-lo, mesmo se nunca o havíamos ouvido antes. Por isto cria alegria, porque é uma revelação". (JE)

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